Fifa faz propaganda do turismo sexual. E vende brasileiras como “hostesses”

O que acontecerá com as meninas e garotos, que neste mundo de bilhões rolando no tapete verde, se ofereceram como voluntários, isto é, para trabalhar de graça, como escravas de gananciosos piratas? 

Abertura

O Brasil receberá aproximadamente 600 mil turistas durante a Copa do Mundo de 2014, informou o diretor de Administração e Finanças do Instituto Brasileiro de Turismo, Tufi Michreff Neto.

Significa a lotação estourada de doze estádios, cada um com 50 mil pessoas, todas elas estrangeiras.

Por este cálculo podemos concluir que o jogo não está no programa de milhares de turistas.  E a maioria dos que assistem as partidas também pretendem a mesma coisa: fazer sexo com a brasileira, considerada a melhor puta do mundo.

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Publicou a revista Hotéis: Os 600 mil turistas estrangeiros que virão ao Brasil no mês da Copa do Mundo vão realizar quase dois milhões de viagens pelas cidades-sede.  Já os três milhões de brasileiros que circularão pelo país, farão seis milhões de viagens pelos 12 municípios. As estimativas de fluxo de turistas durante o evento foram divulgadas, em palestra no Núcleo de Conhecimento do Salão do Turismo, no Anhembi, na capital paulista.

A cidade que deverá receber o maior número de estrangeiros é o Rio de Janeiro (RJ), com 413 mil. Em segundo lugar, aparece São Paulo (SP), com 258 mil, seguida de Brasília (DF), com 207 mil.

Entre os turistas brasileiros, o destino preferido é São Paulo, com 1,2 milhões de visitas. Depois, aparece o Rio de Janeiro, com 840 mil, e Fortaleza (CE), com 564 mil.

A pesquisa da FGV – Fundação Getúlio Vargas, encomendada pelo Ministério do Turismo, revela o total de visitas de estrangeiros e brasileiros que as cidades-sede receberão por jogo.  Somando os resultados das doze cidades serão 341,4 mil turistas internacionais e 1 milhão de nacionais por partida de futebol. “O estudo foi realizado com base em pesquisas que realizamos com o público da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010 e a movimentação do turista brasileiro”, explicou o Diretor de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes.

Escreve Hugo R.C. Rosas:

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Sendo assim, na condição de delegada dos interesses de empresas do porte da fabricante de materiais esportivos Adidas, da Coca-Cola e da empresa de cartões de crédito Visa, a Fifa desfila pelo mundo na condição, digamos, de “dono da bola”, aquele que na gíria da meninada dita as regras da “pelada” no campinho de terra.

Sobretudo em épocas de Copa do Mundo, A Fifa tira do bolso a procuração do poder econômico que a financia e enumera uma série de exigências aos países-sede, que já ficam previamente avisados de que podem ter que construir isso, demolir aquilo, providenciar aquilo outro, e até mesmo requisitar a criação ou a abolição de leis.

Exemplo crasso foi a pressão da Fifa para que a gerência de Jacob Zuma descriminalizasse a prostituição no país durante a Copa, passando o recado das grandes agências de turismo da Europa e do USA, cujos clientes se mostraram receosos em viajar para alugar corpos femininos infectados com o vírus da AIDS (6 milhões dos 48 milhões de sul-africanos sofrem da síndrome da imunodeficiência adquirida). O jornal britânico The Guardian abraçou a causa da Fifa e chegou a pedir a regulação do “mercado sexual” na África do Sul durante o mundial de futebol, a fim de minimizar o risco de os turistas da metrópole contraírem o vírus HIV.

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MULHERES VENDIDAS POR US$ 670

Como se percebe, o objetivo da Fifa e do The Guardian não era exatamente fazer com que o governo conciliador-patriarcal da África do Sul mandasse a polícia parar de espancar e extorquir mulheres sul-africanas negras e pobres. Ao contrário: a Fifa mandou Zuma sumir com mendigos e prostitutas das ruas. O objetivo era criar condições para a chegada de prostitutas estrangeiras, mulheres traficadas por empresas capitalistas de submundo para suprir uma das principais demandas da festa suprema do futebol profissional.

E assim se fez: o tráfico de pessoas com destino ao país-sede da Copa 2010 aumentou consideravelmente nos meses que antecederam este evento que é também um dos ápices do calendário do chamado “turismo sexual”. O governo Zuma não chegou a legalizar a prostituição, mas tratou de fazer vistas grossas à farra a custa da dignidade alheia e chancelada pelos mandachuvas do futebol, os mesmos que se esmeram na farsa da responsabilidade social da Copa do Mundo.

Estudos conduzidos pela pesquisadora Merad Kambamu, de Zâmbia, compilaram denúncias e provas de um número crescente de casos de meninas e jovens mulheres que desapareceram em vários países da África e reapareceram em bordéis e “casas de massagem” das cidades que receberam as partidas da Copa do Mundo da África do Sul. A porta-voz da polícia de Maputo, capital de Moçambique, revelou que estas mulheres vinham sendo vendidas por US$ 670 para serem oferecidas feito refeições a turistas endinheirados.

Este lado de pouco “fair play” das Copas do Mundo de futebol foi escancarado na Alemanha, em 2006, quando nada menos do que 40 mil mulheres foram levadas para os megabordéis quase que patrocinados pela Fifa que foram instalados em caráter excepcional em cidades como Berlim. Naquela ocasião, a exigência foi feita e a Alemanha legalizou sua “indústria sexual”, que funcionou à base de “mão de obra” levada da Ásia, América Latina e do Leste Europeu com promessas de empregos temporários, mas que acabaram se convertendo em escravas sexuais para animar a grande farra capitalista quadrianual regada a dinheiro e futebol.

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PACOTE VIP: 2,3 MILHÕES DE DÓLARES

Escreve Andrew Jennings: Fotos revelam o estilo de vida efervescente que a Fifa oferece ao público endinheirado que vem ao Brasil para a Copa do Mundo. Essa semana, o secretário geral da FIFA, Jerôme Valcke, anunciou que a Maison Taittinger terá exclusividade para abastecer de champanhe os compradores dos pacotes VIP Hospitality.

Essas suítes, em estádios como o Maracanã, custam mais de 2,3 milhões de dólares para todo o campeonato. Esse folheto de propaganda de circulação limitada foi disponibilizado pela FIFA apenas para os 250 indivíduos e empresas mais ricos do mundo, com condições de usufruir a vida nas su’ites milionárias que aparecem nas ilustrações.

De modo chocante revelam que são poucos os consumidores ricos que realmente querem ver o futebol. Enquanto os jogos rolam, eles irão bebericar champanhe em copos flute, falar de negócios e se entreter, todo o tempo de costas para o campo!

As suítes privativas, as mais caras, tem assentos para oito visitantes. O folheto mostra dois deles assistindo ao jogo e os outros seis comendo, conversando e fazendo pedidos ao garçom sem demonstrar o menor interesse pelo espetáculo no gramado.

Os clientes se sentarão em poltronas confortáveis e terão a seu dispor “bar e serviço de alimentação luxuosos, um brinde comemorativo, um kit vip de hospitalidade e serão recebidos por hostesses”.

No Studio Bossa Nova a situação é ainda pior. Ali são 14 visitantes, bebendo, comendo e conversando – mas apenas dois entretidos com o futebol.

Os clientes ainda podem optar por ‘poltronas especialmente acolchoadas’, as Business Seats, com bar de primeira linha e alimentação de alta qualidade.

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HOSTESSES

As hostess são mais do que meras recepcionistas. Elas são uma espécie de cartão de visitas dos estabelecimentos. Por isso mesmo, elementos como beleza, simpatia e personalidade são atributos importantes para quem trabalha no meio.

De uma forma ou de outra, a imagem das hostess acaba se confundindo com a imagem da própria casa em que elas trabalham, e vice-versa.

Apesar do predomínio feminino, existem homens que trabalham na área; são os hosts. Eles desempenham as mesmas funções das hostess, ou seja, tratam os clientes com personalidade.

As hostesses, que vão trabalhar na Copa, são a cara da Fifa, repleta de cartolas ladrões e representantes da pirataria internacional.

Vejam outrros  sinôminos:

Falar sobre hostess é sempre um assunto complicado, como eu já citei um pouco no post sobre Agejo, informa uma blogueira japonesa.

Kyabajo significa “garotas de cabaré” que surgiram no final dos anos 80, no Japão, e também são conhecidas como “hostess”, são meninas que trabalham como acompanhantes de homens muitas vezes mais velhos, não necessariamente oferecendo serviços sexuais.

As Kyabajo são mulheres entre 20 e 30 anos, que trabalham a noite como hostess nos Kyabakura (cabaret clubs).

Geralmente elas são mães solteiras que não conseguem se sustentar apenas com o trabalho diário ou universitárias que precisam pagar suas mensalidades e então viram acompanhantes de homens mais velhos.

As Agejo são derivadas das Kyabajo apenas pelo estilo, mas elas não precisam necessariamente ter filhos ou trabalhar em casas noturnas. A moda Agejo surgiu em outubro de 2006 com a inauguração da revista Koakuma Ageha (que significa algo como “pequeno diabo da noite”)

Bom, mas todo mundo sabe que uma garota numa condição ruim ou com uma boa quantia em jogo pode sim aceitar uma proposta de sexo com um cliente, isso vai da vontade da garota, não necessariamente todas fazem isso!

Por isso muitos estrangeiros pensam em prostituição quando vêem uma gyaru principalmente no estilo Agejo que é um dos mais sexy dentro de gyaru, na verdade é muito difícil para uma pessoa ocidental entender a profissão de Hostess, para quase todo mundo é uma perca de dinheiro pagar para alguém só pra ter companhia!

No Brasil, a prostituição Vip usa vários termos para as garotas de programas e recepcionistas de eventos. Agora, fica valendo a classificação de hoste$$.

O que acontecerá com as meninas e garotos, que neste mundo de bilhões rolando no tapete verde, se ofereceram como voluntários, isto é, para trabalhar de graça, como escravas de gananciosos piratas? A imprensa brasileira fez o maior carnaval: vá correndo se inscrever. Era importante investigar as vítimas voluntárias da Fifa.

Na Copa das Confederações atuaram mais de 20 mil.9.118 pessoas manifestaram interesse em se apresentar no encerramento da competição, no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, no Rio de Janeiro.

Para concorrer não era necessário ter experiência como bailarina. As exigências eram morar no Rio de Janeiro ou em cidades vizinhas e ter disponibilidade para ensaiar no período da noite ao menos três vezes por semana.

Após uma pré-seleção, os papéis de cada um dos voluntários foram definidos em triagem. O espetáculo foi comandado pelo carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros. A abertura em Brasília contou com 2.600 bailarinos e 200 voluntários de suporte, que incluem produção de elenco, figurino, alegorias, gerência de palco e auxiliar de produção. Fonte: Agência Brasil

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TSE deseja consulta popular este ano?

Custa mais de R$ 500 milhões

por Iolando Lourenço e Renata Giraldi

Colaborou Débora Zampier

Agência Brasil

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estima que a realização de uma consulta popular sobre a reforma política poderá custar cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos, caso a convocação ocorra ainda este ano. A previsão leva em conta números atualizados das últimas eleições municipais, realizadas em 2012, que custaram R$ 395 milhões, uma média de R$ 2,81 por eleitor. [Este custo teve uma auditoria independente?  Tudo na justiça fica acima do teto].

Além dos R$ 500 milhões estimados pela Justiça Eleitoral, há despesas também com a publicidade para esclarecimento do eleitorado nas emissoras de rádio e televisão, assim como na mídia impressa e online.  No ano passado, a produção da campanha Voto Limpo, para veiculação gratuita em rádio e televisão, custou R$ 2,8 milhões ao TSE. [Pagou caro. Me dê este dinheiro que faço um longa metragem]

Uma vez definido o modelo de consulta, a empresa responsável pela publicidade precisa de pelo menos 30 dias para preparar o material [Trata-se de uma empresa incompetente. Fica minha sugestão: que as agências de publicidade e os estudantes das faculdades de Comunicação apresentem projetos. As agências costumam super faturar para os três poderes. Digo como ex-dono de agência, com várias campanhas realizadas, e como ex-professor de propaganda política, de publicidade comercial e de comunicação governamental].

É necessário também calcular os custos relativos ao deslocamento de eleitores em áreas distantes do país, principalmente no meio rural. [Quem paga o transporte nas eleições? Isso não é proibido?] A consulta popular poderá ficar mais cara devido ao aumento do eleitorado e à necessidade de reforçar a segurança nos locais de votação, resultado dos protestos recentes que tomaram o país. Em 2012, os gastos com a Força Nacional somaram R$ 24 milhões [Uma disputa eleitoral é diferente. Existem bandos de corruptos que disputam os cargos. Eles brigam e matam para possuir os rentáveis negócios de uma prefeitura, por exemplo].

O Executivo sugeriu como possíveis datas os feriados de 7 de Setembro ou 15 de Novembro, mas ainda há a opção de realizar a consulta com as eleições presidenciais do ano que vem, reduzindo custos. Em 2010, os acrianos votaram em referendo sobre o fuso horário local no segundo turno das eleições daquele ano. [Acontece que o povo já esperou demais pelas reformas no judiciário, no executivo, no legislativo.

Na Agência Brasil, para escrever uma notícia de cinco parágrafos são precisos três jornalistas. Parece a justiça eleitoral, que trabalha nos anos ímpares. E, possivelmente, paga horas extras nos anos pares

As elites brasileiras têm mais medo de plebiscito e referendo, que o diabo da cruz.

Parece que o TSE, pela primeira vez na sua história, teme os gastos com uma consulta popular].

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Vandalismo. DINHEIRO PELO RALO

por Vittorio Medioli 

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Vandalismo, insistem esses baderneiros, é jogar dinheiro pelo ralo. Barbaridade é ter uma carga tributária escandinava para manter uma classe de políticos que se trancam dentro do Congresso e votam às pressas, agora, aquilo que era negociado anteriormente por benesses e nomeações.

Barbárie, gritam, é deixar escola sem carteiras e professores sem condições de dar aula.

Outro vandalismo seria nomear ministro do STF para dar impunidade a mensaleiros que nunca irão para cadeia; eleger presidente do Congresso que já foi cassado do mesmo cargo por improbidade e corrupção; primitivismo é tratar de cura gay, sem atar a camisa de força para os deputados a favor.

Vândalos são esses gringos que chegam de países ricos e ditam como se gasta R$ 30 bilhões para uma Copa, com um custo médio de R$ 800 milhões por estádio, construídos em apenas 30 meses. Enquanto isso, com creches não se gastou mais que R$ 50 milhões.

Hediondo é permitir que a Fifa, presidida por acusados de ladroagem, chegue a ter importância de papa.

Vandalismo é demolir uma potência como a Petrobras, arrasar o setor de etanol, combustível limpo que poderíamos ter em abundância.

Vandalismo é abandonar estradas e BRs, possibilitando um extermínio nas crateras que se abriram em todo o Brasil.

 

Nota do redator do blogue: Vamos encontrar vândalos nos três poderes.

Temos que destacar o vandalismo da justiça tarda e falha. Que não prende os corruptos. Que assina despejos e precatórios. E concede habeas corpus nas coxas. Como aconteceu com o “capo” Daniel Dantas.

O Brasil está repleto de condenados milionários soltos… Cito como exemplo a quadrilha do juiz Lalau. Enfim, este país precisa tirar de circulação os vândalos, para o povo poder escapar do inferno.

 

 

 

VANDALISMO DE VERDADE

por Vittorio Medioli

 

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Vandalismo, dizem os vândalos e os despolitizados, é deixar milhões de brasileiros correndo desesperadamente de um posto de saúde a outro sem encontrar atendimento, hospitais lotados em seus corredores, com falta de médicos, leitos e material.

Vandalismo entre esses arruaceiros é considerado deixar um idoso sentado numa cadeira escancarada por 24 horas tomando soro até ruir aos pés dos filhos que choram, apenas choram. Deixar um enfartado morrendo numa maca suja; “internar” pacientes em colchonete estendidos no chão, sem fraldas, lençóis; aguardar 15 dias para recompor uma fratura exposta que leva a amputação. Não ter fio cirúrgico e álcool, remédios e o básico.

Outro vandalismo que as ruas comentam é não ter creches para crianças que vivem em ambientes insalubres e imundos; vandalismo de Estado é prometer 6.300 creches em quatro anos e depois de 30 meses ter apenas um número insignificante e, portanto, não informado. Barbaridade é ter 39 ministérios inúteis e criar mais um para abrigar Afif Domingos, um dublê de empresário, mas assim mesmo merecer seu kit de jato-executivo, cartão corporativo, residência oficial e um sem números de assessores e serviçais. (Continua)

 

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A propósito de vandalismos

por Vittorio Medioli 

É realmente deplorável assistir a atos de vândalos que queimam carros, quebram vidraças, saqueiam lojas e, mais ainda, ver jovens arriscando-se sob chuva de bombas lacrimogêneas, mesmo aqueles pacíficos em seu direito de se manifestar que, atingidos na cabeça, podem ser mortos ou ter um olho esmagado por uma bala de borracha. Balas que se usam apenas em países incivilizados ou ditaduras. O vandalismo coloca em risco policiais, também insatisfeitos e inocentes, ao soldo de governantes que não elegeram.

O vandalismo mostrado nas telas, e comentado com desgosto e semblante fechado, revolta muita gente em suas casas. Deplorável a quebra de vidraças do Palácio do Itamaraty, em Brasília. Ninguém concorda com isso. Agredir uma obra de arte projetada por Oscar Niemayer, admirada internacionalmente e que conserva obras de artistas famosos, despertou ao vivo as preocupações de milhões de pessoas. Um prédio tão genial, inspirador de milhares de outros em todo o planeta, palácio que hospeda a câmara dos botões do sistema diplomático do Brasil.

Depois ouvi dizer que vandalismo com o patrimônio e o dinheiro público é ter aberto, nos últimos dez anos, cerca de 50 novas embaixadas que se reportam a esse Itamaraty, a maioria em países exóticos e paradisíacos, dotadas com um mínimo de 25 funcionários. Nelas o embaixador mais simples ganha R$ 50 mil, o mais estrelado, R$ 70 mil, o funcionário de nível inferior, cerca de R$ 25 mil, entre o salário propriamente dito e as “verbas”. O custo de uma embaixada, segundo os dados que se podem encontrar fora da caixa-preta do Itamaraty, aponta um mínimo de R$ 10 milhões a cada ano por uma embaixada de menor porte. Nessa categoria se enquadra uma dúzia em paraísos caribenhos cercados de mar azul e fora da rota turística. Hoje o Brasil possui 92 embaixadas megalomaníacas cobiçadas por aliados e partidários que procuram o “dolce” e bem-remunerado “far niente”.

São Vicente e Granadinas (população de 121 mil), Santa Lúcia (162 mil), São Cristóvão e Nevis (51 mil), Barbados (279 mil), Antígua e Barbuda (88 mil) por um total geral de 701 mil habitantes, na mesma região, provavelmente custam mais de R$ 50 milhões por ano.

Transcrito O Tempo/ Tribuna da Imprensa/ Continua

 Notas marginais do retador do Blogue:
SÃO VICENTE E GRANADINAS
É um país das Caraíbas localizado nas Pequenas Antilhas. Sua cidade mais populosa é  Kingstown, com 24 mil e 518 habitantes.
sao vicente
Localização de São Vicente e Granadinas
Localização de São Vicente e Granadinas
SANTA LÚCIA
É um país insular das Pequenas Antilhas, no Caribe, próximo à MartinicaSão Vicente e Granadinas e Barbados. Seu nome foi dado por Cristóvão Colombo, que ali esteve, em 1502.
Castries sua cidade mais populosa: 12 mil 980 habitantes.
Santa Lúcia, considerada o quinto melhor lugar do mundo para passar a lua de mel
Santa Lúcia, considerada o quinto melhor lugar do mundo para passar a lua de mel
Santa Lucia, considerada o quinto melhor lugar do mundo para passar a lua de mel
Santa Lucia, localização
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SÃO CRISTÓVÃO E NEVIS

Federação de São Cristóvão e NevesNevis ou Névis é um Estado soberano do Caribe ou das Caraíbas, mais propriamente parte das ilhas de Barlavento, e constituído pelas ilhas de São Cristóvão e Nevis. É também o menor país das Américas em extensão territorial e em número de habitantes.

A capital e sede do governo do Estado federado é Basseterre, com 12 mil e 920 habitantes, na ilha de São Cristóvão. A ilha menor, Neves, situa-se a três quilómetros de São Cristóvão, ficando esta separada por um estreito pouco profundo a que localmente se chama The Narrows.

 Basseterre
Vista de Nevis, a partir de São Cristovão
Vista de Nevis, a partir de São Cristovão
Localização de São Cristóvão e Nevis (em verde) no Caribe
Localização de São Cristóvão e Nevis (em verde) no Caribe

BARBADOS

 É o país mais oriental das Caraíbas (Caribe), situado no Oceano Atlântico, a leste de Santa Lúcia e de São Vicente e Granadinas, na área conhecida como Índias Ocidentais. Sua capital é Bridgetown, com 98 mil e 511 habitantes.

Conquistada pelos espanhóis em 1492, foi visitada pelos portugueses de 1536 até 1625. Nesta data foi reclamada pelos britânicos em nome de Jaime I de Inglaterra.

Manteve-se como colónia britânica até 1966.

Bridgetown

Localização de Barbados
Localização de Barbados

ANTÍGUA E BARBUDA

É constituído por 37 ilhas situadas entre o mar do Caribe (mar das Caraíbas e o Oceano Atlântico. É constituída por duas grandes ilhas, Antiga e Barbuda, e outras seis ilhotas: Great Bird, Green, Guinea, Long, Maiden e York; além de outras 29 ilhotas desabitadas. Separada por poucas milhas marítimas, o arquipélago faz parte das ilhas de Barlavento das Pequenas Antilhas, na América Central.

Os primeiros habitantes das ilhas surgiram há cerca de 4 400 anos. Em 1493, elas foram conquistadas por Cristóvão Colombo que as batizou, e colonizou em nome do reino da Espanha. Tal estatuto durou até 1667, quando foram vendidas à Grã-Bretanha, tendo estado sob soberania britânica até à sua independência em 1981.

St Johns, Antiga
St Johns, Antiga
Localização de Antígua e Barbuda
Localização de Antígua e Barbuda

PARIS, DOCE TURISMO

O Itamaraty chegou a pensar em criar uma embaixada na Martinica. Cobiça pirata desvanecida, quando um assessor de imprensa avisou que a Martinica continua colônia francesa.

Quando começaram as ondas de protesto, estavam em Paris Dilma, Geraldo Alckmin, Sérgio Cabral, os prefeitos de São Paulo, de Santa Maria do beijo da morte na boate Kiss, e mais três G-8 e respectivas cortes.

Sérgio Cabral só vive lá, lá em Paris, desejoso de ficar lá de vez, como embaixador, depois de deixar o governo do Estado do Rio de Janeiro em 1 de janeiro de 2015. Ele sonha colocar o pezão lá, para continuar um vida “merecida” de luxo e repentina riqueza.

Misterioso mesmo é que não existe nenhum mapa com as ilhas do Brasil, classificadas em oceânicas, marítimas e fluviais. O Brasil não tem mar, isso é verdadeiro. Falso, enganador é informar que o Brasil possui poucas ilhas, que são dadas como concessões pelo governador geral das ilhas, de identidade desconhecida.

Os donatários das ilhas doadas possuem luxuosas moradias. Coisa de faraó. Ou vendem as outorgas por vários bilhões de dólares a piratas de várias bandeiras.

As ilhas são paraísos aqui na terra. Esse vandalismo constitui um perigo para a soberania nacional. Ninguém sabe o que existe e o que acontece nas ilhas.

Fonte: Wikipédia/ Google

As reivindicações sociais não têm sido ouvidas ou acatadas. “Temos uma série de liminares que foram apreciadas diretamente pela presidência do Tribunal de Justiça, que derrubou todas as que tiveram parecer favorável dos juízes de primeira instância”

Flávia Villela (Agência Brasil)

O Comitê Popular da Copa e das Olimpiadas do Rio de Janeiro está organizando uma manifestação para domingo, no entorno do Maracanã, estádio que as seleções do Brasil e da Espanha disputam, a final da Copa das Confederações. As entidades que compõem o comitê vão protestar, sobretudo, contra o processo de urbanização do Rio de Janeiro para os dois megaeventos, que, segundo elas, envolveu remoções forçadas e violação de direitos humanos, e contra a privatização do Maracanã.

Hoje, em entrevista coletiva, os coordenadores do ato informaram que a concentração será na Praça Saens Peña, a cerca de 1 quilômetro  do Maracanã, de onde os manifestantes se dirigirão ao estádio. Depois de anunciarem suas reivindicações, eles vão se dispersar na Praça Afonso Pena, no mesmo bairro.

O movimento reivindica, sobretudo, a interrupção do que chamaram de elitização e privatização do Maracanã, fim do processo de demolição do Parque Aquático Julio De Lamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros, que fazem parte do complexo desportivo do Maracanã, e da Escola Municipal Friedenreich, no entorno da arena.

“O Maracanã agora só tem 75 mil lugares, as áreas VIPs [áreas exclusivas] se multiplicaram, e o preço das entradas subiu muito. Além disso, estão retirando pessoas pobres das áreas centrais e nobres para lugares mais distantes, e tudo isso com recursos públicos para os jogos”, lamentou Cosentino. “Estão transformando o Maracanã em um shopping. O Julio De Lamare e o Célio de Barros eram aproveitados diariamente por cerca de 10 mil pessoas que ali se exercitavam, usando-os como equipamentos de saúde. Tirar esses espaços para transformá-los em estacionamento, que é a proposta do projeto de privatização, é um absurdo”, completou.

Gustavo Mehl, também integrante do Comitê Popular da Copa no Rio, lembrou que protestos paralelos ocorrerão durante todo o domingo em outras áreas da cidade. Ele espera que as manifestações pressionem as autoridades para que ajam de forma mais transparente e democrática, já que, pelas vias legais, as reivindicações sociais não têm sido ouvidas ou acatadas. “Temos uma série de liminares que foram apreciadas diretamente pela presidência do Tribunal de Justiça, que derrubou todas as que tiveram parecer favorável dos juízes de primeira instância.”

(Transcrito da Tribuna da Imprensa)

“A reação da polícia foi além do necessário”, diz presidente da Fenaj sobre protestos. 53 jornalistas presos ou agredidos. 25 casos em São Paulo

Segundo dados da Abraji (Associação Nacional de Jornalismo Investigativo), houve 53 casos de violência contra 52 jornalistas. Desses casos, 34 foram de agressão por parte da polícia, seis casos de prisão, 12 por parte de manifestantes e um caso onde o agressor não pode ser identificado. São Paulo é apontada como a cidade onde ocorreu o maior número de casos, cerca de 25.
O repórter fotográfico do Terra, Fernando Borges, foi detido no quarto dia de protestos (13/6), em São Paulo. Ele estava indo cobrir o protesto na Praça do Patriarca quando foi abordado por um PM. Apesar de ter se identificado como profissional da imprensa, os policiais decidiram levá-lo para a delegacia.

Borges foi levado a uma unidade da PM onde estavam outras pessoas que seriam levadas para a delegacia, mas aguardavam a chegada das viaturas. Após esperar 40 minutos, ele se apresentou novamente como fotógrafo para alguns policias que decidiram liberá-lo.

“A polícia estava, indiscriminadamente, atirando em todo mundo. Não sei se eles sabiam se estavam atirando em jornalistas. Os protestos estavam sendo tratados como manifestações de vândalos até esse dia [quinta-feira (13/6), quarto dia de protestos] em que muitos jornalistas foram agredidos”, diz o fotógrafo.
Borges cobriu todos os protestos e afirma que, após ser detido, teve receio de cobrir a manifestação seguinte. No entanto, ressalta que após o quarto protesto, que para ele foi o mais violento, o tratamento da mídia mudou e, junto da mobilização nas redes sociais, fez com que os policiais fossem menos violentos, tornando o movimento mais pacífico.
Crédito:Divulgação
Repórter fotográfico foi uma das vítimas da violência da PM

“No geral, são poucos [veículos de comunicação] que se mantiveram desde o começo com o mesmo tipo de cobertura, traçando os atos de vandalismo como algo separado do protesto geral. Mas, com certeza, [o fato de muitos jornalistas serem agredidos] foi o que motivou a mudança de abordagem da mídia em geral”, disse o fotógrafo.

O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Celso Schröder, diz que “a reação da polícia paulista foi além do necessário e mirou, nitidamente, boa parte dos jornalistas. Os jornalistas agredidos não foram agredidos por acaso, não foram agredidos no meio do momento. Eles foram perseguidos, foram mirados, foram buscados. Houve uma metodologia na agressão”.
Schroder diz que também houve violência contra os jornalistas por parte do movimento. O motivo disso é que muitas pessoas confundem os jornalistas com as empresas em que eles trabalham. Ele ainda afirma que existem algumas pessoas que são “sabotadores” dentro do movimento. “Isso não faz parte da crítica legítima que boa parte da sociedade brasileira tem contra a mídia nacional”, diz o presidente da entidade.
“É preciso lembrar que jornalistas brasileiros estiveram envolvidos diretamente na redemocratização do país. Jornalistas brasileiros deram a vida em prol da democracia”, afirma Schröder.

“A Fenaj tem puxado esse debate ao longo das últimas décadas, pois precisamos resolver essa concentração de mídia no país que é impensável em um país democrático. Mas não é agredindo e negando o jornalismo, ao contrário, é afirmando o jornalismo e os jornalistas que nós vamos conseguir avançar nesse sentido”, acrescentou.

“Não podemos confundir melhorar o jornalismo com acabar com o jornalismo. Há um limite bem definido entre a crítica a um jornalismo mal feito, a um jornalismo partidário, um jornalismo conservador, um jornalismo imprudente e uma adesão ao não jornalismo. Isso seria uma situação que coincidiria com os piores momentos da história da humanidade”, ressalta Schröder. “A sociedade tem que reafirmar o jornalismo como um elemento civilizatório, de garantia da liberdade”, acrescentou.
O presidente da Fenaj ainda diz que não é de hoje que acontecem atos de violências contra jornalistas e que a entidade já havia denunciado isso, pedindo uma ação do governo. “Há esse aumento de violência contra jornalistas no país e precisamos enfrentar isso com algumas medidas: as empresas precisam garantir proteção para seus empregados, precisam disponibilizar equipamentos de segurança, treinamentos, precisamos de uma centralização das investigações. O problema é complexo e não se resolve com gravata e meia dúzia de bandeiras. É preciso ações muito claras”, finaliza. Portal Imprensa

Jornalistas atacados e detidos durante protestos no Brasil

* Brasil um dos países mais perigosos para jornalistas
* Décimo pior país no Índice de Impunidade
* Nomeado para Lista de Países de Riscos do CPJ

Artesenal fotógrafo censura jornalista imprensa

Pelo menos 25 jornalistas disseram que foram atacados ou brevemente detidos enquanto cobriam os protestos que se espalharam por todo o Brasil. (AFP/Tasso Marcelo)

Nova York, 21 de junho de 2013 – Pelo menos 25 jornalistas relataram terem sido atacados ou detidos durante os protestos que varreram o Brasil nas duas últimas semanas, crescendo do descontentamento em São Paulo sobre aumentos de tarifa de transporte público para as manifestações mais amplas em todo o país contra as políticas do governo.

“Os jornalistas que cobrem os protestos em massa no Brasil estão realizando uma funçãodemocrática fundamental, informando os cidadãos brasileiros sobre eventos de profundo interesse público”, disse Carlos Lauria, coordenador sênior do programa do CPJ para as Américas. “Tanto a polícia como os manifestantes devem respeitar o seu trabalho e permitir que continuem exercendo a profissão sem interferência. As autoridades devem garantir asegurança de todos os jornalistas que cobrem os protestos e deve investigar minuciosamentetodos os ataques”.

Pelo menos 15 jornalistas informaram terem sido atacados no dia 13 de junho quando a polícia militar reprimiu os manifestantes em São Paulo, de acordo com a associação local dejornalistas investigativo ABRAJI. Dois foram atingidos no olho com balas de borrachadisparadas pela polícia. Reportagens relatam que tanto Giuliana Vallone, repórter da Folha de S. Paulo, como Sérgio Andrade da Silva, fotógrafo para Futura Press Agency, foram internados por suas lesões oculares.

Pedro Vedova, repórter da GloboNews, disse que foi atingido na cabeça por uma bala de borracha disparada pela polícia enquanto cobriam protestos na cidade de Rio de Janeiro em 20 de junho, de acordo com reportagens da imprensa. Ele buscou tratamento em um hospital local por uma ferida na testa, segundo as informações. Um oficial de segurança, em 19 de junho, desferiu socos e chutes em Vladimir Platonow, repórter da Agência Brasil, em um terminal de ônibus em Niterói, Rio de Janeiro, onde o jornalista foi documentar os manifestantes que fugiam da polícia, de acordo com reportagens da imprensa. Platonow não foi hospitalizado por quaisquer ferimentos. Um porta-voz do terminal de ônibus disse que o agressor não era funcionário da empresa.

Policiais militares também detiveram pelo menos cinco jornalistas que cobriam os protestos. AABRAJI informou que Piero Locatelli, repórter da revista Carta Capital, e Fernando Borges,fotógrafo de Terra, foram detidos no dia 13 de junho, e Leandro Machado, repórter do diário nacional Folha de S.Paulo, e Leandro Morais, fotógrafo do site de notícias Universo Online,foram detidos em 11 de junho. Segundo reportagens, Pedro Ribeiro Nogueira, repórter do sitePortal Aprendiz, que havia sido detido em 11 de junho, foi libertado após ter sido mantido preso por dois dias.

Jornalistas, principalmente aqueles que trabalham para grandes redes de TV, incluindo a Globo, também foram alvo de manifestantes que criticaram a cobertura dos eventos.Reportagens informaram que em 17 de junho, Caco Barcellos, repórter da Globo, foi cercado por manifestantes em São Paulo, que o impediram de cobrir a manifestação. Em 13 de junho, os manifestantes atiraram pedras em Vandrey Pereira, também repórter da Globo, forçando ojornalista a deixar o protesto, segundo a imprensa.

imprensa noticiou que em 20 de junho, os manifestantes atearam fogo em veículos dasredes de TV SBT, no Rio de Janeiro, e TV Bandeirantes, na cidade de Natal, e que em 18 de junho, os manifestantes jogaram vinagre no rosto de Rita Lisauskas, jornalista da TV Bandeirantes. As notícias não relataram ferimentos graves. A imprensa também informou que os manifestantes atearam fogo em uma van pertencente à rede Record de televisão em 18 de junho em São Paulo.

Um aumento acentuado da violência letal ao longo dos últimos dois anos tornou o Brasil um dos países mais perigosos para jornalistas em todo o mundo, segundo a pesquisa do CPJ. Em 2013, o Brasil foi o 10 º pior país no Índice de Impunidade do CPJ, que destaca os países onde os jornalistas são assassinados regularmente e os assassinos em liberdade. O país também foi nomeado para Lista de Países Riscos do CPJ, que identificou 10 locais onde a liberdade de imprensa sofreu em 2012.

  • Para mais informações sobre o Brasil, visite a página do CPJ sobre o país.

Para um jornalista brasileiro, a dura realidade após o exílio

CPJ

 

por Mauri König/ CPJ

 

Sempre fui convicto de que o jornalismo é um instrumento transformador de pessoas e de realidades. Creio nesse ofício como um meio de mudanças, ainda que isso implique em algum risco. Já fui espancado quase à morte e tive de mudar de cidade em outra ocasião por ir ao limite de minhas possibilidades em busca da verdade em que acredito. Mas nada é mais triste do que o terror psicológico imposto por um inimigo onisciente e onipresente. Um inimigo invisível que se esconde no anonimato e é capaz de nos tirar o convívio da família e a liberdade de movimentos.

Não imaginei chegar a esse nível de tortura psicológica ao coordenar a equipe da Gazeta do Povo que revelou a corrupção na Polícia Civil do Paraná, um dos estados mais ricos do Brasil. As ameaças de metralhar minha casa se estenderam à minha família. Durante cinco dias tivemos de mudar de hotel várias vezes, protegidos por guarda-costas. Meu filho de 3 anos foi quem mais sofreu com a rotina de tensão e medo. Minha mulher se recusou a ir comigo para o exílio no Peru. Preferiu ficar distante de mim, o alvo das ameaças. Não a julgo. Ela pensou antes na segurança do nosso filho.

Durante dois meses fui acolhido em Lima graças à generosidade do Comitê de Proteção aos Jornalistas e do Instituto Prensa y Sociedad, com apoio da Gazeta do Povo. Esse exílio forçado me levou a mil reflexões. Como é difícil tomar decisões quando se está sozinho, longe de casa. Mas era preciso tomar decisões, ainda que por e-mail ou pelo Skype. Foi assim, à distância, que recebi de minha mulher a notícia de que ela ficaria de vez na cidade onde se refugiou após as ameaças. De volta ao Brasil, tento aceitar a distância de mais de mil quilômetros do meu filho.

Vejo com uma boa dose de angústia a repetição de um drama pessoal. Em 2003, tive de me mudar de Foz do Iguaçu para Curitiba por causa de ameaças após uma reportagem revelando o consórcio do crime formado por policiais e ladrões de carros na fronteira do Brasil com o Paraguai. A mudança me impôs uma distância de 700 quilômetros dos meus dois filhos mais velhos, do primeiro casamento. Nada mais triste do que um pai não poder desfrutar do convívio com os filhos, não poder acompanhar seu crescimento. Uma história que agora se repete com meu filho mais novo.

A intenção com essas reportagens era revelar o que as pessoas têm o direito de saber, de forma a plantar uma semente de indignação em cada uma delas, para que cada uma, dentro de suas possibilidades, pudesse fazer algo para melhorar a realidade de todos à sua volta. Eu só não imaginava que isso fosse impactar de forma tão negativa a realidade das pessoas mais próximas a mim. Espero, sinceramente, que ninguém mais precise pagar um preço tão alto por acreditar que o jornalismo é um instrumento para melhorar nossa realidade, por revelar injustiças, delatar governos corruptos, expor uma polícia arbitrária.

 

Oleg Dergachov
Oleg Dergachov

Os jornalistas acharam linda a pobre seleção do Taiti. Por quê?

por Moacir Japiassu

 

Nossos jovens narradores e comentaristas esportivos adoraram a presença da seleção do Taiti entre os grandes, mas Janistraquis, veteraníssimo de muitos outros episódios futebolísticos pela vida afora, pede licença para expressar seu sentimento de discórdia:

“Será que é mesmo com o coração de Mamãe Joana que deveremos avaliar a presença dos taitianos, com seus 24 gols contra e apenas um a favor?

É algo comovente, reconheço, o comportamento de abundosa alegria daqueles que praticam um futebol indigente e que a incúria dos cartolas tentou transformar em atração turística nesta Copa das Confederações.

Na verdade, o grandioso gesto o que fez foi destruir a luta dos craques pela artilharia da competição, pois não há de merecer respeito quem enfiou 4 ou 5 gols num adversário inopioso.

Nossos jornalistas esportivos vivem a repetir que futebol é coisa séria, mas são os primeiros a jogar a razão para escanteio diante do mais extravagante apelo à  pieguice. Nota zero para todos eles.”

Meu desabusado amigo e assistente de trabalho está coberto de razão; afinal, se o futebol deixou de ser a tal “coisa séria” que sempre apregoou, o jornalismo esportivo deveria continuar a merecer algum respeito.

tati - jiSeleção de futebol do Taiti é destaque no ‘Jornal da ImprenÇa’ (Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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