Os empregos de mensageiro e testemunha

 

 

Fala-se muito em Liberdade de Imprensa, mas nenhuma redação no Brasil tem autonomia para selecionar as mensagens. A política editorial é imposta pelo patronato, via o mando abusivo dos capatazes que exercem cargos de chefia, cargos preenchidos pelos empregados da máxima confiança.

A primeira vez que falei de Estatuto de Jornalismo no Comunique-se, fui tachado de utópico, um velho Dom Quixote, (di)vagando na internete.

Os jornalistas sempre aceitaram que a opinião fica para o editorial. Que não leva assinatura. E deixa a dúvida se escrito pelo patrão analfabeto ou pelo diretor responsável.

No Brasil foi determinado que o jornalista não pode expressar opinião. É bicho que não pensa.

Relata o que viu, com a máxima objetividade, sendo apenas uma testemunha ocular da história, a frase safada repetida na abertura do Repórter Esso.

Ou transcreve, com a máxima fidelidade, o que lhe foi dito.

Um pau-mandado que, muitas vezes, desconhece o nome do proprietário, do amo, como acontece com os jornalistas que trabalham nas rádios, televisões, concessões do governo para laranjas. Idem no jornalismo on line.

Não existe liberdade sem direitos.

Quais são os direitos do jornalista brasileiro? Nenhum dos direitos fundamentais dos jornalistas portugueses, para um exemplo:

ESTATUTO DO JORNALISMO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Artigo 6.º

Direitos

Constituem direitos fundamentais dos jornalistas:

a) A liberdade de expressão e de criação;

b) A liberdade de acesso às fontes de informação;

c) A garantia de sigilo profissional;

d) A garantia de independência;

e) A participação na orientação do respectivo órgão de informação
______

O jornalista brasileiro é pau para toda obra, mas não oferece nenhum pitaco na política editorial. Meteu-se a besta vai pra rua.

Adestrado, submisso, conhece o seu lugar: quem deseja opinar, que compre um jornal.

“Fui demitido como incompetente do JC”, desbafa o cineasta Celso Marconi Lins

Escreve o jornalista Ricardo Antunes: Um dos nosso maiores jornalistas da “velha guarda”, crítico e cineasta fez revelações inéditas sobre sua passagem pelo jornalismo impresso.

Aos 83, Celso Marconi Lins participou da chapa de oposição ao Sindicato, liderada por Talis Andrade, e diz como sobreviveu depois que saiu do jornal. Vale a leitura. Aqui

Últimos escritos de Gleydson Carvalho, jornalista assassinado no Ceará

Radialista Gleydson Carvalho 1

Em Martinópole tem gente soltando foguete por conta do 1º lugar em acompanhamento do Bolsa Família

E o Bolsa Família é de vocês? Então quando cancelam um beneficio a responsabilidade é de vocês?
Ah, deve ser assim; Quando a notícia é boa eles dizem que foram eles quem fizeram, quando é ruim foi o Governo Federal.
Assim é muito bom, se apropriar do sucesso aleio para disfarçar a própria inoperância e incompetência.
Quero ver o Martinópole sendo 1º lugar em atendimento médico nos postos de saúde, que são de inteira responsabilidade da prefeitura.
São dois Martinópole, o REAL e o da internet.

***

O rei e a rainha. Soube que ontem foi a maior baixaria em Senador Sá, os caras querendo ocupar a força uma praça que está em reforma, deu até polícia.
Engraçado, em Martinópole até pra vender pipoca tem que pedir autorização, aí os caras chegam em Senador Sá e querem mandar e desmandar, como é que pode?
O engraçado é que o rei, o príncipe e a rainha mor foram lá fazer pressão.
Até diziam, ” É muito absurdo! Como é que pode?” da vontade de rir da hipocrisia desse povo.
Pode ser que agora depois que sentiram a humilhação na pele, eles se compadeçam do povo de Martinópole e deixem de ser tão arrogantes.

***

Uma puta velha. Estava eu aqui pensando, “Luciano”… Luciano… Quem é Luciano???
Ah, lembrei! É um fulano de tal que ocupa cargo de confiança e passa o dia bajulando o prefeitão e a trupe dele…
Luciano deixa de ser babão, deixa de ser mentiroso.
Quem é você? Que moral você tem?
Cara você está na folha, tem moral de nada não.
Teu bloguizão que só Deus é quem sabe como é que se sustenta, porque dizer que as Casas Bahia anuncia no teu blogue é ser muito inocente, pra não dizer, mentiroso. Teu bloguizão que tem o moral de preá armado com uma tampa de refrigerante na porta de um clube, não escreve uma linha a favor do povo de Martinópole, você só serve de menino de recado para defender o indefensável…
É ser muito cara de pau.
Aí vir querer dá uma de madre Tereza pra cima me mim?
Dizendo que não sei o que é ser pobre?
Canalha você me conhece de onde?
Perdi meu pai aos 14 anos, tive que trabalhar de faxineiro para ajudar em casa, já vendi picolé, fui carroceiro, garçom, vendedor ambulante, camelô, continuo, já morei de favor muitas vezes, já passei muita fome, aí um merda desses vim dizer que não conheço o sofrimento do povo?
Deixa de ser mentiroso. Trabalhei, estudei, e hoje tenho um pouco de conforto, tudo graças a bondade de Deus e ao meu trabalho. Trabalho 14 horas por dia, e por isso, digo e repito, não preciso de prefeitura pra nada, pra mim é uma zero a esquerda.
Quanto aos teus amigos que não me conhecem diga pra eles, já que você se coloca na situação de menino de recado, que não me misturo com qualquer um não, quero é distancia da mesa dos escarnecedores.
Aproveita teu momento de preocupação com o povo e faz um tur pelos postos de saúde e posta às fotos, aproveita e posta também onde é que os funcionários cedidos por outros órgãos e cidades estão lotados. Faz uma matéria especial denunciando o gravíssimo crime que um pipoqueiro cometeu que não pode entrar em um estabelecimento publico para vender seus produtos. Outra pauta, investigar de onde saiu o dinheiro para fazer chitão em Senador Sá, porque só você não percebeu a coincidência das atrações.
Uma puta velha dessa querendo dá uma de moça.
É muita falta de absurdo.

***

Urna prenha. Justiça Eleitoral intima prefeito de Martinópole por captação ilícita de sufrágio.
Traduzindo: “Por compra de votos”

***

Eu sonho com um Brasil melhor pra todos!
Onde nossos filhos e filhas possam crescer e ser felizes.
Sonho com um país que cuida dos seus filhos os respeita e os acolhe como mãe gentil.
Sonho com um Brasil onde o povo não se vende e não se deixa enganar, onde o cidadão tem consciência dos seus direitos e pleno direito de reivindica-los.
Eu sonho! Mas infelizmente enquanto as leis forem brandas com os corruptos, enquanto o nosso povo não aprender a votar, não aprender a exigir serviços básicos, como saúde, educação, segurança, direito de viver, e tantos outros…
Meu sonho de ver um país melhor ficará mais distante, mais utópico.
Às vezes fico angustiado com tantas notícias ruins, com tanta maldade, intrigas, corrupção, falsidade, deslealdade, falta de humanidade e de amor ao próximo.
Todos os dias quando sento em frente ao computador para produzir meu programa, sinto-me triste em ter que ser o porta voz de tantas notícias ruins, às vezes meu sentimento de indignação ultrapassa o dever de apenas informar, em determinados momentos, sinto a necessidade de expressar como cidadão que sou, o sentimento de revolta que tenho a convicção que muitos que me ouvem sentem e não tem onde expressa-lo.
É revoltante saber que nesse momento em que escrevo essas singelas linhas, existam muitos desviando o dinheiro público da saúde, da merenda escolar, o dinheiro que poderia está sendo aplicado para matar a cedo do nosso povo, e que ao invés disso, é utilizado para o enriquecimento ilícito de poucos, para bancar o luxo de alguns canalhas que se aproveitam dos cargos que ocupam para saquear o nosso povo.
Eu sonho com um Brasil melhor pra todos!
Conclamo a todos, vamos sonhar! Sonhar que um dia as coisas possam mudar.
Sonhar que um dia nossos irmãos terão a consciência de que aquele presente que recebem na véspera das eleições irá custar um posto de saúde no seu bairro, merenda de qualidade na escola do filho e tantos outros serviços essenciais para todos nós.
Sonhemos com um Brasil melhor.

***

Gleydson Carvalho,  jornalista e radialista, brasileiro nascido no Ceará e que daqui não saio nem no último pau de arara.

Cláudia Cruz é tão interesseira e corrupta quanto seu marido

Um típico (e cafona) casal da elite brasileira que provavelmente se entende muito bem, dentro e fora de suas escandalosas falcatruas

Ardilosa
Ardilosa

por Nathalí Macedo

Cláudia Cruz precisa de defensoras?

Ela é linda, letrada, rica e, ao que me consta, plenamente capaz de fazer escolhas inteligentes. Casou-se com um homem influente e poderoso – apesar de sórdido – e trocou o trabalho como jornalista por uma vida de mordomias, entre viagens a Miami e contas milionárias na Suíça.

Mesmo feminista declarada e cônscia de minhas próprias convicções, afirmo: Cláudia Cruz não precisa da minha intercessão.

Acho lamentável e irracional que, havendo tantas demandas importantes para a militância feminista – como o último projeto vergonhoso do próprio Cunha, que dificulta o atendimento de mulheres vítimas de estupro – ainda se fale que é injusto, machista ou misógino acusar Cláudia de ser tão interesseira e corrupta quanto seu marido. Ela, que, a essa altura, está jogando tênis em alguma academia caríssima ou numa sessão de peeling facial enquanto mulheres se digladiam para manter intacta a sua reputação de moça honesta que se casa por amor.

O meu feminismo não se presta a isto. Não porque mulheres bonitas não sejam capazes de se casar com quem quer que seja por amor – até porque mulheres são capazes de fazer o que quer que queiram – mas porque estamos falando de uma elite articulada, corrupta e interesseira – homens e mulheres – preocupada em firmar alianças politicamente benéficas.

Não me cabe avaliar o amor de Cláudia Cruz por Eduardo Cunha ou vice-versa. Isso, aliás, sequer me interessa. Mas podemos analisar – ainda que sob uma ótica feminista – os interesses envolvidos nesta aliança, haja ou não amor: uma escolha vantajosa para ambos. Um típico (e cafona) casal da elite brasileira que provavelmente se entende muito bem, dentro e fora de suas escandalosas falcatruas.

É ingênuo agir como se não pudéssemos acusar Cláudia Cruz de defender os próprios interesses corruptos simplesmente porque ela é uma mulher. Como quando, numa discussão virtual, acusei-a de ardilosa e fui repreendida por uma companheira do movimento feminista: “Você acha certo acusar outra mulher de ardilosa?”

Bem, se ela o for, sim, eu acho. Como acho certo acusar Eduardo Cunha de corrupto porque, ora, ele é. O fato de Cláudia Cruz ser mulher não a redime.

Não é ofensivo dizer que Cláudia defende os próprios interesses elitistas porque não estou falando de uma mulher qualquer ou de um casamento qualquer. Estou falando de um casal que reflete fidedignamente a corrupção e a indecência da elite brasileira – e então isso nada tem a ver com militância feminista. Uma coisa não pode e não deve excluir a outra.

O feminismo não precisa se preocupar se acusamos uma mulher ardilosa por ser ardilosa (e não por ser mulher).

Pensando nisso – e apenas nisso, frise-se – escrevi sobre por que poupá-la seria extremamente irracional. O resultado foram acusações irracionais de machismo.

Sobre o Autor:

Atriz por vocação, escritora por amor e feminista em tempo integral. Adora rir de si mesma e costuma se dar ao luxo de passar os domingos de pijama vendo desenho animado. Apesar de tirar fotos olhando por cima do ombro, garante que é a simplicidade em pessoa. No mais, nunca foi santa. In Diário do Centro do Mundo. Escreve sobre tudo em: facebook.com/escritosnathalimacedo

O jornalismo do “jornalista” da Globo

Aos 50 anos, Globo tenta se desculpar de erros do passado. Erros que têm nome e sobrenome.

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Por Nirlando Beirão, na revista CartaCapital:

O problema do jornalismo da Globo começa com aquele “jornalista” que Roberto Marinho tanto insistia em apor à sua condição inequívoca, categórica e bastante autoritária de patrão.

Jornalista ele pode ter sido, sim, lá nos primórdios bicudos do século XX, mas, quando o doutor Roberto se firmou depois como operoso empresário, transitando alegremente na avenida de mão dupla aberta pelos interesses convergentes das Organizações Globo e do regime fardado, jornalista ele deixou de ser. Por mais que reivindicasse a mítica insígnia e a usasse abusivamente para constranger seus subordinados, o “jornalista” faleceu no momento em que passou a traficar a notícia em favor de suas finanças pessoais.

Mas não é assim que se comportam, no Brasil, nove entre dez dos oligarcas das comunicações? É verdade, mas o fato é que no quesito manipulação da verdade o doutor Roberto foi incomparável.

Nas sucessivas mesas-redondas que o Jornal Nacional promoveu dias atrás para festejar os 50 anos da emissora, o âncora William Bonner chegou a ensaiar um rápido mea-culpa a propósito de um ou outro episódio em que os interesses fiduciários e ideológicos do patrão prevaleceram sobre a verdade dos fatos.

Passeando o olhar por aquele cenário de grisalhos jornalistas, profissionais de respeito com muitas histórias nas costas, não dá para não sentir por eles uma simpatia solidária. Não deve ser nada fácil preservar certa decência numa escola de jornalismo que cobra ética dos adversários políticos e comerciais, mas não gosta de praticá-la, ela mesma.

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Os barões da imprensa pagam o salário da fome e do medo

livro cagador indignados jornalista

Vestidos de preto, Jornalistas se reuniram hoje em São Paulo para fazer um ato em manifesto contra as demissões, a precarização das relações de trabalho e práticas antissindicais que vem acontecendo no país.

Os salários pagos pelas famílias Marinho, Frias e Mesquita são humilhantes. Até a esposa de Eduardo Cunha, jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, âncora da TV Globo, era terceirizada.

O encontro nacional organizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo aconteceu na sede da entidade da categoria em São Paulo. O ato foi feito em dois momentos, primeiro uma reunião entre categoria, FENAJ, diretores do Sindicato e militantes pela democratização da comunicação para elaborar coletivamente a carta de pauta nacional com reivindicações. Em seguida seguiram até a frente da sede da Folha de São Paulo e entregaram a carta da categoria para o presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de São Paulo (SindJoRe), Reginaldo Carlos de Araújo.

Para o presidente da FENAJ, Celso Schroder, nacionalizar o sentimento que os jornalistas estão passando é ter unidade e força para combater o mal que estão fazendo para o jornalismo brasileiro. “A FENAJ já tinha se posicionado e escolheu São Paulo pra fazer era demonstrar nacionalmente que para o movimento sindical que estas demissões basta!”

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi, este é estado considerado o centro das demissões, apesar de acontecer no país todo. 70% das demissões ocorreram em São Paulo, só no primeiro trimestre 191 jornalistas foram demitidos. Neste último mês teve demissões em massa na editora Abril, no Estado de São Paulo, na Folha de São Paulo, no SBT, na Jovem Pan e na Band. “Então o Sindicato tá buscando enfrentar as demissões junto com a categoria, entrando com ações judiciais, ou seja fazendo todo o possível para se opor a isso e impedir que essas demissões de fato ocorram”, afirma Zocchi.

Para Schroder essas demissões em massa precisam ser enfrentadas, pois elas ferem o bom senso, a legislação internacional e as relações de trabalho democraticamente instituída. “Por tanto as demissões são INACEITÁVEIS, defender os jornalismo no Brasil é defender a democracia”, finaliza ele.

Alegando dificuldades financeiras, as empresas demitiram jornalistas em quase todos os estados em 2014, mil só em São Paulo. A área que mais sofre é o setor de impressos. Dados do Projeto Inter-Meios indicam que no mesmo ano o faturamento das empresas de comunicação superou 27,7 milhões de reais, representando uma evolução de 7,85% em relação em 2013.

Estudos do Dieese apontam que a lei de desoneração da folha de pagamento representou uma redução de custos das empresas jornalísticas em média de 8,48%.

Para a secretaria de comunicação da CUT de São Paulo, Adriana Oliveira Magalhães, é um ato extremamente importante para denunciar as demissões e convidar os jornalistas a participar da luta junto ao sindicato. “A gente tá percebendo que esta ofensiva contra os trabalhadores jornalistas é a forma de como as empresas de comunicação também se organizam, assim como os grandes setores, por exemplo do sistema financeiro, do setor produtivo. É como maximizar o lucro através da redução do impacto da folha de pagamento”, destaca Adriana.

“Os jornalistas brasileiros sofrem os efeitos de uma crise artificial provocada por aqueles que, para manterem e ampliarem suas margens de lucro, transferem o ônus de sua incompetência para a classe trabalhadora”. Diz trecho da carta feita de forma colaborativa entre os sindicatos dos estados no encontro de hoje.

Na carta os jornalistas manifestam a rejeição as demissões, a precarização do trabalho e as práticas antisindicais das empresas. “A gente tá divulgando a carta e quer entregar para o sindicato das empresas e manifestar nossa intenção. Queremos nos reunir com as empresas em âmbito nacional para apresentar as nossas reivindicações e pra manifestar nossa posição”, finaliza Zocchi.

O PL 4330 é outra ameaça a categoria que já luta contra a terceirização a muito tempo. “Com a aprovação deste projeto de lei no senado a categoria sofrerá drasticamente este projeto de “pejotização”, que é a contratação de pessoas jurídicas e isentando a empresa de qualquer direito trabalhista. Salários menores, maior jornada de trabalho e sem benefícios, como 13 salário e férias”, destaca Adriana. Ela vê a democratização da comunicação dos meios de comunicação, que é uma luta pela diversidade, uma saída para os profissionais da área. “. O projeto de lei da democratização da comunicação também é um projeto que não só defende o profissional da comunicação, mas também luta pra que surjam outros postos de trabalho para os profissionais”, finaliza a secretária de comunicação da CUT em São Paulo.

Novo dono demite mais de 130 funcionários dos Associados

Você cliente do HapVida ganha a assinatura de um jornal dos Associados. Ou vice-versa. Por Payam Boromand
Você cliente do HapVida ganha a assinatura de um jornal dos Associados. Ou vice-versa. Por Payam Boromand

 

Informa o Portal da Imprensa: “Desde a última terça-feira (24/3), mais de 30 jornalistas das equipes dos jornais Diario de Pernambuco e AquiPE e cerca de 100 profissionais de outras áreas foram demitidos. Nesse grupo estão editores, repórteres, diagramadores, ilustradores e fotógrafos — um deles com 40 anos de casa. Também foram cortados integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), dos gráficos, da administração, transportes, marketing, alimentação e recursos humanos.

Os cortes foram feitos pelo Grupo Opinião de Comunicação (GOC), controlado pelo Canadá Investimentos, proprietário da Hapvida, nova holding das publicações. Era a hora de parar todas as redações de Pernambuco, por um salário digno, e perdidos direitos trabalhistas”.

 

Pavão misterioso

 

O novo e misterioso dono do Diário de Pernambuco. Por Fadi Abou Hassan
O novo e misterioso dono do Diário de Pernambuco. Por Fadi Abou Hassan

 

O Sindicato lastima o passaralho, e esconde o salário base de uma profissão escravizada, que a liberdade de imprensa é da empresa, uma casa de negócios, e não de quem faz o jornal, o jornalista. Uma classe desunida. Relembro o caso de Ricardo Antunes. Ficou injustamente preso mais de seis meses, e ninguém, ninguém mesmo, disse nada. Fui anticandidato a presidente do Sinjope, para denunciar o salário de fome e medo. Convidei Ricardo para ser o vice como protesto.

Sempre digo que jornalismo se faz com coragem e sonho. Coragem para combater os barões da imprensa, os monopólios, que transformam as redações em senzalas.

Os Associados têm um dono, com desconhecido nome. Um bando de jornalistas desenformados, os que continuam empregados, ignoram o nome do patrão. Um patrão que determina a linha editorial. Um patrão que pode ser a mestra, a contramestra, a Diana ou o velhinho de um pastoril que os jornalistas dançam…

Acrescenta o Portal da Imprensa: Em janeiro desde ano, a empresa adquiriu 57,5% da participação societária nas empresas de comunicação do Grupo Diários Associados, e assumiu o controle do Sistema Associado de Comunicação, TV Borborema, Rádio e TV O Norte; as rádios Poti, O Norte e Borborema, Diario de Pernambuco e AquiPE.

 

Jornalista on line do Diário de Pernambuco examinado pelo patrão proprietário
Língua afiada. Jornalista on line do Diário de Pernambuco examinado pelo patrão HapVida. Por Alfredo Martirena

Nesta quarta-feira (25/03), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram uma nota de repúdio à ação da empresa. O texto diz que com as demissões, o grupo compromete a credibilidade dos veículos que controla, incluindo a TV Clube/Record, as rádios Clube/Globo AM, a Clube FM e, na Internet, o portal Pernambuco.com, o Vrum, o Admite-se, o Lugarcerto e o diariodepernambuco.com.br

“O GOC, ao anunciar oficialmente a sua missão, dizia “defender a ética, a verdade e justiça social”. As ações vão contra o discurso publicado e apontam para a destruição de uma empresa 189 anos e que já é parte do patrimônio da Comunicação de Pernambuco”, afirma a nota.

Para as entidades, não houve “critério compreensível” nos cortes, que atingiu pessoas que não poderiam ser demitidas e deixou equipes sem chefias — a exemplo da fotografia. As entidades convocaram uma reunião com a diretoria da empresa e com o Ministério Público do Trabalho (MPT). “Sinjope e Fenaj alertam ainda que não serão aceitas sobrecarga de trabalho com excesso de jornada aos profissionais remanescentes e a ocupação das vagas dos demitidos por estagiários”.

À IMPRENSA, Cláudia Eloi, repórter de política e presidente do Sinjope, manifestou preocupação com os colegas demitidos e com o futuro do jornal. “Viramos somente números. Parece que não somos profissionais, seres humanos. Quantos fins de semana perdemos, quantas vezes deixamos nossos filhos em casa para trabalhar? Nossa experiencia foi jogada no lixo”.

Segundo ela, há rumores de que mais trabalhadores devem ser afastados. “Não sabemos como será daqui para frente. Se antes tinha talvez 50 para fazer o jornal, agora tem 20. Como essa conta fecha? E a gente não faz só impresso, faz foto, vídeo, áudio, redes sociais… Como uma colega batizou, é multifunção e monossalário. Um patrimônio de Pernambuco de 189 anos está sendo destruído, dizimado”, lamenta.

Os jornalistas de Pernambuco, indignados com a conduta do grupo de mídia, têm usado as redes sociais para denunciar o corte em massa e mobilizar a categoria para tentar reverter a situação.

Leia a íntegra da nota das Diretorias de Sinjope e da Fenaj:

“Sinjope e Fenaj repudiam demissões em massa promovida pelo Canadá Investimentos/Hapvida no Diario de Pernambuco

Com a demissão de mais de 30 jornalistas das equipes dos jornais Diario de Pernambuco e AquiPE e mais de 100 profissionais de outras áreas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público repudiar a atitude da “nova holding”, o Grupo Opinião de Comunicação (GOC), controlado pelo Canadá Investimentos, proprietário da Hapvida.

Em janeiro, o GOC, ao anunciar oficialmente a sua missão, dizia “defender a ética, a verdade e justiça social”. As ações vão contra o discurso publicado e apontam para a destruição de uma empresa 189 anos e que já é parte do patrimônio da Comunicação de Pernambuco.

O Sinjope e a Fenaj convocam reunião imediata com a diretoria do Canadá Investimentos/Hapvida e com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e outras entidades de classe, a fim de discutir a questão e interromper o processo de desmonte das empresas.

A lista de demissão foi feita sem qualquer critério compreensível. Incluiu até integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), limou profissionais com mais de 30 anos de casa, deixou equipes sem chefias e atingiu gráficos e funcionários da administração, transportes, marketing, alimentação e recursos humanos, entre outros setores.

Com as demissões, o grupo compromete ainda a credibilidade dos veículos que controla , incluindo a TV Clube/Record, as rádios Clube/Globo AM, a Clube FM e, na Internet, o portal Pernambuco.com, o Vrum, o Admite-se, o Lugarcerto e o diariodepernambuco.com.br.

Aos profissionais demitidos, orientamos que juntem carteiras profissionais e os últimos 12 contracheques e agendem atendimento na assessoria jurídica do Sinjope para salvaguardar direitos (telefone 3221-4699). Aqueles com mais tempo de exercício profissional, por exemplo, podem ter direito a estabilidade assegurada na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Sinjope e Fenaj alertam ainda que não serão aceitas sobrecarga de trabalho com excesso de jornada aos profissionais remanescentes e a ocupação das vagas dos demitidos por estagiários.

Diretorias de Sinjope e da Fenaj”

 

Artes e ofício do melhor jornalismo

Firuz Kutal
Firuz Kutal

Para vencer como jornalista quem nasceu vesgo leva vantagem. Ou quem aprende a olhar de lado. Fazer que não vê, e propagar, sem maiores perguntas, o que o chefe manda.

Se for bonitinha facilita. Para o emprego de apresentadora de tv, contatos publicitários ou ficar com algum ricaço de papel passado.

Mas todo cuidado com a beleza! Jornalista virar princesa como aconteceu na Espanha, ou casar com um John Kennedy assinala que Cinderela não tem futuro em terra de índio.

Aqui as desventuras da menina que ajoelhou aos pés de um coronel da briosa mineira, outra exilada na Espanha grávida do candidato e futuro presidente, uma terceira assassinada pelo chefe-de-redação em uma cavalariça. Existem várias histórias sangrentas.

Ser bonitinho facilita. Vi jornalista macho, aprovado no exame da goma, ganhar colunas e cargos públicos.

Toda história pessimista tem uma razão de ser. Recente pesquisa do Poynter Institute sobre as condições de trabalho nas redações chegou a conclusão de que os mais jovens, as mulheres, os pertencentes às minorias, os de origem pobre são condenados a abandonar a profissão de jornalista. As razões desta tendência, além das discriminações, as intermináveis jornadas, a pressão e a precariedade de trabalho. Ora, ora, no Brasil tudo se torna pior, porque não temos comitês de redação, nenhuma lei de proteção e os salários são indignos.

Se é para mentir sobre os outros, aprenda a contar pabulagem. Strabonem appellat paetum pater [Quando o filho é vesgo, o pai diz que ele olha de lado. Horácio, Satirae]

 

DA VANTAGEM DE SER VESGO

Esta entrevista expõe, de maneira implícita, verdades que precisam ser discutidas:

ISTOÉ: – Você não é vesgo. E repórter, você é?
Rodrigo Scarpa:– Estudei rádio e TV na Faculdade Metodista.

ISTOÉ:– Você queria ser famoso?
Scarpa: – Não. Eu queria fazer um trabalho bacana na televisão. Quis ser locutor de rádio, mas descobri que eles ganham pouco e desisti. Comecei como estagiário na Jovem Pan. Colava adesivos nas ruas, buscava lanche para o Luciano Huck e ganhava R$ 150. Odiava fazer aquilo

ISTOÉ: – E como nasceu o Repórter Vesgo?
Scarpa: – O Pânico precisava de um repórter sério, que usasse até terno. Mas eu não queria ser um repórter quadradão. Na minha estréia, lambi o rosto da entrevistada. Aos poucos, implantei o repórter louco. Como os artistas só iam no Gugu e no Faustão, me mandaram cobrir as festas de famosos. Eu estava nervoso com a estréia e o Emílio Surita (âncora do programa) disse: “De tão nervoso está vesgo.” Daí pegou.

As respostas de Scarpa escancaram uma realidade que as faculdades escondem: o estágio gratuito e outras obscuridades.

 

QUANDO A POESIA É NECESSÁRIA

Pior que jornalista é ser poeta. Hoje, “Quando a poesia é dia em Natal”, Woden Madruga escreve:

”As folhas dos cadernos culturais desta brava aldeia de Poti estão prenhas de matérias sobre o Dia da Poesia. Uma exuberância de comemorações com o selo da criatividade burocrática fertilíssima na louvação dessas efemérides. Natal tem muitos poetas e pouca poesia. Os poetas de crachá. Essa fama vem de longe. De um tempo em que corria a quadrinha famosa que dizia que aqui, no burgo à beira do rio plantado, em cada rua havia um jornal e em cada esquina cantava um poeta. E o clichê ficou. Temos até sociedade de poetas mortos ou quase. Em Natal tem tantos poetas quantas padarias temos. Só perdem para o número de farmácias e drogarias, numa verdadeira relação custo-benefício. É possível que a Unesco já tenha se preocupado com essa estatística.”

No Recife, numa rara tarde chuvosa, alguém ficou na esquina do bar Savoy onde Carlos Pena Filho escreveu seu mais famoso verso, e contou, na passagem dos transeuntes, cinco mil poetas.

O diabo é quando o cara tenta as duas coisas: a poesia e o jornalismo.

A princesa espanhola deste escrito de 12/03/2005, no Aqui e Agora, virou rainha, Letícia da Espanha, em 19 de junho de 2014, e o marido, Filipe João Paulo Afonso de Todos os Santos de Bourbon e Grécia (em espanhol: Felipe Juan Pablo Alfonso de Todos los Santos de Borbón y Grecia) governa com o nome de Felipe VI, que não prenuncia coisas boas para o Brasil, que foi colônia da Espanha com os reis Felipes II e III.

Je vous salue, Charlie!

charilie-identidade

 

Duas sacanagens da propaganda marrom da imprensa conservadora e seus assalariados escribas:

1. Reclamar que o Brasil não mandou representante para a marcha de Paris

2. Ligar a Lei de Mídia à chacina na revista Charlie Hebdo

 

Nani
Nani

Mandar representante pra quê? Matam jornalistas adoidado pelo mundo inteiro e ninguém liga. Matam jornalistas comunistas em Paris, e por ser na França, vira um acontecimento internacional.

Toda morte de jornalista é um atentado à Liberdade, à Democracia.

Dois mascarados franceses matam jornalistas franceses, inclusive um policial de origem argelina e maometano.

O Brasil tem vários assassinos de jornalistas soltos. Um jornalista francês não é diferente de um jornalista brasileiro.

Primeiro uma marcha aqui, no Brasil, para defender vários jornalistas que estão ameaçados de morte. E pedir a prisão dos carrascos da imprensa brasileira. No Brasil do assédio judicial. No ano eleitoral de 2014 os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, por motivos políticos, mandaram prender jornalistas, com a cumplicidade de uma justiça parcial e iníqua

Regulamentação da mídia já! Para criar conselhos de redação. Conselheiros eleitos por jornalistas empregados sem cargos de confiança. Por uma redação livre. Que a liberdade de imprensa é do jornalista que faz o jornal, e não dos empresários proprietários dos meios de comunicação de massa.

Regulamentação da mídia já! Para acabar com o pensamento único, imposto pelo monopólio dos meios de comunicação de massa.

 

Liberdade de expre$$ão ou discurso de ódio?!

Thiago Lucas
Thiago Lucas

por Gilmar Crestani
Porto Alegre hospedou um certo Siegfried Ellwanger Castan e sua editora Revisão, que duvidava do Holocausto Judeu. Escreveu alguns livros e o STJ, mediante provocação, proibiu a venda e a prisão do ousado revisionista. Merecidamente foi proibido de escrever e publicar o seu revisionismo. Incrivelmente os mesmos que protestavam e se insurgiam contra Castan são hoje defensores ferozes da “liberdade de expressão” do pessoal do Chalie Hebdo nazi(madário) francês. Não é inacreditável que os movimentos neonazistas da europa, como os neofascistas da Liga Norte (Polentoni) na Itália estejam todos contra os imigrantes, inclusive os do sul da Itália (Terroni).

Os mesmos que festejaram, merecidamente, a derrubada do Muro de Berlim, estão criando muros por todos lados. Ontem foi o dia de acertarem o segredo de mais cadeados para tornarem as portas migratórias mais herméticas. Vendo quem são os defensores dos bloqueios das ondas migratórias só posso chama-los de HIPÓCRITAS, posto que representam países colonialistas, que invadiram e impuseram leis, religiões e costumes aos agora migrantes.

Hoje os que vestem a máscara negra do Je suis Charlie também vestiram o manto da censura ao Je vous salue, Marie, do Jean-Luc Godard.

Parodiando a reza Ave Maria em francês: Je vous salue, Charlie, vide de grâce! Eu vos saúdo, Carlos, vazio de graça… Tudo o que se faz diminuindo o outro não pode ser considerado humor. Sem contar a obsessão.

A mídia internacional está faturando encima do ataque terrorista. Nada justifica a morte, muito menos aquelas decorrentes de atos terroristas por divergência de opinião. Deve-se repudiar qualquer ato terrorista. Então pergunto o que faria um pai, irmão, filho que veja os seus serem dizimados por estarem no teatro de guerra só pelo fato de pertenceram a determinada etnia ou religião? Qual a diferença entre um massacre provocado por um Drone ou um ataque perpetrado por duas pessoas?

O que é um ato terrorista? A cultura da eliminação de quem pensa diferente é uma cultura terrorista? Quantas vezes os países onde prepondera a religião muçulmana provocaram guerras contra outros países usando por álibi terem, os invadidos, religião não muçulmana?

A mídia brasileira faz questão de esquecer que o WikiLeaks vazou um documento que desnudava uma estratégia da CIA: “Strategy for Engaging Brazil on Defamation of Religions”. O ódio religioso é uma indústria azeitada e ajeitada pela máquina de guerra norte-americana e seus ventríloquos pelo mundo.

Aliás, alguém ainda lembra da “cruzada” do Bush contra as armas de destruição em massa do Iraque?! Quem não sabe o que foram as Cruzadas?

O ataque não foi contra as charges, mas contra aquilo que as charges simbolizavam: o desprezo ocidental pela religião muçulmana. A desgraça da religião muçulmana foi ter nascido encima do petróleo. O ódio aos muçulmanos devido ao petróleo é compensado pelo amor ao Dalai Lama, por ser anti-china. Pelo que se saiba o Tibet não produz petróleo…

O que se verifica são os dois pesos e duas medidas, mas todas a favor da criminalização dos povos que professam a fé no profeta Maomé. Não é muita coincidência que os mesmos nazi-fascistas da Ucrânia estejam abraçados a favor da cruzada agora contra o terrorismo muçulmano?

Anders Behring Breivik, o norueguês que matou mais de 70 pessoas, era tratado pela imprensa como atirador. Já os indivíduos que participaram do massacre em Paris são tratados como “terroristas”. Conseguem perceber a diferença de tratamento? Assim a imprensa vai modificando nossas cabeças… Professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser coloca a diferença de tratamento entre o atentado à revista francesa Charlie Hebdo e o ataque realizado em 2011 na Noruega: “Quando se descobriu que o autor era de extrema-direita, a explicação foi de que era um louco. Quando se trata do islâmico, a tendência da grande mídia é associar um a todos”. Por que não houve repúdio internacional à chacina dos estudantes mexicanos incinerados pelo narcotráfico? Onde estavam os chefes de Estado que não cobraram providência dos traficantes mexicanos e dos consumidores norte-americanos. Aliás, em se falando do mercado consumidor, há uma boa entrevista do ator argentino Ricardo Darín.

Assim como o mercado consumidor de drogas são os EUA, também é verdade que o maior vendedor de armas (Irã-contras) são os EUA. São eles que faturam vendendo armas para aqueles que depois fazem “cruzadas” contra o obscurantismo. Quem está por traz da morte de Muamar Kadafi, da Líbia, Mubarah, do Egito, Saddam Hussein, do Iraque, Bin Laden, no Afeganistão?! São os mesmos que financiaram estes personagens enquanto lhes eram úteis. Aliás, são os mesmos que ajudaram a implantar ditaduras a partir do México para baixo.

Os EUA, como a Rede Globo, deve ser um balizador, um sinalizador do lado que deveremos estar. Na mesma direção mas em sentido oposto! SEMPRE!