Contas públicas se deterioram e Brasil tem déficit primário inédito: inferior ao preço do estádio de Pernambuco para a Copa do Mundo

pensão aposentadoria pensionista previdência

Pois é: o preço baratinho da arena pernambucana, na mata de São Lourenço, fica perto dos 600 milhões hoje, e falta ser concluído, sem contar as obras paralelas: a via Mangue, a torre do aeroporto, a puxada do metrô e outras belezocas.

Veja o espanto das agências estrangeiras: O setor público brasileiro registrou déficit primário de 432 milhões de reais no mês passado, primeiro resultado negativo para agosto desde o início da série histórica do Banco Central em dezembro de 2001, mostrando que o governo tem tido dificuldades em manter as contas fiscais equilibradas.

O resultado veio bem pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava para superávit primário de 1,85 bilhão de reais no mês passado, depois do superávit de 2,287 bilhões de reais em julho.

O governo credita o desempenho ruim de agosto aos maiores gastos da Previdência Social, que registrou déficit de 5,7 bilhões de reais no mês.

“O reajuste do salário mínimo pesou nesse resultado”, comentou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, em referência ao impacto do salário mínimo sobre os benefícios pagos pela Previdência Social, que em agosto foram ampliados com o início do pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas. Leia mais 

 [Tudo culpa do salário mínimo do mínimo que o Brasil paga, um dos mais baixos entre os países do Terceiro Mundo nas Américas e África, e inferior a qualquer país em crise da Europa.
No Brasil não se faz nada que preste para o povo, que paga um dos mais caros impostos indiretos do mundo. Que rico no Brasil não paga nada.
Sempre a culpa fica para o bolsa família, o salário mínimo, e ninguém fala dos fundos de pensão desviados por prefeitos e governadores e outros ladrões, nem nos salários além do teto, na sonegação, no tráfico de moedas para as ilhas fiscais, no sumiço das verbas dos serviços básicos, na farra da Copa do Mundo e sacanagens mil do “jeitinho brasileiro” dos lá de cima de “levar vantagem em tudo”.
Veja os faturados preços do (de a)gosto dos Neros:

Custos em agosto de 2013 dos Coliseus: 7,98 bilhões

Arena da Baixada: 265 milhões
Arena da Amazônia: 605 milhões
Arena das Dunas: 350 milhões
Arena Pantanal: 519,4 milhões
Arena Pernambuco: 529,5 milhões
Beira-Rio: 330 milhões
Castelão: 623 milhões
Fonte Nova: 591,7 milhões
Mané Garrincha: 1,43 bilhão
Maracanã: 1,19 bilhão
Mineirão: 695 milhões
Arena Corinthians: 855 milhões

O Brasil é um país sem igual: sua mais moderna cidade – Miami – fica nos Estados Unidos. Até o presidente do STJ tem apartamento por lá. Sinal de que a cultura brasileira caiu muito. As cidades antes preferidas eram Lisboa,  Londres e Paris.

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Delegada compra carro de luxo com dinheiro de propina

por Jéssica Gonçalves

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Investigações da Polícia Federal constataram que a delegada da Polícia Civil do Distrito Federal, Sandra Maria da Silveira, recebeu R$ 50 mil de propina de Fayed Antonie Traboulsi. Fayed é apontado como um dos chefes do grupo acusado de desviar milhões de fundos de pensão de servidores de prefeituras e governos. A investigação, chamada Operação Miquéias, envolve deputados goianos. De acordo com o relatório, a delegada comprou um carro de luxo com a propina.

Nas conversas interceptadas pela PF a delegada chamou o carro de ‘nova viatura’ quando conversava com Fayed. O chefe do grupo tinha reclamado porque Sandra não avisou se recebeu ou não o dinheiro. “Qual é a chance, Turco, de não ter entrado o dinheiro? Mas eu não te liguei ainda porque eu não tinha ido pegar o carro. E como eu acabei de pegar o carro, aí eu estou indo para a secretaria, e queria almoçar amanhã com você para você ver o meu carro lindo”, disse a delegada.

Segundo as investigações, Sandra teria atrapalhado uma investigação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do Distrito Federal. Essa ação previa a investigação de uma suposta lavagem de dinheiro de Fayed e o Esporte Clube Ceilândia.

A operação Miquéias prendeu 20 pessoas (17 em Brasília, duas no Rio de Janeiro e uma em Goiânia). Entre os presos está o policial aposentado Marcelo Toledo, também investigado no mensalão do DEM. A PF ainda tem 10 mandados de prisão, entre eles o economista Carlos Eduardo Carneiro Lemos, ex-gerente de Investimentos do Prece, fundo de previdência dos servidores da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) do Rio de Janeiro.

A PF apontou indícios de fraudes em fundos de prefeituras de Manaus, Queimados (RJ), Ponta Porã (MS), Murtinho (MS), Formosa (GO), Caldas Novas (GO), Cristalina (GO), Águas Lindas (GO), Itaberaí (GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA).

Em Goiás houve cumprimento de mandados de busca e apreensão em Àguas Lindas de Goiás, Formosa, Montividiu, Pires do Rio, Caldas Novas, Cristalina, Aparecida de Goiânia e Itaberaí.

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Brasil.15 milhões de pessoas com doenças raras

8 mil os tipos de doenças raras diagnosticadas

 

Agilidade no diagnóstico e no acesso a medicamentos é um dos desafios das pessoas com doenças raras. A estimativa de especialistas é que aproximadamente 15 milhões de pessoas tenham doenças raras no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica de doenças raras aquelas que afetam, em média, 1,3 pessoa a cada grupo de 2 mil. São cerca de 8 mil os tipos de doenças raras diagnosticadas. A causa genética é responsável por 80% delas.

Esta semana, especialista discutiram o tema em Brasília no I Congresso Ibero-americano de Doenças Raras. Um diagnóstico rápido é fundamental para iniciar garantir qualidade de vida ao paciente, de acordo com Rogério Lima Barbosa, presidente da Associação Maria Vitória. No entanto, ele diz que são recorrentes os casos de demora no diagnóstico, principalmente por falta de informação e de médicos especializados nessas doenças. Pai de uma menina com neurofibromatose, ele passou quatro anos em busca do diagnóstico.

“Às vezes a pessoa fica cinco anos à procura de um diagnóstico correto e tem pessoas que passam dez, 15 anos sem saber disso [que têm a doença]”, disse. Rogério Lima cita também a necessidade de investimento em exames e pesquisa pra identificar doenças raras.

Na avaliação da presidenta da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (Afag), Maria Cecília Mazzariol, um caminho para reduzir a demora no diagnóstico é a oferta de educação continuada aos profissionais da saúde para que tenham acesso a informações sobre as enfermidades. Ela destaca também a importância de incentivar pesquisas.

As doenças raras são enfermidades crônicas, progressivas e incapacitantes. O medicamento é um caminho para melhorar qualidade de vida do paciente. A presidenta da Afag conta que são poucos os medicamentos produzidos no Brasil, e os preços são elevados. A Justiça acaba sendo o meio mais comum para garantir o acesso, segundo ela.

“O SUS trabalha com protocolos de saúde e diretrizes que acabam englobando aqueles tratamentos para as doenças de maior prevalência e a maioria das doenças raras é negligenciada. O tratamento para pacientes com doenças raras via de regra não está disponível no SUS e os planos de saúde às vezes negam. Na maioria das vezes a pessoa vai ter que recorrer ao Judiciário para conseguir o tratamento”, diz Maria Cecília Mazzariol.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que seria criada a Política Nacional de Atenção às Pessoas com Doenças Raras no Sistema Único de Saúde (SUS) na busca de ampliar e melhorar o tratamento. Uma consulta pública foi aberta para receber sugestões, e o texto da política está em elaboração, de acordo com o ministério. O SUS conta com 25 tratamentos protocolados para doenças raras e oferta medicamentos para 12 dessas enfermidades.

Na avaliação de Rogério Lima, da Associação Maria Vitória, nos últimos anos houve pouco avanço concreto no tratamento e nas políticas públicas referentes às doenças raras. “Se falar tecnicamente e fizer um recorte de 2010 pra cá, houve muita discussão, mas avanço concreto não. Os pacientes continuam sem atendimento e usando a Justiça para garantir medicamento.” (Agência Brasil).

Veja que o SUS é a salvação da classe média e dos pobres. Quem é favorável a privatização da saúde, não pensa no amanhã. A medicina privatizada é um alto e rendoso negócio que apenas beneficia os laboratórios, os planos de saúde, os hospitais particulares, as grandes redes de farmácias, a maldita indústria da morte. (T.A.)

 

Protesto de médicos na Espanha
Protesto de médicos na Espanha

 

Papa Francisco: “Recomeçar a partir de Cristo significa não ter medo de ir com Ele até às periferias”

A vocação de ser catequista

A vocação do catequista consiste em «ser», e não em «agir». Por isso, quem educa para a fé deve «guiar rumo ao encontro com Jesus, com palavras e com a vida, com o testemunho», sem ter medo de «sair» dos próprios esquemas para seguir Deus, porque «Deus vai sempre além», recordou o Papa Francisco aos participantes no congresso internacional de catequese, recebidos na parte da tarde de 27 de Setembro, na sala Paulo VI.

Para o Pontífice, ser catequista exige sobretudo «amor» a Jesus e ao povo de Deus. «E este amor — explicou — «não se compra nas lojas», mas «vem de Cristo», é «um presente de Cristo».

Então, o que fazer para ser um bom catequista? «Falarei — disse — de três elementos: um, dois e três, como faziam os antigos jesuítas… um, dois e três!». O primeiro elementos «é permanecer com o Mestre, ouvi-lo, aprender dele. E isto é sempre válido, é um caminho que dura a vida inteira». O segundo elemento é «recomeçar a partir de Cristo, que significa imitá-lo ao sairmos de nós mesmos para ir ao encontro do próximo. Trata-se de uma experiência bonita e um pouco paradoxal. Por quê? Porque quem põe Cristo no centro da própria vida, acaba por se descentrar-se a si mesmo! Quanto mais nos unirmos a Jesus e quanto mais Ele se tornar o centro da nossa vida, tanto mais Ele nos fará sair de nós próprios, descentrando-nos e abrindo-nos aos outros». Enfim, o terceiro elemento «está sempre nesta linha: recomeçar a partir de Cristo significa não ter medo de ir com Ele até às periferias».

E quanto ao modelo de catequista ao qual se refere, o Papa foi explícito: «Se o cristão sai pelas ruas — segundo o exemplo usado pelo Pontífice — se vai às periferias, pode acontecer-lhe um acidente… Mas digo-vos que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada do que uma Igreja enferma»; «um catequista que tenha a coragem de correr o risco de sair, do que um catequista que estuda, sabe tudo, mas permanece fechado».

 
 

Papa Francisco condenou o “sistema econômico que tem no centro um ídolo”, o dinheiro

 Uma sociedade dominada pela cultura do descarte

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Concentrou-se em pouco mais de dez horas densas de encontros a visita do Papa Francisco a Cagliari, onde no domingo 22 de Setembro foi acolhido com calor e entusiasmo por quase quatrocentas mil pessoas de toda a Sardenha. O dia foi significativamente aberto pelo encontro com o mundo do trabalho. Num contexto marcado por um dramático desemprego, sobretudo juvenil, o Pontífice recordou que “quando não há trabalho não há dignidade”, consequência de “um sistema económico que tem no centro um ídolo”, o dinheiro. E o tema da falta de trabalho voltou durante a missa celebrada diante do santuário de Nossa Senhora de Bonaria: no início da homilia o Pontífice falou do “direito de levar o pão para casa” e disse que a Virgem ensina a ter um olhar que acolhe: doentes, abandonados, pobres, distantes, jovens em dificuldade.
De tarde, na catedral, ao encontrar-se com quantos são assistidos pela Igreja, o Papa alertou contra o risco de que, numa sociedade dominada pela cultura do descarte, a palavra “solidariedade” seja “cancelada do dicionário” porque “incomoda”. Enquanto que, no encontro seguinte com o mundo da cultura, falou da crise – definida “de mudança epocal” – como perigo e como oportunidade. Por fim, aos jovens o Papa Francisco pediu para não dar ouvidos a quantos “vendem morte”, nem desanimar face às falências e dificuldades. Que confiem só em jesus. Que se abram a Deus e aos outros, na fraternidade, na amizade e na solidariedade.

Sempre com ele

 

 

por GIOVANNI MARIA VIAN

A segunda visita na Itália do seu primaz, o bispo de Roma que veio “do fim do mundo” o qual escolheu o nome do santo de Assis, visitou outra ilha depois de Lampedusa. Aquela viagem, primeira do Pontificado, a uma das periferias mais dramáticas do nosso tempo tinha querido expressar com uma força evidente a atenção ao fenómeno mundial das migrações. De modo análogo durante o dia passado em Cagliari o Papa Francisco disse palavras que foram muito além dos confins da Sardenha.
Tendo chegado a Nossa Senhora de Bonaria como que para pagar uma dívida do coração, o Pontífice falou de facto da falta de trabalho e de uma organização social cada vez mais desumana, de solidariedade e da crise epocal que difunde o veneno da resignação. E fê-lo com eficácia extraordinária, não como “um empregado da Igreja que vem e vos diz: Coragem! Não, não quero isto! Gostaria que esta coragem viesse de dentro e me estimulasse a fazer tudo como pastor, como homem”. Para enfrentar “com solidariedade e inteligência este desafio histórico”, acrescentou.
Quem ouviu estas palavras compreendeu que o Papa Francisco reza, age e fala como um cristão e como um homem que se põe em questão. Com efeito, enfrentou o drama alastrador constituído pela falta de trabalho fazendo antes de tudo uma confidência, quando falou da grande crise dos anos trinta e da sua família de emigrantes italianos na Argentina: “Não havia trabalho! E eu ouvi, na minha infância, falar deste tempo, em casa. Eu não o vi, ainda não tinha nascido, mas senti dentro de casa este sofrimento”.
Mas talvez o testemunho mais comovedor foi quando o Pontífice falou aos jovens do dia 21 de Setembro, “sexagésimo aniversário do dia em que ouvi a voz de Jesus no meu coração”. Desde então – no ano de 1953 – a vida do jovem de dezassete anos começou a tomar um rumo diverso, e foram “sessenta anos no caminho do Senhor, atrás dele, ao lado dele, sempre com ele” disse o Papa. Que se declarou “feliz por estes sessenta anos com o Senhor”, concluindo que é preciso “ir em frente com Jesus. Ele nunca falha”.

Onde tem vereador ladrão, tem prefeito como chefe da quadrilha ou vice-versa

Neste Brasil ninguém rouba sozinho as verbas da prefeitura. E está, está difícil encontrar prefeito honesto.

As verbas desviadas em serviços fantasmas, em obras superfaturadas,  inacabadas ou invisíveis são investigadas pelas câmaras municipais, secretarias estaduais, ministérios da União, tribunais de contas estaduais e da União, promotorias estaduais e federais, Polícia Federal e outros poderes.

Quanto mais poderes investigadores, mais dinheiro encantado.

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Também no Maranhão. Cerca de 90 por cento dos municípios têm, pelo menos, um inquérito em curso
Também no Maranhão. Cerca de 90 por cento dos municípios têm, pelo menos, um inquérito em curso

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Guapiaçu, São Paulo
Guapiaçu, São Paulo
São José do Rio mais do que Preto, em São Paulo
São José do Rio mais do que Preto, em São Paulo

Luiz Marinho constrói o museu da corrupção em São Bernardo

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Aos 27 anos, Erisson Saroa Silva faz bicos como eletricista para completar a renda familiar, já que não possui emprego fixo. Mora de aluguel numa casa simples no Jardim Campanário, periferia de Diadema, com a mulher e um filho. Mas o desempregado, sem saber, é sócio da Construções e Incorporações CEI, contratada pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para erguer o Museu do Trabalho e do Trabalhador, no Centro da cidade.

Na Junta Comercial, Erisson Saroa Silva nem de longe parece o humilde eletricista à caça de serviços informais. Pela instituição de registros, ele tem R$ 10,4 milhões de participações na empreiteira, cujo capital é de R$ 20,8 milhões – o restante pertence a Elvio José Marussi, morador de Guarulhos, na Região Metropolitana.

“Deve ter algum engano”, se espantou Erisson ao ser comunicado pelo Diário que seria um empresário milionário. “Não conheço nenhum Elvio. Nem sabia que meu nome estava nisso aí”, continuou. Informado que, pela Junta Comercial, detinha R$ 10,4 milhões da empresa (veja fac-símile abaixo), não acreditou: “Quanto mesmo?”

A Construções e Incorporações CEI venceu a licitação, em abril do ano passado, para construir uma das obras mais enaltecidas por Marinho. O Museu do Trabalho e do Trabalhador, localizado em frente ao Paço, servirá para resgatar a história de lutas trabalhistas, segundo o petista, e também terá papel de enaltecer o padrinho político do prefeito: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que iniciou sua vida sindical e política em São Bernardo, onde mora até hoje.

A obra – que substitui o antigo mercado municipal – está orçada em R$ 18,3 milhões (com R$ 14,4 milhões da União) e, pelo cronograma, era para ter sido entregue dia 27 de janeiro de 2013. Nove meses atrás. Para disfarçar o atraso, a Prefeitura e a empreiteira apagaram a data de início da construção na placa indicativa, em frente ao canteiro.

Atualmente o empreendimento está a pleno vapor. Em abril, a administração Marinho disse que a paralisação se deu pela “transferência e demolição do espaço que antes era ocupado pela Cooperativa dos Funcionários Públicos”. De acordo com o Portal da Transparência do Paço, R$ 3,6 milhões já foram depositados na conta da empreiteira pelo governo petista.

Durante a semana, a equipe do Diário foi à sede da Construções e Incorporações CEI, numa pequena rua no bairro da Lapa, Zona Oeste da Capital – a terceirizada não possui site oficial nem tem número de telefone comercial disponível. A empresa funciona num modesto sobrado na Rua Sheldon, 23, que também abriga um miniterminal de ônibus de São Paulo. Não há indicativos de que ali funciona uma empreiteira com capital de R$ 20,8 milhões. Vizinhos e motorista dos coletivos também não sabiam que estavam próximos do centro operacional de uma construtora.

Erisson foi procurado no local. Um funcionário, que se identificou como Renato, titubeou ao confirmar se ali era a sede da CEI. Desceu e subiu as escadas três vezes, sempre orientado por uma segunda pessoa, no andar de cima do sobrado. “O Erisson é um contato da empresa. Nunca vem aqui, fica mais rodando, vistoriando obras”, respondeu Renato, depois da terceira consulta no segundo andar e sem dizer que Erisson era sócio da CEI. E entregou o número de Carlos, a quem classificou como “representante da CEI.”

O sócio de R$ 10,4 milhões de participação na CEI informou, à Junta Comercial, ser residente na Rua Jaçanã, no Jardim Campanário, em Diadema. É casa simples, sem pintura e à venda, em que apenas sua tia, Maria, reside. “Ele mudou faz um mês mais ou menos”, contou Maria, que informou em seguida: “O Erisson está morando ainda no Campanário, numas duas ruas abaixo”, sem precisar o endereço.

Ela também achou estranho o fato de o sobrinho ser um empresário milionário, pelo que consta na Junta Comercial. “Pelo que sei, ele é eletricista. Nunca comentou de empresa nenhuma, ainda mais nesses valores.”

O “representante” da CEI afirmou que Erisson é sócio da empresa, mas não interfere nas questões administrativas. “Quem cuida mais da empresa é o Elvio. O Erisson é só um sócio, sem influência direta (na empreiteira)”. Elvio, segundo Carlos, estava em viagem, não pôde atender à reportagem.

O governo Marinho não se pronunciou sobre o caso.

SUBCONTRATAÇÕES

A equipe do Diário também foi ao canteiro de obras, na sexta-feira pela manhã. Foi informada que o engenheiro responsável pela construção foi trocado na terça-feira e que, naquele horário, ninguém poderia autorizar uma entrevista “somente a Prefeitura”, disse um funcionário.

Esse funcionário disse ser um consórcio o responsável pelo Museu do Trabalho e do Trabalhador. Grupo esse formado por Construções e Incorporações CEI, Construtora Cronacon e Engeplan. O nome das duas última empreiteiras não consta na placa indicativa.

A Cronacon, inclusive, é responsável pela polêmica obra do novo plenário da Câmara, projeto idealizado pelo vereador Hiroyuki Minami (PSDB), cujos gastos quase chegam a R$ 35 milhões.

A RAINHA TINHA UM PÉ NA COZINHA

por Marcia Lobo

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Esta linda e inocente garotinha de 7 anos é Elizabeth Angela Marguerite Bowes Lyon, que se tornaria rainha da Inglaterra e, depois, quando a filha subiu ao trono como Elizabeth II, passou a usar o título de rainha-mãe – embora os súditos gostassem de chamá-la de “a avó de todos os ingleses”. 

Morreu em 2002, com 102 anos e ilibada reputação.  Nunca se disse uma única palavra maldosa sobre ela. Agora, porém, um livro inteiro foi escrito para revelar o segredo de sua origem: a digna esposa do rei    e mãe da atual rainha seria na verdade filha de uma cozinheira francesa.

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Terá a doce velhinha passado 102 anos iludida?

Resumidamente, a história é a seguinte: depois de dar três herdeiros ao marido e perder a primogênita (Violet), vítima de difteria em 1893, lady Cecilia Glamis pirou e os médicos proibiram uma nova gravidez, o que na época significava proibir o sexo. 

Mas lord Glamis, 14o Conde de Strathmore e Kinghorne, não era homem de abstinências e imediatamente botou olho grande na bela francesa Marguerite Rodiere, que trabalhava ali mesmo, na cozinha da mansão de St Paul’s Waldenbury. Tiveram dois filhos – Elizabeth e David –, adotados pela esposa, o que não chegava a ser  raro entre os casais aristocráticos da Inglaterra vitoriana.

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Os irmãos Elizabeth e David, em 1904 e 1915.
Tal filiação explicaria o incomum “Marguerite” no nome da moça, que em nada se parecia com a pobre Cecilia – nem com o pai, a bem da verdade. E certamente era desconhecida da família real, ou George V não permitiria que o filho Bert (segundo na linha de sucessão) se casasse com ela. Parece, porém, que Eduard, o irmão mais velho que abdicou do trono para ficar com a plebéia Wallis Simpson, descobriu a verdade no curto período em que foi rei. Ele e a mulher detestavam Elizabeth (era recíproco) e lhe deram o até agora incompreensível apelido de “Cookie”.

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Com a “mãe”, lady Cecilia.

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Com o noivo (e futuro rei) e os pais.

A obra que está tirando o sono da família real e “ameaça” ser lançada ainda este mês tem um longo e sugestivo título: The Queen Mother, The Untold Story of Elizabeth Bowes Lyon, Who Became Queen Elizabeth the Queen Mother. 

A autora é lady Colin Campbell, mulher indiscreta e habituada com histórias escabrosas que já foi responsável por outras insônias da corte: primeira  a revelar ao mundo os podres do casamento de lady Di, escreveu duas biografias da princesa e espalhou o caso de Diana com o rei Juan Carlos da Espanha durante um cruzeiro em agosto de 1986.

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A biógrafa lady Campbell, que nunca foi exatamente uma dama.

Também conhecida como Georgie Campbell,  a biógrafa várias vezes não-autorizada é ela própria um escândalo ambulante. Nascida em 1949 na família Ziadie, um dos mais influentes clãs da Jamaica, seu nome de batismo é George William, pois teria nascido com “um defeito físico” que carregou até os 18 anos, quando se operou e passou a se vestir como mulher. Tornou-se modelo em Nova York, fisgou o nobre inglês Colin Campbell (irmão caçula do 12o  duque de Argyll), circulou entre a aristocracia durante 14 meses, tempo que o marido demorou para descobrir que “tinha se casado com um travesti”.

Incomparavelmente mais vexaminosa é a saia justa em que a família Windsor está agora. Afinal, se Elizabeth II não sabia da avó cozinheira, foi passada para trás. Se sabia, fez todos os súditos de bobos.

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Transcrito do blogue Antes que eu me esqueça de Marcia Lobo. Conheça outras impressionantes biografias

LOS DUDOSOS PROCESOS DE ADOPCIÓN

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Pouco se fala do futuro das crianças adotadas. E de quando termina a responsabilidade da justiça.

A Plaza Pública publica a história de

Una niña de Guatemala

En 1981, una joven mujer kʹiché se marcha para siempre de Paquí, una aldea de Totonicapán. Embarazada, con una niña pequeña en los brazos, huye de la violencia y la miseria. En la capital del país a donde llega, se dedica al servicio doméstico para familias acomodadas.

En una casa, conoce a la directora de uno de los principales orfanatos privados de la ciudad. La institución se dedica, además de acoger a niños perdidos o desamparados, a dar a los más pequeños en adopción a familias extranjeras. La directora, al ver a la mujer de Totonicapán embarazada, no deja pasar la oportunidad: logra convencerla de que es demasiado pobre para mantener a otro bebé. “Será mejor para vos y la criatura darla en adopción”, le explica.

La mujer kʹiché, quien nunca había pensado en desprenderse de sus hijos, se deja convencer. Poniendo su pulgar mojado en tinta, firma todos los documentos que la directora le presenta.

Nace una niña. Menos de dos meses después, una pareja francesa la adopta, por medio de una organización especializada en adopciones.

Treinta y dos años después, la niña se ha convertido en una hermosa mujer, casada, madre de una niña de cinco años y una bebé de 10 meses. Estudió mercadeo, trabajó varios años en una agencia inmobiliaria y ahora se dedica a cuidar a sus hijos. Vive cerca de Lyon, tercera ciudad de Francia. Se llama Julia Noblanc.

La búsqueda de las raíces

Al igual que muchos adoptados, Julia quiso saber de dónde era originaria, cuáles eran sus raíces, quién era la mujer que le había dado la vida. “De pequeña, no pregunté nada a mis padres, pero a los ocho años, pedí que me dejaran leer mi carpeta de adopción. Esta contenía datos sobre mi madre biológica, mi acta de nacimiento, y las resoluciones de abandono y de adopción”, recuerda.

Crisis de identidad

La voz de los adoptados también intenta ayudar a quienes lo deseen, en la búsqueda de sus raíces, la cual tiene dos componentes, tal como lo explica Julia: “Está la búsqueda de la familia y también la búsqueda cultural: los adoptados buscan impregnarse del mundo latino, conocer latinos, bailar en discotecas latinas, vestirse con cosas típicamente latinas”. Muchos adoptados intentan aprender el idioma de su país de origen, y conocer un poco más de su historia.

“Muchos adoptados están orgullosos de haber nacido fuera y lo reivindican. Algunos, hasta se presentan como guatemaltecos. Cuando veo a adoptados que nunca han ido a Guatemala y que están súper orgullosos de ser de allá, me incomoda. Es como taparse los ojos. No seremos nunca totalmente de aquí, ni totalmente de allá”, explica Julia. Cuando vino a Guatemala, se sorprendió de que los guatemaltecos no la reconocieran como compatriota y le preguntaran dónde había aprendido español. Peor aún: a ella y su familia, los llamaban “gringos”. Esto a pesar de sus inconfundibles rasgos mayas. “Somos de cultura francesa, europea. Comemos como franceses, nos vestimos como franceses. Hay que ser honesto con un uno mismo”.

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Julia vino una vez a Guatemala con su familia. Estuvo en Totonicapán, aunque no llegó hasta la aldea de su madre. Admite que, para un primer contacto, organizó un viaje por los lugares más turísticos, Antigua, el lago de Atitlán, para irse con una buena impresión del país. Quisiera conocer mejor, venir un día con sus hijas “que tienen algo de allí, aunque sólo sea genéticamente”, pero lamenta no tener familia a quien visitar, puesto que están en Estados Unidos. Paradojas de las migraciones a las que los guatemaltecos han sido forzados