Marina e a desinibição da direita

O jornaleiro

Marina CLT terceirização

por Paulo Metri (*)

Hoje, a candidata Marina fala em mexer na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pois, segundo fonte da sua campanha, “estas garantias trabalhistas são um peso para o desenvolvimento”. O mais surpreendente é que ninguém fica ruborizado.

Quantos sindicalistas e políticos socialmente comprometidos lutaram para trazer ganhos para a classe trabalhadora, e que a direita quer ver anulados, agora, com raciocínios tendenciosos e sem debate? Tudo isto com a roupagem da “nova política”, através de consultas diretas à população, depois da divulgação de teses mal explicadas e manipuladas pela mídia antidemocrática que temos. Acerca de qualquer assunto, esta só divulga a versão do capital. O brasileiro, com a catequese insistente e sem acesso a outra análise dos fatos, fica desinformado e pronto para votar mal em qualquer plebiscito.

Nos últimos oito anos, desde a descoberta do Pré-Sal, por interferência dos governos de plantão, não tinha eco…

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São Paulo sem água e a sede de votar, pela quarta vez, em Alckmin

Alckmin Foto do Cloaca News

Alckmin continua blindado apesar de todas as denúncias que pesam contra ele.

Esquerdistas de carteirinha votam em Alckmin, candidato dos banqueiros, dos empresários, das multinacionais, de Fernando Henrique e da extrema-direita.

Os indignados que foram para as ruas, nos protestos de junho de 2013, apesar de reprimidos pela violenta polícia de Alckmin, votam em Alckmin.

Os eleitores de Dilma, Marina e Aécio (traído e cristianizado pelo PSDB) votam em Alckmin.

Oa evangélicos fundamentalistas votam no Alckmin fundamentalista católico.

O povo sem água está com a maior sede de votar em Alckmin.

A bancada da bala, as milícias e o PCC votam em Alckmin.

Todas as vítimas do governo de Alckmin votam em Alkmin pela quarta vez.

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FHC Ariano tucano

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Qual é a misteriosa alquimia de Alckmin?

Os problemas que São Paulo enfrenta de nada abalam a força política do candidato à reeleição

Aroeira
Aroeira

 

por Juan Arias

 

Há quem se pergunte qual é a alquimia usada pelo candidato a governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para que nada nem ninguém seja capaz de evitar que seja eleito até mesmo no primeiro turno, com 51% dos votos. Seria seu quarto mandato como governador.

E não é que não tenha concorrentes de peso, como Paulo Skaf (PMDB), que aparece com somente 22% das intenções de voto, presidente licenciado da poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e que figura entre os 60 empresários mais importantes do Brasil; ou como Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde que foi escolhido como candidato do partido do Governo, (PT) pelo ex-presidente Lula.

Três vezes governador do Estado que ostenta 30% do PIB do Brasil, com uma população de mais de 40 milhões, Alckmin parece ter um mistério relacionado com a antiga alquimia da qual, ao que parece, vem seu nome de família.

Em eleições duras e complexas como as que vive o Brasil, o tranquilo governador de São Paulo, circundado de problemas por todos os lados, alguns de grande peso como o caótico e desumano trânsito urbano e uma violência que impede a população de sair tranquila à rua por medo de ser assaltada e sequestrada, o candidato a governador parece caminhar sobre as águas de um lago sem que nada nem ninguém o faça cair nas pesquisas.

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A grave situação do Estado de São Paulo faria pensar em uma reeleição, senão impossível, pelo menos difícil para aquele que por três vezes já foi governador.

Foi neste Estado que, no ano passado, estouraram os protestos de rua. E foram nesses protestos que a truculência da Polícia Militar com os manifestantes fez com que eles se estendessem por todo o país.

Soldado de Alckmin ataca um cinegrafista
Soldado de Alckmin ataca um cinegrafista

É em São Paulo que a situação das prisões de segurança máxima é tão grave que o PCC (Primeiro Comando da Capital) colocou a cidade de joelhos várias vezes, com suas ordens vindas da cadeia. E é esse o Estado que vive uma trágica possibilidade de ficar sem água pelo nível baixíssimo de suas reservas, ao que parece por graves falhas de planejamento e gestão.

água sao paulo

Nem sequer sua suposta filiação ou simpatia pela Opus Dei, uma das instituições religiosas católicas mais conservadores, nem as supostas acusações de estar envolvido no último escândalo de corrupção do Caso Alstom, na construção do metrô, conseguiram diminuir a força eleitoral de Alckmin.

Em minha passagem por São Paulo, perguntei várias vezes para pessoas de diferentes extratos sociais qual é o segredo do inquebrável governador, a quem nada parece ser capaz de balançar. E as respostas não foram claras. Alguns dizem que ainda não apareceu nada melhor; que é uma pessoa séria, que realizou coisas concretas no Estado, que não perde a calma; que é um bom trabalhador. Nada muito além disso.

Nada, entretanto, que faça pensar em uma grande personalidade, como foi Lula, que fazia com que fosse seguido quase magneticamente. Alckmin foi comparado até mesmo com um dos vegetais mais insossos do Brasil, o chuchu, que para ter algum gosto precisa ser temperado com especiarias.

Nem sequer suas origens e formação explicariam esse “carisma sem carisma” do governador: nasceu em uma cidade sem brilho do Estado de São Paulo, que eu mesmo não consigo pronunciar sem gaguejar: Pindamonhangaba.

É médico anestesista, mas desde os 20 anos se dedica à política. Foi fundador, junto a personagens de grande importância como o sociólogo e ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso e o economista José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Quem se atreveu um dia a se aprofundar no misterioso caráter do personagem Alckmin, blindado de todas as adversidades e todos os embates, foi o ex-ministro do PT e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Genro apelidou Alckmin, uma vez, de “manso amestrado para ser agressivo”; uma espécie de cachorro pit-bull, que ao mesmo tempo parece “frio e de cera” e que pertence a uma certa “aristocracia paulistana indiferente ao Brasil”.

O certo, entretanto, é que no Estado de São Paulo, essa aristocracia, se existe de verdade, é minoria. Também convivem nele imensas massas de simples trabalhadores originários de cerca de cem nacionalidades diferentes, muitas vezes amontoadas em favelas que controlam milhões de votos e uma classe média difícil de lidar e enganar.

Ao lembrar que a origem do nome de família de Alckmin é desconhecida, que poderia vir do aramaico, onde significa o “químico”, se diz que seu nome significa “alquimia”, que poderia vir da palavra árabe ‘alkimya’.

E a alquimia, desde a antiguidade, é identificada não somente com o sonho de transformar os metais em ouro, mas também com a busca da pedra filosofal e de um certo misticismo capaz de transformar a ignorância em sabedoria.

O mistério da incrível sobrevivência política de Alckmin estaria relacionado com a magia da alquimia?

Na busca dessa espécie de milagre eleitoral de Alckmin, contra quem nem a força de Lula adiantou, que se esforçou para destronar o candidato do PSDB para colocar à frente do Estado mais numeroso, mais rico e influente do Brasil, seu favorito, Padilha, outro médico, como governador, existe até quem chegou a usar o humor: como Alckmin é anestesista de profissão, talvez tenha sido capaz, dizem, de anestesiar os 51% da população que podem mantê-lo outros quatro anos no poder.

Alckmin terá conseguido, na verdade, descobrir a verdadeira pedra filosofal política sem que os outros candidatos tenham percebido?

O que os sérios e trabalhadores cidadãos de São Paulo, um macro-cosmo altamente plural, veem no personagem Alckmin para que, aparentemente sem grande brilho, acabe convencendo se nem sequer esforçar-se muito?

Dizem que Alckmin é religioso. O que ele não deixará de ser é objeto da “santa inveja” por parte de candidatos com muito mais personalidade que ele, que sofrem e lutam hoje para conseguir subir alguns décimos no termômetro de seus apoios eleitorais enquanto o paulistano está quebrando sem grandes esforços esse termômetro do sucesso com seus 51 graus de febre eleitoral.

 

Marina equipe vice alckmin tesoureiro

 

Marina é o retrocesso, a volta do FMI

Alfredo Martirena
Alfredo Martirena

A campanha presidencial constitui a luta do FMI com o BRICS, do Brasil independente, potência  mundial, ou o Brasil vira-lata, colonizado, de milhões de miseráveis, de empregos terceirizados, temporários, e de escravos.

É o entreguismo total. Política de quintal.

Para fazer essa virada de extrema-direita, Marina precisa de um Banco Central com autonomia e independência total como aconteceu na ditadura militar. Autonomia dada por Castelo Branco.

Marina prega o retrocesso. A volta da política Econômica de Roberto Campos, Delfim Neto, e Malan dantes do governo do PSDB, do ex-empregado de George Soros, Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central no governo Fernando Henrique, um clone do presidente Carlos Menen. A diferença do Brasil e a Argentina é que Menen está preso.

Recentemente, Marina Silva, no último dia 19, abandonou a campanha política, e fez uma viagem secreta aos Estados Unidos para fechar um acordo com empresários que, para os jornalistas estadunidenses que espalharam as teorias conspiratórias, patrocinaram o atentado político que matou Eduardo Campos.

Entregando o Brasil de porteira fechada

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Marina Bric

(AFP) – A candidata à presidência Marina Silva, do PSB, explora novos laços com os Estados Unidos, na visita nesta sexta-feira a Washington acompanhada de um de seus assessores, que defendeu a possibilidade de alianças comerciais e energéticas entre os dois países.

O Brasil terá uma “política externa muito aberta para desenvolver os laços com os Estados Unidos”, se Marina ganhar as eleições, prometeu seu coordenador de Programa de Governo, Mauricio Rands, à platéia composta por empresários.

Segundo Rands, “há uma grande possibilidade para integrar os dois países” em áreas como energia, tecnologia e investimento, retomando a idéia de um tratado de livre comércio entre os dois países.

“Devemos nos esforçar seriamente em um tratado de comércio e investimentos com os Estados Unidos”, afirmou Rands, que copresidiu, quando deputado, o grupo parlamentar Brasil-Estados Unidos.

Para reforçar o acordo, Fernando Henrique fez um alerta aos empresários internacionais sobre as chances de Dilma Rousseff se reeleger.

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AVISO URGENTE

En peligro el desarrollo social brasileño

por Hedelberto López Blanch

Brics soros CIA
Las próximas elecciones presidenciales en Brasil fijadas para octubre próximo, pudieran dar al traste con los grandes avances sociales y económicos que desde hace 11 años han llevado adelante los gobiernos del Partido de los Trabajadores (PT), encabezados por Luiz Inacio Lula da Silva, y seguido por el de Dilma Rousseff, los cuales han beneficiado a millones de ciudadanos de ese país.

Muchos intereses estan en juego para tratar de contrarrestar los cambios ocurridos en el gigante sudamericanos, pero dos son los más peligrosos: primero la animadversión de Estados Unidos hacia Brasil por su política de integración latinoamericana, el fortalecimiento del BRICS y su acercamiento a China, Cuba y Rusia.

En segundo lugar, el malestar de los poderosos grupos económicos y políticos de la derecha tradicional brasileña que no aceptan los cambios ocurridos para bien de la mayoritaria población.

Si hace pocos meses las encuestas daban como favorita para reelegirse a Rousseff, la situación cambió tras la muerte el 13 de agosto pasado, en un accidente aéreo, del candidato del Partido Socialista (PSB) Eduardo Campos, y la rápida entrada hacia la carrera presidencial de su vice, Marina Silva, lo cual ha estrechado las intenciones de votos entre estas dos principales contrincantes.

De la casi decena de aspirantes para la primera vuelta, Dilma aparece con una intención de votos del 39 %, seguida de Silva con 31 % y del derechista del Partido Socialdemócrata (PSDB) Aécio Neves con 15 %. Los demás no cuentan prácticamente en la lid.

Silva, ex ministra de Medio Ambiente en el gobierno de Lula, renunció al PT, y aparece como la preferida del sector financiero, la clase media y de los habitantes de las grandes ciudades como Sao Paulo o Río de Janeiro.

Como se recordará, Dilma canceló hace unos meses una visita de Estado a Washington, debido al espionaje electrónico que realizó la Agencia de Seguridad Nacional de Estados Unidos contra la presidenta y varios funcionarios brasileños. Eso tensó las relaciones con la administración de Barack Obama, que esta buscando una nueva cara que dirija los destinos del gigante sudamericano.

Tampoco a Washington le agrada la estrecha relación que Brasilia ha desarrollado con Cuba, Rusia y China y el impulso que ha dado a la Unión de Naciones del Sur (Unasur) y al Grupo BRICS, integrado por Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica.

Según el Fondo Monetario Internacional (FMI), este año el BRICS tendrá, en su conjunto, un mejor desempeño económico que Estados Unidos y Europa.

Pero analicemos más detalladamente los avances de Brasilia tras de la llegada de los gobiernos del PT en 2013.

En los últimos 11 años el crecimiento ha sido constante y si en 2007 ocupaba el décimo lugar por su Producto Interno Bruto (PIB), en 2008 superó a Canadá, en 2009 a España; en 2010 a Italia y a finales de 2013 estaba a solo pocos puntos de Gran Bretaña que ocupa la sexta posición.

La inmensa asimetría que existía entre ricos y pobres se ha reducido con la puesta en marcha numerosos programas sociales y más de 34 millones de personas salieron de la escala de pobreza en la que se mantuvieron durante décadas.

Los índices de pobreza se redujeron desde el 42 % en 2002 a 20 % en 2013; la tasa de desempleo se fijó en mayo de 2014 en 4,9 %, la más baja en toda la historia.

No obstante, de los 202 millones de habitantes, y pese a los esfuerzos realizados por las administraciones Lula-Rousseff, aun existen 22 millones de personas bajo la línea de pobreza, mientras unos 50 millones en total necesitan ayuda del Estado para recibir asistencia médica ya que no pueden pagar la atención privada.

En este contexto social han llegado al país numerosos galenos, entre ellos 6 000 profesionales cubanos que fueron ubicados en cerca de 800 municipios y regiones apartadas, los que brindan asistencia especializada gratuita a personas pobres y de clase media.

Desde la llegada de Lula al poder se iniciaron varios proyectos sociales como Hambre Cero, Brasil sin Miseria, Universidad para Todos, Mi casa, Mi vida, Bolsa Familia (brindan asistencia a núcleos pobres) y Primer Empleo que facilita a los jóvenes el acceso al mercado laboral, además de los subsidios distribuidos y el aumento del 53 % del salario mínimo.

Como complemento directo se suma la financiación de la escolaridad infantil y la elevación del número de puestos de trabajo, además de construirse o estar en ejecución, dos millones de viviendas para personas de bajos recursos.

Esos programas han permitido que las capas más afectadas de la sociedad hayan aumentado sus ingresos y tengan más poder adquisitivo lo que impulsa, a la vez, el desarrollo de la economía.

En este sentido, aunque los detractores del sistema afirman que ha disminuido el comercio exterior lo cual afecta el aumento del PIB, el ministro de Hacienda Guido Mantega explicó que Brasil no es un país dependiente de sus exportaciones como tantos otros. Agregó que posee un mercado interno grande y en crecimiento constante por lo que el producto interno depende solo del 15 % de las exportaciones y del 85 % del mercado nacional.

A eso se debió que las crisis internacionales como la del 2008 tuvieran poca repercusión sobre el mercado brasileño.

En definitiva, en las elecciones del próximo octubre se enfrentarán dos vertientes de sistemas diferentes, uno representado por Silva (en una posible segunda vuelta contará con el apoyo de Neves) que promueve políticas de corte neoliberal y responde a intereses del sector privado, y el otro del PT que apoya el desarrollo económico y social sostenido para sus habitantes, además de apostar por un mundo multilateral y la efectiva integración regional.

Esperemos pues los electores tendrán en sus respectivas boletas la decisión final.

capitalismo apatia colonialismo entreguismo privatização indignados

É HORA DO POVO PENSAR

O jornaleiro

por Talis Andrade

livro pássaro

Ora poesia lírica
ora poesia épica
do Grande Rio
do Sul

Ora um canto suave
ora um canto áspero
– flor e espinho

Que lhe fere o coração
ver os filhos da rua
saber que existem meninas
que ficam nuas por um pedaço de pão

Ora Sandra ora
aos Santos ora
doutro poeta a oração

Oh! bendito o que semeia
livros à mão cheia
e manda o povo pensar

e manda o povo pensar

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Marina nunca foi empregada doméstica

Marina tem o prazer masoquista ou a demagogia de contar, chorando, que teve uma “morte e vida severina”, várias ressurreições, uma existência de martírio, uma imitação de Nossa Senhora das Dores.

As histórias de que passou fome um dia, por comer pirão de ovo, e empregada doméstica entre os 16 e 18 anos, são melodramáticas.

Marina viveu pouco mais de um ano na casa de uma mulher pobre, onde realizou, com as filhas da casa que lhe acolheu, serviços domésticos. Sempre cruel com quem lhe ajudou, vende como megera uma doce velhinha que hoje chama de “patroa”. Toda história de Cinderela, de Gata Borralheira necessita de uma bruxa como personagem. Foi assim que Marina fantasiou a persona da madrasta, que o pai dela ficou viúvo, mas não casou de novo, deixando incompleta a biografia de Marina eterna sofredora, vítima do terrorismo do PT, quando tem o apoio dos barões nacionais e internacionais dos meios de comunicação de massa.

Não tem quatro anos que deixou de ser senadora, e perdida a eleição presidencial pelo PV, partido que criou, foi para a Argentina estudar, quando devia buscar assinaturas para registrar o Partido Rede.

Marina nunca foi miserável. Teve uma infância e uma adolescência vivida na pobreza. Isso aconteceu com milhares de políticos. Isso ainda acontece com milhões de brasileiros.

Marina fala do verde da floresta. Nunca li uma palavra dela em defesa dos pobres (votou quatro vezes contra a CPMF), nem citar os filhos da rua, ou as 500 mil crianças escravas sexuais, que para suportar oito a dez estupros diários, as penetrações no ânus e na vagina pequena e estreita, precisam entorpecer o corpo com drogas.

Nunca ouvi Marina falar de ajudar os favelados. O pai dela, com 87 anos, mora em um mocambo de madeira em um alagado do Rio Branco.

Marina foi salva pelo assistencialismo estatal, que hoje condena. Estudou no Mobral da ditadura militar. Em um convento católico, conseguiu de um bispo passagem aérea para tratar da saúde em um hospital de São Paulo. Saiu do convento, depois de fazer o supletivo, para estudar em uma universidade pública. Professora, entrou na CUT do PT, foi logo candidata a deputado federal. Perdeu. Dois anos depois vereadora da capital do Acre, dois anos depois deputada estadual, dois anos depois senadora para um mandato de 8 anos, e novamente reeleita para um novo mandato de 8 anos. Como não emplacaria o terceiro mandato, foi candidata a presidente pelo partido que inventou, o Verde, em 2010.

Simch
Simch

Marina disputa, pela segunda vez, a presidência por uma legenda de aluguel, o PSB, porque não conseguiu registrar o partido Rede da Sustentabilidade do verde da floresta, patrocinada por bancos e multinacionais, com o compromisso de conceder autonomia ao Banco Central e defender o FMI contra o BRICS. (Talis Andrade)

O partido d'eu sozinha
O partido d’eu sozinha

“Conto de fadas brasileiro”, diz Le Monde sobre trajetória de Marina Silva

“Era uma vez Marina Silva…”. É assim que a revista de fim de semana do jornal Le Monde intitula uma reportagem em que mergulha nas origens da candidata do PSB à presidência. O repórter do vespertino viajou até o Acre para contar o que chama de “um conto de fadas made in Brazil”. A história de vida de Marina parece começar a cair nas graças da imprensa francesa, assim como ocorreu com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Na reportagem de quatro páginas, o jornalista Nicolas Bourcier não deixa de reparar que a cidade em que a candidata nasceu se chama Bagaço, que ele traduz como “déchet”, que na língua francesa tem um sentido ainda mais forte, de “resíduo” ou “dejeto”. Bourcier diz que o nome é eloquente quando se constata a pobreza da região encravada na Floresta Amazônica.

Através de depoimentos de pessoas próximas – como o da própria irmã de Marina, que ainda vive em Bagaço – ele elenca alguns momentos-chave da vida da ex-senadora, que fazem com que a sua trajetória do Acre a Brasília pareça uma história de ficção.

O Le Monde diz que Marina é chamada por muitos de “Lula da Amazônia” (in RFI)

 

Dona Teresinha, ex-patroa de Marina: “Casa era de madeira, coberta de palha”

por Altino Machado

 

Dona Teresinha Lopes, 83 anos, foi patroa de Marina Silva quando a presidenciável tinha 14 anos, embarcou num ônibus e percorreu 70 quilômetros do seringal Bagaço até Rio Branco (AC) para trabalhar como empregada doméstica.

Casada com o professor Dagmar (falecido), mãe de oito filhos, dona Teresinha foi avisada por uma cunhada que uma adolescente procurava trabalho. Durante o ano que passou com a família Lopes, de 1974 a 1975, Marina lavava, passava e cozinhava e montava altares com santinhos de papel, usava cueiro como véu, rezava e sonhava em largar o trabalho de doméstica para ser freira.

Em outubro de 2010, quando abriu seu apartamento em Brasília pela primeira vez à imprensa, para conceder entrevista exclusiva ao Terra [que apagou a entrevista, por desmentir a história de empregada doméstica] Marina se emocionou ao falar de quando deixou o Seringal Bagaço apenas com um saco de pano nas costas e poucas mudas de roupas dentro, controlando-se para não chorar, para começar a sua trajetória como empregada doméstica:

– Eu fui fazendo escolhas aparentemente impossíveis. Você me pegou de surpresa ao fazer me lembrar disso e agora eu respondo: valeu a pena ter deixado aquela família, sem conseguir olhar para trás, adiando o choro dentro do ônibus até que ficasse escuro para que eu pudesse chorar e ninguém me visse chorando. Tudo valeu a pena porque hoje eu posso sorrir e dizer que aquelas lágrimas semearem muita esperança para mim, para minha família e para os ideais que eu acredito – disse.

REDE. Pedro Augusto, 87 anos, pai de Marina
REDE. Pedro Augusto, 87 anos, pai de Marina

[Esta saída do seringal, tem a seguinte versão da irmã mais velha Maria Deuzimar da Silva Vieira: “Ela (Marina) chamou meu pai e falou: “Pai, eu gostaria que o senhor permitisse. Eu quero ir estudar na cidade”. Meu pai perguntou: “Minha filha, é isso o que você quer?”. (Pausa para choro). Ela disse: “Sim, meu pai, é isso o que eu quero”. Aí meu pai falou: “Minha filha, não tenho nem o dinheiro da passagem de ônibus pra lhe dar. Mas você espera. Vou vender a borracha que conseguir produzir e lhe dou o dinheiro no final da semana pra você pagar a passagem de ônibus”. E assim ela fez. E assim ela saiu de nossa casa”.

Amada pelo pai e pelas irmãs, mais do que óbvio que Marina não teria permissão de sair de casa, para a cidade grande de todos os pecados, sem ter um lugar certo para ficar. O mais provável a casa de um parente.

Informou o  bispo do Acre, dom Moacyr Grechi: A jovem foi morar durante um tempo com os tios Aurélio e Mariquinha da Rocha Morais.

Marina e a amiga Dilma no convento
Marina e a amiga Dilma no convento

A revelação mais surpreendente sobre este tio é da companheira de quarto de Marina no convento:  Dilma Alves Omar, que conta: “Ela sofria na mão do tio, que era delegado. Parece que ele judiava um pouco dela, por isso ela foi para o convento”.

Delegado na ditadura, cruz credo! Catequizada pelo tio, Marina chamava seu benfeitor, Dom Macyr Grechi, de “comunista”. A outra Dilma, a Rousseff, acusada de comunista padeceu na tortura e na prisão. Marina nunca fala do tio.]

 

Abaixo, a entrevista com dona Teresinha, que é da Igreja Messiânica:

 

[Marina chama Dona Teresinha Lopes, 83 anos, de "patroa". Assim foi criada a lenda de emprega doméstica]
[Marina chama Dona Teresinha Lopes, 83 anos, de “patroa”. Assim foi criada a lenda de emprega doméstica]
Quando Marina veio morar em sua casa?

Ela tinha 14 anos [16 anos]. Quando Marina chegou a gente nem sabia o que fazer. Ela dormiu na mesma cama com uma de minhas filhas, a Silene, que já faleceu, que tinha a mesma idade dela. Dizem que fui patroa, mas a gente era tão pobre quanto a família da Marina. A nossa casa era de madeira, coberta de palha. A diferença era que a gente morava na cidade. Quem já morou em casa de madeira sabe o que é uma pernamanca, uma madeira grossa, onde são afixadas as tábuas da parede. Ela e Silene forravam a madeira com papel branco e botavam santinhos de papel. Usavam os cueiros dos meninos como véus e iam rezar. A intenção delas era ir para um convento rezar, orar, pedir a Deus.

Era um tempo muito difícil.

Sim, dificílimo. Tudo apertado. Meu filho Heimar, que trabalhava no Incra, ia pra mata, passava semana lá, e chegava com as calças capazes de ficar em pé de tão sujas. E a pobre da Marina estava aqui, tinha o que comer, e dava a mãozinha dela lavando as roupas do meu filho, passando a escova, tirando a lama. Ela chegou com poucas roupas. As roupas de Silene eram poucas, mas ela dividia com Marina. O pouco junta com outro pouquinho e fica muito.

O que Marina não sabia fazer quando chegou em sua casa?

Ela não sabia cortar nem fritar bife. Eu era muito elogiada por causa de meus bifes. Ela também tinha dificuldade de temperar o feijão. Mas eu ensinei a ela a fazer um bifezinho com molho, acebolado. Pra você ter ideia, a gente nem tinha forno. Nós tínhamos um fogão de barro de uma boca. Era uma lata de querosene partida ao meio, preenchida com barro, tendo uma boca. Era naquele fogão que a gente cozinhava. Aí a gente botava a lenha, soprava ou abanava para ficar no ponto de cozinhar. Fazer o arroz era fácil, mas cozinhar o feijão era muito mais difícil. Muitas vezes não tinha carvão e a gente usava gravetos. Comprar carne em Rio Branco era difícil, faltava. A gente comia mais conserva, enlatados. Era um tempo muito difícil, que passou, e vencemos.

Ela era tímida?

Demais. Era retraída. A gente ficava conversando e ela não entrava na conversa.

Patroa da Marina…

Esse termo de patroa é exagerado. Eu também era quase um caldo de pedra. Marina chegou e era uma a mais na família de dez pessoas. Além de mim e do meu marido, os meus filhos: seis mulheres e dois homens. Marina é que sempre ma chamou de patroa, talvez porque a casa era minha, tudo era meu. Mas a gente levava uma vida muito humilde. Marina veio de uma família muito humilde e chegou onde chegou. Nasceu com uma estrela brilhante. Ela tem muita luz, muita força, garra. Imagina uma criança que saiu da casa onde morava, no seringal, e mudou para a cidade para melhorar a vida, em busca de saúde, pois ela era muito doente. Seja como fosse, Rio Branco era uma cidade.

Qual era a doença?

Acho que era malária. Era um moreno pálido. Às vezes, quando a vejo falando, fico é com pena e penso ‘coitada de Marina, ela ainda tem alguma coisa de malária’.

E quando ela saiu?

Depois de um ano e alguns meses. Ela foi pro colégio São José, das freiras. Quando estava aqui, o sonho dela e da Silene era ser freira. Então foi bom ela ter saído, pois foi para um cantinho melhor do que na minha casa. Foi pra seguir o que ela falou quanto chegou aqui, de ser freira, induzindo minha filha, que acabou foi sendo indicada para miss e só não se candidatou porque o noivo não deixou.

Depois se distanciaram?

Eu costumava ver Marina casualmente, no centro, e nos cumprimentávamos. Uma vez ela viu o Dagmar, meu marido, e parou o carro para dizer para uma pessoa: “Esse aqui foi o meu primeiro patrão”. Que a história de Marina sirva de exemplo para os jovens de hoje. Não é desonra uma pessoa trabalhar em casa de família.

Caso Marina seja eleita, a senhora certamente será convidada para a posse. Qual a sua expectativa?

Não sei se vou aguentar tanta emoção. Mas eu sou muito forte, pé no chão, e já enfrentei muitas coisas. Que Marina bote o pé no chão, tenha garra e faça o que promete. Dê direitinho o que o povo merece. Vou votar nela, como sempre votei. Vou votar enquanto eu respirar, nem que seja em cadeira de rodas.

Acrescentei as informações entre colchetes. (T.A.)

Debate foi luta na qual Marina entrou com a cara

Aroeira
Aroeira

 

por Josias de Souza

O debate presidencial transmitido na noite passada pela Record foi uma espécie de luta de boxe na qual Marina Silva entrou com a cara. Dilma Rousseff esmurrou-a impiedosamente. Aécio Neves desferiu-lhe um par de jabs. Até a nanica Luciana Genro levou-a às cordas. No final, a parte da anatomia de Marina que mais apareceu no vídeo foi seu queixo de vidro.

Anabolizada pelo treinamento do marketing, Dilma foi para cima de Marina já na primeira pergunta. “A senhora mudou de partido quatro vezes, mudou de posição de um dia para outro em problemas de extrema importância, como a CLT, a homofobia e o pré-sal. Num debate da Bandeirantes, a senhora disse que tinha votado a favor da criação da CPMF porque achava que era o melhor que se podia ter para a saúde. Qual foi mesmo o seu voto como senadora?”

A indagação de Dilma ecoava uma propaganda que sua campanha veiculara na tevê ao longo do domingo, como quem prepara uma emboscada. Escorada no noticiário, a peça demonstrava que, diferentemente do que dissera, Marina votara contra a proposta de criação da CPMF em duas ocasiões. Como as votações ocorreram em dois turnos, ela dissera “não” ao chamado imposto sobre o cheque quatro vezes.

Sem poder negar o inegável, Marina ajustou a declaração que fizera antes. Em verdade, ela endossara a CPMF na votação da proposta que criou o Fundo de Combate à Pobreza, uma iniciativa do ex-senador pefelê Antonio Carlos Magalhães. “A composição do fundo seria: recursos da CPMF e dos impostos sobre cigarro”, disse Marina no debate. “Naquela oportunidade, […] portanto, votei favoravelmente, sim. Eu e o senador Eduardo Suplicy, mesmo com a oposição séria de várias lideranças do PT, que à época diziam que eu estava favorecendo um senador de direita.”

Punhos em riste, Dilma foi à réplica: “Candidata Marina, eu não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF. Nessas quatro vezes a senhora votou não. Isso consta dos anais do Senado. Atitudes como essas produzem insegurança. Governar o Brasil requer firmeza, coragem, posições claras e atitudes firmes. Não dá pra improvisar. Então, candidata, me estarrece que a senhora não lembre como votou quatro vezes contra a criação da CPMF.”

Abstendo-se de comentar os votos contrários, Marina, por assim dizer, dobrou os joelhos: “Eu me lembro exatamente quando votei a favor. Não tenho a lógica da oposição pela oposição nem da situação raivosa, que não é capaz de dialogar em nome dos interesses do Brasil. E nem da situação cega, que só vê qualidades mesmo quando os defeitos são evidentes. Tive uma prática coerente a vida toda. Defendi, sim, a CPMF para o fundo de combate à pobreza e é mais uma das conversas que o PT tem colocado para deturpar o processo.” Tempo esgotado, cortou um dos apresentadores.

Marina vem dizendo que prefere o debate ao embate. Após assistir à surra da noite passada, um de seus aliados disse que Marina talvez devesse considerar a hipótese de entrar na briga de uma vez por todas. Sob pena de morrer como uma transeunte inadvertida. Em política, quem se entrega ao dilema shakespeariano (to be ou not to be) raramente chega a ser.

Dilma foi aos estúdios da Record orientada para esfregar na cara de Marina as mistificações que, exploradas na propaganda eleitoral petista, puxaram-na para baixo nas pesquisas. “Não se pode usar dois pesos e duas medidas”, fustigou Dilma noutra passagem. “Qual é a posição da senhora a respeito dos créditos para os bancos públicos, o chamado crédito direcionado subsidiado? A senhora sabe a quanto monta esse crédito?”

Além de virar um ser que se justifica a cada sílaba, Marina fez, de resposta em resposta, propaganda involuntária dos programas expostos na vitrine eleitoral de sua antagonista: “Eu não só vou manter o crédito dos bancos públicos para o Minha Casa, Minha Vida, para ajudar a nossa agricultura a se desenvolver, como vou fortalecer os bancos públicos. Isso é mais um boato que está sendo dito em relação à nossa aliança, de que nós vamos enfraquecer os bancos públicos.”

Dias atrás, Marina chorou ao comentar os ataques que o petismo lhe faz com o endosso de Lula. De tanto se queixar dos boatos criados na usina de marketing de João Santana, a rival de Dilma acabou se auto-fragilizando. Candidato que muito reclama de malandragens dos rivais acaba soando como comandante de navio que se queixa do mar.

“O que vamos evitar é aquele subsídio que vai para empresários falidos, meia dúzia de escolhidos para ser campeões do mundo”, prosseguiu Marina. “…Esses, sim, não terão vez no meu governo. Não vamos permitir que recursos do BNDES sejam usados por meia dúzia.”

E Dilma: “Interessante, porque no seu programa consta justamente que a senhora vai reduzir o papel dos bancos públicos.” Ensaiada, a discípula de João Santana tirou sarro de Marina: “Sei que a senhora não sabe o montante dos créditos direcionados. É R$ 1,340 trilhão de reais. Isso significa, candidata, que toda a estrutura do Brasil, a produtiva e a social, está ligada a esse crédito.”

“Eu vou manter, sim, o crédito direcionado…”, repisou Marina. “Isso está muito claro no meu programa. É mais um dos boatos que estão sendo espalhados.” Um repórter perguntou quem decidiria sobre a manutenção de programas sociais como o Bolsa Família num hipotético governo Marina, ela ou seus assessores bem-nascidos?

“Quem vai decidir a manutenção dos programas sociais do meu governo é a sociedade brasileria”, respondeu Marina. Instado a comentar, Aécio Neves acionou os punhos: “No meu governo, serei eu que irei decidir. E eu manterei os programas sociais, blá, blá, blá…”

Aécio continuou jabeando: “…Vejo com certa estranheza a candidata Marina se queixar muito, hoje, das ofensas, das calúnias e dos boatos que os candidatos de oposição sofrem, de que vão acabar com esses programas sociais. Os boatos realmente existem, candidata, mas sempre existiram. Edistiram contra nós quando a senhora estava no PT. E não me lembro, infelizmente, de nenhuma palavra da senhora contra esse tipo de política que o PT continua praticando.”

A alturas tantas, Marina dirigiu a Aécio uma questão sobre a matriz energética do país. Concordaram no essencial: é preciso diversificar o modelo, adicionando a energia eólica, a solar e a da biomassa. Mas Marina criticou a “falta de planejamento” que vigorou nos governos do PT e também no do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Aécio viu-se compelido a defender o correligionário. Fez isso atacando: “A senhora cita governo Fernando Henrique, que tinha um grande desafio: o desafio de domar a inflação, de tirar o perverso imposto inflacionário das costas do trabalhador brasileiro. Lutamos muito por isso, contra o PT. Isso aconteceu, lamentavelmente, num tempo em que a senhora participava do PT.”

O marqueteiro Duda Mendonça costuma dizer que o eleitor prefere ouvir propostas a testemunhar ataques. Por essa teoria, a pancadaria pode se voltar contra o agressor. Responsável pelos efeitos especiais do comitê de Dilma, João Santana, que já trabalhou com Duda, subverte essa lógica. Até aqui, foi na base da pancada que ele puxou Marina para baixo e melhorou os índices de sua candidata nas pesquisas.

Além do auxílio luxuoso de Aécio, que tenta tomar o lugar de Marina no segundo turno, João Santana contou com o reforço de Luciana Genro. “Tu tens dito que defendes uma nova política”, disse a candidata do PSOL para Marina. “Mas teus economistas são ligados ao PSDB… e tua campanha é financiada por bancos e empreiteiras. Como é que tu vais fazer uma nova política com esses aliados.”

Marina levou um minuto e meio para dizer que Luciana não entendia nada de nova política, que “está sendo feita pela sociedade brasileira”. E sua interlocutora: “A nova política da Marina é assim: ela recebe a pressão do agronegócio, cede e diz que nunca foi contra os transgênicos. À pressao dos banqueiros, ela cede dizendo que vai dar autonomia pro Banco Central. À pressão dos reacionários do Congresso, […] ela cede e joga na lata do lixo o seu programa de defesa dos direitos LGBT. Essa é a nova politica da Marina. Mais velha do que a história.”

Nas cordas, Marina fez para a nanica Luciana a mesma pose de vítima que faz para a peso-pesado Dilma: “A nova política que eu pratico é exatamente para evitar esse tipo de atitude, que espalha boatos, que espalha calúnias, sem nenhum compromisso com a verdade. Isso é velha política.”

 

 

 

 

Xeque-mate das eleições de Pernambuco

Da Revolução de Trinta – e tudo indica – até os anos vinte deste século, Pernambuco teve quatro governadores que marcaram a sua História.

Marco Maciel que era da escola de Paulo Guerra que era da escola de Miguel Arraes que era da escola de Agamenon Magalhães.

Pouco importam as circunstâncias das ditaduras de 37 (Agamenon e Arraes) e de 64 (Paulo Guerra e Marco), eles imaginaram e criaram o Pernambuco que hoje vivemos.

O governo do Estado está sendo disputado por um neto de Agamenon, Armando Monteiro, e o parente Paulo Câmara (*) de Eduardo Campos, neto de Arraes.

Paulo Câmara é apenas uma sombra de Eduardo Campos, que foi um razoável, regular governador. E Armando Monteiro tem uma vivência legislativa, mas falta provar que merece comandar Pernambuco.

Duke
Duke

Vivemos uma campanha emocional, demagógica, e marcada pela baixaria da propaganda fúnebre, desde que se pede o voto dos justiceiros, que no enterro de Eduardo Campos exclamaram “justiça, justiça”, anunciando que Eduardo Campos foi assassinado  e, finalmente, apelaram para o linchamento do “PT que matou Eduardo Campos”.

Outra teoria de conspiração (**), muito mais convincente, porque cita os nomes dos interessados, denuncia que os inimigos do PT, a CIA de Obama e o bilionário especulador George Soros, para impedir a reeleição de Dilma Rousseff, uma das fundadoras do BRICS contra o FMI, explodiram o avião de Eduardo Campos. Rememore que no dia 13 de agosto, dia do suposto ato de terrorismo, Dilma e Armando venceriam no primeiro turno. Assim indicavam todas as pesquisas de opinião pública.

Morto Eduardo, Marina passou a liderar as pesquisas (Ela sempre disse que possuía mais votos).

Aécio Neves, via Armínio Fraga, tem o apoio de George Soros. Idem Marina, via o Banco Itaú.

Não acredito na  chacina de Eduardo Campos e de seus assessores, porque parentes das vítimas não pediram a prisão de nenhum sicário.

O irmão de Eduardo Campos deu uma entrevista, reconhecendo que foi uma morte acidental.

Por que, no anonimato dos muros, a pichação o “PT matou Eduardo Campos”?

Quem picha sabe: esse slogan sangrento rende  votos.

 

(*) Paulo Câmara é casado com Ana Luiza Câmara, prima de primero grau de Eduardo Campos

(**) Vide links

 

 

Bill Clinton elogia discurso de Dilma pela paz na ONU

CLINTON CRITICA OBAMA E ELOGIA DILMA E LULA

clinto

 

 

247 – O presidente Barack Obama ganhou mais um adversário de peso em relação à posição dos EUA de realizarem espionagem sobre cidadãos, governos e empresas em diferentes partes do mundo, entre as quais o Brasil. É ninguém menos que o ex-presidente Bill Clinton, que está no Brasil para o primeiro encontro de sua ONG – a Fundação Clinton Global Initiative – na América Latina.

“Não deveríamos levantar informação econômica sobre o pretexto da segurança”, disse Clinton em entrevista ao jornal o Globo. No caso do Brasil, o incômodo maior foi com o acompanhamento das conversas telefônicas da presidente Rousseff. E também da Petrobras”, reconheceu. “Não deveríamos levantar informação econômica sob o pretexto de segurança. Não com um aliado”.

dila ONU charge

Clinton elogiou a economia brasileira – “achei importante vir ao Brasil pelo progresso que houve aqui” – e, também, a postura da presidente Dilma Rousseff diante das manifestações de massa em junho deste ano. “Tanto as manifestações quanto a maneira como o governo respondeu a elas são, a longo prazo, indícios positivos”, afirmou o ex-presidente.

Ele comparou as reações do presidente da Síria e da presidente brasileira sobre as reivindicações populares. “O presidente Bashar al-Assad enviou o exército e, de repente, tinha uma guerra civil com a qual lidar. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse ‘vocês têm razão, vamos tentar descobrir como resolver os problemas'”, sublinhou Clinton.

Em um forte elogio às administrações do PT, Clinton foi enfático na defesa dos programas de bolsas de estudo e financiamentos a alunos carentes para cursarem o ensino superior. “Os governos Lula e Rousseff tentam fazer algo que nós jamais tentamos: dar às universidades particulares incentivos fiscais proporcionais ao número de alunos de baixa-renda. Isso funciona porque, por um lado, aumenta o número de matrículas e, por outro, não incentiva o aumento das mensalidades.”, avaliou o democrata.

Dilma na ONU: O mundo deve caminhar para o paz

paz

Enquanto o presidente norte-americano Barack Obama afirma que os extremistas do Estado Islâmico “só entendem a força”, a presidenta brasileira cita diversos conflitos nunca resolvidos: “Se bombardeio resolvesse, não haveria mais problemas no Iraque”

Osval
Osval

Por Portal Forum

Primeira mulher chefe de Estado a discursar na abertura da 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, a presidenta Dilma Rousseff condenou nesta quarta-feira (24) o uso de intervenções militares para solucionar conflitos bélicos citando os atuais na Síria, Iraque e Ucrânia, mas lembrando também a questão da Palestina, o fracasso da Otan na Líbia e outros focos de violência no Sahel, região entre o deserto da Saara e a África Subsaariana – referindo-se, provavelmente, aos conflitos no Sudão do Sul e na República Centro-Africana.

Segundo a presidenta, o uso da força, ao invés da diplomacia, gera o acirramento dos conflitos e a multiplicação de vítimas civis. Em tom duro, Dilma enfatizou que a comunidade internacional não pode aceitar que “manifestações de barbáries recrudesçam, ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios”.

“O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da questão palestina, no massacre sistemático do povo sírio, na prática de desestruturação nacional do Iraque, na grave insegurança na Líbia, nos conflitos de Israel e nos embates na Ucrânia”, declarou Dilma na tribuna da ONU. “A cada intervenção militar, não caminhamos para a paz, mas sim assistimos ao acirramento desses conflitos. Verifica-se uma trágica multiplicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários”, disse.

A presidenta novamente pediu por reforma no Conselho de Segurança da ONU, pois o órgão responsável pela manutenção da segurança internacional tem dificuldade para promover soluções pacíficas dos atuais confrontos e que um colegiado mais representativo e legítimo seria mais eficaz.

Dilma ONU

Em entrevista aos blogueiros independentes, a presidenta foi questionada por Kiko Nogueira sobre o seu discurso na 69ª Assembléia Geral da ONU e a respeito das críticas que fez aos ataques norte-americanos e de que estes não resolvem questão alguma. “Tem uma deliberada tentativa de confundir uma coisa com a outra. O Conselho de Segurança da ONU não aprovou os bombardeios dos EUA na Síria. Aprovaram que o recrutamento de terroristas em territórios estrangeiros fosse considerado crime, jamais aprovaram e deram sanção ao bombardeio, ao contrário, não estão autorizando”, criticou.

 Josetxo Ezcurra
Josetxo Ezcurra

Aécio ONU Aécio já está fazendo campanha para Marina. Ele, FHC, Alckmin, Serra.

onu dilma

dilma onu  casa blanca

A história romântica do segundo casamento de Marina

por Altino Machado

Fábio Vaz e Marina Silva. O coque fica para as fotos oficiais, solenidades, comícios e entrevistas.
Fábio Vaz e Marina Silva. O coque fica para as fotos oficiais, solenidades, comícios e entrevistas.
Em casa, Marina prefere os cabelos soltos
Em casa, Marina prefere os cabelos soltos

O técnico agrícola Fábio Vaz de Lima é o discreto marido de Marina Silva, a ex-senadora do Acre [eleita e reeleita pelo PT].

Fábio Vaz, como é mais conhecido, nasceu em Santos e passou 13 anos e oito meses de seus 49 anos como assessor e secretário de governadores do PT no Acre, onde o partido comanda o Estado há 16 anos. Seu último cargo, do qual pediu para ser afastado [recentemente], era o de Secretário Adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis.

Você nasceu em Santos e veio para o Acre, em 1983, aos 17 anos. Como veio parar aqui?

Até 1982 eu estudava em escolas agrícolas estaduais em São Paulo. Os meus melhores amigos eram acreanos. Eu sabia tudo a respeito do Acre só de conversar com meus amigos João Othoniel o Bá, entre outros. Eles me incentivaram para ir ao Acre para tentar trabalhar em uma fase de expansão agrícola, no fim do regime militar. Consegui entrar, ainda com 18 incompletos, na extinta Secretaria de Desenvolvimento Agrário, para cuidar do Nucleo Rural Integrado do Bujari, que agora é município, mas à época era apenas uma vila de Rio Branco. E assim fiquei e aconteceu tudo na minha vida. Agradeço muito aos meus amigos e ao Acre, pois foi a terra que me abraçou com muito carinho. Tenho uma identificação muito forte com o Acre, que cria até um certo aborrecimento com alguns de meus tios em Santos. Quando me apresento, costumo dizer que sou do Acre. Quando meus tios estão pode perto sou repreendido carinhosamente. Eles fazem questão de dizer que na verdade sou de Santos. Todos sabem que tenho mais tempo de vida no Acre do que na terra que nasci e onde vivem meus pais.

E quando você conheceu Marina?

Conheci Marina quando entrei na Universidade Federal do Acre. No início, à distancia, pois ela já estava formada e a vi durante uma palestra. Isso foi em 1985. No ano seguinte, quando ela já separada do primeiro casamento, nos aproximamos durante um festival de música promovido pelo Diretório Central dos Estudantes. Começamos a ficar juntos no dia 5 de abril de 1986, na data do meu aniversario.

Santos é marcante na vida ou no destino de Marina? Você nasceu lá, Marina estava lá quando Chico Mendes foi assassinado em Xapuri, em dezembro de 1988. Na semana passada, Eduardo Campos morreu em acidente aéreo em Santos…

Na vida de todos nós acontecem fatos difíceis de explicar, pois acabam sendo muito marcantes. Alguns podem ver significados nisso tudo, mas vejo apenas como acontecimentos. Marina conheceu Santos por minha causa. Quando ficou muito doente, fomos para a casa dos meus pais, onde vivi minha infância. Numa dessas vezes, em 1988, soubemos da morte de Chico. Era perto do Natal e tínhamos ido para Santos após as eleições, quando ela foi eleita vereadora em Rio Branco. Na verdade, naquele dia estávamos em Ribeirão Pires em uma consulta médica e voltamos para Santos. Agora aconteceu essa tragédia lamentável com Eduardo Campos e muda tudo na vida dela. Mas para mim nada tem de significado especial. Faz parte da vida, de termos boas e tristes lembranças de um lugar, seja ele qual for.

Parece que você e Marina sempre sempre se esforçaram para blindar os filhos e outros familiares dos embates políticos. Conseguiram isso em 2010. Será possível repetir o feito neste 2014?

Não é uma blindagem. É a maneira que encontramos de termos todos envolvidos, cada um à sua maneira, na vida política minha e de especialmente de Marina. Shalon, a mais velha, é psicóloga e concursada em empresas de pesquisa nacional. Danilo, o segundo, trabalha por conta própria com marketing e comunicação e se especializou em construção de programas, tem uma carreira na área privada e é empreendedor individual. Eles são filhos do primeiro casamento de Marina e vivo com eles desde pequenos. Eu me sinto o segundo pai e falo que eles têm muita sorte, pois podem contar com dois pais quando muitos não tem nenhum. Moara, a primeira filha de Marina comigo, é formada em direito, já tem OAB, e está no início da carreira. Mayara está terminando comunicação no interior de São Paulo e já estagia em rede de TV. Todos eles têem suas maneiras de engajamento, mas diria que, como eu, Danilo é o mais discreto e as meninas, como a mãe, quando podem, gostam de participar de maneira mais forte. Mas todos têm uma característica comum: querem conquistas em suas carreiras por méritos próprios e não querem vínculo com o meu ou com o trabalho da mãe (*)

Pra finalizar: quem é Marina Silva?

Não é fácil responder em poucas palavras. Marina é a pessoa que todos conhecem. Mulher forte, de caráter, verdadeira em tudo o que faz. Para Marina não há nada morno. Ou é quente ou é frio. Assim também é no aspecto pessoal. Tudo deve ser com a mais profunda verdade. No entanto, na vida familiar existem outras dimensões que me fazem amar Marina ainda mais, a cada dia. São pequenas coisa entre nós que é difícil de explicitar. Existe um comprometimento profundo pelas nossas vidas e dos outros, um carinho e atração sempre renovada, que rega o amor, e um forte compromisso com a palavra de Deus. Gosto do perfume dela, do seu toque, do seu jeito, do seu caráter. Gosto, gosto, gosto… Isso é o meu amor por ela.

 

(*) Nota do redator do blogue: Moara Silva Vaz de Lima, aos 17 anos, quando estudava no Instituto Adventista Paranaense (IAP), em Ivatuba (a 43 km de Maringá), revelou que pretendia cursar Direito (sonho realizado). E que seu nome Moara é indígena, e significa liberdade. Foi uma homenagem da ministra Marina Silva para Luis Inácio Lula da Silva. “Sinto-me honrada por ter o nome dedicado ao presidente do Brasil. Ele é uma pessoa bastante simpática e atenciosa. Trata todos com igualdade”, disse.

Mayara Silva
A caçula Mayara Silva

 

Na mesma epóca, Mayara Silva Vaz de Lima tinha 15 anos, e já sonhava ser jornalista e trabalhar como relações exteriores. E não pretendia seguir os passos da mãe. “Acho a política muito confusa”, esclareceu.

Três anos depois, Mayara criou seu primeiro blogue

Rede campanha

 

Este ano conclui seu curso de Jornalismo, e já vereda pela política. Tem uma página no Facebook para fazer a campanha de Marina.

A mulher mais linda desse mundo pra mim!!! (...) A foto é velha, mas a senhora continua gata!!!! Feliz aniversario mamãe. Muitos e muitos anos de vida e muita saúde sempre. Te amoooooooo .
Mayara escreveu, no Faceboox, a seguinte mensagem para Marina: “A mulher mais linda desse mundo pra mim!!! (…) A foto é velha, mas a senhora continua gata!!!! Feliz aniversario mamãe. Muitos e muitos anos de vida e muita saúde sempre. Te amoooooooo”

In Wikipédia: “Primeiro casamento ocorreu em 1980 e resultado em dois filhos: Shalon e Danilo. A união terminou em 1985. No ano seguinte, em 1986, casou-se com Fábio Vaz de Lima, técnico agrícola que assessorava os seringueiros de Xapuri. Desse casamento, que dura até hoje, Marina teve Moara e Mayara”.

Raimundo Souza, o nome do primeiro marido.

 

DIREITA VOLVER. O mercado financeiro e Marina Silva se assumiram

Com o golpe militar de 1964, e a caneta do ditador Castelo Branco, o Banco Central nasceu livre e independente, e foi cassada a estabilidade no emprego do trabalhador brasileiro, concedida na presidência de Getúlio Vargas. Essa volta aos tempos de chumbo, esse retrocesso, pretendem os banqueiros e grandes empresários, que patrocinam a candidatura de Marina Silva e do vice Beto Albuquerque, deputado federal que sempre defendeu os interesses dos latifúndios, dos agronegócios, e das estrangeiras empresas de armas, de fumo, e o avanço dos transgênicos na agricultura, tendo o povo brasileiro como cobaia.

salário emprego mendigo

 

Com o fracasso do PSDB em se firmar como braço político da elite econômica, o PSB de Marina destoa de compromissos históricos e abraça a agenda liberal de Castelo Branco e FHC

por redação RBA

 

A adesão do mercado financeiro à candidatura de Marina Silva foi instantânea. E o programa do PSB, já com a candidata na cabeça de chapa após a morte de Eduardo Campos, torna nítida essa aliança em temas relacionados a mercado de trabalho, direitos dos trabalhadores e condução da economia. Diz o programa de Marina: “A terceirização de atividades leva a maior especialização produtiva, a maior divisão do trabalho e, consequentemente, a maior produtividade das empresas”. É essa a linguagem utilizada pelas empresas e bancos quando substituem seus quadros de funcionários por serviços terceirizados para economizar com salários e direitos e desorganizar categorias.

E são esses os argumentos da bancada empresarial no Congresso desde 2004, na tentativa de aprovar um projeto de lei (o PL 4330) que escancara as portas da legislação trabalhista para essa fraude na subcontratação de mão de obra. Atualmente, as empresas perdem na Justiça do Trabalho os processos contestando essa prática. E com um programa desses, podem acabar com a “insegurança jurídica”.

O objetivo de “reduzir os custos” do trabalho no Brasil não é novo. Um projeto de lei com esse fim foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2002, último ano de governo FHC. Quando Lula tomou posse, em 2003, retirou o projeto, que já estava no Senado, e enterrou sua tramitação. De lá para cá, o Brasil conviveu com um processo de desenvolvimento que apostou no fortalecimento do mercado interno, permitiu a criação de empregos e o aumento da renda.

Para retomar aquela agenda que havia sido superada, Marina precisará de uma ­­coalizão neoliberal conservadora no Congresso, nos moldes daquela que deu sustentação às políticas da era FHC. Com o discurso da “nova política”, vai precisar de adesões do pior da “velha política” para cumprir seus “compromissos”.

Seu programa defende a independência do Banco Central, o que significa retirar do Estado o papel de regulador da economia e deixar ao sabor do mercado a regulação dos juros, do crédito e do câmbio, por exemplo. Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú Maria Alice Setúbal e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende. Por meio da candidata, propõem superávits primários (sobras de caixa para arcar com o pagamento de juros da dívida pública) mais elevados que os atuais. Mesmo que ao preço de conduzir a economia brasileira a um forte arrocho fiscal, levando à redução dos investimentos públicos e dos gastos sociais.

Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú Neca Setúbal e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende
Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú Neca Setúbal e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende

O programa de Marina para a política comercial também repete o ideário neoliberal que prevaleceu no Brasil durante os anos 1990, e que destruiu economias em todo o mundo. Os acordos bilaterais propostos pela candidata do PSB contrariam a tendência de fortalecimento dos blocos econômicos como o Mercosul. A diminuição da importância do pré-sal também é um dos anseios da “nova” aliança, o que anularia os enormes investimentos em pesquisa e tecnologia feitos para que o Brasil assumisse posição de protagonista no campo energético mundial. E prejudicaria o retorno desses investimentos, já previsto em lei, para a educação e a saúde.

Outra curiosidade do caderno de projetos do PSB para o Brasil é destinar cinco páginas à importância do agronegócio, e de se garantir seu crescimento, e somente três parágrafos à agricultura familiar, que responde pelo emprego de 74% da mão de obra na área rural, por aproximadamente 38% da produção nacional, e por 60% da produção de alguns itens básicos da alimentação brasileira.

O programa reserva ainda a redução do papel do BNDES e dos bancos públicos, tanto no que diz respeito ao crédito de longo prazo quanto ao consumidor. Marina propõe acabar com crédito direcionado, aquele que financia casa própria, agricultura, pequenos e médios empresários e industriários. Em benefício dos bancos privados, que poderiam cobrar juros mais altos na concessão desse tipo de empréstimo, que hoje é regulamentado.

Os riscos desse receituário são conhecidos dos brasileiros: recessão de fato (muito além da “recessão técnica”) e a volta do desemprego. Um cenário dos anos 1990, que enfraquece os trabalhadores e diminui sua capacidade de promover a distribuição de renda por meio de aumentos reais em seus acordos coletivos.

Com o fracasso do PSDB em se firmar como braço político da elite econômica, no plano nacional, o PSB e Marina aceitam assumir essa agenda. Ela une sua fome de ganhar uma eleição com a vontade do mercado de devorar o projeto de desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social que vem sendo construído desde 2003 ao longo dos governos Lula e Dilma. É isso o que está em jogo no dia 5 de outubro.

 

Emprego terceirizado, o famoso PJ, é trabalho temporário, renda incerta, porque amanhã você pode estar no olho da rua.
Emprego terceirizado, o famoso PJ, é trabalho temporário, renda incerta, porque amanhã você pode estar no olho da rua. (T.A.)