A velhice no Brasil começa aos 40 anos

Para sofrer, o brasileiro não precisa esperar nenhum amanhã.
Nenhuma empresa oferece emprego para quem tem mais de 35 anos.

No Brasil não existe mais emprego fixo. A estabilidade foi cassada por Castelo Branco em abril de 1964.
Que fazer depois dos 40 anos?
Em um país que não tem salário desemprego, nem salário cidadania, significa fome, miséria, vida de pária.

Fernando Henrique disse que os velhos eram malandros. E esticou o tempo de aposentadoria dos 60, quando começa a velhice, para os 65 anos, quando se é idoso.

E tem gente malvada no governo que propõe alongar mais ainda esse tempo de espera. Que a aposentadoria comece com a ancianidade: aos 70 anos.

Eta Brasil cruel.

Milhões de brasileiros estão dentro do bolsa família. Uma esmola que não alimenta uma pessoa, quanto mais uma família. Que milagre faz um pobre diabo com menos de 5 dólares por dia?

A grande maioria dos brasileiros – os assalariados, os aposentados, os pensionistas – recebe por mês 545 reais. Isso não dá 10 dólares por dia.

Esse “amanhã pode ser você” do Correio Braziliense é um recado para a classe média, que se contenta, resignada, com o pisoteado piso nos empregos temporários.
É isso aí. Amanhã não tem mais. Não tem mais amanhã para quem tem 40 anos.

 

 

Governador Cid Gomes manda espancar e prender professores

A manifestação dos professores estaduais na Assembleia Legislativa de Fortaleza, na manhã desta quinta-feira (29) resultou em quatro prisões e dois feridos.

O professor Arivaldo Freitas Alves, atingido na cabeça durante o confronto entre policiais e servidores, foi encaminhado ao Instituto Dr. José Frota (IJF) e encontra-se em observação. Segundo o representante do setor jurídico do sindicato, Sérgio Bezerra, ele foi atingido por policiais quando atendia companheiros em greve de fome.

Outro professor, brutal e covardemente espancado, foi Ronaldo Rogério.

Os professores prometem continuar acampados na Assembléia. Veja vídeo

Brasil país dos especuladores estrangeiros

Na Europa o povo, indignado, quer cadeia para os especuladores. No Brasil, onde tudo é diferente, todo dinheiro que chega é bem-vindo.
No país do segredo eterno, do sigilo bancário, do sigilo fiscal, do enriquecimento ilícito e rápido, dinheiro não tem cor, não tem cheiro, nem nome. É que nem o dinheiro de Maluf.

Sabe o Governo. Sabe a Justiça. Que os especuladores são agiotas bancários, traficantes de moedas, atravessadores, sonegadores, falsários, trapaceiros, perjuros, contrafatores, cambistas, adulteradores, usurários, embusteiros, lambanceiros, parasitas, exploradores, moedeiros falsos etc. São almas sebosas capazes de qualquer crime.

Um país sério faz assim. Publica El Publico, Espanha, hoje:

Los indignados exigen castigo penal para los especuladores
Apuestan por nacionalizar las cajas a las que se ha inyectado dinero público

Proponen una banca pública democrática, transparente y sin especulación.
Trabajan en una demanda a los bancos por sus “ilegalidades”

Maluf pode ser preso em 181 países. No Brasil, não

A manchete do dia:
STF transforma Maluf em réu por lavagem de dinheiro
Deputado e mais 10 são acusados de lavagem de quase US$ 1 bi no exterior.

De acordo com a denúncia, uma das fontes do dinheiro supostamente desviado ao exterior por Maluf seria a obra de construção da Avenida Água Espraiada, realizada quando o deputado era prefeito de São Paulo (1992-1996).

Isso é besteira. Paulo Maluf nunca foi condenado no Brasil. E nunca será. Mas pode ser preso se sair do Brasil, o País do Nióbio. Não é uma gracinha?

Em março de 2010, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol, a partir de solicitação dos Estados Unidos.
Tá na lista de procurados. Pode ser preso em 181 países. Repito: no Brasil, não.

Da mulher heróica o brado retubante

A imprensa tradicional pretende calar o povo. Insinua que protestar é perda de tempo. Que as autoridades fazem ouvidos moucos, e só enxergam o botim.

Trata-se de uma mensagem mentirosa, negativista, desmotivadora e nociva. Antipatriótica.

Nem tudo está dominado.
O povo tem manifestado seu apoio à Dilma Rousseff, pelo continuar da varredura no governo. À Eliana Calmon, pelo destronar, do altar da justiça, dos santos do pau oco.

No Congresso haverá de surgir uma Maria Quitéria. Uma Joana Angélica.

Bom sinal! o começo desta luta seja uma iniciativa feminina. Inclusive porque a brasileira passou a ser, no exterior, sinônimo de prostituta.

A Pátria, a República, a Justiça, a Igreja e a Imprensa possuem a mulher como símbolo.

Alvissareiro que ela comande agora a campanha do Brasil livre de todos os males. Antes que seja tarde.

A polícia bandida do Rio

A morte da Justiça verdadeira

Quatro policiais militares, entre eles o tenente Daniel Santos Benitez Lopes e o cabo Jefferson de Araújo Miranda — presos pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 11 de agosto deste ano —, são acusados pela polícia de, 11 dias antes da morte da magistrada, terem executado um jovem de 14 anos dentro da favela do Salgueiro, em São Gonçalo. Os PMs teriam tentado encobrir o crime forjando um auto de resistência, segundo as investigações da 72ª DP (São Gonçalo).

Eles sempre fazem isso: forjam um auto de resistência para encobrir mortes encomendadas e chacinas. Essa gangue tem um coronel como chefe. Que mandou matar a juíza. Os bandidos cá em baixo e os lá de cima querem uma justiça mole, boazinha, complacente, cúmplice. Veja até onde vai a polícia do governador Sérgio Cabral Filho . Matam crianças inocentes. Depois dizem que foi bala perdida, briga entre traficantes, suicídio… inventam qualquer história. E a imprensa publica.
E a justiça faz que não sabe.

Essa milícia do coronel comandante da polícia Claudio Luiz Silva de Oliveira está sendo investigada porque matou uma juíza. Basta lembrar que a presidente do STF já foi sequestrada no Rio de Janeiro. Uma história que nunca foi contada direito.
No Rio está assim: de dia a milícia é polícia. De noite, a polícia é milícia.
Como diferenciar um policial honesto do desonesto?
Eis a razão do povo ter medo da polícia do governador Sérgio Cabral Filho.

Waldir Pires apoia Eliana Calmon: “Existem desonestos, sim”

Claudio Leal

O ex-ministro da Defesa e da Controladoria Geral da União (CGU), Waldir Pires (PT), enviou um telegrama de solidariedade à corregedora nacional do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon, apoiando as declarações da magistrada sobre a existência de “bandidos” no Judiciário.

“Existem desonestos em todos os poderes da República, sim. Sempre existiram. É preciso combater eficazmente a corrupção em todos eles sempre insistentemente e com a participação da sociedade por inteiro”, afirmou Pires, na mensagem enviada à ministra.

Em entrevista à APJ (Associação Paulista de Jornais), Eliana Calmon criticou a tentativa de restringir o poder de investigação do CNJ sobre juízes. “Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”, atacou. “Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ”, cravou.

Leia o telegrama do ex-governador da Bahia Waldir Pires, 84 anos.

Por que o Brasil admira Eliana Calmon?

Corregedora de Justiça critica fraudes de juízes
(Transcrevo entrevista de 28 março último)

Folha de São Paulo
“Nunca vi coisa tão séria”, afirma ministra sobre fraudes de juízes

Corregedora Nacional de Justiça afirma que caso de desvios é “emblemático e muito grave”
Investigação revelou que foram fraudados cerca de 700 contratos de empréstimos, alguns em nome de fantasmas

por Frederico Vasconcelos

“Em 32 anos de magistratura, nunca vi uma coisa tão séria”, diz a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, ao falar das investigações que descobriram um esquema de empréstimos fictícios comandado por magistrados.

“O caso me deixa preocupada, porque está caminhando para a impunidade disciplinar. Mas é emblemático. É muito grave e deixa à mostra a necessidade do Poder Judiciário se posicionar”, diz.

Os desvios patrocinados por um grupo de juízes federais a partir de empréstimos concedidos pela Fundação Habitacional do Exército foram objeto de investigação dos próprios magistrados.

Reportagem da Folha revelou que contratos foram celebrados em nome de associados fantasmas da Ajufer e juízes que desconheciam ter feito qualquer empréstimo.

Documentos mostram que, de 2000 a 2009, a Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região) assinou 810 contratos com a fundação. Cerca de 700 foram fraudados. Ao menos 140 juízes tiveram os nomes usados sem saber, aponta apuração da própria Ajufer.

Folha – Como começou a investigação na corregedoria?
Eliana Calmon – Tive conhecimento com a ação de cobrança. Chamei o dr. Moacir. Ele me disse que tinha havido vários empréstimos e que colegas não pagaram. Chamei a presidente que o antecedeu, dra. Solange [Salgado]. Então, tive ideia dos desmandos na administração da Ajufer.

– Quem mais foi ouvido?
– Conversei com o general Burmann [Clovis Jacy Burmann, ex-presidente da fundação do Exército]. Ele me disse que a única pessoa que cuidou dos empréstimos foi o dr. Moacir. Voltei a ele, que me disse tudo. A partir da hora em que ele me confirmou que tinha usado indevidamente o nome dos colegas, eu não tive a menor dúvida.

– Ele admitiu a fraude?
– Ele admitiu tudo. E que os antecessores e diretores da Ajufer não participaram.

– O que a levou a determinar o afastamento do juiz [decisão suspensa pelo STF]?
– Os juízes estavam nervosíssimos. Um queria dar queixa na Polícia Federal, o outro queria entrar com uma ação. Teve juiz que chegou a dizer que ia mandar matar o dr. Moacir. Enfim, eu teria que tomar uma posição.

– O que a sra. temia?
– Meu temor é que ele ocultasse provas ou fizesse incursões. Ele mandou me entregar uma mala de documentos. Os juízes auxiliares ficaram estupefatos de ver os contratos, empréstimos de R$ 300 mil, R$ 400 mil. Causou muita perplexidade encontrar talonários de cheques já assinados pela presidente que o antecedeu.

– Por que o TRF-1 não afastou o dr. Moacir, em janeiro, com base na investigação?
– O corregedor votou pelo afastamento, mas o tribunal entendeu que era injusto afastá-lo e não afastar os demais envolvidos.

– Alguns juízes temem que haja impunidade.
– Doutor Moacir era uma pessoa muito simpática e o tribunal tinha dele o melhor conceito. Ficam com “peninha” dele. “Coitadinho dele.” Não é coitadinho, porque ele fez coisa gravíssima.

– Entre os suspeitos há algum desembargador?
– Há ao menos um desembargador envolvido, tomou empréstimo alto, me disse dr. Moacir, e não pagou.

Supremo adia julgamento da ação que tira poderes do Conselho Nacional de Justiça no combate à corrupção

por Carlos Newton

Depois de um demorado intervalo, a pretexto de tomarem um lanche, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram no início da noite que não mais iriam julgar hoje a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros, para tirar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o poder de punir juízes por má conduta, sem que o caso tenha sido aprovado antes pela corregedoria do respectivo tribunal.

No intervalo da sessão de hoje, o relator, ministro Marco Aurélio, disse que não havia clima para julgar o caso. O tema, polêmico, já causou atritos entre a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, e o ministro Cezar Peluso, que acumula as funções de presidente do STF e do CNJ.

Em entrevista, a corregedora disse que

há bandidos na magistratura,

o que todos sabem, mas a declaração provocou uma nota de Peluso repudiando a afirmação e outra nota da Associação dos Magistrados do Brasil. Hoje, Eliana Calmon repetiu a declaração.

A expectativa é que seis ministros concordem com a AMB: o presidente Cezar Peluso, o relator Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e José Antonio Toffoli. A favor da manutenção dos poderes do CNJ estariam Carlos Ayres Britto e Gilmar Mendes. Joaquim Barbosa concorda com a última tese, mas não deve participar da sessão por motivos de saúde. A opinião de Cármen Lúcia ainda é um mistério.

Traduzindo tudo isso: a pressão da opinião pública foi tamanha, na defesa da ministra Eliana Calmon, que o Supremo afinou, como se diz na gíria.