Hoje Dia Mundial da Paz. Levando em conta a realidade de tantas pessoas que sofrem pelas desigualdades, a violência, a fome e a miséria

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Transformação social e inclusão humana

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste primeiro dia do ano, celebra-se o Dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem publicada em 8 de dezembro de 1967.

Em sua primeira mensagem, o Papa Paulo VI dizia: “Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1° de janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário, que mede e traça o caminho da vida humana no tempo, que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro”.

”A proposta de dedicar o primeiro dia do novo ano à Paz não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da Paz… A Igreja católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a ideia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre, por toda a parte, muitos promotores para poderem imprimir ao Dia da Paz um caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um porvir mais feliz, ordenado e civil”.

No entanto, é importante, nesse contexto, reiterar que a paz é um conceito muito mais amplo. Não se celebra apenas a busca da paz como tempo de serenidade e de ausência de conflitos, mas também levando em conta a realidade de tantas pessoas que sofrem pelas desigualdades, a violência, a fome e a miséria. Desse modo, a paz pode representar uma transformação social, que visa a inclusão universal das pessoas.

Por isso, todos os anos, o Papa propõe um tema específico para o Dia Mundial da Paz. Para este ano, que se inicia hoje, o Papa Francisco escolheu como tema “Vence a indiferença e conquista a paz”, como convite a todos para promover uma cultura de solidariedade e misericórdia, a fim de se vencer a indiferença que ameaça a paz.

A mensagem do Papa é dividida em sete partes: “proteger as razões da esperança”, “algumas formas de indiferença”, “a paz ameaçada pela indiferença globalizada”, “da indiferença à misericórdia: a conversão do coração”, “promover uma cultura de solidariedade e misericórdia para vencer a indiferença”, “a paz: fruto de uma cultura de solidariedade, misericórdia e compaixão” e, por fim, “a paz no sinal do Jubileu da Misericórdia”.

Enfim, Francisco destaca a indiferença como ameaça à paz e exorta a manter a esperança, mesmo em meio aos tantos conflitos existentes no mundo. (MT)

Papa Francisco: Tráfico humano é delito contra a humanidade

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Um delito contra a humanidade. Esta foi a definição usada pelo Papa Francisco.

Nesta quinta-feira, 10, para falar do tráfico humano, foi até a sede da Pontifícia Academia das Ciências para um encontro com os participantes da conferência internacional dedicada à problemática do tráfico de pessoas.

Francisco enfatizou que esse tipo de comércio é uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo, um delito contra a humanidade. Ele falou do tráfico de homens, mulheres e crianças como se as feridas na “carne de Cristo” estivessem na sua própria carne.

Para o Papa, este é um triste fenômeno, um campo de luta. Estando, hoje, face a face com os participantes de uma conferência sobre esse crime, ele teve a oportunidade de expressar a sua indignação, sobretudo a urgência da solidariedade, inspirada na fé, com as vítimas desse crime.

“É um encontro importante, mas é também um gesto da Igreja e das pessoas de boa vontade que querem gritar ‘basta!’ (…) O fato de nos encontrarmos, aqui, para unir os nossos esforços significa que queremos que as estratégias e as competências sejam acompanhadas e reforçadas pela compaixão evangélica, pela proximidade aos homens e mulheres que são vítimas desse crime”.

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“Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria!”

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Recorde a mensagem que o Papa Francisco enviou para os brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade este ano, que aborda o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

Na mensagem, Francisco afirma que não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria. “Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz etc. Isso é tráfico humano!”

O Papa ainda chamou à atenção para tantos dramas que acontecem em nível familiar e explicou que é necessário que todos façam um exame de consciência. “Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social!”. Leia íntegra da mensagem

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Papa: “O Filho de Deus veio a este mundo como desabrigado”

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Por Scott Malone

WASHINGTON (Reuters) – O papa Francisco almoçou com 200 pessoas que estão desabrigadas ou vivendo na pobreza em Washington nesta quinta-feira, e lhes disse que não há justificativa social ou moral para a falta de moradia.

Depois de fazer um discurso no Congresso dos Estados Unidos no qual exortou os legisladores a fazerem mais para ajudar as pessoas mais vulneráveis da sociedade, Francisco visitou uma instituição de caridade católica que oferece alimento, assistência médica e ajuda para arrumar emprego.

“Não conseguimos encontrar justificativa social ou moral, absolutamente nenhuma justificativa, para a falta de moradia”, afirmou o pontífice aos funcionários, doadores e frequentadores da instituição na capital do país mais rico do mundo.

Francisco fez da defesa dos pobres o cerne de seu papado, inspirado no tempo que passou nas favelas e nos sopões de rua quando ainda era um religioso atuando na Argentina antes de ser eleito em 2013 como o primeiro papa latino-americano.

Também na condição de primeiro papa a discursar na legislatura dos EUA, ele disse aos parlamentares para “terem em mente todas aquelas pessoas ao nosso redor que estão presas em um ciclo de pobreza. Elas também precisam que lhes deem esperança”.

Algumas das pessoas que o líder católico encontrou na instituição disseram esperar que suas palavras levem o Congresso e outras autoridades eleitas a fazerem mais pelas necessidades dos pobres.

“Você nunca os ouve falar sobre a falta de moradia ou sobre como anda o mercado de trabalho. Você ouve que o mercado de trabalho está ruim, mas não os ouve dizer ‘O que podemos fazer para ajudar?’”, afirmou Angela Ford, de 45 anos, que perdeu o emprego que tinha na indústria automobilística anos atrás e mora em um local providenciado pela igreja.

“Com todas essas mensagens políticas negativas, é ótimo ter alguém positivo aqui”.

O papa abençoou a refeição de peito de frango desossado e salada de macarrão para o grupo antes de se misturar à multidão, trocando apertos de mão e parando para tirar fotos enquanto admiradores gritavam “Papa! Papa!” em espanhol. Ele relembrou a história bíblica do nascimento de Jesus, que começa relatando como seus pais não conseguiam encontrar um lugar para ficar em Belém.

“O Filho de Deus veio a este mundo como desabrigado”, disse Francisco. “O Filho de Deus soube o que é começar a vida sem um teto”.

ESPANHA
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ESTADOS UNIDOS
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“MST vai para Cuba com o PT”

JOÃO PEDRO STÉDILE: “A NOSSA BURGUESIA SENTE RAIVA DE POBRE E DE PRETO”

Stédile e o Papa Francisco
Stédile e o Papa Francisco

João Pedro Stédile, no início do Seminário Reforma Política e Combate à Corrupção, iniciado quarta-feira última, em Fortaleza, declarou:

“Esse ataque não foi pessoal, mas direcionado à classe trabalhadora. A nossa burguesia tem raiva de pobre e de preto. Ainda não consegue conviver com casa grande e senzala”, disse Stédile, referindo-se às agressões que sofreu imediatamente após o desembarque no Aeroporto Internacional Pinto Martins.

O encontro ocorreu na Casa Amarela Eusélio Oliveira, equipamento da Universidade Federal do Ceará. E o ataque a Stédile foi patrocinado pelos especuladores imobiliários, filiados ao PSDB dos golpistas Aécio Neves, José Serra, Fernando Henrique e Aloysio Nunes Ferreira, ex-comunista, que passou do stalinismo para a extrema direita.

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A direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) repudiou hoje (23), em nota, a agressão sofrida pelo membro da coordenação nacional do movimento, João Pedro Stedile, quando deixava o aeroporto de Fortaleza na noite de ontem. Um grupo de pessoas cercou Stedile e o seguiu até seu carro, em um trajeto de seis minutos, chamando-o de “assassino”, “fascista”, “comunista”, “traidor da pátria” e entoando em canto “MST vai para Cuba com o PT”.

Para a direção do movimento, “este episódio não é um fato isolado, mas um reflexo do atual momento político do país, em que se vê crescer a cada dia o ódio contra os movimentos populares, migrantes e a população negra e pobre”. O texto compara o episódio à agressão sofrida no último sábado (19) por jovens de favelas cariocas que foram impedidos, sob o risco de danos físicos, de frequentar as praias da zona sul da capital fluminense.

“Estes atos de violência e ódio propagado intensamente nas redes sociais, e que reverberam cada vez mais nas ruas, são mais uma demonstração da violência dos setores da elite brasileira dispostos a promover uma onda de violência e ódio contra os setores populares”, diz o texto. A direção do movimento lembrou que recentemente Stedile foi vítima de outra agressão, quando circulou nas redes sociais um cartaz que oferecia uma recompensa por ele “vivo ou morto”.

O MST entende que essa onda de ataques é resultado de “uma mídia partidarizada, manipuladora e que distorce e esconde informações, ao mesmo tempo em que promove o ódio e o preconceito contra os que pensam diferente”. “São esses meios de comunicação a serviço de uma direita raivosa e fascista os responsáveis por formarem essas mentalidades criminosas e odiosas que alimentam as ruas e as redes sociais com os valores mais antissociais e desumanos que possa existir.”

Tais atos, no entanto, não enfraqueceram a luta pela reforma agrária e pelos direitos sociais protagonizada pelo movimento, segundo a nota. “Não aceitaremos que nenhum militante dos movimentos populares sofra qualquer tipo de agressão ou insulto por defender e lutar por justiça social. Nos comprometemos a permanecer em luta nas ruas pela defesa da democracia, dos direitos civis, da classe trabalhadora e o respeito aos valores humanitários.”

O chefe do MST, João Pedro Stédile recebeu a comenda mais importante de Minas Gerais no dia da Inconfidência Mineira, 21 de abril de 2015, que lhe foi dada pelo governador do PT, pelo governador Fernando Pimentel.

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Papa Francisco se encontra com sem-teto nos Estados Unidos: “O Filho de Deus entrou neste mundo como uma pessoa que não tem casa. O Filho de Deus sabe o que é começar a vida sem um teto”

 

 

“Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade”

 

 

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Jans tot Sint Geertgen, 1490

por Alessandra Borges

Nesta quinta-feira, 24, após ser o primeiro Papa a discursar no Congresso dos Estados Unidos, Francisco, seguiu para o Centro Caritativo da Paróquia de São Patrício, em Washington, onde se encontrou com os sem-teto e os abençoou.

Em suas primeiras palavras, o Santo Padre, agradeceu pelo acolhimento e os esforços para que este encontro pudesse ser realizado. O Pontífice disse que ao olhar para aquelas pessoas ele viu o rosto de São José, santo, que serviu para ele de apoio e fonte de inspiração.

 

“Na vida de São José, houve situações difíceis de enfrentar. Uma delas aconteceu quando Maria estava prestes a dar à luz Jesus. A Bíblia é muito clara: não havia lugar para eles na hospedaria. Imagino José, com sua esposa prestes a ter o filho, sem um teto, sem casa, sem alojamento”, refletiu Francisco.

Segundo as palavras do Sumo Pontífice, Jesus entrou no mundo com uma pessoa que não tem casa e, deste modo Francisco propôs aos presentes uma reflexão sobre os questionamentos de José naquele momento que não tinha uma casa para oferecer ao Filho de Deus.

“São perguntas que muitos de vós podem pôr-se cada dia. As perguntas de José perduram até hoje, acompanhando todos aqueles que, ao longo da história, viveram e estão sem uma casa. Foi a fé que permitiu a José encontrar a luz naquele momento que parecia uma escuridão completa; foi a fé que o sustentou nas dificuldades da sua vida. Pela fé, José soube seguir em frente, quando tudo parecia sem saída”, disse Francisco.

O Pontífice destacou que não podemos encontrar justificativas morais e sociais para aceitar a carência de habitação. Afirmou também que Deus olha por cada pessoa e não a abandona.

“É a fé que nos diz que Deus está connosco, que Deus está no meio de nós e a sua presença incita-nos à caridade; aquela caridade que nasce do apelo de um Deus que não cessa de bater à nossa porta, à porta de todos para nos convidar ao amor, à compaixão, a darmo-nos uns aos outros”, afirmou o Santo Padre.

A oração é capaz de unir os povos, principalmente a Deus, por isso reforçou que quando rezamos nos aproximamos uns dos outros.

“Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade. É na oração que o nosso coração encontra a força para não se tornar insensível, frio perante as situações de injustiça”, frisou.

Ao final do seu discurso, Papa Francisco, pediu a todos que rezassem a oração do “Pai Nosso” – cada qual em sua língua materna – como um gesto de fraternidade e proximidade.

 

Discurso do Papa Francisco no encontro com sem-tetos

 

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Queridos amigos!
A primeira palavra que quero dizer-vos é «obrigado». Obrigado por me acolherem e pelo esforço feito para que este encontro se pudesse realizar.

Aqui recordo uma pessoa que amo e que foi muito importante na minha vida. Serviu-me de apoio e fonte de inspiração. É uma pessoa a quem recorro quando estou com algum problema. Vós fazeis-me lembrar São José. Os vossos rostos falam-me do dele.

Na vida de São José, houve situações difíceis de enfrentar. Uma delas aconteceu quando Maria estava prestes a dar à luz a Jesus.

Diz a Bíblia: «Quando eles se encontravam [em Belém], completaram-se os dias de [Maria] dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 6-7).

A Bíblia é muito clara: não havia lugar para eles na hospedaria.

Imagino José, com a sua esposa prestes a ter o filho, sem um tecto, sem casa, sem alojamento.

O Filho de Deus entrou neste mundo como uma pessoa que não tem casa. O Filho de Deus sabe o que é começar a vida sem um teto.

Imaginemos as perguntas que José se punha naquele momento: Como é possível? O Filho de Deus não tem um teto para viver? Por que estamos sem casa? Por que estamos sem um teto? São perguntas que muitos de vós podem pôr-se cada dia. Como José, questionais-vos: Por que estamos sem um teto, sem uma casa? Mas tais perguntas, será bom que no-las ponhamos também todos nós: Por que estão sem casa estes nossos irmãos? Não têm um teto, porquê?

As perguntas de José perduram até hoje, acompanhando todos aqueles que, ao longo da história, viveram e estão sem uma casa.

José era um homem que se punha perguntas, mas sobretudo era um homem de fé. Foi a fé que permitiu a José encontrar a luz naquele momento que parecia uma escuridão completa; foi a fé que o sustentou nas dificuldades da sua vida. Pela fé, José soube seguir em frente, quando tudo parecia sem saída.

Perante situações injustas, dolorosas, a fé oferece-nos a luz que dissipa a escuridão. Como sucedeu com José, a fé abre-nos à presença silenciosa de Deus em cada vida, em cada pessoa, em cada situação. Ele está presente em cada um de vós, em cada um de nós.

Não encontramos qualquer tipo de justificação social, moral ou doutro género para aceitar a carência de habitação. São situações injustas, mas sabemos que Deus está a sofrê-las juntamente connosco, está a vivê-las ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos.

Sabemos que Jesus não quis apenas ser solidário com cada pessoa, não quis apenas que ninguém sentisse ou vivesse a falta da sua companhia, da sua ajuda, do seu amor; mas Ele próprio Se identificou com todos aqueles que sofrem, que choram, que padecem qualquer tipo de injustiça. Ele no-lo diz claramente: «Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me» (Mt 25, 35).

É a fé que nos diz que Deus está convosco, que Deus está no meio de nós e a sua presença incita-nos à caridade; aquela caridade que nasce do apelo de um Deus que não cessa de bater à nossa porta, à porta de todos para nos convidar ao amor, à compaixão, a darmo-nos uns aos outros.

Jesus continua a bater às nossas portas, à nossa vida. Não o faz magicamente, nem o faz com truques, com vistosos placares ou fogos-de-artifício. Jesus continua a bater à nossa porta no rosto do irmão, no rosto do vizinho, no rosto de quem vive junto de nós.

Queridos amigos, uma das formas mais eficazes de ajuda, temo-la na oração. A oração une-nos, irmana-nos, abre-nos o coração e lembra-nos uma verdade maravilhosa que às vezes esquecemos. Na oração, todos aprendemos a dizer Pai, papá, pelo que nela nos encontramos como irmãos. Na oração, não há ricos e pobres; há filhos e irmãos. Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade.

É na oração que o nosso coração encontra a força para não se tornar insensível, frio perante as situações de injustiça. Na oração, Deus continua a chamar-nos e incitar-nos à caridade.

Como nos faz bem rezar juntos! Como nos faz bem encontrarmo-nos naquele espaço onde nos olhamos como irmãos e nos reconhecemos necessitados do apoio uns dos outros. Hoje quero unir-me a vós, preciso do vosso apoio, da vossa proximidade. Quero convidar-vos a rezar juntos uns pelos outros, uns com os outros. Assim, poderemos prestar este apoio que nos ajuda a viver a alegria de saber que Jesus está sempre no meio de nós. Aceitais?
Pai nosso…

Antes de vos deixar, gostaria de dar-vos a bênção de Deus:
O Senhor vos abençoe e proteja;
O Senhor vos olhe com benevolência e mostre a sua bondade;
O Senhor vos olhe com amor e conceda a sua paz (cf. Nm 6, 24-26).
E não vos esqueçais de rezar por mim.

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Obama foi receber Francisco no aeroporto

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Além da grande bóia de Key West

O Papa Francisco chegou aos Estados Unidos na tarde de 22 de Setembro e foi recebido pelo presidente Barack Obama e pelo vice-presidente Joe Biden. Isto nunca tinha acontecido antes. Já é difícil que um inquilino da Casa Branca vá pessoalmente a dar as boas-vindas à chegada de um hóspede estrangeiro — aconteceu em 2008 com George W. Bush que recebeu Bento XVI — e o facto de que estivesse presente também o número dois testemunha a estima da presidência americana em relação ao primeiro Pontífice nascido no continente e a importância desta sua visita.

De resto, o que o levou de Santiago de Cuba para Washington foi muito mais do que um simples voo de transferência de um país para outro, durante uma viagem apostólica. Foi o voo que, simbolicamente, evoca a reconciliação, a esperança que se torna realidade, porque realizado por um dos principais artífices da histórica reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, como os respectivos líderes reconheceram publicamente e várias vezes. Ainda falta a revogação do embargo, mas o caminho já está marcado. E as noventa milhas que separam a grande bóia posta no cais de Key West — «o ponto mais meridional dos Estados Unidos continentais» e também de menor distância de Havana — depois de mais de cinquenta anos voltam a ser um simples trecho de mar, não mais uma barreira.

Para a chegada, o programa não previa formalidade alguma, portanto não houve discursos, hinos, homenagens à bandeira. A cerimónia oficial de boas-vindas realizou-se na manhã de 23 de Setembro na Casa Branca, com a visita de cortesia ao presidente. Assim, o encontro que teve lugar na tarde de terça-feira foi quase familiar (estava presente até a mãe da first lady), e tornou-se solene somente graças à presença de um pequeno piquete de honra, aliás equilibrado pelo simpático embaraço de quatro crianças, vestidas com os uniformes das respectivas escolas católicas, que ofereceram a homenagem floral ao Pontífice, o qual as saudou afectuosamente. Texto de Gaetano Vallini, enviado especial L’Osservatore Romano

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Papa chega aos EUA com uma bagagem que desagrada aos republicanos

por ANA FONSECA PEREIRA
Será a primeira visita de um Papa que fez das periferias e dos mais pobres a sua prioridade. Alterações climáticas, imigração ou Cuba são alguns dos temas que opõem Vaticano à direita americana

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Aos 78 anos, o Papa que fez das periferias a sua prioridade visita pela primeira vez a grande potência, na segunda etapa de uma viagem que começou em Cuba. Nos Estados Unidos, vai encontrar-se com o Presidente Barack Obama e discursar na Assembleia Geral da ONU, mas é a sua intervenção no Congresso que gera mais expectativa – a mensagem de Francisco adivinha-se difícil de ouvir para muitos políticos em Washington, colidindo em quase tudo com a agenda republicana.

A visita papal arrancou sob o signo da reaproximação entre Cuba e os EUA, após negociações mediadas pelo Vaticano. Um desenvolvimento histórico que tornou possível, por exemplo, que o avião papal tenha viajado nesta terça-feira directamente de Havana para a base aérea militar de Andrews, em Washington. À sua espera, Francisco tinha o próprio Presidente norte-americano, uma cortesia pouco habitual que testemunha o alinhamento entre os dois homens ou, como escreveu o New York Times, sugere que Obama não tem na actualidade “um aliado mais poderoso” do que o líder da Igreja Católica.

Além de ter sido facilitador do diálogo com o Presidente cubano, Raul Castro, Francisco defende a urgência de combater as alterações climáticas (tema da sua última encíclica) insurge-se contra as desigualdades económicas e critica os países que fecham as suas fronteiras aos imigrantes. Temas que colam na agenda de fim de mandato de Obama, mas que não podiam cair pior a um Partido Republicano em plena refrega para decidir quem será o candidato às presidenciais de 2016.

Habituados a ver no Vaticano um suporte moral das suas posições contra o aborto ou o casamento homossexual, os republicanos mais conservadores lamentam que a mensagem papal seja agora menos doutrinal e mais política. “Não preciso de receber lições do Papa sobre as alterações climáticas”, disse à CNN o Paul Gosar, congressista católico do Arizona que decidiu boicotar o inédito discurso que Francisco fará quinta-feira perante as duas câmaras do Congresso. “Acho que o Papa está errado. A infalibilidade aplica-se apenas a questões religiosas, não políticas”, disse Chris Christie, governador do Nova Jérsia e um dos seis candidatos republicanos que são católicos, quando questionado sobre o apoio do Vaticano ao fim do embargo a Cuba.

Receando que a sua intervenção seja contraproducente, Francisco evitará referências muito directas ao embargo quando falar aos congressistas. Mas basta ter passado por Cuba sem ter ouvido os dissidentes ou feito críticas directas ao regime castrista para dar munições aos que, na direita mais radical, o acusam de ser “antiamericano” ou “marxista”.

Uma irritação que promete aumentar se, como se espera, Francisco repetir em Washington a denúncia de algumas das características que mais identificam a América, como a hegemonia económica, o consumismo ou o capitalismo sem regras. Os observadores suspeitam que a mensagem será implícita, misturando elogios às liberdades e conquistas do país com a recordação de que a prosperidade e a influência acarretam responsabilidades acrescidas. Mas ficará claro de que lado está o seu coração quando, logo depois de discursar no Congresso, se sentar à mesa com dezenas de sem-abrigo, imigrantes ilegais e doentes apoiados por organizações católicas da capital.

Nos EUA, o quarto país com mais católicos no mundo, a população parece mais receptiva do que os políticos ao Papa e à sua mensagem – uma sondagem divulgada segunda-feira indica que 51% têm boa opinião de Francisco, uma popularidade superior à de qualquer político, e 49% quer ouvi-lo falar de questões políticas e sociais. Mas uma incursão pelos temas do aborto ou do casamento homossexual não deixará de desagradar a democratas ou aos católicos mais progressistas, da mesma forma que muitos ficarão desiludidos se não ouvirem da sua boca palavras de arrependimento sobre o escândalo de pedofilia que manchou a Igreja nos EUA. A viagem, com agenda carregada e uma segurança sem precedentes, termina domingo com uma missa em Filadélfia no encontro mundial de famílias.

ALEMANHA
ALEMANHA
ÁFRICA DO SUL
ÁFRICA DO SUL
ARGENTINA
ARGENTINA

Imprensa brasileira boicota visita do Papa Francisco aos Estados Unidos e divulga mentiras

Zero notícias na primeira página
PORTO ALEGRE
PORTO ALEGRE

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Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO
O Globo dá uma notinha mentirosa, de que o Papa Francisco evitará falar das relações de Cuba com os Estados Unidos. Propaganda direitista que o presidente Obama desmente

“Santo Padre, estamos agradecidos por seu inestimável apoio a nosso novo começo com o povo cubano”, declara Obama

Obama agradece “inestimável apoio” do papa ao “novo começo” com Cuba

EFE – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, agradeceu nesta quarta-feira ao papa Francisco por seu “inestimável apoio ao novo começo” entre seu país e Cuba que, disse, oferece a “promessa” de uma melhor relação bilateral, maior cooperação com o continente e “uma vida melhor para o povo cubano”.

Obama fez um breve discurso durante a cerimônia oficial de boas-vindas ao pontífice na Casa Branca, assistida por cerca de 15 mil pessoas.

“Santo Padre, estamos agradecidos por seu inestimável apoio a nosso novo começo com o povo cubano, que oferece a promessa de melhores relações entre nossos países, maior cooperação em todo o continente e uma vida melhor para o povo cubano”, ressaltou Obama.

Francisco chegou aos EUA depois de uma visita de três dias a Cuba, onde visitou Havana, Holguín e Santiago de Cuba.

Tanto o governo dos Estados Unidos como o de Cuba reconheceram o papel crucial desempenhado pelo papa nas conversas secretas que derivaram no histórico acordo anunciado em dezembro para a normalização das relações bilaterais e o reestabelecimento dos laços diplomáticos.

Ao término da cerimônia oficial de boas-vindas, Obama, sua esposa, Michelle, e o pontífice cumprimentarão os convidados desde a sacada da Casa Branca.

Em seguida Obama e o papa se reuniram a portas fechadas no Salão Oval.

Nova Iorque
NOVA IORQUE
Miami
FLORIDA
 Massachusetts MASSACHUSETTS

Globo: “Em lua de mel com papa, Cuba vê renascimento de fés afro-cubanas”

Sacerdotisa da santeria
Sacerdotisa da santeria

As rádios, televisões, revistas e jornais do grupo Globo, da família Marinho, além de classificar o Papa Francisco de comunista, insinua que ele impulsiona o renascimento dos cultos africanos em Cuba.

Com tal afirmativa, nega o que tanto propagou: que os cubanos são ateus.

Ontem o Papa rezou missa para 500 mil cubanos, na Praça da Revolução, em Havana.

Narra João Fellet: “Turbante à cabeça e vestida de branco, Rosaida Tavio apresenta o salão nos arredores de Havana onde cultua Xangô, seu orixá protetor.

No canto, uma estátua da divindade repousa sobre um recipiente de madeira, ladeado por cabaças. No alto, Jesus Cristo e seus apóstolos se sentam à mesa da Santa Ceia.

Tavio é sacerdotisa da santeria, principal religião afro-cubana, mas isso não a impede de também se definir como “100% católica”.

“Somos mais seguidores de Cristo que qualquer outro grupo”, ela diz à BBC Brasil enquanto abana um leque azul.
Tavio e vários de seus filhos espirituais assistiram no domingo à missa em Havana do papa Francisco, louvado por muitos cubanos por seu papel na reconciliação entre Cuba e os Estados Unidos.

Alguns dos pontos brancos na multidão que encheu a Praça da Revolução sinalizavam santeiros recém-iniciados. Pela tradição, quem “faz o santo” (consagração a um orixá) deve se vestir todo de branco por um ano. Outros usavam colares e pulseiras de contas com as cores de seu “orixá de cabeça”, guia espiritual de um santeiro”.

É isso aí. Parace Salvador, Bahia, ou outra cidade brasileira.

Alina Garcia
Alina Garcia

A mídia da Globo tem o mesmo linguajar preconceituoso, fanático e racista dos pastores Silas Malafaia, Marco Feliciano.

Existe mais liberdade religiosa em Cuba do que no Brasil:

Menina iniciada no candomblé é apedrejada na cabeça por evangélicos

Intolerância religiosa: Menina de apenas 11 anos é apedrejada na cabeça por evangélicos e diz que está com medo de morrer: ‘Continuo na religião, nunca vou deixá-la. É a minha fé. Mas não saio mais de branco’. A garota e os parentes também foram xingados: ‘Sai Satanás, queima! Vocês vão para o inferno’

Menina já pedia paz em imagem publicada antes de ser agredida. Hoje, ela afirma que não vestirá mais branco porque tem ‘medo de morrer’ (Reprodução/Facebook)
Menina já pedia paz em imagem publicada antes de ser agredida. Hoje, ela afirma que não vestirá mais branco porque tem ‘medo de morrer’ (Reprodução/Facebook)

Com apenas 11 anos de idade, K. conheceu a intolerância religiosa na noite de domingo de forma dolorosa. A menina, iniciada no Candomblé há quatro meses, seguia com parentes e irmãos de santo para um centro espiritualista na Vila da Penha, quando foi atingida na cabeça por uma pedra, atirada, segundo testemunhas, por um grupo de evangélicos. Ainda segundo os relatos, momentos antes, eles xingaram os adeptos da religião de matriz africana.
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“Eles gritaram: ‘Sai Satanás, queima! Vocês vão para o inferno’. Mas nós não demos importância. Logo depois, o pedregulho atingiu minha neta e, enquanto fomos socorrê-la, eles fugiram em um ônibus”, contou a avó da menina, Kathia Coelho Maria Eduardo, de 53 anos, conhecida na religião como Vó Kathi.
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O caso foi registrado ontem na 38ª DP (Brás de Pina) como lesão corporal e no artigo 20 da lei 7.716 (praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de religião). A polícia tenta identificar os agressores através de câmeras dos ônibus da região.
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K. chegou a desmaiar e, segundo seus parentes, teve dificuldade para lembrar de fatos recentes. “Ela está bem, pois foi socorrida para o hospital e até foi à escola, pois é muito estudiosa. Mas na hora chegou a perder a memória. Que mundo é esse que estamos vivendo? Não se respeita nem criança?”, questionou, ainda indignada, Yara Jambeiro, 49, também integrante do Barracão Inzo Ria Lembáum e uma das responsáveis pela educação religiosa de K.
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O caso ganhou repercussão na Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro. Ivanir dos Santos, que preside a comissão, defende a importância da punição aos responsáveis.
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“Não se trata de um fato isolado. É assustador uma pedrada em uma criança. Vivemos um momento delicado na questão da intolerância. As investigações precisam chegar aos agressores para que o exemplo não seja de impunidade e que a liberdade religiosa seja reafirmada como está na lei”, avaliou.
Responsável por uma rede social com 50 mil adeptos e que defende a cultura afro-brasileira, Marcelo Dias, o Yangoo, divulgou o caso: “É assombroso”, criticou.
Medo de morrer
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Em entrevista ao jornal carioca Extra, a menina disse que a partir de agora quer esconder de todos a fé que abraçou por medo de sofrer novas represálias.
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“Continuo na religião, nunca vou deixá-la. É a minha fé. Mas não saio de mais de branco. Nem no portão eu vou. Estou muito, muito assustada. Tenho medo de morrer. Muito, muito medo”, afirmou.
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A garota recorda com indignação do momento em que foi agredida. “Só me recordo de ter colocado a mão na cabeça, sentir o sangue e logo depois vê-lo pingando no chão. Foi uma coisa do nada. Nem vi direito de onde veio. Mas eu poderia ter sofrido algo grave. Atingiu minha cabeça. Mas e se fosse meu olho?”, questionou.
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Ialorixá de 90 anos enfartou com ofensas

A denúncia de que uma pedra feriu a menina K., de 11 anos, na noite de domingo, chegou à Comissão de Combate à Intolerância do Rio em meio a reunião na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em protesto pela morte, no dia 1º , de uma uma ialorixá, de 90 anos de idade, em Camaçari, na Bahia.
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Segundo seus parentes e filhos de santo, a religiosa enfartou depois da instalação de um igreja evangélica em frente ao seu terreiro.
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Conhecida como Mãe Dede de Iansã, Mildreles Dias Ferreira teria morrido após seguidores da igreja, terem passado uma madrugada inteira em vigília proferindo ofensas em direção à casa de santo.
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“A polícia recebeu queixas contra as manifestações em frente ao terreiro antes da morte dela. Fizeram cerimônias em frente à casa de forma acintosa e, em outros casos, há quem macule terreiros, além de outras práticas sistemáticas”, enumerou Ivanir dos Santos, presidente da comissão. Pragmatismo Político. Informações de O Dia e Extra/ Flávio Araújo

Os braços abertos do povo cubano

FRANÇA
FRANÇA
ESTADOS UNIDOS
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Pela terceira vez em menos de vinte anos o Papa está em Cuba: em Janeiro de 1998 o primeiro foi João Paulo II, depois em Março de 2012 Bento XVI, e agora é a vez de Francisco, o primeiro Pontífice americano que quis unir nesta viagem dois países – Cuba, precisamente, e os Estados Unidos – que depois de meio século de tensões e contrastes até muito ásperos finalmente voltaram, com a ajuda da Santa Sé, a aproximar-se. Graças também ao impulso, nos respectivos episcopados, de quantos souberam levar a sério as palavras de Wojtyła relançadas por Bergoglio à sua chegada a Havana numa tarde húmida e muito quente: Cuba abra-se ao mundo e o mundo abra-se a Cuba.

A ocasião da visita é dupla, como recordou o Pontífice: o centenário da proclamação da Virgem da caridade do Cobre como padroeira de Cuba – decidida por Bento XV mas pedida pelos veteranos da guerra da independência da coroa de Espanha – e o octogésimo aniversário das relações diplomáticas entre o país e a Santa Sé, relações nunca interrompidas, quis significativamente frisar o Papa com um acréscimo ao texto preparado para a saudação de chegada. Recebido pelo presidente Raúl Castro, que participou também na missa celebrada na capital, Bergoglio dirigiu a sua saudação a Fidel Castro, que visitou pouco depois em forma privada, e «a todas aquelas pessoas com as quais, por diversos motivos, não me poderei encontrar», disse.

Mencionando depois a vocação natural de Cuba como «ponto de encontro», o Papa recordou o processo de normalização com os Estados Unidos. Acontecimento de importância primordial no panorama internacional, o novo percurso empreendido com coragem pelos dois países foi indicado por Bergoglio como «um sinal da vitória da cultura do encontro» e «exemplo de reconciliação para o mundo inteiro». Um mundo que «precisa de reconciliação nesta terceira guerra mundial por etapas», improvisou o Pontífice que, falando aos jornalistas no voo para Havana, insistiu mais uma vez sobre a urgência da paz.

E a mesma preocupação ressoou, depois da importante missa na praça da Revolução, no apelo do Papa a favor de uma reconciliação definitiva e de uma paz duradoura na Colômbia, onde decénios de conflito armado – o mais longo actualmente a decorrer – fizeram derramar o sangue a milhares de pessoas. «Por favor, não temos o direito de nos permitirmos outro fracasso neste caminho» implorou, defendendo abertamente o caminho das negociações.

Estas palavras foram proferidas pelo Pontífice no final de uma celebração durante a qual na homilia tinha desenhado os contornos da grandeza segundo o trecho evangélico acabado de ler: quem quiser ser grande deve servir os outros e não servir-se dos outros. Sendo que servir – explicou – significa preocupar-se pelas pessoas frágeis, defendendo a dignidade dos irmãos e olhando para o seu rosto: «Por isso o serviço nunca é ideológico, dado que não se servem ideias mas pessoas», descuidadas por projectos que até podem parecer aliciantes.

LIMA
LIMA
ESTADOS UNIDOS
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Uma festa da fé, animada por cantos e orações e pelo entusiasmo das quinhentas mil pessoas reunidas na manhã de domingo para a missa do Papa Francisco na Plaza de la Revolución em Havana. Um lugar fortemente simbólico em Cuba, teatro de grandes assembleias cívicas, no qual se destaca a enorme efígie de outro argentino, Che Guevara.

Um espaço que voltou a acolher uma celebração religiosa presidida por um Pontífice, como já tinha acontecido em 1998 com a missa celebrada por João Paulo II e depois em 2012 com Bento XVI. Ontem coube a Francisco subir ao palco, diante do qual, para a ocasião, foi erguida uma fotografia gigante do Cristo da Misericórdia com a escrita Vengan a mi, que cobre os mais de dez andares da Biblioteca nacional. Do lado oposto, uma grande imagem com madre Teresa de Calcutá e o lema da visita Misionero de la misericordia. E o missionário da misericórdia vindo de Roma dirigiu palavras de encorajamento à multidão reunida para o ouvir. O povo cubano, disse, é um povo que caminha, canta e louva, ama a festa, mas tem também algumas feridas; e não obstante tudo sabe estar de braços abertos.

Logo depois da missa, Francisco foi à casa de Fidel Castro – ao qual tinha dirigido um pensamento no aeroporto na sua chegada – para um encontro particular. O colóquio, muito cordial e realizado na presença da Esposa e de outros familiares, durou cerca de trinta minutos. Texto de Gaetano Vallini/ L’Osservatore Romano

CUBA
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COLÔMBIA
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