População não confia mais no STF que segue mais Eduardo Cunha do que a Constituição Federal

Acredito que Eduardo Cunha, pela experiência que tem, de primeiro-ministro, presidente da Câmara dos Deputados, de segundo vice, prestes a ser promovido vice-presidente da República do Brasil, seria o presidente ideal do atual STF. Cunha pode ser tudo, mas não é frouxo.

O povo não conhece os ministros da suprema justiça. Suas biografias são bem escondidas.

Nos Estados Unidos, os membros do judiciário são eleitos pelo povo. O processo de nomeação dos ministros do Supremo é idêntico ao do Brasil, mas lá as sessões do Senado que aprovam a indicação presidencial não são secretas. Um boa mostra de como funciona está no documentário “Confirmação” de Rick Famuyiwa.

O juiz Clarence Thomas é nomeado para o importante cargo de Juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, substituindo outro juiz negro. Mas na hora da validação pelos senadores, uma ex-funcionária na faculdade, a professora de direito Anita Hill, acusa-o de tê-la assediado sexualmente dez anos atrás. Na ausência de provas, o caso gera um escândalo no país (as sessões são televisionadas ao vivo), suscitando debates sobre o papel das mulheres na política, o abuso de poder no sistema americano e as questões raciais nas altas instâncias do governo.

Esse debate jamais aconteceria no Brasil. Nossos juízes são deuses, intocáveis, exculpantes.

Nossa justiça é uma casta absolutista, reacionária, cara, antisocial e fechada em luxuosas cortes.
Portal Mais Roraima – Após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conduzir sob a condição de réu o processo de impeachment contra a presidenta da República Dilma Rousseff, a população brasileira passou a desconfiar dos poderes do STF e a questionar a lisura e a ética dos seus ministros.

Cunha é réu no STF, mas mesmo assim continua no comando, sendo que há mais de cinco meses foi pedido o afastamento dele pela Procuradora Geral da República. “O problema está no STF”, disse Rodrigo Janot, da PGR.

Realmente o problema está no STF. Até um juiz de segunda instância (Sérgio Moro) manda mais do que os ministros do STF.

O poder de persuasão de Cunha sobre o STF foi verificado em junho de 2015, quando confrontou os magistrados que poderão julgá-lo nas investigações da Operação Lava-Jato.

Na ocasião, Eduardo Cunha mandou um recado para a ministra do STF Rosa Weber, relatora do mandado de segurança impetrado por 63 deputados, em que se pede a anulação da votação da Câmara que aprovou o financiamento privado de campanhas. Por meio de um ministro do STF, ele disse que se Rosa deferir a liminar, “vai ter troco”.

Outro sinal de que Cunha manda no STF. Por duas vezes se recusou a prestar depoimentos sobre as acusações no âmbito da Lava Jato. E o que STF fez? Aceitou, pasmem, senhores.

Na semana passada o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki encaminhou ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados os documentos referentes às investigações envolvendo Eduardo Cunha, na Operação Lava Jato.

Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar por negar em depoimento à CPI da Petrobras que tivesse contas no exterior.

O material encaminhado ao colegiado pelo STF integra um conjunto de provas solicitado pelo relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), no âmbito das investigações contra Cunha.

Segundo documentos do Banco Central encaminhados há cerca de duas semanas ao Conselho, Cunha nunca declarou possuir contas no exterior.

Presidente Reagan e juiz Moro contra as empresas multinacionais brasileiras. O caso Odebrecht

por Nagib Jorge Neto

Diante dos rumos da Lava Jato e da Acarajé, cabe refletir sobre os rumos dessa investigação e a quem, ou a que grupos, visam beneficiar o juiz Moro, da República do Paraná, e os agentes da Polícia Federal que fazem ilações e insinuações com base em documentos que o Ministério Público julga dignos de crédito. A mídia eletrônica, liderada pelos coleguinhas da televisão, influenciam os demais escribas de revistas, jornais e emissoras de rádio, que aceitam as verdades como absolutas. Enfim, vale evocar Millor Fernandes:

“A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime”.

É o caso de constatar, nesta fase do tiroteio midiático, o texto de Maurício Dias, publicado na Carta Capital, de julho de 2015.

Reagan pode, Lula não

Recomenda-se recordar a história seguinte, a envolver a Odebrecht e protagonizada por um presidente americano capaz de agir a favor dos interesses do seu país

por Mauricio Dias — publicado 25/07/2015
inShare8
Antonio Cruz/ ABR

O fundador Norberto perdeu esta parada

No longínquo ano de 1979, ainda sob o regime militar, um jovem jornalista do hoje extinto Jornal do Brasil impresso foi escalado para acompanhar profissionalmente um seminário sobre desenvolvimento no Hotel Glória, Rio de Janeiro. Lá encontrou Norberto Odebrecht, o patriarca da construtora que leva seu nome. O repórter José Carlos de Assis aproximou-se dele e comentou: “Então, o senhor perdeu a concorrência para construir a hidrelétrica no Chile”.

Aquele homem, sabidamente avesso a entrevistas, ao responder parece que desfez um nó agarrado na garganta: “Com o presidente Ronald Reagan era impossível competir”.

Recentemente, décadas mais tarde, diante da suspeita do Ministério Público Federal de que o ex-presidente Lula teria feito advocacia administrativa, o lobby, em favor da Odebrecht, promovendo projetos da empreiteira no exterior, Assis, o jovem repórter de 36 anos atrás, notabilizado ao longo da carreira por grandes investigações jornalísticas, foi atrás do restante dessa história.

Ele relata agora: “Aquela era a primeira concorrência internacional disputada pela Odebrecht. O governo da ditadura, sob o comando de João Figueiredo, jogou pesado em favor da empresa. O então ditador fez desembarcar no Chile um grupo de oficiais oferecendo assistência de equipamentos brasileiros antissublevação. Comandava esse pelotão o general Danilo Venturini, chefe da Casa Militar do governo.

Tendo em vista a simpatia entre as duas ditaduras, a empreiteira brasileira contava com a vitória. Na verdade, na data da concorrência, ela foi declarada vencedora. Seus executivos dormiram naquela noite embalados pela vitória.

Ao despertar do sono tranquilo a realidade impôs a eles um pesadelo. Tudo havia sido revertido. Na calada da noite, o presidente norte-americano Ronald Reagan, que acabara de ser eleito, mas não tomara posse, telefonou para o general Augusto Pinochet, comandante do regime militar chileno.

Reagan falou ao feroz ditador chileno a respeito da política de direitos humanos adotada pelo presidente Jimmy Carter. Garantiu que com ele seria diferente. No decorrer da conversa, Reagan tocou em outro ponto importante. Havia uma empresa, a Atkinson, na disputa da concorrência para a construção da hidrelétrica. Seria muito interessante para o início do seu mandato se os americanos ganhassem.

Reagan levou a taça. Assim acabou com a política de direitos humanos adotada pelo antecessor dele na Casa Branca. Conforme havia prometido, cumpriu.

O episódio desnuda a iniciativa do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula. Uma construtora com obra no exterior abre o mercado local para equipamentos brasileiros, promove a contratação de técnicos e engenheiros especializados. Gera divisas e favorece, enfim, o aumento de relações econômicas e culturais.

Há uma diferença entre a advocacia administrativa e a advocacia soberana, para a qual Assis chama a atenção. Isso foi desconhecido por ignorância ou por má-fé?

P.S. do redator deste blogue:

Reagan estava certo. Figueiredo estava certo. Quem é o errado? 

Por que todos presidentes eleitos pelo voto direto, ditadores, monarcas, primeiro-ministros promovem viagens internacionais acompanhados de delegações de empresários? 

Inclusive as embaixadas existem para defender os negócios dos seus respectivos países.

As principais empresas multinacionais estão sediadas no Brasil a pedido dos seus mandatários, e com todo tipo de ajuda dos governos da União, estaduais e municipais, que oferecem diferentes atrativos: empréstimos de bancos estatais, terrenos, prédios, mão de obra barata e terceirizada, isenções fiscais etc. O Brasil é o país das montadoras e oficinas estrangeiras. 

Fernando Henrique vendeu mais de 70 por cento das estatais, e facilitou a desnacionalização das empresas brasileiras, em nome da chamada globalização, do entreguismo, dos leilões quermesses e concessões.  É este Brasil do atraso que Moro defende.

 

 

 

 

 

 

A Operação Lava Jato beneficia quem? Juiz Moro a serviço da justiça dos Estados Unidos e dos acionistas estrangeiros

Tenho denunciado que o juiz Moro apelou para o FBI espionar no Lava Jato. Considero um ato de traição. Até hoje não se sabe quantas ações da Petrobras estão em poder de estadunidenses.

Quando Fernando Henrique assumiu a presidência da República, a Petrobras tinha 30 por cento de suas ações vendidas.

Fernando Henrique criou a ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis que entregou ao genro, e vendeu na bolsa de Nova Iorque mais 30 por cento de ações.

Assim, no começo do governo de FHC a maioria das ações da Petrobrás não era mais do governo brasileiro.

Quantas ações mais foram vendidas, seja por Fernando Henrique, Lula e Dilma. Esse entreguismo não interessa a Moro nem aos barões da imprensa. Se Lula e Dilma tivessem vendido, Moro investigaria.

Disse o presidente Evo Morales, da Bolívia, que o Brasil possuía uns 22 por cento das ações.

Além dos bilionários lucros anuais da empresa, esses quase 80 por cento de acionistas desconhecidos, ganham de bônus a sociedade de todo o petróleo e gás que se descobre no Brasil e fora, onde a Petrobras possui concessões de explorações e refinarias.

 

Em nome de uma causa, a Justiça, não se pode vender a Pátria, que está acima da Justiça

Escreve o jornalista André Araújo: A espantosa notícia de que delatores brasileiros da operação Lava Jato vão aos EUA, ajudar a processar a PETROBRAS, com apoio da Justiça brasileira. É impressionante como esse fato não desperta nenhuma indignação na mídia nacional, passa em branco. É a completa perda da noção de PÁTRIA.

A Justiça de um País NÃO PODE ajudar a Justiça de outro País a processar uma empresa do próprio Estado de que faz parte. Nesse momento o Brasil é adversário dos EUA, a relação nesse caso é de litígio entre dois Estados soberanos, não importa as razões do processo, estão em jogo interesses nacionas definidos, os EUA querem extrair da Petrobras e portanto do Brasil o máximo de dinheiro e a Pertrobras e seu acionista controlador, o Estado brasileiro, querem não pagar nada ou pagar o mínimo possivel. Quanto mais forte estiver a acusação pior para o Brasil.

E não venham com essa historia de “acordo de cooperação judiciária”. Acordos desse tipo se destinam a combater o crime organizado, o tráfico de drogas e armas, o terrorismo, NAÕ SE PRESTAM A UM ESTADO PROCESSAR O OUTRO, como um Estado (e a Justiça brasileira faz parte de um Estado) pode ajudar outro Estado a PROCESSA-LO? O Procurador brasileiro quando viaja aos EUA tem sua passagem paga pelo Estado brasileiro, vai lá ajudar a processar o Estado que lhe paga a Passagem? Não faz nenhum sentido. Po incrível que pareça, ninguém na mídia achou isso estranho.

Em nome de uma causa, a Justiça, não se pode vender a Pátria, que está acima da Justiça. A Petrobras é parte do Estado brasileiro, processá-la é processar o Brasil, a conta desses processos vai doer em nossos bolsos e não será pequena.

O Departamento de Justiça pensa em um minimo de US$1,6 bilhão de multa, a SEC em um valor um pouco menor, os acionistas minoritarios, que agora terão a colaboração da ex-gerente da Petrobras Venina Venosa como testemunha

contra a Petrobras, pensam em um mínimo de US$2,5 bilhões para as seis ações coletivas, todas a cargo de advogados abutres especializados e que vão aparelhar suas ações com os processos criminais no Brasil e nos EUA. (Transcrevi trechos)

O pequeno mundo de Maluf e Cunha

Medo ou proibidos de viajar

.

deusa justiça

A situação de Eduardo Cunha vai ficando parecida com a de Paulo Maluf, que se viajar para o exterior será imediatamente preso, pelo que os brasileiros qualificam de maneira leviana, protecionista e amenizadora de crime de colarinho branco – a arte de roubar dinheiro público ou receber propina, e jeitinho de pagar super super faturas de obras inacabadas e ser√iços fantasmas.

smallworld

In Wikipédia: “A carreira de Maluf é marcada por seguidas acusações por corrupção, entretanto contra ele não figura nenhuma condenação por prática de crimes na modalidade dolosa – onde há intenção de praticar delito – ou enriquecimento ilícito, o que o permite continuar disputando eleições, na visão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Tribunal Superior Eleitoral. No ano de 2005 foi preso preventivamente, acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, sendo posteriormente inocentado pelo Supremo Tribunal Federal por não haver base legal ou jurídica no processo.Em 2010, foi inserido na lista de procurados pela Interpol em razão de mandado expedido pela promotoria de Nova Iorque, que o acusa de movimentar ilicitamente milhões de dólares no sistema financeiro internacional sem justificativa fundamentada”.

Em 2005, o doleiro paranaense Alberto Youssef, que tem o maior bocão do mundo do crime, afirmou à sub-relatoria de movimentações financeiras da CPI dos Correios, que fez uma operação no exterior em favor de Paulo Maluf.

Youssef, contudo, não soube precisar o valor e a data em que a operação foi feita. Disse recordar apenas que teria envolvido entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, e seria datada de 1996 ou 1997.

Com medo de ser preso, Cunha cancela viagem à Itália
Mario
Mario

por Luiz Müller


Cunha já foi citado por 5 delatores premiados da Lava Jato. E a justiça brasileira não faz nada. A mesma justiça, que por muito menos, ou até sem provas, manda prender petistas, se faz de cega, surda e muda quando se trata de adversários do PT e do Povo, como é o caso de Cunha.

Janot, Procurador Geral da República, já pediu a condenação dele a 184 anos de prisão por suas falcatruas. E a Justiça…nada.

Agora é a justiça da Suíça que encaminhou ao Brasil um inquérito que identifica milhões de dólares não declarados nas contas dele e de sua família. Não declarou aqui e não declarou lá. É óbvio que é dinheiro de maracutaia.

A mídia brasileira já vinha mostrando a dias, que Cunha ia viajar a Itália, como se não houvessem denúncias graves contra ele. A tranquilidade era total. Total, por que a vergonhosa justiça brasileira parece cega do olho direito.

Mas agora fica mais que evidente que o cara é mais sujo que pau de galinheiro. Tem medo de ir a Europa e ser preso por lá. Aí resolveu ficar por aqui, gozando da cara do povo brasileiro e justiça manca do Brasil.

Investigado pelo Ministério Público suíço, o presidente da Câmara dos Deputados cancelou viagem à Europa que faria nesta quinta-feira (1). Ele é acusado de ter recebido dinheiro ilegal de um lobista preso na Operação Lava Jato e, na Suíça, está sendo investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Paixão
Paixão

Do Portal Fórum – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estava com as malas prontas para viajar para a Itália na manhã desta quinta-feira (1) mas, de última hora, na noite desta quarta-feira (30), teve que cancelar o passeio. De acordo com o parlamentar, que comunicou a desistência da viagem após a última sessão no plenário da Câmara, a decisão se deu por conta do casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que acontece no sábado (3).

Tanto a viagem quanto o casamento, no entanto, já estavam marcados e Cunha sabia dos conflitos na agenda. A decisão de última hora de não viajar mais à Europa ocorreu no mesmo dia em que a Suíça enviou ao Brasil dados de contas secretas nas quais ele teria recebido dinheiro de forma ilegal. No país europeu, o deputado é investigado desde abril por corrupção e lavagem de dinheiro. No Brasil, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que dará sequência às investigações suíças.

Entre parlamentares próximos a Cunha, estima-se que ele tenha desistido da viagem para não ganhar status de “foragido” e enfrentar a situação.

Autoridades brasileiras e suíças chegaram às supostas contas ilegais de Cunha no país europeu a partir do rastreamento bancário do lobista João Augusto Henriques, executivo ligado ao PMDB e preso no mês passado pela Operação Lava Jato.

Henriques chegou a afirmar, em delação premiada, que depositou dinheiro em uma conta do presidente da Câmara.

Papa Francisco: “É preciso estar dispostos a dar o perdão, mas nem todos o podem receber, o sabem receber ou estão dispostos a recebê-lo. É duro o que estou a dizer. Mas assim se explica porque há pessoas que acabam a sua vida de maneira nefasta, de maneira má, sem receber a carícia de Deus”

washington_post. papa usa dia 28

usa_today. papa estados unidos dia 28

nuevo_herald.750 papa despedida

A calorosa hospitalidade recebida nos Eua, os desafios da Igreja naquela Nação, a vergonha pelos abusos sexuais cometidos por alguns sacerdotes, o processo de paz na Colômbia, a crise migratória, os processos matrimoniais, a objeção de consciência, a China, as religiosas norte-americanas e as mulheres na Igreja, o poder do Papa: foram estes os principais pontos da conferência de imprensa de Francisco que, durante o vôo de regresso de Filadélfia — onde a 27 de Setembro, com a missa de encerramento do encontro mundial das famílias, terminou a viagem papal — respondeu por mais de 45 minutos a uma dúzia de perguntas.

O Pontífice disse que ficou surpreendido pela hospitalidade recebida que, embora tenha sido diferente nas três cidades visitadas nos Eua, foi muito calorosa. E acrescentou que ficou impressionado também com as celebrações litúrgicas e com a oração dos fiéis. O desafio da Igreja, disse, consiste em continuar a permanecer ao lado deste povo, acompanhando-o tanto na alegria como nas dificuldades. E isto deve realizar-se, permanecendo ao lado das pessoas.

Sobre os abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero, o Papa disse que falou diante de todos os bispos do país, porque sentiu a necessidade de expressar compaixão pelo que aconteceu: algo muito desagradável, pelo que muitos pastores autênticos sofreram. Sem dúvida, os abusos existem em toda a parte, disse, mas quando quem os comete é um sacerdote, isto é gravíssimo, porque é uma traição da vocação presbiteral, que consiste também em fazer crescer o amor de Deus e, ao mesmo tempo, a maturidade afetiva dos jovens.

Quanto ao processo de paz na Colômbia, o Pontífice afirmou que recebeu com alívio a notícia, e que se sentiu partícipe desta aproximação entre o Governo e as Farc.

Sobre a imigração, ao contrário, Francisco frisou que hoje estamos diante de uma crise que deriva de um processo de longo período, porque a guerra da qual as pessoas fogem se combate há anos. Além disso, há a fome, que leva as pessoas a migrar. A África, disse ainda, é o continente explorado: primeiro a escravidão, depois os grandes recursos, e agora as guerras tribais, que escondem interesses económicos. Mas em vez de explorar, seria necessário investir, para evitar esta crise.

O Papa falou também das barreiras que são levantadas nalgumas regiões da Europa, afirmando que mais cedo ou mais tarde os muros desabam, e que contudo não são uma solução.

No que se refere à questão da nulidade matrimonial, o Pontífice reiterou que na reforma dos processos foi fechada a porta da via administrativa, através da qual podia entrar aquilo que alguém definiu «divórcio católico», e que a simplificação dos procedimentos já foi pedida pelos padres sinodais no ano passado. O matrimónio é um sacramento indissolúvel, e isto a Igreja não pode mudar. Os processos servem para provar que o que parecia sacramento não era tal. Além disso, há questões ligadas às segundas núpcias e à comunhão aos divorciados recasados que no entanto, disse o Papa, não são as únicas que serão enfrentadas no iminente Sínodo.

Falou-se inclusive de objeção de consciência, e Francisco afirmou qeu se trata de um direito, faz parte dos direitos humanos e é válida para todas as pessoas, portanto também quando se trata de um funcionário público. Negá-la significa negar um direito.

Depois, o Papa falou sobre a China, ressaltando que é uma grande Nação, portadora de uma imensa cultura. E afirmou que gostaria muito de visitar aquele país, acrescentando que ter uma Nação amiga como a China, com tantas possibilidades da fazer o bem, seria uma alegria.

Voltando a discorrer sobre questões americanas, o Pontífice disse que as religiosas são muito amadas nos Eua porque fizeram maravilhas nos campos da educação e da saúde. E reiterou que na Igreja as mulheres são mais importantes do que os homens, contudo realçando que há um pouco de atraso em matéria de teologia da mulher.

Quando lhe fizeram notar que nos Eua ele se tornou uma star, Francisco recordou que o título de um Papa é «servo dos servos de Deus». Os mass media usam o termo star, mas há outra verdade. Demasiadas estrelas apagaram-se. Ao contrário, frisou, ser servo dos servos de Deus não passa.

Enfim, respondendo a uma pergunta sobre a presença do presidente da câmara municipal de Roma, Ignazio Marino, na missa conclusiva do encontro mundial das famílias, o Papa desmentiu categoricamente que houve um convite da sua parte ou da parte dos organizadores. Leia aqui a entrevista do Papa

newyork_times. papa usa

dallas_morning_news. papa despedida usa

Inquérito do colonialismo: Promotor dos Estados Unidos virá ao Brasil negociar com delatores da Lava Jato

Julian PENA-PAI
Julian PENA-PAI

Prefeitos e governadores sempre – antes, durante e depois da ditadura militar – enricaram nos cargos negociando obras e serviços super, super faturados. Inclusive precatórios, com magnânima correção monetária, assinados por presidentes de tribunais estaduais da justiça de bandidos togados.

Acrescentem a desfaçatez escancarada e cínica de pagar obras inacabadas e serviços fantasmas.

A prova: qual prefeito, qual governador, que “santidades” deixaram o poder sem enriquecer ilicitamente? Homens públicos honestos são cada vez mais difíceis de encontrar.

Mais do que despiste,  de repente a imprensa inventa que exclusivamente as empreiteiras da Petrobras pagam propinas, coisa que acontece desde que a empresa foi inaugurada e, principalmente, quando fatiada para ser vendida pelo governo Fernando Henrique.

Este inquérito existe para beneficiar os acionistas estrangeiros da Petrobras. Quando Fernando Henrique assumiu a presidência, e entregou a Ana do petróleo para o genro, a Petrobras possuía 70 por cento das ações. De uma tacada só, na bolsa de Nova Iorque, FHC vendeu mais 30 por cento.

Para Evo Morales, presidente da Bolívia, o Brasil conta com menos de 23 por cento das ações.

Acabar com a corrupção na Petrobras beneficia os acionistas estrangeiros, e trata-se de uma investigação iniciada e solicitada pela justiça imperialista de Tio Sam.

Investigar a Petrobras sim, mas para nacionalizar, estatizar, que o Petróleo hoje não é mais nosso. E o pouco que resta de propriedade do povo brasileiro, o senador José Serra e as bandas podres dos partidos direitistas, entreguistas e golpistas conspiram para entregar ao Império.

Em 2014, reportagem do Financial Times revelava que autoridades dos Estados Unidos estavam investigando a Petrobras.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal sobre a empresa, que tem ADRs (do inglês American Depositary Receipt) listados em Nova York, enquanto a Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais americano, está buscando um inquérito civil.

Quanto a Petrobras irá pagar para os Estados Unidos como resultado dos inquéritos da República do Galeão do Paraná? Milhões ou bilhões?

O procurador Patrick Stokes, do Departamento de Justiça do Tio Sam, de 6 a 9 de outubro, marcou reunião com delatores, delegados, promotores e juiz do Lava Jato. Moro u? Eta Brasil subserviente.

Papa: “O Filho de Deus veio a este mundo como desabrigado”

time. papa time estados unidos

Por Scott Malone

WASHINGTON (Reuters) – O papa Francisco almoçou com 200 pessoas que estão desabrigadas ou vivendo na pobreza em Washington nesta quinta-feira, e lhes disse que não há justificativa social ou moral para a falta de moradia.

Depois de fazer um discurso no Congresso dos Estados Unidos no qual exortou os legisladores a fazerem mais para ajudar as pessoas mais vulneráveis da sociedade, Francisco visitou uma instituição de caridade católica que oferece alimento, assistência médica e ajuda para arrumar emprego.

“Não conseguimos encontrar justificativa social ou moral, absolutamente nenhuma justificativa, para a falta de moradia”, afirmou o pontífice aos funcionários, doadores e frequentadores da instituição na capital do país mais rico do mundo.

Francisco fez da defesa dos pobres o cerne de seu papado, inspirado no tempo que passou nas favelas e nos sopões de rua quando ainda era um religioso atuando na Argentina antes de ser eleito em 2013 como o primeiro papa latino-americano.

Também na condição de primeiro papa a discursar na legislatura dos EUA, ele disse aos parlamentares para “terem em mente todas aquelas pessoas ao nosso redor que estão presas em um ciclo de pobreza. Elas também precisam que lhes deem esperança”.

Algumas das pessoas que o líder católico encontrou na instituição disseram esperar que suas palavras levem o Congresso e outras autoridades eleitas a fazerem mais pelas necessidades dos pobres.

“Você nunca os ouve falar sobre a falta de moradia ou sobre como anda o mercado de trabalho. Você ouve que o mercado de trabalho está ruim, mas não os ouve dizer ‘O que podemos fazer para ajudar?’”, afirmou Angela Ford, de 45 anos, que perdeu o emprego que tinha na indústria automobilística anos atrás e mora em um local providenciado pela igreja.

“Com todas essas mensagens políticas negativas, é ótimo ter alguém positivo aqui”.

O papa abençoou a refeição de peito de frango desossado e salada de macarrão para o grupo antes de se misturar à multidão, trocando apertos de mão e parando para tirar fotos enquanto admiradores gritavam “Papa! Papa!” em espanhol. Ele relembrou a história bíblica do nascimento de Jesus, que começa relatando como seus pais não conseguiam encontrar um lugar para ficar em Belém.

“O Filho de Deus veio a este mundo como desabrigado”, disse Francisco. “O Filho de Deus soube o que é começar a vida sem um teto”.

ESPANHA
ESPANHAINGLATERRA INGLATERRA
ESTADOS UNIDOS
ESTADOS UNIDOS

Papa Francisco se encontra com sem-teto nos Estados Unidos: “O Filho de Deus entrou neste mundo como uma pessoa que não tem casa. O Filho de Deus sabe o que é começar a vida sem um teto”

 

 

“Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade”

 

 

Jans tot Sint Geertgen, 1490
Jans tot Sint Geertgen, 1490

por Alessandra Borges

Nesta quinta-feira, 24, após ser o primeiro Papa a discursar no Congresso dos Estados Unidos, Francisco, seguiu para o Centro Caritativo da Paróquia de São Patrício, em Washington, onde se encontrou com os sem-teto e os abençoou.

Em suas primeiras palavras, o Santo Padre, agradeceu pelo acolhimento e os esforços para que este encontro pudesse ser realizado. O Pontífice disse que ao olhar para aquelas pessoas ele viu o rosto de São José, santo, que serviu para ele de apoio e fonte de inspiração.

 

“Na vida de São José, houve situações difíceis de enfrentar. Uma delas aconteceu quando Maria estava prestes a dar à luz Jesus. A Bíblia é muito clara: não havia lugar para eles na hospedaria. Imagino José, com sua esposa prestes a ter o filho, sem um teto, sem casa, sem alojamento”, refletiu Francisco.

Segundo as palavras do Sumo Pontífice, Jesus entrou no mundo com uma pessoa que não tem casa e, deste modo Francisco propôs aos presentes uma reflexão sobre os questionamentos de José naquele momento que não tinha uma casa para oferecer ao Filho de Deus.

“São perguntas que muitos de vós podem pôr-se cada dia. As perguntas de José perduram até hoje, acompanhando todos aqueles que, ao longo da história, viveram e estão sem uma casa. Foi a fé que permitiu a José encontrar a luz naquele momento que parecia uma escuridão completa; foi a fé que o sustentou nas dificuldades da sua vida. Pela fé, José soube seguir em frente, quando tudo parecia sem saída”, disse Francisco.

O Pontífice destacou que não podemos encontrar justificativas morais e sociais para aceitar a carência de habitação. Afirmou também que Deus olha por cada pessoa e não a abandona.

“É a fé que nos diz que Deus está connosco, que Deus está no meio de nós e a sua presença incita-nos à caridade; aquela caridade que nasce do apelo de um Deus que não cessa de bater à nossa porta, à porta de todos para nos convidar ao amor, à compaixão, a darmo-nos uns aos outros”, afirmou o Santo Padre.

A oração é capaz de unir os povos, principalmente a Deus, por isso reforçou que quando rezamos nos aproximamos uns dos outros.

“Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade. É na oração que o nosso coração encontra a força para não se tornar insensível, frio perante as situações de injustiça”, frisou.

Ao final do seu discurso, Papa Francisco, pediu a todos que rezassem a oração do “Pai Nosso” – cada qual em sua língua materna – como um gesto de fraternidade e proximidade.

 

Discurso do Papa Francisco no encontro com sem-tetos

 

aluguel moradia teto

 

Queridos amigos!
A primeira palavra que quero dizer-vos é «obrigado». Obrigado por me acolherem e pelo esforço feito para que este encontro se pudesse realizar.

Aqui recordo uma pessoa que amo e que foi muito importante na minha vida. Serviu-me de apoio e fonte de inspiração. É uma pessoa a quem recorro quando estou com algum problema. Vós fazeis-me lembrar São José. Os vossos rostos falam-me do dele.

Na vida de São José, houve situações difíceis de enfrentar. Uma delas aconteceu quando Maria estava prestes a dar à luz a Jesus.

Diz a Bíblia: «Quando eles se encontravam [em Belém], completaram-se os dias de [Maria] dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 6-7).

A Bíblia é muito clara: não havia lugar para eles na hospedaria.

Imagino José, com a sua esposa prestes a ter o filho, sem um tecto, sem casa, sem alojamento.

O Filho de Deus entrou neste mundo como uma pessoa que não tem casa. O Filho de Deus sabe o que é começar a vida sem um teto.

Imaginemos as perguntas que José se punha naquele momento: Como é possível? O Filho de Deus não tem um teto para viver? Por que estamos sem casa? Por que estamos sem um teto? São perguntas que muitos de vós podem pôr-se cada dia. Como José, questionais-vos: Por que estamos sem um teto, sem uma casa? Mas tais perguntas, será bom que no-las ponhamos também todos nós: Por que estão sem casa estes nossos irmãos? Não têm um teto, porquê?

As perguntas de José perduram até hoje, acompanhando todos aqueles que, ao longo da história, viveram e estão sem uma casa.

José era um homem que se punha perguntas, mas sobretudo era um homem de fé. Foi a fé que permitiu a José encontrar a luz naquele momento que parecia uma escuridão completa; foi a fé que o sustentou nas dificuldades da sua vida. Pela fé, José soube seguir em frente, quando tudo parecia sem saída.

Perante situações injustas, dolorosas, a fé oferece-nos a luz que dissipa a escuridão. Como sucedeu com José, a fé abre-nos à presença silenciosa de Deus em cada vida, em cada pessoa, em cada situação. Ele está presente em cada um de vós, em cada um de nós.

Não encontramos qualquer tipo de justificação social, moral ou doutro género para aceitar a carência de habitação. São situações injustas, mas sabemos que Deus está a sofrê-las juntamente connosco, está a vivê-las ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos.

Sabemos que Jesus não quis apenas ser solidário com cada pessoa, não quis apenas que ninguém sentisse ou vivesse a falta da sua companhia, da sua ajuda, do seu amor; mas Ele próprio Se identificou com todos aqueles que sofrem, que choram, que padecem qualquer tipo de injustiça. Ele no-lo diz claramente: «Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me» (Mt 25, 35).

É a fé que nos diz que Deus está convosco, que Deus está no meio de nós e a sua presença incita-nos à caridade; aquela caridade que nasce do apelo de um Deus que não cessa de bater à nossa porta, à porta de todos para nos convidar ao amor, à compaixão, a darmo-nos uns aos outros.

Jesus continua a bater às nossas portas, à nossa vida. Não o faz magicamente, nem o faz com truques, com vistosos placares ou fogos-de-artifício. Jesus continua a bater à nossa porta no rosto do irmão, no rosto do vizinho, no rosto de quem vive junto de nós.

Queridos amigos, uma das formas mais eficazes de ajuda, temo-la na oração. A oração une-nos, irmana-nos, abre-nos o coração e lembra-nos uma verdade maravilhosa que às vezes esquecemos. Na oração, todos aprendemos a dizer Pai, papá, pelo que nela nos encontramos como irmãos. Na oração, não há ricos e pobres; há filhos e irmãos. Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade.

É na oração que o nosso coração encontra a força para não se tornar insensível, frio perante as situações de injustiça. Na oração, Deus continua a chamar-nos e incitar-nos à caridade.

Como nos faz bem rezar juntos! Como nos faz bem encontrarmo-nos naquele espaço onde nos olhamos como irmãos e nos reconhecemos necessitados do apoio uns dos outros. Hoje quero unir-me a vós, preciso do vosso apoio, da vossa proximidade. Quero convidar-vos a rezar juntos uns pelos outros, uns com os outros. Assim, poderemos prestar este apoio que nos ajuda a viver a alegria de saber que Jesus está sempre no meio de nós. Aceitais?
Pai nosso…

Antes de vos deixar, gostaria de dar-vos a bênção de Deus:
O Senhor vos abençoe e proteja;
O Senhor vos olhe com benevolência e mostre a sua bondade;
O Senhor vos olhe com amor e conceda a sua paz (cf. Nm 6, 24-26).
E não vos esqueçais de rezar por mim.

habitação moradia indignados

 

 

 

Obama foi receber Francisco no aeroporto

papa usa 1

papa usa 2

papa usa 3

papa usa 4paapa usa 5

papa usa 6

papa usa 7

Além da grande bóia de Key West

O Papa Francisco chegou aos Estados Unidos na tarde de 22 de Setembro e foi recebido pelo presidente Barack Obama e pelo vice-presidente Joe Biden. Isto nunca tinha acontecido antes. Já é difícil que um inquilino da Casa Branca vá pessoalmente a dar as boas-vindas à chegada de um hóspede estrangeiro — aconteceu em 2008 com George W. Bush que recebeu Bento XVI — e o facto de que estivesse presente também o número dois testemunha a estima da presidência americana em relação ao primeiro Pontífice nascido no continente e a importância desta sua visita.

De resto, o que o levou de Santiago de Cuba para Washington foi muito mais do que um simples voo de transferência de um país para outro, durante uma viagem apostólica. Foi o voo que, simbolicamente, evoca a reconciliação, a esperança que se torna realidade, porque realizado por um dos principais artífices da histórica reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, como os respectivos líderes reconheceram publicamente e várias vezes. Ainda falta a revogação do embargo, mas o caminho já está marcado. E as noventa milhas que separam a grande bóia posta no cais de Key West — «o ponto mais meridional dos Estados Unidos continentais» e também de menor distância de Havana — depois de mais de cinquenta anos voltam a ser um simples trecho de mar, não mais uma barreira.

Para a chegada, o programa não previa formalidade alguma, portanto não houve discursos, hinos, homenagens à bandeira. A cerimónia oficial de boas-vindas realizou-se na manhã de 23 de Setembro na Casa Branca, com a visita de cortesia ao presidente. Assim, o encontro que teve lugar na tarde de terça-feira foi quase familiar (estava presente até a mãe da first lady), e tornou-se solene somente graças à presença de um pequeno piquete de honra, aliás equilibrado pelo simpático embaraço de quatro crianças, vestidas com os uniformes das respectivas escolas católicas, que ofereceram a homenagem floral ao Pontífice, o qual as saudou afectuosamente. Texto de Gaetano Vallini, enviado especial L’Osservatore Romano

papa usa 8

papa usa 9

papa usa 10

papa usa 11

papa usa 12

.

.

Papa chega aos EUA com uma bagagem que desagrada aos republicanos

por ANA FONSECA PEREIRA
Será a primeira visita de um Papa que fez das periferias e dos mais pobres a sua prioridade. Alterações climáticas, imigração ou Cuba são alguns dos temas que opõem Vaticano à direita americana

papa obama 2

Aos 78 anos, o Papa que fez das periferias a sua prioridade visita pela primeira vez a grande potência, na segunda etapa de uma viagem que começou em Cuba. Nos Estados Unidos, vai encontrar-se com o Presidente Barack Obama e discursar na Assembleia Geral da ONU, mas é a sua intervenção no Congresso que gera mais expectativa – a mensagem de Francisco adivinha-se difícil de ouvir para muitos políticos em Washington, colidindo em quase tudo com a agenda republicana.

A visita papal arrancou sob o signo da reaproximação entre Cuba e os EUA, após negociações mediadas pelo Vaticano. Um desenvolvimento histórico que tornou possível, por exemplo, que o avião papal tenha viajado nesta terça-feira directamente de Havana para a base aérea militar de Andrews, em Washington. À sua espera, Francisco tinha o próprio Presidente norte-americano, uma cortesia pouco habitual que testemunha o alinhamento entre os dois homens ou, como escreveu o New York Times, sugere que Obama não tem na actualidade “um aliado mais poderoso” do que o líder da Igreja Católica.

Além de ter sido facilitador do diálogo com o Presidente cubano, Raul Castro, Francisco defende a urgência de combater as alterações climáticas (tema da sua última encíclica) insurge-se contra as desigualdades económicas e critica os países que fecham as suas fronteiras aos imigrantes. Temas que colam na agenda de fim de mandato de Obama, mas que não podiam cair pior a um Partido Republicano em plena refrega para decidir quem será o candidato às presidenciais de 2016.

Habituados a ver no Vaticano um suporte moral das suas posições contra o aborto ou o casamento homossexual, os republicanos mais conservadores lamentam que a mensagem papal seja agora menos doutrinal e mais política. “Não preciso de receber lições do Papa sobre as alterações climáticas”, disse à CNN o Paul Gosar, congressista católico do Arizona que decidiu boicotar o inédito discurso que Francisco fará quinta-feira perante as duas câmaras do Congresso. “Acho que o Papa está errado. A infalibilidade aplica-se apenas a questões religiosas, não políticas”, disse Chris Christie, governador do Nova Jérsia e um dos seis candidatos republicanos que são católicos, quando questionado sobre o apoio do Vaticano ao fim do embargo a Cuba.

Receando que a sua intervenção seja contraproducente, Francisco evitará referências muito directas ao embargo quando falar aos congressistas. Mas basta ter passado por Cuba sem ter ouvido os dissidentes ou feito críticas directas ao regime castrista para dar munições aos que, na direita mais radical, o acusam de ser “antiamericano” ou “marxista”.

Uma irritação que promete aumentar se, como se espera, Francisco repetir em Washington a denúncia de algumas das características que mais identificam a América, como a hegemonia económica, o consumismo ou o capitalismo sem regras. Os observadores suspeitam que a mensagem será implícita, misturando elogios às liberdades e conquistas do país com a recordação de que a prosperidade e a influência acarretam responsabilidades acrescidas. Mas ficará claro de que lado está o seu coração quando, logo depois de discursar no Congresso, se sentar à mesa com dezenas de sem-abrigo, imigrantes ilegais e doentes apoiados por organizações católicas da capital.

Nos EUA, o quarto país com mais católicos no mundo, a população parece mais receptiva do que os políticos ao Papa e à sua mensagem – uma sondagem divulgada segunda-feira indica que 51% têm boa opinião de Francisco, uma popularidade superior à de qualquer político, e 49% quer ouvi-lo falar de questões políticas e sociais. Mas uma incursão pelos temas do aborto ou do casamento homossexual não deixará de desagradar a democratas ou aos católicos mais progressistas, da mesma forma que muitos ficarão desiludidos se não ouvirem da sua boca palavras de arrependimento sobre o escândalo de pedofilia que manchou a Igreja nos EUA. A viagem, com agenda carregada e uma segurança sem precedentes, termina domingo com uma missa em Filadélfia no encontro mundial de famílias.

ALEMANHA
ALEMANHA
ÁFRICA DO SUL
ÁFRICA DO SUL
ARGENTINA
ARGENTINA