A Operação Lava Jato beneficia quem? Juiz Moro a serviço da justiça dos Estados Unidos e dos acionistas estrangeiros

Tenho denunciado que o juiz Moro apelou para o FBI espionar no Lava Jato. Considero um ato de traição. Até hoje não se sabe quantas ações da Petrobras estão em poder de estadunidenses.

Quando Fernando Henrique assumiu a presidência da República, a Petrobras tinha 30 por cento de suas ações vendidas.

Fernando Henrique criou a ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis que entregou ao genro, e vendeu na bolsa de Nova Iorque mais 30 por cento de ações.

Assim, no começo do governo de FHC a maioria das ações da Petrobrás não era mais do governo brasileiro.

Quantas ações mais foram vendidas, seja por Fernando Henrique, Lula e Dilma. Esse entreguismo não interessa a Moro nem aos barões da imprensa. Se Lula e Dilma tivessem vendido, Moro investigaria.

Disse o presidente Evo Morales, da Bolívia, que o Brasil possuía uns 22 por cento das ações.

Além dos bilionários lucros anuais da empresa, esses quase 80 por cento de acionistas desconhecidos, ganham de bônus a sociedade de todo o petróleo e gás que se descobre no Brasil e fora, onde a Petrobras possui concessões de explorações e refinarias.

 

Em nome de uma causa, a Justiça, não se pode vender a Pátria, que está acima da Justiça

Escreve o jornalista André Araújo: A espantosa notícia de que delatores brasileiros da operação Lava Jato vão aos EUA, ajudar a processar a PETROBRAS, com apoio da Justiça brasileira. É impressionante como esse fato não desperta nenhuma indignação na mídia nacional, passa em branco. É a completa perda da noção de PÁTRIA.

A Justiça de um País NÃO PODE ajudar a Justiça de outro País a processar uma empresa do próprio Estado de que faz parte. Nesse momento o Brasil é adversário dos EUA, a relação nesse caso é de litígio entre dois Estados soberanos, não importa as razões do processo, estão em jogo interesses nacionas definidos, os EUA querem extrair da Petrobras e portanto do Brasil o máximo de dinheiro e a Pertrobras e seu acionista controlador, o Estado brasileiro, querem não pagar nada ou pagar o mínimo possivel. Quanto mais forte estiver a acusação pior para o Brasil.

E não venham com essa historia de “acordo de cooperação judiciária”. Acordos desse tipo se destinam a combater o crime organizado, o tráfico de drogas e armas, o terrorismo, NAÕ SE PRESTAM A UM ESTADO PROCESSAR O OUTRO, como um Estado (e a Justiça brasileira faz parte de um Estado) pode ajudar outro Estado a PROCESSA-LO? O Procurador brasileiro quando viaja aos EUA tem sua passagem paga pelo Estado brasileiro, vai lá ajudar a processar o Estado que lhe paga a Passagem? Não faz nenhum sentido. Po incrível que pareça, ninguém na mídia achou isso estranho.

Em nome de uma causa, a Justiça, não se pode vender a Pátria, que está acima da Justiça. A Petrobras é parte do Estado brasileiro, processá-la é processar o Brasil, a conta desses processos vai doer em nossos bolsos e não será pequena.

O Departamento de Justiça pensa em um minimo de US$1,6 bilhão de multa, a SEC em um valor um pouco menor, os acionistas minoritarios, que agora terão a colaboração da ex-gerente da Petrobras Venina Venosa como testemunha

contra a Petrobras, pensam em um mínimo de US$2,5 bilhões para as seis ações coletivas, todas a cargo de advogados abutres especializados e que vão aparelhar suas ações com os processos criminais no Brasil e nos EUA. (Transcrevi trechos)

Mirian Dutra ilumina a engrenagem rapinosa

por Paulo Henrique Amorim

Leblon: o PiG foge desse garimpo porque é parte indissociável da lama

Mirian Dutra abre o quarto de despejo dos anos 90
A cumplicidade entre o dinheiro, a soberba e a mídia contém uma atualidade demolidora. A mídia foge desse garimpo porque é parte indissociável da lama.

Por que só agora que o PT está a um degrau do cadafalso?

A suspeição que o jornalismo tucano consegue balbuciar em meio às alvejantes declarações de Mirian Dutra sobre a parceria público privada para silenciá-la no governo FHC, carrega um efeito bumerangue demolidor.

Pode ser respondida com uma arguição.

‘Quem publicaria antes, a história que furou um cerco de 23 anos de obsequiosa cumplicidade da mídia brasileira com esses acontecimentos, para somente agora vir a público num relato demolidoramente crível? (‘Só eu tenho condições de levar este país’, dizia o príncipe à jovem plebeia, há um mês da conquista).

Mirian Dutra abriu o quartinho de despejo dos anos 90. E mostra o que tem lá dentro.

Sua fala carrega a credibilidade de quem –convencida ou conivente– fez parte do acervo.

O que avulta nessa visitação retrospectiva são os bastidores de um projeto de poder e de interesses que se blindaram para mudar a lógica do desenvolvimento brasileiro.

‘Coveiros do ciclo Vargas’ não era assim que se jactavam aos mercados? Terceirizar o timão brasileiro ao mercado internacional requeria um método para vencer a travessia politicamente espinhosa.

O método, baseado num pacto granítico entre a mídia, os interesses afluentes e o vale tudo ético, é o que guarda o quartinho escuro escancarado agora.

Mirian, num dado momento, tornou-se um cisco no olho guloso do visionário do neo- renascimento bancado pelo capital financeiro global, e que se via como o Micheangelo Buonarroti da Capela Cistina brasileira.

Foi preciso expurga-la. O que se fez com a mesma determinação ética e a coesão grupal dos interesses que se fundiram na travessia preconizada para o país.

Surpreende que a mídia isenta tenha fugido dessa personagem por 23 longos anos, dispensando-lhe uma mordaça de silencio e dissimulação conivente?

Que veículo ou editor da chamada grande mídia teria bancado antes, e com o destaque merecido, a nova e demolidora entrevista concedida pela ex de Fernando Henrique Cardoso, neste final de semana, a um veículo alternativo?

Será necessário lembrar que na anterior, feita pela Folha de São Paulo, perguntas e nominações essenciais envolvendo a mídia foram evitadas?

E que depois disso o veículo dos Frias –cumprida a formalidade das aparências— suprimiu o assunto da primeira página mostrando estranha inapetência investigativa diante de pautas que gritam?

Quais?

Por exemplo, a história do jornalista lobista, já falecido, Fernando Lemos. Personagem expressivamente próximo de FHC, cunhado de Mirian Dutra, foi ele que mediou a participação da Brasif na operação para tirar Mirian do país e assim salvaguardar o tucano de constrangimentos na reeleição.

Lemos fez dinheiro no governo FHC com serviços de consultoria. Muito dinheiro. Participou do círculo estrito do poder que decidia inclusive as campanhas políticas de FH. Sua viúva, Margrit Schmidt, segundo a própria irmã contou ao Diário do Centro do Mundo, possui ‘apartamentos, um terreno em Trancoso que vale ‘um milhão’ e conta no Canadá’.

Mas ainda recebe recursos públicos como funcionária lotada no gabinete de José Serra, onde nunca comparece. Resquícios da ‘modernização’ das capitanias hereditárias pelo avanço neoliberal.

Eterno aspirante à presidência da República, Serra se declara velho amigo e parceiro de ideias da funcionária-fantasma, que brada contra a corrupção e a ‘corja’ do PT’ no facebook. Serra também é amigo muito próximo do pecuarista Jonas Barcellos, que bancou Mirian e ganhou rios de dinheiro com o monopólio dos freeshops no governo do PSDB.

Guarda esse tipo de álbum de recordações o quartinho de despejo dos anos 90 agora entreaberto, mas que a mídia quer lacrar e implodir.

A indiferença ética, o tráfico de influência e a lubrificação do dinheiro público a serviço do interesse particular condensados no episódio Mirian Dutra, não formam, como se vê, um ponto fora da curva no modo tucano de governar as relações entre Estado e mercado; entre capitalismo e democracia, enfim, com papel subalterno ao segundo elemento da equação.

Se pouco disso transparece ainda no debate político, deve-se ao protagonista ubíquo dessa trama.

A mídia figura como o grande Rasputin a coordenar os personagens desse ambiente farsesco em que as aparências não apenas são avalizadas, mas diretamente modeladas, conduzidas mesmo pelo poder midiático até a asfixiante rendição à narrativa pronta nas redações.

Ou Mirian Dutra não foi ‘induzida’ a dizer à Veja a frase para a qual Veja já tinha espaço, lugar e título, antes que a personagem soubesse que sua boca iria emiti-la?

Esse o paradigma da isenção que ordenava e ainda rege o sistema do monopólio emissor consolidado sob as asas do ciclo do PSDB na presidência do Brasil.

O maior conglomerado de comunicação do país e a principal revista semanal do mercado brasileiro –as Organizações Globo e a semanal Veja– não apenas informaram um script conveniente à reeleição de FH.

Elas ajudaram ativamente a produzi-lo –a exemplo do que fez a Folha nos anos 70, quando cedeu carros à repressão.

O tour de force para despachar Mirian é só um exemplo em ponto pequeno do empenho que movimentou grandes massas de interesses para o ciclo privatizante que viria então.

Nenhuma delação extraída pelo método da chantagem coercitiva, tão bem manuseado pela República do Paraná, carrega a delicadeza convincente desse desabafo –ao que tudo indica apenas iniciado—de uma mulher que talvez não tenha mais nada a perder.

Recém demitida pela Globo, Mirian provavelmente perdeu também a mesada que recebia de FHC e viu a relação com o filho ser trincada pela intempestiva intervenção do tucano que –em troca de um DNA polêmico– supriu Tomás com mesada própria, comprou-lhe um apartamento, pagou-lhe os estudos em caras universidades norte-americanas.

A mãe do filho que FHC lhe dizia que não poderia ter em seu nome decidiu agora reagir com o que tem de mais letal: a memória.

Mirian Dutra apenas começou a falar. Parece que tem muito a dizer: ‘Serra eu conheço bem…’, cutucou de relance na última entrevista.

Desde o início desse episódio Carta Maior tem insistido em que as relações entre um homem e uma mulher formam um assunto privado.

Mas a participação da mídia, de concessionárias públicas, bancos estatais e paraísos fiscais no caso fazem dele um tema público.

Foi a cobiça e a ganância econômica que politizaram o encontro entre o sociólogo cinquentão e a jornalista jovem; não o inverso.

A descrição impressionantemente crível, repita-se, do método tucano que Mirian Dutra relata em detalhes dá materialidade a tudo o que o PSDB ora denuncia e atribui aos adversários, sobretudo ao PT.

É um revés de dimensões esfarelantes.

As revelações em conta gotas trazem um olhar de dentro do fastígio das elites no poder nos anos 90.

Um olhar de alguém que circulou nas vísceras do condomínio cristalizado na farra da privatização, quando se desferiu um dos mais virulentos ataques à luta pelo direito a um desenvolvimento justo e soberano.

Conhece-se o custo contábil do desmanche patrimonial que fragilizou a capacidade articuladora do Estado e definhou a governabilidade democrática, subordinada desde então à supremacia dos capitais desregulados.

Abre-se a possibilidade agora de se iluminar o interior da engrenagem rapinosa.

Não para produzir uma arqueologia do revide.

Não para se nivelar ao vale tudo dos que buscam aniquilar as forças e lideranças empenhadas na reversão do desmonte para construir uma democracia social no coração da América Latina.

O que está em jogo não é o passado; é a urgência de se devolver esperança ao futuro.

O passo seguinte do desenvolvimento brasileiro enfrenta uma encruzilhada histórica. Um ciclo de crescimento se esgotou; outro precisa ser repactuado em novas bases.

Muitos dos personagens e interesses econômicos que atuaram no episódio Mirian Dutra – FHC, Organizações Globo, Veja, Jorge Bornhausen, José Serra etc— compõem a linha de frente da ofensiva conservadora atual, determinada a retomar o poder, custe o que custar, para concluir o serviço dos anos 90.

O mapeamento dessas peças do xadrez ganha luminosidade desconcertante nas revelações de Mirian Dutra.

Elas permitem recompor a seta do tempo que une a lógica e a ética dos anos 90 ao projeto intrínseco ao golpismo em 2016 .

Detalhar essa cruzada é uma das tarefas jornalísticas mais importantes do momento.

A ela se debruça Carta Maior na matéria ‘Lei para Todos’, desta edição.

Estão radiografados ali elos explícitos e dissimulados.

É impressionante como os elementos se interligam e convergem, muitas vezes para um mesmo espaço: os paraísos fiscais: FHC, Brasif, negócios e propriedades dos Marinhos, BNDES, lobistas, empresas de fachada, mansões, helicópteros e personagens referenciais da extrema direita brasileira, como Jorge Bornhausen.

O colunismo da indignação seletiva não fará esse garimpo do qual é a parte mais comprometida cascalho.

O ressentimento autoexplicativo de Eliane Cantanhede (‘ que sempre soube dessa história’, fuzilou Mirian Dutra) mostra como o jornalismo ‘isento’ sentiu o golpe de uma peça lateral do acervo, que mobilizou a parte graúda do tabuleiro para ser deslocada há 23 anos, e agora volta ao jogo revirando a mesa.

Ao falar é como se Miriam gritasse: ‘O Rei está nu’.

Não só ele, porém; toda a corte ao seu redor e, sobretudo, o seu projeto de volta ao poder.

Daí o alvoroço dos mensageiros do trono.

Mirian vai processar FHC na Europa

por Paulo Henrique Amorim

Mírian Dutra é a Lava Jato dos tucanos.

Mírian guardou todos os documentos, registrou todas as remessas e conversas, arquivou todas as cartas, bilhetes, cartões de embarque, registros de imóveis, transcrição das conversas com os chefes da Globo — tudo!

Ela se prepara para exercer a vingança há muito tempo!

Ela não tinha alternativa.

E a alternativa inevitável será processar o Casanova de Hygyenopolis na Espanha, ou seja, segundo as Leis da União Europeia.

Como?

Por submete-la a uma situação análoga à Escravidão: não poder voltar ao Brasil!

Ficar trancafiada num outro Hemisfério!

Remunerá-la através de expedientes ilegais, contas ilegais, empresas que deviam favor ao Presidente da República, seu opressor!

Violar os direitos de uma mulher e mãe de seu suposto filho!

Submeter o filho suposto a dois testes de DNA possivelmente fraudulentos!

Bem que o Moro tentou prender o João Santana para tirar a Mírian do noticiário e permitir que o Casanova de Hygyenopolis respire um pouco.

Ele e seu escudeiro, outro farsante, o Místico da Moóca.

A Mírian sabe que na União Europeia não tem Moro — do Não vem ao caso! — , não Procurador que opera no wi-fi de Deus, não tem delegado que grampeia mictório de preso — nem PiG.

Lá, a imprensa prefere as mulheres vitimadas por ditadores truculentos.

Não deixe de buscar o vídeo “Vincere”, que trata do que Mussolini fez com a amante e o filho.

Há precedentes…

Na União Europeia.

A amante de Fernando Henrique presidente, a pedido dele, foi sustentada por uma empresa de traficantes de moedas

– Que empresa? perguntou a Folha de S. Paulo

Respondeu a jornalista Mirian Dutra, da TV Globo, que tem um filho de sua relação de oito anos com Fernando Henrique: – Não sei se eu posso falar. Não quero falar. Foi por meio de uma empresa que ele bancou.

Folha: – Você não quer nominar, mas tem como provar? Algum recibo?
M.D: – Tenho. Tenho contrato. Tudo guardado aqui. É muito sério. Por que ninguém nunca investigou isso? Por que ninguém nunca investigou as contas que o Fernando Henrique tem aqui fora?

Folha: – Contas?
MD: – Claro que ele tem contas. Como ele deu, em 2015, um apartamento de € 200 mil para o filho que ele agora diz que não é dele? Ele deu um apartamento para o Tomás.

Folha: – O exame de DNA diz que o Tomás não é filho dele…
MD: – É dele [e gargalha]. É óbvio que é dele.

Folha: – Você afirma então que ele forjou o exame de DNA?
MD: – Não estou afirmando nada, mas tudo me parece muito estranho, porque eu nunca me neguei a fazer o exame de DNA. Não vou afirmar porque isso seria uma irresponsabilidade da minha parte. Além do mais, uma mulher sabe quem é o pai. A não ser que provem que Deus é o pai do meu filho.

O jornalista Miguel do Rosário revela o nome da empresa:

– A empresa é a Eurotrade, sediada nas Ilhas Cayman.

O editor deste blogue acrescenta: A Eurotrade Ltda., sediada em um paraíso fiscal, aparece na imprensa como pertencente à Brasif S.A., empresa de importação e exportação.

Eurotrade constitui uma artimanha de quadrilha de sonegadores, de traficantes de moedas, de dinheiro de origem desconhecida.

Dizem que a publicidade é a alma do negócio. Tanto a Eurotrade como a Brasif preferem ficar escondidas.

LTDA é a sigla para limitada, e refere-se a um tipo de sociedade empresarial, organizada por quotas, onde cada um possui uma responsabilidade limitada. LTDA é um termo de natureza jurídica.

A sociedade LTDA é uma empresa constituída por dois ou mais sócios, e o capital está dividido por quotas.

Quais são os sócios da Eurotrade? Aparece apenas um, Brasif S.A., que não assume a propriedade. E depois, e depois, quais são os proprietários da Brasif que possui negócios com os governos da União e estaduais, e cheia de processos correndo na justiça.

 

 

Miriam Dutra explode o mensalão de FHC!

por Miguel do Rosário
Não, não me interessa a vida privada de FHC.

Entretanto, as revelações de Miriam Dutra vão muito além da vida pessoal de um ex-presidente da República, que ainda é uma figura política tão ativa no Brasil quanto o ex-presidente Lula.

Dutra afirma que foi sustentada por uma empresa, a pedido de FHC, enquanto este ainda era presidente da república.

Eu quero só ver o empenho da mídia em descobrir que empresa era esta.

Ou a curiosidade da imprensa brasileira se encerra em Lula?

Miriam Dutra afirma ter provas. Documentos.

Provavelmente, ela está indignada com a hipocrisia de Fernando Henrique Cardoso, posando de moralista exaltado em seus artigos no Globo.

[Atualização: a empresa é a Eurotrade, sediada nas Ilhas Cayman. Hum…].

E… reparem bem, a Globo não está dando nada sobre o caso.

Não é estranho?

A Globo tem dado manchetes garrafais sobre puerilidades do ex-presidente Lula, sob o pretexto de que Lula foi e continua sendo uma figura política importante.

Não vai dar nada sobre Miriam Dutra? Quer dizer, nada sobre FHC? Não falo de matérias na Folha, publicadas uma vez e em seguida enterradas. Falo de campanhas jornalísticas, de exércitos de repórteres investigando, de ampla cobertura midiática, de infográficos.

A Globo crucificou Renan Calheiros quando sua ex-mulher confessou que recebia mesada via operador de uma empresa.

Quando é com FHC, não vem ao caso?

A entrevista de Miriam Dutra aborda, além disso, alguns pontos políticos. FHC era contra a reeleição, diz Miriam. Em suas palavras:

Eu tinha que ter metido a boca no trombone no começo. Eles não aceitaram porque estavam em plena história da reeleição. Isso foi quando Fernando Henrique estava tentando mudar a Constituição. É uma coisa estranha porque eu lembro que quando [José] Sarney quis ficar cinco anos, ele estava na minha casa jantando e deu um baile: “como este homem pode ficar cinco anos? O poder tem que ser quatro anos, e renovável”. E aí tem uma história muito cabeluda nisso tudo, que ele, por meio de uma empresa, mandava um dinheiro para mim.

Que empresa?
Não sei se eu posso falar. Não quero falar. Foi por meio de uma empresa que ele bancou.
Reparem bem. Miriam fala: “FHC estava tentando mudar a Constituição [e conseguiu, para beneficiar a si mesmo]. É uma coisa estranha (…) E aí tem uma história muito cabeluda nisso tudo, que ele, por meio de uma empresa, mandava um dinheiro para mim.

“E aí tem uma história muito cabeluda nisso tudo”, diz Miriam. “Nisso tudo” é a campanha da reeleição, um processo comprovadamente corrupto, onde, aí sim, um partido comprou votos para garantir mais quatro anos de poder.

É sabido que a reeleição fez muito mal a FHC e ao PSDB. Tão mal que o partido nunca mais ganhou nenhuma eleição presidencial depois disso.

A mídia sempre escondeu, omitiu, manipulou, qualquer informação sobre os escândalos de corrupção na era FHC.

Mas o povo quer saber. Que empresa bancou os gastos de Miriam Dutra no exterior? E o que isso tem a ver com a campanha da reeleição?

A TV Globo, uma concessão pública, vai abordar o assunto?

É muita hipocrisia, pelo amor de Deus. Marisa Lula não pode comprar uma canoa de lata de 4 mil reais que a coisa vira um escândalo. Lula não pode frequentar um sítio. Já FHC pode receber, dentro do Palácio do Planto, empresários para pedir dinheiro para seu instituto. Pode dar um apartamento de 1 milhão à sua namorada e um outro, de valor parecido, ao filho que nunca aceitou.

Não vem ao caso…

A imprensa brasileira vai continuar concentrada nos pedalinhos, nas caixas de bebida, na churrasqueira do sítio em Atibaia?

Em relação ao triplex de Lula, a imprensa já esqueceu tudo. Sergio Moro mandou soltar os presos ligados ao condomínio Solaris, todo mundo apavorado com as ligações cada vez maiores entre a Mossack Fonseca, que a força-tarefa achou ser uma grande descoberta, e a família Marinho, dona do grupo Globo.

E olha que, no início, os procuradores falaram que a etapa Triplo X era uma das mais importantes!

O nome da operação, Triplo X, referência óbvia ao triplex que não é de Lula, sumiu misteriosamente do noticiário.

A mídia agora está com dois enormes esqueletos em seu armário. Esqueletos fantasmas, mas que fazem barulho assustador: um dos esqueletos é a relação subterrância, obscura, criminosa entre os Marinho e a Mossack Fonseca, uma das mais famosas firmas de lavagem de dinheiro do mundo; o outro esqueleto são as revelações bombásticas de Miriam Dutra sobre Fernando Henrique Cardoso.

***

Abaixo, a entrevista, para registro histórico.

Na Folha.

FHC usou empresa para me mandar dinheiro no exterior, diz ex-namorada

por Natuza Nery

A jornalista Mirian Dutra Schmidt, 55, com quem Fernando Henrique Cardoso manteve um relacionamento amoroso, sustenta que o ex-presidente da República bancou despesas de seu filho Tomás no exterior por meio de uma empresa.

Em entrevista à Folha, ela afirma que esses pagamentos coincidiram com o período em que FHC comandava o país (1994-2002), mas não quis revelar a identidade da companhia.

Garantiu ter provas para atestar o que diz. De Madri, onde mora, Mirian falou longamente com a reportagem por telefone. “Eu não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba. Eu quero falar e fechar a página”, afirma.

Fernando Henrique admitiu manter contas no exterior e ter mandado dinheiro para Tomás, mas nega ter usado empresa para bancar a jornalista (leia abaixo).

*

Folha – Por que decidiu falar, depois de 30 anos?
Mirian Dutra – Para mim foi muito difícil. É muito complicado porque a minha vida inteira sempre foi trabalho e, de repente, essa história pessoal cruzou a minha vida.

Como foi a história de vocês?
Eu o conheci em janeiro de 1985, quando Tancredo [Neves] estava no hospital. Eu estava jantando no restaurante Piantella [em Brasília] com vários amigos jornalistas e ele entrou sozinho. Um amigo jornalista o convidou para a nossa mesa.

Logo que a gente se conheceu, um mês depois, ele disse para mim, era o governo Sarney: “Vai ter espaço para mim. Eu tenho que ser presidente. Só eu tenho capacidade para levar este país”.

Dei a entrevista à revista “BrazilcomZ” para desmentir tudo o que escreveram ao meu respeito. Eu quero que meu nome não fique numa rede social como uma rameira. Eu fui uma pessoa apaixonada por um homem. Quando tentei sair

Descobriu que estava grávida
Eu estava grávida de quase três meses. Eu não estava aguentando mais essa história toda de ser amante, de ser a outra. Aí eu fiquei quieta, esperei ele voltar [de viagem] e, quando voltou, foi jantar na minha casa.

Quando disse que estava grávida, ele disse “você pode ter este filho de quem você quiser, menos meu”. Eu falei: “não acredito que estou escutando isso de uma pessoa que está há seis anos comigo”.

Ele pediu para você abortar?
Pediu. Óbvio. “Eu te pago o aborto agora”, disse. Aliás, vou te contar uma coisa mais séria ainda. Durante os seis anos com ele, fiquei grávida outras duas vezes, e eu abortei.

Ele soube?
Ele pagou. Pagou por dois abortos. Eu não queria ter outro filho, eu tinha minha filha estava muito feliz. Nunca pude tomar pílula, colocar DIU [método intrauterino], porque tenho um problema de rejeição absoluta a hormônio que venha de fora. Ele sabia disso.

O que houve a partir daí?
Aí que, pela primeira vez, em seis anos, ele deixa de falar comigo. Porque sentiu que a decisão era firme. Aí eu disse que não tinha que contar para ninguém quem era o pai, que era livre e desimpedida.

Ficaram sem se falar até o nascimento do seu filho?
Ele foi umas duas ou três vezes na minha casa. Quinze dias depois do nascimento, ele foi me visitar. Minha mãe estava lá [em casa] quando ele foi conhecer o filho. Só que eu tinha decidido que eu iria embora [do Brasil]. Aí antecipei todos os meus planos e meio que fugi mesmo. Lembro que, quando do impeachment do Collor, vi esse homem [FHC] lambendo as botas do Itamar [Franco], que ele criticava a vida inteira. Fui buscar trabalho em Portugal. Recebi ajuda do [ex-senador] Jorge Bornhausen, que era meu amigo de Santa Catarina.

Mas ele reconheceu o filho…
Nunca fez.

Por que você não o desmentiu à época?
Em 2009, ele foi para os Estados Unidos e simplesmente colocou na cabeça do Tomás que o Tomás não poderia contar para mim, mas que iriam fazer um DNA. Ele visitava o Tomás nos EUA depois da Presidência. Mas nunca foi criado com pai nenhum. Nunca me casei, nunca tive namorado, esse departamento [namoro] se encerrou na minha vida.

Ele bancou seu filho fora do Brasil?
Quando Tomás fez três anos de idade, isso foi mais ou menos em 1994, aceitei que ele pagasse o colégio do Tomás, pois queria que ele estudasse num bom colégio. A partir daí, ele pagou. Quando vim para Barcelona, que é quando eu digo que fui exilada, porque eu queria voltar para o Brasil e não permitiram que eu voltasse…

Quem não permitiu?
[O então senador] Antonio Carlos Magalhães pediu para que eu não voltasse para o Brasil, o Luís Eduardo Magalhães [filho de ACM]. Diziam para ficar longe. Diziam “deixa a gente resolver essas coisas aqui”. Aí eu pensei e achei que, para os meus filhos, era melhor eu ficar [no exterior], pois eles seriam muito perseguidos no Brasil.

Eu tinha que ter metido a boca no trombone no começo. Eles não aceitaram porque estavam em plena história da reeleição. Isso isso foi quando Fernando Henrique estava tentando mudar a Constituição. É uma coisa estranha porque eu lembro que quando [José] Sarney quis ficar cinco anos, ele estava na minha casa jantando e deu um baile: “como este homem pode ficar cinco anos? O poder tem que ser quatro anos, e renovável”. E aí tem uma história muito cabeluda nisso tudo, que ele, por meio de uma empresa, mandava um dinheiro para mim.

Que empresa?
Não sei se eu posso falar. Não quero falar. Foi por meio de uma empresa que ele bancou.

Você não quer nominar, mas tem como provar? Algum recibo?
Tenho. Tenho contrato. Tudo guardado aqui. É muito sério. Por que ninguém nunca investigou isso? Por que ninguém nunca investigou as contas que o Fernando Henrique tem aqui fora?

Contas?
Claro que ele tem contas. Como ele deu, em 2015, um apartamento de € 200 mil para o filho que ele agora diz que não é dele? Ele deu um apartamento para o Tomás.

O exame de DNA diz que o Tomás não é filho dele…
É dele [e gargalha]. É óbvio que é dele.

Você afirma então que ele forjou o exame de DNA?
Não estou afirmando nada, mas tudo me parece muito estranho, porque eu nunca me neguei a fazer o exame de DNA. Não vou afirmar porque isso seria uma irresponsabilidade da minha parte. Além do mais, uma mulher sabe quem é o pai. A não ser que provem que Deus é o pai do meu filho.

Você teve alguma outra relação no período?
Claro que não.

Gostaria de voltar à empresa. Como foi esse acerto para você receber esse dinheiro?
O ex-marido da minha irmã, o Fernando Lemos [morto em 2012], era o maior lobista de Brasília e era ele quem conseguia tudo. Eu sempre fui muito ingênua nessas coisas. Eu não devia nada a ninguém, por que eu ficaria cheia de pecados e pruridos? Eles fizeram contrato comigo como se eu fosse funcionária deles [da empresa], só que eles nunca me permitiram trabalhar e aí eu ganhava.

Isso acabou quando?
Dois anos depois que ele saiu do governo.

Por que você nunca expôs essa história? Você, como jornalista, não sabia que era irregular uma empresa pagar em nome do presidente?
Eu acho que eu tinha que ter feito um escândalo quando eu fiquei grávida. Depois, as coisas foram acontecendo, entendeu? Meus filhos ficaram maiores e eu já não podia ficar fazendo tanta confusão.

E por que você decidiu falar agora?
Porque eu estou cansada de ver pessoas escrevendo coisas erradas, essa história do DNA. Estou cansada de tudo isso. Eu não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba. Eu quero falar e fechar a página. E quero tentar ser feliz, porque eu não consegui até hoje.

Alguém está por trás de sua quebra de silêncio?
Ninguém. Eu vivo absolutamente sozinha na Espanha, nunca vivi tão sozinha como agora. Vivo com um cachorrinho chamado Xico, com X, não tenho vida social, não tenho nada, até pela minha fibromialgia e pela polipose adenomatosa. Eu não estou falando isso para tirar proveito de absolutamente nada. Estou lavando a minha alma. É muito difícil você ser xingada por milhões de pessoas e não vou deixar isso acontecer mais. Não podia entrar na justiça contra porque eu trabalhava na TV Globo.

E agora que não trabalha mais lá você optou por falar…
Exatamente. Eu agora não devo mais nada a ninguém.

OUTRO LADO

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) admitiu manter contas no exterior, ter mandado dinheiro para Tomás e ter lhe presenteado recentemente com um apartamento de € 200 mil em Barcelona, na Espanha.

O ex-presidente diz que os recursos enviados a Tomás –tanto para a compra do apartamento, quanto para ajudá-lo em seus estudos– provêm de “rendas legítimas” de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao Imposto de Renda.

Segundo ele, as contas estão “mantidas no Banco do Brasil em Nova York e Miami ou no Novo Banco, em Madri, quando não em bancos no Brasil”.

“Nenhuma outra empresa, salvos as bancárias já referidas, foi utilizada por mim para fazer esses pagamentos”, afirma FHC.

O ex-presidente diz ainda que o repasse dos recursos para que Tomás comprasse o apartamento em Barcelona foi feito por meio de transferências de sua conta bancária no Bradesco “com o conhecimento do Banco Central” brasileiro.

DNA

Embora Mirian negue, FHC diz ter reconhecido Tomás em 2009, o ex-presidente afirma ter feito dois testes de DNA nos Estados Unidos.

“[Com] o propósito de dar continuidade a meu desejo de fundamentar declarações feitas por mim em Madri de que Tomás seria meu filho”, declarou o ex-presidente.

“Para nossa surpresa, o primeiro teste deu negativo, daí [fizemos] o segundo, que também comprovou que não sou pai biológico do referido jovem”, declarou FHC.

Mirian diz que os testes foram feitos sem que ela soubesse e que o ex-presidente pediu para que Tomás não lhe contasse nada.

FHC rebate as afirmações da jornalista dizendo que se dispôs a fazer outro teste de DNA e, mesmo diante dos resultados negativos, procurou manter “manter as mesmas relações afetivas e materiais com o Tomás”.

O ex-presidente afirma ainda que, “quando possível”, atende Tomás nas necessidades afetivas.

O ex-presidente não respondeu a acusação de que teria pagado para que Mirian fizesse dois abortos antes da gravidez de Tomás.

Declarou apenas: “Questões de natureza íntima, minhas ou de quem sejam, devem se manter no âmbito privado a que pertencem”.

Sobre Mirian afirmar que [o então senador baiano] Antonio Carlos Magalhães pediu para que a TV Globo não a mandasse de volta ao Brasil para, segundo ela disse, “ficar longe” de FHC, o ex-presidente diz desconhecer detalhes da vida profissional da jornalista.

FHC prega no exterior a queda de Dilma

Para Fernando Henrique, “a mídia atua com propriedade, cumprindo o papel de bem informar sobre o que ocorre nos gabinetes”.

Assim FHC assume a conspiração golpista contra a Democracia, a Paz e o governo de Dilma Rousseff.

Escreve o ex-presidente das privatizações das estatais como a Vale, no jornal El País, de Madrid:

“Comecemos 2016 com ânimo, imaginando que pelo melhor meio disponível (renúncia, retomada da liderança presidencial em novas bases, ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade das eleições) encontraremos os caminhos da coesão nacional, respeitando a diversidade de opiniões, tornando-nos capazes de marchar na direção de uma vida mais decente para todos, com a retomada do crescimento, a volta do emprego e a reconstrução da política republicana. São meus votos

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FHC trocou a Telemig por sexo no Palácio das Mangabeiras

A amante lobista da “telegangue”

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por Laerte Braga

Eu não tenho tido uma preocupação muito grande com uma ordem cronológica precisa nesses fatos sobre os dois governos de FHC, mas com os fatos em si. Os fatos pessoais não interessam, exceto se associados a fatos públicos, envolvendo governos e recursos públicos.

Quando viu Edma Frade pela primeira vez, em Belo Horizonte, FHC se encantou com a mulher do jornalista Wilson Frade, um dos mais importantes de Minas à época. Uma dessas belezas que chamam a atenção, o ex-presidente logo se apaixonou. E partiu para cima. Edma não se fez de rogada e aceitou a corte de FHC. O casal começou os encontros não tão furtivos assim no Palácio das Mangabeiras, sob as bênçãos do governador do estado, Eduardo Azeredo. Até aí nada de novo no front. Ocorre que Edma era lobista da Andrade Gutierrez, que ao lado das empresas da família Jereissati e da Telefónica Espalhola, concorriam no processo de privatização da TELEMIG.

FHC acrescentou mais uma conquista e Edma, mais um negócio. A empresa constituída pelos três grupos, me falha o nome agora, era considerada pelos responsáveis pela privatização da TELEMIG como “telegangue” e isso está numa gravação publicada pelo jornal FOLHA DE SÃO PAULO, de uma conversa de Lara Resende com FHC, em que o economista deixa claro que se tratava de uma empresa sem condições e que “estamos beirando a irresponsabilidade caso ela vença”.

FHC não diz nada além de sim, é e outros monossílabos, pois a vitória do grupo na concorrência já estava acertada na cama de um quarto do Palácio das Mangabeiras com Edma. E não deu outra. O grupo levou a TELEMIG.

Nesse período de “negociações”, cai o ministro Mendonça de Barros, Comunicações e Edma, de quebra, emplaca o genro, Pimenta da Veiga para o Ministério. Paola, filha de Edma, mulher de Pimenta, encanta Brasília com sua beleza. Jornalistas, no jornalismo de fofocas que vivemos, davam plantão na Academia de Tênis, onde estava morando, até para descrever a roupa com que Paola saia cedo para caminhar. Ao ver a moça FHC é tomado de nova paixão e troca a mãe pela filha, o que significava que Pimenta da Veiga estava seguro e garantido no cargo, pelo menos até aparecer nova paixão do presidente. O fato não afetou Edma, foi apenas um negócio bem sucedido e muito bem remunerado. Frade, pela sua postura diante dos comentários intramuros dava a impressão que tinha conhecimento de tudo. E assim foi a TELEMIG. Sem choro nem vela.

Azeredo ficou com a sensação que tinha um trunfo nas mãos, até ser jogado para escanteio e perceber que foi apenas uma peça em todo esse tempo de duração do “negócio”. A rigor nem governava Minas de fato, só nominalmente. Um triunvirato formado por sua mulher, o deputado Roberto Brant e o vice-governador Mares Guia tomava as decisões. E quando tentava alguma coisa molhavam o bico em um pouco de açúcar e punham-no a brincar de governador, no máximo bananinha amassada com mel.

FHC um pulha. Até hoje o Brasil paga o preço da inconseqüência de seus dois mandatos

por Laerte Braga


Fernando Henrique Cardoso não é um Narciso. Seria lhe atribuir uma característica de uma história que atravessa o tempo e permanece fundamental na percepção do ser humano. Seja pela sua dramaticidade, até mesmo um conteúdo pungente, objeto hoje de estudos na Psicanálise, na Psicologia. Se pensarmos bem, olharmos por todos os ângulos, há poesia em Narciso.

FHC é no máximo um desses “napoleões” malucos que lotavam os antigos hospícios. Em 2010 denunciei que estava em Foz do Iguaçu, num evento organizado por um ex-diretor da GLOBO, mas ainda ligado ao grupo noutra tarefa. Falou para investidores norte-americanos sobre a importância da eleição de José Serra e citou como pérolas da coroa tucana, a PETROBRAS. Negou o fato, declarou a um jornalista que “esse Laerte é um maluco” e minutos depois vários blogs e jornalistas do porte de Hilde Angel confirmaram o fato. Negado por ele que disse estar em São Paulo. Estava vendendo o Brasil e por obra e graça de duas companheiras com presença viva na luta popular, até fotos divulguei no dia seguinte. Ao término da sua palestra, sem gravata, passeou pelo hotel, tirou retratos e falou de si próprio como o grande homem do Brasil. Disse a uma pessoa que “eu fui o marco entre o passado getulista de paternalismo e atraso e o futuro de progresso e grandeza. Não me preocupa o juízo de hoje, pois a História me fará justiça”. Nesse passado incluía JK nesse fracasso, do qual se disse em 1994 o sucessor legítimo. Mal sabe ele que há uma diferença de estatura moral entre o “napoleão do hospício” e o construtor de Brasília. Para se ter uma idéia dessa diferença, em 1954, quando Getúlio se viu acuado pelos militares, JK o chamou a ir para Minas, governar de Minas e resistir em Minas.

FHC, em sua mitomania, sua vaidade extrema, ia esfaqueando pelas costas os “amigos” que não lhe beijassem a mão. E continua a fazê-lo. Foi o único presidente das Américas a apoiar o terceiro mandato de Fujimori, nem os EUA apoiaram, na perspectiva de comprar um para si. Como comprou o segundo. No final do governo indicou Gilmar Mendes para o STF. Era o advogado da União e até ACM advertiu-o que o mundo jurídico iria reagir, pois Gilmar não tinha e não tem estofo para o cargo, estava envolvido em operações suspeitas do governo e chamou-o de “desclassificado”.

Nomeou o ex-genro para presidente da PETROBRAS, seja para raspar o fundo do tacho, seja para limpar as pegadas da corrupção e acelerar o desmonte da empresa, facilitando sua venda a grupos estrangeiros.

Quando Ciro Gomes fala com seu estilo contundente e sem meias palavras, FHC não revida. Sabe que Ciro, a quem traiu, é capaz de provar tudo o que fala.

Ficou mordido em sua vaidade quando soube que ACM tinha cantado e tido êxito com uma senadora e tentou abordá-la. Nunca imaginou que pudesse ouvir um não. Ouviu. Chegou ao desplante do ridículo quando pediu à mulher do embaixador Flecha de Lima, que sabia chegada a ACM com quem tinha um filho, que o apresentasse num ambiente reservado à princesa Diana.

Quando do massacre de Eldorado do Carajás, logo que tomou conhecimento, declarou que “quem procura acha”. À noite, ao saber da repercussão internacional da barbárie, soltou uma nota dizendo-se indignado com o fato e que tomaria todas as providências.

Todos esses acontecimentos e muitos outros me vieram à memória ao ler declarações dele seja pedindo a renúncia de Dilma, seja arquitetando o golpe contra a presidente. E aí, sem qualquer exagero, já disse a muitos que na crise atual ele seria a solução. Imagina o País mergulhado numa crise e os brasileiros nas ruas gritando “queremos FHC”. É só um pulha e o País até hoje paga o preço da inconseqüência de seus dois mandatos.

Fernando Henrique, corrupto, golpista e quinta-coluna

Já escrevi aqui que Fernando Henrique Cardoso (PSDB), recrutado pela CIA, foi golpista em 1964, e continua o mesmo entegrista das privatizações, que marcaram os seus oito anos de governo corrupto que doou as estatais brasileiras como a Vale, a Petrobras, e fez cinco leilões do Pré-Sal.

 

Disse o tucano à BBC Brasil: ” Existe uma lógica em fazer o pedido de impeachment. (…) É um instrumento constitucional, e não há o que se discutir sobre isso. O impeachment não deve ser nunca um objeto de desejo. Mas é um instrumento constitucional, é algo que acontece”.

FHC falou com a imprensa em Lisboa (proprietário de um apartamento em Paris, passa mais tempo na Europa que no Brasil): “Impeachment é sempre um processo delicado, é preciso analisar se há fundamentos para ele, mas os advogados que o pediram são competentes. Depois, há a questão política, se a maioria estará disposta a votar a favor e, votando a favor, se há ou não razão para o impeachment”, concluiu.

Um dos autores principal do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff acolhido nesta quarta-feira, 2, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o jurista direitista Miguel Reale Junior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique, avaliou que o peemedebista “escreveu certo por linhas tortas”.

“Não foi coincidência que Cunha tenha decidido acolher o impeachment no momento em que deputados do PT decidiram votar favoravelmente à sua cassação no Conselho de Ética. Foi uma chantagem explícita, mas Cunha escreveu certo por linhas tortas”, afirmou o jurista.

A cassação de Dilma nasceu de vícios capitais. Um ato de vingança de Eduardo Cunha e de Paulinho da Força que respondem a processos por corrupção, de inveja de Aécio Neves que perdeu as eleições nas urnas democráticas das diretas já, da vaidade de FHC (que dos oito anos dos seus dois governos, passou um ano e um mês viajando mundo a fora) de não ostentar e merecer o prestígio internacional do ex-presidente Lula da Silva.

GOLPISMO E ÓDIO. Apologia da ditadura e morte anunciada de Dilma

“O nível a que a animosidade chegou tem poucos precedentes no Brasil. Muitos falam em ódio, e é isso mesmo. Os três maiores jornais têm publicado artigos com nível de ódio e insulto que, retratando bem esse estado, mesmo nas grandes crises do passado só apareceram nos poucos jornais da ultradireita”, informa o colunista Jânio de Freitas, conforme destacou o portal 247.

Esse ódio destilado pelos apologistas da ditadura militar, o nepotista Jair Bolsonaro e pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, contaminou o PSDB e suas marchas de protestos convocadas por José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, derrotados nas urnas das eleições presidenciais.

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247 – O colunista Jânio de Freitas destaca o ‘ódio sem precedentes’ do PSDB pelo PT: “Perdeu-se no tempo a aproximação possível entre o PSDB e os que priorizam o combate às desigualdades”, diz.

Diz que o ‘PSDB, depois de desfigurado por ambições e pela degradação do pensamento político, por oportunismo deixou-se minar pelos militantes da antipolítica. Transfigurou-se em representação partidária dos que anseiam por uma “saída pela direita”, bem à direita’.

Segundo ele, o nível a que a animosidade chegou tem poucos precedentes no Brasil. “Muitos falam em ódio, e é isso mesmo. Os três maiores jornais têm publicado artigos com nível de ódio e insulto que, retratando bem esse estado, mesmo nas grandes crises do passado só apareceram nos poucos jornais da ultradireita”.

E cita o FHC: ‘Do impeachment, passando pela Dilma como “pessoa honrada”, pela entrega da “solução” aos tribunais, pela “grandeza da renúncia”, até outras variantes, Fernando Henrique está agora com a solução vinda de “um bloco de poder”: “É algo que engloba, além dos partidos, os produtores, os consumidores, os empresários e os assalariados, e que se apoia também nos importantes segmentos burocráticos do Estado, civis e militares”. Para ser a união de todo o país, só faltaram as passistas de escolas de samba’ (leia mais).

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