Não dá para entender. Sobe e desce o dólar. Desce e sobe o dólar. Quando a imprensa faz a campanha do quanto pior, melhor.
Não importa a cotação. Subiu ou desceu, a imprensa avisa que é ruim para as importações, que aumenta o custo de vida e os juros da dívida externa etc.
Foi o que aconteceu após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender provisoriamente a formação da comissão especial da Câmara dos Deputados para análise do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A decisão veio após o governo ser derrotado no primeiro teste envolvendo o impeachment, com a rejeição da chapa independente na eleição para os membros da comissão.
Pelo sectarismo dos jornais dos irmãos Marinho: “Muitos operadores acreditam que eventual mudança no governo poderia facilitar a recuperação da economia brasileira. Alguns ressaltam, porém, que o processo pode paralisar o ajuste fiscal e provocar rebaixamentos da nota soberana do país”. [Muitos operadores, principalmente os traficantes de moedas, os corruptos que possuem contas nos paraísos fiscais, sujeitos como Eduardo Cunha, Paulo Maluf e outros comedores de propinas]
“Além disso, investidores se preparam para a reunião do Fed (banco central dos EUA) na semana que vem, que deve resultar no primeiro aumento de juros em quase uma década”. [Se Dilma for cassada o Fed faz outra reunião em dez dias. As agências estrangeiras, imediatamente anunciarão uma nota alta para o Brasil colônia, e um salário mínimo do mínimo para os trabalhadores de empresas estrangeiras, e preços dos minérios lá em baixo, lá em baixo]
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No passado, era comum e quase unânime a postura desrespeitosa – e até cruel – dos jornais diários de Belo Horizonte em relação à ação de ativistas políticos de esquerda.
Na noite de 30 de dezembro de 1952, intelectuais, empresários e sindicalistas, entre eles Armando Ziller, Luís Bicalho, Sebastião Nery, coronel Olímpio, Aluísio Ordones, reuniram-se num prédio da rua Carijós, em BH, para criar o Movimento Mundial da Paz. A polícia chegou de surpresa e escrachou todo mundo. No dia seguinte, os jornais publicavam manchetes execrando os ativistas:
“Desmantelada pela polícia uma reunião comunista. Efetuadas numerosas prisões e apreendido farto material de propaganda vermelha” (Estado de Minas)
“Comunistas surpreendidos quando tramavam planos de ação” (Diário de Minas)
“Autoridades prendem e autuam 40 elementos da malta comunista em ação” (Diário da Tarde)
“Preso ontem em BH um redator do Diário (católico) entre os subversivos do credo vermelho” (Tribuna de Minas)
O redator do Diário preso era Sebastião Nery, 20 anos, ex-seminarista, implacavelmente perseguido pelo jornal Tribuna de Minas, dirigido pelo empresário misto de jornalista Alexandre Konder, que cultivava atitudes nazi-fascista, e também não dava trégua ao líder católico José Mendonça, redator-chefe do Diário e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.
“Confirmam-se as acusações da Tribuna de Minas sobre as ligações do sr. José Mendonça com elementos comunistas. Um dos presos é o jornalista Sebastião Nery, redator do jornal católico, que carregava um cartaz com o retrato de Prestes”, denunciava a TM.
“Konder só deixou de hostilizar jornal católico quando voltou ao Rio de Janeiro para morrer de câncer, internando no Hospital do Exercido,” disse o prof. Mendonça
Na reunião abafada pelos agentes policiais havia pessoas de várias classes, até um militar, Olímpio, coronel reformado do Exercito brasileiro, que havia desaparecido na confusão com a chegada da polícia.
Dias depois, já solto, o jornalista Sebastião Nery encontra-se com o militar em outra reunião:
– O senhor foi lesto, o único que conseguiu fugir.
E o coronel:
– Meu filho, não repita isto. Não fugi. Um oficial do Exército não foge. Bate em retirada.
Grupelho que pede ‘intervenção’ ridicularizado por comandante do Exército
Todos aqui. É um grupelhoAcampa em frente ao quartel do Exército para pedir “intervenção militar”
Vovô Metralha ex-delegado do DOI-Codi, assassino e torturador
Comandante do Exército brasileiro debocha de pequena facção fundamentalista – homens, mulheres e até crianças – acampada há 4 meses em frente ao portão principal do quartel-general do Ibirapuera (SP) para pedir um golpe militar contra a presidente Dilma Rousseff
por Eduardo Guimarães, blog da Cidadania
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Faz pelo menos quatro meses que um grupo de homens e mulheres – e até crianças, vistas no local amiúde – montou um acampamento na calçada em frente ao portão principal de acesso ao quartel-general do Exército, no Ibirapuera, Zona Sul da capital paulista, para pedir um golpe militar contra a presidenta Dilma Rousseff.
Em nota oficial, o responsável pelo Comando Militar do Sudeste, general João Camilo Pires de Campos, informa que o comando não irá se posicionar sobre o acampamento:
“O Comando Militar do Sudeste não se manifesta sobre atos políticos. “O posicionamento do Exército Brasileiro, em qualquer circunstância, é de atuar com isenção e dentro da legitimidade e legalidade, conforme o previsto no Art. 142 da Constituição Federal”
Ironicamente, esse grupo tão original cita justamente o artigo 142 da Carta Magna como “justificativa” para a sua tão sonhada “intervenção militar constitucional”. Leia o que diz o texto constitucional:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Não se sabe que tipo de interpretação esses pirados deram ao texto acima, já que determina justamente o contrário de “intervenção militar”. O texto diz, claramente, que cabe às Forças Armadas a “garantia dos poderes constitucionais” e que só podem intervir de alguma maneira em alguma coisa por iniciativa desses poderes, quais sejam, Executivo, Legislativo e Judiciário.
O grupo de acampados é composto, majoritariamente, por pessoas de meia idade e idosos. Na internet, reúnem-se em uma página do Facebook ao qual deram o nome de Movimento Brasileiro de Resistência (MBR), o qual está convocando um “outubro negro” que promete “matar pela pátria” em meio a exaltações a “Deus”.
A convocatória terrorista:
Ao fundo do acampamento, o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo. Funcionários da Casa relatam que, na verdade, os acampados costumam aparecer no local mais para tirar fotos e aparecer em vídeos e depois vão embora. Não sabem precisar quem fica lá durante a noite. Durante o dia, há um revezamento entre os protagonistas da iniciativa.
Como essas pessoas residem na região do acampamento, fica fácil a encenação de estarem vivendo no local para enganarem incautos na internet.
Não se sabe ao certo, porém, o que pretendem essas pessoas, já que ninguém acredita em uma intervenção militar, forma como a proposta de golpe militar é chamada por grupos de extrema direita.
Aliás, neste domingo (27) o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 63 anos, deu uma entrevista ao jornal Correio Brasiliense em que chega a debochar do acampamento de malucos diante do QG do Exército.
Villas Boas diz que “Não há hipótese de os militares voltarem ao poder” e espanta-se com as propostas de “intervenção militar constitucional” baseada no artigo 142 da Constituição, como pregam grupos de extrema direita. Diz Villas Boas:
“É curioso ver essas manifestações. Em São Paulo, em frente ao Quartel-General, tem um pessoal acampado permanentemente. Eles pedem “intervenção militar constitucional” (risos). Queria entender como se faz”
O comandante do exército quer entender como se pode fazer uma intervenção militar “constitucional” se a Constituição prega exatamente que militares não podem fazer intervenção alguma em nada a não ser por ordem dos poderes constituídos, nos quais o presidente da República ocupa o cargo de “comandante em chefe” das Forças Armadas. Transcrito do Pragmatismo Político e do Cidadania. Veja vídeos
A pregação do ódio, da morte de Dilma, da intervenção militar e do retorno da ditadura continua.
O desfile de 7 de setembro em que crianças carregaram suásticas.
Acontece que toda propaganda nazista, na Alemanha, é proibida, e seus autores, no caso brasileiro, professores direitistas e analfabetos, presos. Bem que merecem de quatro a cinco anos de cadeia.
Portal Pragmatismo Político: Desfile de 7 de setembro de Taboão da Serra não se limitou às reverências militares brasileiras e causou polêmica ao trazer crianças exibindo suásticas, símbolo principal do regime nazista da Alemanha.
Portal Fórum: Para alguns, a demonstração de força militar, bem como o orgulho patriótico que impera nos desfiles de 7 de setembro pelo país são tradições questionáveis.
Um desses desfiles, no entanto, não se limitou às reverências militares brasileiras e causou polêmica ao trazer crianças exibindo suásticas, símbolo mais clássico do regime nazista da Alemanha.
O caso aconteceu no desfile de Taboão da Serra, cidade da Grande São Paulo.
Símbolos do nazismo brasileiroBrasão da TFP
A Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin faz que não sabe, e o maior tribunal do mundo, o de São Paulo, com 360 desembargadores está com a cegueira de sempre. Não viu a volta dos integralistas de Plínio Salgado, dos garotos da TFP de Plínio Corrêa, e a infiltração dos Bolsonaro e da Bancada da Bala. Tem deputado que se vangloria de ter assassinado mais de cem pessoas.
Essa gentalha asquerosa acabou com o mito do Brasil Cordial.
«A guerra nunca é santa, a eliminação e a opressão do outro em nome de Deus é sempre uma blasfémia. A eliminação e a opressão do outro e da sua história, usando o nome de Deus, é um horror». É esta a firme convicção dos mais de quatrocentos líderes das grandes religiões mundiais, reunidos de 6 a 8 de Setembro em Tirana a convite da comunidade de Santo Egídio, por ocasião do encontro internacional sobre o tema «A paz é sempre possível. Religiões e culturas em diálogo», organizado em colaboração com a Conferência episcopal local e a Igreja ortodoxa albanesa.
Num momento em que a comunidade internacional tem dificuldade de encontrar soluções para os conflitos, os congressistas dirigiram aos governantes um apelo à importância do diálogo: «A guerra – lê-se no apelo – não se vence com a guerra: é um engano. A guerra sempre sai fora de controle. Não vos iludais. A guerra desumaniza povos inteiros. Recomecemos do diálogo, que é uma grande arte e uma medicina insubstituível para a reconciliação entre os povos».
Foi abordado também o tema dos refugiados, para os quais além do acolhimento é necessário e urgente trabalhar pela paz, dado que só o fim dos conflitos poderá deter o grande êxodo. Está convicto disto Andrea Riccardi, que na cerimónia final sublinhou que os crentes devem sempre estar na primeira linha para dar novamente ao mundo a esperança no futuro. Enfim, o fundador da comunidade de Santo Egídio, desejou que «das religiões possa renascer um movimento de corações e de paz que não se resigne à guerra e à dor». Transcrito do L’Osservatore Romano
“O nível a que a animosidade chegou tem poucos precedentes no Brasil. Muitos falam em ódio, e é isso mesmo. Os três maiores jornais têm publicado artigos com nível de ódio e insulto que, retratando bem esse estado, mesmo nas grandes crises do passado só apareceram nos poucos jornais da ultradireita”, informa o colunista Jânio de Freitas, conforme destacou o portal 247.
Esse ódio destilado pelos apologistas da ditadura militar, o nepotista Jair Bolsonaro e pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, contaminou o PSDB e suas marchas de protestos convocadas por José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, derrotados nas urnas das eleições presidenciais.
247 – O colunista Jânio de Freitas destaca o ‘ódio sem precedentes’ do PSDB pelo PT: “Perdeu-se no tempo a aproximação possível entre o PSDB e os que priorizam o combate às desigualdades”, diz.
Diz que o ‘PSDB, depois de desfigurado por ambições e pela degradação do pensamento político, por oportunismo deixou-se minar pelos militantes da antipolítica. Transfigurou-se em representação partidária dos que anseiam por uma “saída pela direita”, bem à direita’.
Segundo ele, o nível a que a animosidade chegou tem poucos precedentes no Brasil. “Muitos falam em ódio, e é isso mesmo. Os três maiores jornais têm publicado artigos com nível de ódio e insulto que, retratando bem esse estado, mesmo nas grandes crises do passado só apareceram nos poucos jornais da ultradireita”.
E cita o FHC: ‘Do impeachment, passando pela Dilma como “pessoa honrada”, pela entrega da “solução” aos tribunais, pela “grandeza da renúncia”, até outras variantes, Fernando Henrique está agora com a solução vinda de “um bloco de poder”: “É algo que engloba, além dos partidos, os produtores, os consumidores, os empresários e os assalariados, e que se apoia também nos importantes segmentos burocráticos do Estado, civis e militares”. Para ser a união de todo o país, só faltaram as passistas de escolas de samba’ (leia mais).
Gaúcha de nascimento e paulistana de coração, Inoil Amaral Rodrigues, de 70 anos, professora aposentada do Ensino Fundamental e especializada em alfabetização, marcou a Internet no último domingo (16) após ser fortemente hostilizada por manifestantes, na Avenida Paulista, simplesmente por estar vestida de vermelho. Em diferentes registros de vídeo e uma foto que registrou exatamente o episódio, de autoria do fotógrafo Luciano Marra, Inoil aparece reagindo com coragem e paciência aos atos de agressão verbal e ódio vindos de paulistanos trajados de camisas da seleção brasileira e apetrechos dos mais esquisitos na cabeça. Parecia Copa do Mundo, mas eram só as excentricidades de uma galera muito louca.
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Dona Inoil ficou conhecida como “Dama de Vermelho” na internet, em alusão à cor que lhe rendeu atenção por parte das agressões fascistas e de parte da imprensa (uma pequena parte interessada em se aprofundar nos assuntos, é claro).
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O mandato político da deputada federal Jandira Feghali, líder do PCdoB na Câmara, se sensibilizou com o episódio e declarou apoio a ela e tantas outras pessoas que foram alvo de reações agressivas, simplesmente por quererem expressar o contraditório naquele dia, em diferentes pontos do Brasil. Por isso, com produção e entrevista do repórter Bruno Trezena, nossa seção “2 Dedos de Prosa” desta semana é com ela.
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Com a palavra, a Dama de Vermelho.
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Bruno Trezena: Vamos do início? Como a senhora foi parar naquela situação?
Inoil Amaral: Primeiramente, permita-me explicar, não sou militante de nenhum partido. Tenho militância simpática aos governos de Lula e Dilma, mas o que se viu naquele dia foi um absurdo tamanho comigo e outras pessoas. Desde quando é proibido sair às ruas vestido de vermelho, mesmo que haja manifestações contrárias ao PT? Onde está a liberdade de expressão?
Para se ter uma ideia, naquele dia nem me lembrava que haveria atos contra a Dilma. Tanto que o que chamou a atenção dessas pessoas foi o casaco vermelho que eu levava dentro da bolsa e, quando tudo explodiu em agressão, ergui sob a cabeça.
O dia ocorria normalmente. Mais cedo havia ido à feira e um dos vendedores me disse que teria que fechar mais cedo por conta do tal protesto na Avenida Paulista. Voltei pra casa, almocei e resolvi ir à rua pra ver como estava a movimentação.
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BT: E o que aconteceu quando a senhora chegou no local?
IA: Vi os carros de som estacionados, as pessoas passando pra lá e pra cá e resolvi entender o que dizia um dos manifestantes no microfone. Parei na ciclovia e fiquei lá, ouvindo. Nessa hora notei um senhor de cinza, com uma roupa lembrando farda militar, gesticulando na minha direção de longe. Ele fazia movimentos bruscos com a mão, dando a entender para que eu saísse dali. Achei aquilo tudo muito estranho. E foi aí que notei uma senhora atrás de mim, de amarelo, acompanhada de uma moça bem humilde – acho que era a empregada dela – me fitando com uma cara de raiva. Quando me virei ela perguntou: “Por que você está vestida assim?”. E eu perguntei qual era o problema da minha roupa, mas ela continuou: “Você é do PT?”. Segui explicando que estava acompanhando a manifestação como todo mundo e tinha direito de estar ali. Não demorou muito para que as agressões começassem.
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BT: Nas imagens a senhora aparece andando por uma rua e respondendo calmamente às agressões que vinham na sua direção. Por que aquilo?
IA: Em determinado momento, um senhor fardado se aproximou e me questionou sobre estar ali. Qual o problema da minha presença? Tentei explicar, mas ele logo saiu perguntando de forma agressiva: “A senhora é comunista? Eu sou capitão do exército e advogado, acho melhor a senhora sair daqui, vai começar o hino nacional”. Foi quando eu disse em sua direção: “E daí o que o senhor é. O senhor pode ser o que quiser. Eu vou continuar aqui da mesma forma que vocês. E eu respeito o hino, vocês eu não respeito”. Assim que acabou o hino, seguido do silêncio, eu gritei: “Viva a democracia! Viva a liberdade de expressão!”. E aí tudo começou.
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BT: Que tipo de agressões a senhora sofreu?
IA: Todos se viraram pra mim e passaram a me acusar de petista, comunista, de terrorista ou sei lá mais o que. Carros começaram a buzinar e um monte de gente a gritar palavrões na minha direção. Algumas pessoas passaram a assoprar aquelas vuvuzelas no meu ouvido, tentando me atingir de alguma forma. E eu continuei meu caminho, de braço erguido com a cor que tanto incomodava aquele estranho grupo. É isso, eles tinham medo do vermelho. É uma fobia inexplicável, de gente com muita desinformação nas ruas, sem saber o que quer realmente da vida. É um absurdo o que aconteceu, mas eu sigo em paz.
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BT: O que a senhora presenciou nesses atos, antes da confusão começar?
IA: Coisas terríveis. Num desses carros de som, um senhor fardado gritava no microfone que as forças militares fariam uma reunião no Quartel General do Exército, ali no Ibirapuera, e que precisavam reagir a entrada de árabes no país. Diziam que eles fariam terrorismo com ajuda do governo brasileiro. Mas eu digo, meu filho, terrorismo são essas pessoas que estão fazendo diariamente no Brasil. Eles amedrontam o povo, inventando coisas e deturpando a História, gerando um grande temor na sociedade. É através do medo e da raiva que eles estão tentando trazer o povo pro lado deles. É uma tática suja, do tipo de gente que criou a Ditadura.
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BT: Muitas dessas pessoas pedem o retorno da Ditadura no Brasil…
IA: Olha, isso jamais. Não entendo o que eles estão fazendo nas ruas, exigindo intervenção militar… onde essas pessoas estavam quando milhares de famílias foram destroçadas pelo Regime Militar? Diversos cidadãos estão traumatizados até hoje por conta da perseguição política e dos crimes de Estado. Lembro até hoje, quando tive meu primeiro filho, o que soldados daquela época fizeram com uma conhecida. Um pelotão deles apareceu de repente na minha rua e tiraram dos braços de uma vizinha seu filho de apenas dois anos. É muito doloroso recordar isso e, como se vê, tem gente que não faz a mínima noção do que clama por aí.
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BT: Inoil, sua determinação virou símbolo a diversas pessoas do Brasil. Se tivesse a oportunidade de dizer algo à presidenta Dilma, o que falaria?
IA: Eu falaria pra que ela fique tranquila, como eu fiquei, pois foi a maioria popular que a elegeu. Foi democrático, dentro do sistema eleitoral. O povo trabalhador mais humilde gosta dela, e eles não serão afetados por este ódio elitizado. A diferença de opinião política vai existir, mas todos têm que respeitar a democracia. Tem gente aí que quer tentar dar o golpe, mas não vão passar.