Sobre a noite escura

por Miguel do Rosário

 

O golpe tem inspirado projeções bastante sinistras para o futuro próximo, em especial de aumento da taxa de coação estatal, diminuição das liberdades, aprofundamento do processo de criminalização das atividades políticas.

No entanto, essas coisas apenas serão uteis politicamente ao golpe se a mídia corporativa assumir uma hegemonia ainda maior da que já possui hoje, e puder controlar a narrativa de todos os fatos.

Neste primeiro de maio, novamente comunidades de brasileiros em todo o mundo protestaram contra o golpe. O clima de virada da opinião pública continua em processo, de maneira que o golpe terá que inventar uma quantidade maior de factoides, daqui para a frente, para manter a temperatura golpista elevada.

Exatamente para isso serve a Lava Jato, e a força-tarefa já entendeu qual o papel que agora lhe cabe.

No Senado, a comissão de impeachment ouviu hoje juristas em favor do golpe, e o que se viu novamente provocou grande constrangimento para quem assistiu. Os entrevistados praticamente admitiram que não há crime de responsabilidade no pedido de impeachment e, por isso, eles procuraram dar uma sustentação puramente política ao impeachment.

Tão grande é a vergonha que os golpistas disseminaram na redes sociais que a presidenta Dilma iria renunciar e provocar novas eleiões.

A informação não procede. A presidenta já demonstrou estar decidida: vai apostar na luta, em todos os campos, mesmo sabendo que, em várias frentes, as chances de vitória são praticamente nulas.

Para isso, para lutar, Dilma não pode renunciar, e sim se manter à frente de um processo crescente de sublevação popular contra o golpe e pela legalidade.

A noite escura que irá se abater sobre o país talvez dure longos anos, talvez seja rápida, mas ensejará a criação de novas estratégias para defender a liberdade e a democracia.

Os que resistirem e sobreviverem à temporada de perseguições políticas, asfixia econômica, assassinatos de reputação, que se seguirá à consumação do golpe, estarão, contudo, preparados para liderar o país de volta aos tempos do respeito à democracia e às garantias constitucionais, especial a maior garantia de todas: o respeito à soberania do voto popular.

General Villas Boas: “Não há hipótese de os militares voltarem ao poder”

Grupelho que pede ‘intervenção’ ridicularizado por comandante do Exército
Todos aqui. É um grupelho
Todos aqui. É um grupelho
Grupo acampa em frente ao quartel do Exército para pedir “intervenção militar”
Acampa em frente ao quartel do Exército para pedir “intervenção militar”

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Vovô Metralha ex-delegado do DOI-Codi, assassino e torturador
Vovô Metralha ex-delegado do DOI-Codi, assassino e torturador
Comandante do Exército brasileiro debocha de pequena facção fundamentalista – homens, mulheres e até crianças – acampada há 4 meses em frente ao portão principal do quartel-general do Ibirapuera (SP) para pedir um golpe militar contra a presidente Dilma Rousseff

por Eduardo Guimarães, blog da Cidadania

Faz pelo menos quatro meses que um grupo de homens e mulheres – e até crianças, vistas no local amiúde – montou um acampamento na calçada em frente ao portão principal de acesso ao quartel-general do Exército, no Ibirapuera, Zona Sul da capital paulista, para pedir um golpe militar contra a presidenta Dilma Rousseff.

Em nota oficial, o responsável pelo Comando Militar do Sudeste, general João Camilo Pires de Campos, informa que o comando não irá se posicionar sobre o acampamento:
“O Comando Militar do Sudeste não se manifesta sobre atos políticos. “O posicionamento do Exército Brasileiro, em qualquer circunstância, é de atuar com isenção e dentro da legitimidade e legalidade, conforme o previsto no Art. 142 da Constituição Federal”

Ironicamente, esse grupo tão original cita justamente o artigo 142 da Carta Magna como “justificativa” para a sua tão sonhada “intervenção militar constitucional”. Leia o que diz o texto constitucional:

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Não se sabe que tipo de interpretação esses pirados deram ao texto acima, já que determina justamente o contrário de “intervenção militar”. O texto diz, claramente, que cabe às Forças Armadas a “garantia dos poderes constitucionais” e que só podem intervir de alguma maneira em alguma coisa por iniciativa desses poderes, quais sejam, Executivo, Legislativo e Judiciário.

O grupo de acampados é composto, majoritariamente, por pessoas de meia idade e idosos. Na internet, reúnem-se em uma página do Facebook ao qual deram o nome de Movimento Brasileiro de Resistência (MBR), o qual está convocando um “outubro negro” que promete “matar pela pátria” em meio a exaltações a “Deus”.

ditadura-luo-democracia

A convocatória terrorista:

convocatoria golpe direita

Ao fundo do acampamento, o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo. Funcionários da Casa relatam que, na verdade, os acampados costumam aparecer no local mais para tirar fotos e aparecer em vídeos e depois vão embora. Não sabem precisar quem fica lá durante a noite. Durante o dia, há um revezamento entre os protagonistas da iniciativa.

Como essas pessoas residem na região do acampamento, fica fácil a encenação de estarem vivendo no local para enganarem incautos na internet.

Não se sabe ao certo, porém, o que pretendem essas pessoas, já que ninguém acredita em uma intervenção militar, forma como a proposta de golpe militar é chamada por grupos de extrema direita.

Aliás, neste domingo (27) o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 63 anos, deu uma entrevista ao jornal Correio Brasiliense em que chega a debochar do acampamento de malucos diante do QG do Exército.

Villas Boas diz que “Não há hipótese de os militares voltarem ao poder” e espanta-se com as propostas de “intervenção militar constitucional” baseada no artigo 142 da Constituição, como pregam grupos de extrema direita. Diz Villas Boas:

“É curioso ver essas manifestações. Em São Paulo, em frente ao Quartel-General, tem um pessoal acampado permanentemente. Eles pedem “intervenção militar constitucional” (risos). Queria entender como se faz”

O comandante do exército quer entender como se pode fazer uma intervenção militar “constitucional” se a Constituição prega exatamente que militares não podem fazer intervenção alguma em nada a não ser por ordem dos poderes constituídos, nos quais o presidente da República ocupa o cargo de “comandante em chefe” das Forças Armadas. Transcrito do Pragmatismo Político e do Cidadania. Veja vídeos 

Jornal golpista de João Carlos Paes Mendonça continua campanha terrorista contra Dilma

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“A expressão “tempestade perfeita” veio da economia, mas também serve à política. A presidente enfraqueceu seu capital político quando perdeu apoio da sociedade, do Congresso e do próprio PT. Chama atenção a rapidez com que os índices de popularidade despencaram.

Especialistas apontam quatro prognósticos para o País sair da “tempestade perfeita”: uma nova eleição (a partir da cassação dos mandatos da presidente do do vice), o impeachment, a renúncia ou o fim da disputa política. “O cenário mais provável é esse último”, acredita Ricardo Ismael, defendendo que a tempestade não deteriore a economia. É bom lembrar que quanto mais frágil a economia, pior fica a vida das pessoas.

Transcrevi trechos. Leia mais aqui. O JC é parte integrante do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, um conglomerado de veículos de comunicação, de propriedade de João Carlos Paes Mendonça, que conta ainda com a TV Jornal (afiliada do SBT), Rádio Jornal AM 780 e FM 90,3, e o Portal NE10 (todos situados no Recife),além dos veículos localizados no interior do Estado como a TV Jornal Caruaru e a rede Rádio Jornal (presente em Caruaru, Garanhuns, Limoeiro, Pesqueira, Petrolina).

renuncia morte dilma

“MST vai para Cuba com o PT”

JOÃO PEDRO STÉDILE: “A NOSSA BURGUESIA SENTE RAIVA DE POBRE E DE PRETO”

Stédile e o Papa Francisco
Stédile e o Papa Francisco

João Pedro Stédile, no início do Seminário Reforma Política e Combate à Corrupção, iniciado quarta-feira última, em Fortaleza, declarou:

“Esse ataque não foi pessoal, mas direcionado à classe trabalhadora. A nossa burguesia tem raiva de pobre e de preto. Ainda não consegue conviver com casa grande e senzala”, disse Stédile, referindo-se às agressões que sofreu imediatamente após o desembarque no Aeroporto Internacional Pinto Martins.

O encontro ocorreu na Casa Amarela Eusélio Oliveira, equipamento da Universidade Federal do Ceará. E o ataque a Stédile foi patrocinado pelos especuladores imobiliários, filiados ao PSDB dos golpistas Aécio Neves, José Serra, Fernando Henrique e Aloysio Nunes Ferreira, ex-comunista, que passou do stalinismo para a extrema direita.

stedile procrado vivo ou morto

A direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) repudiou hoje (23), em nota, a agressão sofrida pelo membro da coordenação nacional do movimento, João Pedro Stedile, quando deixava o aeroporto de Fortaleza na noite de ontem. Um grupo de pessoas cercou Stedile e o seguiu até seu carro, em um trajeto de seis minutos, chamando-o de “assassino”, “fascista”, “comunista”, “traidor da pátria” e entoando em canto “MST vai para Cuba com o PT”.

Para a direção do movimento, “este episódio não é um fato isolado, mas um reflexo do atual momento político do país, em que se vê crescer a cada dia o ódio contra os movimentos populares, migrantes e a população negra e pobre”. O texto compara o episódio à agressão sofrida no último sábado (19) por jovens de favelas cariocas que foram impedidos, sob o risco de danos físicos, de frequentar as praias da zona sul da capital fluminense.

“Estes atos de violência e ódio propagado intensamente nas redes sociais, e que reverberam cada vez mais nas ruas, são mais uma demonstração da violência dos setores da elite brasileira dispostos a promover uma onda de violência e ódio contra os setores populares”, diz o texto. A direção do movimento lembrou que recentemente Stedile foi vítima de outra agressão, quando circulou nas redes sociais um cartaz que oferecia uma recompensa por ele “vivo ou morto”.

O MST entende que essa onda de ataques é resultado de “uma mídia partidarizada, manipuladora e que distorce e esconde informações, ao mesmo tempo em que promove o ódio e o preconceito contra os que pensam diferente”. “São esses meios de comunicação a serviço de uma direita raivosa e fascista os responsáveis por formarem essas mentalidades criminosas e odiosas que alimentam as ruas e as redes sociais com os valores mais antissociais e desumanos que possa existir.”

Tais atos, no entanto, não enfraqueceram a luta pela reforma agrária e pelos direitos sociais protagonizada pelo movimento, segundo a nota. “Não aceitaremos que nenhum militante dos movimentos populares sofra qualquer tipo de agressão ou insulto por defender e lutar por justiça social. Nos comprometemos a permanecer em luta nas ruas pela defesa da democracia, dos direitos civis, da classe trabalhadora e o respeito aos valores humanitários.”

O chefe do MST, João Pedro Stédile recebeu a comenda mais importante de Minas Gerais no dia da Inconfidência Mineira, 21 de abril de 2015, que lhe foi dada pelo governador do PT, pelo governador Fernando Pimentel.

stedile raiva de

Vídeos

Golpistas apresentaram programa econômico. Falta a lista de presos políticos que serão torturados e trucidados

estátua da liberdade tortura colonialismo preso

Palavras de um velho jornalista e professor, bacharel em História. Venho repetindo: Não se dispara um golpe sem prisões políticas, exílio, tortura e morte.

Todo golpista possui sua secreta lista de presos.

Os ditadores são crias do ódio e do fanatismo. São paridos na escuridão.

“As manifestações de rua contra a presidenta Dilma demonstraram isso de modo cabal, através de bonecos enforcados, cartazes pedindo violência, palavras de ordem cheias de insultos. Entretanto, por trás dessa passionalidade reacionária, há um plano muito bem pensado, alinhavado de modo absolutamente racional.

Trata-se de, atendendo aos interesses do imperialismo, entregar as riquezas do país e ampliar ao máximo a espoliação dos trabalhadores.

Na última semana, empolgados pela situação difícil que o Brasil vive, economistas tucanos tiveram uma crise de sinceridade e apresentaram o programa econômico do golpe”. Leia mais

O inimigo quinta-coluna, o traidor, por Gianfranco Uber
O inimigo quinta-coluna, o traidor, por Gianfranco Uber

aplogogia da traição aos trabalhadores

O espírito golpista dos ricos contra os pobres

Vladimir Kazanevsky
Vladimir Kazanevsky
Olha o Velhinho

por Luís Fernando Veríssimo

Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres. O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar. Economistas liberais recomeçaram a pregar abertura comercial absoluta e a dizer que os empresários brasileiros são incompetentes e superprotegidos, quando a verdade é que têm uma desvantagem competitiva enorme. O país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores e setores da baixa classe média, contra os rentistas, o setor financeiro e interesses estrangeiros. Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente. Não é preocupação ou medo. É ódio. Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou. Continuou defendendo os pobres contra os ricos. O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu à classe rica, aos rentistas. Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força. Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita. Dilma chamou o Joaquim Levy por uma questão de sobrevivência. Ela tinha perdido o apoio na sociedade, formada por quem tem o poder. A divisão que ocorreu nos dois últimos anos foi violenta. Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho. E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.

Nada do que está escrito no parágrafo anterior foi dito por um petista renitente ou por um radical de esquerda. São trechos de uma entrevista dada à “Folha de São Paulo” pelo economista Luiz Carlos Bresser Pereira, que, a não ser que tenha levado uma vida secreta todos estes anos, não é exatamente um carbonário. Para quem não se lembra, Bresser Pereira foi ministro do Sarney e do Fernando Henrique. A entrevista à “Folha” foi dada por ocasião do lançamento do seu novo livro “A construção politica do Brasil” e suas opiniões, mesmo partindo de um tucano, não chegam a surpreender: ele foi sempre um desenvolvimentista nacionalista neokeynesiano. Mas confesso que até eu, que, como o Antônio Prata, sou meio intelectual, meio de esquerda, me senti, lendo o que ele disse sobre a luta de classes mal abafada que se trava no Brasil e o ódio ao PT que impele o golpismo, um pouco como se visse meu avô dançando seminu no meio do salão — um misto de choque (“Olha o velhinho!”) e de terna admiração. Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera.

Outro trecho da entrevista: “Os brasileiros se revelam incapazes de formular uma visão de desenvolvimento crítica do imperialismo, crítica do processo de entrega de boa parte do nosso excedente a estrangeiros. Tudo vai para o consumo. É o paraíso da não nação.”

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Terrorismo da imprensa e o fuzilamento de Dilma

Não existe golpe sem presos políticos, exilados, tortura e morte

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campanha do ódio

Faz parte de toda conspiração golpista a criação de secretas listas das pessoas que devem ser presas. Qualquer resistência, morte. Inclusive orquestradas campanhas de ódio, de ameaças de chacinas antecedem a intentona. Idem marchas de protesto com cartazes de lesa-majestade que são exibidos com destaque pela imprensa.

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renuncia morte dilma

Charge publicada nesta terça-feira no jornal O Dia, do Rio de Janeiro, resume o espírito de uma época, em que jornais conservadores formam o pelotão de fuzilamento de um governo legitimamente eleito; desde meados do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, publicações conservadoras como Globo, Folha, Estado de S. Paulo e Veja não têm feito outra coisa a não ser tentar desestabilizar a administração federal; o episódio mais recente foi o editorial da Folha de domingo, em que o jornal concedeu à presidente da República sua “última chance”: ou cumpria a agenda draconiana exigida pela família Frias ou seria fuzilada; nesta terça-feira, Dilma disse que fará de tudo “para impedir que processos não democráticos cresçam”; concentração midiática mina a democracia

Aroeira
Aroeira

247 – Deve-se ao músico e cartunista Renato Aroeira a melhor charge da década.

Ela foi publicada nesta terça-feira no jornal O Dia, do Rio de Janeiro, e resume o espírito de uma época, em que jornais conservadores formam o pelotão de fuzilamento de um governo legitimamente eleito.

Desde meados do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, publicações conservadoras como Globo, Folha, Estado de S. Paulo e Veja não têm feito outra coisa a não ser tentar desestabilizar a administração federal.

O episódio mais recente foi o editorial da Folha de domingo, em que o jornal concedeu à presidente da República sua “última chance”: ou cumpria a agenda draconiana exigida pela família Frias ou seria fuzilada (leia mais aqui).

Nesta terça-feira, Dilma disse que fará de tudo “para impedir que processos não democráticos cresçam” (confira aqui).

Vários países do mundo adotaram há várias décadas políticas de democratização dos meios de comunicação, porque sabem que a concentração midiática mina a democracia.

Nos Estados Unidos, por exemplo, donos de jornais não podem possuir televisões. Impede-se, assim, a propriedade cruzada.

Na América Latina, e em especial no Brasil, a mídia ainda é o último reduto da aristocracia.

Dilma https://www.youtube.com/watch?v=E9mNsZV39vQ https://www.youtube.com/watch?v=4kdetDg4BTM https://www.youtube.com/watch?v=CrycFy4KdEs Patrícia Poeta dedo em riste

Não existe golpe sem uma lista de presos políticos

presos

FHC fatiou a Petrobras e vendeu só de uma primeira tacada: 30 por cento das ações na bolsa de Nova Iorque.

FHC depois vendou a Vale do Rio Mais do que Doce para os piratas, por apenas 2,2 bilhões, quando custava mais de 3 trilhões – o maior roubo da história da humanidade.

Para completar, FHC rasgou a CLT.

Em 64, as federações do patronato apoiaram a ditadura em troca da cassação da estabilidade do trabalhador, dada por Getúlio Vargas.

Agora os patrões, para apoiar o golpe, pedem o emprego terceirizado.

Nas redes sociais, tucanos, e os oportunistas da banda podre do PMDB, mais outros partidos da direita pedem a cabeça de Dilma. Trata-se de uma morte anunciada. Não existe golpe sem prisões e tortura e morte.

Eduardo Cunha, a bancada da bala, os pastores eletrônicos, os nazistas da TFP, Bolsonaro e outros fascistas já terminaram a lista dos que vão morrer?

Dos que vão ser presos?

Dos que vão ser torturados para dizer onde está o ouro de
Cuba?

Moro u?

jornalista tortura morte Alfredo Martirena

A divisão europeia sobre os refugiados vê-se nos dezenas de milhares que saíram à rua FÉLIX RIBEIRO 12/09/2015 – 20:16

Multidões em Londres e Copenhaga exigiram aos seus governos que façam mais. Aos apelos do Ocidente, responderam concentrações nacionalistas e anti-imigração nos países do Centro da Europa.

Estocolmo, Suécia AFP PHOTO/ JONATHAN NACKSTRAND
Estocolmo, Suécia AFP PHOTO/ JONATHAN NACKSTRAND
Nice, França AFP PHOTO/ VALERY HACHE
Nice, França AFP PHOTO/ VALERY HACHE
Berlim, Alemanha AFP PHOTO/ AXEL SCHMIDT
Berlim, Alemanha AFP PHOTO/ AXEL SCHMIDT
Lisboa ENRIC VIVES-RUBIO
Lisboa ENRIC VIVES-RUBIO
Lisboa ENRIC VIVES-RUBIO
Lisboa ENRIC VIVES-RUBIO
Varsóvia, Polónia REUTERS/ SLAWOMIR KAMINSKI/AGENCJA GAZETA
Varsóvia, Polónia REUTERS/ SLAWOMIR KAMINSKI/AGENCJA GAZETA

O dia da defesa dos refugiados foi também o dia das grandes divisões europeias. Quarenta mil pessoas em Londres e 30 mil em Copenhaga exigiram este sábado que os seus governos fizessem mais para acolher as centenas de milhares de refugiados que chegaram este ano à Europa. No Ocidente, dezenas de cidades europeias fizeram eco destes dois epicentros da reivindicação por uma Europa inclusiva. Mais a Leste, porém, sobressaiu o tom anti-imigração.

Os protestos enquadram as divisões europeias à entrada para uma semana de decisões importantes em Bruxelas. E, nos casos de Londres e Copenhaga, são dedos apontados a governos conservadores que resistem em abrir portas.

Assistiu-se ao mesmo tom em várias cidades francesas, em Haia marcharam centenas em silêncio e, em Viena, ponto-chave do fluxo de refugiados na Europa, cerca de 6000 pessoas repetiram as palavras de ordem que chegaram às redes sociais: “Refugiados bem vindos”.

Em Berlim esperavam-se 5000 pessoas para uma vigília à luz das velas e, em Hamburgo, onde se proibiu um protesto da extrema-direita, mais de 10 mil pessoas apoiaram quem foge à guerra, fome, perseguição e discriminação. Reportagem de Félix Ribeiro. Leia mais e veja vídeos.

O racismo, o preconceito, o fanatismo religioso, o extremismo político, campanhas odientas provocaram guerras civis na Europa de ditaduras marcadas por massacres e holocaustos, como ainda hoje acontece, e o chamado Brasil Cordial está a pedir um novo massacre à 1964.

PORTUGAL
PORTUGAL
FRANÇA
FRANÇA

Manifestações na Europa pedem mais generosidade no acolhimento de refugiados

Milhares de refugiados sírios estão a chegar à Alemanha, depois de, durante semanas, terem percorrido os Balcãs e a Hungria, a pé, de barco, de autocarro e comboio. LEONHARD FOEGER/ REUTERS
Milhares de refugiados sírios estão a chegar à Alemanha, depois de, durante semanas, terem percorrido os Balcãs e a Hungria, a pé, de barco, de autocarro e comboio. LEONHARD FOEGER/ REUTERS

Lisboa, Londres, Paris e Copenhague foram algumas das cidades europeias que realizaram neste sábado manifestações pedindo mais generosidade no tratamento dos refugiados que têm chegado à Europa nos últimos meses. Não houve incidentes nas manifestações. Milhares de pessoas defenderam, no Dia Europeu de Ação pelo Refugiado, o aumento da generosidade no acolhimento dos 430 mil migrantes que, segundo a Orgnização Internacional para as Migrações, chegaram aos países da União Europeia desde o princípio do ano. Leia reportagem A Viagem de todos os sonhos, por Paulo Moura

Por uma política europeia de migração concertada, com menos barreiras e mais solidariedade!
A espera de uma passagem para uma vida sem ditadura e guerra civil.
A espera de uma passagem para uma vida sem ditadura e guerra civil.
Polícia húngara encaminha os refugiados para autocarros que os levarão até à fronteira. O detalhe racista da mão com uma luva. MARKO DJURICA/ REUTERS
Polícia húngara encaminha os refugiados para autocarros que os levarão até à fronteira. O detalhe racista da mão com uma luva. MARKO DJURICA/ REUTERS
As autoridades húngaras permitiram o embarque dos refugiados nos autocarros que seguiriam até à fronteira com a Áustria. Que não seja uma viagem final de morte como aconteceu nos trens nazistas da Segunda Grande Guerra.  PETER KOHALMI/ AFP
As autoridades húngaras permitiram o embarque dos refugiados nos autocarros que seguiriam até à fronteira com a Áustria. Que não seja uma viagem final de morte como aconteceu nos trens nazistas da Segunda Grande Guerra. PETER KOHALMI/ AFP

por José Inácio Faria/ Público

Vivemos hoje a pior crise de refugiados de que há memória desde a Segunda Guerra Mundial. Em apenas sete meses, de Janeiro a Julho de 2015, atravessaram as fronteiras da União Europeia cerca de 340.000 pessoas, de acordo com as Nações Unidas.

A maioria destes migrantes é oriunda da Síria, do Afeganistão, do Iraque e da Eritreia. São pessoas que abandonam os seus países por motivos de guerra, pobreza, repressão política e religiosa em busca de uma vida melhor no continente europeu. Para chegar à Europa, estas pessoas submetem-se a condições terríveis como as que enfrentam durante a viagem que empreendem desde os seus locais de partida, com todos os perigos que isso implica, como a travessia arriscada pelo mediterrâneo que, ao longo dos anos, tem vindo a ceifar milhares de vidas, ou, uma vez aqui chegados, confrontarem-se com o bloqueio de entrada no espaço europeu por uma qualquer “barreira anti-imigrantes”.

Em 1989, quando o muro de Berlim, também conhecido pelo “muro da vergonha”, finalmente se desmoronou, havia 16 muros de fronteira em todo o mundo; hoje, volvidos cerca de 25 anos, há 65 muros já erguidos ou em vias de construção!

O exemplo mais recente desta política de encerramento forçado de fronteiras é a Hungria, que iniciou a construção de uma barreira de cerca de 177 km ao longo de fronteira com a Sérvia, depois de ter recebido mais de 80 mil pedidos de asilo desde o início do ano. Será que essa a melhor maneira de receber estes refugiados? É esta a Europa da Liberdade e paladino da defesa dos direitos humanos que os pais fundadores da União Europeia quiseram criar?

A própria tentativa da União Europeia em distribuir cerca de 40.000 refugiados entre os seus membros para aliviar a pressão da Grécia e da Itália evidenciou claramente as divisões que existem entre os parceiros europeus. É chegada a hora de cada estado membro da UE pôr termo à indiferença e passar das meras intenções à acção, tomando medidas mais sérias e mais humanas. O que a Europa precisa é de menos muros e de mais união e solidariedade. É igualmente necessário enfrentar e travar o aumento da xenofobia nos países europeus. Há o mito errado de que a migração gera, necessariamente, um impacto negativo nos países que acolhem estes refugiados. Mas essa realidade é claramente desmentida nos inúmeros estudos realizados sobre este assunto.

De facto, a realidade é bem diferente, uma vez que nesses mesmos estudos se refere a necessidade, para a sustentabilidade dos sistemas de segurança social de cada estado membro, da dotação de uns quantos milhões de novos trabalhadores em falta, esses, necessariamente, oriundos de países terceiros.

A realidade é que a inversão da pirâmide demográfica não perdoa. Em Portugal, por exemplo, um terço da população terá mais de 65 anos em 2050, sendo a previsão de que a população descerá para os cerca de seis milhões e 500 mil nesse ano. A baixa taxa de natalidade, o aumento da esperança média de vida e uma quebra na taxa de mortalidade são as principais razões para o “envelhecimento” da população portuguesa. Para Portugal manter os níveis actuais, precisará de uma força de trabalho jovem e vinda de fora que possa gerar um impacto positivo importante.

Seguramente que a melhor forma de enfrentar esta crise migratória não é erguendo “muros de indiferença”. Estes, em vez de contribuírem para solucionar o problema, apenas acrescentam ainda mais alguns. O que a Europa precisa urgentemente é de uma política única de migração concertada entre os vários Estados-membros, criando novos mecanismos para facilitar a migração legal, tais como corredores legais de migração, por forma a reduzir o espaço para actividades criminosas relacionadas com a migração. Para além disso, torna-se urgente que a Europa invista política e financeiramente nos países de origem desta população migrante, ou seja, atacar o problema na origem e não no destino. Mas, para que tal aconteça, isso só será possível se a UE agir de forma unida e concertada, e o que parece estar a acontecer é precisamente o contrário!

Termino referindo que chegamos a um momento singular da nossa vida, que direi até vergonhoso, em que não funcionando as instituições públicas, máxime os Estados, é uma vez mais a sociedade civil que é chamada a pôr mãos à obra e tratar das populações mais carenciadas, neste caso dos refugiados. Pena é que, mesmo quando a sociedade civil deseja intervir para ajudar o poder público a resolver alguns destes problemas, não seja ouvida nem reconhecida. E a verdade é que já em 2011, no auge da crise política em Portugal, o Partido da Terra – MPT propôs à Presidência da República a criação de um Fundo de Emergência Nacional para prover às populações mais carenciadas, entre os quais os refugiados, e que se previa vir a ser dotado com cerca de quatro milhões de euros provenientes de um donativo anual por cada eleito em Portugal (o equivalente a uma senha de presença numa reunião). Pena que o projecto do MPT não tivesse tido o acolhimento necessário para socorrer a população mais desfavorecida em Portugal e, designadamente, os refugiados.

Eurodeputado e presidente do Partido da Terra – MPT