Imprensa portuguesa: A nova palavra de protesto no Brasil chama-se “rolezinho”

por Joana Gorjão Henriques

 

[Recordando como começaram os protestos de rua patrocinados pelos golpistas] Depois da onda de protestos que tomou conta do Brasil em Junho, e à beira de várias manifestações contra o Mundial de futebol sob o lema “Não Vai Ter Copa”, a Presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff, está agora a tentar gerir novos movimentos de massas, os “rolezinhos” – encontros organizados em centros comerciais por jovens através de redes sociais. “Rolezinho” é o diminutivo de “rolê”, palavra que quer dizer “encontro”, “passeio”.

Numa página do Facebook de um rolezinho marcado, um utilizador, Mário Rocha, descrevia: “Rolezinho é o flashmob de pobre. A principal diferença é logicamente a cor e a quantidade de dinheiro na conta bancária. A ideia é simples: nas redes sociais, jovens, que geralmente são negros, funkeiros e ‘favelados’, combinam um encontro dentro de algum shopping da cidade, e, estando lá, eles passeiam em grupos cantando suas músicas preferidas. Quando a classe média branca vê aquele mar de negros ‘invadindo’ o shopping, já pensam que são assaltantes, estupradores, ladrões…”

Até agora, os rolezinhos parecem ter envolvido sobretudo jovens das periferias de São Paulo – os media dizem que o primeiro desta onda foi no Shopping Metrô Itaquera, na Zona Leste da cidade, e terá juntado 6 mil pessoas. Mas relatos recentes dão conta de jovens universitários na organização e há inclusivamente páginas no Facebook com rolezinhos marcados para as próximas semanas administradas por utilizadores cujo perfil indica pertença a universidades brasileiras. Pilar de Freitas, 22 anos, uma das organizadoras do rolezinho noshopping Iguatemi do Lago Norte, em Brasília, no dia 25, é estudante de História na UniCEUB Centro Universitário de Brasília, e diz ao PÚBLICO que a administração do evento é composta por pessoas de todos os meios: “Tem gente da periferia, classe média, negro, branco, universitários e trabalhadores.”

A polémica dos rolezinhos saltou com ainda mais intensidade para os jornais no fim-de-semana, depois de vários centros comerciais em São Paulo terem fechado as portas e controlado as entradas e saídas de jovens, tendo alguns conseguido que a Justiça os apoiasse e ameaçasse com uma multa de 10 mil reais a quem participasse.

Imagens de portas fechadas do shopping JK Iguatemi, em pleno centro da cidade, começaram a circular nas redes sociais e deram origem a críticas de que se estava perante um apartheid, pois os jovens participantes eram na maioria negros e de classe social baixa.

Houve lojistas a justificar as medidas com questões de segurança. A discussão tem sido acesa, porque há quem acuse os participantes de vandalismo e há quem defenda o seu direito a aceder aos espaços públicos, aproveitando ainda para criticar o Governo pela falta de investimento em espaços de lazer na periferia. De acordo com o Globo, apesar de queixas de que houve arrastão no primeiro rolezinho de Itaquera, “a administração negou a onda de furtos”; no segundo, no Shopping Internacional de Guarulhos, também não houve registo de roubos, mas 22 pessoas foram levadas para uma delegacia; no rolezinho no Shopping Interlagos não houve igualmente registo de roubos.

Governantes preocupados
Os acontecimentos deste fim-de-semana tiveram repercussões políticas: Dilma, que enfrenta um ano de Mundial de futebol e de eleições em Outubro, convocou uma reunião com a sua equipa para abordar o tema; por outro lado, a própria ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, trouxe o tema da discriminação dos jovens para o debate. “As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reacção de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens”, disse, citada pelo Folha de São Paulo, classificando a medida que permite aos lojistas impedir a entrada de jovens nos shoppings de “segregação racial”. E criticou a polícia por associar os negros ao crime.

Já o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, defendeu o recurso à força – a Polícia Militar tem recorrido a balas de borracha e bombas de gás, houve um forte aparato policial e vários detidos. Entretanto, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, decidiu que se devia negociar com os organizadores dos eventos para os convencer a organizar rolezinhos em espaços públicos, em vez de o serem nos shoppings– o secretário municipal da Igualdade Racial, Netinho de Paula, ia enviar emissários a casa de alguns adolescentes para os convencer a dialogar com Haddad, noticiava o Folha.

Porém, a avaliar pela agenda dos próximos rolezinhos marcados nas redes sociais, o fenómeno não se restringe a São Paulo (estão previstos vários, pelo menos, em Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em Pernambuco). E a palavra ganha cada vez mais projecção nas redes sociais como forma de convocação de protestos. Motivo da participação de Pilar de Freitas, por exemplo: indignação face à repressão policial que viu. “O evento foi feito em apoio a todos que são e foram violentados de forma absurda, gerada pelo preconceito, inclusive do Estado e dos empresários. Os jovens da periferia não possuem meios de lazer; e por ocuparem os espaços dos centros urbanos acabam sofrendo toda essa forma de violência. Meio de transporte colectivo em Brasília é raridade e precário.” Resumindo: não há condições para “a galera conseguir se divertir”. Bandeira: não à segregação racial e de classes.

Nas redes sociais e nos media têm sido feitas várias análises sociais. “Os shoppings foram construídos para mantê-los do lado de fora e, de repente, eles ousaram superar a margem e entrar”, escreveu a jornalista e escritora Eliane Brum. “E reivindicando algo transgressor para jovens negros e pobres, no imaginário nacional: divertir-se fora dos limites do gueto. E desejar objectos de consumo. Não geladeiras e TV de tela plana, símbolos da chamada ‘classe C’ ou ‘nova classe média’, parcela da população que ascendeu com a ampliação de renda no Governo Lula, mas marcas de luxo, as grandes grifes internacionais, aqueles que se pretendem exclusivas para uma elite, em geral branca.” In jornal Público, Portugal

As ligações perigosas da Odebrecht com o governador Eduardo Campos. Auditoria do TCE condena a Arena Pernambuco

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Estudo não divulgado do Núcleo de Engenharia do Tribunal de Contas aponta “regras danosas” ao erário, “agressão” ao princípio da economicidade e sugere como solução a extinção do contrato com o Consórcio Odebrecht.

“Regras danosas” e “agressão” ao princípio da economicidade são palavrinhas safadas e encobertas para corrupção, superfaturamento, propina, desvio de dinheiro e outros bichos… Inclusive vários juízes assinaram despejos judiciários para expulsar o povo do lugar e dos caminhos do estádio, de desconhecido preço, construído na Mata de São Lourenço.

Auditoria de engenheiros do TCE conclui que Arena é um empreendimento "danoso" ao erário público de Pernambuco. Jornal do Comércio, Recife
Auditoria de engenheiros do TCE conclui que Arena é um empreendimento “danoso” ao erário público de Pernambuco. Jornal do Comércio, Recife

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Publica o jornal de todos os comércios, texto de Ayrton Maciel: Com as parcelas referentes ao pagamento de contraprestações por receita frustrada interrompidas pelo governo do Estado desde outubro de 2014, está concluída, na mesa no Tribunal de Contas do Estado (TCE), uma auditoria do Núcleo de Engenharia do órgão fiscalizador sobre o empreendimento Arena Multiuso da Copa que condena o contrato e o aditivo firmados entre o Estado e a concessionária Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. (Construtora Odebrecht). O parecer acusa a existência de regras contratuais “danosas ao erário”, com agressão ao “princípio da economicidade” e de “alto potencial lesivo” ao Tesouro estadual.

A auditoria sobre a Parceria Público-Privada (PPP) da Arena é concluída com um pedido de “medida cautelar urgente” para sustar de imediato “quaisquer pagamentos” ao contratado e ainda sugere como solução final “a extinção” do contrato, o indicativo apresentado como o mais provável em razão do interesse público. O parecer do Núcleo de Engenharia do TCE faz, ainda, a projeção econômica da exploração da concessão pelo consórcio, para o período de 30 anos, a título de compensação por frustração da receita – em relação à previsão do estudo de viabilidade – e chega à conclusão: “uma despesa indesejável para o Estado” da ordem de R$ 1,89 bilhão.

A auditoria está nas mãos do conselheiro-relator do processo da Arena Pernambuco, Dirceu Rodolfo de Melo Júnior – desde 23 de julho de 2014 –, que não atendeu à solicitação de medida cautelar suspensiva dos pagamentos. Procurado, Dirceu confirmou não ter atendido ao pedido, explicando ter preferido fazer um “alerta”, por ofício, ao governo do Estado, advertindo para o parecer e cobrando medidas para sustar os pagamentos. O governo não recebeu a auditoria. “O ofício relatou os problemas e deu um prazo de 90 dias para sustar os pagamentos”, ressalva.

Um ano depois da conclusão da auditoria, que se completa no próximo dia 23, o conselheiro antecipa que pode, “a qualquer momento”, levar a julgamento do mérito – na Câmara do TCE – a viabilidade do empreendimento.

Coincidentemente, as contraprestações adicionais para cobrir as frustrações de receitas na operação foram sustadas há nove meses – na gestão de João Lyra Neto (PSB), por dificuldade de caixa, numa decisão política (leia matéria abaixo) –, mas o Estado continua a pagar as contrapartidas referentes ao ressarcimento dos investimentos na construção da Arena (a parte física da obra) pelo Consórcio Odebrecht.

A auditoria do Núcleo de Engenharia da TCE é assinada pelos engenheiros inspetores de obras públicas Adolfo Luiz Souza de Sá e Carlos Frederico do Rego Maciel Filho que, além da sustação dos pagamentos e sugestão da extinção contratual como saída, indicaram a necessidade de abertura de uma “auditoria especial específica” para analisar a Arena Multiuso de São Lourenço da Mata.

“Optei pelo alerta (ao governo) e disse que levaria a auditoria à votação na Câmara (do TCE). Nesse tempo, o governo parou de pagar (a compensação por frustração de receita). Decidi (então) esperar o estudo da Fundação Getúlio Vargas (contratada pelo governo Paulo Câmara para levantar os custos e apontar saídas para o Estado e o empreendimento). Posso levar a julgamento do mérito a qualquer momento”, adianta.

A DROGA SUMIU, O HELICOCA A JUSTIÇA MANDOU ENTREGAR AO DONO, NÃO TEM NENHUM TRAFICANTE PRESO, QUE O PROCESSO SEQUER EXISTE. RAZÃO DA CENSURA: QUE O POVO ESQUEÇA

Eta Brasil sem liberdade de imprensa! 

 

O portal Diário do Centro do Mundo recebeu ordem judicial para retirar do ar suas reportagens investigativas sobre a apreensão de 445 quilos de cocaína transportados em um helicóptero da família do senador Zezé Perrella, aliado de Aécio Neves.

 

Redação Portal Forum

Por conta de uma liminar da juíza Mônica de Cassia Thomaz Perez Reis Lobo, o DCM foi notificado a “suspender a publicidade das notícias veiculadas no site” sob pena de pagar mil reais de multa por dia. O hotel-fazenda Parque D’Anape, no interior de São Paulo, entrou com um processo por ter sido citado em três reportagens sobre o caso do helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) – aliado histórico do presidenciável tucano Aécio Neves -, apreendido com 445 quilos de cocaína no Espírito Santo, em novembro de 2013.

As três matérias, ‘Tenho Medo de Morrer’: o piloto do helicóptero dos Perrellas fala ao DCM”; “O helicóptero dos Perrellas pousou em hotel de São Paulo”; e “O fracasso da guerra às drogas e o helicóptero dos Perrellas” deram base para o documentário investigativo “Helicoca: o helicóptero de 50 milhões de reais”, realizado pelo jornalista Joaquim de Carvalho.

De acordo com texto publicado, Kiko Nogueira, diretor-adjunto do DCM, o portal não foi ouvido e nem teve a oportunidade de apresentar qualquer defesa. “Mesmo determinando a retirada das reportagens, a juíza Mônica afirma que isso não significa ‘prejuízo do direito de livre expressão e crítica’”, escreveu Nogueira.

O documentário pode ser visto aqui, enquanto não for retirado do ar.

[Veja os links: A Polícia Federal, a Polícia Estadual do Espírito Santo, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro são os principais poderes que deram sumiço no processo e na droga. O helicoca já foi entregue ao dono, talvez com pedido de desculpa.

A única justiça que pode acontecer: a da omertà (a lei do silêncio) imposta pelos mafiosos.  E a dos justiceiros: transformar testemunhas e empregados dos traficantes em arquivo morto.

A justiça tão generosa no golpe a jato, jamais concederá delação premiada aos pilotos do helicóptero dos Perrella. Jamais]

Leia reportagem de Cíntia Alves: “O aeroporto de Cláudio, o helicóptero e a rota do tráfico de drogas”. Aqui 

O helicóptero do deputado Gustavo Perrella
O helicóptero do deputado Gustavo Perrella

Propostas de Aécio, “música” aos senhores da riqueza financeira

Paulo Copacabana, em especial para o Viomundo, escreveu que as propostas de Marina eram música para os “senhores da riqueza financeira”. Troquei o nome de Marina pelo de Aécio. Por vários motivos.

Que Marina se vendeu a Aécio. Em troca do apoio, quer um ministério todinho pra ela, um mandato de quatro anos para presidente, e ser candidata do PSDB em 2018.

Miguel
Miguel

Finalmente, tirou a máscara de fada defensora da floresta, e desconstruiu o mito de Nossa Senhora das Dores, de uma infância parecida com a de Santa Joana d’Árc, a analfabeta que salvou a França, e o sofrimento de Santa Benadette. Santas que fizeram parte da devo√ação de Marina, noviça da Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras, em Rio Branco (AC).

“Maria Osmarina da Silva, a Marina Silva, chegou à casa das irmãs em 19 de fevereiro de 1976, 11 dias depois de completar 18 anos.

(…) ‘É a primeira vez que vive com as irmãs’, afirma o documento, guardado no arquivo da entidade.

No período de um ano e cinco meses em que ficou lá, Marina ocupava uma das três camas do quarto 07, de cerca de 25 metros quadrados ao final de um amplo corredor de paredes verde-claras que liga a sala aos quartos das aspirantes. O cômodo mantém a decoração: alguns dos móveis simples de madeira e até as colchas daquela época.

O casarão com varandas é amplo e fresco nos dias de brisa da incomum friagem (período de queda de temperatura) da equatorial Rio Branco. Tem oito quartos – para quatro moradoras e visitantes –, cozinha e copa espaçosas e um grande terreno gramado, com seringueiras e um pomar com pés de enormes laranjas e de cupuaçu. Era o seu canto favorito. ‘Ela era muito voltada à contemplação, gostava de ficar no quintal, junto às árvores, talvez um ambiente parecido com aquele em que vivia antes’, diz a irmã Eva, repetindo relatos.

O restante do tempo dividia entre as aulas no Instituto Imaculada Conceição – hoje com cerca de 700 alunos e ainda mantido pela ordem – e os estudos religiosos. ‘Ela entrou para a família religiosa com o intuito de ser irmã, mas chegou o momento em que não se encaixou e, depois de conversas, decidiu sair. A pessoa entra, conhece a estrutura e o jeito de viver, mas às vezes não se encaixa, é comum. É uma vida muito rigorosa, difícil’.

As Irmãs Servas de Maria Reparadoras tiveram origem na Itália, em 1900, voltada a ajudar e educar crianças órfãs. Chegou em 1921 ao Brasil e se instalou em Sena Madureira (AC). É da corrente progressista da Igreja Católica e atua na educação, saúde e contra violações de direitos humanos. ‘Uma moça sem ligação com educação não fica. Talvez tenha inspirado Marina, depois professora, não sei o que ela pensa disso, mas acho que influenciou nas suas opções’, disse irmã Eva, que não deve votar na ex-companheira. ‘Não fiz a opção ainda. Talvez a opção seja outra.’

Os sinais da saúde frágil já apareciam, mostra o livro. ‘Em 29/7/76, estando com gripe acompanhada de tosse, foi consultada pelo Dr. Silvestre; este solicitou uma radiografia dos campos pulmonares, a qual foi tirada no mesmo dia. Resultado: normal.’

Em julho de 1977, Marina desistiu da vida religiosa. ‘A própria candidata disse não ter vocação’ é a anotação do livro. O pai, Pedro, tem outra versão. ‘Ela queria emprego para ajudar nossa família, mas lá o dinheiro fica na comunidade. Aí desistiu”.

Sinfronio
Sinfronio

Marina nunca gostou de trabalhar. No seringal de onde saiu perto de completar 16 anos não foi seringueira, trabalho proibido para as mulheres. Principalmente para uma criança. Pelos perigos de ficar solta na floresta. Perigos de todos os tipos. Não se quebra, facilmente, os tabus de pequenas comunidades.

No mais, Marina teve os poderes, eleita pelo PT, de vereadora, deputada estadual, duas vezes senadora, ministra de Lula; tem as amizades das maiores fortunas do Brasil; e o pai, com 87 anos, vive no alagado de uma favela do Rio Branco, em casa de madeira.

Tem irmãs que ainda vivem nas mesmas terras de sua infância feliz.

Pedro Augusto, 87 anos, pai de Marina
Pedro Augusto, 87 anos, pai de Marina

Marina pai

 

É um conto de fadas de Cinderela: Marina empregada doméstica. O pai não ia deixar a filha sair de casa (Marina vivia e foi criada pela avó, parteira) para a cidade grande, sem ter para aonde ir. Para ficar na rua. Marina viajou para um endereço certo.  A casa do tio delegado, de onde saiu por maltrato não explicado. Antes de entrar no convento ficou em uma casa tão pobre quanto a do pai dela hoje. Como agregada.

Não confundir pobreza com vida de miserável, de abandono.

Do convento, Marina saiu para estudar história em uma universidade, quando fundou a CUT, e foi candidata derrotada a deputado federal, tendo Chico Mendes como candidato a deputado estadual. Era a Marina sindicalista e comunista.

Senadora conheceu as maiores fortunas do Brasil, e foi candidata a presidente em 2010, tendo como vice um dos homens mais ricos do Brasil, explorador da Floresta da Amazônia, dono de uma empresa com o nome bem sugestivo, Natura. Este ano foi candidata, pela segunda vez, tendo como vice um latifundiário do Rio Grande do Sul, líder da bancada ruralista na Câmara dos Deputados, e defensor das empresas de álcool, fumo e armas, lóbi que não casa com Marina evangélica, parceira dos pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano.

nani mudança marina

Qual a diferença entre Maria Alice Setubal, dona do Banco Itaú e mentora do plano econômico de Marina, e Armínio Fraga, também banqueiro, que coordena a campanha de Aécio Neves?

Os dois defendem a autonomia do Banco Central, contra o Mercosul, o BRICS; e a volta do FMI e das privatizações de Fernando Henrique, o tudo para “os senhores da riqueza financeira”, e neca para o povo pobre e para os miseráveis.

Aécio lucro

Armínio Fraga

Armínio Fraga era um empregado de George Soros, indicado para presidir o Banco Central no governo entreguista de Fernando Henrique.

Bancário que era virou banqueiro.

No governo de FHC, Soros se tornou o principal acionista da Vale do Rio Mais do que Doce.

A imprensa vendida brasileira informou que Soros trocou as ações da Vale por ações da Petrobras. Acho que não existe esse tipo de transa. Assim sendo, a Petrobras passou a ser sócia da Vale. Coisa pouca: 634 milhões de dólares.

O noticiário da campanha de Aécio jura que Soros, temeroso de uma vitória de Dilma, passou essas ações para não se sabe quem. Queira Deus que sim. Soros é um especulador, um predador internacional. Ladrão todo. Se aparecer na Rússia vai preso. Patrocina a atual guerra da Ucrânia e outras. Pela teoria da conspiração, mandou matar Eduardo Campos. Não acredito que seja verdade, mas que ele é capaz disso é, e de coisas piores.

Na Ucrânia, muitos dos participantes das manifestações em Kiev assumiram fazer parte de determinadas Organizações Não Governamentais (ONGs) responsáveis por treiná-los em táticas de guerrilha urbana, em numerosos cursos e conferências promovidos pela Fundação do Renascimento Internacional (IRF, em inglês), criada por Soros. A IRF, fundada e financiada pelo multimilionário, orgulha-se de ter feito “mais do que qualquer outra organização” para a “transformação democrática” da Ucrânia, afirmou.

A ação de Soros, no entanto, permitiu que ultranacionalistas passassem a controlar os serviços de segurança ucranianos, como a polícia e as forças armadas. Em abril, o secretário do Conselho de Segurança Nacional e da Defesa, Andréi Parubiy, foi acusado por testemunhas de aceitar suborno da CIA para ajudar no combate àqueles que se opõem ao governo autoproclamado. Ainda segundo o InfoWars, a operação militar de Kiev, com seu caráter violento, incluindo o incêndio na sede de um sindicato em Odesa, no qual morreram mais de 80 pessoas, também pode ser atribuído ao ativismo de George Soros e das outras organizações ligadas à IRF.

Estas mesmas ONGs foram detectadas no Brasil com um serviço semelhante àqueles prestados pela IRF à ultradireita na Ucrânia. A ONG Brazil No Corrupt seria mais uma na lista de organizações patrocinadas por organismos internacionais para a promoção de atos de vandalismo e de violência nas manifestações de rua.

No Brasil, antes e durante e depois da Copa do Mundo, no movimento #naovaitercopa. Compete, ainda, a estas organizações, o patrocínio de páginas nas redes sociais, como a TV Revolta, entre outras, criadas para disseminar o ódio e promover a desestabilização do governo instituído, em manifestações violentas nas principais capitais, com infiltrados das polícias de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em Pernambuco, a campanha do governador eleito Paulo Câmara Ardente denunciou que “O PT mandou matar Eduardo Campos”. Resultado: o PT não elegeu o senador, e nenhum deputado federal. Os pernambucanos colocaram nas urnas o voto justiceiro. As eleições representaram um verdadeiro linchamento dos “assassinos”. Sobrou para Dilma e Armando Monteiro, candidato a governador.

Incompetência da propaganda petista. Bastaria completar a frase pichada nos muros: “O PT matou Eduardo Campos” para eleger Marina ou Aécio.

 

 

Frank
Frank

 

Eis o texto de Paulo Copacabana:

Não tem como fazer omeletes sem quebrar os ovos.

Esta frase, para mim, resume os desafios políticos que temos pela frente para melhorarmos nosso país nos próximos anos.

A Nova Política só começará com uma ampla discussão e mobilização popular sobre uma reforma política que permita três coisas: ampliar os canais de participação da sociedade na definição do seu próprio destino, reduzir o poder do dinheiro sobre a política e ampliar a representação das classes populares nos parlamentos brasileiros.

Para isso, precisamos de partidos fortes, democracia interna e idéias claras sobre suas posições.

Para Marina Silva representar efetivamente este ideal, não basta dizer que representa a Nova Política. Os aliados que ela carrega e o jatinho que usou financiado por caixa 2 e empresas laranjas desmentem a todo momento esta sua profissão de fé.

Ela precisa rapidamente dizer quando, como, em que direção e com quem fará uma reforma política no Brasil, já no início do seu governo.

A princípio, Marina não parece se preocupar com partidos fortes ou idéias claras. Parece carregar apenas o “espírito do tempo”, marcada por vontades de mudanças abstratas, sem saber exatamente para onde e como. Uma certa continuidade e vertente eleitoral das jornadas de junho de 2013.

Os apolíticos e os antipolíticos parecem finalmente se juntar aos reacionários e àqueles que representam a infantilização da política (quero tudo agora e de qualquer jeito).

As dificuldades de Marina em construir a Nova Política residem exatamente nesta sua frágil base politica de sustentação.

Precisará dos movimentos sociais e trabalhadores organizados para aprofundar a democracia no Brasil. Quando e se quiser fazer este aceno, será rapidamente abandonada pela sua base eleitoral. Crise política à vista.

Por outro lado, na economia política, Marina já encarna o papel de melhor guardiã da financeirização da riqueza. As poucas famílias, empresas não financeiras e bancos, que aplicam suas riquezas em diversos produtos financeiros, estão indo ao delírio com as propostas dos gurus econômicos de Marina.

Banco Central independente, altíssimas taxas de juros que procurem levar a inflação a níveis suíços, câmbio livre, cortes nos gastos públicos, redução dos salários e “outras maldades” já reveladas soam como música aos senhores da riqueza financeira.

Deve começar seu governo já refém destes interesses poderosos. Uma verdadeira crise econômica se avizinha.

Paralisia política e crise econômica pode ser o resultado mais esperado do seu governo. Marina já acenou que planeja ficar apenas quatro anos.

Não terá outra saída. De qualquer modo, já terá cumprido o papel para os senhores do dinheiro.

Para o país, uma lição a mais: a infantilização da política não produz avanços.

 

Dilma Aécio nova políitca

 

O voto chorado de Marina

Esta campanha presidencial começou com os infiltrados nos protestos de rua antes e durante a Copa do Mundo.

Protestos com reivindicações municipais, como o preço das passagens dos transportes coletivos (aumento autorizado pelos prefeitos) e escolas e hospitais padrão Fifa (que são construídas pelos governadores).

Eis porque os protestos foram duramente reprimidos pelos soldados dos governadores e pelos guardas municipais dos prefeitos.

Vale lembrar que a vaia e os xingamentos pornofônicos contra a presidente do Brasil Dilma Rousseff, no jogo inaugural, foram comandados pelo senador Álvaro Dias, coordenador da campanha de Aécio Neves, e Neca Setubal, coordenadora da campanha de Marina Silva.

Neca Setubal
Neca Setubal
Senador Álvaro Dias e filho, no dia da vaia
Senador Álvaro Dias e filho, no dia da vaia

quem vaiou

por Marcelo Bancalero

 

Pois é…
Descobrimos o maestro do coral tucano que vaiou Dilma, na abertura da Copa das Confederações…
O cara gastou com dois ingressos para ele e o filho, no valor de R$ 1.463,00 cada um. Já falaram até que alguns tucanos infiltrados, distribuíram R$400,00 para algumas pessoas espalhadas iniciarem a vaia.

A fatura de Álvaro Dias para assistir um único jogo
A fatura de Álvaro Dias para assistir um único jogo

Como quem estava lá não eram os pobres, mas a elite que é contra o bolsa família, ProUni, programas como o Luz para todos, Minha casa minha Vida, Minha casa melhor, diminuição da tarifa
de luz… etc, etc , etc
Foi fácil conseguirem que uns gatos pingados ( ou tucanos pingados), vaiassem.
Assisti aos vários vídeos, e nem se escuta as vaias, que um repórter do PIG, num helicóptero lá nas alturas, jura que ouviu a voz exatamente de 2045 pessoas vaiando.
Vaias que só foram notadas por Joseph Blatter, pois vieram dos camarotes, caríssimos e que ficam próximos de onde ele estava. E não do meio do povão nas gerais, que teve de levar a culpa como sempre, na manipulação da oposição. Se Joseph Blatter não falasse, e se a mídia não fizesse o sensacionalismo de sempre, ninguém nem teria notado.

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VEJA ENDOSSA INSULTO E GRITA: “EI, DILMA, VTNC”

Ao tratar como “vaia” as agressões dirigidas por parte da torcida no Itaquerão à presidente Dilma Rousseff, a revista de Giancarlo Civita (esq.), dirigida por Eurípedes Alcântara (dir.), transmite ao público a seguinte mensagem: “vocês gritaram por nós”; na reportagem interna, revista afirma que “o hino cantado a capela, as vaias em Dilma e mesmo o batismo de craque de Neymar foram os grandes momentos do jogo de abertura da Copa de 2014 no Brasil”; os barras bravas da mídia estão a postos para a campanha eleitoral

veja vaia

247 – “Ei, Dilma, vai tomar no c…” O insulto que se ouviu da ala Vip do Itaquerão, dirigido à presidente Dilma Rousseff, foi endossado neste fim de semana pela revista Veja, que pertence ao empresário Giancarlo Civita, herdeiro de Roberto Civita, e é dirigida pelo jornalista Eurípedes Alcântara. De acordo com a publicação, a estreia do Brasil na Copa teve três destaques: o hino cantado a capela pelos torcedores, a atuação de Neymar e a “vaia” a Dilma – uma agressão que já não é mais tratada como “vaia” nem por seus adversários políticos, nem pelos mais raivosos colunistas da torcida organizada dos jornais e revistas da mídia familiar no Brasil.

“O hino cantado a capela, as vaias em Dilma e mesmo o batismo de craque em Neymar foram os grandes momentos do jogo de abertura da Copa de 2014 no Brasil”, diz o texto da reportagem de capa. Segundo a publicação, a “vaia” seria uma prova de que “a paixão pelo futebol não combina com política”.

O ex-presidente Lula, em junho de 2013, afirmou que parte da imprensa brasileira insufla o “ódio de classes” e, de certa forma, estimulou as agressões a Dilma. A capa de Veja parece confirmar a tese e sinaliza que os barras bravas da mídia estão a postos para a campanha eleitoral [Dito e feito

LÁGRIMAS DE CROCODILO

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Marina nunca foi de chorar.  Sempre foi dura nas críticas.

Veja como ela reage quando criticada:]

 

 

 

 

Os policiais brasileiros querem desmilitarizar a instituição. Uma pesquisa mostra que 73,7% dos agentes apoiam desvincular a corporação dos meios militares

Policiais militares durante um protesto em São Paulo no mês de março. / BOSCO MARTÍN
Policiais militares durante um protesto em São Paulo no mês de março. / BOSCO MARTÍN

Atualmente , cabe as 27 Unidades da Federação definirem como será o seu policiamento. E cada Estado tem duas polícias, a Militar, que atua na repressão, no policiamento ostensivo, e a Civil, responsável pela investigação da maior parte dos delitos, como homicídios, roubos, furtos e sequestros. [Jamais investigam os crimes de colarinho (de) branco. Quem comanda é o governador]

Para um dos responsáveis pela pesquisa, o sociólogo e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Renato Sérgio de Lima, os resultados são um “sinal claro de que o Brasil precisa avançar na agenda da desmilitarização e reforma das forças de segurança”.

Propostas

A desmilitarização da polícia é um tema que há ao menos 15 anos tem sido discutida entre militantes de direitos humanos e agentes de segurança. No último ano ganhou força graças à repressão policial durante os protestos que ocorreram a partir de junho de 2013.

Atualmente há ao menos três projetos de lei, todos na forma de emendas constitucionais, tramitando no Congresso Nacional. Transcrevi trechos

40 casos de torturas praticadas por policiais e agentes

Sergei Tunin
Sergei Tunin

A. B.
Um recente estudo da ONG Humans Rights Watch identificou 64 casos de agressões cometidas por forças de segurança no Brasil. O levantamento analisou ocorrências de prisões nos últimos quatro anos. Conforme a pesquisa da ONG, em 40 destes casos, há convincentes evidências de que o abuso subiu para o nível de tortura cometida por policiais ou agentes penitenciários contra pessoas que estavam sob sua custódia.

A investigação da HRW identificou 150 culpados pelas agressões em cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e Paraná. Os abusos ocorreram nas ruas, dentro de viaturas policiais, em casas particulares, em delegacias de polícia e em penitenciárias. As vítimas, que eram supostos criminosos presos em flagrante, foram espancadas, ameaçadas física ou sexualmente, submetidas a choques elétricos ou a sufocamento com sacos plásticos. As agressões foram cometidas para obter falsas confissões ou para entregar algum outro suposto criminoso.

Em um informe divulgado à imprensa, a ONG destacou que muitos dos presos levam meses para terem acesso a um juiz e relatar que foi torturado ou agredido, quando o correto, segundo a legislação, seria apresentá-lo ao juízo em até 24 horas. Nesta semana, a HRW enviou uma carta ao Congresso Nacional alertando para a gravidade da questão e cobrando um posicionamento das autoridades brasileiras.

 

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O candidato à presidência pelo PV, Eduardo Jorge. / BOSCO MARTÍN
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Um grupo de garotos joga um partido sobre um arranha-céu de São Paulo em 1997. / CHRISTOPHER PILLITZ
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Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. El control policial-judicial

Estado de excepción permanente, legado del Mundial

 

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por Raúl Zibechi
La Jornada

Cuando se trata de manifestaciones, todos son culpables hasta que se demuestre lo contrario, reflexiona el Coletivo Intervozes acerca del trato de las grandes cadenas televisivas a las protestas contra el Mundial (Carta Capital, 22/7/14). La escalada represiva venía creciendo desde las grandes manifestaciones de junio de 2013, pero durante el mes del Mundial llegó a niveles alarmantes.

La actitud de la policía militar, la policía civil y el sistema judicial, sobre todo en Río de Janeiro, ha sido calificada como la instalación de un estado de excepción de hecho. El domingo 13 de julio se jugaba la final entre Alemania y Argentina. A la hora del partido se convocó una manifestación en la plaza Sáenz Peña, en el barrio de Tijuca, a unos dos kilómetros de Maracaná. Acudieron colectivos de las favelas en protesta por los abusos policiales, militantes de los comités populares contra el Mundial, autónomos, anarquistas, educadores en huelga y activistas de medios independientes.

La policía utilizó la táctica conocida como kettling, ya usada antes en São Paulo y Belo Horizonte, consistente en cercar a los manifestantes con barreras y agentes, dejándolos aislados e inmovilizados durante horas. Había cinco policías por manifestante. Un periodista del semanario uruguayo Brecha preguntó a un policía los motivos por los cuales estaba bloqueado dentro del cerco. Es la ley de la FIFA, fue la única respuesta (Brecha, 7/7/14).

Varios manifestantes fueron golpeados, incluyendo un reportero gráfico aporreado en el suelo. Les dispararon balas de goma, bombas de efecto moral, gas pimienta, y usaron sus garrotes.

La noche anterior a la final, el sábado 12, la policía arrestó a 19 militantes (de los 23 que tenían orden de captura) porque se presumía que realizarían actos vandálicos en la manifestación. Tres activistas a los que no pudieron detener solicitaron asilo en el consulado de Uruguay en Río, pero el gobierno del presidente José Mujica se los negó y les exigió que se retiraran del local.

Diversos organismos y personalidades reaccionaron con indignación ante esta escalada represiva. Desde octubre de 2013 la Delegación para la Represión de Crímenes Informáticos, de la Policía Civil de Río, venía investigando los movimientos que se destacaron en las protestas de junio de 2013 por medio de escuchas telefónicas, intervención de sus e-mails y la infiltración de agentes en las asambleas y manifestaciones.

Amnistía Internacional, la Orden de Abogados de Brasil, Justicia Global, la Asociación de Jueces por la Democracia y hasta el Partido de los Trabajadores, entre muchos otros, criticaron la represión. La Defensoría Pública de São Paulo denunció la intención de impedir el derecho a manifestarse y la actuación abusiva y desproporcionada de la Policía Militar (Brasil de Fato, 18/7/14).

La Asociación Brasileña de Periodismo de Investigación (Abraji) aseguró que un periodista por día resultó agredido por la policía durante el Mundial. En total, 35 agredidos en un mes. Desde mayo de 2013, 210 periodistas fueron violentados, de los cuales 169 lo fueron por policías (Abraji, 14/7/14).

La casi totalidad de los detenidos preventivamente son liberados a los pocos días por falta de pruebas, pero son apresados de forma ilegal, sólo porque la policía sospecha que pueden cometer un delito, según denuncia el Manifesto de juristas contra la criminalización de las luchas sociales (Brasil de Fato, 21/7/14). La presunción de inocencia hasta que no existan pruebas fue hecha añicos por las policías y el sistema judicial.

Para el juez José Roberto Souto, con el propósito de asegurar la realización del Mundial se instaló en la sociedad brasileña una especie de estado de excepción, procediendo a una supresión temporaria del orden constitucional (Brasil de Fato, 22/7/14). En su opinión, fue la Ley General de la Copa, redactada por el gobierno y aprobada por el Parlamento para cumplirle a la FIFA, la que creó las condiciones para la criminalización de las protestas, incluyendo las huelgas laborales.

El sociólogo Rudá Ricci sostiene que uno de los principales legados del Mundial es el deterioro del estado de derecho y la legitimación de los abusos de la policía militar, que esta vez no se limitó a atacar a pobres y negros de las periferias y la emprendió contra estudiantes universitarios de clase media, con órdenes de búsqueda y captura expedidas como forma de intimidación. Considera que hay fuertes señales de cultura fascista en esta ofensiva contra los derechos democráticos fundamentales.

Bruno Cava, graduado en derecho y bloguero, parece sintonizar con el análisis de Giorgio Agamben sobre el estado de excepción. “Si en las favelas el poder punitivo elaboró históricamente la figura del traficante, en las protestas la demonización se da contra el vándalo o black bloc. El cerco de las plazas define el espacio de anomia, donde la violencia se separa del estado de derecho” (IHUOnline, 18/7/14).

En la favela la represión anuló desde siempre el estado de derecho; pero ahora esa lógica se desborda más allá para impedir las protestas, generar un clima de temor que inhiba a los militantes, advertidos que todo el peso del Estado les caerá encima. La dictadura no terminó, añade, sólo modificó sus límites, incluyendo ahora a todos los que protestan.

En Estado de excepción (un libro de rigurosa actualidad), Agamben señala que en todas las democracias occidentales la declaración del estado de excepción está siendo sustituida por una generalización sin precedentes del paradigma de la seguridad como técnica normal de gobierno (Adriana Hidalgo, 2004: 44). Tanto las crisis económicas como los megaeventos se han convertido en los laboratorios para dar un salto adelante en el control policial-judicial.

La contracrónica de la copa: el final o todo lo que mal empieza mal acaba

por Arsinoé Orihuela Ochoa

 

Silvano Mello
Silvano Mello

 

Los críticos no tan críticos, los optimistas e incautos que juzgan cualquier discrepancia como una infundada actitud de “pesimismo catastrófico”, afirman que al final todo salió bien durante la celebración de la edición XX de la Copa del Mundo en Brasil. Y vamos a conceder que aciertan, pero sólo admitiendo por cuestiones estrictamente prácticas el tenor de los argumentos más frecuentes. Efectivamente, el certamen transcurrió sin exabruptos mayúsculos. Y los inconformes, que no eran pocos, domeñaron los estertores de la indignación, en respuesta a la solícita exigencia de un pueblo que se rinde sin remedio a los embrujos del futbol.

Las grandes empresas involucradas en el evento cosecharon las astronómicas ganancias previstas con mucho tiempo de anterioridad. La publicidad deportiva, otrora discreta o más refrenada, alcanzó su zenit mercadológico con la novedosa instrumentación de estrategias no convencionales, como la aplicación de grabados alusivos a las compañías con más presencia en la Copa. La gente, con una disposición asombrosa, imprimía imágenes de una botella de refresco o una pantalla plasma en algún sitio visible de las extremidades. Pero el grabado, que era más bien una suerte de tatuaje, no se removía sencillamente con agua, jabón o cremas ordinarias. Sólo el tiempo lo borraría. A una semana de finalizada la Copa, algunos todavía caminan por las calles con la indeleble imagen publicitaria a la vista, a la manera de un espectacular ambulante. El “guerrilla marketing” (como se conoce en Estados Unidos), antiguamente reservado para pequeñas o medianas empresas, se inauguró con éxito en el marco de un evento deportivo y en beneficio de las firmas más poderosas.

También la industria hotelera tuvo rendimientos increíbles. Con un aumento que fluctuó entre 200 y 400 por ciento en los precios de alojamiento, los dueños de los grandes hoteles, y de los no tan grandes albergues, recaudaron posiblemente lo correspondiente a un año de utilidades. Quienes no pudieron pagar los absurdos montos, acaso a modo de compensación, tuvieron el privilegio de presenciar los incandescentes amaneceres desde la comodidad de algún banquillo en la vialidad pública, o desde los improvisados campings instalados en las orillas de la playa, a menudo con un cordial “buenos días” enunciado por algún policía militar con rifle automático en mano.

También los operadores políticos de la FIFA hicieron su agosto. Según cifras oficiales, sólo el 18 por ciento de la infraestructura quedó en estado inconcluso. Pero la cifra es falsaria. Si uno transita las ciudades sedes descubre de primera mano que la mayoría de las obras están inacabadas, que los proyectos urbanísticos que estaban programados para la Copa todavía ni siquiera arrancan con la primera piedra. Los recursos previstos para el certamen, según la lectura de los ciudadanos, acabo en las arcas privadas de los políticos al servicio del órgano internacional. Aunque también a ellos –a los ciudadanos brasileños– frecuentemente los descalifican con el epíteto en boga: “pesimistas catastróficos”.

Las oligarquías domésticas de igual forma recogieron beneficios a granel. La empresa Odebrecht, oriunda de Bahía (uno de los estados más pobres del país), consiguió apuntalarse como el competidor casi exclusivo en las licitaciones para la infraestructura de la Copa, y de los Juegos Olímpicos en puerta. Dueña indiscutida de las concesiones, la empresa brasileña se perfila para multiplicar sin reservas sus ganancias en los años venideros, ante la mirada negligente, no pocas veces cómplice, de los poderes públicos. Por añadidura, estos proyectos infraestructurales han contribuido directamente a impulsar una iniciativa programática de las élites: a saber, la ocupación sin freno de las ciudades para beneplácito de fracciones poblacionales minoritarias, y por consiguiente el arrinconamiento cada vez más agresivo de las clases populares. Más aún, como insistentemente señala el movimiento anti-copa, la agenda de la Copa, que es la agenda de unos pocos, sirvió para desplazar la demanda general de la gente: educación, salud, satisfactores básicos. La asignación de recursos no es neutral: o bien sirve a los fines de la población o bien se aboca al interés de un grupúsculo de acaparadores. La Copa de futbol, que lo que menos prioriza es el futbol, sólo se ocupó de lo segundo, y lo primero –el interés general– figuró únicamente en el discurso de una clase política con vocación de sofista.

Después de la vergonzosa derrota de Brasil (ese inexcusable 7-1 que propinó Alemania), la gente recuperó el ánimo de la crítica. ¿Para qué traer la Copa a Brasil cuando la situación del país es acaso tan desfavorable como la situación del equipo? Doble atropello: por un lado, latrocinio irrestricto, y por otro, humillación deportiva. No es un asunto menor que los dos archirrivales de Brasil disputaran la final de la Copa. Ahora existe una polémica en torno a las magnitudes de la deshonra. ¿Qué fue más vergonzoso: el “maracanazo” o el “mineirazo”?

Dice el refrán que lo que mal empieza mal acaba. Puedo escuchar los necios señalamientos de “pesimista”, “catastrófico”, etc.

En cierto sentido la Copa del Mundo Brasil 2014 es una metáfora de las sociedades modernas: aunque todo marcha mal las cosas avanzan; lo que es estrictamente vital se arrolla en provecho de lo insubstancial; y al final el desastre se traduce en éxito.

Pero la derrota o la victoria, el fracaso o el éxito, es un asunto de los dioses… y de uno que otro analista apoltronado en el confort de la complacencia. Acá interésanos destacar lo valioso, rendir honor a quien honor merece. Y naturalmente la felicitación es para el pueblo brasileño, que con su fecunda alegría, generosidad, logró enmendar un escenario de virtual desastre, y ofrecer a los viajeros foráneos la mejor de las experiencias. A ellos, los menos beneficiados con la Copa, los más apenados con el mediocre e intrascendente rendimiento de su selección, extiéndoles mi más profunda gratitud y admiración.

Brasil son ustedes. Brasil somos todos.

 

Qatar

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Não me assusta o Brasil estar fora da Copa

 

 Fiestoforo
Fiestoforo

 

 

Não me assusta o Brasil estar fora da Copa perdendo por um elevado placar para Alemanha, poderosa escola do futebol europeu. Faz parte da regra do jogo.

Que Aécio Neves, Andréa Neves, Alberto Pinto Coelho, Anastasia, Pimenta da Veiga, FHC, Serra e demais “coxinhas”, com propósitos políticos eleitoreiros torceram contra o Brasil era esperado. Condizente com a mentalidade tucana que acredita que tudo dos brasileiros deve ser entregue aos estrangeiros.

Me assusta os desmandos da FIFA, da Nike, da Penalty, da Adidas, da TV Globo, dos fabricantes de cervejas e isotônicos, em função da globalização impondo ao mundo o futebol força em detrimento do futebol arte, o mesmo que levou o Brasil ao pentacampeonato. Como me assusta o “complexo de vira-latas” daqueles que dispondo de visão tacanha acreditam que o futebol tem influencias eleitorais e põem suas mesquinhas paixões políticas acima da Pátria.

Fortes, coesos, uma muralha, os jogadores da escola européia sempre foram, são e serão. O nosso diferencial era “Garrincha a alegria do povo” e suas pernas tortas de cafuzo descendente de índios Fulniôs e negros, com dribles desconsertantes; Pelé, o deus de ébano dos estádios que agora viraram arenas; os dribles como o “rabo de vaca”, inventado por Eduardo Amorim; o “elástico”, de Roberto Rivelino; a “pedalada”, de Robinho; e a “bicicleta” de Leonidas da Silva, o “Diamante Negro”, hoje lembrado apenas em forma de marca de chocolate.

Temos com urgência de retornar não ao passado, mas às nossas características antigas.

Existe violência? Existe! Mas igualmente árbitros e bandeiras, sem contar os sofisticados aparelhos eletrônicos que tudo vêem. O uruguaio Suárez que o diga. Ao tempo dos dribladores existiam desarmadores do porte de Luizinho e do professor Newton Santos.

Talvez a queda de hoje seja o erguer de um novo recomeço. Só não tenho certeza se é possível reverter a boçalidade dos “coxinhas”. Mas felizmente em sendo minoria eles não representam o povo. – (Geraldo Elísio – Repórter, inclusive esportivo)

Ditadura da Fifa demite enfermeira

O episódio lembra o caso da enfermeira que anunciou a gravidez de Kate, esposa do príncipe William da Inglaterra. Demitida, Jacintha Saldanha suicidou-se.

Jacintha Saldanha
Jacintha Saldanha

Vem doutro hospital – triste comércio da medicina – o São Carlos, em Fortaleza, que atendeu o jogador Neymar após o mesmo se machucar em um jogo contra a seleção da Colômbia pelas quartas de final da Copa do Mundo FIFA 2014, a desumana notícia da demissão de uma de suas enfermeiras que, sem autorização, filmou a chegada do jogador.

Com um celular em mãos a enfermeira que só teve seu primeiro nome revelado, Chíntia, filmou o craque na maca.

Segundo o ortopedista que atendeu Neymar, o hospital tem um acordo de confidencialidade com a FIFA, e não pode divulgar nada sobre atendimentos ou internações de jogadores ou membros das equipes. “Ninguém pode falar nada sobre os atendimentos, pois queremos sempre preservar primeiro a imagem da pessoa e depois do atleta ali atendido. Soube que a funcionária que filmou a ação já foi retaliada”, disse ele.

“Deixamos bem claro para todos os envolvidos nos atendimentos e os funcionários são orientados a não fazer nenhum vídeo nem passar informações. Infelizmente as pessoas têm essa necessidade de aparecer e isso foge ao nosso controle”, completou o médico.

“Retaliar” um trabalhador é escravidão, é crueldade, não fica bem para um hospital cuja missão é salvar pessoas. E não matar psicológica e moralmente. É destruir uma carreira profissional.