
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou investigação para verificar se a fraude cometida pela Volkswagen no sistema de controle de poluentes em carros americanos também se aplica aos modelos fabricados no Brasil. A Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, acusou a montadora alemã de falsificar o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes por meio de um software incorporado no veículo.
A Volkswagen anunciou, na terça-feira (22), que mais de 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo foram equipados com o tipo de motor que poderia distorcer os dados de emissões. A fraude foi verificada nos veículos movidos a diesel de quatro cilindros, vendidos no período de 2009 a 2015.
“Trata-se de um caso gravíssimo”, diz o Ibama, em nota, informando que a Volkswagen deve ser notificada ainda hoje (25). Além da multa, a empresa, caso a fraude seja confirmada, será obrigada a corrigir o problema em todos os veículos que tenham sido submetidos à alteração no software.
A nota do Ibama diz, a partir de dados da EPA, que os testes identificaram que os carros, em uso normal, emitem 40 vezes mais poluição do que o máximo permitido pela norma americana. Se a violação no Brasil for confirmada, a montadora poderá ser multada em até R$ 50 milhões.
As investigações da EPA levaram o presidente executivo do grupo, Martin Winterkorn, a pedir demissão no dia 23. “Estou chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou chocado que a má conduta em tal escala tenha sido possível no grupo Volkswagen”, afirmou, em comunicado.
Procurada pela reportagem, a montadora disse que ainda não foi notificada da decisão do Ibama e que, por enquanto, não irá se pronunciar.
Piada do Ibama. Volkswagen já confessou o crime: Em comunicado, a empresa admitiu que “os veículos com motores tipo EA 189, cerca de 11 milhões em todo o mundo, poderão ter discrepâncias nos dados das emissões”. Na sexta-feira (18), a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA) dos Estados Unidos acusou a empresa alemã de adulterar o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes por meio de um software incorporado no veículo.
O presidente do grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, reconheceu hoje que a empresa adulterou os dados e lamentou ter “quebrado a confiança” dos clientes e do público em geral, depois das acusações.
Os Estados Unidos podem multar a empresa alemã em US$ 18 bilhões (cerca de € 15,9 bilhões ao câmbio de hoje) pela manobra.