Não devemos esquecer que o portal Diário do Centro do Mundo recebeu ordem judicial para retirar do ar suas reportagens investigativas sobre a apreensão de 445 quilos de cocaína transportados em um helicóptero da família do senador Zezé Perrella, aliado de Aécio Neves.
Segredo de justiça para proteger traficantes com cadeiras cativas no Senado Federal e Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Justiça de m. que devolveu o helicóptero aos Perrella. Que não prendeu os traficantes, também protegidos pelo silêncio da grande imprensa. A coca a Polícia Federal diz que incinerou. Na maior pressa.
Se existe algum inquérito ele dorme engavetado para todo sempre.
Retrato do artista quando jovem: na presidência da Telerj
Os mais puros, diante dos fatos acachapantes das últimas semanas, se perguntam: como alguém como Eduardo Cunha pode fazer uma carreira com tamanhas delinquências ao longo de tantos anos?
A resposta é um retrato do Brasil.
Os americanos, na Guerra Fria, se referiam a ditadores que os apoiavam de uma maneira abjetamente pragmática.
São os nossos ditadores.
Eles matavam, perseguiam, torturavam – e eram mantidos no poder pelos líderes do “Mundo Livre” porque eram seus ditadores.
E então.
Na visão da plutocracia, Eduardo Cunha é um dos nossos corruptos.
Exatamente como Ricardo Teixeira, para ficar num caso. Teixeira cansou de roubar na CBF. Mas era amigo da Globo, e portanto da plutocracia, e então teve vida fácil no Brasil.
Ninguém o aborrecia com coisas como honestidade.
Eduardo Cunha se iniciou com PC Farias, o tesoureiro de Collor. Com ele aprenderia a arte de arrecadar – vital depois para patrocinar campanhas de políticos menos talentosos naquilo.
Depois, por indicação de PC Farias antes do fim da era Collor, foi ser presidente da Telerj.
Naquele posto a parceria com os plutocratas ganharia músculos.
Cunha facilitou a vida da NEC, uma empresa de telefonia controlada pela Globo.
Pronto. Deu o passo essencial para se tornar um intocável.
Ajudando a Globo: assim se tornou intocável até chegarem os suíços
A Globo é uma espécie de mantenedora dos nossos corruptos. Se, como Ricardo Teixeira e Eduardo Cunha, você está protegido por ela, tem licença para fazer muita coisa.
Você não vai aparecer no noticiário. E protegidos da Globo costumam ser também protegidos da Justiça.
Conte quantos amigos da Globo foram apanhados na Lava Jato. Aécio é um típico amigo da Globo: veja quantas vezes ele foi cobrado pelas suas conhecidas estripulias.
É um golpe perfeito.
Ou quase.
O problema é quando entram em cena coisas fora do controle da plutocracia brasileira, e portanto da Globo.
A polícia suíça, por exemplo.
Não fossem os suíços, correríamos o risco de ter Eduardo Cunha na presidência.
A plutocracia adoraria.
Desapareceria da mídia o noticiário obsessivo sobre corrupção, para começo de conversa, como ocorreu nos anos de ditadura militar.
E Eduardo Cunha comandaria uma agenda completamente a favor dos plutocratas.
Financiamento de campanha, que é a forma consagrada pela qual a plutocracia toma de assalto a democracia? Sim, sim, sim.
Regulação da mídia, que é como a sociedade se protege de abusos das grandes corporações jornalísticas? Não, não, não.
E assim seguiria o Brasil, o paraíso das iniquidades.
Mas apareceram os suíços, e a festa, para Eduardo Cunha, terminou em tragédia.
Não, no entanto, para os plutocratas que sempre dispensaram proteção.
Há muitos outros Eduardo Cunhas na política brasileira.
Aécio é um deles.
A plutocracia sabe que pode contar com Aécio.
Tem seus defeitos. Gosta muito da vida noturna, e é amigo de pessoas em cujo helicóptero pode aparecer meia tonelada de pasta de cocaína.
Os que patrocinam e promovem a apologia do retorno da ditadura, da intervenção de um exército, de um impeachment à Paraguai, aconchavado por Eduardo Cunha, devem explicações por crimes cometidos à polícia, à justiça e, principalmente, ao povo.
Que sejam incluídos nesse festival de porra-louquice e “taradinhos do impeachment”, o Tribunal de Contas, um “playground de políticos fracassados”, na definição do ministro Joaquim Barbosa.
Quando o Congresso do Paraguai golpeou Fernando Lugo, abriu alas para Horacio Cartes assumir a presidência da República, um corrupto amigo do senador Perrella, dono do helicóptero do pó, e do senador Aécio Neves. Cartes responde a inquérito no Brasil como contrabandista.
A reputação dos golpistas Cunha, Nardes, Agripino, Aéreo Neves já apodreceu
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À medida em que apodrece a reputação dos centuriões do golpe (Cunha, Nardes, Agripino, Aéreo Neves), os golpistas jogam um jogo de vida ou morte.
Escreve Saul Leblon: O país vive horas cruciais. O assalto conservador ao poder joga uma cartada de vida ou morte contra o relógio político nos próximos dias.
À medida em que apodrece a reputação de seus centuriões, e os savorolas da ética entram em combustão explosiva – caso dos homens-tocha Cunha, Agripino, Nardes, Aéreo Neves etc, resta-lhes apostar tudo no estreito espaço de tempo entre a desmoralização absoluta e a capacidade residual de articular o golpe.
Arqueado sob R$ 31 milhões em depósitos suíços, segundo a Folha, Cunha negociou com a hesitação golpista: em troca do pescoço, articulou uma operação casada com o PSDB.
Tucanos salvam a aparência pedindo seu afastamento – ‘para que possa exercer seu direito constitucional à ampla defesa’. Em troca, o personagem que não tem mais nada a perder acelera a operação do impeachment, como última estaca de sobrevivência antes do abismo.
Sílvio Costa fala da podridão dos golpistas Paulinho da Força e Cedraz
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Tereza Cruvinel: Em discurso ontem na Câmara, o deputado Silvio Costa (PSC-PE), vice-líder do Governo, questionou a autoridade do TCU para julgar e recomendar a rejeição das contas do Governo Dilma. “O TCU não estará em condições de fazer esta julgamento enquanto não forem esclarecidas as denúncias que atingem pelo menos dois de seus ministros”.
Costa recordou a delação premiada do dono da UTC, Ricardo Teixeira, que afirmou tem comprado uma decisão do TCU favorável à licitação da usina de Angra 3, que estava enfrentando restrições técnica, através de Thiago Cedraz, filho do presidente do tribunal, Aroldo Cedraz. Pessoa disse ter pago uma mesada mensal de R$ 50 mil a Tiago e uma propina de um milhão de reais para ele ‘resolver” o problema.. O problema estava na resistência do relator do caso, ministro Raimudo Carrero, que acabou liberando a licitação que vinha obstacularizando.
– Enquanto as investigações da Lava Jato não forem conclusivas sobre o papel destes dois ministros, o tribunal não tem autoridade para rejeitar contas do governo – disse Costa.
Ricardo Pessoa disse não saber a quem foi destinada a propina. Um dos mediadores dos pagamentos foi Luciano Araujo, tesoureiro do partido Solidariedade, que disse à Folha de São Paulo ter ido à UTC mas para receber uma doação de R$ 1,2 milhão ao partido de Paulinho da Força Sindical.
Sei que cargos de chefia são da máxima confiança. Que jornalistas bem pagos escrevem do jeito que o patrão gosta e ordena. Escreveu diferente leva um pé na bunda.
Veja a pergunta capciosa, sectária do Jornal do Comércio, que abusa da mentira, das meias-verdades, dos balões de ensaio, da propaganda marrom:
Escreve Gilmar Crestani:
Aberta temporada de caça ao grande molusco
É incomensurável o tamanho do ódio ao Lula. É diametralmente oposto ao seu reconhecimento internacional e à popularidade que granjeou enquanto Presidente. Bem, é exatamente por estes atributos que os midiotas o odeiam. A máquina de moer reputação comandada pelo Instituto Millenium só fez espalhar ódio e alimentar a perseguição implacável. Ninguém tem sido mais investigado do Lula. E tudo o que apresentam para incriminá-lo é esta sopa de idiotices.
Até o fato de ventríloquos como estes Joselitos (Josélio Azevedo de Sousa) e Timbós (Valtan Timbó Mendes Furtado) usarem da prerrogativa do cargo para se lançarem na caça ao Lula gigante não é notada como uma conquista da democracia para a qual tanto Lula quanto Dilma tanto lutaram.
A velha mídia, a mesma que participou do golpe de 1964 e se locupletou com a ditadura, preparou o terreno onde brotam Timbós e Joselitos
Até acho que estes dois tristes personagens, na alucinada cavalgada de perseguição e caça, são vítimas. Os verdadeiros culpados estão noutro lugar e em outro patamar. Basta observar quem desencadeou o ódio contra o PT, Lula e Dilma a partir do início das políticas de inclusão social. Vou dar uma pista… “Não somos racistas”….
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Escreve Janio de Freitas:
Suspeitas e suspeitas
Se a Polícia Federal não apresentar indícios e argumentos, o alto número de convictos de haver caça a Lula vai aumentar muito
Os muitos convictos de que todo o vendaval de aparente moralização visa Lula, desde o processo do mensalão, devem estar reconfortados com a aprovação que lhes dá a Polícia Federal. O que não assegura, necessariamente, a exatidão da tese. Mas a PF levou tão longe o propósito de enquadrar Lula que acabou na situação original de ficar ela mesma sujeita às suas suspeitas.
No pedido ao Supremo para tomar o depoimento do ex-presidente, a PF sustenta que ele “pode ter sido beneficiado […] obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos” na Petrobras.
Ministro da Justiça no primeiro mandato de Lula, Marcio Thomaz Bastos deu à Polícia Federal uma nova estatura. Em abertura para investigação de crimes do poder econômico, em liberdade investigatória, em qualificação técnica e em quadros. E em conceito da corporação e dos seus integrantes. Antigos e recentes funcionários foram beneficiados, em muitas dimensões, pela nova PF. Tal benefício foi possível, aplicando-se a concepção exposta pela PF ao Supremo e ao país, por vários fatores.
Primeiro, haver um governo que nomeou um ministro disposto a fazer da PF e dos seus policiais o que, por diferentes motivos, nenhum antecessor fizera, desde o governo Jango. Segundo, ser um governo disposto a dar à PF e aos seus policiais o apoio e as condições materiais para a mudança de importância e de estatura que tiveram. Terceiro, sem o qual os dois anteriores seriam inúteis, dispor aquele governo de “uma base de apoio partidário” que aprovou os recursos e as medidas, diretas ou não, para dar à Polícia Federal e a seus quadros novo papel e nova estatura.
Se a “base de apoio” para isso era “sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal”, com “vantagens mesmo para o governo”, a PF, como parte do governo, fica incluída na suspeita que lança.
Outro trecho recusa a possibilidade de inexistirem, no governo, pessoas insuspeitas de conexão com negócios ilícitos na Petrobras. Sustenta a PF que “os indícios de participação devem ser buscados não apenas no rastreamento e identificação de vantagens pessoais por ventura obtidas pelo então presidente, mas também nos atos de governo que possibilitaram que o esquema se instituísse e fosse mantido”.
Está claro aonde a PF quer chegar: os atos de governo mencionados são as nomeações para a Petrobras. São frequentes os inquéritos de fatos graves ocorridos na PF – desaparecimento de grande quantidade de cocaína recolhida à polícia, engavetamento de inquérito, quadrilha de delegados, e outros. Na tese da PF, as nomeações dos autores de tais ocorrências, e outras feitas pelos demais governantes, implicaram o conhecimento da conduta que cada nomeado teria. Uma ideia estapafúrdia.
Se a Polícia Federal não apresentar indícios e argumentos menos suspeitos de desejo e autoritarismo, o alto número de convictos de haver caça a Lula vai aumentar muito. Pior para as pretensões, em 2018, de Aécio, Alckmin, Serra e Temer.
QUATRO PERGUNTAS
Se a retirada do “selo de bom pagador” do Brasil por uma das três empresas privadas que ganham fortunas dando ou negando esses selos justifica a tragédia escandalosa feita aqui, por que a concessão do selo em 2008 não mereceu escândalo positivo?
Pode-se acreditar na seriedade da empresa que rebaixa, com o Brasil e a Petrobras, a confiança financeira merecida pelos bancos Itaú e Bradesco, ambos entre os bancos privados de maior lucratividade no mundo?
A OAB deu um leve sinal de que agiria contra a interrupção, no Supremo, do julgamento sobre dinheiro de empresas nas campanhas. Pronto. O ministro Gilmar Mendes liberou o seu voto, retido há um ano e cinco meses. Pode ter tido outro motivo que não a delicadeza?
Foram mulheres que iniciaram o movimento pela proibição de saias curtas ou justas e decotes panorâmicos na Câmara. Mas por que acabar com o que ainda haja de proveitoso por lá?
GOVERNO DA VENEZUELA PROÍBE QUE AVIÃO DE AÉCIO E ALOYSIO SOBREVOE OU POUSE NO PAÍS
De acordo com informações do Ministério da Defesa, o governo da Venezuela negou autorização para que avião militar com uma comitiva de Aécio Neves e companhia possa sobrevoar e pousar naquele país, no próximo dia 17.
O fato foi confirmado pelo senador tucano Aloysio Nunes Ferreira e pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves .
O Itamaraty disse que ainda não tem informações sobre o assunto. Aécio, Aloysio e Fernando Henrique e outros líderes da direita e da extrema-direita anunciaram viagem à Venezuela na próxima quinta-feira, para dar apoio a golpistas da oposição, que defendem uma intervenção militar dos Estado Unidos naquele país.
“Eu tenho dito que quando se fala de democracia e de liberdade não há que se respeitar fronteiras. Vamos, portanto, em um grupo suprapartidário, de forma absolutamente respeitosa, dizer que na nossa região o tempo do autoritarismo já passou”, proclamou Aécio.
Questionado sobre se temia alguma reação contrária do governo venezuelano à visita do grupo, alegando uma possível “intromissão” do Senado brasileiro em um assunto interno do país sul-americano, Aécio negou e disse que “não há mais espaço para presos políticos” no mundo atual.
“Eu espero que o governo venezuelano entenda essa nossa ida como uma manifestação do Congresso brasileiro em nome da esmagadora maioria brasileira, em nome da democracia e da liberdade”, complementou o tucano.
“Nós estaremos na verdade suprindo com o nosso gesto a omissão do governo brasileiro em relação a essa questão. Não estamos falando de apoio a A ou B, estamos falando de respeito à democracia”, concluiu o senador.
É entranhável que a Aeronáutica, com o dinheiro do povo brasileiro, banque essa viagem de conspiradores e inimigos da democracia, e que viola a autodeterminação dos povos.
Por que o Brasil mandar uma avião militar para a Venezuela, com dois notórios golpistas, para desestabilizar um governo democrático, eleito pelo voto direto e democrático do povo?
O golpismo e o retorno da ditadura militar motivaram Aécio e Aloysio, candidatos derrotados a presidente e vice nos primeiros e segundos turnos das eleições de outubro último, a convocar várias passeatas e marchas fracassadas nas capitais do Brasil. Os dois fazem parte do movimento para derrubar os presidentes Dilma Rousseff no Brasil, Nicolás Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Cristina Kirchner na Argentina, Rafael Correa no Equador.
Um movimento patrocinado pela extrema-direita, pelo colonialismo e pelo imperialismo para minar a União dos Países da América do Sul.
Sponholz
A Venezuela impedir a invasão de Aécio constitui uma medida de precaução. Aécio faz pregação golpista. E depois é bom ter cuidado. Não se sabe se o senador Zezé Perrella faz parte da comitiva. Perrella é mineiro e amigo íntimo de Aécio e do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que responde a processos de contrabando no Brasil, e denunciado pelo envolvimento com o tráfico de drogas. Perrella é o dono do helicóptero, pego com meia tonelada de cocaína originária do Paraguai.
Tem mais: Foi encontrada cocaína em uma das duas fazendas de Aloysio. Cada fazenda, ele revelou para o cego tribunal eleitoral, vale um mísero real. Repetindo: dois reais o valor das duas fazendas. Ou latifúndios.
Para entender essa conspiração internacional leia:
A crônica de um desastre anunciado
Por Frederico Füllgraf
Jorge Alarminos
Finalmente Felipe González, advogado e ex-primeiro-ministro da Espanha (1982-1996), desembarcou na Venezuela para conseguir a liberdade de Antonio Ledezma e Leopoldo López, dois políticos acusados de conspiração e incitação ao golpe contra o governo Nicolás Maduro.
Em maio passado, as audiências nos tribunais venezuelanos foram adiadas, motivando o cancelamento provisório da “missão González”, cujo anúncio, em março, lançou mais lenha à fogueira desatada em 2014 pelo ex-presidente José Maria Aznar e pela recente “Declaração do Panamá sobre a Venezuela”, com a qual, à margem da última Assembleia Geral da OEA, 31 ex-presidentes ibero-americanos cobraram medidas internacionais contra o governo venezuelano.
González desembarcou, mas já retornou à Espanha após o veto da Justiça venezuelana de sua visita aos presos. No entanto, sua reunião com o oposicionista MUD – Mesa de la Unidad, cujas lideranças criticou pelas disputas internas em detrimento da unidade do movimento, deixa entrever a indisfarçada ingerência do líder espanhol na contenda entre governo e oposição, advertida por González para cerrar fileiras em torno da plataforma de Leopoldo López: exigir eleições parlamentares com observadores internacionais, o fim da perseguição aos opositores e a libertação dos presos políticos.
Deixando a Venezuela “pela porta dos fundos”, a bordo de um avião da Força Aérea Colombiana – especialmente enviado a Caracas pelo presidente Juan Manuel Santos –, Felipe González articulou seu protesto ao tratamento de persona non grata que lhe fora atribuído, abandonando a agenda do diálogo, agora trocada pela da confrontação.
Com a mobilização dos ex-presidentes Andrés Pastrana (Colômbia), Fernando Henrique Cardoso (Brasil) e Ricardo Lagos (Chile), que deveriam acompanhá-lo em comitiva a Caracas – mobilização na qual embarcou o candidato derrotado do PSDB, Aécio Neves, que viajará a Caracas em 17 de junho –, González definitivamente internacionalizou a queda de braço com o governo Maduro, simultaneamente articulando uma frente conservadora na América Latina e instigando a União Europeia para sanções contra a Venezuela – sanções esperadas durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, ocorrida em Bruxelas, até 11 de junho.
Uma dramaturgia sem dúvida exitosa, mediante um arranjo orquestrado com a imprensa espanhola e o discreto movimento de peões do maior conglomerado da mídia venezuelana, o Grupo Cisneros.
O eixo Espanha-Chile
Em fins de março deste ano, os correspondentes estrangeiros oficialmente credenciados no Chile fomos convidados a uma entrevista coletiva do ex-presidente Ricardo Lagos, na sede de sua Fundação Democracia y Desarrollo, em Santiago.
De início, desconfiamos que a pauta “aberta” escondia a intenção de Lagos de “vender-nos” sua recém-lançada página interativa na internet, que estimula a participação cidadã na coleta de propostas para a reforma constitucional prometida pela presidente Michelle Bachelet.
Ricardo Lagos (Foto: Frederico Füllgraf)
Com meia hora de conversa trivial, então o astuto Lagos surpreendeu-nos com um “furo”. Confidenciou-nos que em breve o ex-primeiro-ministro espanhol, Felipe González, empreenderia uma missão politica à Venezuela, à qual teria convidado os ex-presidentes Andrés Pastrana e Fernando Henrique Cardoso. Ele, Ricardo Lagos, sentia-se honrado como o terceiro na lista do espanhol, que cobrava representatividade continental à sua missão.
Politico calejado, o socialista Lagos não teve papas na língua, acusando o “regime bolivariano” de violar os direitos humanos e justificando uma ação concertada em nível internacional para “restabelecer a constitucionalidade” ultrajada – palavras que poderiam ter sido pronunciadas por seu conterrâneo e também ex-presidente, o conservador multibilionário Sebastián Piñera, que em janeiro viajara a Caracas em companhia de Pastrana para visitar Leopoldo López na prisão de Ramo Verde. Barrados pela polícia, os dois ex-presidentes foram reconduzidos ao centro de Caracas sob escolta do Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional (Sebin).
Em defesa de Piñera, no final de janeiro, outro ex-presidente chileno, o democrata-cristão Eduardo Frei Tagle, partiu para o ataque frontal, afirmando que a Venezuela é “um país que não respeita a democracia”.
Nem mesmo Isabel Allende – filha do mitológico presidente chileno e presidenta simultânea do Senado e do Partido Socialista – se conteve. “O governo do Chile deve manifestar sua preocupação pela detenção de Ledezma na Venezuela”, disparou pelo Twitter, na ocasião da prisão. Em seguida endureceu o discurso: “O governo da Venezuela não é socialista, é uma ditadura militar, com tudo o que isso significa (…)”, disparate do qual finalmente recuou, corrigindo-se: “Eu não qualifico Maduro de ditador, ele foi eleito democraticamente (…) Não o comparo com Pinochet, nada que ver, são situações radicalmente diferentes”.
O “golpe baixo” de Ricardo Lagos e o cerco conservador a Bachelet
A certa altura da coletiva de Lagos, perguntei-lhe sobre o papel mediador das missões da Unasul em Caracas, que cobraram o diálogo entre o governo Maduro e a oposição. A resposta do ex-presidente, reverberada no dia seguinte pela mídia internacional, foi que admitia, sim, um “esforço significativo” de Ernesto Samper – ex-presidente colombiano e secretário-geral do organismo – mas que não era o suficiente.
Poucos dias depois, Lagos posava para foto da imprensa chilena, ladeado por Mitzy Capriles Ledezma e Lilian Tintori – respectivamente esposas de Antonio Ledezma e Leopoldo López – durante escala em Santiago do Chile de sua turnê pela América do Sul, em busca de apoio político à libertação de seus maridos.
E então Lagos cravou a seguinte comparação: “Há mais de 80 presos políticos [na Venezuela], creio que deve-se cobrar ao governo Maduro que a Cruz Vermelha seja aceita para visitar as prisões e ver as condições dos detentos… Não sei se direi uma impertinência, mas em seu momento Pinochet aceitou que a Cruz Vermelha viesse ao Chile”.
Foi a “bomba”.
Com o destemido título “El golpe bajo de Ricardo Lagos”, no Diario Radio Universidad de Chile (14/4/2015), a socióloga e colunista Antonia Garcia Castro assestou um agravo demolidor, aqui citado no original espanhol:
“Ricardo Lagos debe saber si se trata o no de una impertinencia. No puede no saberlo. No puede no conocer el valor que tiene cada palabra que se pronuncia en el espacio público, con toda la fuerza simbólica que otorga, además, el hecho de ser un ex Presidente de la República. ¿Qué está diciendo Ricardo Lagos? ¿Que “hasta” Pinochet tuvo un gesto “humanista” y/o “democrático”?”
E dirigindo-se diretamente ao ex-presidente, fulminou:
“Que usted lo cite a Augusto Pinochet para desarrollar un argumento supuestamente democrático y respetuoso del derecho es algo más que una impertinencia. Es una vergüenza. Es un golpe bajo. Es no haber entendido la propia historia”.
Entre coletivas com Lagos e abraços com Piñera, as esposas dos dois políticos venezuelanos acusados de conspiração tentavam forçar a agenda de Michelle Bachelet para recebê-las, mas a presidente permaneceu firme e seu então porta-voz, Alvaro Elizalde, foi taxativo: “O governo do Chile tem um compromisso com o roteiro traçado pela Unasul para fortalecer o diálogo entre o governo e a oposição venezuelanos” – ponto.
Com nova escala em Buenos Aires – onde sua recepção festiva pelo prefeito Mauricio Macri, ferrenho adversário conservador de Cristina Fernández de Kirchner, foi ruidosamente repudiada por centenas de intelectuais, artistas e círculos simpáticos ao “chavismo” – finalmente, no dia 5 de maio, Mitzy Capriles Ledezma e Lilian Tintori concluíam seu tour com uma recepção no Brasil. Por Fernando Henrique Cardoso.
No Chile, a mais alta esfera do poder político as deixara de mãos abanando, mas em 20 de maio – véspera do “Dia das Glórias Navais” e com Michelle Bachelet distraída com a preparação do discurso de prestação de contas de seu primeiro ano de governo –, por 66 votos a favor, 26 contra e 10 abstenções, em Valparaíso, a Câmara de Deputados aprovava uma resolução cobrando da presidente retirar da Venezuela o embaixador Pedro Ramírez para consultas, “até que se resolva a situação do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma; e do líder opositor, Leopoldo López”.
Extrema e hostil, com a medida as forças conservadoras do Legislativo chileno pretendem estremecer as – até agora – tranquilas relações oficiais entre Chile e Venezuela, agravando a polarização buscada pelo espanhol Felipe González, ao montar sua “frente de ex-presidentes” à margem das missões da Unasul, respeitada até mesmo por Henrique Capriles, governador do estado de Miranda e candidato à presidência derrotado em 2013 por Nicolás Maduro pela margem mínima de 1,5% dos votos.
Tramas paralelas: Teodoro Petkoff, El País e o “fator Cisneros”
Contudo, no tabuleiro do xadrez político venezuelano operam dois “bispos” com notável poder de articulação dentro e fora do país, ambos vinculados aos meios de comunicação não oficialistas: Teodoro Petkoff e Gustavo Cisneros.
O primeiro, um ex-comunista, ex-guerrilheiro, dublê de ex-ministro de Economia do governo Carlos Andrés Perez, na década de 1980 e, há alguns anos, publisher do jornal oposicionista Tal Cual. O segundo, o homem mais rico e poderoso da Venezuela, dono do Grupo Cisneros de Comunicação, de oposição ao “chavismo”, mas considerado “intocável”.
Longe de Caracas, no dia 4 de maio, Petkoff deveria receber em Madri o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset (15 mil euros e uma obra do artista plástico Sebastián Eduardo Chillida), outorgado a profissionais que se destacam na “defesa das liberdades, da independência e do rigor, como virtudes essenciais do jornalismo”.
Criado em 1984 pelo jornal El País, do Grupo Prisa – que na comercialização de conteúdo audiovisual é parceiro do Grupo Telefónica e que na Espanha lidera a campanha midiática contra o chavismo, com colunistas ultraconservadores como o argentino Héctor E. Schamis, da Universidade de Georgetown (EUA) – o prêmio foi para o venezuelano de descendência búlgara, porque seus jurados o consideram “símbolo da resistência democrática”.
Mas Petkoff não tinha permissão para deixar a Venezuela, porque enfrenta uma ação judicial protocolada pelo presidente da Assembleia (Congresso) Nacional, o “chavista” duro Diosdado Cabello, que se sente difamado por um artigo de opinião publicado pelo Tal Cual em janeiro de 2014.
Quem recebeu o prêmio em nome de Petkoff foi Felipe González.
Embora taxado à esquerda como “privatizador agressivo” – que em 1989 adotou medidas de austeridade e silenciou o levante dos pobres da capital, massacrados por Andrés Pérez no temível episódio conhecido como “Caracazo” –, hoje Petkoff poderia ser definido como socialdemocrata com tentações neoliberais, “un izquierdista a modo”, segundo línguas ferinas, porém jamais como articulador da direita golpista. No entanto, como ironiza o também ex-privatizador Felipe González e em seu momento lobista de empresas espanholas na América do Sul, quando opina Teodordo Petkoff “treme o regime” de Nicolás Maduro.
Já Cisneros, “cubano por nascimento e venezuelano de coração” – proprietário dos conglomerados Venevisión e Venevisión Plus, da operadora de TV por satélite DirecTV, da franquia da Pepsi Cola na Venezuela e um dos mais requintados colecionadores de arte do mundo, dono de patrimônio líquido de 4 bilhões de dólares (Forbes, 2015) depositados nos EUA – comportou-se sempre como aliado de plantão de vários poderosos, entre os quais cita Carlos Andrés Pérez, George Bush pai e Felipe González.
Anticastrista figadal, por outro lado Cisneros tem se desempenhado como articulador de laços estratégicos da Venezuela com a Espanha e os Estados Unidos, sobretudo como facilitador das recentes reuniões-relâmpago do subsecretário de Estado dos EUA Thomas Shannon com Nicolás Maduro, em Caracas.
É nas mansões de Cisneros em Nova York, Madri e Aspen (Colorado) que costumam juntar-se líderes conservadores do mais alto coturno, como os espanhóis José María Aznar e Felipe González e o colombiano Alvaro Uribe, para sofisticadas tertúlias nos campos da arte, mas obviamente com um olho no mercado financeiro e outro no tabuleiro político.
Já em Caracas, no dia 14 de fevereiro, durante o lançamento do “Plano de Paz” – cujo objetivo é reduzir a criminalidade e a violência que assolam a Venezuela –, Nicolás Maduro surpreendeu a assistência abraçando Gustavo Cisneros como copatrocinador do programa. Episódio inusitado, indicando que para Cisneros é útil acomodar-se a “novas maneiras de fazer negócios”, enquanto que para Maduro o ombro a ombro com o mais poderoso dos empresários funciona como munição publicitária.
Felipe González e a internacionalização da crise venezuelana
Assinada pelo argentino Fernando de la Rúa, o brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o chileno Ricardo Lagos, os mexicanos Felipe Calderón e Vicente Fox, os uruguaios Luis Alberto Lacalle e Julio María Sanguinetti e os espanhóis José María Aznar e Felipe González, a Declaração do Panamá faz um alerta à “grave alteração institucional, política, econômica e social que afeta sem distinções os nossos irmãos venezuelanos” , e denuncia a “ausência de independência da Justiça, a perseguição judicial dos que se manifestam e se expressam politicamente como dissidentes frente ao referido Governo [além da] presença reiterada de atos de tortura por funcionários do Estado, a existência de grupos paraestatais armados e de apoio ao próprio Governo, em um ambiente de total impunidade”.
Neste tom, os signatários afirmam promover “um clima de paz e de negociações”, a rigor desprezando esforços para o reatamento do diálogo e, figurativamente, jogando mais gasolina na fogueira.
A iniciativa para a declaração partiu de González e do atual primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, escolhido pelo Parlamento Europeu para tomar “todas as iniciativas pertinentes” e conseguir “a libertação imediata” de Ledezma, López y Ceballos. Com a delegação à Espanha do papel de trator, o Legislativo europeu finalmente dá pernas à sua resolução de 21 de dezembro de 2014, aprovada com esmagadora maioria de 476 votos contra 109 e 49 abstenções, mediante a qual condenou a “prisão de manifestantes pacíficos, estudantes e líderes políticos” – resolução que Nicolás Maduro desancou como “medida de despiste da crise europeia”.
O modus operandi de González em sua recente visita a Caracas não deixa dúvidas: para muito além da preocupação retórica com os direitos humanos dos presos, a estratégia hispano-europeia visa mesmo a interferir no processo eleitoral venezuelano, com a escolha de um lado.
Os crimes de López e Ledezma e o coro da tergiversação
Não é preciso ser “chavista”, mas apenas profissional em busca “da independência e do rigor, como virtudes essenciais do jornalismo”, como reza o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset, para perceber um fenômeno perturbador: um poderoso coro político-midiático-internacional tenta transformar Ledezma, López e Ceballos em heróis da resistência democrática, omitindo do noticiário e do debate a gravidade de seus atos.
Quais são as efetivas transgressões dos dois ex-prefeitos?
Em primeiro lugar, Antonio Ledezma não está mais encarcerado e, sim, usufruindo de prisão domiciliar, após submeter-se a uma cirurgia. Detido em 19 de fevereiro, é acusado pela Promotoria venezuelana de conspiração e associação criminosa ocorrida em setembro de 2014. Pano de fundo é seu contato com os paramilitares Lorent Gómez Saleh e Gabriel Valles, segundo o ex-ministro do Interior venezuelano Miguel Rodríguez Torres, associados ao ex-presidente colombiano Álvaro Uribe. Ledezma confirmou conhecer os dois agentes, mas negou envolvimento em planos de desestabilização do governo Maduro.
Ex-governador do Distrito Federal, eleito em 2008 com 52% dos votos para o cargo de prefeito de Caracas – cargo cujo poder Hugo Chávez esvaziou, criando a figura do “Chefe de Governo de Caracas” – Ledezma é antigo desafeto do “chavismo”, contra o qual já protestou com greves de fome e manifestações públicas.
A acusação de sua vinculação aos paramilitares do ex-presidente ultradireitista colombiano Uribe é grave, e soma-se à denúncia do colombiano como autor intelectual do assassinato do jovem deputado “chavista” Robert Serra, ocorrido em 2014, logo atribuído pela oposição venezuelana a “acertos de contas” entre os próprios “chavistas”.
As acusações contra Uribe – encarniçado desafeto do “chavismo” – não são invencionices ou mais uma “madurada” do presidente venezuelano, que desde sua posse, em 2013, denunciou mais de 12 conspirações golpistas. Cabe lembrar que em agosto de 2014, a Segunda Comissão do Senado da Colômbia deu início a demorado ciclo de debates sobre o eventual envolvimento de Uribe com o narcotráfico e a manutenção de bandos paramilitares clandestinos; debates que deverão gerar investigações.
Conterrâneo de Uribe, o secretário-geral da Unasul Ernesto Samper advertiu ao The Guardian (9/10/2014) que “o assassinato do jovem legislador Robert Serra, na Venezuela, é um sinal preocupante da infiltração do paramilitarismo colombiano”.
Já Lepoldo López encarna sem dúvida a facção mais agressiva da oposição venezuelana, cuja liderança disputa com Henrique Capriles, tentando atrair os seguidores deste para uma plataforma mais radical, de aberta ruptura com a institucionalidade democrática. Contra ele pesam graves acusações, envolvendo a marcha oposicionista de 12 de fevereiro de 2015, em Caracas, durante a qual López conclamou a massa pela derrubada de Maduro, ocasionando a morte de três e o ferimento de dezenas de pessoas.
Segundo Luis Vicente León, diretor do instituo de pesquisa de opinião Datanálisis, simpatizante da oposição, “López tinha perdido terreno, pois já não era prefeito (do distrito de Chacao) e estava inabilitado politicamente”. Uma vez que Capriles fora consagrado como líder inquestionável da oposição, segundo León, “o radicalismo foi a única saída enxergada por López para recuperar sua suposta liderança”.
Como derradeiro lance, ao entregar-se voluntariamente López apostou em sua martirização, mas a conta não fechou. Preso, as acusações da Promotoria foram do homicídio ao terrorismo, logo atenuadas para “instigação ao delito, danos materiais, incêndio de edificação pública e associação criminosa”.
Projetada sobre esse cenário, a intenção de Felipe González – com sua mirada de soslaio para a conjuntura espanhola e na ressurreição eleitoral do PSOE – de “reinserir os direitos humanos no topo da agenda latinoamericana” merece toda a desconfiança como manobra demagógica.
Nicolás Maduro em seu labirinto
Marcando distância da direita, mas também do “chavismo” empedernido, ganha credibilidade e respeito a posição da presidente Dilma Rousseff, quando adverte em recentes entrevistas à TV francesa e à Deutsche Welle TV que o Brasil não incentiva o golpismo, nem é intervencionista, mas aposta na garantia das liberdades individuais e insiste no diálogo como método imperativo para dirimir conflitos e salvaguardar a prevalência do Estado de Direito – um recado para a direita gorila e sua imprensa, mas também ao governo Maduro.
Na Venezuela não impera uma ditadura. Talvez o estilo “chavista” de governar possa ser descrito como “hegemonismo radical” com tinturas autoritárias; intransigente e pouco criativo.
Ao Brasil não interessa o prolongamento da interminável crise venezuelana, mas seu governo não se tem deixado pressionar pela “missão González”, preferindo agir cautelosamente, por vezes, nos bastidores.
Tentativas golpistas para varrer do mapa os governos do PSUV na Venezuela foram notórias, com Hugo Chávez vítima de uma delas, em 2002. Porém, não escapa à observação da diplomacia brasileira que, tanto Chávez como Maduro têm apelado à “Ley Habilitante” para governar por decreto; decisões que soem provocar urticária no Planalto
São notórias também duas inabilidades de Nicolás Maduro. Primeiro, sua impaciência ou inapetência para insistir no diálogo com a oposição, ainda que setores desta se revelassem embirradas e recalcitrantes. Denunciando seu confrontacionismo, Maduro e o núcleo duro do PSUV teimam em cair na armadilha, apostando, eles mesmos, na confrontação e desse modo engessando o diálogo genuíno . Foi o que advertiu José Pepe Mujica, durante sua presidência pro tempore da Unasul, cansado de insistir na necessidade de paciência e crença no diálogo.
A segunda e catastrófica imperícia de Maduro consiste em não articular a divisão da oposição e investir em pactos pontuais com Henrique Capriles, afastando-o dos setores abertamente golpistas. Sem falar de sua boquirrotice e seu destempero no tratamento de personalidades do cenário internacional, que ao invés de impulsionarem a solidariedade mais contribuíram, se não para o isolamento da Venezuela, pelo menos para a ridicularização de seu mandatário.
Em Caracas continua o jogo da polarização e não há sinal de que seus atores queiram mudar a tática de seus times.
Infelizmente, o tempo não corre a favor de Nicolás Maduro.
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Frederico Füllgraf é jornalista em Santiago (Chile). Transcrito do Observatório da Imprensa.
O portal Diário do Centro do Mundo recebeu ordem judicial para retirar do ar suas reportagens investigativas sobre a apreensão de 445 quilos de cocaína transportados em um helicóptero da família do senador Zezé Perrella, aliado de Aécio Neves.
Redação Portal Forum
Por conta de uma liminar da juíza Mônica de Cassia Thomaz Perez Reis Lobo, o DCM foi notificado a “suspender a publicidade das notícias veiculadas no site” sob pena de pagar mil reais de multa por dia. O hotel-fazenda Parque D’Anape, no interior de São Paulo, entrou com um processo por ter sido citado em três reportagens sobre o caso do helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) – aliado histórico do presidenciável tucano Aécio Neves -, apreendido com 445 quilos de cocaína no Espírito Santo, em novembro de 2013.
As três matérias, ‘Tenho Medo de Morrer’: o piloto do helicóptero dos Perrellas fala ao DCM”; “O helicóptero dos Perrellas pousou em hotel de São Paulo”; e “O fracasso da guerra às drogas e o helicóptero dos Perrellas” deram base para o documentário investigativo “Helicoca: o helicóptero de 50 milhões de reais”, realizado pelo jornalista Joaquim de Carvalho.
De acordo com texto publicado, Kiko Nogueira, diretor-adjunto do DCM, o portal não foi ouvido e nem teve a oportunidade de apresentar qualquer defesa. “Mesmo determinando a retirada das reportagens, a juíza Mônica afirma que isso não significa ‘prejuízo do direito de livre expressão e crítica’”, escreveu Nogueira.
O documentário pode ser visto aqui, enquanto não for retirado do ar.
[Veja os links: A Polícia Federal, a Polícia Estadual do Espírito Santo, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro são os principais poderes que deram sumiço no processo e na droga. O helicoca já foi entregue ao dono, talvez com pedido de desculpa.
A única justiça que pode acontecer: a da omertà (a lei do silêncio) imposta pelos mafiosos. E a dos justiceiros: transformar testemunhas e empregados dos traficantes em arquivo morto.
A justiça tão generosa no golpe a jato, jamais concederá delação premiada aos pilotos do helicóptero dos Perrella. Jamais]
Leia reportagem de Cíntia Alves: “O aeroporto de Cláudio, o helicóptero e a rota do tráfico de drogas”. Aqui
Temos que combater as chacinas policiais. Quantos coronéis da Polícia Militar do Rio de Janeiro foram presos como chefes de quadrilhas?
Temos que combater o envolvimento de policiais federais com políticos corruptos. Foi assim que desapareceu um helicóptero com meia tonelada de cocaína.
Temos que combater os incêndios criminosos em tribunais. Principalmente o engavetamento de processos, que é um julgamento parcial que beneficia criminosos.
Incêndios que se alastram pelas favelas, inclusive os despejos judiciais que enriquecem os especuladores imobiliários. Como é o caso da chacina do Pelourinho, para enriquecer o doleiro Naji Nahas, que já dividiu uma carceragem com o capo Daniel Dantas.
O México está em chamas pelo luto de 43 estudantes assassinados pela guarda dos governadores e prefeitos. Hoje é do conhecimento internacional: o narcotráfico cuida de outros negócios como o tráfico de minérios e de moedas. Esse governo paralelo se faz com a contaminação dos poderes considerados mais do que legais: o executivo, o judiciário, o legislativo e a imprensa, que se transformaram em poderes divinos, absolutistas e intocáveis.
O Brasil precisa ouvir o povo, através de plebiscitos e referendos, tendo como modelos as nações democráticas que aperfeiçoam os direitos humanos, para a felicidade do povo em geral.
La opinión generalizada sobre el gobierno, en todos sus niveles, va cayendo a nivel banqueta. A un reclamo se suman otros; algunos son los pendientes del pasado, los más van brotando como hongos en bosque llovido. “Esto ya nadie lo para”, sentenció un hombre de larga experiencia en una manifestación provinciana.
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El diario The Economist publicó que “la democracia no llevó justicia a México”. Comencemos por recordar que no hay democracia en México; lo que hay son votaciones, ilegales en su mayoría porque se rebasan los topes de campaña, se compran votos, se regalan pollos o tarjetas con saldo a cambio de cruzar una boleta, etc. A esto se le agregan la abstención, el voto “tibio” que se monta en la inercia de las campañas y el voto emitido para los partidos que no tienen posibilidad alguna de triunfo (otra forma de evadir la responsabilidad ciudadana).
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Si tomamos una carretera que lleva a la ciudad de Pachuca, por ejemplo, llegaremos a esa ciudad. Es ilógico sorprendernos por este resultado. De la misma manera es obvio que, por el camino del abuso de poder, de la impunidad y de la delincuencia institucional, lleguemos a donde estamos hoy. La mala noticia es que la carretera sigue y sigue a destinos peores. Cuando Fox ganó la elección presidencial, ¿estuvimos mejor? Sólo en los noticieros. Cuando Calderón y Peña Nieto llegaron ilegalmente a la presidencia, ¿mejoró o empeoró la vida de los mexicanos? A las pruebas me remito. Tomamos el camino equivocado, por eso estamos en la situación equivocada. Todas las decisiones tienen consecuencias. Todas: buenas y malas.
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Los estudiantes no hicieron su aparición antes de la tragedia de Ayotzinapa. Esta vez les tocó a ellos como antes a otros sectores de la sociedad. ¿Hace falta que nos toque a nosotros, a usted y a mí, para que nos indignemos y alcemos la voz? Tomemos conciencia de que ya no queda zona neutra, porque callar robustece la impunidad. La inacción del gobierno -y sobre todo sus informes contradictorios- es, en sí, una acción. Inadmisible, por cierto. Quien decide no tomar una decisión, ya la tomó. No actuar también es una acción.
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Todos somos Ayotzinapa porque las 43 desapariciones forzadas fueron cometidas contra todos los mexicanos. Ese evento fue sólo la gota que derramó un vaso colmado de todo lo que los gobiernos y sus cómplices nos han hecho y nos siguen haciendo. Estamos regidos por gobernantes sin freno, sin ley, sin castigo… es decir por gobernantes que van contra los fundamentos de la nación. Ellos, y no los manifestantes, son los anarquistas. No hay gobierno en sus actos, no hay legalidad, sólo su interés por seguir enriqueciéndose.
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El jueves se aprobó el presupuesto de egresos del país en 2015. Viene con un déficit de 641 mil millones de pesos. Con el precio del petróleo de exportación a la baja, ¿a quién piensa usted que se le endosará ese faltante? De una manera o de otra, al ciudadano de a pie… ¡otra vez! Por supuesto no a los funcionarios públicos ni a sus compinches. Estos abusos constantes son la leña que aviva la indignación encendida en Ayotzinapa. Recurrencia que no ofrece esperanza de salida si no hay presión por parte de la sociedad civil. El que calla, otorga. Así que no esperemos que el pueblo siga aguantando. Hacerse presente es la única salida pacífica a la crisis de hoy.
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El profesor Rafael Reygadas, de la UAM Xochimilco, con la boca tapada, 43 mesas, sillas y fotografías de los normalistas desaparecidos, se declaró en huelga. A sus espaldas, un cartelón decía: “No puedo dar clase, me faltan 43. No quiero que mañana me faltes tú.”
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Creo que el mínimo acto de humanidad y nacionalismo que podemos hacer, cada mexicana y mexicano, es tomar conciencia de lo que sucede y levantar nuestra voz individual, única y libre. En nuestra situación, el silencio no es opción.
OS DELEGADOS DA LAVA JATO AGEM COMO POLÍTICOS E NÃO COMO POLICIAIS
por Paulo Nogueira
Palmas, de pé, à jornalista Julia Duailibi, pelo artigo publicado no Estadão de hoje.
Julia jogou luz onde há escuridão, uma das missões mais nobres do jornalismo – e menos seguidas, lamentavelmente, pelas grandes companhias jornalísticas brasileiras.
As luzes iluminaram a completa, abjeta, despudorada falta de isenção dos delegados da Polícia Federal incumbidos da investigação do caso Petrobras.
Julia teve acesso a mensagens que eles compartilharam durante a campanha – e a investigação — em grupos fechados na internet.
O conteúdo das mansagens é brutalmente incompatível com o espírito isento que deve nortear investigações.
Eles ali já condenaram antes de apurar.
Imagine entregar um caso policial que envolva políticos à redação da Veja: é, na essência, o que vem acontecendo na Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Os delegados têm que ser imediatamente afastados dessa investigação, e substituídos por policiais que concluem apenas depois de apurar os fatos.
A dúvida é se a PF foi deliberadamente aparelhada por grupos políticos antipetistas ou se a ela costumam acorrer, como na época da ditadura militar, pessoas para as quais a esquerda come criancinha.
O delegado Igor Romário de Paula, sob o qual trabalham policiais incumbidos da Lava Jato, participa de um grupo no Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção.
O símbolo deste grupo, conta Julia Duailib, é “uma caricatura de Dilma, com dois grandes dentes incisivos que saem da boca, e coberta por uma faixa vermelha na qual está escrito: Fora, PT!”
[O delegado] Paula responde diretamente ao superintendente da Polícia Federal do Paraná, Rosalvo Franco.
O coordenador da Lava Jato, o delegado Marcio Anselmo, se referiu a Lula numa mensagem como “anta” – termo usado por muitos anos pelo colunista da Veja Diogo Mainardi.
Fica claro como chegou à Veja a “informação” de que Dilma e Lula sabiam de tudo. Ação entre amigos, irmãos de fé — e uma acusação com credibilidade abaixo de zero, como se comprova agora.
A Polícia Federal deveria, em tese, ser uma solução para o Brasil.
É, na realidade, um problema, e um problema de enormes proporções.
O que a jornalista Julia Duailibi revelou aos brasileiros foi um dos maiores escândalos da história recente do país.
Não basta fazer uma reforma superficial na PF.
Ela tem que ser reinventada para que seus agentes se comportem como policiais – e não como políticos que, longe dos holofotes, conspiram contra a democracia.
Tudo da Lava Jato tem, agora, que ser revisto à luz das informações de Julia Duailib.
Mais uma vez, palmas para ela.
De pé.
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Nota do editor do blogue: Leia o artigo de Julia Duailib aqui. Veja quanto a Polícia Federal pode ser facciosa, partidária. Agora se pode entender porque esta mesma polícia abandonou as investigações do helicóptero do pó. Vide link.
Eis a foto de capa da OCC, que o delegado Paula participa:
Confissão de culpa. A organização usa a mesma capa da revista Veja, publicada na antevéspera das eleições do segundo turno. Tudo planejado para eleger Aécio Neves, tanto que foi com a revista Veja nas mãos, e com o texto acima da capa, que o candidato tucano fez a primeira pergunta para a Dilma no último debate, realizado pela TV Globo.
Agora, a Organização de Combate à Corrupção está promovendo uma grande marcha para o próximo dia 15, feriado nacional para comemorar a Proclamação da República.
A marcha pretende reunir as polícias, e tem um apelo implícito às Forças Armadas. É um movimento golpista. Antidemocrático. Que pede o retrocesso e a volta da ditadura militar.
O IMPORTANTE DESTES APELOS É A COMPROVAÇÃO DE QUE O POVO TEM MEDO DA POLÍCIA MILITAR. E NUMA DITADURA O PODER DA POLÍCIA SE TORNA MUITO MAIS CRUEL. AUMENTAM AS PRISÕES ARBITRÁRIAS, OS SEQUESTROS DE PRESOS POLÍTICOS, QUE SÃO TORTURADOS E ASSASSINADOS. A CAMPANHA DO GOLPE DE 64 PROMETIA TAMBÉM COMBATER A CORRUPÇÃO, QUE SÓ FEZ AUMENTAR, E QUE CONTINUA NOS DIAS ATUAIS.
A cocaína causa uma intensa e rápida euforia que é seguida imediatamente pelo oposto – uma intensa depressão, tensão e avidez por mais droga. As pessoas que a consomem não comem nem dormem adequadamente. Elas podem sofrer uma frequência cardíaca muito elevada, espasmos musculares e convulsões. A droga pode fazer a pessoa sentir–se paranoica,1 zangada, hostil e ansiosa, mesmo quando a pessoa não está eufórica.
Não obstante a quantidade ou frequência do consumo da droga, a cocaína aumenta o risco do consumidor de sofrer de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, convulsões ou falha respiratória, podendo qualquer um destes causar morte súbita.
Quais são os efeitos da cocaína a longo prazo?
A palavra “agarrado” foi inventada há muitos anos para descrever os efeitos colaterais negativos do uso constante da cocaína. À medida que a tolerância à droga aumenta, torna–se necessário usar cada vez quantidades maiores para conseguir a mesma euforia. O uso diário prolongado causa perda de sono e de apetite. Uma pessoa pode tornar–se psicótica e começar a ter alucinações.
Como a cocaína interfere na maneira como o cérebro processa os produtos químicos, uma pessoa precisa de cada vez mais droga para se sentir “normal”. As pessoas que se tornam viciadas em cocaína (assim como pela maioria das outras drogas) perdem o interesse nas outras áreas da vida.
Reduzir a droga causa uma depressão tão severa que a pessoa fará quase tudo para conseguir a droga – até mesmo cometer assassinato.
E se não conseguir a cocaína, a depressão pode tornar–se tão intensa que pode levar o toxicodependente ao suicídio.
Efeitos a curto prazo
Perda de apetite
Aumento do batimento cardíaco, pressão sanguínea, temperatura corporal
Contração dos vasos sanguíneos periféricos
Aumento da velocidade respiratória
Pupilas dilatadas
Padrões de sono perturbados
Náusea
Hiperestimulação
Comportamento bizarro, instável, por vezes violento
Alucinações, hiperexcitabilidade, irritabilidade
Alucinações tácteis que criam a ilusão de insetos a rastejar por baixo da pele
Euforia intensa
Ansiedade e paranoia
Depressão
Ânsia intensa pela droga
Pânico e psicose
Doses excessivas (mesmo que seja apenas uma vez) podem causar convulsões, derrames vasculares cerebrais e morte repentina
Efeitos a longo prazo
Danos irreversíveis nos vasos sanguíneos coronários e cerebrais
Tensão arterial elevada que causa ataques cardíacos, derrames vasculares cerebrais e morte
Danos no fígado, rins e pulmões
Destruição dos tecidos nasais se inalada
Falhas respiratórias se fumada
Doenças infecciosas e abcessos se injectada
Má–nutrição, perda de peso
Decadência dentária severa
Alucinações auditivas e tácteis
Disfunções sexuais, danos reprodutivos e infertilidade (tanto no homem como na mulher)
Desorientação, apatia, confusão e exaustão
Irritabilidade e perturbações de humor
Aumento da frequência do comportamento de risco
Delírio ou psicose
Depressão severa
Tolerância e dependência (mesmo quando consumida apenas uma vez) “Não toque na cocaína. Passei dois anos na cadeia por causa desta droga. E quando saí, a vida era tão difícil que comecei a consumir a droga outra vez. Conheço 10 mulheres que se tornaram prostitutas por causa da cocaína. É muito mais extrema e degradante do que acreditamos. Na altura não nos damos conta até que ponto nos destrói.” – Shawne
Minha solidariedade aos 66 bloqueiros perseguidos por Andréa e Aécio Neves.
Rapazinho e mocinha, o avô de vocês disse que o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade. Disse não, leu, porque quem escreveu foi o gost writer Mauro Santayana. Talvez por isto vocês não se sintam obrigados a segui-lo. É assim que você quer superar a sua insignificância Aécio, censurando os que apontam os seus vícios, erros e falcatruas.
Você e a desvairada da Andréa colocaram a polícia civil em minha casa, com ordem judicial, apreender meus equipamentos eletrônicos, enquanto um promotor me acusou de fazer parte de uma quadrilha de falsários a movimentar um bilhão de dólares anuais.
Reagi com a tranquilidade dos inocentes, que nada devem, e ofereci ao ínclito Ministério Público de Minas Gerais, através da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa mineira, a quebra dos meus sigilos fiscal, bancário e telefônico. Por que não quebram? Porque sabem que sou aposentado do INSS, nada devo, nada preciso temer, e a farsa cairá por terra.
Seja homem, Aécio! Seja mulher, Andreia! Vamos conversar.
Expliquem o desvio do dinheiro da saúde, da ponte que caiu, ou melhor, viaduto, de todos os superfaturamentos, da mentirada sobre o deficit zero, dos aeroportos de Cláudio e Montezuma, de suas ações pessoais com ilícitos, no caso de Aécio com as drogas pesadas como toda a rede social divulga.
Expliquem de quem são os 450 quilos de cocaína encontrados no helicoca dos Perrellas.
Você é um blefe de discursos mofado.
Sou contra todo e qualquer crime, e por isso desejo que todos sejam apurados, inclusive os de vocês.
Explique-se, de maneira simples, como eu fiz: abri os meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao MP, à Justiça, e estou oferecendo, de público, à mídia ou a quem interessar possa, desde que, sem medo, de mãos limpas e almas puras, possam fazer o mesmo.
Você é um blefe, não é sério. É um marionete manipulado por sua irmã Andréa.
É a minha liberdade de expressão e a minha liberdade de imprensa que eu uso. Para me defender basta apenas os meus bons costumes, e a minha história. História, você um garoto mimado, também a tem, mas bons costumes duvido.
Geraldo Elísio – Repórter
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Propaganda típica do PSDB de Minas Gerais in PT Saudações