OS (E)LEITORES DA REVISTA VEJA VOTANDO EM SÃO PAULO

OS TELESPECTADORES DA TV GLOBO VOTANDO EM PERNAMBUCO

O acidente aéreo que ceifou a vida de Eduardo Campos criou o voto dos justiceiros. O voto de vingança. Porque foi espalhado o boato de que “o PT matou Eduardo Campos”.
Tal mentira ajudou a eleger desgastados governadores do PSDB, a começar por Geraldo Alckmin que, sem nenhuma protesto de Aécio Neves, fez divulgar a seguinte propaganda:
Uma propaganda que representa uma traição ao candidato tucano a presidente. Mas todo o PSDB aprovou. Que São Paulo é a maior cidade do Nordeste.
Em Pernambuco, todos os candidatos petistas foram considerados assassinos. Resultado: o PT não elegeu o senador e nenhum deputado federal e diminuiu sua bancada na Assembléia Legislativa.
A atoada de que “o PT matou Eduardo Campos” sobrou para Dilma e para o candidato a governador Armando Monteiro, e os dois vinham liderando as pesquisas.
O candidato Paulo Câmara Ardente, casado com uma prima de primeiro grau de Eduardo Campos, foi o candidato a governador campeão de votos no Brasil.
A coscuvilhice de “o PT matou Eduardo Campos” transformou em assassinos os deputados federais não eleitos Fernando Ferro, João Paulo, que foi candidato a senador, Pedro Eugênio, Paulo Rubem Santiago (do PDT, candidato a vice-governador), e os deputados estaduais Manoel Santos, Odacy Amorim, Sérgio Leite, Teresa Leitão.
A reação do PT foi pedir investigação sobre autoria de diversas pichações que apontam a legenda como responsável pela queda do avião que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Noticiou a imprensa nacional no primeiro turno: A frase “O PT matou Eduardo Campos” aparece em muros do Recife e em vários municípios. “Parece que estamos entrando em uma espécie de obscurantismo de campanha. É preciso que isto seja investigado e que os responsáveis sejam identificados e devidamente punidos, já que o fato dialoga com a eleição que está em curso”, disse a presidente estadual do PT, Teresa Leitão.
As fotos das pichações foram publicadas em todos os jornais e mostradas pelas televisões. Na internet, os nojentos memes:
O PT, por incompetência, notadamente em Pernambuco e São Paulo, pretendeu anular uma campanha emocional com uma contrapropaganda racional. Alckmin, além de usar o cadáver de Eduardo Campos, continua a jogar com o volume morto das represas, garantido que não vai faltar água em São Paulo. Agora, para eleger Aécio.
Não foi divulgado que Eduardo Campos, quando comprou o avião, demitiu a antiga a tripulação, que foi substituída por pilotos de sua confiança. Pilotos que não conheciam o avião, que antes de explodir, teve um pane elétrica, logo nos primeiros vôos de Eduardo e Marina Silva.
Limitou-se o PT a comprovar que o avião foi comprado com dinheiro do caixa 2, e no nome de empresas laranjas.
O certo é que o corpo de Eduardo Campos continua insepulto. Não se sabe até onde a propaganda fúnebre influenciará a votação do segundo turno. Relembre que o primeiro ato da campanha de Aécio Neves, neste segundo turno, foi visitar a viúva de Eduardo.
O zunzum do atentado teve como base um texto que apareceu na web, logo depois do fatídico 13 de agosto, usando indevidamente o nome do coronel do Exército José Ori Dolvin Dantas, comprovando que o avião foi sabotado.
Garante o coronel que o texto jamais foi escrito por ele, e anunciou que está tomando “as devidas providências cabíveis para descobrir quem usou seu nome e seu currículo, indevidamente”.
Os políticos do PT acusados também precisam desmontar a câmara ardente, e condenar os pichadores de muros, os mexeriqueiros, os violadores de túmulo, os vivos-que=carregaram-o-morto de cidade em cidade, os que criaram a inverdade do atentado para matar Eduardo, os infames acusadores de um falso assassinato. Eleição não é linchamento.
Segundo o colunista Janio de Freitas, ao demorar para anunciar seu apoio a Aécio Neves (PSDB), Marina Silva “instalou a implosão em dois partidos”: “proporcionou tempo para que uma ala do PSB, com o estandarte da viúva de Eduardo Campos, articulasse o abandono da linha tradicional do partido, de centro-esquerda”, e um racha de parte da Rede, que considerou a adesão “grave erro” e contrária ao projeto original
247 – O colunista Janio de Freitas atribui a Marina Silva o apelido de “divisora”. Segundo ele, ao ‘espichar as atenções por mais uns dias sobre sua posição no 2° turno, ela instalou a implosão em dois partidos’.
No PSB, diz que ela proporcionou tempo para que uma ala, com o estandarte da viúva de Eduardo Campos, articulasse o abandono da linha tradicional do partido, de centro-esquerda, e a necessária derrubada dos dirigentes mais identificados com sua formação.
Quanto a Rede, lembra que parte da sigla considerou adesão a Aécio, decidida por Marina, “grave erro” e contrária ao “projeto original”, ao torná-la “parte da polarização PT x PSDB”.
por Janio de Freitas
A adesão de Marina Silva a Aécio Neves é o seu caminho convencional, mas, para formular os argumentos vazios que invocou, não precisava de tantos dias, bastavam minutos. Além disso, Marina já tem convivência bastante com a política para saber que nenhuma condição exigida de Aécio tem valor algum: se eleito e por ela cobrado, não esqueceria o velho refrão político “as circunstâncias mudaram”. Ao espichar as atenções por mais uns dias, no entanto, Marina instalou a implosão em dois partidos. Um feito, sem dúvida.
A demora de Marina proporcionou tempo para que uma ala do Partido Socialista Brasileiro, com o estandarte da viúva de Eduardo Campos, articulasse o abandono da linha tradicional do partido, de centro-esquerda, e a necessária derrubada dos dirigentes mais identificados com o PSB. Novo rumo: adesão a Aécio.
Em termos partidários, é como se o PSB fosse extinto, com uma descaracterização que preserva apenas o nome e a sigla. Não de todo, aliás, com o humor já se referindo ao “novo PV”: não de Partido Verde, mas Partido da Viúva.
O manifesto “A favor da nova política” tem argumentos consideráveis e reúne, em corrente própria, os que se integraram à Rede Sustentabilidade, partido de Marina, para construir novos modos de fazer política. E consideram a adesão a Aécio, decidida por Marina, “grave erro” e contrária ao “projeto original da Rede Sustentabilidade”, ao torná-la “parte da polarização PT x PSDB”. A adesão agrava-se porque Aécio, diz o manifesto, tem “integração orgânica à desconstituição de direitos, aos ruralistas e ao capital financeiro”, três frentes a que a Rede se opõe por princípio.
Para contornar a reação de correligionários valiosos, Marina Silva precisará de argumentos melhores do que lhe bastaram para aderir ao candidato do PSDB, em vez de “rejeitar as duas candidaturas”. Rede se remenda. O PSB, não.
Jornal GGN – Sete coordenadores do Rede Sustentabilidade em São Paulo saíram do partido em protesto à adesão de Marina Silva à candidatura de Aécio Neves. São eles os coordenadores executivos Valfredo Pires e Marcelo Pilon; os coordenadores de comunicação Emílio Franco e Renato Ribeiro; os coordenadores de finanças Gérson Moura e Marcelo Saes e o coordenador de organização Washington Carvalho.
Na parte mais dura do manifesto, o grupos salienta que “As nossas esperanças de um Brasil mais justo, mais ético e mais sustentável mostraram-se como mercadorias, à venda por promessas que não surtirão resultados a médio e a longo prazo”.
Folha de S. Paulo (por Gustavo Uribe) – Em carta, sete coordenadores do partido pediram renúncia de suas atribuições
No texto, o grupo afirma que o apoio a qualquer um dos candidatos à sucessão presidencial neste segundo turno reforça a polarização entre PT e PSDB, criticada pela Rede no primeiro turno da disputa eleitoral.
Em uma crítica ao PSDB, o grupo afirma que não pode servir indiretamente a um projeto de poder que “já foi testado” e com o qual não concorda. Ele ressalta ainda que não responderá pelo “assassinato” de ideais e princípios que o atraíram à Rede.
“No primeiro turno, a Rede tinha como discurso sair da polarização entre PSDB e PT. E, agora, quebra-se essa posição”, criticou Pires.
O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, divulgou neste sábado (11) uma carta aberta em que apoia a reeleição de Dilma Rousseff (PT) e afirma que seu partido “traiu a luta” do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ao se aliar a Aécio Neves (PSDB).
Amaral diz na carta que ao se aliar “acriticamente” à candidatura Aécio Neves, o bloco que controla o partido “renega compromissos programáticos e estatutários” e “joga no lixo o legado de seus fundadores”.
“Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB.”
Por vingança, dentro do PSB, um grupo de dirigentes em Pernambuco pretende tirar Roberto Amaral da presidência da sigla. O mais cotado para o cargo seria o gaúcho Beto Albuquerque, líder da bancada ruralista na Câmara dos Deputados,e lobista das empresas de fumo, armas e transgênicos, que concorreu como vice de Marina, que se declarou herdeira da Campos e viúva.
Leia abaixo a íntegra da carta aberta:
“Mensagem aos militantes do PSB e ao povo brasileiro
A luta interna no PSB, latente há algum tempo e agora aberta, tem como cerne a definição do país que queremos e, por consequência, do Partido que queremos. A querela em torno da nova Executiva e o método patriarcal de escolha de seu próximo presidente são pretextos para sombrear as questões essenciais. Tampouco estão em jogo nossas críticas, seja ao governo Dilma, seja ao PT, seja à atrasada dicotomia PT-PSDB – denunciada, na campanha, por Eduardo e Marina como do puro e exclusivo interesse das forças que de fato dominam o país e decidem o poder.
Ao aliar-se acriticamente à candidatura Aécio Neves, o bloco que hoje controla o partido, porém, renega compromissos programáticos e estatutários, suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de seus fundadores – entre os quais me incluo – e menospreza o árduo esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e democrática.
Esse caminhar tortuoso contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de políticas neoliberais e desconhece sua própria contribuição nos últimos anos, quando, sob os governos Lula dirigiu de forma renovadora a política de ciência e tecnologia do Brasil e, na administração Dilma Rousseff, ocupou o Ministério da Integração Nacional.
Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB. A sociedade brasileira, ampla e multifacetada, não cabe nestas duas agremiações. Por isso mesmo e, coerentemente, votei, na companhia honrosa de Luiza Erundina, Lídice da Mata, Antonio Carlos Valadares, Glauber Braga, Joilson Cardoso, Kátia Born e Bruno da Mata, a favor da liberação dos militantes.
Como honrar o legado do PSB optando pelo polo mais atrasado? Em momento crucial para o futuro do país, o debate interno do PSB restringiu-se à disputa rastaquera dos que buscam sinecuras e recompensas nos desvãos do Estado. Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano. A tragédia do PT e de outros partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição: nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História condena-se a errar seguidamente.
Estamos em face de uma das fontes da crise brasileira: a visão pobre, míope, curta, dos processos históricos, visão na qual o acessório toma a vez do principal, o episódico substitui o estrutural, as miragens tomam o lugar da realidade. Diante da floresta, o medíocre contempla uma ou outra árvore. Perde a noção do rumo histórico.
Ao menosprezar seu próprio trajeto, ao ignorar as lições de seus fundadores – entre eles João Mangabeira, Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes –, o PSB renunciou à posição que lhe cabia na construção do socialismo do século XXI, o socialismo democrático, optando pela covarde rendição ao statu quo. Renunciou à luta pelas reformas que podem conduzir a sociedade a um patamar condizente com suas legítimas aspirações.
Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.
O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.
Como presidente do PSB, procurei manter-me equidistante das disputas, embora minha opção fosse publicamente conhecida. Assumi a Presidência do Partido no grave momento que se sucedeu à tragédia que nos levou Eduardo Campos; conduzi o Partido durante a honrada campanha de Marina Silva. Anunciados os números do primeiro turno, ouvi, como magistrado, todas as correntes e dirigi até o final a reunião da Comissão Executiva que escolheu o suicídio político-ideológico.
Recebi com bons modos a visita do candidato escolhido pela nova maioria. Cumprido o papel a que as circunstâncias me constrangeram, sinto-me livre para lutar pelo Brasil com o qual os brasileiros sonhamos, convencido de que o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática. Sem declinar das nossas diferenças, que nos colocaram em campanhas distintas no primeiro turno, o apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua inserção tão autônoma quanto possível no cenário global.
Denunciamos a estreiteza do maniqueísmo PT-PSBD, oferecemos nossa alternativa e fomos derrotados: prevaleceu a dicotomia, e diante dela cumpre optar. E a opção é clara para quem se mantém fiel aos princípios e à trajetória do PSB.
O Brasil não pode retroagir.
Convido todos, dentro e fora do PSB, a atuar comigo em defesa da sociedade brasileira, para integrar esse histórico movimento em defesa de um país desenvolvido, democrático e soberano.
Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2014.
Roberto Amaral“
Em 13 de agosto de 2005, escrevi que os obituários, sempre tão generosos no olho e olfato de abutres, pois sempre esvoaçam e rondam a agonia dos grandes homens, daquela vez haviam falhado no alcance e na mira. Sempre tão bons no faro e argúcia, daquela vez os obituários haviam errado o cadáver do brasileiro Miguel Arraes. No entanto hoje, no mais recente outubro de 2014, que continua o trágico 13 de agosto deste ano, o cadáver é outro. Ou melhor, Eduardo Campos ainda não é um cadáver, como foi o socialista e avô em 2005. Hoje, Eduardo Campos se tornou um fantasma, que ronda o Brasil a partir de Pernambuco.
A mudança no perfil do PSB foi de tal forma, que não devemos falar em diferenças. Talvez devêssemos falar na decomposição de um nobre que gerou um vampiro. Quando era presidente nacional do PSB, Miguel Arraes alertava que as eleições não deviam contaminar o partido. Mas o que Arraes dizia, os valores pelos quais o pensador de esquerda Miguel Arraes lutava têm agora a moldura de marketing. As ideias de Arraes não mais lutam, hoje apenas enlutam. Em lugar da luta, o luto, das suas ideias. Para o luto de Eduardo Campos.
Desde o velório, diante do seu corpo, os sinais de esgotamento do PSB pulavam entre os vivos. De fato, no contexto armado do show mortuário em frente ao palácio do governo de Pernambuco, cujo mote era uma tragédia, entre os telões com os atores políticos e pessoas com bandeiras eleitorais do PSB e de Marina Silva, a ressurreição falava mais perto à terra. Porque o significado era mais simples e baixo, nas condições do show eleitoral criado em torno da missa: a ressurreição era para Marina Silva e a inclinação à direita.
Ali começou a campanha da onipresença da direita no Recife e no Brasil, de modo sufocante e matador da sensibilidade e inteligência. A trágica morte de Eduardo Campos foi usada sem nenhum pudor. Desde o velório, plantaram-se boatos de que Dilma e o PT eram responsáveis pela morte física de Eduardo Campos. Durante toda a campanha, Eduardo Campos se tornou o personagem El Cid, aquele que morto teve o cadáver posto, amarrado a um cavalo, a cavalgar na batalha, para que desse a ilusão de vida e assim melhor ânimo espalhasse na tropa. Mas o caminho à direita já estava aberto bem antes do feito heroico do novo El Cid.
Para o PSB, Arraes como pensamento já era passamento, morte, anterior ao desastre de 13 de agosto de 2014. A sua prática, do avô, a sua destruição, pelo neto, estava em queda antes da tragédia do avião. Aquele abraçar contrários, ex-adversários, inimigos do avô Arraes, como Jarbas Vasconcelos, ao mesmo tempo que se voltava para um lugar distante de aliados, amigos de esquerda e socialistas históricos, a quem antes havia abraçado, isso já estava claro, porque se fazia a olhos vistos. Mas sempre com um sorriso aberto, que era um passaporte para a mordida, que a maioria de nós não víamos.
Uma das maiores contribuições de Maquiavel foi abstrair da análise política os propósitos virtuosos, repletos de valores éticos e edificantes. Mas isso não significa que a moral, no reino até dos animais, tenha deixado de existir. Daí que lembramos de passagem a mudança assustadora do PSB em Pernambuco, que se transformou também em partido fincado em laços de amizade e genéticos. Com Arraes, naquele tempo que se apagou definitivo, havia ex-companheiros do tempo da resistência democrática que o acusavam de concentrador, porque não distribuía generoso cargos, valores e representações, e, pior, não abria espaço para que os ex-companheiros também ascendessem ao poder no tempo das vacas gordas. Quanta ironia, quando se compara com o PSB que Eduardo Campos construiu. O neto não seguiu o avô, embora tenha usado a sua memória mais de uma vez para receber apoios na esquerda e receber atenções materiais dos governos Lula e Dilma.
Quando se olha a administração pública, pela incidência de nomes vinculados aos Campos e Arraes, temos a impressão de que estamos diante de novos nobres, ou um clã de novos Kennedys. A comparação, a lembrança do nome Kennedy, não vem por acaso, mas não cabe um aprofundamento nos limites deste artigo. O fato é que o DNA Arraes aparece em todos os caros cargos da administração. Segundo uma pesquisa publicada no site Vi o Mundo, em reportagem de Conceição Lemes, Chico Diniz e Daniel Bento, os parentes de Eduardo Campos se estendiam da mãe Ana Arraes, no Tribunal de Contas da União, a sobrinhos, tia, sogro, cunhada, ex-cunhado e primos em cargos relevantes de Pernambuco. O que mais chamava a atenção na lista era a presença de três gerações de familiares de Eduardo e Renata Campos na administração estadual, inclusive jovens. (Em http://www.viomundo.com.br/denuncias/eduardo-campos-tem-parentes-no-governo-secretario-nega-nepotismo.html ) É uma família de gênios, reconheçamos. Da mãe aos primos e filhos, a quem já prometem um futuro venturoso na política.
Que diferença, para os princípios “atrasados“ do velho Arraes, que exigia da filha Mariana uma prática de jornalismo sem privilégios, pois a deixava correr perigo em programa de rádio de Direitos Humanos, como fui testemunha e com quem trabalhei. Para o velho pensador, para o socialista Miguel Arraes, a família era acima de tudo os trabalhadores espoliados. Uma das maiores dificuldades de Gregório Bezerra, no primeiro de abril de 1964, foi convencer camponeses a não virem ao Recife. Massas de trabalhadores se dispunham a vir à luta armados apenas de facões, facas e enxadas contra fuzis e tanques do exército brasileiro. Bastaria esse fato para dar a dimensão do velho. Mas ainda é pouco. A coisa dita assim, até parece que massas ignorantes, fanatizadas, dispunham-se ao sacrifício, a entregar o próprio corpo ao genocídio. Mas não. Tal amor era manifestação testemunhal por atos concretos do que foi o primeiro governo Miguel Arraes. É com ele que surge o revolucionário, o pioneiro e odiado “Acordo do Campo”: trabalhadores da cana-de-açúcar tiveram os mesmos direitos que os trabalhadores urbanos de Pernambuco: salário, décimo terceiro, carteira assinada… deixavam de ser escravos. Daí o fanatismo daquela grande família.
As últimas notícias falam que na portaria da sede do PSB, a quem os jornais chamam com acerto de “sigla”, na região central de Brasília, chegaram a ser pregadas folhas com a inscrição: “Aqui o socialismo resiste. #nenhumvotonoPSDB”. Coitados dos idealistas, tão inocentes. E tão frágeis, porque afinal se mantiveram neste novo PSB, que nega e renega o que foi o partido de Miguel Arraes. O compressor da direita de Eduardo Campos foi mais pesado.
Há nove anos, em um 13 de agosto, escrevi “Arraes, urgente”. Naquele dia, para a memória de um dos mais ilustres brasileiros, lembrei uma declaração de princípios do velho político: “Como homem público, tenho que esperar tudo, sem queixa, porque é minha obrigação ir pra cadeia, se é pra manter a minha posição de defesa do povo e não capitular diante dele. É minha obrigação ir pro exílio, se não posso ficar na minha terra”.
Quantas ciladas a vida nos prega. Hoje, com o apoio do PSB à direita brasileira, a história responde com o fantasma do neto Eduardo Campos: Arraes, adeus.
Paulo Copacabana, em especial para o Viomundo, escreveu que as propostas de Marina eram música para os “senhores da riqueza financeira”. Troquei o nome de Marina pelo de Aécio. Por vários motivos.
Que Marina se vendeu a Aécio. Em troca do apoio, quer um ministério todinho pra ela, um mandato de quatro anos para presidente, e ser candidata do PSDB em 2018.
Finalmente, tirou a máscara de fada defensora da floresta, e desconstruiu o mito de Nossa Senhora das Dores, de uma infância parecida com a de Santa Joana d’Árc, a analfabeta que salvou a França, e o sofrimento de Santa Benadette. Santas que fizeram parte da devo√ação de Marina, noviça da Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras, em Rio Branco (AC).
“Maria Osmarina da Silva, a Marina Silva, chegou à casa das irmãs em 19 de fevereiro de 1976, 11 dias depois de completar 18 anos.
(…) ‘É a primeira vez que vive com as irmãs’, afirma o documento, guardado no arquivo da entidade.
No período de um ano e cinco meses em que ficou lá, Marina ocupava uma das três camas do quarto 07, de cerca de 25 metros quadrados ao final de um amplo corredor de paredes verde-claras que liga a sala aos quartos das aspirantes. O cômodo mantém a decoração: alguns dos móveis simples de madeira e até as colchas daquela época.
O casarão com varandas é amplo e fresco nos dias de brisa da incomum friagem (período de queda de temperatura) da equatorial Rio Branco. Tem oito quartos – para quatro moradoras e visitantes –, cozinha e copa espaçosas e um grande terreno gramado, com seringueiras e um pomar com pés de enormes laranjas e de cupuaçu. Era o seu canto favorito. ‘Ela era muito voltada à contemplação, gostava de ficar no quintal, junto às árvores, talvez um ambiente parecido com aquele em que vivia antes’, diz a irmã Eva, repetindo relatos.
O restante do tempo dividia entre as aulas no Instituto Imaculada Conceição – hoje com cerca de 700 alunos e ainda mantido pela ordem – e os estudos religiosos. ‘Ela entrou para a família religiosa com o intuito de ser irmã, mas chegou o momento em que não se encaixou e, depois de conversas, decidiu sair. A pessoa entra, conhece a estrutura e o jeito de viver, mas às vezes não se encaixa, é comum. É uma vida muito rigorosa, difícil’.
As Irmãs Servas de Maria Reparadoras tiveram origem na Itália, em 1900, voltada a ajudar e educar crianças órfãs. Chegou em 1921 ao Brasil e se instalou em Sena Madureira (AC). É da corrente progressista da Igreja Católica e atua na educação, saúde e contra violações de direitos humanos. ‘Uma moça sem ligação com educação não fica. Talvez tenha inspirado Marina, depois professora, não sei o que ela pensa disso, mas acho que influenciou nas suas opções’, disse irmã Eva, que não deve votar na ex-companheira. ‘Não fiz a opção ainda. Talvez a opção seja outra.’
Os sinais da saúde frágil já apareciam, mostra o livro. ‘Em 29/7/76, estando com gripe acompanhada de tosse, foi consultada pelo Dr. Silvestre; este solicitou uma radiografia dos campos pulmonares, a qual foi tirada no mesmo dia. Resultado: normal.’
Em julho de 1977, Marina desistiu da vida religiosa. ‘A própria candidata disse não ter vocação’ é a anotação do livro. O pai, Pedro, tem outra versão. ‘Ela queria emprego para ajudar nossa família, mas lá o dinheiro fica na comunidade. Aí desistiu”.
Marina nunca gostou de trabalhar. No seringal de onde saiu perto de completar 16 anos não foi seringueira, trabalho proibido para as mulheres. Principalmente para uma criança. Pelos perigos de ficar solta na floresta. Perigos de todos os tipos. Não se quebra, facilmente, os tabus de pequenas comunidades.
No mais, Marina teve os poderes, eleita pelo PT, de vereadora, deputada estadual, duas vezes senadora, ministra de Lula; tem as amizades das maiores fortunas do Brasil; e o pai, com 87 anos, vive no alagado de uma favela do Rio Branco, em casa de madeira.
Tem irmãs que ainda vivem nas mesmas terras de sua infância feliz.
É um conto de fadas de Cinderela: Marina empregada doméstica. O pai não ia deixar a filha sair de casa (Marina vivia e foi criada pela avó, parteira) para a cidade grande, sem ter para aonde ir. Para ficar na rua. Marina viajou para um endereço certo. A casa do tio delegado, de onde saiu por maltrato não explicado. Antes de entrar no convento ficou em uma casa tão pobre quanto a do pai dela hoje. Como agregada.
Não confundir pobreza com vida de miserável, de abandono.
Do convento, Marina saiu para estudar história em uma universidade, quando fundou a CUT, e foi candidata derrotada a deputado federal, tendo Chico Mendes como candidato a deputado estadual. Era a Marina sindicalista e comunista.
Senadora conheceu as maiores fortunas do Brasil, e foi candidata a presidente em 2010, tendo como vice um dos homens mais ricos do Brasil, explorador da Floresta da Amazônia, dono de uma empresa com o nome bem sugestivo, Natura. Este ano foi candidata, pela segunda vez, tendo como vice um latifundiário do Rio Grande do Sul, líder da bancada ruralista na Câmara dos Deputados, e defensor das empresas de álcool, fumo e armas, lóbi que não casa com Marina evangélica, parceira dos pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano.
Qual a diferença entre Maria Alice Setubal, dona do Banco Itaú e mentora do plano econômico de Marina, e Armínio Fraga, também banqueiro, que coordena a campanha de Aécio Neves?
Os dois defendem a autonomia do Banco Central, contra o Mercosul, o BRICS; e a volta do FMI e das privatizações de Fernando Henrique, o tudo para “os senhores da riqueza financeira”, e neca para o povo pobre e para os miseráveis.
Armínio Fraga era um empregado de George Soros, indicado para presidir o Banco Central no governo entreguista de Fernando Henrique.
Bancário que era virou banqueiro.
No governo de FHC, Soros se tornou o principal acionista da Vale do Rio Mais do que Doce.
A imprensa vendida brasileira informou que Soros trocou as ações da Vale por ações da Petrobras. Acho que não existe esse tipo de transa. Assim sendo, a Petrobras passou a ser sócia da Vale. Coisa pouca: 634 milhões de dólares.
O noticiário da campanha de Aécio jura que Soros, temeroso de uma vitória de Dilma, passou essas ações para não se sabe quem. Queira Deus que sim. Soros é um especulador, um predador internacional. Ladrão todo. Se aparecer na Rússia vai preso. Patrocina a atual guerra da Ucrânia e outras. Pela teoria da conspiração, mandou matar Eduardo Campos. Não acredito que seja verdade, mas que ele é capaz disso é, e de coisas piores.
Na Ucrânia, muitos dos participantes das manifestações em Kiev assumiram fazer parte de determinadas Organizações Não Governamentais (ONGs) responsáveis por treiná-los em táticas de guerrilha urbana, em numerosos cursos e conferências promovidos pela Fundação do Renascimento Internacional (IRF, em inglês), criada por Soros. A IRF, fundada e financiada pelo multimilionário, orgulha-se de ter feito “mais do que qualquer outra organização” para a “transformação democrática” da Ucrânia, afirmou.
A ação de Soros, no entanto, permitiu que ultranacionalistas passassem a controlar os serviços de segurança ucranianos, como a polícia e as forças armadas. Em abril, o secretário do Conselho de Segurança Nacional e da Defesa, Andréi Parubiy, foi acusado por testemunhas de aceitar suborno da CIA para ajudar no combate àqueles que se opõem ao governo autoproclamado. Ainda segundo o InfoWars, a operação militar de Kiev, com seu caráter violento, incluindo o incêndio na sede de um sindicato em Odesa, no qual morreram mais de 80 pessoas, também pode ser atribuído ao ativismo de George Soros e das outras organizações ligadas à IRF.
Estas mesmas ONGs foram detectadas no Brasil com um serviço semelhante àqueles prestados pela IRF à ultradireita na Ucrânia. A ONG Brazil No Corrupt seria mais uma na lista de organizações patrocinadas por organismos internacionais para a promoção de atos de vandalismo e de violência nas manifestações de rua.
No Brasil, antes e durante e depois da Copa do Mundo, no movimento #naovaitercopa. Compete, ainda, a estas organizações, o patrocínio de páginas nas redes sociais, como a TV Revolta, entre outras, criadas para disseminar o ódio e promover a desestabilização do governo instituído, em manifestações violentas nas principais capitais, com infiltrados das polícias de São Paulo e Rio de Janeiro.
Em Pernambuco, a campanha do governador eleito Paulo Câmara Ardente denunciou que “O PT mandou matar Eduardo Campos”. Resultado: o PT não elegeu o senador, e nenhum deputado federal. Os pernambucanos colocaram nas urnas o voto justiceiro. As eleições representaram um verdadeiro linchamento dos “assassinos”. Sobrou para Dilma e Armando Monteiro, candidato a governador.
Incompetência da propaganda petista. Bastaria completar a frase pichada nos muros: “O PT matou Eduardo Campos” para eleger Marina ou Aécio.
Eis o texto de Paulo Copacabana:
Não tem como fazer omeletes sem quebrar os ovos.
Esta frase, para mim, resume os desafios políticos que temos pela frente para melhorarmos nosso país nos próximos anos.
A Nova Política só começará com uma ampla discussão e mobilização popular sobre uma reforma política que permita três coisas: ampliar os canais de participação da sociedade na definição do seu próprio destino, reduzir o poder do dinheiro sobre a política e ampliar a representação das classes populares nos parlamentos brasileiros.
Para isso, precisamos de partidos fortes, democracia interna e idéias claras sobre suas posições.
Para Marina Silva representar efetivamente este ideal, não basta dizer que representa a Nova Política. Os aliados que ela carrega e o jatinho que usou financiado por caixa 2 e empresas laranjas desmentem a todo momento esta sua profissão de fé.
Ela precisa rapidamente dizer quando, como, em que direção e com quem fará uma reforma política no Brasil, já no início do seu governo.
A princípio, Marina não parece se preocupar com partidos fortes ou idéias claras. Parece carregar apenas o “espírito do tempo”, marcada por vontades de mudanças abstratas, sem saber exatamente para onde e como. Uma certa continuidade e vertente eleitoral das jornadas de junho de 2013.
Os apolíticos e os antipolíticos parecem finalmente se juntar aos reacionários e àqueles que representam a infantilização da política (quero tudo agora e de qualquer jeito).
As dificuldades de Marina em construir a Nova Política residem exatamente nesta sua frágil base politica de sustentação.
Precisará dos movimentos sociais e trabalhadores organizados para aprofundar a democracia no Brasil. Quando e se quiser fazer este aceno, será rapidamente abandonada pela sua base eleitoral. Crise política à vista.
Por outro lado, na economia política, Marina já encarna o papel de melhor guardiã da financeirização da riqueza. As poucas famílias, empresas não financeiras e bancos, que aplicam suas riquezas em diversos produtos financeiros, estão indo ao delírio com as propostas dos gurus econômicos de Marina.
Banco Central independente, altíssimas taxas de juros que procurem levar a inflação a níveis suíços, câmbio livre, cortes nos gastos públicos, redução dos salários e “outras maldades” já reveladas soam como música aos senhores da riqueza financeira.
Deve começar seu governo já refém destes interesses poderosos. Uma verdadeira crise econômica se avizinha.
Paralisia política e crise econômica pode ser o resultado mais esperado do seu governo. Marina já acenou que planeja ficar apenas quatro anos.
Não terá outra saída. De qualquer modo, já terá cumprido o papel para os senhores do dinheiro.
Para o país, uma lição a mais: a infantilização da política não produz avanços.
Paulo Câmara Ardente é o vivo-carregando-o-morto por cada cidade de Pernambuco, transformando cada comício em um velório de Eduardo Campos.
Nos discursos diz Câmara Ardente que vai realizar um governo do morto, para o morto, pelo morto. Garante fazer, em quatro anos, tudo que Eduardo não fez em oito. Um governo de faraó, de múmia de muitas pirâmides, padrão Fifa, tipo a super, super faturada Arena construída na Mata de São Loureço para os jogos da Copa do Mundo, que rendeu milhares de despejo e muita cacetada, bombas de efeito imoral, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e prisão para o povo.
Esquece Paulo de prometer se vai continuar com os serviços fantasmas do morto e as obras fantasmas do morto, tudo pago com a assinatura dele Câmara Ardente, quando secretário da Fazenda.
Também não toca no avião fantasma. Apesar do palanque sempre armado ao lado da pichação “O PT matou Eduardo Campos”.
Pergunta uma alma: -Por que matou?
Uma assombração responde: -Para eleger Marina presidente. Marina sempre garantiu que tinha mais votos do que Aécio, do que Eduardo. Que era a única candidata que podia derrotar Dilma.
Da Revolução de Trinta – e tudo indica – até os anos vinte deste século, Pernambuco teve quatro governadores que marcaram a sua História.
Marco Maciel que era da escola de Paulo Guerra que era da escola de Miguel Arraes que era da escola de Agamenon Magalhães.
Pouco importam as circunstâncias das ditaduras de 37 (Agamenon e Arraes) e de 64 (Paulo Guerra e Marco), eles imaginaram e criaram o Pernambuco que hoje vivemos.
O governo do Estado está sendo disputado por um neto de Agamenon, Armando Monteiro, e o parente Paulo Câmara (*) de Eduardo Campos, neto de Arraes.
Paulo Câmara é apenas uma sombra de Eduardo Campos, que foi um razoável, regular governador. E Armando Monteiro tem uma vivência legislativa, mas falta provar que merece comandar Pernambuco.
Vivemos uma campanha emocional, demagógica, e marcada pela baixaria da propaganda fúnebre, desde que se pede o voto dos justiceiros, que no enterro de Eduardo Campos exclamaram “justiça, justiça”, anunciando que Eduardo Campos foi assassinado e, finalmente, apelaram para o linchamento do “PT que matou Eduardo Campos”.
Outra teoria de conspiração (**), muito mais convincente, porque cita os nomes dos interessados, denuncia que os inimigos do PT, a CIA de Obama e o bilionário especulador George Soros, para impedir a reeleição de Dilma Rousseff, uma das fundadoras do BRICS contra o FMI, explodiram o avião de Eduardo Campos. Rememore que no dia 13 de agosto, dia do suposto ato de terrorismo, Dilma e Armando venceriam no primeiro turno. Assim indicavam todas as pesquisas de opinião pública.
Morto Eduardo, Marina passou a liderar as pesquisas (Ela sempre disse que possuía mais votos).
Aécio Neves, via Armínio Fraga, tem o apoio de George Soros. Idem Marina, via o Banco Itaú.
Não acredito na chacina de Eduardo Campos e de seus assessores, porque parentes das vítimas não pediram a prisão de nenhum sicário.
O irmão de Eduardo Campos deu uma entrevista, reconhecendo que foi uma morte acidental.
Por que, no anonimato dos muros, a pichação o “PT matou Eduardo Campos”?
Quem picha sabe: esse slogan sangrento rende votos.
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(*) Paulo Câmara é casado com Ana Luiza Câmara, prima de primero grau de Eduardo Campos
(**) Vide links
Como nada acontece de graça, a mídia eletrônica continua insistindo que a morte de Eduardo Campos foi um atentado político, visando impedir a vitória de Dilma Rousseff,
Para a trama assassina tanto fazia a eleição de Marina Silva, Aécio Neves ou Eduardo Campos. Estavam previstas estas três candidaturas na disputa presidencial. Um terceiro que derrotaria Dilma no segundo turno.
Aconteceu de Marina Silva não sair candidata, porque o seu partido Rede não conseguiu registro no Superior Tribunal Eleitoral (STE) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
O certo é que Marina como vice nada acrescentava à candidatura de Campos, que amargaria um terceiro lugar, e Aécio não tinha biografia nem habilidade política para derrotar Dilma no segundo turno.
Dos conspiradores a decisão de Marina voltar a ser candidata a presidente, agora tendo a seu favor a comoção popular com a morte de Campos.
Para afastar suspeitas e garantir o sucesso do complô, a estratégia de culpabilizar o PT pelo crime, e espalhar o ódio (1)
Conforme o planejado, no enterro do ex-governador de Pernambuco, pediram ao povo “justiça, justiça”.
Em uma campanha emocional de curto prazo, pouco importa a verdade. Até agora os adversários de Marina não conseguiram cortar o nó górdio desse linchamento. Ou não acreditam que ele exista (2).
por Claudio Tognolli/ Yahoo!
Vela a pena ler a lista de presidentes que, segundo a teoria da conspiração planetária de plantão 24 horas por dia, foram assassinados pela CIA, a toda-poderosa agência de inteligência dos EUA.
A bíblia desse pessoal costuma ser a obra Confissões de um Assassino Econômico, do ex-agente da CIA John Perkins.
Perkins diz que Omar Torrijos, presidente do Panamá, foi assassinado num acidente aéreo forjado em 1981. Perkins estabelece que a CIA usou o “acidente aéreo” para matar também o ex-presidente do Equador, Jaime Roldós Aguilera, também em 1981.
Até nosso João Goulart, morto em dezembro de 1976, entrou na lista dos mortos da CIA.
A mais recente papagaiada vem de Wayne Madsen, jornalista norte-americano, que se vende como repórter investigativo, mas gosta mesmo é de emitir opiniões.
Wayne Madsen publicou esta semana em sua coluna no jornal online Strategic Culture Foundation, o texto em que denuncia que a morte do candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), em acidente de avião no dia 13 de agosto, teria resultado de uma trama da CIA.
O artigo é intitulado “All Factors Point to CIA Aerially Assassinating Brazilian Presidential Candidate” (“Todos os Fatores indicam que a CIA assassinou por via aérea candidato brasileiro à Presidência”).
Madsen estabelece que uma derrota de Dilma Rousseff representaria uma vitória para os planos de Barack Obama de eliminar “presidentes progressistas” da América Latina. (3)
Madsen sustenta que “é preciso considerar que o acidente de Eduardo Campos foi o primeiro com vítimas fatais em cerca de 20 anos da existência do avião Cessna 560XLS, modelo considerado “perfeitamente seguro”.
Madsen lança sombras até sobre equipe norte-americana que veio ao Brasil investigar a queda do avião. Diz que a National Transportation Safety Board é famosa na “excelência em acobertar ações criminosas”.
Madsen é taxativo: Marina seria ligada a uma corrente chamada Terceira Via, da qual fazem parte Bill Clinton, Tony Blair e Fernando Henrique Cardoso, todos financiados por George Soros para assumir partidos ligados aos trabalhadores.
Eduardo Campos também pertenceria ao grupo, mas não venceria a eleição.
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1 – Hiago Augusto Jatoba de Camargo assassinado em Curitiba por causa do discurso de ódio contra o PT e contra a política. Participava da campanha da candidata ao governo do Paraná, Gleisi Hoffmann (PT), e da campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Era cantor, e seu nome artístico Hiago 100 Caos.
Hiago Augusto Jatoba de Camargo
2 – Efeito Pernambuco. O PT corre o risco de não eleger os candidatos a governador, senador e nenhum deputado federal.
3 – Uma vitória de Marina Silva seria a falência do BRICS nas Américas do Sul e Central. Facilitaria golpes militares na Bolívia, presidida por Evo Morales, e na Venezuela, presidida por Nicolás Maduro. E impediria a continuação da política nacionalista dos governos de Cristina Kirchner, na Argentina, Rafael Correa, no Equador, e Pepe Mujica, no Uruguai.
* Um boato que pode roubar a vitória de Armando Monteiro em Pernambuco e acabou com a campanha de Aécio Neves
* A mesma pichação deve aparecer em todos os Estados para favorecer Marina
Para acreditar em um atentado político, temos de admitir que existiu um complô, com mandantes e executores do assassinato de Eduardo Campos.
A explosão de um avião não é para amadores. Requer muito dinheiro para contratar profissionais treinados em atos terroristas.
Se for para acreditar em teorias da conspiração, seria mais verossímil a que foi publicada em Washington, culpando a CIA e o bilionário especulador George Soros, acionista da Petrobras, do Itaú e outros megas investimentos no Brasil. Vide links.
O próprio irmão do ex-governador de Pernambuco, advogado e escritor Antônio Campos acredita em uma morte acidental.
No mais, o desastre aéreo aconteceu depois de uma imprevisível tentativa de pouso do jatinho no aeroporto da Aeronáutica em Santos.
Para infelicidade do Brasil, coveiros e carpideiras aproveitaram a tragédia para realizar uma vergonhosa e suja e maldosa e caluniosa propaganda fúnebre.
Dilma que tinha o primeiro lugar nas pesquisas, que indicavam vitória no primeiro turno, foi ultrapassada por Marina Silva, nos sete dias de trégua, decretada espontaneamente por todos os candidatos, em sinal de luto por Eduardo Campos.
Aécio Neves declarou, esta madrugada, no final do debate em Aparecida, promovido pela CNBB: “A campanha eleitoral deu uma cambalhota depois da morte de Eduardo Campos”.
Falta aos marqueteiros, a competência para enfrentar Marina vestida de negro, o luto fechado de viúva, do choro piegas de mulher sofrida, de santa “ferida em nome de Deus”, de penitente frágil e doente à beira da morte, com várias milagrosas ressurreições, que se tornou, agora, vítima da “fúria” do PT.
Esta Marina comove o eleitor e, incrivelmente, o douto Procurador Geral da República Rodrigo Janot, que reconheceu, na campanha do PT, peças que pretendem criar “artificialmente na opinião pública estados mentais, emocionais ou passionais”.
Há o duplo da Marina mártir: a profetisa que imagina o apocalipse, o final dos tempos, e que apenas ela salva o Brasil do caos, com o programa econômica de Neca Setubal, É a mesma Marina do exorcismo e da satanização dos adversários.
O boato motiva o voto de vingança, que chamo de voto dos justiceiros. Apelam os golpistas para o paredão. Pedem para o povo vingar o “assassinato” de Eduardo Campos, coisa que só interessa aos poderes econômicos que patrocinam Marina Silva, a única candidata beneficiada com a morte acidental do ex-governador.
De vice, Marina passou a ser candidata a presidente, apelando para uma campanha emocional, repleta de baixarias (“a arte do passivo-agressivo”) e de falsa religiosidade.
O apelo do linchamento nas urnas começou no velório e no enterro do ex-governador de Pernambuco, quando foi orquestrado os gritos de retaliação, de desafronta: “Justiça, justiça”.
Publica o portal IG:
O diretório regional vai entregar nesta terça notícia crime à Polícia Civil de Pernambuco, pedindo investigações sobre a autoria de pichações que responsabilizam o partido pela morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB), em acidente de avião no dia 13 de agosto, em Santos, que vitimou outras seis pessoas. A inscrição “O PT matou Eduardo Campos” começou a aparecer na capital e estão se alastrando pelo interior do estado. Em alguns locais, a frase vem com um mesmo erro de ortografia: “U PT matou Eduardo Campos”.
A cor preta da tinta utilizada e a caligrafia, no entanto, são sempre as mesmas, segundo informações do PT, que já constatou a mesma frase em pelo menos cinco municípios: Palmares, Vitória de Santo Antão, Escada, Moreno, Paulista.
De acordo com a presidente do PT pernambucano, Tereza Leitão, a “provocação” aparece até em suportes de outdoors destinados à publicidade comum, que ficam na BR-232, uma das mais movimentadas rodovias federais da capital.
Ela disse que, por iniciativa de alguns diretórios municipais, como o de Palmares, a responsabilidade pela acusação já vem sendo cobrada nas delegacias locais.
“ Em alguns locais, as pichações aparecem em muros de residências. Será que os donos dos imóveis sabem quem as fez? Será que eles permitiram? É preciso investigar, pois pichação apócrifa é crime, e é um partido que está sendo acusado. Se ficar comprovada a conotação eleitoral, apelaremos à Justiça porque o fato dialoga com o pleito”, disse Tereza.
Quando Eduardo Campos morreu, acidentalmente em um desastre de avião, no dia 13 de agosto, Marina Silva foi a única que não respeitou os sete dias de luto, espontaneamente decretado por todos os candidatos a presidente da República.
No dia 14, ainda não recolhidos os restos do corpo de Eduardo no local do acidente, Marina já tinha mudado o CNJ da campanha, e transferido para uma nova conta, controlada por ela, mais de 2,5 milhões de reais.
Fez campanha eleitoral durante o velório e o enterro, e cambalachos para consolidar o lançamento do seu nome para substituir o de Eduardo, quando o PSB, partido criado por Miguel Arraes, tem socialistas ideologicamente credenciados.
Marina continua uma hospedeira no PSB, assim como incorporou Chico Mendes para realizar sua campanha presidencial em 2010, pelo Partido Verde, agora diz encarnar Eduardo Campos.
Marina foi do Partido Revolucionário Comunista
Marina não passa de uma biruta do aeroporto de Cláudio, o escravo. Já foi atéia, quando comunista, e virou católica, sendo noviça de um convento. Atualmente professa o fundamentalismo evangélico dos pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano.
Leia em Wikipédia: “Ingressou no Partido Revolucionário Comunista (PRC), organização marxista e leninista que se abrigava no Partido dos Trabalhadores, então sob o comando do deputado José Genoíno“.
Apoiada por Lula, Marina se elegeu senadora do PT pelo Acre. E Ministra do Meio Ambiente no governo Lula.
Exonerada do ministério, abandonou o PT para criar o Partido Verde, e ser candidata a presidente. Saiu do partido que fundou, e para se candidatar de novo a presidente, inventou de criar o Partido Rede, mas fracassou.
O candidato do Partido Verde é Eduardo Jorge.
Sem partido, Marina entrou no último dia permitido pela Justiça Eleitoral, para uma nova filiação partidária, apelando para o Partido Socialista Brasileiro, PSB, de Eduardo Campos, e contentando-se em ser candidata a vice.
Marina decretou hoje dia de luto
Marina lança hoje dia de luto pela morte de Eduardo quando tradicionalmente o PT realiza o “Agita 13”
Marina Silva acaba de propor que se “estabeleça, hoje, um dia de trégua na campanha” ao lembrar da morte do então candidato do partido, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que completa um mês neste sábado (13).
”Hoje é um dia muito especial para todos nós. Neste dia, eu quero estabelecer um dia de trégua na campanha”, decretou Marina. Não se sabe se ela vai exibir o programa de sua campanha na televisão. Talvez se limite à propaganda fúnebre, explorando o cadáver de Eduardo.
Marina Silva também disse que é possível achar “pessoas de bem” em todos os partidos. Para ela, “foi preciso Eduardo Campos morrer para que todos os políticos e partidos reconhecessem o seu valor.”
“Esse dia é um dia simbólico para os partidos, para os candidatos do mesmo partido e de partidos diferentes. Então, em memória de Eduardo Campos ofereço neste dia a outra face. A face do diálogo, do respeito, de que acredito nas pessoas”, completou.
Marina costuma citar Jesus. Começou com a frase “ninguém é profeta em sua terra”, para explicar suas derrotas eleitorais no Acre.
AGITA 13
Marina foi do PT, sabe que, historicamente, no dia 13 de setembro, seu antigo partido realiza o “Agita 13”.
O dia de luto de Marina é um golpe sujo. Que ela não vai parar a campanha hoje. Nem parou nos dias 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 de agosto.
Registra o portal do PT: “Chegou o #Agita13!, nosso grande dia de mobilização nacional pela reeleição de Dilma. Tem eventos espalhados pelo Brasil inteiro, e você pode conferir o mais proximo de você usando nosso mapa interativo (veja aqui).
É claro que Dilma não podia ficar de fora da programação. Ela passará o sábado em Minas Gerais, sua terra natal, e participa de dois grandes eventos muito especiais. Pela manhã, Dilma estará em Nova Lima para o Ato pelo Dia Nacional de Promoção da Igualdade Racial. No evento, Dilma vai apresentar seus 13 compromissos com o segmento, documento desenvolvido em parceria com diversos movimentos sociais. O Ato acontece na Praça do Rosário e começa às 10h.
Logo depois, Dilma vai para Belo Horizonte e participa de um novo ato, agora com a Juventude. O grande encontro será em Belo Horizonte, na praça Nova Pampulha. A chegada de Dilma está prevista para as 16h, mas desde as 11h há atividades no local”.