Sangria dos cofres públicos. Governadores armam polícia contra o povo

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Os governadores quando compram bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, balas de borracha, balas de festim, armas e veículos blindados anti-motim, anti-bombas, anti-fogo e anti-mina etc não pretendem combater o crime organizado ou desorganizado, e sim dispersar passeatas estudantis, de movimentos sociais e grevistas, marchas de protesto e despejos judiciais que, na maioria das vezes, favorecem grileiros urbanos tipo Naji Nahas e outros bandidos.

Para dois exemplos, os governadores tucanos Beto Richa, do Paraná, e Geraldo Alckmin, de São Paulo, possuem uma história de violência policial, de ações sangrentas que superam as maldades de muitos ditadores.

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Em vídeo publicado no Blog da Cidadania, professores do Paraná criticam a repressão do governador Beto Richa (PSDB) e calculam o custo do massacre que deixou mais de 200 feridos em Curitiba na semana passada; a conclusão é de que o material usado para repressão, que cabe entre as mãos em concha de uma pessoa, pagaria meio mês de salário para um professor. Veja vídeo

GÁS LACRIMOGÉNEO. A polícia pulveriza com gás pimenta, um composto químico que provoca cegueira temporária, pontadas e dor nas suas vítimas. No caso de pessoas alérgicas, poderá provocar graves complicações.

A polícia dispõe de latas e mochilas de spray, bem como pistolas que disparam balas com este composto químico.

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BALAS DE BORRACHA. Mais perigosas, as pistolas e espingardas de balas de borracha podem cegar. Não existem estatísticas, no Brasil, para o terrorismo policial.

Só em Espanha, as balas de borracha conseguiram deixar 23 pessoas sem a visão de um dos olhos. Na Suíça, há décadas que as balas de borracha são utilizadas: uma associação de médicos independentes, a Vereinigung Unabhängiger Ärztinnen (VUA), alertava em 2003 para o seu perigo de morte, em especial nos casos em que o pescoço da vítima é atingido. Porém, a polícia persiste no seu emprego.

Bala de borracha

CANHÕES DE ÁGUA. Este tipo de canhões provocam ferimentos graves. Na Alemanha, cegou um manifestante.

PISTOLAS TASER. Também considerada não letal, pode matar. Curiosamente, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou no dia 13 de março de 2013 o Projeto de Lei 2801/11, do deputado Luiz Argôlo (PP-BA), que autoriza o uso de armas de incapacitação neuromuscular (chamadas de Taser) pelo cidadão comum para fins de defesa pessoal.

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O projeto altera o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03). Pelo texto, o registro concedido para armas de incapacitação neuromuscular autoriza seu porte. Para conseguir o registro, o cidadão deverá ter idade mínima de 18 anos e comprovar que tem residência fixa, além de apresentar nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse. Ele não precisará comprovar capacidade técnica nem aptidão psicológica — requisitos exigidos para que seja concedido o registro de arma de fogo.

DRONES. Um dos últimos brinquedos militares para a vigilância policial de manifestações são os veículos aéreos não tripulados, os drones, pequenos aviões sem piloto.

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Racionamento em São Paulo. Alckmin vai proibir canhões de água contra o povo

Continua proibido pelo governador Geraldo Alckmin o termo racionamento. Mas ele já decidiu proibir o uso de canhões de água contra o povo nos protestos de rua.

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Continuam liberadas as bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo, as balas de borracha, cacetes, armas de choque, cavalaria e cachorrada.

São Paulo sem água e sem governo. Itu protesta nas ruas

Reservatórios chegam a apontar 2% de água em Itu (Foto:TV TEM)
Reservatórios chegam a apontar 2% de água em Itu (Foto:TV TEM)
"Itu" procede do termo tupi Utu-Guaçu (cachoeira grande). Eduardo de Almeida Navarro diz que o topônimo procede do tupi ytu (cachoeira). O que resta de água é resto. Foto: TV Tem
Itu. Do tupi Utu-Guaçu (cachoeira grande). Eduardo de Almeida Navarro diz que o topônimo procede do tupi ytu (cachoeira). O que resta de água é resto. Foto: TV Tem

Moradores do bairro Cidade Nova, em Itu (SP), interditaram as duas pistas da Rodovia Waldomiro Correia de Camargo (SP-79), na altura do quilômetro 61, em protesto contra a falta d’ água. Este é a quarta manifestação em menos de 20 dias na cidade.

Bombas contra o povo de gás lacrimogêneo.
Maldade de Alckmin (PSDB), bombas de gás lacrimogêneo contra o povo. Água não tem não. 

Segundo a dona de casa Vanessa Santos, a manifestação começou depois que os moradores do bairro se revoltaram com a água que chegou nas torneiras neste domingo. “Estamos sem água em casa desde o começo do mês e quando chega fica só por uma hora e meia nas torneiras. Não aguentamos mais isso e depois de uma reunião resolvemos protestar”, afirma.

Algumas pessoas afirmam estar sem água há mais de um mês. E o governador Geraldo Alckmin diz que tem água de sobra.

Os moradores fecharam as duas pistas e queimaram pneus e colchões em sinal de protesto. Viaturas do Corpo de Bombeiros de Sorocaba e Itu foram acionadas para controlar as chamas.

Além do bairro Cidade Nova, moradores do Portal do Éden, bairro ao lado que não fazia parte do racionamento e que agora também sofre com os transtornos da falta d’água, também fizeram uma manifestação durante a noite. Um ônibus intermunicipal foi queimado.

Moradores interditam rodovia em Itu (Foto: Rogério Frederico Barcelli
Moradores interditam rodovia em Itu (Foto: Rogério Frederico Barcelli
Ônibus é queimado durante protesto. Foto: Diogo Nascimento
Ônibus é queimado durante protesto. Foto: Diogo Nascimento
Foto: Everton Mariano
Foto: Everton Mariano
Polícia de Alckmin não perde prostesto.  Foto: Vanessa Santos
Polícia de Alckmin não perde prostesto. Foto: Vanessa Santos

Protestos estão acontecendo noutras cidades, mas a imprensa esconde.

“A gente liga para a Águas de Itu, mas fica cerca de 30 minutos no telefone só ouvindo música e ninguém atende”, afirma o aposentado José Gomes. Isso é desgoverno. Sacanagem muita com o povo.

Diversas viaturas da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária de Itu e das cidades da região foram acionadas para controlar a manifestação. Polícia nunca faltou em São Paulo. Na polícia militar, Alckmin comanda cerca de cem mil soldados estaduais, a terceira maior força armada da América do Sul. Tem mais de 50 mil policiais civis e contrata capangas de empresas de segurança. Veja vídeo de jornalista atingido por bala de borracha.  Água que é bem bão, não tem não.

 

ÁGUA EM SÃO PAULO DO PSDB DE ALCKMIN REELEITO

 

Payam Boromand
Payam Boromand

 

 

Reintegração de posse acaba em guerra no centro de São Paulo

* Policiais da Tropa de Choque entraram em confronto com sem-teto que ocupavam o prédio há seis meses

Ônibus incendiado no Viaduto do Chá.
Ônibus incendiado no Viaduto do Chá.

por Beatriz Borges/ Talita Bedinelli
El País/ Espanha


A esquina mais icônica de São Paulo se transformou num cenário de guerra nesta terça-feira. Uma reintegração de posse em um antigo hotel na avenida São João, próximo à avenida Ipiranga, deixou ao menos três pessoas feridas, entre elas uma criança, uma grávida e dois policiais militares, além de ruas bloqueadas, um ônibus queimado, orelhões destruídos e várias lojas invadidas. Cerca de 70 pessoas foram encaminhadas para a delegacia, onde foram fichadas e liberadas, e outras três foram presas e responderão por suspeita de roubo, furto e depredação.

O imóvel abandonado há dez anos estava ocupado por 205 famílias havia pelo menos seis meses, de acordo com a Frente de Luta pela Moradia, movimento que coordenou a ocupação. Por volta de 6h, a tropa de Choque chegou ao local para dar prosseguimento a uma reintegração de posse dada pela Justiça e entrou em confronto com os moradores, que reagiram atirando móveis e objetos pela janela.Os policiais atiraram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dentro do edifício, onde havia muitas crianças, que estavam reunidas no segundo dos 21 andares do hotel. Por volta das 16h, o confronto recomeçou e diversas lojas da região voltaram a fechar suas portas.

Uma das crianças desmaiou por conta do cheiro da bomba de gás jogada pela polícia. Outras choravam e tapavam o rosto para tentar evitar os efeitos da fumaça. Um homem também desmaiou em plena rua e foi carregado por fotógrafos para longe da confusão. Outro foi atingido na perna e sangrava. Dois policiais foram levados para o hospital, assim como uma gestante, de acordo com informações do comandante da operação Glauco de Carvalho, que disse discordar que tenha havido abusos por parte da polícia. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.

As ruas no entorno da avenida Ipiranga com a São João foram tomadas por barricadas formadas por móveis e objetos incendiados, o que bloqueou completamente o trânsito. Ao menos nove ruas foram afetadas, além de avenidas como a São João, São Luís e Rio Branco, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego. Após quatro horas e meia de confronto, um ônibus foi incendiado no Viaduto do Chá, ao lado do gabinete da prefeitura. Trinta linhas de ônibus acabaram sendo desviadas, afirmou a SPTrans.

No meio da confusão, homens apareceram quebrando as calçadas para conseguir pedras e atirar em direção aos policiais. Manifestantes que não eram moradores do prédio haviam se juntado ao grupo. As câmeras da rede de TV Globonews flagrou pessoas forçando as portas de uma loja. Uma loja da Claro e uma do McDonald’s foram arrombadas, mas as pessoas fugiram após a chegada de policiais.

Nilvário César e Estivo, coronel da Tropa de Choque, disse que três pessoas foram detidas por furto de computadores e eletrônicos. “O Choque foi chamado para controlar o tumulto da população flutuante do centro da cidade, que não necessariamente são pessoas ligadas ao movimento, já que houve muito aproveitamento da situação”, disse.

“Saí do prédio e larguei todas as minhas coisas para trás. Tenho medo que estejam usando meus móveis para fazer barricadas”, dizia o entregador de pizza Ronaldo Ferreira, 26 anos, com o rosto vermelho e os olhos inchados por conta do gás.

Fotogaleria Imagens da batalha campal

O voto chorado de Marina

Esta campanha presidencial começou com os infiltrados nos protestos de rua antes e durante a Copa do Mundo.

Protestos com reivindicações municipais, como o preço das passagens dos transportes coletivos (aumento autorizado pelos prefeitos) e escolas e hospitais padrão Fifa (que são construídas pelos governadores).

Eis porque os protestos foram duramente reprimidos pelos soldados dos governadores e pelos guardas municipais dos prefeitos.

Vale lembrar que a vaia e os xingamentos pornofônicos contra a presidente do Brasil Dilma Rousseff, no jogo inaugural, foram comandados pelo senador Álvaro Dias, coordenador da campanha de Aécio Neves, e Neca Setubal, coordenadora da campanha de Marina Silva.

Neca Setubal
Neca Setubal
Senador Álvaro Dias e filho, no dia da vaia
Senador Álvaro Dias e filho, no dia da vaia

quem vaiou

por Marcelo Bancalero

 

Pois é…
Descobrimos o maestro do coral tucano que vaiou Dilma, na abertura da Copa das Confederações…
O cara gastou com dois ingressos para ele e o filho, no valor de R$ 1.463,00 cada um. Já falaram até que alguns tucanos infiltrados, distribuíram R$400,00 para algumas pessoas espalhadas iniciarem a vaia.

A fatura de Álvaro Dias para assistir um único jogo
A fatura de Álvaro Dias para assistir um único jogo

Como quem estava lá não eram os pobres, mas a elite que é contra o bolsa família, ProUni, programas como o Luz para todos, Minha casa minha Vida, Minha casa melhor, diminuição da tarifa
de luz… etc, etc , etc
Foi fácil conseguirem que uns gatos pingados ( ou tucanos pingados), vaiassem.
Assisti aos vários vídeos, e nem se escuta as vaias, que um repórter do PIG, num helicóptero lá nas alturas, jura que ouviu a voz exatamente de 2045 pessoas vaiando.
Vaias que só foram notadas por Joseph Blatter, pois vieram dos camarotes, caríssimos e que ficam próximos de onde ele estava. E não do meio do povão nas gerais, que teve de levar a culpa como sempre, na manipulação da oposição. Se Joseph Blatter não falasse, e se a mídia não fizesse o sensacionalismo de sempre, ninguém nem teria notado.

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VEJA ENDOSSA INSULTO E GRITA: “EI, DILMA, VTNC”

Ao tratar como “vaia” as agressões dirigidas por parte da torcida no Itaquerão à presidente Dilma Rousseff, a revista de Giancarlo Civita (esq.), dirigida por Eurípedes Alcântara (dir.), transmite ao público a seguinte mensagem: “vocês gritaram por nós”; na reportagem interna, revista afirma que “o hino cantado a capela, as vaias em Dilma e mesmo o batismo de craque de Neymar foram os grandes momentos do jogo de abertura da Copa de 2014 no Brasil”; os barras bravas da mídia estão a postos para a campanha eleitoral

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247 – “Ei, Dilma, vai tomar no c…” O insulto que se ouviu da ala Vip do Itaquerão, dirigido à presidente Dilma Rousseff, foi endossado neste fim de semana pela revista Veja, que pertence ao empresário Giancarlo Civita, herdeiro de Roberto Civita, e é dirigida pelo jornalista Eurípedes Alcântara. De acordo com a publicação, a estreia do Brasil na Copa teve três destaques: o hino cantado a capela pelos torcedores, a atuação de Neymar e a “vaia” a Dilma – uma agressão que já não é mais tratada como “vaia” nem por seus adversários políticos, nem pelos mais raivosos colunistas da torcida organizada dos jornais e revistas da mídia familiar no Brasil.

“O hino cantado a capela, as vaias em Dilma e mesmo o batismo de craque em Neymar foram os grandes momentos do jogo de abertura da Copa de 2014 no Brasil”, diz o texto da reportagem de capa. Segundo a publicação, a “vaia” seria uma prova de que “a paixão pelo futebol não combina com política”.

O ex-presidente Lula, em junho de 2013, afirmou que parte da imprensa brasileira insufla o “ódio de classes” e, de certa forma, estimulou as agressões a Dilma. A capa de Veja parece confirmar a tese e sinaliza que os barras bravas da mídia estão a postos para a campanha eleitoral [Dito e feito

LÁGRIMAS DE CROCODILO

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Marina nunca foi de chorar.  Sempre foi dura nas críticas.

Veja como ela reage quando criticada:]

 

 

 

 

ABERTURA DA COPA 2014 EM SÃO PAULO. Jogo sob sangue

por Fotógrafos Ativistas

Nesse jogo um jogador se machucou

A primeira bomba sinaliza que o jogo começou cedo nas ruas.

Estilhaços para quem quer cobrir.
Mas a grande mídia não mostra.
Um jogador foi expulso do jeito que a Polícia gosta.

Depois do jogo, é pela rua que o torcedor vai voltar, ainda com o cheiro da repressão dos que se acham juízes da vida.

 

Policiais Militares do Estado de São Paulo prendem pacifista que nada fez do que se por a frente da formação. O pacifista é um professor, com seu ato de coragem acabou sofrendo escoriações e dois tiros de bala de borracha no peito, quase a queima roupa. FOTO Giovana Meneguim
Policiais Militares do Estado de São Paulo prendem pacifista que nada fez do que se por a frente da formação. O pacifista é um professor, com seu ato de coragem acabou sofrendo escoriações e dois tiros de bala de borracha no peito, quase a queima roupa. FOTO Giovana Meneguim

DEMOCRACIA MILITAR

por Kelly Araújo
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D-eturparam o direito de ir e vir do povo
E-nquanto a bola rolava, a policia se descontrolava
M-ilitares com sede de guerra nas ruas
O-primiam pessoas com fome de insubmissão
C-entros sitiados pais à fora
R-epressão do Estado e pancada de todos os lados
A-rbitrariedade em prisões infundadas
C-acetetes, balas e gás eram os donos da rua
I-mprensa brutalmente impedida de mostrar
A-tivistas estupidamente impedidos de manifestar

M-ostraram tirania, coesão, cólera, coação
I-nibiram jornalistas, coletivos, a mídia séria
L-iberdade posta à prova e retirada ferozmente
I-mpetuosidade nos olhos de cada homem de farda
T-raduziram o óbvio: a ditadura nunca morreu
A-inda dizem que vivemos em uma democracia
R-evolução virá com a DESMILITARIZAÇÃO já
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Audiodescrição dos Fotógrafos Ativistas: Dois policiais militares e um manifestante. Um dos PMs empurra o manifestante para trás enquanto o outro em primeiro plano, aponta o caminho que devem seguir em tons autoritários
Audiodescrição dos Fotógrafos Ativistas: Dois policiais militares e um manifestante. Um dos PMs empurra o manifestante para trás enquanto o outro em primeiro plano, aponta o caminho que devem seguir em tons autoritários

AÇÃO TRUCULENTA DA PM NA ABERTURA DA COPA DO MUNDO
REDE FOTÓGRAFOS ATIVISTAS

Vídeo feito pelo fotógrafo ativistas da nossa rede (Flavio Freire), capta a ação agressiva e sem critérios da Policia Militar do Estado de São Paulo durante a manifestação de 12/06, dia da abertura da Copa do Mundo:

Seus olhos serão os juízes dessa ação.

 

 

 

 

 

 

A GREVE DOS PM PERNAMBUCO CONFIRMA QUE NÃO PRECISAMOS DELA

por Evson Santos

 

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Por incrível que pareça, farei uma análise em sentido oposto quando se entende que quando a Polícia sai de cena (entra em greve), o “caos” toma conta da cidade (normalmente propagado pela imprensa – a única multidão que ela gosta é a do carnaval).

Vejo com normalidade os saques, as depredações. Essa é a história das multidões no Brasil – tanto na ordem tradicional, quanto da ordem urbana (cf José Martins) (http://www.fflch.usp.br/sociologia/temposocial/site/images/stories/edicoes/v082/linchamento.pdf).
Não devemos deduzir de que o “caos” na cidade prova que precisamos de Polícia. É o contrário: o “caos” se instalou porque existe MUITA Polícia.

Ausência da Polícia na rua confirma sua presença no “caos”. Ora, se refletirmos um pouco sobre as condições do caos, onde ocorre (bairros e municípios pobres), os seus autores, veremos, que na ampla maioria dos casos, os marginalizados sociais, educacionais, estão envolvidos. Obrigatoriamente, não são somente “ladrões”, os saqueadores: crianças, mulheres, jovens se aproveitam da ausência da Polícia e realizam numa condição catártica coisas que numa “normalidade” (a força explícita presente) não fariam.

Isso nos chama a atenção que os “ladrões” não são as ameaças que a imprensa constantemente os fabricam em suas matérias jornalísticas, mas o próprio POVO, os trabalhadores, os negros, os favelados que em ações conjuntas, assumem espontaneamente, em coletivos, sua autonomia/heterônoma gritando em ações que são vilipoendiados diariamente Mas eles não fazem em discursos elaborados, mas em ações ameaçadoras etc.

Não podemos esquecer que tivemos trezentos anos de escravidão, uma “República Velha” antipopular, um Estado Novo, uma democracias capengas e antipopulares (pós estado Novo) e uma ditadura civil-militar que massacrou o pouco de autonomia política emergentes do populismo, do anarquismo e comunismo. A única cois que o Estado brasileiro (e o escravocrta) forneceu à população brasileira (ou escravocrata) foi a “Polícia”, o ‘capataz”. Os líderes dos setores populares afirmam constantemente: a Polícia é a única doação (que funciona) do Estado brasileiro aos pobres e negros.

Quando a Polícia informa que está em greve, ela diz subliminarmente à população marginalizada: ajam, por pouco tempo, vocês poderão ser livres e usarem como bem quiserem dessa liberdade. A população entende a mensagem: sejamos livres. Expulsemos de nossas almas a dor, a humilhação, a impotência que secularmente nos impuseram: os antiliberais, os liberais, os democratas etc

Outra interpretação, valorizando o papel da Polícia – e do Exército, normalmente é chamado para botar ordem -, e da sua necessidade, é não entender que a Ordem da Polícia, é a desordem da sociedade.

Menos Polícia e mais democracia (com a população decidindo os seu rumos. Não confundamos com eleições farsantes). Menos miséria (de comida e de cultura letrada) e mais fartura. Mais liberdade, menos opressão no cotidiano. Viva a liberdade.

UM OUTRO BRASIL É POSSÍVEL: MENOS RECALQUE, MENOS REPRESSÃO

 

De mal parecido sofrem os professores

Jean Wyllys

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Quando a reivindicação de uma categoria é justa, quando essa categoria está unida, determinada, acontece o que estamos vendo nas ruas da Cidade Maravilhosa. O Rio de Janeiro tem uma das piores distribuições de renda e uma burguesia com mentalidade ainda escravista. Um gari no Rio, trabalhando em condições insalubres, ganha muito pouco.

Todo mundo sabe que R$ 803,00, salário antes do reajuste de 9%, não faz jus aos que livram a cidade dos seus dejetos. Eles defendem que o piso vá de R$ 803,00 para R$ 1,200,00, mais adicional e outros direitos trabalhistas: o que pedem é tão pouco que a resposta do prefeito dá vergonha alheia; eles têm direito a muito mais! A população está reclamando que pagam caro, que suas ruas estão imundas, que é um absurdo, mas não compra a briga. Não são poucos os que não veem problema em atacar a greve para defender um governo que os escraviza.

Será que quem se diz contra a paralisação e ataca o legítimo movimento de um grupo de homens e mulheres que ganha 803 reais por mês aceitaria fazer uma experiência de um dia na função? Ou acham que resolvem o problemas de salários defasados desde o governo de Cesar Maia somando um adicional de insalubridade para fingir que é maior do que realmente é? A maioria que se posiciona contra os garis afirma que foi oportunismo da parte deles ter iniciado a greve justo durante o carnaval. Devem pensar: “Ah…que absurdo pararem de nos servir logo no carnaval, que é quando a gente mais gosta de emporcalhar a cidade”. É também vergonhosa a postura do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio do Rio de Janeiro, que não tem apoio das bases. Seus dirigentes criminalizam os grevistas e, para dar fim aos atos, acertaram com a Prefeitura a demissão dos que não voltassem ao trabalho após a assinatura de um acordo que é apenas vantajoso para o lado dos mais fortes.

Ah, e ainda inventaram que há infiltração partidária na greve. Por acaso, como sempre, do Psol. Quem me dera todos esses garis serem filiados ao Psol! Eu teria muito orgulho disso! Mas quem fala em infiltração partidária esquece de falar das doações à campanha do prefeito de algumas lideranças do sindicato que hoje se colocam do lado dos patrões, da filiação de alguns deles a partidos da base governista, enfim… parece que aí não veem interesses políticos. Enquanto isso, a Prefeitura não recebe os garis; prefere colocar escolta armada para forçar o trabalho dos que não estão no movimento por medo de perder seus empregos, já que foram anunciadas a demissão de 300 profissionais. Escolta? Estão tratando garis como bandidos! Agora parece que todo aquele que protesta e exerce seus direitos constitucionais é um bandido no Rio de Janeiro. Os garis afirmam estar sendo ameaçados caso não furarem a greve. A Justiça do Trabalho também considera a greve ilegal. Como pode um gari, um serviçal invisível que tem “apenas” a função de limpar a nossa sujeira, reivindicar aumento? Gostaria de ver esses juízes tentando sustentar suas famílias com o salário de um gari…

De mal parecido, sofrem os professores do ensino público que também ganham um salário que mais parece piada de mau gosto para ajudar a construir o futuro do país, e a resposta do prefeito Eduardo Paes sempre é a mesma: bala de borracha! Gás lacrimogêneo! Ele já parece o policial do vídeo do Porta dos Fundos! Nossos garis são verdadeiros heróis. Essa bravura merece ser valorizada com a pressão e a solidariedade da sociedade!

A opinião pública não pesa na balança da justiça

Pesquisa publicada em 2 de agosto de 2010: A maioria da população considera a Justiça no Brasil morosa, cara e parcial. A conclusão faz parte de uma pesquisa da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV), que divulgou  o Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil).

De acordo com o levantamento, 88% das pessoas avaliam que o Judiciário resolve os conflitos de forma lenta ou muito lenta. É. Promete ser bem rápida para criminalizar os movimentos sociais. Legalizando o prende e arrebenta das polícias de Alckmin e Sérgio Cabral.

Espero que os juizados móveis sejam para evitar o uso de armas letais, notadamente armas químicas. Os tiros de balas de borracha nos olhos de fotógrafos e cinegrafistas. Os espancamentos de adolescentes. E para permitir o socorro da Cruz Vermelha e outras associações de médicos ativistas.

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Para 80% dos brasileiros, os custos para acessar a Justiça são altos ou muito altos, e 60% acreditam que ela é nada ou pouco independente.

Isso piora nos casos dos tribunais das polícias militares. Tribunais nada transparentes. E corporativistas.

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Eis uma reivindicação do povo pobre que, para ter um advogado, precisa do humilhante e estigmatizante atestado de pobreza:

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Uma campanha que falta ser realizada no Brasil
Uma campanha que falta ser realizada no Brasil

Grande queima de estoque!

Foto Yan BoechatA TokStok poderia passar sem essa.
Desde que foi reautorizada a queimar seu estoque de balas de borracha, a PM não via a hora de agir e ontem colocou em risco até o estoque de móveis da loja.
Era evidente que, além da autorização para atirar, a polícia tinha ordens de não deixar que a manifestação chegasse a seu destino, o Palácio do Governo, e deu um “mata-leão” no meio do caminho. Porém, em sua magnífica forma estabanada, acuou os manifestantes em frente a um posto de gasolina (!!) e da loja de móveis.
Graças a experiência de ontem, é possível tirar algumas lições:
1 – É preciso que fique claro para os organizadores de protestos que a Marginal Pinheiros é perfeita para a polícia, não para manifestantes. Não há para onde correr. Pular no rio e sair nadando? Se o comando da PM tivesse um pouco mais de inteligência esperava para atacar a manifestação em frente ao longo muro do Jockey (ainda bem que não agiram assim, seria uma tragédia);
2 – Geraldo Alckmin não atende ninguém. Já havia impedido que os estudantes entrassem na ALESP na semana passada;
3 – Nem fotógrafos, nem cinegrafistas nunca estiveram a salvo. Quando nem os socorristas do nosso bravo GAPP – Grupo de Apoio ao Protesto Popular escapam, é porque subimos um degrau na situação (no Rio tiros de arma de fogo foram disparados).
O irônico é que muitos dos clientes acuados lá dentro da TokStok talvez tenham sido vítimas de sua própria alienação. Talvez ali estivessem vários telespectadores da Globo, da Record, da Band, que andam comprando, além de objetos de decoração, as versões da grande mídia para os protestos. Talvez ali estivessem muitos que desejam que a PM baixe a borracha nos manifestantes. Acabaram provando do próprio veneno. No caso, gás.

texto Mauro Donato / foto Yan Boechat