Os escritores pernambucanos e o golpe

por Fernando Monteiro

ESTOU CANSADO DAS PESSOAS QUE DIZEM QUE ESTÃO “CANSADAS” DOS “ASSUNTOS DE POLÍTICA” NESTE FACEBOOK.

Estou cansado disso, primeiro porque, eu suponho, elas querem se sentir “especiais” etc, com um muxoxo meio esnobe de quem acha vulgar (?) tentar socorrer o país, em hora perigosa como esta.

E cansado também porque a maior parte dessas pessoas quer
fazer crer que consegue se equilibrar sobre uma absoluta serenidade enfastiada, resumindo suas posições pela descrença que alude a “todos, todos serem corrutos, nenhum se salva” etc etc.

Estou cansado e aponto, com a mão, para as coxias deste inferno — cheias de “bem-intencionados” (???) olhando para os seus umbigos, crentes que o absenteísmo pode ser mais forte do que — por exemplo — um canalha como Carlos Heitor Cony (mas tem muitos outros!) saindo da cova da velhice indigna para vomitar impropérios em espaço bem pago da “Falha de São Paulo”.

Estou cansado, e isso não tem importância, eu sei (posso ouvir uns risinhos nas tais coxias), mas vou continuar aqui, discrepando do silêncio — infelizmente — da quase maioria absoluta dos escritores pernambucanos da minha geração perante um golpe de estado, “branco” ou menos branco, que se prepara no ninho de cobras que reúne as piores mentes & biografias da nação.


Fernando Monteiro, escritor, jornalista, poeta, romancista e biógrafo

“Fui demitido como incompetente do JC”, desbafa o cineasta Celso Marconi Lins

Escreve o jornalista Ricardo Antunes: Um dos nosso maiores jornalistas da “velha guarda”, crítico e cineasta fez revelações inéditas sobre sua passagem pelo jornalismo impresso.

Aos 83, Celso Marconi Lins participou da chapa de oposição ao Sindicato, liderada por Talis Andrade, e diz como sobreviveu depois que saiu do jornal. Vale a leitura. Aqui

DEMISSÕES NO JORNAL

 

 

De Celso Marconi Lins

 

 

É por isso que eu não gosto de capitalista. Nesse regime onde existe gente que somente pensa em multiplicar seu dinheiro sem nenhuma consideração com o humano não pode haver alegria. Demitem como se fosse para o bem da empresa e vão simplesmente tomar um vinho. Uma pessoa como Marcos Toledo totalmente competente é demitido. E tantos outros. Alguns, confesso, que nem mais conhecia.

Me lembrei da minha demissão do JC em 1988 logo que João Carlos Paes Mendonça assumiu o jornal. Fui demitido como se fosse incompetente dito por Ivanildo Sampaio embora que ele um tempo desses me encontrasse no Rio Mar e falasse comigo como se nada tivesse acontecido.

Eu vivi até agora e já fazem quase 30 anos da minha demissão. Como esses 15 do JC que foram demitidos também viverão. Mas claro que tive muito prejuízo. Inclusive para minha aposentadoria. Meu advogado foi, me desculpe, incompetente. E era ligado ao Sindicato.

O JC assinou minha carteira profissional mas não me pagou. Me deve até hoje. E por isso o cálculo da minha aposentadoria foi apenas pelo que eu ganhava na Universidade Católica.

Só sobrevivo porque tinha um trabalho como funcionário público. Sempre trabalhei em três ou quatro cantos para poder sobreviver com os meus filhos. Que hoje graças aos seus esforços vivem bem. São todos doutores. Enfim temos que acabar com essa raça de capitalista pois quem age assim não merece perdão. Não sou violento. Sou tranqüilo. Mas não perdôo capitalista.

 

Nota do editor deste blogue:

Uma vida exemplar. Um nome memorável. Um nome que faz um jornal ser acreditado. Celso Marconi Lins formou várias gerações e continua com suas imprescindíveis lições além do jornalismo e do cinema… (T.A.)

 

 

 

 

 

 

Marco de Pernambuco

celebridade marco

Da metade do século passado para os dias de hoje, os dois maiores governadores de Pernambuco: Paulo Guerra e Marco Maciel.

Que governaram em benefício do povo em geral. Paulo Guerra levou água e luz para todas as cidades de Pernambuco, e construiu vilas operárias e rurais, programa habitacional que, com Marco Maciel atingiu o recorde de mais de cem mil casas.

Paulo Guerra criou o programa vaca na corda. Promovia exposições de animais, e delas o pequeno agricultor saia puxando sua vaquinha. Era o começo de um pequeno rebanho, e Paulo Guerra gostava de lembrar o leite mata a fome.

Ninguém faz mais nada que preste para o povo.

Paulo Guerra e Marco Maciel concediam audiências, diariamente, para receber os mais humildes. Depois deles nem os prefeitos contatam os munícipes. Inclusive nas cidades pequenas, onde todo mundo se conhece.

Paulo Guerra era um homem de costumes simples. Marco um verdadeiro asceta. Ocupou apenas uma ala do palácio do Jaburu, quando vice-presidente. Biblioteca, quarto de dormir e uma improvisada capela. Costumava rezar, de joelhos, com a família reunida.

O Globo publica reportagem de Mariana Sanches que fala do silêncio de Marco, vitimado pela doença de Alzheimer. Que me faz lembrar seu silêncio contemplativo nas missas de domingo e dias santos.

A reportagem da Globo informa que Marco governou “o país por um dia a cada semana que Fernando Henrique Cardozo esteve na presidência, entre 1995 e 2002, devido as viagens do titular”. É o jeitinho da Globo de esconder que Marco foi presidente do Brasil por um ano e um mês. E com a honestidade que FHC nunca teve.

Para a primeira campanha de senador criei o slogan “Marco de Pernambuco”. O slogan continua válido.

Dinheiro parado para reestruturação da BR-101 no entorno do Recife já rendeu R$ 23,13 milhões, denuncia Priscila Krause

Foto: Cecilia Sá Pereira
Foto: Cecilia Sá Pereira

A deputada estadual Priscila Krause (DEM) denunciou, na sessão plenária desta quarta-feira (28), que a verba transferida em dezembro de 2012 pelo governo federal para reestruturação da BR-101 entre Abreu e Lima e Jaboatão dos Guararapes já rendeu R$ 23,13 milhões (Poupança Ouro do Banco do Brasil).

Ela apresentou cópia do extrato da poupança da Secretaria das Cidades onde está depositado o dinheiro. O documento foi remetido pelo governo estadual após pedido de informação enviado pela parlamentar. Só no mês de setembro, o dinheiro rendeu R$ 977 mil.

Com o extrato em mãos, Priscila ressaltou a necessidade de o governo apressar o passo para lançar a licitação dos serviços de reestruturação da BR-101. Decorrente de um convênio entre Pernambuco e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a verba precisa ser utilizada até o dia quatro de dezembro de 2016. No início do ano, previa-se que o edital de licitação para a obra fosse lançado no fim do primeiro semestre. Agora, o prazo oficial é dezembro próximo.

O convênio em questão, iniciado em 27 de dezembro de 2012, já teve seu prazo de execução adiado uma vez. O limite anterior era dezembro de 2014. “É preciso apressar o passo para garantir que a verba beneficie a BR-101 sem que precisemos devolver qualquer verba para Brasília, já que o dinheiro está depositado desde 2012 e a CGU estabelece regras e prazos. Diante da crise, conseguir R$ 150 milhões do governo federal para qualquer ação estadual é praticamente inviável”, refletiu.

Ainda sobre a situação da BR-101 (do quilômetro 51,6 ao 82,6, a rodovia federal está sob a responsabilidade do governo estadual), Priscila afirmou que tem acompanhado a realização dos serviços emergenciais iniciados em junho. “Os serviços que estão sendo feitos são muito importantes, são necessários para o curto prazo, mas o problema é crônico. Quanto mais demora tivermos para reestruturação da pista, com a troca das placas de concreto, mais serviços emergenciais serão necessários”, concluiu.

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