EL País: O Brasil não pode se permitir semelhante espetáculo

O mail lido jornal da Espanha, El País, escreve um duro editorial contra o golpe conspirado pela ambição de todo o poder ao PMDB, o vingativo terceiro turno de Aécio Neves, o Rei do Nióbio, as leis escravocratas da bancada do boi, a teocracia da bancada da Bíblia, e o retorno da ditadura proposto por Bolsonaro & comparsas da bancada da bala.

 

Um processo irregular

 

A maneira pela qual se tenta destituir Dilma Rousseff não nega suas graves acusações contra a oposição brasileira

 

El País
Editorial

 

O caos institucional que o Brasil está afundado, cuja máxima expressão é o irregular processo de impeachment contra sua presidenta, Dilma Rousseff, está colocando o país nas últimas horas em uma incerteza inconcebível na maior democracia sul-americana. E não contribui precisamente para negar as graves acusações feitas por Rousseff e seus colaboradores mais próximos, que culpam a oposição de ter forçado até além do aceitável em uma democracia os limites do Estado para afastar do poder a presidenta em uma espécie de golpe constitucional.

Na quarta-feira estava prevista uma votação no Senado –por decisão pessoal de seu presidente– para ratificar o impeachment contra Rousseff, mas o Governo entrou com um recurso na terça-feira. Trata-se do toque final na confusão gerada desde que Waldir Maranhão, acusado de corrupção e desde quinta-feira presidente da Câmara dos Deputados –onde, sob outro presidente, afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal, já se havia votado a favor da destituição–, ordenou na segunda-feira anular todo o processo. Mas o presidente do Senado, Renan Calheiros, recusou-se a obedecê-lo e prometeu seguir em frente com a votação. Horas mais tarde, Maranhão se retratou e deixou o caminho livre à votação.

Enquanto o Brasil afunda na recessão, a oposição usou o Congresso para transformar uma acusação de caráter político –uma má gestão do orçamento– num processo previsto para casos penais. As sucessivas investigações não conseguiram provar a participação da presidenta na corrupção que afeta o seu partido, mas o abandono de vários de seus parceiros de Governo a colocaram numa situação muito difícil.

Essa crise institucional coloca dúvidas mais do que razoáveis sobre a legitimidade que teria um novo presidente depois de um processo tão pouco habitual. O Brasil não pode se permitir semelhante espetáculo. O dano causado é incalculável.

E se a auditoria da dívida começasse nos municípios?

Os partidos políticos do Brasil temem – como o diabo foge da cruz – qualquer movimento que surja nas favelas, nos bairros e povoados a exemplo da tomada de escolas em São Paulo.

Três palavras proibidas: referendo, plebiscito e auditoria (da dívida).

As campanhas eleitorais, financiadas pelos empresários, repetem todos os anos pares as mesmas promessas: mais segurança, mais saúde, mais educação e o combate à corrupção. Uma luta prometida pela Revolução de Trinta, pela vassoura de Jânio, pelo golpe de 64, e pelo fim dos marajás com Collor. Um embate que endeusou o ministro Barbosa, o juiz Moro. E Dilma proclama que sua Polícia Federal é a que mais prende corrupto de colarinho branco.

O certo seria promover a auditoria da dívida. Que deveria começar pelos municípios, que os prefeitos são quase todos ladrões. Esta uma proposta que nasceu na Espanha.

Escreve Fátima Martin e Jérôme Duval:
A 24 de Maio de 2015, nas eleições municipais, surgiram centenas de novas iniciativas designadas «candidaturas de unidade popular» que conquistaram votos em toda a Espanha e agruparam diversos partidos políticos, nalguns casos apoiados por movimentos sociais. Ahora Madrid, Barcelona en Comú, Guanyem, Ganemos, etc. Por mais diversos que sejam os seus nomes, todos tiveram grande sucesso numa mudança de políticas baseadas em processos participativos e transparentes. Cada vez mais estes partidos de confluência tomam posição a favor da auditoria cidadã das dívidas municipais.

A auditoria da dívida do Estado espanhol começou nos «municípios da mudança» recém-eleitos, com Madrid à cabeça. No entanto, os poderes locais são a parte menos endividada da administração pública: representam cerca de 3 % do conjunto da dívida pública, contra os 75 % da administração central. |1|

Como a Espanha está sujeita ao Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), devia auditar a sua dívida, como estipula o regulamento europeu:

«Os Estados-Membros sujeitos a programas de ajustamento macroeconómico devem realizar uma auditoria exaustiva às suas finanças públicas, a fim de, designadamente, avaliar os motivos que levaram à acumulação de níveis excessivos de dívida e detectar eventuais irregularidades.» |2|

A maior parte da dívida pública foi contraída ao nível do Estado central. Representa 75 % do total da dívida pública espanhola, enquanto as dívidas municipais totaliza apenas 3 %. |3| Mas o que é interessante na auditoria, quando esta conta com a participação cidadã, é o facto de permitir tirar lições e reforçar a população nas questões que lhe dizem directamente respeito, à escala local, regional e nacional. Por exemplo, saber que tipo de políticas são levadas a cabo pelos poderes públicos com o dinheiro dos impostos pagos pelos contribuintes; saber que rubricas orçamentais foram menosprezadas para dar a prioridade ao reembolso da dívida, mesmo quando não sofrem cortes claros de financiamento; etc.

Face a experiências não participativas, como a do presidente da câmara de Ceutí (província de Múrcia), Juan Felipe Cano, que recusou fazer a auditoria à situação financeira do município pedida pelo PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), justificando a recusa com o argumento de já a ter efectuado em 2007, o movimento ganha mais força depois das eleições municipais de 24 de Maio. |4| A partir dessa data, vários municípios governados por candidaturas da unidade popular iniciaram auditorias da dívida de diversos tipos, consoante os contextos políticos e sociais locais.

Ahora Madrid , cuja cabeça de lista é Manuela Carmona, ganhou a Câmara da capital com o apoio do PSOE, pondo fim a 24 anos de governação consecutiva do Partido Popular (PP). A Plataforma de Auditoria Cidadã da Dívida (PACD) trabalha em colaboração com o conselheiro municipal de economia e finanças, Carlos Sánches Mato, e com o encarregado da participação cidadã e da transparência, Pablo Soto (membros da nova equipa da presidente Manuela Carmona), a fim de efectuar uma auditoria da dívida com participação cidadã.

A PACD organizou vários encontros sobre a questão da participação cidadã, nomeadamente a 17 e 18 de Outubro de 2015, sob o lema «Madrid audita Madrid», onde os cidadãos e cidadãs foram convidados a participar no processo. Paralelamente, numerosas câmaras municipais da mesma região tomaram medidas contra a dívida e anunciaram a sua intenção de realizar auditorias cidadãs, por exemplo El Molar, Leganés, Parla e Ciempozuelos.

«Será efectuada uma auditoria cidadã da dívida; cada factura, bem como a sua origem, será estudada», declarou a reeleita presidente de câmara Chus Alonso, de Ahora Ciempozuelos, o partido de confluência de Ciempozuelos, por ocasião dos debates que antecederam as eleições autárquicas. |5| No caso de Leganés, a candidatura de unidade popular, agrupada no novo partido Leganemos, apresentou uma moção para efectuar uma auditoria cidadã municipal, participativa, transparente, democrática, que foi aprovada no plenário de 9 de Julho de 2015, abrindo assim caminho à sua concretização. |6|

A 15-julho-2015 foi criado o Observatório Cívico Municipal (OCM) de La Zubia, |7| o primeiro da província de Granada (Andaluzia), como instrumento para promover a participação cívica, para facilitar o acesso à compreensão da informação e para reforçar o exercício do controlo popular sobre as contas públicas. |8| Nessa cidade, o partido Ganemos La Zubia Para La Gente, do novo presidente da câmara Antonio Molina, obteve 27,82 % dos votos, 5 lugares no conselho municipal e foi o partido mais votado, ultrapassando o PP e o PSOE. |9|

Barcelona en Comú, o partido inspirador das candidaturas de unidade popular em todo o país, recolheu a maioria dos votos para as eleições autárquicas. Obteve 11 lugares no Conselho Municipal, ultrapassando os partidos CiU (10 lugares), Ciudadanos (5), Esquera Republicana (5), PSC (4), PP (3), CUP |10| (3), e conseguiu colocar Ada Colau na Câmara de Barcelona. «Para fazer uma auditoria é necessária transparência nos dados e colocá-los à disposição dos cidadãos. A ideia é a seguinte: todos os documentos que façam parte da gestão autárquica devem também ser avaliados pelos cidadãos», afirmou a este propósito Fernando Pindado, responsável pela transparência e participação na câmara de Barcelona. Prometeu colocar na Internet todas as informações à disposição dos cidadãos e explicá-las. |11|

Na Catalunha, o município de Badalona, |12| dirigido pela nova presidente da Câmara, Dolors Sabater do partido Guanyem Badalona en Comú, declarou a intenção de iniciar um processo de auditoria transparente das contas municipais no quadro das 24 primeiras medidas de urgência da nova administração de esquerda. |13| Além disso, em certos casos, existe a intenção de aproveitar a existência de um observatório cívico municipal como instrumento para realizar uma auditoria: «Terrasa é outro exemplo em que o presidente da câmara socialista afirmou na sua investidura que haverá uma auditoria por via do OCM, apesar de ainda não ter sido feita uma reunião para decidir o objectivo e o ponto de partida da auditoria», confirma Enric Pons, membro da PACD. Em Vilassar de Dalt, por iniciativa da CUP, foi aprovada uma moção para a realização de um processo de auditoria cidadã. |14|

Numa reunião com representantes do OCM de Terrassa |15| e da PACD, Jordi Ballart, presidente da Câmara de Terrassa desde 2012 e o adjunto dos serviços gerais da governação aberta, Alfredo Vega (ambos do PSC, Partido Socialista Catalão), acordaram em efectuar uma auditoria cidadã da dívida municipal da terceira cidade mais endividada da Catalunha. Um grupo dinamizador formado por membros das duas colectividades (OCM e PACD) por funcionários municipais ficou encarregue de definir o processo da iniciativa. Sublinhe-se o nível de transparência já alcançado com o portal http://transparencia.terrassa.cat/, que permite aos cidadãos ver as contas da Câmara de forma prática e simples. O sítio http://opendata.terrassa.cat/ reúne também um vasto leque de dados de acesso livre, actualizados e em formatos de acesso fácil.

A CUP, que tem 10 lugares no Parlamento catalão, tornou-se um elemento chave para a governação da Generalitat e tem uma posição muito clara em relação à dívida: «Não pagamos a vossa dívida», anuncia o seu programa, que propõe que se acabe com a Troika para dar resposta às necessidades da população. A CUP defende uma auditoria popular e declara nulo e sem efeito o pagamento da dívida ilegítima aos fundos de investimento e aos bancos internacionais. Propõe a suspensão «imediata do pagamento da dívida e que se decrete o não pagamento definitivo da usura legalizada para acudir às necessidades das classes populares».

Em 30-julho-2015, o plenário do conselho municipal de Ávila (Castela e Leão) aprovou por unanimidade a realização de uma auditoria cidadã às contas e contratos firmados nas últimas legislaturas, a fim de se conhecer a verdadeira situação financeira do município criada pelos dois últimos mandatos. Sob proposta de Trato Ciudadano, uma das duas novas forças políticas que surgiram no panorama local em 24 de Maio último, a iniciativa teve o apoio de todos os grupos políticos representados na autarquia (PP, Ciudadanos, PSOE, Trato Ciudadano, IU e UPyD). «Todos nós queremos transparência», declarou o presidente de Ávila, José Luis Rivas, do PP, que está em minoria (o seu partido detém 9 dos 25 membros do conselho municipal), depois de nos últimos 24 anos o PP ter tido a maioria absoluta. |16|

Em Saragoça, onde as obras da Exposição Internacional e do AVE (TGV espanhol) endividaram a cidade em mais de 800 milhões de euros, foi criada uma comissão de trabalho com conselheiros municipais encarregados da dívida nos bairros, da qual se espera que até ao fim do ano possa formar comissões com funcionários, para analisar as obras financiadas pela cidade.

À escala regional, a porta-voz da Izquierda Unida (IU) para a comissão das finanças públicas do Parlamento andaluz, |17| Elena Cortés, anunciou a realização de uma auditoria cidadã da dívida da Junta (a Junta de Andaluzia organiza o governo autónomo da região) para «apurar as partes ilegítimas da dívida, os credores e os custos adicionais». |18|

Em Cádis, José María González, conhecido por Kichi, líder local do Podemos e cabeça de lista de Por Cadiz Sí Se Puede, pôs termo a muitos anos de poder absoluto de Teófila Martínez (PP) e abriu caminho a uma nova etapa … Mas está em minoria com os 8 conselheiros e conselheiras de Por Cadiz Sí Se Puede e os 2 de Ganar Cádiz en Común, contra os 16 da oposição: o PP (10), o PSOE (5) e Ciudadanos (1). Seja como for, «a auditoria é fundamental e será feita tão breve quanto possível», declarou o conselheiro David Navarro, delegado da economia e finanças públicas na Câmara de Cádis, numa assembleia extraordinária do Por Cadiz Sí Se Puede, organizada a 17-junho-2015. Anunciou que em 2016 a autarquia deverá consagrar cerca de 26 milhões de euros ao reembolso dos empréstimos do «plano de pagamentos aos fornecedores» («plan de pago a proveedores»), uma linha de crédito recheada de fortes interesses privados, criada pelo Governo espanhol em 2012 e destinada às regiões autónomas. A este propósito, David Navarro recordou que este ano, graças a um feito com o Ministério da Economia e das Finanças, «os juros dos créditos de pagamento aos fornecedores é de 0 %. Mas no próximo ano, a partir de Janeiro, começarão a ser aplicados juros de mais de 4 %». |19| O conselheiro de Cádis encarregado da participação cidadã, Adrián Martínez, acrescenta: «Estamos a examinar as tesourarias de todos os departamentos e empresas públicas […] A partir de Setembro delegaremos esse trabalho interno aos cidadãos e cidadãs para realizar uma auditoria externa como deve ser e para isso vamos criar júris populares, comissões de moradores nos bairros e comissões sectoriais de deliberação […] Os júris populares serão constituídos após uma pequena formação técnica e serão escolhidos segundo as disponibilidades dos membros, sendo uma parte deles sorteados, outra parte escolhida pela autoridade municipal e outra pelos cidadãos e cidadãs». O conselheiro municipal assegura também que «os cidadãos e cidadãs irão apurar que parte da dívida é legítima e que parte é ilegítima». |20|

Na província de Cádis, a nova formação política Por Chiclana Sí Se Puede, apesar de não ter a maioria da Câmara de Chiclana de la Frontera, vai propor uma auditoria da dívida municipal «que poderá também ser enquadrada e controlada pelo cidadãos e cidadãs». |21|

Quer o ministro das Finanças do Estado, Cristóbal Montoro, goste ou não, cada vez ganha mais terreno a vontade popular expressa por numerosas municipalidades em todo o território espanhol, pela PACD e por outras organizações que visam promover a auditoria cidadã da dívida e a recusa do pagamento da sua parte ilegítima. A tal ponto que em 31-agosto-2015 o ministro Montoro avisou os governos das comunidades autónomas e dos municípios que a dívida contraída pelas várias administrações públicas já tinha sido «auditada e identificada» integralmente e «que era preciso pagar». Acrescentou ainda uma ameaça: «É preciso pagar a dívida e falar menos. Os critérios éticos quanto ao facto de a dívida dever ter sido contraída ou não, isso é outra coisa. Mas a dívida existe e vai ser reembolsada. E, não restem dúvidas, se algum responsável municipal pretender não pagar porque considera a dívida ilegítima, terá de enfrentar o Governo espanhol, que aplicará a lei e as medidas correctivas necessárias; porque a dívida paga-se a tempo e horas e no montante previsto.»

Tradução de Rui Viana Pereira para o Comité para a Anulação da Dívida Pública Portuguesa.
O artigo publicado no CADPP: http://cadpp.org/node/456

Notas

|1| A Espanha divide-se em 17 comunidades autónomas, sendo uma delas a da região de Madrid. O endividamento dessas comunidades autónomas representa os 20 % restantes da totalidade da dívida pública do Estado espanhol. A comunidade autónoma de Madrid também lançou uma auditoria à dívida regional. Ver: Jérôme Duval, 4 novembre 2015: Les «municipalités du changement» se coordonnent à Madrid contre la dette illégitime

|2| Regulamento (UE) n. ° 472/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de maio de 2013 , relativo ao reforço da supervisão económica e orçamental dos Estados-Membros da área do euro afetados ou ameaçados por graves dificuldades no que diz respeito à sua estabilidade financeira. Disponível em Eur-lex.

|3| Dados da dívida pública segundo o PEC publicados no Banco de Espanha: http://www.bde.es/webbde/es/estadis/infoest/a1104.pdf

|4| «El alcalde niega una nueva auditoría y atribuye la deuda actual a los socialistas», 15.08.2015, La opinión de Murcia. http://www.laopiniondemurcia.es/municipios/2015/08/15/alcalde-niega-nueva-auditoria-atribuye/670253.html

|5| 13.05.2015, http://www.sermadridsur.com/noticias/debate-electoral-ciempozuelos_49862/

|6| Ver a moção do Leganemos para que a autarquia de Leganés realize uma auditoria cidadã: http://leganemos.org/informa/2015/08/mocion-para-realizar-una-auditoria-ciudadana-municipal-y-otras-iniciativas-en-el-pleno/ et http://leganemos.org/wp-content/uploads/2015/07/auditoria-deuda.pdf. Ver o vídeo de Fran Muñoz, porta-voz do grupo municipal Leganemos, sobre o plenário municipal: https://www.youtube.com/watch?v=98TFIambzpk

|7| OCM La Zubia, http://ocmlazubia.org/

|8| «Nace el Observatorio Ciudadano Municipal de La Zubia», Pablo Laguna, Infolibre, 20/07/2015.http://www.infolibre.es/noticias/club_info_libre/librepensadores/2015/07/16/nace_observatorio_ciudadano_municipal_zubia_35504_1043.html

|9| Fonte: Ministério do Interior, Eleições 2015.

|10| Parti independententista catalão de esquerda, Candidatura de Unidade Popular.

|11| Sato Díaz, Cuarto Poder, 15.08.2015: «Los “ayuntamientos del cambio” impulsarán auditorías ciudadanas de sus deudas a partir de septiembre»: «En septiembre vamos a colocar en la web toda la información. Pondremos los datos a disposición de la ciudadanía, pero además los explicaremos», afirmou Pindado.

|12| O novo governo de Badalona formado por Guanyem Badalona em Comú, ERC e ICV-EUiA sucedeu ao PP de García Albiol à cabeça do município.

|13| Ver o ponto 7 da lista de medidas propostas pelo Guanyem Badalona en Comú: «24 mesures per a les primeres 24 setmanes». http://guanyembadalona.org/24-mesures-per-a-les-primeres-24-setmanes

|14| Soto Díaz, Cuarto Poder, 15.08.2015, ibidem. http://cadtm.org/Los-ayuntamientos-del-cambio

|15| OMC Terrassa: http://ocmterrassa.org/

|16| EFE, Ávila, 30-julho-2015: «El pleno acuerda por unanimidad realizar una auditoría interna desde 2007». http://www.lavanguardia.com/economia/20150730/54434686447/el-pleno-acuerda-por-unanimidad-realizar-una-auditoria-interna-desde-2007.html

|17| No dia 22-março-2015, domingo, realizaram-se eleições, antecipadas um ano, para o Parlamento andaluz (109 deputados no total, 8 para cada província no mínimo e outros 45 repartidos em proporção da população), X legislatura. Trata-se das segundas eleições à escala das regiões autónomas, onde não havia eleições legislativas nacionais ou europeias desde 1990.

|18| «IU reclama la auditoria ciudadana de la deuda de la Junta de Andalucía», Tercera Información, 17-07-2015. http://www.tercerainformacion.es/spip.php?article89429

|19| Beatriz Estévez, 18.06.2015, El diario de Cádiz, «La deuda es muy importante y el año que viene va a ser complicado». http://www.diariodecadiz.es/article/cadiz/2054588/podemos/senala/boquete/considerable/las/cuentas.html

|20| Soto Díaz, Cuarto Poder, 15-08-2015, «Los “ayuntamientos del cambio” impulsarán auditorías ciudadanas de sus deudas a partir de septiembre».

|21| «Por Chiclana sí se puede, ante las divergencias sobre la deuda municipal entre PSOE y PP, reclama su auditoría pública», Diario Bahia de Cadiz, 30/06/2015. http://www.diariobahiadecadiz.com/noticias/chiclana/por-chiclana-si-se-puede-ante-las-divergencias-sobre-la-deuda-municipal-entre-psoe-y-pp-reclama-su-auditoria-publica/

LEIA Auditoria cidadã da dívida do município de São Paulo, Brasil
Entrevista com Rémi Chatain, da Auditoria Cidadã da Dívida no Brasil

O conservador Joaquim Levy ministro do FMI e a vitória da esquerda na Espanha

Luscar
Luscar

Na nova Europa que começa a surgir das urnas na Grécia, na Espanha, não existe vitória para os partidos de direita – o Solidariedade de Paulinho da Força (Central) Sindical, o PMDB de Cunha, o PSDB de Aécio, o DEM de Ronaldo Caiado que votam o emprego terceirizado, precário, e a aposentadoria depois dos 75 anos proposta pela reacionário senador José Serra.

Nem governos entreguistas das privatizações à Fernando Henrique. Nem vitória para ministros que cortam as verbas dos serviços essenciais, os serviçais de banqueiros tipo Joaquim Levy, que reza na cartilha do FMI.

La “indignada” de Barcelona

“O povo venceu aqui, e não um monte de siglas”, disse Ada Colau perante simpatizantes, em referência às siglas tradicionais espanholas.

Colau ocupará a prefeitura de Barcelona depois de derrotar Xavier Trias, atual prefeito da segunda maior cidade do país.

Em coletiva, Colau afirmou que pretende suspender os despejos dos espanhóis que não conseguem pagar seus aluguéis ou hipotecas e que exigirá que os bancos disponibilizem ao público as milhares de moradias vagas que têm em sua posse.

Entre suas promessas estão investir na geração de empregos, reduzir “privilégios” e salários de autoridades e revisar projetos de privatizações.

Ada Colau
Ada Colau

Colau, activista de la Plataforma de Afectados por las Hipotecas, anunció que terminará con los desalojos y los cortes de luz y de agua que golpean a los sectores más necesitados. Sus rivales la tachan de populista y radical.

La gran ganadora de la izquierda española y la futura intendenta de Barcelona, Ada Colau, anunció ayer que no bien asuma el cargo terminará con los desalojos y los cortes energéticos y de agua que golpean a los sectores más necesitados, promesas que sus aliados de Podemos impulsan para el resto del país.

“Ahora la ciudad de Barcelona es injusta, hay ciudadanos de primera y de segunda. Nosotros aprobaremos un plan de choque de 30 medidas, entre las que se incluye acabar con los desahucios (desalojos), con la pobreza energética, generar trabajo de calidad y luchar contra la corrupción”, prometió Colau, la dirigente social que se convertirá en la primera intendenta “indignada” de Barcelona.

Avalada por su activismo en contra de los desahucios (desalojos), Colau fue escogida para liderar la candidatura Barcelona en Comú, una amalgama de varios partidos de izquierda nacidos al calor de las protestas de los Indignados, como Podemos.

Tachada de populista, inexperta y radical por sus rivales, esta mujer de 41 años consiguió un 25,21 por ciento de los sufragios y 11 concejales para hacerse con el ayuntamiento de la segunda ciudad más poblada de España, con 1,6 millón de habitantes. Colau superó al actual alcalde conservador nacionalista Xavier Trias, que obtuvo diez ediles.

“Es una noche increíble, impensable hace un año. Gracias por demostrar que la gente de abajo, de los barrios populares, nos podemos organizar y podemos ganar”, dijo tras su victoria.

De facciones redondeadas y pelo corto y ondulado, su rostro no era anónimo. Su liderazgo de la PAH (Plataforma de Afectados por las Hipotecas), una organización contra los desahucios de familias que no podían pagar la hipoteca, ya la habían convertido en una heroína entre los más afectados por la crisis. Y sus primeras medidas de gobierno deberían ser para ellos: paralizar los desahucios en la ciudad, ceder pisos vacíos a alquileres sociales, forzar a las compañías a reducir las tarifas del agua, la luz o el gas o introducir una renta de 600 euros para las familias en riesgo de pobreza.

Durante la campaña, recorrió a fondo las zonas más empobrecidas de esta turística ciudad mediterránea que esconde grandes diferencias entre los barrios ricos y pobres, agravadas por la crisis.

Sin pasado político ni militancia en ningún partido, Colau quiere acabar con los “privilegios” de los dirigentes. Así, se bajará el sueldo a 2200 euros mensuales –contra 143.000 anuales del actual alcalde nacionalista conservador Xavier Trias–, reducirá los coches oficiales y limitará los mandatos a dos legislaturas.

Se mueve en transporte público, viste camiseta y jeans. Además, vive en casa de alquiler con su compañero, también activista, y su hijo Luca, de cuatro años, que con poco más de un año ya sabía decir “sí, se puede”, uno de los lemas de los Indignados inspirado en el “Yes, we can” de Barack Obama.

Estudiante de Filosofía, dejó la carrera cuando estaba a punto de terminarla para ayudar económicamente a su familia. Sus inicios fueron precarios: encuestadora, azafata, profesora particular hasta 2007, cuando entró en un centro de estudios económicos y sociales.

“El sueldo más alto que he tenido ha sido de 1500 euros”, dijo recientemente. Cuarta hija de un diseñador gráfico y una comerciante, separados después, Colau nació el 3 de marzo de 1974 en Barcelona, pocas horas antes de que fuera ejecutado el último reo de la dictadura de Francisco Franco (1939-1975), un conocido anarquista catalán.

“Mi madre me lo recuerda cumpleaños tras cumpleaños y eso marcó mi compromiso con la lucha por el cambio social”, dice ella. De su mano asistió a su primera manifestación con sólo cinco años, un hábito del que ya no se desprendería.

Participó en sindicatos estudiantiles, movimientos antiglobalización, protestas en contra de la guerra de Irak y, sobre todo, asociaciones para reivindicar el derecho a la vivienda. Su trabajo desde la PAH, denunciando los excesos del sector bancario “en connivencia” con la clase política y frenando más de mil desahucios, le valió una agria animadversión del gobernante Partido Popular, que la calificó incluso de “terrorista”, pero también le consiguió el Premio Ciudadano Europeo 2013 del Parlamento Europeo.

Ahora entrará en las esferas del poder que tanto había criticado. Asegura que lo hace con la intención de convertir Barcelona en “la punta de lanza de un cambio democrático en España y el sur de Europa”.

MADRI. Miles de personas se unen a Podemos para advertir a Rajoy de que “empieza su cuenta atrás”

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GRITOS DE “TIC-TAC” O “RAJOY: CUENTA LAS HORAS”

Exhibición de fuerza de Podemos en Madrid. El recorrido previsto de un kilómetro para la marcha por el cambio se ha quedado pequeño. Los manifestantes que han acudido a la llamada de Pablo Iglesias han inundado las calles desde la puerta de Alcalá hasta Sol. Miles de personas han participado en la “Marcha del Cambio” en la que se han oído gritos de “presidente, presidente” en referencia a Pablo Iglesias.

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Galeria de imagens Público Es

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MADRI. Marcha do Podemos clama: “É a hora da mudança”

A marcha da mudança convocada pelo partido Podemos encheu a Puerta del Sol em Madrid, neste sábado. No discurso de encerramento, Pablo Iglesias afirmou: “Hoje não estamos aqui para protestar, estamos aqui para dizer que o momento é agora”.

 

Cabeça da marcha dos cem mil
Cabeça da marcha dos cem mil

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A Marcha da Mudança terá juntado neste sábado em Madrid mais de cem mil pessoas, segundo os cálculos de publico.es.

Durante a manifestação as palavras de ordem mais gritadas foram “Sim podemos”, “É a hora da mudança” e “O povo unido jamais será vencido”.

No discurso de encerramento, Pablo Iglesias começou por lembrar o exemplo do Syriza, interrogando e afirmando: “Quem dizia que não é possível? Quem dizia que um governo não pode mudar as coisas? Na Grécia fez-se em seis dias do que outros governos fizeram em anos”.

O líder do Podemos denunciou a seguir que “as políticas de Rajoy não criam emprego” e que “os salários não permitem às pessoas sair da pobreza”.

Referindo que as políticas de austeridade dividiram a Espanha em duas, “os que ganharam e os que estão pior que antes: os de cima e os de baixo”, Iglesias afirmou: “À mudança, os de cima chamam experimentação e caos, os de baixo chamamos democracia”.

O líder do Podemos apelou depois à recuperação da soberania pelas pessoas, tirando-a ao FMI, à Comissão Europeia e aos mercados.

Fazem falta sonhadores. Fazem falta Quixotes. Estamos orgulhosos com esse sonhador a cavalo. Não permitamos que os golpistas nos roubem o sonho. O nosso país não é uma marca, a Espanha são as suas pessoas”, afirmou também Pablo Iglesias, defendendo que a sua conceção de pátria é aquela que “assegura que todas as crianças vão limpas e calçadas para uma escola pública”.

O líder do Podemos terminou o seu discurso declarando: “Este é o ano da mudança, podemos sonhar e podemos vencer!”

 

FMI e países imperialistas temem o efeito dominó da Grécia

Uma Grécia incomoda muita gente, duas Grécias incomodam, incomodam muito mais.

Duas Grécias incomodam muita gente, três Grécias incomodam, incomodam, incomodam muito mais.

Espanha, Portugal e Irlanda são bolas da vez. A direita européia está em polvorosa. Tremem de medo os governos conservadores, monitorizados pelo FMI e vassalos dos Estados Unidos.

A imprensa vendida, elitista, que defende os interesses da pirataria do colonialismo europeu, principalmente na África e América do Sul, faz a orquestração do medo. A propaganda de que Hugo Chávez, Lula da Silva e Alexis Tsipras são terroristas. Antes este tipo de jornalismo marrom satanizava Che Guevara, Fidel Castro e Mandela.

Desde a queda do muro de Berlim, o comunismo não faz medo. Depois da implosão das torres gêmeas, nos Estados Unidos, a palavra-chave é terrorismo. Tanto que, na véspera das eleições na Grécia, a França realizou uma passeata com chefes de governos que condenaram a chacina de jornalistas na redação do jornal satírico Charlie Hebdo. Lideravam a passeata François Hollande e Ângela Merkel, que fizeram campanha contra Alexis Tsipras.

A imprensa hoje cria um novo Frankenstein ou Drácula.

ESPANHA 

larazon. espanha populismo medo

 

PORTUGAL

Portugal
‘FT’ questiona se novo líder grego pode vir a ser um Lula ou um Chávez

 

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O G1 (Globo) faz a verberação da orquestração do medo da Inglaterra, que é o medo da França, que é o medo da Alemanha, que é o medo dos Estados Unidos:

Transcrevo:

Texto foi publicado após vitória do partido contrário a austeridade no país.
Autor faz conjecturas sobre como deverá ser o mandato de Alexis Tsipras.

 

Texto do FT questiona se novo líder grego será como Lula ou Chávez (Foto- Reprodução: FT)
Texto do FT questiona se novo líder grego será como Lula ou Chávez (Foto- Reprodução: FT)

 

Neste final de semana, o partido Syriza venceu as eleições legislativas da Grécia. Entre seus principais pontos, o programa econômico do Syriza compreende o fim das medidas de austeridade e a renegociação da dívida pública do país, que representa 175% do PIB.

Diante desse cenário de desconfiança do mercado, já que o partido do líder do Syriza, Alexis Tsipras, é contra a austeridade, o jornal britânico “Financial Times” publicou um texto em que questiona se a nova liderança poderá vir a ser “um Lula” ou “Chávez”, em referência aos ex-presidentes do Brasil e da Venezuela.

Para Tony Barber, autor do texto, a questão central, “para a qual nenhuma resposta definitiva pode ser dada”, é saber se Tsipras está disposto a fazer acordos com os credores da Grécia. Segundo Barbar, “durante três anos, Tsipras, às vezes, soava como Hugo Chávez , o presidente populista e ‘bicho-papão’ dos EUA, e , por vezes, como Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente brasileiro, que, uma vez no cargo, governou como um reformista, em vez de um esquerdista radical”.

Jovem e carismático

Tsipras, um líder político jovem (tem 40 anos) e carismático, foi fundamental nessa transformação do Syriza.
Conhecido por seus discursos empolgantes e sua aversão a gravatas, ele assumiu a liderança do partido em 2008 e foi eleito para o Parlamento em 2009.

“A crise econômica e o colapso dos partidos tradicionais certamente ajudaram a aumentar a influência do Syriza, mas foi Alexis Tsipras que catapultou o partido”, explica Christoforos Vernardakis, professor de ciência política da Universidade Aristóteles de Salonica e fundador do instituto de pesquisas VPRC.

“Isso aconteceu porque Tsipras é jovem e não parece ter medo. Ele pegou uma esquerda que estava na defensiva e a transformou em uma opção crível para o governo.”

Para seus simpatizantes, Tsipras é um líder nato, que trata com respeito quem está a seu redor. “Ele gosta de processos e decisões coletivas”, diz Samanidis.

Nikos Karanikas, um velho amigo e colega de partido, por exemplo, diz que, apesar da ter se tornado um líder político proeminente, Tsipras ainda vive em um bairro de classe média de Kypseli, em Atenas, e continua a trabalhar como engenheiro civil.

Seus críticos, porém, costumam retratá-lo como um político arrogante, inexperiente e com fome de poder.

Mudança

No que diz respeito a suas propostas políticas, o Syriza não só se opõe ao resgate internacional da Grécia e às medidas de austeridade como quer renegociar parte da dívida grega.

Cartazete de propaganda espanhola
Cartazete de propaganda espanhola

Essas promessas têm gerado nervosismo nos mercados financeiros e já se especula sobre uma possível saída da Grécia da zona do euro.

De acordo com o correspondente da BBC na Grécia, Mark Lowen, muitos no país parecem dispostos a dar uma chance a Tsipras.

Outros, porém, acreditam que uma vitória do Syriza poderia aprofundar a crise no país e levar a um confronto entre a Grécia e a União Europeia.

 

 

COMPORTAMENTO BURRO

burro

por Celso Marconi Lins

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Ontem eu vi a entrevista que Aécio Neves concedeu ao jornalista Roberto D’Avila da Globo News e não posso classifica-la senão como muito burra.

Eu acho o entrevistador um muito bom profissional, mas nessa entrevista não fez as melhores perguntas. Foi um conjunto de questões em cima da eleição e não em torno de quem é o personagem como em geral são as entrevistas de Roberto D’Avila.

E Aécio mostrou-se totalmente em cima do palanque. Não pensava antes de responder. Falava as afirmações decoradas do tempo da campanha. Claro que ele pretende com isso se manter como o candidato provável do PSDB para 2018. Mas não será assim que ganhará espaço.

O que ele apresentou foi o comportamento mais burro que uma pessoa pode apresentar. Que entrevista horrorosa!

Enquanto isso Dilma Rousseff venceu na eleição com 3 milhões de votos de diferença e está vencendo até agora na batalha contra o golpe que queriam (ou ainda querem…) lhe aplicar.

Está sabendo ganhar parceiros e, o que é mais importante, o povo brasileiro. Com todo esse horror que é a corrupção na Petrobras somente com muita inteligência para se manter acima de tudo, e já preparando seu novo Governo.

A mulher em geral sempre tem um comportamento mais inteligente, e Dilma Rousseff sem dúvida nenhuma não teria vencido essa eleição se não fosse muito inteligente. E muito hábil do ponto de vista do emocional.

Esperemos que nos próximos quatro anos tenhamos um caminho menos denso para Dilma nos governar. E que um bom candidato surja para 2018.

BURRICE UNIVERSAL

Mas a burrice não está só no homem brasileiro. Vejam o horror que foi esse massacre em Madrid com a briga entre torcedores do Atlético e do (esqueci o nome do outro time…) com a morte de um rapaz de 42 anos de idade.

Você pode imaginar algo mais burro do que sair de casa armado com cassetete para atingir pessoas de outro time porque não é o seu?

Tem uma boa parte da humanidade que está evoluindo, mas parece que um outro lado está regredindo … Que pena!

Olinda 30.11.14

 

España. Los inspectores se plantean combatir la corrupción revelando todos los datos fiscales

 

Urgen a que se cree una oficina antifraude con policías y funcionarios especializados

 

vozgalicia. sigilo fiscal

por Rubén Santamarta

 

Esta asociación de funcionarios de la Agencia Tributaria le presentó al ministro de Hacienda, hace más un año, una batería de medidas, más de 200, para luchar contra el fraude y la corrupción, pero el equipo de Cristóbal Montoro las ha dejado en un cajón. Ahora las retoman con alguna propuesta más arriesgada. La principal, un «estriptís fiscal», en palabras de Pérez Boga, para que se hagan públicas todas las declaraciones de la renta de personas físicas y jurídicas. «Es un cambio brutal, pero que despertará la conciencia fiscal y la denuncia», apunta Francisco Vázquez, secretario de esta organización de inspectores.
La propuesta de desvelar los datos fiscales de todos los ciudadanos y empresas funciona en algunos países europeos. Y lo hizo en España a inicios de los 80, con la UCD en el Gobierno. «Sin embargo, esos datos los utilizaron grupos terroristas para exigir el impuesto revolucionario, y por eso se abandonó; por fortuna esta amenaza ya no es tal, y se puede volver a plantear», apunta Pérez Boga. La organización plantea esa transparencia total en varias fases: primero, las empresas y profesionales, teniendo en cuenta que a través del Registro Mercantil ya se puede tener acceso a las cuentas anuales de las sociedades. Y en una segunda fase, se «daría publicidad» también a la declaración de los particulares. «Habría que ver qué cantidad de información se puede dar, en qué condiciones… Pero si una persona sabe que sus datos serán públicos no se atreverá a defraudar», añade el presidente de los inspectores.

 

Los inspectores lamentan que «gobiernos de todo tipo» han evitado entrar a conciencia en la lucha contra la corrupción y el fraude fiscal. Y ello pese a que, calculan, hay unos 14.000 millones para las arcas públicas solo en deudas pendientes. La reforma fiscal que completó este agosto Mariano Rajoy es el último ejemplo, «una oportunidad perdida», dicen, para ayudar a esta tarea.

A arte(manha) de mexer os pauzinhos

Os parentes de Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula da Silva e Dilma Rousseff jamais sentariam no banco dos réus por crimes fiscais. Há mais poder na república do que na monarquia para mexer os pauzinhos. Ou melhor dito: as varas da justiça.

Existe no Brasil condenação por colaboração silenciosa?

elpais. infanta

É notícia na Espanha:

A infanta Cristina, irmã do rei Felipe VI, foi acusada hoje por um juiz espanhol de dois delitos fiscais e por lavagem de dinheiro, enquanto o seu marido foi acusado por outras sete supostos delitos, numa investigação por suposta corrupção.

O juiz José Castro emitiu hoje um auto na cidade de Palma de Maiorca, onde ocorre o processo, que põe fim a uma longa investigação que acusa quinze pessoas no chamado “caso Nóos”.

Nóos é o nome de uma entidade sem fins lucrativos presidida entre 2003 e 2006 pelo cunhado do rei, Iñaki Urdangarin, e à qual supostamente desviaram-se perto de seis milhões de euros procedentes de fundos públicos.

Segundo o auto, há “insolentes indícios” que Cristina de Borbón, de 49 anos, interveio no suposto esquema corrupto “lucrando em benefício próprio” e “facilitando os meios para que o seu marido fizesse o mesmo”, mediante uma “colaboração silenciosa”.

A intervenção da irmã do rei foi mediante “a colaboração silenciosa dos seus 50% de capital social dos fundos ilicitamente investidos na entidade mercantil Aizoon”, de qual os outros 50% eram do seu marido.

Segundo o juiz, ditos fundos “ilícitos” procedem do lucro obtido pela Nóos dos cofres públicos, ao que se acrescenta o dinheiro que o seu marido não desembolsou “graças á sua fraude fiscal”.

Castro considera “difícil compatibilizar” que a Aizoon fora “uma singela e íntima entidade familiar” com o fato de ter mudado várias vezes de residência e estar dividida por várias sociedades pertencentes à Nóos.

Cristina de Borbón compareceu perante o juiz no passado dia 8 de fevereiro, embora a sua atitude “aproximou-se, na prática, mais ao exercício do direito de não prestar declarações”, segundo o auto.

Sobre Urdangarin pesa a acusação de nove delitos, já que é considerado suposto autor de desvio, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, falsificação, fraude, fraude à Administração e dois delitos fiscais pelo suposto desvio de fundos públicos ao Instituto Nóos.

 

elcorreo. infanta 2

levante. infanta 3

Ainda bem que no Brasil temos sigilo fiscal, sigilo bancário, segredo de justiça e a justiça secreta do foro especial.

Publica o Word Reference: Mexer os pauzinhos, en portugues, es una expresión brasileña.

“Mexer os pauzinhos” é geralmente recorrer a amigos ou conhecidos influentes para resolver uma situação problemática ou para conseguir uma vantagem. Há uma expressão semelhante em inglês: “pull strings”.

Uma expressão correlata é “dar um jeitinho”.