COMPORTAMENTO BURRO

burro

por Celso Marconi Lins

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Ontem eu vi a entrevista que Aécio Neves concedeu ao jornalista Roberto D’Avila da Globo News e não posso classifica-la senão como muito burra.

Eu acho o entrevistador um muito bom profissional, mas nessa entrevista não fez as melhores perguntas. Foi um conjunto de questões em cima da eleição e não em torno de quem é o personagem como em geral são as entrevistas de Roberto D’Avila.

E Aécio mostrou-se totalmente em cima do palanque. Não pensava antes de responder. Falava as afirmações decoradas do tempo da campanha. Claro que ele pretende com isso se manter como o candidato provável do PSDB para 2018. Mas não será assim que ganhará espaço.

O que ele apresentou foi o comportamento mais burro que uma pessoa pode apresentar. Que entrevista horrorosa!

Enquanto isso Dilma Rousseff venceu na eleição com 3 milhões de votos de diferença e está vencendo até agora na batalha contra o golpe que queriam (ou ainda querem…) lhe aplicar.

Está sabendo ganhar parceiros e, o que é mais importante, o povo brasileiro. Com todo esse horror que é a corrupção na Petrobras somente com muita inteligência para se manter acima de tudo, e já preparando seu novo Governo.

A mulher em geral sempre tem um comportamento mais inteligente, e Dilma Rousseff sem dúvida nenhuma não teria vencido essa eleição se não fosse muito inteligente. E muito hábil do ponto de vista do emocional.

Esperemos que nos próximos quatro anos tenhamos um caminho menos denso para Dilma nos governar. E que um bom candidato surja para 2018.

BURRICE UNIVERSAL

Mas a burrice não está só no homem brasileiro. Vejam o horror que foi esse massacre em Madrid com a briga entre torcedores do Atlético e do (esqueci o nome do outro time…) com a morte de um rapaz de 42 anos de idade.

Você pode imaginar algo mais burro do que sair de casa armado com cassetete para atingir pessoas de outro time porque não é o seu?

Tem uma boa parte da humanidade que está evoluindo, mas parece que um outro lado está regredindo … Que pena!

Olinda 30.11.14

 

A ALEGRIA DE QUEM SAQUEIA NA CHUVA

por Celso Marconi

 

 

brinquedo criança internet
O menino corria com um grande riso nos lábios levando em suas mãos o videogame que há cerca de três meses pensava em comprar para se divertir.

Aproveitou o saque que as pessoas da sua vila estavam fazendo durante os dias de greve da Polícia Militar e conseguiu assim sair da loja com o seu grande sonho. E ele foi correndo falar com o amigo que mais tarde iria instalar o game para os dois jogarem. Também teriam uma televisão de 40 polegadas que sua tia havia conseguido junto com seu filho trazer da loja saqueada. E que ia coloca-la em sua sala.

De noite, na hora do café, o pai achou estranho que aquela televisão estivesse em sua sala e junto com o jogo de videogame mas ele também sabia do que havia ocorrido na cidade e somente perguntou como eles tinham realizado essa façanha.

O pai disse que na antiga reunião do Partido tinha ouvido que tirar dos ricos não era crime pois o pior era o roubo geral que o Capitalismo sempre fez em cima de todos os pobres.

Assim também ficou alegre. E a chuva continuava a escorrer pela beirada da porta.

 

 

 

Bairro Novo, Olinda, 16 de maio de 2014

 

 

Quanto a Fiat vai pagar pelo prédio do Tacaruna?

por Celso Marconi Lins

fachada com boi

Antiga Fábrica da Tacaruna. Fotos de Orlando de Almeida Calado
Antiga Fábrica da Tacaruna. Fotos de Orlando de Almeida Calado

Fernando Carrilho sabe de toda a história em torno da Fábrica Tacaruna para transforma-la em Centro Cultural, sem dúvida. Não devia ter assinado uma matéria no JC simplesmente dizendo que o prédio ‘está abandonado’.

Está abandonado por quem? Por esse Governador que abandonou todos os instrumentos culturais existentes. E ainda diz que quer salvar o Brasil!

Ontem foi a quinta-feira da inauguração de obras inacabadas.

O povo não vai aos museus porque estes sim são inteiramente abandonados.

Esse centro tecnológico da Fiat na Fábrica Tacaruna é somente um ‘uso de espaço’ e não uma ação cultural de Pernambuco. Poderia ser em um novo prédio em qualquer local, muito melhor que fosse mesmo em Goiana. Como seria bom se as pessoas penetrassem sem alienação nas questões…!!!!

Quanto será que a Fiat vai pagar pra ter o prédio do Tacaruna?

REVOLUÇÃO NO SUPREMO

Um país precisa de uma Justiça revolucionária se quiser mudar o seu contexto histórico. Se um grupo revolucionário que chega ao Poder mantém a mesma estrutura na chamada Justiça já se pode sentir que não é um movimento realmente sério.
No Brasil o setor judiciário é provavelmente o mais retrógrado pois que não passa pelo crivo do voto popular. Ou é concurso nos cargos mais baixos, Juiz, Promotor, etc, ou é nomeação para os cargos mais altos.
O PT não é um Partido Político revolucionário, a gente sabe, mas no momento ainda é o mais à esquerda com possibilidades de governar. Está no Poder a mais de dez anos e precisa ficar mais. Pois sua Política é a mais próxima de um Governo popular, com todos os defeitos que apresenta.
No caso do Supremo Tribunal Federal o nosso líder LULA vacilou totalmente quando teve que nomear novos Ministros. Não se aprofundou o suficiente para a escolha das pessoas. Matreiro como ele é deveria ter escolhido após uma conversa só os dois, entrando em detalhes da vida mais pessoal, até. Escolher o melhor e pessoalmente. Não através de sugestões.
Se hoje o nosso Supremo fosse composto de juízes pelo menos com uma filosofia mais à esquerda a situação do país já estaria muito diferente. Com pessoas que pensam à direita e com outros nos quais nem se pode confiar, então o país não anda mesmo. Uma sugestão: leiam Domenico de Masi, “O Futuro Chegou”.
(Para Marco Cirano, sertanejo cabra da peste)

Mais fácil é passar um rico pelo fundo de uma agulha, do que entrar um pobre no Jornal do Comércio

Revista na porta do Jornal do Comércio

Ilustração de Mohammad Saba'aneh
Ilustração de Mohammad Saba’aneh

 

Escreveu Noélia Brito: Soube agora há pouco que o veterano jornalista Talis Andrade, que lançou uma chapa para concorrer à eleição do Sindicato dos Jornalistas (o nome da chapa é “Você sabe Porquê”) teria sido impedido de apresentar seu manifesto de campanha aos colegas do JC. No Diário e na Folha não teria encontrado nenhuma resistência. O que causa estranheza na notícia é o fato de que Talis Andrade formou uma geração de jornalistas pernambucanos e foi Diretor de Redação do JC onde teria retornado após 25 anos de ausência para apresentar sua candidatura de oposição à atual gestão do Sindicato. Custo a crer que desrespeito dessa natureza tenha de fato ocorrido, mas com certeza Talis poderá nos contar como foram as visitas que promoveu aos três principais jornais de nosso Estado na tarde de hoje e a receptividade que encontrou.

Respondi: Vou contar, sim, Noelia Brito. Trabalhei em três épocas diferentes na Empresa Jornal do Comércio. Terminei minha carreira profissional como diretor responsável e chefe de redação do Jornal do Comércio e do Diário da Noite. Vou escrever sobre este triste, decepcionante, antidemocrático retorno. Vou fazer uma comparação com o meu tempo do batente e os mudados e modernos tempos de hoje. E falar da alegria de retornar ao Diário de Pernambuco e à Folha da Manhã. No Jornal do Comércio, o encarceramento do comportamento capitalista de supermercado.

Tempo de espera na portaria do Jornal do Comércio. Ilustração de Vladimir Kazanevsky
Tempo de espera na portaria do Jornal do Comércio. Ilustração de Vladimir Kazanevsky
São meus companheiros de luta renomados jornalistas. Que também ocuparam os mais importantes cargos na imprensa nacional e pernambucana. Que inclusive trabalharam – para a glória e honra da redação – no Jornal do Comércio. Nomes como Ângelo Castelo Branco, Celso Marconi e Roberto Tavares.
Mesmo durante a ditadura militar, as portas dos jornais eram abertas para o povo.
O povo não entra mais.
O povo só é notícia nas páginas policiais.
  (Continua)

“A PROFISSÃO DE JORNALISTA VEM SENDO DESTRUÍDA PELO PATRONATO”. E PELO PELEGUISMO SINDICAL

Pedro Pomar
Pedro Pomar

 

A política de esconde-esconde da maioria dos jornais de Pernambuco, e de seu associado Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco, escondem que duas chapas disputam o comandando da apagada Federação Nacional de Jornalistas.

De 16 a 18 deste mês os jornalistas brasileiros elegerão a nova direção da FENAJ e Comissão Nacional de Ética da categoria.

Informa a FENAJ: A Federação convoca a participação de todos para fortalecer o movimento sindical e as lutas dos jornalistas brasileiros num momento em que a profissão e os profissionais são duramente atacados. No mesmo período haverá eleição para as direções de diversos Sindicatos de Jornalistas. [Inclusive em Pernambuco]

COISA DE PELEGO
A atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco, que disputa a reeleição, esconde a lista de votantes, assumindo um comportamento criminoso, anticonstitucional, antidemocrático.
Faltam cinco dias para as eleições. A Chapa Você Sabe Porquê continua impedida de se comunicar com os sócios, para o debate de propostas para salvar o Sindicato. O certo seria agir assim. Clique aqui.

ELEIÇÃO NACIONAL

Disputam o pleito para a FENAJ a chapa 1, “Sou jornalista, Sou FENAJ!”, liderada por Celso Schröder, e a chapa 2, “Luta Fenaj”, liderada por Pedro Pomar.

O jornalista Pedro Pomar, editor da Revista Adusp, publicação da Associação dos Docentes da USP, encabeça a chapa de oposição que disputa a eleição da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). Elaine Tavares, diretora do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, concorre à secretaria-geral da entidade. A repórter da Caros Amigos, Lúcia Rodrigues, disputa o departamento de relações internacionais na chapa oposicionista.

O programa da chapa Luta, Fenaj!, integrada por quarenta jornalistas de 14 Estados brasileiros, faz a defesa enfática da categoria contra o ataque dos patrões. O texto oposicionista também defende a democratização dos meios de comunicação. O oligopólio da mídia, concentração da propriedade das emissoras de rádio e TV e de jornais e revistas nas mãos de poucos grupos empresariais, também é criticado pelos jornalistas da Luta, Fenaj!

Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista com o jornalista Pedro Pomar, candidato a presidente pela chapa da oposição.

 

Caros Amigos – Quais são as propostas da oposição para a Fenaj?
Pedro Pomar – Nós da chapa Luta, Fenaj! queremos, em primeiro lugar, democratizar a Fenaj aproximando-a dos jornalistas. Nossa Federação é eleita diretamente pelos jornalistas, no entanto, temos encontrado muita dificuldade no relacionamento entre a Federação e a categoria e também entre a Federação e os sindicatos que a compõem.

Caros Amigos – Por que isso acontece hoje?
Pedro Pomar – Porque infelizmente os colegas que estão à frente da Fenaj, há vários mandatos, decidiram se isolar, decidiram acreditar muito em sua auto-suficiência e queimaram as pontes com a categoria. Tratam a oposição como inimiga e não dialogam com as forças que compõem a categoria. A condução da luta em defesa do diploma tem sido desastrosa, temos acumulado derrotas. Precisamos reverter essa situação. Na verdade, a derrubada do diploma e a desregulamentação da profissão só interessam aos patrões, que com isso aviltam o mercado de trabalho e o próprio exercício do jornalismo. É preciso que os jornalistas tenham formação superior porque a nossa profissão é extremamente complexa e a responsabilidade que nós temos perante a sociedade é muito grande.

Caros Amigos – A categoria está sob o ataque constante dos patrões.
Pedro Pomar – Os jornalistas são vítimas de assédio moral, têm sofrido achatamento salarial, têm suas condições de trabalho precarizadas. Estamos sendo aniquilados. Os patrões querem nos impedir de pensar. Querem nos impedir de exercer livremente a profissão. Sabemos que para rever essa situação é preciso lutar muito. É preciso mobilizar os colegas e trazê-los para essa luta em defesa de melhores condições de trabalho. Em defesa da nossa dignidade! A defesa da cláusula de consciência (os jornalistas podem se recusar a fazer um matéria por estar em desacordo com seus princípios), o combate ao assédio moral nas redações e locais de trabalho, o combate à “pejotização”, que é a burla das relações de trabalho que transforma assalariados em supostas pessoas jurídicas, são questões fundamentais para nós.

Caros Amigos – A oposição tem chance de reverter essa situação? 
Pedro Pomar – Pretendemos fazer uma campanha que realmente debata com os colegas a realidade da nossa categoria. Nossa profissão vem sendo destruída pelo patronato. Todas as questões que dizem respeito às melhorias das condições de trabalho da nossa categoria estão em nosso programa. Vêm em primeiro lugar. Nossa campanha tem esse grande desafio. Além disso, também pretendemos rever a posição da Fenaj em relação ao estágio. Porque os estágios têm sido utilizados pelos patrões como uma das formas mais preocupantes da precarização das condições de trabalho. Têm funcionado como substituição de mão-de-obra, roubando postos de trabalho e por salários aviltantes.

Caros Amigos – A chapa de vocês tem uma composição de mulheres bastante expressiva.
Pedro Pomar – As mulheres são maioria na nossa chapa, 53%. Isso é muito bom. Porque reflete o que é a nossa categoria, hoje: atualmente as mulheres são maioria. Então é preciso que a direção da Fenaj reflita essa realidade. Se as mulheres são maioria na categoria, elas têm de ser maioria na direção dos órgãos de representação da categoria. É apenas uma questão de justiça.

 

censura jornal jornalista

A CLASSE MÉDIA SE MOVE

por Celso Marconi Lins

 

Celso Marconi Lins
Celso Marconi Lins

 

Desde muito tempo eu sempre ouvi falar que a classe média é a pior vilã das classes sociais, talvez até pior do que a burguesia. Isso porque a classe média nunca teve cara própria e sempre teve medo de se meter nos movimentos políticos sociais para não perder as benesses que tem.

Nesse movimento atual no Brasil parece realmente que é a classe média que está indo para as ruas. De todos os comentários que já li o de Fernando Castilho do JC me parece um dos que mais se aproximam da realidade. Uma realidade difusa certamente. Mas a verdade é que a classe média está cansada de ter medo. Considera que seus pertences já estão consolidados. E por isso pode ir além. Vê, como disse Castilho, o Governo amparando a burguesia (bancos, indústria, etc) e o povão (com os programas sociais de bolsas, etc) e eles, da classe média, ficam espremidos. Pois bem. Que vão para as ruas. Com uma agenda muito difusa. Mas é isso mesmo. Na ponta existem os aproveitadores dos extremos. Mas é sempre assim.

Esperamos que as manifestações deem uma sacudida no país. E talvez melhore. Pelo menos que fique um pouco como consciência. E nas próximas eleições se vote no melhor possível.

 

 

OPOSIÇÃO VAI DISPUTAR SINDICATO DOS JORNALISTAS

por Flávio Chaves 

A LUTA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Talis

Pela primeira vez em 15 anos, haverá um bate chapa nas eleições do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco. Ontem foi o prazo final para a inscrição e duas chapas colocaram seus times em campo. A Chapa 1 vai ser comandada por Claudia Eloi, atual presidente e a chapa 2, Você sabe Porquê, tem na frente o jornalista e ex diretor de redação do Jornal do Commercio, Talis Andrade.
“Fundamental oxigenar o debate principalmente nesses tempos sombrios e de mudanças que estamos vivendo”, disse Talis Andrade que tem entre seus companheiros de chapa, Celso Marconi, Roberto Tavares e Germana Acioly, dentre outros. Como novidade haverá uma Diretoria de Liberdade de Expressão e outra de Mulheres e Minoria.

A chapa 1, promete continuar seu programa de gestão e também conta com profissionais conhecidos no mercado, como Osnaldo Morais, Graça Prado,Chico Carlos e Geraldo Bringel. ´Na oportunidade os jornalistas também vão escolher a nova diretoria da FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas. Quem não tiver em dia pode procurar o Sindicato e se regularizar até a data das eleições.O dia de votação e escolha para os novos membros da Diretoria SINJOPE,está marcado para 17 e 18 desse mês.