O ajuste fiscal anunciado pela equipe econômica do governo é uma “necessidade absoluta” afirmou, nesta segunda-feira, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, em um evento do banco em São Paulo.
Disse mais na sua ordenação: “O ajuste é necessidade absoluta, não existe plano B nem plano C”.
O todo poderoso não oferece alternativa. Tem que ser do jeito do Trabuco.
É a troika do Bradesco – prometida pelo Itaú de Marina Silva – e do banqueiro Armínio Fraga ministro da Fazenda de Aécio.
Dilma ameaça realizar um governo dos candidatos a presidente que ela derrotou.
Cortes, ajuste fiscal, estado mínimo são velhas palavras de ordem da cartilha do FMI e dos governos direitistas hoje odiados pelos europeus em crise.
Austeridade é atraso.
Austeridade é desemprego.
É arrocho. É fome. É tortura. É despejo. É cortar verbas dos serviços essenciais. É o Joaquim Levy da Contax. Chefe do Tesouro de FHC.
Vale para Espanha. Vale para o novo Brasil do trabuco. A mesma convicção monarquista
Que acha Levy do projeto da terceirização que Eduardo Cunha pretende aprovar?
Quem nomeou Levy primeiro ministro de Dilma e do PT?
“Ajuste fiscal é necessidade absoluta”, ordena Luiz Carlos Trabuco Cappi, ex-patrão de Levy.
É isso aí: trabuco no povo!
Que Dilma se cuide! para não ficar conhecida como a presidente do trabuco, que atira no povo já ferido de morte.
O banqueiro Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, ex-empregado de George Soros maior acionista particular da Petrobras, e nomeado por Aécio Neves, antes da contagem dos votos nas urnas, ministro da Fazenda, quer um arrocho daqueles do povo botar a língua pra fora.
No lugar de Fraga, o ministro hoje é Joaquim. Os dois trabalharam juntos com FHC… Armínio tem que explicar, para Joaquim, como mandou um ônibus de dinheiro, pelo HSBC, para o paraíso… Coisa de anjo. O diabo seria se fosse explicar a origem do dinheiro…
Fraga deixou de ser brasileiro? Como prova de que possui dupla nacionalidade – não sei qual está valendo – ele está sendo investigado pelo FBI.
Se o Brasil quer acabar com a corrupção, que fique proibido que um dupla nacionalidade exerça cargo do primeiro escalão do Executivo. Estou falando de quem renunciou a nacionalidade brasileira, para jurar fidelidade a uma outra Constituição.
O Brasil precisa de gente que ame o Brasil, mesmo que tenha nascido noutro país. O Brasil deve sua independência à imperatriz Maria Leopoldina de Áustria; e a Cidade do Rio de Janeiro, a preservação do verde, do que resta da Floresta Atlântica.
Em verdade, uma pessoa não possui dupla nacionalidade. E sim uma. Renuncia uma nacionalidade para assumir outra. Nos Estados Unidos participa de uma solenidade de juramento à Constituição e à Bandeira.
Tucano Armínio Fraga diz que medidas são “insuficientes para arrochar”
Manchete dos arrochados tempos de Fernando Henrique presidente e Armínio Fraga no Banco Central
Enquanto a oposição tucana por meio da mídia golpista afirma que o governo comete “estelionato eleitoral” por conta das medidas econômicas, o guru econômico dos tucanos, Armínio Fraga, disse que a meta de superavit primário de 1,2%, estabelecida pelo governo, é “insuficiente para o arrocho” que considera necessário para para interromper o aumento da dívida bruta.
Fraga foi ex-presidente do Banco Central no governo FHC e deixou o governo com inflação em 12,5%, quase quatro vezes a meta determinada pelo próprio PSDB e juros na marca de 45%, beneficiando somente aqueles que especulavam, enquanto o desemprego e o arrocho de salários sacrificavam a vida dos trabalhadores.
Em entrevista ao Valor Econômico, ele afirmou que é necessário um “esforço superior a 3%”. “A continuar nesse passo, a dívida chegará a 100% do PIB em quatro anos ou cinco anos”, defendeu ele, dizendo que o governo deve cuidar do lado qualitativo do ajuste.
Salários subiram muito
Durante a campanha no ano passado, Fraga chegou a afirmar que salários no Brasil subiram “muito” e saiu em defesa da política tucana, afirmando que as reformas feitas por FHC promoveram “ganhos sociais”, sem citar quais.
Fraga disse também que, como ministro da Fazenda dos tucanos, iria continuar com os programas sociais, mas “pretendemos também eliminar ao longo do tempo a parte injustificada das medidas de proteção, subsídio e desoneração voltadas às empresas”. Na época ele chamou as medidas de desoneração do governo Dilma, que mantiveram os empregos e reduziram os impactos da crise internacional, de “bolsa empresário”.
Fonte: Portal Vermelho
Fundo de Investimento do tucano Armínio Fraga na mira do FBI
Armínio Fraga tem um fundo intitulado Armínio Fraga Neto Fundação Gávea. Pois este fundo é investigado nos Estados Unidos por ter feito a transferência de US$ 4,4 milhões de uma conta nas Ilhas Cayman para outra do HSBC na Suíça. Quem passou a informação ao R7 foi uma fonte do FBI, a polícia federal norte-americana.
Os documentos mostram, ainda, que para tentar evitar a tributação de impostos, Armínio Fraga teria declarado que o fundo era filantrópico, isto é, isento de tributos.
Armínio Fraga disse, ao R7, que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admitiu que o fundo existiu. Declarou ele ao portal que investiu nesse fundo “há sete ou oito anos, mas tudo dentro da legalidade”. Segundo ele, todas as suas contas, de sua família e da Gávea Investimentos são “declaradas perante as autoridades competentes, brasileiras e americanas”. Ainda sobre a acusação, Fraga diz que “não houve esta transferência mencionada, houve sim um investimento regular e documentado”. E finalizou afirmando não ter notícia de qualquer investigação “sobre o tema”.
Fraga tem dupla cidadania, é brasileiro e norte-americano.
As autoridades americanas chegaram ao fundo nas investigações do Swissleaks, passando pente fino em contas do HSBC da Suíça. A lista foi vazada por um ex-funcionário do banco.
No caso da apuração do FBI, Armínio teria uma conta de compensação, conhecida como ‘conta-ônibus’, que só serve para transportar dinheiro, já que por ela não é possível fazer investimentos.
Os documentos de posse das autoridades norte-americanas mostram que antes de ser depositado no HSBC, o dinheiro passou por outra conta no Credit Bank da Suíça, supostamente para fugir do rastreamento. Depois de enviado à Suíça, mostram as investigações que o dinheiro teria volta para uma conta no America Bank de Nova York.
Os investigadores pediram quebra de sigilo do fundo.
Swissleaks
O vazamento do HSBC, conhecido por Swissleaks, tem mais de 8 mil brasileiros citados. Os detalhes de contas de mas de 100 mil clientes do banco HSBC na Suíça foram disponibilizados em fevereiro e contemplam cerca de 60 mil documentos mostrando movimentações nas contas entre 1988 e 2007, totalizando mais de US$ 100 bilhões. Na lista constam 8.667 brasileiros que depositaram US$ 7 bilhões apenas entre 2006 e 2007.
As informações foram cedidas ao jornal francês Le Monde pelo ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani. O jornal francês compartilhou os dados com mais de 140 jornalistas de 54 países do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) que comanda desde então a análise e divulgação do Swissleaks.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, determinou que a Polícia Federal apure possíveis crimes relacionados às movimentações nas contas dos brasileiros. A Receita Federal já conduz uma investigação em busca de indícios de evasão de divisas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
Apurar ou investigar?
Por que não avança a CPI do HSBC?
Fonte: Jornal GGN com informações do R7 e Portal Vermelho
O país tem 3,2 milhões de caminhões, dos quais mais da metade pertencem a grandes empresários, um monopólio comandado por umas cinco pessoas imensamente ricas e poderosas.
Para dimensionar o poder desses empresários, deles dependem o abastecimento de 60 por cento dos alimentos consumidos no Brasil.
Uma greve de cinco bilionários pode criar um clima de revolta popular, e de desestabilização do governo. Aconteceu em todos os golpes do Cone Sul. A mesma estratégia está sendo realizada hoje na Venezuela.
No Brasil, o próprio governo é responsável por tal abuso de poder. Segundo dados do BNDES, o programa Procaminhoneiro financiou quase 70 mil veículos, com subsídios do Tesouro. Não é nada, não é nada. Representou, desde 2007, um investimento de 11,7 bilhões.
“Essas operações são uma fração dos finaciamentos e se concentram nas grandes empresas”, informa a Folha de S. Paulo, reportagem de Dimmi Amora.
Publiquei vários artigos que tratam do perigo que representa para a democracia esse poder dos frotistas. Em recente reportagem, Carta Maior historia:
A expressão ‘greve de caminhoneiro’ condensa um clássico latino-americano. No Chile de Allende, a paralisação nacional dos caminhoneiros, em outubro de 1972, insuflada pelos proprietários de frotas que seccionaram o país e causaram grave e longo desabastecimento, foi um divisor de águas na escalada golpista.
A greve, que segundo historiadores, foi sustentada por dinheiro do Departamento de Estado norte-americano, inaugurou o capitulo ‘faça-se o caos’.
E foi o que se fez. O resto é sabido: ele culminaria com o bombardeio do La Moneda, 11 meses depois.
A recente greve dos caminhoneiros no Brasil sugestivamente iniciada no Paraná do juiz Moro e do tucano Beto Richa, não acontece com o pano de fundo de um embate de vida ou morte da burguesia contra um governo progressista.
Há distintas motivações a fermenta-la, sendo o reajuste nos preços do diesel uma delas. Leis trabalhistas que contrariam os interesses dos donos de frota, outra.
Mas a sua ordenação política, as palavras de ordem e o tratamento obsequioso da mídia – a mesma que antes exigia o realismo tarifário e o fim dos subsídios da Petrobras – borbulha uma cumplicidade sugestiva com os paladinos da moral, do impeachment e do desmonte da Petrobras para rifar o pré-sal.
O conjunto evidencia o subtexto de uma convergência que não pode mais ser ignorada pelo governo.
Acumulam-se sinais – alguns ostensivamente desrespeitosos, como os da elite que destratou o ex-ministro Mantega, no Hospital Albert Einstein, dia 19, onde a esposa se trata de um câncer, aos gritos ‘vai para o SUS’ – de que setores crescentes do conservadorismo resolveram aqui também desencadear o capítulo ‘Faça-se o caos; semeie-se a guerra’.
A meta nada dissimulada foi convergir distintas iniciativas para o grande dreno das correntezas golpistas em 15 de março último, no ato golpista pró impeachment de Dilma.
Movimentos bloqueiam estradas em protesto por moradia digna
São PauloSão PauloCeará
por Vitor Abdala, da Agência Brasil Edição
Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fizeram na manhã de hoje (18) um protesto na Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), em Niterói, no Grande Rio. Eles atearam fogo em uma barricada de pneus e fecharam a pista no sentido Ponte Rio-Niterói.
O protesto faz parte do Dia Nacional de Lutas, que está acontecendo em 13 estados. O MTST e movimentos da Frente de Resistência Urbana querem o lançamento imediato do Programa Minha Casa, Minha Vida 3 e o recuo no ajuste fiscal do governo federal.
Segundo a concessionária Autopista Fluminense, que administra a via, o protesto ocorreu na altura do quilômetro 321, a pouco mais de um quilômetro da ponte. O engarrafamento, de acordo com a concessionária, chega a cinco quilômetros de extensão.
Policiais militares e rodoviários federais negociaram com os manifestantes a liberação da rodovia e, neste momento, bombeiros apagam o incêndio da barricada.
Escandalosamente noticia Brazil Post:
Sob o slogan de “Não queremos intervenção militar, queremos intervenção popular”, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) organizou protestos em 13 estados do país. Até o momento já foram no mínimo 15 importantes rodovias bloqueadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará.Confira aqui a notícia do Brazil Post com z. O MTST faz questão de frisar que não apóia a política econômica de Dilma, fato escondido pela mídia.
Brazil Post usa o seguinte cartaz para incendiar o noticiário. Veja a data
Temos que lutar pela democracia. Antes que seja tarde demais. Todo golpe – a história ensina – traz a ameaça de invasão de exército e legiões estrangeiras. A Ucrânia o exemplo mais recente.
Os governadores tucanos Geraldo Alckmin e Beto Richa demonstram que os direitistas não realizam nada que preste para o povo. Governam para criar uma onda de revolta, de desesperança, de pessimismo, de descrença no Brasil. São incapazes de administrar, respectivamente, São Paulo sem água, e o Paraná da república do galeão. São podres governos, blindados pela imprensa vendida.
O povo revoltado reclama do preço dos transportes, sancionado pelo prefeito, culpando a presidência da República. Reclama a falta de água nas torneiras, culpando a presidência da República, quando a companhia de abastecimento de água foi privatizada pelo governador.
Beto Richa inicia seu segundo mandato com um tarifaço e um pacotaço de austeridade, na tentativa de reequilibrar o caixa financeiro do governo. Sua popularidade despenca, e 76% dos paranaenses desaprovam sua gestão.
No último dia 26, a Polícia Militar do Paraná recusou a ordem de Richa de expulsar os professores grevistas da Assembléia Legislativa (ALEP). Veja vídeo
Os funcionários públicos estaduais de São Paulo vão terminar nas ruas como acontece no Paraná. Este ano, Alckmin aumentou seu próprio salário em mais de 1000 reais. E na última semana, ele assinou um decreto que proíbe o aumento para o servidor público no estado. Parece que também planeja um Caracazo.
Temo por este Brasil de uma imprensa imoral, mentirosa, safada, vendida, que realiza a propaganda suja dos governos e empresas estrangeiras, principalmente das ex-estatais privatizadas em leilões quermesses.
Temo um golpe, uma ditadura financiada pela CIA, como aconteceu em 1964.
Temo um Fernando Henrique qualquer, de farda, de toga, de beca, não importa a roupa e o disfarce, que o hábito não faz o monge.
Temo um Fernando Henrique qualquer, realizando o governo terminal do verdadeiro Fernando Henrique.
Que fez Fernando Henrique, em oito anos de desgoverno e privatizações, pelo povo?
Que fez a ditadura militar, em 21 anos de ordem unida e tortura, pelo povo em geral?
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse neste sábado que o acordo de sexta-feira com o Eurogrupo “deixa para trás a austeridade, o memorando, a troika”, mas que há “dificuldades reais” e o país tem pela frente uma “batalha longa e difícil”.
“Ganhámos uma batalha mas não a guerra […] as dificuldades reais estão à nossa frente”, disse, numa declaração televisiva, em Atenas, na sua primeira reacção pública ao entendimento alcançado na véspera com os parceiros da zona euro.
O acordo com o Eurogrupo “cancela os compromissos dos governos anteriores para cortes nos salários e nas pensões, para despedimentos no sector público, para subidas do IVA na alimentação, na saúde”, afirmou Tsipras. Para além disso, “dá tempo ao país”, que passa a ter outro “horizonte” de negociação, embora o caminho seja “longo e difícil”, declarou.
“Mostrámos determinação e flexibilidade e, no final, conseguimos o nosso principal objectivo”, disse o chefe do Governo, que apresentou o entendimento de sexta-feira como um “importante êxito” e “um passo decisivo”.
“Mantivemos a Grécia de pé e digna”, afirmou também, sublinhando que desaparece a exigência de um excedente orçamental primário que considerava irrealista – o Eurogrupo assumiu que o excedente de 3% em 2015 pode vir a não ser cumprido.
O entendimento alcançado foi uma extensão do acordo de financiamento entre a Grécia e os seus parceiros da zona euro por quatro meses, até ao final de Junho. O compromisso está condicionado à aceitação pelos parceiros e credores de uma lista de medidas e reformas estruturais que o Governo de Atenas terá que apresentar já na segunda-feira.
Sem usar a palavras “programa” nem troika – o Governo de Tsipras fez do fim do relacionamento com a missão de funcionários da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional uma das suas bandeiras – o texto acordado prevê que permaneça em vigor o empréstimo e as condições que lhe estão associadas para além da data em que expirava, o próximo dia 28. Ainda que a Grécia continue sob vigilância dos credores, o diálogo será agora directamente com responsáveis das três instituições e não com funcionários.
“Queriam asfixiar-nos”
Sem os identificar concretamente, o chefe do Governo liderado pelo partido de esquerda Syriza criticou os que disse terem querido “asfixiar” a Grécia. “Herdámos um país à beira do abismo, com os cofres vazios e frustrámos o plano de forças conservadoras cegas, tanto no interior como no exterior do país, que queriam asfixiar-nos.”
“Com o decisivo apoio do povo grego, conservámos a dignidade da Grécia, no dia que foi talvez o mais importante desde que está na União Europeia”, afirmou, noutra passagem da declaração.
Um estudo da economista Cláudia Joaquim mostra bem o uso que a Direita faz do Estado. Inserido no Programa de Emergência Social (PES), o Governo [de Portugal] aumentou consideravelmente a verba para refeições nas cantinas sociais, ao mesmo tempo que diminuiu as transferências sociais e os salários.
Anne Derenne
Mas, perguntará o leitor, não é importante, em momento de urgência social, matar a fome às pessoas? A resposta não passa por negar essa necessidade, mas deve fazer perguntas a montante: não é muito mais justo e racional evitar a intensa produção de pobres que estas políticas de austeridade têm causado, nomeadamente ao aumentarem o desemprego, ao reduzirem o universo de abrangidos pelo rendimento social de inserção e abono de família que, mesmo sem serem medidas particularmente audazes, tiveram pelo menos o mérito de minorar a intensidade da pobreza? Não seria mais justo e racional acabar com os trabalhadores pobres, isto é, as centenas de milhar de pessoas que recebem um salário tão baixo que não conseguem superar o limiar de pobreza (411 euros)?
Mas a Direita deseja controlar os pobres, domesticá-los, dividi-los entre os “bons pobres” (“os nossos”, os “assistidos”, os “utentes”) e os outros (os “perigosos”, “mandriões, “viciosos”). Ao mesmo tempo, pela ação de proximidade, permite que as instituições privadas de solidariedade social exerçam um domínio clientelar e de contenção da raiva e da miséria extrema, contendo possíveis conflitos e impondo “boas maneiras”. Esta pobreza mansa é o sonho da Direita: sem Estado Social, o Estado não deixará, por mãos alheias, de matar a fome, como quem presta um favor que será cobrado, mas sem nunca permitir que deixem de ser pobres.
Sérgio Aires, sociólogo da rede europeia anti pobreza, chama-lhe a “misericordização” da protecção social: misericórdia para os pobres assistidos por misericórdias; nenhuma redistribuição, zero solidariedade.
João Teixeira Lopes, dirigente do Bloco de Esquerda, sociólogo, professor universitário
“A austeridade é um roubo” serve de mote para as iniciativas agendadas pelo Bloco de Esquerda para o próximo sábado, dia 21 de fevereiro, no distrito do Porto.
Pelas 15h, os bloquistas promovem uma marcha anti austeridade, que terá início no Largo Sandeman, na Ribeira de Gaia.
Já pelas 16h, a porta voz do Bloco, Catarina Martins, e Yiannis Bournous, membro e dirigente do Syrisa e do Partido da Esquerda Europeia, participam num comício no Mercado Ferreira Borges, no Porto. A iniciativa contará ainda com música, retratos e depoimentos de resistência.
No sábado, Yiannis Bournous participará ainda, em Lisboa, no primeiro painel do Fórum Dívida e Direitos Humanos, organizado pelo IAC – Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida, que é subordinado ao tema “Dívida e direitos humanos, uma causa sem fronteiras”.
Convocatória partiu das redes sociais, depois que se souberam as medidas do BCE e as exigências do governo alemão. O seu lema foi: “Não à chantagem! Não capitulamos! Não temos medo! Não voltamos atrás! Venceremos!”
Manifestação foi convocada nas redes sociaisA multidão, desta vez, é em apoio ao novo governo
Os gregos reagiram com manifestações de rua às pressões do BCE do governo alemão que procuram reverter o rumo antiausteridade imposto pelo novo governo de Atenas.
No próprio dia em que o Banco Central Europeu anunciou restrições ao crédito aos bancos gregos e que o ministro das Finanças alemão exigiu a reversão das novas medidas adotadas pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, uma convocatória nascida nas redes sociais reuniu muitos milhares de pessoas em muitas cidades do país.
O seu lema foi: “Não à chantagem! Não capitulamos! Não temos medo! Não voltamos atrás! Venceremos!”
Para além da concentração na praça Syntagma, em Atenas, houve manifestações em Salónica, Patras, Heraklion, Chania, Kastoria e outras cidades.
O cancro é a principal causa de morte prematura antes dos 70 anos. Este ano estima-se que morram com cancro mais de 20 mil portugueses. As previsões apontam ainda para um acréscimo de 12,6 por cento de novos casos.
No conjunto das causas de mortalidade em todas as idades, o cancro ocupa o segundo lugar depois das doenças cérebro-cardiovasculares.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde neste dia Mundial do Cancro, data em que o Governo decidiu também anunciar um investimento superior a 40 milhões de euros para tratamento de doentes oncológicos.
“Para 2015 está previsto iniciar investimentos para a área oncológica, designadamente para as unidades dos IPO de Lisboa, Coimbra e Porto, superiores de 40 milhões de euros”.
“Uma parte deste investimento já será realizada graças à capacidade de autofinanciamento das unidades, outra, por candidatura a fundos comunitários e outra parte, ainda, através da injeção de capital do Estado, até 20 milhões de euros a realizar em 2015”, refere a tutela em comunicado. Distritos em alerta vermelho
Apesar de todos os progressos da medicina, a longevidade crescente e o aumento das doenças crónicas conduziram a um aumento significativo do número de doentes que não se curam. Noventa por cento dos portugueses não têm acesso a cuidados paliativos.
Dois terços dos doentes com cancro necessitam destes cuidados. São mais de 20 mil os que morrem todos os anos.
O alerta é da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), que falou ao online da RTP sobre o problema em outubro do ano passado.
O modelo da medicina curativa, centrada “no ataque à doença”, não se coaduna com as necessidades deste tipo de pacientes, que têm sido frequentemente esquecidas, alerta a APCP.
Catarina Martins, desafiou esta segunda-feira o Governo a posicionar-se entre os países que querem “que fique tudo na mesma” na Europa ou os que defendem a reestruturação das dívidas para que haja “outro futuro na Europa”.
Catarina Martins considera que o executivo português tem “a obrigação histórica” de apoiar o novo governo grego nesta iniciativa e “as forças da Europa que querem mudança”.
“O Governo português não pode continuar no campo que está a tirar as possibilidades de futuro ao nosso país, se em Portugal não foi nada feito podemos ficar tristemente na condição do país que ficou sempre com as piores condições, mesmo quando outros países negociavam um outro futuro e um novo horizonte na Europa”, afirmou.
A porta-voz bloquista deixou claro que “a janela de oportunidade está aí” e que Portugal “pode aproveitá-la”: “Estão em debate duas formas de estar na Europa, ou aceitamos que a austeridade deve continuar ou estamos no campo de quem está a tentar mudar para que haja crescimento e emprego”.
Neste contexto, Catarina Martins defendeu que caso não o faça, o Governo “não está só a falhar com a solidariedade europeia para acabar com a austeridade”, mas com todos os portugueses.
“O desafio que se coloca hoje ao Governo e a todas as forças políticas nunca foi tão claro, é aproveitar os ventos de mudança e os sinais de mudança na Europa, se esses ventos não forem aproveitados vamos continuar a sacrificar os portugueses”, advertiu.
Catarina Martins sustentou ainda que a vitória do Syriza na Grécia trouxe um novo fôlego ao debate sobre a renegociação das dívidas, a existência da troika e as consequências da austeridade, dando os exemplos da França, da Irlanda, do Banco Central de Inglaterra ou do presidente norte-americano, Barack Obama.
“Um pouco por todo o mundo se vão ouvindo as vozes a dizer que este é o momento para a Europa compreender que a austeridade não pode ser mais a política”, disse.
A dirigente bloquista voltou a alertar para a insustentabilidade da dívida portuguesa, que “aumentou 76 mil milhões de euros nos últimos três anos”, e a citar o social-democrata Carlos Moedas, que na oposição defendeu esta posição.
“Como é que agora, quando a divida pública está ainda mais alta, representa 134% do PIB português, se pode negar a renegociação?”, interrogou.