A delação e o processo penal do absurdo

Por Patrick Mariano Gomes *

Muitos processualistas do porte de Salah H. Khaled Jr., Elmir Duclerc, Alexandre Morais da Rosa entre outros vêm alertando que o processo penal brasileiro, entendido no sentido clássico como instrumento de contenção do poder punitivo, está sob forte ameaça.

A sensibilidade desses autores se confirma na prática quando se percebe que a colaboração premiada se tornou pedra fundamental e, ao mesmo tempo, sentença definitiva do caso penal.

A forma de atuação da operação lava jato tem fixado esse padrão nos seguintes moldes: prisão temporária sem lastro legal ou decreto de prisão preventiva sem fundamentação válida para, com isso, se obter uma delação. Uma vez obtida, se franqueia o acesso aos grandes jornais e revistas que se encarregam de julgar, selecionar partes e destruir a imagem das pessoas envolvidas.

O papel de julgar se transfere para as capas de revistas. São elas que condenam e, ao magistrado, já desincumbido da sua nobre, árdua e principal tarefa, sobra tempo para posar de herói nacional, participar de eventos partidários ou financiados por esses mesmo meios de comunicação que trabalham para a construção da imagem do juiz justiceiro.

Alguns fatos recentes relativos a operação lava jato e aos seus protagonistas me despertaram a atenção e são bem simbólicos da sua completa falta de rumo. O primeiro foi a foto feita pelo juiz Sérgio Moro de sua própria mulher frente ao espelho. Por óbvio, nada anormal marido e mulher baterem fotos não fosse um detalhe: ela usava uma máscara com o rosto de Moro.

Caetano disse que Narcísio acha feio o que não é espelho. Para além de um gesto de carinho de gosto duvidoso, o uso da máscara pode significar a confusão entre personagem e a realidade. Ou aquele momento em que a ficção, de tão estimulada, se torna real a ponto de embaralhar personalidades e causar certa confusão mental. Dois corpos, um espelho e apenas um rosto.

Moro se tornou um personagem e talvez tenha ficado refém dele. Consequência disso foi a última fase da operação que mirou a morte do prefeito Celso Daniel, ocorrida há muitos anos. O fato já foi objeto de investigação conclusiva pela Polícia Civil e Federal, mas a jurisdição universal da qual se acha investido possibilitou, sem qualquer cerimônia ou apreço pelas regras de competência definidas no CPP, retomar o tema à partir de uma vara federal da cidade de Curitiba/PR.

A ilegal decisão do Tribunal Regional Federal de permitir que Moro só se dedicasse à lava jato foi um erro e possibilitou a falta de rumo da investigação. O juiz de um único processo passa ser quase que um fanático obsessivo dos mesmos fatos. A causa que lhe trouxe fama e certo prazer se tornou única e, assim, seu término, seria a destruição de um conto de fadas ou de uma série televisiva.

Talvez isso ajude a compreender o abuso das conduções coercitivas, das prisões Ilegais e a obsessiva vontade em investigar um só grupo político. Tanto que um dos procuradores que atua na lava jato admitiu que não serão investigadas gestões passadas. Ou seja, o processo penal em tempos de delação premiada torna os seus atores jurídicos paranoicos em buscar uma verdade redentora que nunca chegará.

Bem a propósito o vídeo de humor do grupo Porta dos Fundos sobre a delação porque demonstra exatamente esse quadro mental paranoico. Se o processo penal brasileiro é regido pelos jornais e capas de revistas que pedem delações e mais delações direcionadas, os seus atores se tornam fantoches desses grupos.

Ao se tornar reféns, o processo penal nunca terá um desfecho. Cria-se, assim, um círculo vicioso em que a fama estimula o ego, a delação subverte a ética e destrói ritos e procedimentos estabelecidos.

Importante dizer que foi o governo Dilma quem patrocinou e entrada no ordenamento jurídico desse instrumento de ampliação do poder punitivo. Por inocência ou por ignorância, permitiu que um instituto apenas fosse capaz de quase que aniquilar o processo penal Iluminista. A ampliação do Estado policial criou monstros difíceis de serem domados. Marcelo Semer, esses dias disse bem: “podemos escolher entrar num Estado policial, o que não podemos escolher é sair dele”.

Talvez a próxima fase da operação lava jato seja investigar o aparelho 3 em 1 que Fernando Collor disse que Lula possuía em 1989. Ou, o assassinato de Jonh Kennedy. Claro, se em alguma das delações, alguém relacionar o atirador do Texas com alguma camisa vermelha. A operação lava jato acabou, mas a obsessiva e paranoica busca dos seus atores não terá fim. É patológica. Sem qualquer trocadilho com os patos da FIESP.

* Patrick Mariano Gomes é graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Presidente Prudente (2002), mestre em Direito pela Universidade de Brasília (2013) e doutorando do programa Direito, Justiça e Cidadania no século XXI pela Universidade de Coimbra, Portugal.

Ação contra jornalista Breno Altman mostra que juiz Sérgio Moro se tornou previsível

Após as manifestações contra o golpe, realizadas no 31 de março ultimo, dia que era comemorada a implantação da ditadura militar de 1964, o juiz Sérgio Moro não quis deixar a batata esfriar do lado a oposição.

Mesmo após críticas duras de ministros do Supremo Tribunal Federal, contra as conduções coercitivas sem justificativas legais, Moro mandou a Polícia Federal levar coercitivamente o jornalista Breno Altman, do portal Opera Mundi. O detalhe é que Breno Altman nunca tinha sido convocado para qualquer depoimento. Um caso mais estranho do que a condução do ex-presidente Lula.

Para o jornalista, juiz Sérgio Moro quis manter a pauta na imprensa e na oposição. “Depois das multitudinárias concentrações de ontem e da revogação de decisões arbitrárias do juiz Moro pelo Supremo Tribunal Federal, era de se esperar que a República de Curitiba revidasse. Seu papel principal, afinal, é fabricar fatos que alimentem os meios de comunicação alinhados à oposição de direita”, declarou. Moro se tornou previsível.

Quando os amigos da claridade iam para as ruas, gritando Ditadura nunca mais, e o apoio à Dilma, em Portugal, o ministro Gilmar Mendes, realizava um seminário golpista, financiado pela Fiesp, e com as presenças de Aecio Neves e José Serra. Michel Temer foi convidado, mas desistiu na última hora. O seminário foi um fracasso político.

Veja a narrativa de Breno Altman sobre a condução:

 

Operação Lava Jato esculacha Constituição

 

Fui surpreendido, na manhã de primeiro de abril, com a notícia de que a Policia Federal havia comparecido à minha casa, em São Paulo, com um mandado de condução coercitiva e outro de busca e apreensão.

Tinha viajado a Brasília para participar de atividades da Jornada Nacional pela Democracia, que no dia 31 de março último reuniu duzentas mil pessoas apenas na capital do país.

Atendendo a orientação dos próprios agentes federais, compareci à sede brasiliense da instituição. Meu depoimento foi tomado durante cerca de uma hora, em clima cordial e respeitoso.

Minhas declarações sobre a investigação em curso, no entanto, poderiam ter sido tomadas através de intimação regular, com data e horário determinados pelas autoridades. O fato é que jamais tinha recebido qualquer convocação prévia para depor.

Aliás, assim foi procedido com demais depoentes do inquérito que envolve meu nome: nenhum deles tinha sido levado a depor sob vara, até esta sexta-feira, primeiro de abril, respeitando norma legal que estabelece coerção somente para quem foge de comparecer a atos judiciais ou oferece risco à ordem pública.

Só posso reagir com indignação ao regime de exceção que o juiz Sérgio Moro resolveu estabelecer para alguns dos intimados da chamada Operação Carbono 14.

Infelizmente não é novidade. O atropelo de garantias constitucionais é a prática predominante do magistrado Sérgio Moro e de procuradores que atuam em sua corte.

Desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, tem ficado mais claro aos brasileiros que a Lava Jato faz da intimidação, do espetáculo e do arbítrio suas principais ferramentas de intervenção.

Sob a bandeira de combate à corrupção, trata-se de investigação seletiva e contaminada, cujo objetivo derradeiro é a derrocada do governo da presidente Dilma Rousseff, a interdição do ex-presidente Lula e a criminalização do Partido dos Trabalhadores.

Depois das multitudinárias concentrações de ontem e da revogação de decisões arbitrárias do juiz Moro pelo Supremo Tribunal Federal, era de se esperar que a República de Curitiba revidasse. Seu papel principal, afinal, é fabricar fatos que alimentem os meios de comunicação alinhados à oposição de direita.

Sou apenas mais um dos alvos deste tornado antidemocrático.

Não foi apresentada, durante o interrogatório, qualquer prova ou indício de meu eventual envolvimento no caso investigado, de suposto empréstimo ao empresário Ronan Maria Pinto.

A falta de solidez na inquirição também se revela, por exemplo, pelas perguntas que diziam respeito às atividades de antiga editora da minha propriedade, fechada há quase vinte anos, com indagações até sobre o tipo de livros que publicávamos, e à doação eleitoral de dois mil reais que fiz, em 2006, a Renato Cinco, então candidato a deputado estadual pelo PSOL do Rio de Janeiro.

O que importava, afinal, era a criação de fato político que realimentasse tanto a Operação Lava Jato quanto a ofensiva por um golpe parlamentar contra a presidente da República.

Apesar de ultrajado em meus direitos de cidadão, continuarei à disposição da Justiça e confiante que, mais cedo ou mais tarde, retornaremos à plena vigência do Estado de Direito.

Mas minha situação pessoal é de pouca relevância. Como jornalista e militante das causas populares, tenho a obrigação de denunciar o esculacho ao qual nossa Constituição e nossas leis têm sido submetidas.

Também é meu dever, ao lado de milhares e milhares de outros lutadores, continuar nas ruas contra a escalada golpista da qual faz parte a Operação Lava Jato.

Estou orientando meus advogados a entrarem com uma ação no Conselho Nacional de Justiça contra o juiz Sergio Moro, pela ilegalidade de minha condução coercitiva, em decisão prenhe de ilações e especulações.

O Brasil não pode aceitar que um estado policial se desenvolva nas entranhas de nossas instituições democráticas. (Do Opera Mundi)

Um estado policial nas entranhas de nossas instituições democráticas

Ação contra jornalista Breno Altman mostra que juiz Sérgio Moro se tornou previsível

 

 

Carta Campinas/ Opera Mundi

 

 

Após as manifestações contra o golpe, realizadas na tarde de ontem (31/03), o juiz Sérgio Moro não quis deixar a batata esfriar do lado a oposição.

Mesmo após críticas duras de ministros do Supremo Tribunal Federal, contra as conduções coercitivas sem justificativas legais, Moro mandou hoje a Polícia Federal levar coercitivamente o jornalista Breno Altman, do portal Opera Mundi. O detalhe é que Breno Altman nunca tinha sido convocado para qualquer depoimento. Um caso mais estranho do que a condução do ex-presidente Lula.

Para o jornalista, juiz Sérgio Moro quis manter a pauta na imprensa e na oposição. “Depois das multitudinárias concentrações de ontem e da revogação de decisões arbitrárias do juiz Moro pelo Supremo Tribunal Federal, era de se esperar que a República de Curitiba revidasse. Seu papel principal, afinal, é fabricar fatos que alimentem os meios de comunicação alinhados à oposição de direita”, declarou. Moro se tornou previsível.

Veja a narrativa de Breno Altman sobre a condução:

 

Operação Lava Jato esculacha Constituição

 

Fui surpreendido, na manhã de hoje (1º/04), com a notícia de que a Policia Federal havia comparecido à minha casa, em São Paulo, com um mandado de condução coercitiva e outro de busca e apreensão.

Tinha viajado a Brasília para participar de atividades da Jornada Nacional pela Democracia, que ontem (31/03) reuniu duzentas mil pessoas apenas na capital do país.

Atendendo a orientação dos próprios agentes federais, compareci à sede brasiliense da instituição. Meu depoimento foi tomado durante cerca de uma hora, em clima cordial e respeitoso.

Minhas declarações sobre a investigação em curso, no entanto, poderiam ter sido tomadas através de intimação regular, com data e horário determinados pelas autoridades. O fato é que jamais tinha recebido qualquer convocação prévia para depor.

Aliás, assim foi procedido com demais depoentes do inquérito que envolve meu nome: nenhum deles tinha sido levado a depor sob vara, até esta sexta-feira, respeitando norma legal que estabelece coerção somente para quem foge de comparecer a atos judiciais ou oferece risco à ordem pública.

Só posso reagir com indignação ao regime de exceção que o juiz Sérgio Moro resolveu estabelecer para alguns dos intimados da chamada Operação Carbono 14.

Infelizmente não é novidade. O atropelo de garantias constitucionais é a prática predominante do magistrado Sérgio Moro e de procuradores que atuam em sua corte.

Desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, tem ficado mais claro aos brasileiros que a Lava Jato faz da intimidação, do espetáculo e do arbítrio suas principais ferramentas de intervenção.

Sob a bandeira de combate à corrupção, trata-se de investigação seletiva e contaminada, cujo objetivo derradeiro é a derrocada do governo da presidente Dilma Rousseff, a interdição do ex-presidente Lula e a criminalização do Partido dos Trabalhadores.

Depois das multitudinárias concentrações de ontem e da revogação de decisões arbitrárias do juiz Moro pelo Supremo Tribunal Federal, era de se esperar que a República de Curitiba revidasse. Seu papel principal, afinal, é fabricar fatos que alimentem os meios de comunicação alinhados à oposição de direita.

Sou apenas mais um dos alvos deste tornado antidemocrático.

Não foi apresentada, durante o interrogatório, qualquer prova ou indício de meu eventual envolvimento no caso investigado, de suposto empréstimo ao empresário Ronan Maria Pinto.

A falta de solidez na inquirição também se revela, por exemplo, pelas perguntas que diziam respeito às atividades de antiga editora da minha propriedade, fechada há quase vinte anos, com indagações até sobre o tipo de livros que publicávamos, e à doação eleitoral de dois mil reais que fiz, em 2006, a Renato Cinco, então candidato a deputado estadual pelo PSOL do Rio de Janeiro.

O que importava, afinal, era a criação de fato político que realimentasse tanto a Operação Lava Jato quanto a ofensiva por um golpe parlamentar contra a presidente da República.

Apesar de ultrajado em meus direitos de cidadão, continuarei à disposição da Justiça e confiante que, mais cedo ou mais tarde, retornaremos à plena vigência do Estado de Direito.

Mas minha situação pessoal é de pouca relevância. Como jornalista e militante das causas populares, tenho a obrigação de denunciar o esculacho ao qual nossa Constituição e nossas leis têm sido submetidas.

Também é meu dever, ao lado de milhares e milhares de outros lutadores, continuar nas ruas contra a escalada golpista da qual faz parte a Operação Lava Jato.

Estou orientando meus advogados a entrarem com uma ação no Conselho Nacional de Justiça contra o juiz Sergio Moro, pela ilegalidade de minha condução coercitiva, em decisão prenhe de ilações e especulações.

O Brasil não pode aceitar que um estado policial se desenvolva nas entranhas de nossas instituições democráticas.

Moro não engana os ingleses

Aqui é o Eliot Ness da Veja!

 

 

Jornal britânico The Sunday Times (clique aqui para ler o texto original) questiona comportamento de juiz da Lava Jato.
The Sunday Times, em artigo assinado pelo editor-executivo Ian Dey sobre o trabalho do Juiz Moro, compara o magistrado brasileiro ao agente do Tesouro dos EUA, Elliot Ness, que levou Al Capone à Justiça e cuja história deu origem ao filme “Os Intocáveis”.

Diz o título:

“Eliot Ness brasileiro está fora de controle”

Segundo o texto, na própria Inglaterra há críticas à postura de “intocável” do juiz Sérgio Moro, que vem sendo acusado por entidades internacionais de “desrespeitar a Constituição Federal brasileira e também tratados de defesa dos direitos humanos em seus mandados de prisão”.

Em alguns casos, acrescenta Dey, há dúvidas se o princípio da inocência está sendo respeitado.

Para o Times, a atitude de Moro levanta suspeitas de que ele estaria se preparando para uma candidatura à Presidência da República nas próximas eleições, “especialmente em um momento de forte pressão pela saída de Dilma Rousseff”.

Menciona, ainda, que o CEO do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, está preso desde junho sem julgamento porque não assinou acordo de delação premiada.

Esses acordos, inclusive, também são alvo de questionamento por especialistas, conclui o texto.

Nota do redator deste blogue: Elliot Ness agia como a milícia de São Paulo. Era capaz de todos os tipos de violência. Tinha carta branca de J. Edgar Hoover Building  de quem foi protegido e amigo íntimo, demasiadamente íntimo que o poderoso Houver era gay.

Moro pede para cortar na própria carne. Significa limpar o judiciário dos bandidos togados? Que ele esclareça

 

Marcelo António Homem de Mello: “Cortar na própria carne é um termo forte, impactante, usado simbolicamente, para exemplificar medidas duras no sentido de apurar e punir os próprios atos, e de seus congêneres diretos, antes de repassar aos seus segundos e terceiros escalões.

Ouve-se muito na administração pública. Nem tanto como gostaríamos é bem verdade, mas é um jargão do setor”.

Conheça outros significados aqui.

Narra o Estadão: “Nas manifestações que aconteceram em todo Brasil, neste dia 13, o juiz da Lava Jato recebeu amplo apoio, bem como as investigações e autoridades envolvidas nos processos da Lava Jato. Em Curitiba, sede das investigações, manifestantes colocaram nas ruas 10 mil máscaras em homenagem a Moro”.

Agradecido, ele assinou a seguinte nota: “Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle. Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como País”.

Não esquecer que o juiz federal Sergio Fernando Moro vem sendo acusado de apenas punir governitas, notadamente os petistas, inclusive pelo partidarismo de sequestrar, debaixo de vara, o ex-presidente Lula da Silva.

O ministro-chefe da Casa Civil disse o que o trabalho do juiz Sergio Moro está chegando onde o magistrado sempre quis, que seria a criminalização da política.

“Tem gente babando sangue. Lula virou troféu”, acrescentou o ministro Jaques Wagner.

“Cortar na própria carne” seria também prender, por exemplo, os adversários de Dilma Rousseff já denunciados como Aécio Neves, Eduardo Cunha?  Isso sem falar na corrupção existente no judiciário.

 

Sabe o que significa “‘ Cortar a Própria Carne?”

 

por Marcelo António Homem de Mello (1)

Cortar na própria carne é um termo forte, impactante, usado simbolicamente, para exemplificar medidas duras no sentido de apurar e punir os próprios atos, e de seus congêneres diretos, antes de repassar aos seus segundos e terceiros escalões.

Ouve-se muito na administração pública. Nem tanto como gostaríamos é bem verdade, mas é um jargão do setor.

Trazendo o termo para a moderna administração, traduziria como líderes e gestores se punindo, reconhecendo suas falhas e limitações, assumindo o papel da ineficiência, erros, antes de culpar a seus colaboradores diretos ou indiretos.

É a autoflagelação antes de chicotear ou penalizar a terceiros.

É pensar no próximo antes que em si mesmo.

Isso mesmo, automutilação!

Significa que gerir pessoas é uma questão muito mais ampla que se pode imaginar, e só que tem muita vocação e aptidão consegue realizar com sucesso essa missão, principalmente quando se diz reconhecer e assumir sua própria ineficiência ou insucessos..

O Moderno Gestor, ou administrador, tem de entender muito bem este conceito, aprender e exercitar.

Não repassar o ônus de suas decisões, pouco assertivas, aos seus colaboradores e parceiros, encontrando o ponto frágil da mesma e transformando isso tudo em oportunidade.

Cortar a própria carne é “não arrebentar a corda” no lado mais fraco. É colocar-se a frente de decisões de forma positiva, comemorando acertos e trabalhando em cima dos desacertos, pois a única certeza é de que desacertos vão existir em qualquer modelo de gestão, seja lá qual for o modelo ou perfil do gestor.

É assumir junto com sua equipe, seu time, os sucessos e os insucessos, é gerir pelo exemplo.

E já está ficando batido e desgastado no meio político, de onde o jargão se origina. São tantos escândalos e denuncias que acabam impunes no país, que cortar na própria carne tem sido motivo de piadas. Entretanto, se torna real quando, além da exoneração, os envolvidos em malfeitorias acabam sendo presos, ainda que temporariamente em cumprimento a decisões judiciais.

Bom dia a todos,

Excelente término dos Feriados de Momo!

Bom início de 2014.

 

(1) CEO – Empresário, Consultor, Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching-SBC, Palestrante Técnico e Motivacional, Gestor Estratégico de Pessoas, Instrutor de Treinamentos Indoor e Outdoor (TEAL), Psicólogo Organizacional.

“Os mesmos tratos que foram cedidos a FHC quando teve de explicar os recursos enviados a paraísos fiscais”

Destituição do cargo de juiz federal de Sérgio Moro. Assine petição ao Conselho Nacional de Justiça.

 

Por que isto é importante

Para salvaguardar a condição de imparcialidade do Poder Judiciário.

No último dia 04 o dr. Sérgio Moro não cometeu apenas um erro jurídico. Ele sabia que sua autorização de condução coercitiva contrariava procedimentos previstos em Lei. Portanto, deve ser afastado por imperícia, por imprudência ou por negligência.
A condução coercitiva de Lula foi um ato ilegal.

Lula merece os mesmos tratamentos dados a qualquer um dos ex-presidentes da república, como por exemplo, os mesmos tratos que foram cedidos a FHC quando teve de explicar os recursos enviados a paraísos fiscais.

Sérgio Moro e representantes da Justiça tem de se pronunciar nos autos e não através da imprensa, recebendo prêmios e empresas que se preocupam com seus shows midiáticos.

Sérgio Moro e representantes da Justiça não podem ter laços e vinculações com partidos políticos e empresas interessadas nos processos que estão a seus cargos.

Sérgio Moro não pode e não deve trazer mais prejuízos com as instabilidades jurídica, política e econômica que já produziu com seus atos autoritários e ilegais.

Sérgio Moro tem de ser destituído do cargo que ocupa.

Assine aqui. Moro é mais policia do que juiz.

Moro transforma polícia federal em gestapo golpista

 

Neste sábado (5), juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas ações da Operação Lava Jato na primeira instância, divulgou nota sobre as ações de sexta-feira (4), nas quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de um mandado de condução coercitiva. Coercitiva sinônimos:

Que oprime: tirano, abusivo, implacável, intransigente, arbitrário, rígido, prepotente, injusto, repressor, imperioso, intolerante, opressivo, coercivo, tirânico.

Em que há compulsão: compulsivo, forçado, coativo, constrangente, forçador, impositor, obrigante.

Moro destaca que as medidas de busca e apreensão e condução coercitiva de Lula “não significam antecipação de culpa”. Significa o quê? Para Moro, Lula é culpado. Inocente é qualquer outro ex-presidente vivo e solto: Sarney, Collor e Fernando Henrique.

O juiz afirma ainda que foram tomados cuidados para preservar a imagem de Lula. “Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar.” O juiz safada e covardemente não cita quais inocentes foram agredidos. Nem os confrontos. A prisão teve sim – como era esperado, e faz parte de uma conspiração golpista – “manifestações políticas inflamadas”. E foi, ainda, uma operação abafa, para tirar das manchetes a decisão do Superior Tribunal Federal de transformar Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, em réu. Contra Lula, Moro não tem nada. Néca de pitibiriba.

 

 

Com medo de punições e bastante criticado, Moro lança nota tentando se explicar

Confira a íntegra da Nota oficial da 13ª Vara Federal de Curitiba

A pedido do Ministério Público Federal, este juiz autorizou a realização de buscas e apreensões e condução coercitiva do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento. Como consignado na decisão, essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-Presidente. Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-Presidente. Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar. Repudia este julgador, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa. A democracia em uma sociedade livre reclama tolerância em relação a opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas e compreensão em relação ao outro.

Curitiba, 05 de março de 2016.

Sergio Fernando Moro

Juiz Federal

 

 

 

 

MORO O JUIZ DO VERBO CONDICIONAL E DO QUIÇÁ

MORO, O JUIZ DO VERBO NO CONDICIONAL. O JUIZ DO QUIÇÁ, QUIÇÁ, QUIÇÁ: SE ME PERGUNTAM SE UM PETISTA ALGUM CRIME ESCONDE, LOGO ME RESPONDO: TALVEZ, TALVEZ, TALVEZ. DEVE SER PRESO, SIM, PORQUE É POSSÍVEL, PODERIA, PORVENTURA TER RECEBIDO PROPINA ATÉ QUE PROVE SUA INOCÊNCIA.  

A semanticista Fátima Oliveira, in Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho (pp. 256-257), defende que o condicional funciona mais frequentemente como um modo do que como um tempo, em especial nas situações em que o ponto de referência temporal não é o passado. Nos exemplos vi e vii, pode constar-se que é a dimensão modal da probabilidade, da hipótese, que é expressa pelo condicional. Na qualidade de modo, o condicional exprime o irreal, um desejo, ou a atenuação de uma afirmação.

Jornal GGN – Em sua coluna na Folha de S. Paulo, o jornalista Janio de Freitas questiona a 23a fase da Operação Lava Jato e as acusações de que o marqueteiro João Santana recebeu propinas da Odebrecht, já que ele não teria relação com a intermediação de contratos da Petrobras. Janio também afirma que o juiz Sergio Moro e os procuradores da força tarefa não levantaram indícios de que o dinheiro da construtora no exterior teria sido proveniente da Petrobras. “A falta até de mínima sustentação das exposições de Sergio Moro, no próprio decreto de prisão de Santana e Mônica, como nas falas dos procuradores e policiais é nada menos do que escandalosa”, diz o colunista. Leia mais abaixo:

 

Efeitos secundários

por Janio de Freitas

Um mistério, mas nem tanto. O juiz Sergio Moro expôs por escrito, os procuradores falaram à vontade, representantes da Polícia Federal falaram também, mas ninguém disse o essencial para dar sentido a essa operação 23 da Lava Jato: por que, afinal de contas, o marqueteiro João Santana “recebeu propina” US$ 3 milhões da Odebrecht, se nada tem a ver com intermediação de contratos da Petrobras, nem se sabe de outras atividades suas que expliquem comissões da empreiteira?

Também não há, nas tantas palavras daquelas vozes da Lava Jato, nenhum indício, consistente ou não, de que o dinheiro da Odebrecht no exterior seja proveniente da Petrobras, como “desconfiam”. Nem que tenha qualquer relação com campanha no Brasil.

A falta até de mínima sustentação das exposições de Sergio Moro, no próprio decreto de prisão de Santana e Mônica, como nas falas dos procuradores e policiais é nada menos do que escandalosa. Ou deveria sê-lo.

O jornalista Fernando Molica levantou, para sua coluna no carioca “O Dia”, o uso de determinadas palavras no decreto de prisão do casal. Sergio Moro diz ser algo “possível” 19 vezes. “Já ‘possivelmente’ foi escrita em 3 ocasiões, ‘provável’ em 5. Moro utilizou alguns verbos no futuro do pretérito: ‘seria’ aparece 14 vezes; ‘tentar/tentariam’ merecem 16 aparições”.

Ou seja, o piso do decreto de Moro é o texto das vaguidões, das inexistências e dos pretendidos ilusionismos.

Anterior por poucos dias, o outro caso gritante na última semana fez Hélio Schwartsman considerar cabível a hipótese de que, suscitada em momento de ataque mais agudo a Lula, a história de Fernando Henrique com Mirian Dutraemergisse como um chamariz das atenções. Em tal limite, e sem ameaçar suas veracidades, a hipótese é admissível. E, por força, desdobra-se em outra.

Ainda que Sergio Moro, os procuradores e a PF dispusessem de elementos convincentes para a prisão de Santana e Mônica, seria preciso fazê-la com a urgência aplicada? Nenhum fato a justificou. O risco de fuga era zero, já estando ambos no exterior. Mas o problemático assunto das remessas e contas externas de Fernando Henrique foi sufocado com mais facilidade. Não que se pudesse esperar um tal assunto levado a sério: a Procuradoria Geral da República, os procuradores e a Polícia Federal não foram capazes de emitir, dirigida à população como devido, sequer uma palavra a respeito. Mas sempre poderia ocorrer algum desdobramento a exigir mais para sufocá-lo.

Além disso, a oportunidade foi perfeita para o fato consumado de ampliar o alcance de Sergio Moro e da Lava Jato, apesar da duvidosa legalidade do novo alcance. O âmbito legal das ações de Moro e da Lava Jato não inclui eleição, campanhas, Santana, e atividades das empreiteiras fora do sistema Petrobras. Extendê-lo já foi tentado, mas o Supremo Tribunal Federal barrou-o. Mas é por aqui que se pode entender o serviço prestado por tanto “possível” e “possivelmente” e “seria”: misturam o marqueteiro com dinheiro da Petrobras. E com as campanhas de Lula e de Dilma, que assim são postas na jurisdição das ações da Lava Jato e de seu poderoso juiz.

Sergio Moro, os procuradores e policiais federais falaram muito sem dizer o essencial. Mas já se entende parte dele.

FANTASMAS

Não tenho apreço por João Santana. Sua demissão da campanha eleitoral na República Dominicana me parece positiva para os dominicanos. Com isso, porém, a funcionária fantasma de José Serra pode voltar, também, a Brasília. Para ganhar outra vez, que tristeza, só como fantasma do Senado. Um efeito secundário da ação de Sergio Moro.

O juiz Moro e a indústria da delação mais do que premiada

Em vídeo bomba, advogados enfrentam Moro em audiência da Lava Jato e o acusam de conduzir um processo ilegal

Advogados acusam Moro de conduzir um processo ilegal

 

De O Cafezinho, via GGN

Uma leitora amiga me manda um vídeo impressionante, que traz os advogados de Fernando Soares, um dos réus da Lava Jato, protestando veementemente contra as artimanhas do Ministério Público e do juiz Sergio Moro para enganar a defesa e manipular o processo.

A cena do vídeo é uma sala da 2ª Vara Federal de Curitiba, e os personagens principais são Sergio Moro, dois advogados de defesa, e um procurador que não aparece no vídeo.

Em determinado momento, um dos procuradores ofende o advogado, falando em chicana. Joaquim Barbosa, realmente, fez escola.

O advogado, porém, responde à altura.

São dois advogados. O segundo a falar é Nelio Machado, um dos maiores criminalistas do país, que denuncia: nunca, diz ele, em 30 anos de profissão, testemunhei um desrespeito tão gritante à Constituição e ao direito da defesa.

Machado falou que até mesmo a Constituição do Estado Novo, de inspiração fascista, trazia garantias na lei que respeitavam a defesa dos réus, garantias estas que Sergio Moro tem agredido sistematicamente, com vistas a promover, sabe-se lá com que intenções, um circo midiático-judicial.

(Sobre Nélio Machado, ler esse post, do professor Rogério Dultra).

Talvez Moro tenha intenção de seguir o exemplo de Ayres Brito e escrever o prefácio do próximo livro de Merval Pereira, e ganhar uma sinecura de luxo no Instituto Innovare, da Globo.

Machado explica ainda ao procurador mal educado e ignorante que o Ministério Público, segundo a Constituição cidadã de 88, tem como dever auxiliar a justiça. O procurador não é um justiceiro cuja função é apenas acusar. Sua função não é ver o réu como um “inimigo” a ser esmagado a qualquer custo. Não. Sua função, assim como a do advogado, é a de defender a lei.

“Não existe hierarquia entre advogado e Ministério Público, ambos são auxiliares da lei”, ensinou Machado.

O vídeo é uma bomba.

É notório, no vídeo, que Sergio Moro não atua como magistrado, mas como um rancoroso beleguim, um verdadeiro inimigo do réu e dos advogados de defesa, imitando o estilo Joaquim Barbosa.

Emblemático que ambos, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, tenham ganho o prêmio Faz Diferença da Globo. Quer dizer, prêmio não. Propina. O prêmio Faz Diferença deveria ser encarado como propina e os magistrados que o recebem deveriam ser acusados de corrupção, porque é um prêmio que vale mais que dinheiro. Com esse prêmio em mãos, os magistrados podem ganhar dinheiro como celebridades políticas, fazendo palestras pagas com dinheiro público, como está fazendo, sem nenhuma vergonha, Joaquim Barbosa.

Qualquer um pode ganhar prêmio: políticos, empresários, artistas. Juiz não. Juiz não deve ganhar nenhum prêmio. O que ele faz é um dever público, uma obrigação, pela qual recebe os maiores salários e as maiores regalias oferecidas pelo contribuinte a um servidor: almoço, transporte, habitação até roupa grátis, longas férias anuais.

Por tudo isso, juízes tem de ser sérios, moderados e justos. Nunca devem se deixar levar por pressões de mídia e jamais devem se portar como acusadores ou inimigos dos réus.

A outra notícia bombástica é um regaste de uma informação publicada, ano passado, num dos blogs da Carta Capital.

O post confirma uma denúncia que já fizemos aqui, com base num depoimento de Roberto Bertholdo, advogado condenado na 2ª Vara Criminal de Curitiba, onde atua Sergio Moro.

Segundo consta em matéria da Folha de 11 de março de 2006, Bertholdo declarou que seria “condenado por um esquema montado na 2ª Vara Federal Criminal, que criou a ‘indústria da delação premiada’. Segundo ele, Youssef entregou doleiros no Brasil inteiro e se apropriou de seus clientes.”

Eu gostaria de saber: nenhum jornal jamais quis saber a validade dessa denúncia? Que indústria da delação é essa? E que história é essa de que o esquema foi montado dentro da 2ª Vara Federal Criminal, a mesma onde atuava e atua Sergio Moro?

Não vale falar que Bertholo é um condenado. Se a voz de Youssef é ouvida pela justiça, pelo ministério público e pela imprensa, porque não ouvir Bertholo?

A matéria publicada num dos blogs da Carta Capital, o blog do Serapião, confirma a denúncia de Bertholdo.

Youssef delatou os principais doleiros do país, por ocasião da “delação premiada” que lhe foi oferecida por Moro e pelos mesmos procuradores que hoje integram esta conspiração judicial em que se transformou a Lava Jato.

O doleiro vem operando, há tempos, como o personagem da série Black List, estrelada por James Spader: manipulando a delação para jogar o Estado contra seus inimigos e concorrentes, e beneficiar a si mesmo.

O “prêmio” que Youssef obteve, após suas primeiras delações, feitas em 2003, para o mesmo Sergio Moro, não foi uma mera redução de pena. Foi muito mais! Youssef tornou-se o maior doleiro do país, e ampliou suas conexões ilegais com figuras estratégicas da elite política.

É incrível que depois de ter feito isso, Youssef ainda tenha credibilidade na mídia e lhe seja oferecida novamente o privilégio da delação premiada, pelo mesmo Sergio Moro e pelos mesmos procuradores!

A indústria da delação premiada não só dá lucro como parece ser intocável! O sujeito delata seus concorrentes, conta um porção de mentiras à justiça, é solto, volta a roubar, agora na condição de maior doleiro do país, e se torna um heroi da mídia, sendo paparicado novamente por um juiz supostamente vingador e procuradores midiáticos (os mesmos da primeira delação!), e tudo porque aceita representar, com seu imenso talento para manipulação e a mentira, o papel de pivô de uma conspiração judicial.

A Lava Jato é uma repetição grotesca do que aconteceu na Ação Penal 470, e traz vários personagens repetidos, a começar por Sergio Moro, que escreveu o texto fascistoide com o qual Rosa Weber condenou Dirceu: aquele que traz uma frase que resumirá toda uma era de arbítrios midiático-judiciais: “Não tenho provas contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura assim me permite”.

Crédito do vídeo: Nilton Araújo. O original, mais longo, foi publicado no site Consultor Jurídico. Veja aqui

Moro debocha da deficiência física e Gilmar Mendes chama Lula de bêbado

Quando o ministro Gilmar Mendes chama Lula de bêbado, e seu partidário juiz Sergio Moro prefere o epíteto de aleijado, ficam escancarados o sectarismo, o fanatismo e o ódio dos dois polêmicos e exibicionistas magistrados, que deveriam alegar suspeição para julgar os petistas.

Hoje a imprensa noticia que o pai “de Sérgio Moro foi um dos fundadores do PSDB em Maringá Paraná e egresso dos quadros da ARENA, partido político que apoiava a Ditadura”.

Acrescenta Paulo Muzell: Sergio Moro, “religioso ao extremo, mãe carola. Idolatrava o pai, falecido em 2005, um professor muito respeitado, homem conservador, apoiador da ditadura, fundador e militante do PSDB de Maringá, que foi formado majoritariamente por quadros egressos da ARENA. O próprio Moro recentemente prestigiou um evento promovido pelo PSDB em companhia de João Dória. Sua esposa trabalhou como assessora jurídica do gabinete do governador José Richa (PSDB do Paraná)”.

Publica o portal Brasil 247:

Segundo o jornalista Ricardo Noblat, o juiz Sergio Moro se refere ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ‘Nine’, numa alusão a seus ‘nove dedos’; qualificar alguém em razão de uma deficiência física, como fez Ronaldo Caiado, com a camisa ‘Basta’, nas manifestações de março e abril deste ano, é uma atitude fascista; segundo Noblat, Moro ‘tem a esperanca’ de pegar o ex-presidente Lula; delatado por Alberto Youssef como dono de uma diretoria em Furnas que pagava mensalão de US$ 100 mil/mês a parlamentares no governo FHC, o senador Aécio Neves não foi atingido pela Lava Jato; Lula está na mira

 

Não é de hoje que os críticos mais rasos do ex-presidente Lula recorrem ao fato de ele ter um dedo a menos na mão esquerda (em decorrência de um acidente quando era torneiro mecânico) para tentar diminuir sua capacidade. A atitude, de caráter nitidamente preconceituoso, estaria sendo replicada pelo juiz Sérgio Moro (segundo o jornalista Ricardo Noblat), responsável pela operação Lava Jato, que investiga a corrupção em contratos de empreiteiras com a Petrobras. De acordo com Noblat, em seu Twitter, Moro se refere ao petista como “Nine” – nove em inglês -, quando está entre amigos. “Tem esperança de pegá-lo”, afirma o colunista de O Globo, em referência à fase mais recente da operação, que prendeu Marcelo Odebrecht, empreiteiro próximo de Lula.

Caso a afirmação de Noblat não seja rapidamente desmentida por Moro, ficará escancarada a intenção política do magistrado que comanda os rumos da Lava Jato. Neste fim de semana, todos os veículos da imprensa familiar – Folha, Veja e afins – dão como certo que o próximo passo da operação é tentar criar uma vinculação com Lula, para assim prendê-lo, o que traria consequências político-eleitorais muito negativas para ele e para o seu partido, o PT. Mas como esperar correção, imparcialidade e respeito nas investigações e decisões de um juiz que se refere a um ex-presidente da República não pelo nome, mas por uma vocativo fascista?

Ao chamar Lula de “Nine”, Moro se aproxima de políticos da extrema-direita brasileira, como Ronaldo Caiado, do DEM, que, nos protestos do início deste ano, vestiu uma camisa que trazia uma mão com quatro dedos sujas de petróleo acompanhadas da expressão “Basta”. A atitude reprovável de Caiado, que foi duramente criticado por tal indecência, não pode ser repetida por um magistrado responsável pelo julgamento de um processo que envolve políticos e empresários.

A forma pejorativa como faria referência ao ex-presidente guarda ainda outros significados. Além de demonstrar a posição adversa ao político e ao partido que ele lidera, tal atitude reforça a informação de Moro ignorou realmente trecho da delação do doleiro Alberto Youssef, que acusou o senador Aécio Neves (presidente nacional do PSDB e candidato derrotado a presidente no ano passado) como dono de uma diretoria em Furnas que pagava mensalão de US$ 100 mil/mês a parlamentares no governo tucano de FHC.