O pequeno mundo de Maluf e Cunha

Medo ou proibidos de viajar

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deusa justiça

A situação de Eduardo Cunha vai ficando parecida com a de Paulo Maluf, que se viajar para o exterior será imediatamente preso, pelo que os brasileiros qualificam de maneira leviana, protecionista e amenizadora de crime de colarinho branco – a arte de roubar dinheiro público ou receber propina, e jeitinho de pagar super super faturas de obras inacabadas e ser√iços fantasmas.

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In Wikipédia: “A carreira de Maluf é marcada por seguidas acusações por corrupção, entretanto contra ele não figura nenhuma condenação por prática de crimes na modalidade dolosa – onde há intenção de praticar delito – ou enriquecimento ilícito, o que o permite continuar disputando eleições, na visão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Tribunal Superior Eleitoral. No ano de 2005 foi preso preventivamente, acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, sendo posteriormente inocentado pelo Supremo Tribunal Federal por não haver base legal ou jurídica no processo.Em 2010, foi inserido na lista de procurados pela Interpol em razão de mandado expedido pela promotoria de Nova Iorque, que o acusa de movimentar ilicitamente milhões de dólares no sistema financeiro internacional sem justificativa fundamentada”.

Em 2005, o doleiro paranaense Alberto Youssef, que tem o maior bocão do mundo do crime, afirmou à sub-relatoria de movimentações financeiras da CPI dos Correios, que fez uma operação no exterior em favor de Paulo Maluf.

Youssef, contudo, não soube precisar o valor e a data em que a operação foi feita. Disse recordar apenas que teria envolvido entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, e seria datada de 1996 ou 1997.

Com medo de ser preso, Cunha cancela viagem à Itália
Mario
Mario

por Luiz Müller


Cunha já foi citado por 5 delatores premiados da Lava Jato. E a justiça brasileira não faz nada. A mesma justiça, que por muito menos, ou até sem provas, manda prender petistas, se faz de cega, surda e muda quando se trata de adversários do PT e do Povo, como é o caso de Cunha.

Janot, Procurador Geral da República, já pediu a condenação dele a 184 anos de prisão por suas falcatruas. E a Justiça…nada.

Agora é a justiça da Suíça que encaminhou ao Brasil um inquérito que identifica milhões de dólares não declarados nas contas dele e de sua família. Não declarou aqui e não declarou lá. É óbvio que é dinheiro de maracutaia.

A mídia brasileira já vinha mostrando a dias, que Cunha ia viajar a Itália, como se não houvessem denúncias graves contra ele. A tranquilidade era total. Total, por que a vergonhosa justiça brasileira parece cega do olho direito.

Mas agora fica mais que evidente que o cara é mais sujo que pau de galinheiro. Tem medo de ir a Europa e ser preso por lá. Aí resolveu ficar por aqui, gozando da cara do povo brasileiro e justiça manca do Brasil.

Investigado pelo Ministério Público suíço, o presidente da Câmara dos Deputados cancelou viagem à Europa que faria nesta quinta-feira (1). Ele é acusado de ter recebido dinheiro ilegal de um lobista preso na Operação Lava Jato e, na Suíça, está sendo investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Paixão
Paixão

Do Portal Fórum – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estava com as malas prontas para viajar para a Itália na manhã desta quinta-feira (1) mas, de última hora, na noite desta quarta-feira (30), teve que cancelar o passeio. De acordo com o parlamentar, que comunicou a desistência da viagem após a última sessão no plenário da Câmara, a decisão se deu por conta do casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que acontece no sábado (3).

Tanto a viagem quanto o casamento, no entanto, já estavam marcados e Cunha sabia dos conflitos na agenda. A decisão de última hora de não viajar mais à Europa ocorreu no mesmo dia em que a Suíça enviou ao Brasil dados de contas secretas nas quais ele teria recebido dinheiro de forma ilegal. No país europeu, o deputado é investigado desde abril por corrupção e lavagem de dinheiro. No Brasil, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que dará sequência às investigações suíças.

Entre parlamentares próximos a Cunha, estima-se que ele tenha desistido da viagem para não ganhar status de “foragido” e enfrentar a situação.

Autoridades brasileiras e suíças chegaram às supostas contas ilegais de Cunha no país europeu a partir do rastreamento bancário do lobista João Augusto Henriques, executivo ligado ao PMDB e preso no mês passado pela Operação Lava Jato.

Henriques chegou a afirmar, em delação premiada, que depositou dinheiro em uma conta do presidente da Câmara.

O Globo disse que Veja disse que Youssef disse que Pansera era pau mandado. O protegido doleiro nunca citou o nome do deputado. E a esposa foi presa com 200 mil euros na calcinha

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Do ministério de notáveis de Dilma Rousseff constará Celso Pansera, na pasta de Ciência e Tecnologia. Celso Pansera é o “pau mandado” que intimidou a família de Alberto Youssef, segundo o próprio doleiro, a mando de Eduardo Cunha.

As outras credenciais de Celso Pansera para a Ciência e Tecnologia são igualmente altíssimas: ele é dono de um restaurante “self-service”, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O nome do restaurante é Barganha. In O Antagonista

PANSERA DEIXOU PSB DE MARINA SILVA PARA VOTAR EM DILMA

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Carreira presidencial, Reginaldo Moreira
Carreira presidencial, Reginaldo Moreira

Nascido em São Valentim (RS), Pansera é um dos seis filhos de agricultores. Aos 26 anos, mudou-se para o Rio. Foi filiado ao PT, que deixou em 1992 para aderir ao grupo que fundou o PSTU. Pansera é dono de um restaurante em Caxias, o Barganha. “Achei o nome no dicionário. É um self-service.” Também dá aulas voluntárias de Português para carentes.

Quando o PSTU ganhou a direção do Sindicato dos Bancários em Caxias, do qual foi assessor, passou a militar na Baixada. Em 1998, trabalhou para a reeleição do então deputado federal do PSB Alexandre Cardoso, hoje prefeito da cidade. “Essa proximidade era incômoda. Isso abriu um fosso do ponto de vista ideológico e programático que acabou com a saída dele do PSTU”, disse Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ.

Cardoso e Pansera deixaram o PSB quando Eduardo Campos lançou-se candidato a presidente, e Pansera aderiu ao PMDB, que tem como seus partidários Cunha, Michel Temer e Renan Calheiros.

VEJA QUE A VEJA MENTIU MAIS UMA VEZ

veja doleiro

O deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) afirmou ao G1 que não faz “sentido” dizer que é “pau mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na CPI da Petrobras.

Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, o doleiro Alberto Youssef afirmou que está sendo alvo de intimidação por um deputado federal que integra a comissão de inquérito.

Youssef não identificou o parlamentar, mas disse que é um “pau mandado” do presidente da Câmara. O doleiro contou ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, que o deputado tem feito intimidações as suas filhas e a sua ex-mulher.

Depois do depoimento, o site da revista Veja noticiou que Youssef se referia ao deputado Pansera.

A Veja é costumeira na rendosa mitomania, síndrome de Wallace, compulsão em mentir, em criar pseudologia fantástica como propaganda política. Não é um mentir patológico, que é um transtorno psicológico, mas por negociar notícias, transformando a imprensa em um balcão de negócios.

Na sexta (17), Pansera divulgou nota para dizer que, em nenhum momento, fez uso de sua condição de integrante da CPI da Petrobras para ameaçar ou pressionar familiares do doleiro Alberto Youssef.

Celso Pansera protocolou duas vezes na CPI requerimentos pedindo a quebra do sigilo bancário da ex-mulher e de duas filhas de Youssef. Para os advogados do doleiro, as solicitações foram uma forma de intimidá-lo.

“Isso não tem nenhum sentido. Eu faço [os requerimentos para a família do Youssef] porque a minha consciência fala para eu fazer. Ele [o doleiro] já fez delação perante a Justiça antes. É uma pessoa em que não se pode confiar”, disse Pansera ao G1

Alberto Youssef é um blindado intocável. Teve ou tem pra lá de cem empresas, e nenhuma delas foi investigada. Que é dono de empresas que funcionavam e desapareceram no ar, outras que estão em plena atividada, além das empresas fantasmas e de fachada. Para completar casou com uma conhecida doleira de traficantes de drogas.

Nasceu em Londrina em 6 de outubro de 1967. Faltam quatro dias para ele dar uma baita festa de aniversário.

Youssef ficou conhecido com o caso do Baneestado, quando teve sua primeira delação premiada concedida pelo juiz Moro, seu velho conhecido.

Mas as atividades criminosas de Youssef começaram como contrabandista.

In Wikipédia: “O nome Youssef sugere que sua família tenha vindo do Oriente Médio. Pois o seu nome é comum a judeus, curdos, coptas e árabes.

Quando pequeno, Youssef vendia salgados nas ruas de Londrina. Quando ainda adolescente, virou sacoleiro, trazendo mercadorias do Paraguai para revender no Brasil, sendo detido cinco vezes com muamba. Foi acusado de comprar em Ciudad del Este produtos encomendados e enviava-os pelos correios aos clientes. Na década de 90 Youssef teve ainda uma casa de câmbio na rua Pará, em Londrina”.

Note bem: apesar de detido cinco vezes pela polícia, abre uma casa de câmbio, dando início sua lucrativa e proveitosa profissão de doleiro.

OUTRAS PASSAGENS PELA POLÍCIA E PELA JUSTIÇA
Paixão
Paixão

In Wikipédia: Em 2002 veio à tona o caso do Banestado, onde o banco foi privatizado, sendo comprado pelo Itaú. O Banestado serviu para enviar irregularmente para o exterior US$ 30 bilhões. Era Youssef que administrava as contas CC5 (de não residentes) que eram utilizadas para essas remessas. Youssef foi condenado e admitiu ter movimentado US$ 5 milhões ilegalmente. Ainda em 2002, Youssef foi flagrado acompanhando um pagamento total de R$ 39,6 milhões da Companhia Paranaense de Energia (Copel) numa agência do Banco do Brasil em Curitiba. Segundo o Ministério Público (MP) do estado do Paraná e da Procuradoria Geral do Estado, os recursos se referiam à compra de créditos de ICMS de uma empresa falida, a Óleos e Vegetais Paraná S/A (Olvepar). A transação teve autorização de Ingo Henrique Hubert, então secretário da Fazenda. Youssef e outros envolvidos foram denunciados pelo MP por formação de quadrilha.

JAMAIS TEVE OS SIGILOS QUEBRADOS

gato sete vidas

Protegido da justiça, da polícia, da mídia, como recompensa pelos serviços prestados, Youssef continua intocável como uma virgem. Ele protege a esposa doleira e vários doleiros associados.

Quem vai quebrar o sigilo bancario? Quem vai quebrar o sigilo fiscal? Quem ousa saber das contas de Youssef abertas no exterior?

lava jato doleiro petrobras

— O Banestado foi a catapulta para Youssef se firmar como o maior doleiro do país. Ele saiu praticamente quebrado e se recuperou rapidamente. Hoje, todos os doleiros giram ao redor dele — afirma o então promotor Luiz Fernando Delazari, um dos primeiros a denunciá-lo, 10 anos atrás.

ZH – As acusações contra Youssef se avolumam. Encabeçou uma lista de réus da Operação Lava-Jato. Entre outros crimes, é acusado de cometer 3.649 vezes o de evasão de divisas. Entre 2011 e 2013, remeteu para o Exterior cerca de US$ 450 milhões. O dinheiro, de acordo com as investigações, saia do país para pagamentos de importações fictícias de empresas operadas por laranjas.

Segundo a PF, o dinheiro movimentado pelo doleiro circula no submundo do crime, envolve tráfico internacional de drogas e até contrabando de diamantes de uma reserva indígena em Mato Grosso.

Entre seus comparsas estão Maria de Fátima Stocker — braço financeiro de uma organização que fornecia cocaína para a máfia italiana, desmontada pela PF em março, e Nelma Kodama, que aparece em grampos como “Cameron Díaz”, presa com US$ 200 mil na calcinha, quando embarcava para Milão.

QUE NEGOÇÃO PEGA COM 200 MIL EUROS PAGA 15 MIL REAIS DE FIANÇA

Justiça fixa fiança de R$ 15 mil para doleira presa com 200 mil euros na calcinha.
Nelma Kodama, alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, foi denunciada por tentativa de evasão de divisas.

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por Fausto Macedo


A Justiça Federal em São Paulo fixou fiança de R$ 15 mil para a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, presa em flagrante no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando embarcava para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos dentro da calcinha.

Se Nelma depositar os R$ 15 mil ela ficará livre do flagrante e terá sua prisão revogada neste caso em que foi denunciada pela Procuradoria da República por tentativa de evasão de divisas. Mas ela responderá ao processo criminal na Justiça e os 200 mil euros continuam confiscados judicialmente.

A AMANTE DO DOLEIRO VIRA CAPA DA PLAYBOY

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Logo após ser preso em março de 2014, pela Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef pegou o telefone e mandou uma mensagem. Do outro lado da linha, quem recebeu o comunicado da prisão foi Taiana de Sousa Camargo, de 30 anos.

De salto alto e coberta por notas de dólares, a ex-amante do doleiro estampa a capa da revista Playboy de janeiro posando em quartos de hotel e jatinhos particulares. À publicação, ela contou que foi “a primeira pessoa para quem ele mandou uma mensagem quando foi preso”.

“Ele nunca mais me ligou depois daquela mensagem. Acho que ele primeiro pensou em se preservar. Fiquei magoada”, disse Taiana.

O romance começou em 2009 após Taiana se mudar para São Paulo, para trabalhar com vendas. Ela conta que foi apresentada a Youssef por uma amiga em comum e que o contato entre os dois se tornou frequente até se transformar em um tórrido caso de amor.

De acordo com a Polícia Federal, que quebrou o sigilo telefônico do doleiro, entre 2010 e 2013 eles se falaram ao telefone por 10.222 vezes. Ela conta que, durante o relacionamento, tomou conhecimento sobre casos de corrupção envolvendo o doleiro. In Contexto Livre

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Quem vai investigar a participação de Aécio nos desvios de Furnas?

por Miguel do Rosário

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Os escândalos envolvendo o PT, reais ou imaginários, ocupam milhares de repórteres, todos frenéticos e ambiciosos, tentando um lugar ao sol.

Investigar treta petista, mesmo inexistente, vale promoções, prêmios, aumentos de salário, tapinha nas costas dos patrões.

Investigar escândalo tucano, como sabem os jornalistas mineiros, paranaenses e paulistas, apenas serve para abreviar a carreira.

Há vários documentários sobre a brutalidade do PSDB contra jornalistas que insistem em investigar desvios do partido.

Vejam a desproporção no tratamento das notícias.

Todo o auê das últimas horas se dá porque o PGR protocolou, junto ao STF, a abertura de inquéritos envolvendo importantes políticos.

Só isso: foram abertos inquéritos. Agora os políticos serão investigados, poderão se defender, etc.

Pois bem, ao final de 2014, foi instaurado, junto à Polícia Federal, um inquérito para se investigar a sonegação da Globo.

Não se trata de qualquer sonegação, nem de qualquer empresa.

O valor cobrado pela Receita à Globo, superior a R$ 600 milhões em 2006, corresponderia hoje a mais de R$ 1 bilhão.

Não falamos de qualquer empresa, mas de uma concessão pública, a maior do Brasil, e o maior grupo de mídia da América Latina, um império construído sobre o cadáver da nossa democracia.

Por que a abertura do inquérito na PF não foi capa de nenhum portal ou revista?

É uma coisa apavorante: parece que não existiu.

Eu mesmo, que estive na superintendência da PF no Rio de Janeiro, conversei com o delegado, vi o documento, às vezes duvidava de mim mesmo.

O povo não teve esse direito básico: saber que foi aberto um inquérito para se investigar a sonegação da Globo.

Um ano depois, soubemos através de reportagem do Diário do Centro do Mundo que o inquérito foi arquivado.

Claro, o próprio pacto de silêncio da mídia ajudou neste sentido.

O caso apenas ganhou um pouco de notoriedade quando o então candidato ao governo do Rio, Anthony Garotinho, durante sabatina com uma repórter global que tentava acuá-lo com uma bateria de acusações, defendeu-se dizendo que as investigações contra ele eram apenas isso, investigações, e não condenações, da mesma forma que havia uma investigação em curso contra a Globo.

Por que abrir inquérito contra um político vale capa de todos os portais, jornais e revistas do país, e abrir inquérito contra a Globo não aparece em lugar nenhum?

As investigações sobre a sonegação da Globo já haviam motivado a abertura de inquérito preliminar no Ministério Público do Distrito Federal.

A notícia saiu em vários sites alternativos, até mesmo num portal ligado à Globo, o Comunique-se (que publicou, naturalmente, num viés chapa-branca).

Saiu também no portal da EBC.

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro havia fugido pela tangente, através de uma nota escorregadia, em que afirmava que sabia da sonegação, do roubo do processo, mas que não podia fazer nada.

Nada como ser educado e usar palavras bonitas para dizer ao povo, como Poncio Pilatos, que “lavo as mãos”.

Nada de hotsite especial, como fizeram agora para a Lava Jato.

Nada de cartilha para crianças, como fizeram com o mensalão.

O MPF-RJ, ao menos, fez uma coisa boa. Foi ele que repassou o caso à Polícia Federal, superintendência do Rio de Janeiro, Delegacia Fazendária, que abriu um inquérito.

Mais tarde, quando a íntegra do esquema foi divulgada pela blogosfera, com os nomes das empresas usadas pela Globo para praticar uma evasão fiscal bilionária, notou-se novamente o estrondoso, quase atômico, silêncio da nossa mídia corporativa.

Ninguém quis investigar, ou mesmo noticiar, um esquema que mostra, de maneira emblemática, como os grandes grupos econômicos fazem para sonegar dezenas de bilhões de reais por ano.

O mesmo silêncio se viu para o estudo do Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional, estimando a evasão fiscal brasileira em 2014 em mais de R$ 500 bilhões.

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Voltando a Lava Jato, a grande novidade dela é trazer informações novas sobre a Lista de Furnas, um caso de corrupção que envolve diretamente Aécio Neves.

Ora, Aécio Neves quase foi presidente da república, é presidente do principal partido de oposição e as forças políticas que o apoiam tentam derrubar Dilma para colocá-lo em seu lugar.

Qualquer coisa ligada a seu nome deve ser investigada profundamente, porque é de interesse nacional.

E agora descobrimos que alguns delatores até tentam apontar o dedo para a oposição. Mas as autoridades, assim como fizeram no caso da sonegação da Globo, não parecem se interessar.

Alberto Youssef mencionou propina paga a Aécio Neves com dinheiro público, de uma estatal federal, Furnas, de 1994 a 2001.

Youssef não é o primeiro a falar do caso.

Há um sujeito engaiolado nos presídios de Minas Gerais, Nilton Monteiro, que sempre quis ajudar a Justiça, mas nunca recebeu os benefícios da “delação premiada”.

Será porque Monteiro sempre deixou claro que queria delatar os esquemas tucanos, mais particularmente de Aécio Neves, em Furnas?

(Ouça o áudio da entrevista do Viomundo com Nilton Monteiro. Serve para entender porque Ali Kamel tenta, tão desesperadamente, asfixiar a blogosfera com processos.)

Há inúmeras reportagens sobre a lista de Furnas na blogosfera, todas embasadas em documentos. A delação premiada de Youssef apenas chega para reforçá-las.

A Folha hoje publica uma matéria em que menciona a delação de Youssef contra Aécio Neves. Mas faz de tudo para esconder o nome de Aécio, que aparece apenas no fim do texto.

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A Operação Lava Jato e “as manchetes carimbadas com o talvez que destrói irremediavelmente biografias, vidas e famílias”

“Por que a citação do nome de Aécio Neves, pelo bandido Youssef, ainda antes do primeiro turno das eleições do ano passado, não vazou para a imprensa, e o de Dilma vazou?”, questiona Rodolfo Vasconcellos, em carta aberta encaminhada ao juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato; “Por que o escândalo de Furnas, onde Aécio Neves foi citado pelo mesmo Youssef desde o ano passado, não pôde ser investigado por seus comandados; e o rombo no Sindicato dos Bancários que foi presidido por Vaccari Neto há 10 anos pôde?”, questiona; “Por que só são libertados os que descambam, ‘espontaneamente’, para a delação premiada, de dedo em riste na direção ‘certa’?”. In jornal digital 247

aécio e moro

CARTA ABERTA AO JUIZ SÉRGIO MORO

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247 – O servidor público Rodolfo J. C. Vasconcellos escreveu uma carta aberta ao juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato. Leia a íntegra:

Sinto que, se não escrever hoje, certamente, não terei mais condições de fazê-lo, pois esse sempre quis ser um texto para homenageá-lo. E digo isso porque, a cada dia, menos argumentos encontro na minha consciência para sustentar a imagem de super-herói que, excepcionalmente, criei de Vossa Excelência.

Excepcionalmente porque, como adulto, nunca acreditei em super-heróis, muito menos salvadores da pátria, pois, afinal de contas, vivemos em um país onde o maior índice de assaltantes por metro quadrado do mundo encontra-se justamente no nosso Congresso Nacional; que tem um Judiciário maculado por figuras como o Juiz Federal Flávio Roberto de Souza (que se apossou dos bens de Eike Batista), o ex-Juiz Federal João Carlos da Rocha Mattos (já condenado por vendas milionárias de sentenças e, agora flagrado em conta na Suíça com saldo de 60 milhões de reais), e quando a nação assiste atônita ao 1º aniversário de um debochado pedido de vistas a imprescindível processo com votação já praticamente decidida no STF, só para citar os casos que estão na mídia esta semana; um país onde o Executivo está historicamente atrelado a gangues partidárias ávidas por ministérios e seus recursos que serão desviados em licitações com cartas marcadas; um país dominado por uma mídia elitista, tendenciosa, sonegadora e desonesta, acostumada a ditar a agenda dos Executivo, Judiciário e Legislativo e que, com elogios de primeira página, cerimônias para entrega de troféus e chamadas bajuladoras nos telejornais, valida o “alvará” que perpetua privilégios não mais em voga nos países civilizados.

Há um ano, quase ninguém conhecia o Juiz Sérgio Moro; hoje, praticamente, o mundo inteiro já ouviu esse nome sempre atrelado a atitudes próprias de um paladino da moralidade ou do herói que enfrenta destemidamente os poderosos; sempre cercado de jovens Procuradores da República e arrojados Delegados da Polícia Federal. Passou, então, Vossa Excelência a comandar a “nova cena” da moralidade que a maioria dos brasileiros tanto aguardava. Sem dúvida alguma, desenhava-se, nas feições de gladiador romano das raríssimas fotos encontradas no Google, a imagem do nosso “super-herói”.

Hoje as fotos já são inúmeras, daqui a um ano, milhares. Mas, a figura do super-herói transitava apenas no nosso imaginário. Não deveria nunca ter sido levada a sério por Vossa Excelência. E eu acreditei tanto…

E como era bom, adulto, voltar a acreditar em super-heróis. Eu que sempre votei no PT para presidente do Brasil, vi finalmente em Vossa Excelência o homem com poder para peitar velhas raposas da nossa política, com coragem bastante para enfrentar tantas poderosas “forças ocultas”; o Juiz determinado a varrer pra cadeia a sujeira entulhada nos gabinetes mais prestigiados; o comandante de uma equipe aguerrida que produzia a cada dia uma nova blitz espetacular, em reluzentes e velozes carros pretos com brasões dourados, arrastando para trás das grades uma cambada de granfinos desonestos. Repetia eu no Facebook: “Não ficará pedra sobre pedra” A mídia que leio alertava todos os dias sobre o possível equívoco de uma politização nas investigações e, não há como negar, esse fantasma, infelizmente, começou a tomar corpo a cada novo dia.

Embora a briosa obstinação de Vossa Excelência já se arrastasse por anos, a mídia abutre apoderou-se dela, em questão de dias, e transformou-a em sua própria esperança, salvadora de todos os seus próprios males, deixando consigo apenas o brilho reluzente próprio dos super-heróis salvadores da pátria O comando agora, de fato, passara para a mídia sonegadora e desonesta, acostumada a enterrar e ressuscitar reputações. O que era só fantasma virou bicho, atende pelo nome de ”politização” e, irremediavelmente, deixará marcas nas investigações.

Não vou questionar aspectos técnicos porque não me cabe, mas, explique Excelência:

1. Por que a citação do nome de Aécio Neves, pelo bandido Youssef, ainda antes do primeiro turno das eleições do ano passado não vazou para a imprensa, e o de Dilma vazou? Acredito que o vazamento não teve a participação de Vossa Excelência, mas por que não tratou de reparar o prejuízo à candidatura de Dilma Rousseff?

2. Por que o escândalo de Furnas, onde Aécio Neves foi citado pelo mesmo Youssef desde o ano passado, não pôde ser investigado por seus comandados; e o rombo no Sindicato dos Bancários que foi presidido por Vaccari Neto há 10 anos pôde?

3. Por que só a família Vaccari foi conduzida, coercitivamente, de forma humilhante, à presença de Vossa Excelência apenas para depor, sem que houvesse algum indicativo de que se recusaria a fazê-lo, caso fosse oficialmente convocada?

4. Por que só são libertados os que descambam, “espontaneamente”, para a delação premiada, de dedo em riste na direção “certa”?

5. Será mesmo que após todos esses anos vasculhando os porões por onde transitam, preferencialmente, a burguesia representada pelos que estão nas listas do HSBC, os sonegadores que detêm o poder sobre os meios de comunicação, e os que se elegem através das práticas criminosas comuns a todas as campanhas políticas desde sempre, Vossa Excelência chegou à conclusão de que é mesmo o PT o responsável por tudo isso que está aí?… Que tudo começou com o PT?…

Que o PT inventou o “mensalão” antes do PSDB bem como a prática de suborno em 95% das licitações públicas em TODOS os Órgãos de TODAS as esferas públicas? Permita-me registrar que se engana Vossa Excelência se acredita que a militância petista, os trabalhadores mais humildes do Brasil, a maior parte da classe artística e os pensadores mais sensíveis não querem ver, definitivamente, este País passado a limpo de verdade. Que se engana também Vossa Excelência se acredita que os que foram às ruas no dia 15 de março e 12 de abril são os que querem uma limpeza geral, uma reforma política de verdade e os culpados não petistas atrás das grades.

Cheguei a publicar, no Facebook algumas vezes, que acreditava na seriedade de Vossa Excelência e no seu empenho pessoal para não permitir que tudo se transformasse num nauseante Circo dos Horrores, onde os “monstros” já estão todos dedurados e marcados, aguardando a melhor hora de serem chamados ao picadeiro para deleite da elite empoleirada em áreas nobres e armada de panelas Tramontina, e júbilo da mídia, à beira da falência, que tem diariamente ao seu dispor manchetes as mais variadas, mas todas elas carimbadas com o “talvez”… O “talvez” que destrói irremediavelmente biografias, vidas, famílias.

Ouço gritos de horror… Por isso tinha que escrever hoje, coincidentemente, quando voltei a não acreditar em super-heróis.

Rodolfo J. C. Vasconcellos, Funcionário Público Federal SIAPE – 1671147