População não confia mais no STF que segue mais Eduardo Cunha do que a Constituição Federal

Acredito que Eduardo Cunha, pela experiência que tem, de primeiro-ministro, presidente da Câmara dos Deputados, de segundo vice, prestes a ser promovido vice-presidente da República do Brasil, seria o presidente ideal do atual STF. Cunha pode ser tudo, mas não é frouxo.

O povo não conhece os ministros da suprema justiça. Suas biografias são bem escondidas.

Nos Estados Unidos, os membros do judiciário são eleitos pelo povo. O processo de nomeação dos ministros do Supremo é idêntico ao do Brasil, mas lá as sessões do Senado que aprovam a indicação presidencial não são secretas. Um boa mostra de como funciona está no documentário “Confirmação” de Rick Famuyiwa.

O juiz Clarence Thomas é nomeado para o importante cargo de Juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, substituindo outro juiz negro. Mas na hora da validação pelos senadores, uma ex-funcionária na faculdade, a professora de direito Anita Hill, acusa-o de tê-la assediado sexualmente dez anos atrás. Na ausência de provas, o caso gera um escândalo no país (as sessões são televisionadas ao vivo), suscitando debates sobre o papel das mulheres na política, o abuso de poder no sistema americano e as questões raciais nas altas instâncias do governo.

Esse debate jamais aconteceria no Brasil. Nossos juízes são deuses, intocáveis, exculpantes.

Nossa justiça é uma casta absolutista, reacionária, cara, antisocial e fechada em luxuosas cortes.
Portal Mais Roraima – Após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conduzir sob a condição de réu o processo de impeachment contra a presidenta da República Dilma Rousseff, a população brasileira passou a desconfiar dos poderes do STF e a questionar a lisura e a ética dos seus ministros.

Cunha é réu no STF, mas mesmo assim continua no comando, sendo que há mais de cinco meses foi pedido o afastamento dele pela Procuradora Geral da República. “O problema está no STF”, disse Rodrigo Janot, da PGR.

Realmente o problema está no STF. Até um juiz de segunda instância (Sérgio Moro) manda mais do que os ministros do STF.

O poder de persuasão de Cunha sobre o STF foi verificado em junho de 2015, quando confrontou os magistrados que poderão julgá-lo nas investigações da Operação Lava-Jato.

Na ocasião, Eduardo Cunha mandou um recado para a ministra do STF Rosa Weber, relatora do mandado de segurança impetrado por 63 deputados, em que se pede a anulação da votação da Câmara que aprovou o financiamento privado de campanhas. Por meio de um ministro do STF, ele disse que se Rosa deferir a liminar, “vai ter troco”.

Outro sinal de que Cunha manda no STF. Por duas vezes se recusou a prestar depoimentos sobre as acusações no âmbito da Lava Jato. E o que STF fez? Aceitou, pasmem, senhores.

Na semana passada o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki encaminhou ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados os documentos referentes às investigações envolvendo Eduardo Cunha, na Operação Lava Jato.

Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar por negar em depoimento à CPI da Petrobras que tivesse contas no exterior.

O material encaminhado ao colegiado pelo STF integra um conjunto de provas solicitado pelo relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), no âmbito das investigações contra Cunha.

Segundo documentos do Banco Central encaminhados há cerca de duas semanas ao Conselho, Cunha nunca declarou possuir contas no exterior.

Do Controle Externo à Participação Cidadã: Por uma revisão do modelo do Judiciário Brasileiro

O CNJ mostra-se apenas como o pálido início de um processo de transformação, para outra agenda de democratização e abertura normativa do Judiciário.

Themis, por Leonor Fini
Themis, por Leonor Fini

 

por Andrei Koerner & Roberto Fregale Filho

Quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado, houve expectativas otimistas quanto às suas potencialidades para a construção da boa governança judicial. Nesse momento em que se celebra uma década do CNJ, é hora de analisar as tendências de sua composição e atuação. Pensamos que o CNJ constitui um primeiro e ainda tímido passo de mudanças e que seus limites estão inscritos no seu modelo em que falta a participação cidadã.
No início dos anos 1990, o problema da democratização do Poder Judiciário foi, desde logo, focado no tema do “controle externo” e os diversos aspectos do problema que mereceriam ser enfrentados e debatidos foram colocados de lado. Esse rumo resulta da confluência de dois processos políticos distintos. A Constituição de 1988 reconheceu ampla autonomia funcional, institucional e financeira para o Judiciário, sem a ampliação da participação, da transparência e controle democrático. Desde o Governo Geisel os militares buscaram instrumentalizar o Judiciário para a abertura controlada e, para isso, instituíram a centralização da direção e controles jurisprudenciais, políticos e disciplinares sobre os juízes. Em contraposição, o movimento associativo de juízes e outras carreiras jurídicas aliaram-se à oposição ao regime e suas demandas corporativas passaram a ser associadas à redemocratização. Isso assegurou a continuidade das formas de organização, das práticas e dos juízes que serviram ao regime. Eles tinham novas bases para rejeitar questionamentos e poderiam adaptar a instituição à sua maneira.

O contexto político a partir do governo Collor era de “crise de governabilidade e reforma neoliberal do Estado” associado à própria “crise do Judiciário”. Decisões judiciais de promoção de direitos baseadas na Constituição eram questionadas e o Judiciário era visto como leniente face aos escândalos de corrupção, que por vezes incluíam os próprios juízes. O modelo institucional existente não admitia questionamentos e as propostas de reforma, simplificadas como “controle externo”, apareciam como ameaças à autonomia do Judiciário e dos juízes.

Mas o tema da participação cidadã no Judiciário não é sinônimo de controle externo e nem é contrário à democratização. Ele é constitutivo das instituições representativas contemporâneas, nas quais, desde as revoluções burguesas rejeitava-se a magistratura togada como expressão do Antigo Regime e se demandava que os cidadãos fossem julgados pelos próprios pares, que se traduzia nas instituições do tribunal do júri e da justiça de paz. Nas últimas décadas, verificou-se a pluralização dos modelos institucionais e formas de participação para compatibilizar a profissionalização dos juízes com a democracia representativa.

No Brasil, a participação cidadã no Judiciário é coetânea à própria formação do Estado nacional, desde os conselhos locais da Colônia, os projetos de Constituição e o Código de Processo Criminal de 1832, mas foi bastante limitada pela reação conservadora. A justiça de paz e os jurados foram mantidos, mas passaram a ser identificados às fragilidades do Judiciário, propugnando-se o monopólio da jurisdição para os juristas e, a partir dos anos trinta, a participação no molde corporativista.

Sob qualquer ângulo que se adote, o Judiciário brasileiro é mais insulado e exclusivo de juristas em comparação com os seus congêneres em outros países. Neles, cidadãos leigos ou especialistas atuam como juízes não só em pequenas causas, mas em vários tribunais, inclusive de segunda instância. Para evitar a homogeneização dos magistrados, adotam-se várias formas de seleção, em várias fases da carreira, bem como reservas de vagas e representantes de comunidades, movimentos políticos ou associações profissionais. Outros pontos visam diminuir a competição interna entre os juízes e aumentar o tempo de sua permanência nas varas.

Os conselhos da magistratura foram moldados para assegurar a autonomia jurisdicional do juiz e evitar ingerências dos outros poderes. Eles concentram as funções de política judiciária (administração da justiça, governo dos juízes), mas não têm funções judiciais (segunda instância, controle do governo e do legislativo). No Judiciário brasileiro, ocorre o contrário, pois a direção do Judiciário concentra poderes e é controlada externamente apenas pelos efeitos de sua atuação.

A ADI nº 3.367, proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), questionou a constitucionalidade do CNJ por suposta ofensa ao princípio da separação de poderes. A ação foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas ela consagrou o CNJ como órgão interno do Judiciário, de natureza exclusivamente administrativa, submetido ao controle jurisdicional do STF. A decisão abriu espaço para a magistratura capturar o CNJ e nele defender a constitucionalidade de sua atividade normativa, questionar o alcance de sua atividade disciplinar e manejar uma plêiade de procedimentos administrativos em seu favor.

Ao longo dos dez anos de existência do CNJ, sua composição tem sido predominantemente masculina. Na representação dos juízes, os vínculos com a cúpula revelam-se mais importantes do que qualquer traço de representação profissional. Nos últimos anos, os representantes da sociedade civil – eles mesmos bacharéis em direito – vieram de serviços técnicos de assessoria parlamentar e consultoria legislativa. Na prática, tudo isso significa que a sociedade civil não tem uma efetiva representação no CNJ.

A agenda do CNJ tem sido gerada endogenamente, com papel relevante da liderança exercida pelo seu Presidente, ele mesmo Presidente do STF. Seu processo decisório é prisioneiro da representação corporativa e centralizada da sua composição. O CNJ não exerce o controle externo sobre a magistratura e mantém intactas as estruturas de poder que se exercem no interior de cada tribunal. Suas decisões sobre os juízes revelam uma concepção burocrática, individual e isolada da função judicial, e criam obstáculos à sua participação em espaços associativos. O foco dos debates sobre o CNJ deslocou-se, ao longo da década, do controle externo e políticas judiciais para o controle disciplinar e a gestão administrativa.

A atuação do CNJ com foco e propósitos internos ao Judiciário é explicada por aqueles fatores de organização e representação. É a apropriação interna que empresta inteligibilidade à sua fala, mesmo quando ele parece falar para fora do Judiciário. Não se trata de uma fala construída de fora para dentro, mas de uma fala construída de dentro para dentro, ainda que mais atenta às demandas externas.

O CNJ mostra-se apenas como o pálido início de um necessário processo de transformação, para outra agenda de democratização e abertura normativa do Judiciário. Horizontalizar o CNJ, aproximando-o realmente da sociedade civil, é um primeiro passo para a ampliação da comunidade deliberativa, o que certamente ajudará os tribunais a darem conta da crescente accountability que lhes está sendo exigida. Na ausência de uma figura emblemática como o velho Sobral Pinto, que, em abril de 1984, no comício da Candelária, reafirmava que “todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”, é a voz coletiva e anônima da sociedade civil que deve contribuir para a construção de um Judiciário de proximidade, de um Judiciário transparente, enfim, de um Judiciário democrático.

 

Barbosa prepara a aposentadoria: quer ganhar mais do que presidente da República. E tem gente de bico grande que reclama do bolsa-família

teto salarial justiça

 

Os príncipes da justiça podem viver como reis nas mais ricas cidades do Primeiro Mundo.

Será que a Constituição permite outro funcionário da República ganhar mais do que o presidente do Brasil?

E conceder aumento salarial na boca das urnas?

Perguntar não é crime. Faz parte do saber e defender uma justiça social, democrática e eleita pelo povo.

Via 247 –

Presidente do Supremo Tribunal Federal defende reajuste de até 35% para os 30 mil magistrados brasileiros e também ao Ministério Público federal e estadual, além de pensionistas e aposentados; teto salarial, que hoje é de R$ 29,4 mil no STF, pode chegar a R$ 40 mil por mês; em nota enviada ao Senado, Barbosa afirma que a medida é uma forma de “garantir a permanência e estimular o crescimento profissional na carreira”.

barbosa

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, defende um reajuste de 35% no salário dos ministros da Corte, chegando a R$ 40 mil por mês. Hoje, o teto é de R$ 29,4 mil.

O aumento, que faz parte da Emenda Constitucional (PEC) 63 em tramitação no Congresso, cria adicional de 5%, aplicado a cada 5 anos, até o limite de 35% para todos os magistrados e também para o Ministério Público federal e estadual. Só os servidores na ativa somam 30 mil, mas a proposta pode beneficiar ainda aposentados e pensionistas do Judiciário.

Em nota enviada ao Senado, Barbosa afirma que a medida é uma forma de “garantir a permanência e estimular o crescimento profissional na carreira”.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu nesta terça-feira (20) a visita de representantes da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra); da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe); da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB); da Associação Alagoana de Magistrados (Almagis); e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Eles também pediram apoio para a aprovação da PEC 63.

No relatório, favorável ao projeto, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) diz que com a proposta “busca-se enfatizar o papel de juízes, procuradores e promotores e, ao mesmo tempo, permitir premiar a experiência acumulada por eles individualmente”.

A proposta é temida pelo governo já que pode servir de base para outras carreiras, como de advogados, defensores públicos, delegados e auditores.

 

Polícia e justiça podem fazer greve por melhores salários. Direito de quem prende e condena
Polícia e justiça podem fazer greve por melhores salários. Direito de quem prende e condena

O centro de pronto atendimento judiciário visa defender o patrimônio público. Apenas as coisas que estão no meio da rua. Não valem os assaltos aos cofres públicos

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Acho esse centrinho de pronto atendimento judiciário uma piada do Brasil que De Gualle disse que não era um país sério. Um bando de juízes de plantão para a imediata e rápida e veloz e instantânea condenação de manifestantes de rua, quando a justiça é tarda e falha para julgar os poderosos que possuem foro especial.
Quando irão para a cadeia os responsáveis pelo mensalão tucano, as propinas do metrô de São Paulo, os leiloeiros das quermesses das companhias estatais, principalmente da doação da Vale do Rio Doce?
Diz a ministra Eliane Calmon, recém-aposentada: “Posso dizer que, na Justiça, as coisas também pioraram porque ela é o reflexo da sociedade. Ela não está fora da sociedade. De onde saem os magistrados? Quem escolhe os magistrados e tribunais superiores? Antigamente, no STJ, chapa branca (candidatos escolhidos por políticos) não entravam na lista. Hoje, há uma interferência direta de políticos na escolha e isso me preocupa muito. Por isso eu estou saindo sem muita saudade. Eu sou magistrada há 34 anos. Contando os cinco de procuradora da República, são 39. Pensava que sairia com saudade, que não saberia fazer outra coisa, mas estou com uma sensação de libertação da escravatura, me sentindo livre”.

direitos humanos rico pobre justiça

Escrevem os Advogados Ativistas

████████████████ O Tribunal de Justiça de São Paulo instalou hoje o Ceprajud (Centro de Pronto Atendimento Judiciário), núcleo de juízes que cuidariam especificamente dos presos em manifestação, agilizando a transformação de inquéritos em processos judiciais.

O assessor de Segurança Pública do Tribunal de Justiça garante: haverá juízes e juízas 24 horas de plantão em dia de manifestação. O norte do plantão será o julgamento rápido de manifestantes, ao passo que a violência estatal não é algo de grande incômodo.

Pelo contrário, a Portaria 8.851/ 2013 que institui o Centro o faz “CONSIDERANDO que o Poder Executivo, por meio do Ministério da Justiça e da Secretaria Estadual da Segurança Pública, já vem adotando, em relação a grandes eventos e manifestações, medidas para preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.

Espera-se, ao menos, que a história marque o lugar de cada instituição. O mesmo Tribunal que instalou um fast food de julgamento de detidos, negou em mandado de segurança que pedia a liberdade dos manifestantes, de imprensa, de prerrogativas profissionais, o direito de reunião e manifestação do pensamento, fim das prisões para averiguação e obrigação de identificação dos policiais.

Tribunais de exceção são Padrão Fifa. Na África do Sul, durante o torneio, o Judiciário local tomou a mesma medida. Segundo o The Guardian, o Ceprajud deles mobilizou 1200 magistrados, promotores e funcionários. Tanto lá, quanto aqui a desculpa para instauração da Corte do Julgamento Sumário era a “ordem pública”. Desta tipo de “ordem”, queremos distância.

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REVOLUÇÃO NO SUPREMO

Um país precisa de uma Justiça revolucionária se quiser mudar o seu contexto histórico. Se um grupo revolucionário que chega ao Poder mantém a mesma estrutura na chamada Justiça já se pode sentir que não é um movimento realmente sério.
No Brasil o setor judiciário é provavelmente o mais retrógrado pois que não passa pelo crivo do voto popular. Ou é concurso nos cargos mais baixos, Juiz, Promotor, etc, ou é nomeação para os cargos mais altos.
O PT não é um Partido Político revolucionário, a gente sabe, mas no momento ainda é o mais à esquerda com possibilidades de governar. Está no Poder a mais de dez anos e precisa ficar mais. Pois sua Política é a mais próxima de um Governo popular, com todos os defeitos que apresenta.
No caso do Supremo Tribunal Federal o nosso líder LULA vacilou totalmente quando teve que nomear novos Ministros. Não se aprofundou o suficiente para a escolha das pessoas. Matreiro como ele é deveria ter escolhido após uma conversa só os dois, entrando em detalhes da vida mais pessoal, até. Escolher o melhor e pessoalmente. Não através de sugestões.
Se hoje o nosso Supremo fosse composto de juízes pelo menos com uma filosofia mais à esquerda a situação do país já estaria muito diferente. Com pessoas que pensam à direita e com outros nos quais nem se pode confiar, então o país não anda mesmo. Uma sugestão: leiam Domenico de Masi, “O Futuro Chegou”.
(Para Marco Cirano, sertanejo cabra da peste)

O judiciário contra a democracia

████████████████ Uma pequena amostra da crueldade e distância entre as ruas e o nosso Judiciário: Rafael Vieira, morador de rua, foi preso e condenado por portar Pinho sol, Água Sanitária e uma vassoura na semana em que o Rio de Janeiro experimentava a multiplicação dos protestos populares.O cinismo da acusação e sentença não têm limites, uma vez que considera o porte de desinfetantes como uma grave combinação explosiva (pouco importando o laudo pericial em sentido contrário). Em outras palavras, Rafael Vieira, morador de rua, esconde uma habilidade terrorista extremamente valiosa – é um químico genial, capaz de transformar Pinho Sol e Água Sanitária (cujo valor conjunto é de aproximadamente 10 reais) em uma poderosa bomba, capaz de, nas palavras do juiz, “comprometer e criar risco considerável à incolumidade dos demais participantes”.

Rafael Vieira, notório químico morador de rua, foi condenado preso e condenado por outros crimes, terríveis aos olhos de nossos juízes – o crime de não ter onde morar, ser pobre, negro, catador de latinhas, não ter advogado, cheirar ao incômodo suor das ruas.

Do vinagre ao Pinho Sol, o judiciário prepara a sua bomba contra a democracia.

 
justiça bombas
 
QUEM ESTÁ FALANDO A VERDADE?
 
Escreve o jornal O DIA, do Rio de Janeiro:A Justiça condenou Rafael Braga Vieira a cinco anos de prisão por porte de coquetéis molotov durante as manifestações de junho deste ano, no Centro do Rio. Na ocasião, em 21 de junho, Rafael foi preso por policiais civil em frente à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Decav).

A sentença foi dada pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal. A pena foi fixada em quatro anos, acima do mínimo estabelecido para crimes de porte ilegal de arma. Foi acrescido mais um ano na pena por reincidência. Rafael já tinha duas condenações por crimes de roubo e era foragido do sistema prisional. O réu, que já estava preso, cumprirá a pena em regime fechado.

“O réu vem respondendo ao processo preso, não havendo nenhuma razão para colocá-lo em liberdade, principalmente agora que foi condenado, motivo por que mantenho sua prisão cautelar. Urge destacar que o réu foi preso em flagrante por este novo crime enquanto encontrava-se evadido do regime prisional”, sentenciou o juiz.

Em agosto, grupo se concentrou em frente à 9ª DP, na Glória, para cobrar e aguardar a liberação de manifestantes presos Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia
Em agosto, grupo se concentrou em frente à 9ª DP, na Glória, para cobrar e aguardar a liberação de manifestantes presos
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
O juiz também levou em consideração o depoimento de duas testemunhas e do réu para dar a sentença. O risco que poderia ter causado os coquetéis que portava Rafael para quem participava das manifestações pacificamente também destacado. “A utilização do material incendiário (…) é capaz de comprometer e criar risco considerável à incolumidade dos demais participantes, mormente em se considerando que ali participavam famílias inteiras, incluindo crianças e idosos”, relatou.
 
 

A opinião pública não pesa na balança da justiça

Pesquisa publicada em 2 de agosto de 2010: A maioria da população considera a Justiça no Brasil morosa, cara e parcial. A conclusão faz parte de uma pesquisa da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV), que divulgou  o Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil).

De acordo com o levantamento, 88% das pessoas avaliam que o Judiciário resolve os conflitos de forma lenta ou muito lenta. É. Promete ser bem rápida para criminalizar os movimentos sociais. Legalizando o prende e arrebenta das polícias de Alckmin e Sérgio Cabral.

Espero que os juizados móveis sejam para evitar o uso de armas letais, notadamente armas químicas. Os tiros de balas de borracha nos olhos de fotógrafos e cinegrafistas. Os espancamentos de adolescentes. E para permitir o socorro da Cruz Vermelha e outras associações de médicos ativistas.

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Para 80% dos brasileiros, os custos para acessar a Justiça são altos ou muito altos, e 60% acreditam que ela é nada ou pouco independente.

Isso piora nos casos dos tribunais das polícias militares. Tribunais nada transparentes. E corporativistas.

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Eis uma reivindicação do povo pobre que, para ter um advogado, precisa do humilhante e estigmatizante atestado de pobreza:

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Uma campanha que falta ser realizada no Brasil
Uma campanha que falta ser realizada no Brasil

Não é, mas será

por Carlos Chagas

 

Charge Daniel Paz & Rudy
Charge Daniel Paz & Rudy

“Não sou candidato” disse mais uma vez  o ministro Joaquim Barbosa, agora em entrevista a Mirian Leitão, no Globo. Impossível duvidar da sinceridade do presidente do Supremo Tribunal Federal, que entre os motivos para justificar a negativa, elenca o fato de ser negro e de o Brasil não estar preparado para ter um presidente da República negro. Também alega não ser político e não ter laços com qualquer partido político.

Só que tem um problema no tempo do verbo. Não  é, hoje, encerrando a questão no  momento em que fala a uma jornalista. Ninguém garante que amanhã manterá a decisão, correndo por nossa conta e risco a projeção futura: poderá ser. Ou será . Citou as manifestações espontâneas da população, “onde quer que vá”. “Pessoas pedem para que eu me candidate e isso tem  se traduzido em percentual de alguma relevância, nas pesquisas”.

Barbosa deixa em aberto a hipótese pela simples referência a um estado de fato, as manifestações espontâneas e as pesquisas. Em especial quando erra no diagnóstico de o país não estar preparado para um negro no palácio do Planalto. Está sim, até  porque já  o tem na chefia do Poder Judiciário. A cor da pele servirá  mesmo como fator de simpatia eleitoral.

Quanto a não ser político, a correção surge óbvia: é sim, pelo fato de estar onde está. Deixando de filiar-se a um partido, apenas cumpre determinação constitucional, válida para todo juiz, desembargador e ministro. Em certo  momento da trajetória estimulada pela voz das ruas  receberá, como  já tem recebido, montes de convites para filiar-se a uma legenda qualquer, também em cumprimento da lei.  Lei, aliás,  capaz de ser mudada na  reforma política com a  aceitação do princípio das candidaturas avulsas, por ele  defendido.

Em suma, nada haverá que opor à afirmação do presidente do Supremo Tribunal Federal sobre não ser, hoje, candidato. Mas tudo a acrescentar diante da previsão de que, amanhã, poderá ser.

As recentes pesquisas realizadas depois das explosões de junho indicam o descrédito nas candidaturas clássicas já  postas, a começar por Dilma Rousseff. A reeleição deixou de ser uma certeza. Aécio Neves não decola como imaginaram os tucanos. Marina Silva ocupa lugar restrito na disputa, situada à esquerda do PT. Eduardo Campos abriga-se na sombra de um hipotético lançamento do Lula, equação à espera de fatores variados. À exceção da atual presidente, comprometida com a indicação de Michel Temer para seu vice, os demais candidatos gostariam de ter Joaquim Barbosa como companheiro de chapa. Inverta-se a ordem dos fatores  e se terá, ao contrário da aritmética, um produto  capaz de alterar a sucessão.

O restante da entrevista referida mais pareceu uma plataforma de candidato.  Um social-democrata à maneira dos europeus, saber gastar bem porque o Brasil gasta muito mal, racionalizar a máquina publica, falta de  honestidade nas pessoas com responsabilidade, necessidade da exposição da vida privada de pessoas altamente suspeitas da pratica de crimes, insatisfação generalizada no país, relações fraternas com jornalistas, necessidade de os meios de comunicação discutirem questões verdadeiramente nacionais, superação das dificuldades, discriminação racial  evidente – essas e outras questões integram uma entrevista de  candidato. Apesar de hoje não ser…

(Transcrito da Tribuna da Imprensa)
[Acrescentei uma charge da campanha ora realizada, na Argentina, pela eleição dos juízes.
No Brasil, costuma-se dizer que os togados são apolíticos. Ora, ora, nada se faz sem Política.
Joaquim Barbosa candidato, suas ações no TST precisam ser politicamente analisadas. Principalmente porque, indo para um provável segundo turno, dependerá do apoio dos tucanos ou dos  petistas, sem contar outros partidos.
Que desconfio muito de candidato, tipo Fernando Collor, que vai para uma campanha eleitoral e declara que não quer nem precisa de apoio de políticos e partidos]

“DESAFIO DE DEMOCRATIZAR” LA JUSTICIA. “El único Poder que el pueblo no vota”

El País/ Argentina

 

El ministro de Justicia destacó que “el voto es la base de la democracia” y dijo que, si no hay elección popular de representantes, “no es democracia, sino aristocracia”. Para el ministro Agustín Rossi, el fallo del máximo tribunal “legitima la legalidad corporativa”.

justiça automona

El kirchnerismo advirtió que, a pesar de que acatará el fallo de la Corte Suprema que dejó sin efecto la reforma del Consejo de la Magistratura y suspendió la elección popular de miembros de ese órgano, las reformas del Poder Judicial propuestas por Cristina Fernández de Kirchner podrían continuar a través de otras medidas y medios diferentes. En sintonía con lo que planteó la Presidenta en el acto por los 400 años de la Universidad de Córdoba, el ministro de Justicia, Julio Alak, sostuvo que la decisión del máximo tribunal es un escollo más en el “desafío de democratizar el único Poder que el pueblo no tiene posibilidad de votar” y anticipó nuevos pasos en ese sentido, al asegurar que “las luchas por la democratización nunca han sido fáciles”. En tanto, gobernadores alineados con la Casa Rosada y otros dirigentes políticos y sindicales criticaron la decisión de los magistrados y señalaron que ese mismo fallo es una prueba de la necesidad de avanzar con más cambios sobre los tribunales.

“Esperábamos que la Corte sacara una sentencia más democrática”, admitió Alak ayer al ser consultado por la decisión de la Corte Suprema. “¿Por qué tienen miedo de dejar que la gente vote, cuál es el problema?”, se preguntó el funcionario, que también sostuvo que “el pueblo nunca se equivoca y el voto es la base de la democracia”. Según recordó el ministro, la Argentina es “una república representativa” tal como establece la Constitución Nacional, pero sostuvo que, si un estamento puede elegir sus representantes sin la intermediación del voto popular, “no es democracia sino aristocracia”.

Otro miembro del gabinete que vertió su opinión sobre el asunto fue el titular de la cartera de Defensa, Agustín Rossi, quien dijo que el fallo “legitima la legalidad corporativa, dejando de lado la legitimidad popular”. Para el ex jefe de la bancada oficialista de la Cámara de Diputados (rol que cumplía cuando se aprobó la ley suspendida), “es malo que desestime como fuente de poder legítima la voluntad popular”, pero advirtió que “se seguirá debatiendo generando consensos” respecto del funcionamiento del Poder Judicial.

Por su parte, dos miembros del Consejo de la Magistratura alineados con el oficialismo criticaron en duros términos la decisión cortesana. “En el fallo de la Corte subyace un triple desprecio: a la soberanía popular expresada por el voto universal, al Congreso de la Nación en sus facultades y a los partidos políticos en general, a los que descalifica colocándolos como condicionantes de la independencia judicial”, dijo el senador Marcelo Fuentes. Para el neuquino, la sentencia implica “sostener” que “el voto debe ser calificado” y “sólo puede explicarse por una actitud en defensa del interés corporativo” de jueces y abogados.

“El debate en torno de la democratización de la Justicia continúa”, advirtió el legislador, anticipando también nuevas medidas sobre este tema. Hernán Ordiales, compañero de Fuentes en el Consejo como representante ante ese órgano del Poder Ejecutivo, fue más allá al afirmar que pese al fallo adverso de la Corte Suprema “no quedará en la nada” la reforma del Poder Judicial. “Creo que si la idea fuerza de la presidenta Cristina Fernández de Kirchner es suficientemente importante, como yo creo que es desde el punto de vista de la filosofía política, va a terminar por consolidarse.”

El gobierno nacional también recibió el apoyo de gobernadores aliados, quienes criticaron asimismo a la Corte. Es el caso del tucumano José Alperovich, quien sostuvo que la sentencia “viola la voluntad popular” porque suspende “una ley aprobada en ambas Cámaras”. Por su parte, el mandatario de Jujuy, Eduardo Fellner, consideró que “con el fallo pierde la sociedad argentina en su conjunto”. En tanto, el entrerriano Sergio Urribarri calificó la decisión del máximo tribunal como “un resabio del pasado”, pero advirtió: “En modo alguno quiere decir que vayamos a renunciar a seguir accionando desde la política para democratizar las instituciones del país”.

El senador Aníbal Fernández insistió sobre la misma idea: “No nos vamos a detener; hay que seguir luchando hasta conseguir que sea la voluntad popular la que elija a los representantes en el Consejo de la Magistratura”. En tanto, el diputado Carlos Kunkel fue más allá y acusó al titular de la Corte Suprema, Ricardo Lorenzetti, de utilizar este fallo de “trampolín para dar un salto a la política” por sus “aspiraciones de llegar a la presidencia de la Nación”.

 justiça cara vergonha secreta indignados

Argentina. Se busca consolidar “un gobierno de los jueces”

 

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Juliana Di Tullio: “No quieren someterse a elección”

La presidenta del bloque de diputados oficialista consideró que el fallo de la jueza electoral María Servini de Cubria, que suspendió la elección popular de los integrantes del Consejo de la Magistratura, pretende que “la Justicia siga estando lejos de los ciudadanos” y sostuvo que esa medida, además, “es la reafirmación de la pertenencia a una corporación”.

“El tema es que no quieren someterse a elección por parte de la ciudadanía y eso es un problema de concepción, no jurídico; no estamos discutiendo si es constitucional o no”, interpretó Juliana Di Tullio durante una entrevista en la que destacó la necesidad de apelar ese fallo de fondo que declara inconstitucionales a cuatro artículos de la reforma del órgano que controla y designa jueces.

La jefa de los diputados del Frente para la Victoria sostuvo que “la Constitución dice que nos regimos por un sistema representativo, republicano y federal, y no pone primero representantivo porque sí”, y recordó que “los representantes del pueblo los hemos invitado (a los jueces) a reflexionar, a salir de la corporación donde 700 jueces eligen al juez que va a ser parte del consejo de la magistratura”.

“Estamos además en un proceso electoral y frenarlo es una muy mala noticia para los ciudadanos”, afirmó Di Tullio, para quien “es una barbaridad que se siga diciendo a esta altura que un juez viene de un repollo. Todo juez representa a alguien, tiene historia política. No son hombres y mujeres alados que no vienen de ningún lugar”.

En 2001, “cuando confiscaron los depósitos de los argentinos, ¿fueron tan rápidos para declarar inconstitucional una medida del estado? ¿Al lado de que intereses están?”, planteó.

Domínguez: “La justicia debe perder su temor frente al pueblo”

Al referirse al pronunciamiento de la jueza federal con competencia Electoral, María Servini Cubría, que declara la inconstitucionalidad de la elección directa de los miembros del Consejo de la Magistratura, el titular de la Cámara de Diputados, Julián Domínguez, aseguró que “el artículo 114 de la Constitución Nacional, que crea el Consejo de la Magistratura, establece que la representación se hará en la forma y proporción que la ley instrumente” y destacó que la ley que plantea la modificación “emana de los representantes de la voluntad popular” en el Congreso.

Aníbal Fernández: “Preocupan los jueces que quieren gobernar”

Al ser consultado por el fallo de la jueza María Servini de Cubría que declaró inconstitucional la elección popular de los miembros del Consejo de la Magistratura, el senador kirchnerista criticó a los magistrados que con sus decisiones pretenden “entrometerse en la vida de la República”, sobre todo cuando se trata de “una ley que salió del Congreso y fue votada como corresponde”.

Durante una entrevista radial, Aníbal Fernández hizo referencia a “esta locura de otra vez volver a tolerar que los jueces quieran gobernar por los argentinos” y dijo no tener “ninguna duda” de que hay entre los jueces “una fuerte defensa corporativa, irrestricta, que termina siendo nociva para el bien común”.

El senador se manifestó “preocupando, y mucho”, y recordó “los desaguisados de fines la década del `90 y principios de la década pasada” que “hizo que los jueces creyeran que tienen facultades para gobernar”. Y en este sentido reiteró su defensa a la reforma del Consejo, enmarcada en el programa de democratización de la Justicia que impulsó el Ejecutivo nacional.

Por eso, consideró que, con su fallo, la jueza Servini de Cubría demostró que, para ella, “la voluntad popular no tiene ningún peso específico” y que, en cambio, sí lo tienen “instituciones muy respetables pero que ni siquiera son mencionadas en la Constitución Nacional sino que son instituciones de la coyuntura”.

Miguel Ángel Pichetto: El jefe de los senadores kirchneristas recordó que lo sucedido  con la ley de medios, que “tuvo un debate previo importante en la sociedad y luego en el ámbito propio del Congreso y está paralizada desde hace casi cuatro años”.

Cuestionó lo que denominó “la justicia cautelar” que “se ha ido consolidando y que no permite avanzar en reformas que el Parlamento ha votado, con supuestos visos de inconstitucionalidad y con argumentos muchas veces interesados en su propio sector”.

El legislador opinó que existe una distorsión “cuando los jueces quieren legislar” y aseguró que en Argentina “lo vienen haciendo, impidiendo la aplicación de las leyes o reformándolas en parte, anulando contenidos de algún artículo o incluso decretando la inconstitucionalidad de toda la ley”.

Criticó que uno de los argumentos de la jueza Servini para declarar la inconstitucionalidad de la ley sea la mención de una falta de equilibrio, al afirmar que “el concepto del equilibrio siempre es una apreciación de carácter muy subjetiva. Alguien puede decir que no tiene equilibrio y te voltean cualquier cosa“.