Treta e mutreta do Jornal do Comércio do Recife para salvar Cunha da cassação

Alexandre de Oliveira
Alexandre de Oliveira

O Jornal do Comércio do Recife, de propriedade do empresário imobiliário João Carlos de Paes Mendonça, continua com a campanha golpista pelo fim da Democracia e derrubada de Dilma Rousseff.

É tão torpe a cruzada nazista, que além de comparar Dilma com Eduardo Cunha, afirma que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal permanecem no impasse de escolher um dos dois para cassar o mandato.

Veja na manchete a falsa situação embaraçosa inventada pelo jornalismo marrom de propaganda política de baixo nível.

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Não existe esse impasse na Câmara.

A imprensa séria noticia hoje: O Conselho de Ética deu início oficial ao processo que pode levar à cassação do mandato de Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido na CPI da Petrobras sobre as contas bancárias na Suíça.

Mariano
Mariano

Com protesto evangélico, pedido de cassação de Cunha avança na Câmara

por Rodolfo Borges/ El País/ Espanha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), adiou o quanto pôde o andamento da representação que o acusa de ter quebrado o decoro na CPI da Petrobras, mas o documento enfim chegou ao Conselho de Ética, nesta quarta-feira. Entregue à Mesa Diretora da Câmara no último dia 13 pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade, a representação levou o tempo máximo (três sessões ordinárias no plenário da Câmara), para chegar ao seu destino, e deve ser instaurada na próxima terça-feira, quase um mês depois de apresentada, segundo o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD).

A instauração do processo, baseado na acusação de que Cunha mentiu sobre a existência de contas na Suíça durante audiência da CPI da Petrobras, definirá, por sorteio, o relator da questão no conselho — o presidente do colegiado escolhe um de três deputados sorteados para conduzir o processo. Depois de escolhido, o relator tem dez dias para avaliar se o caso deve continuar e sua posição é submetida ao Conselho de Ética.

Caso os deputados optem por seguir o processo, a defesa de Cunha terá dez dias para se defender e, a partir do que disser, o relator finalizará sua recomendação (absolvição, censura, suspensão ou cassação de mandato) e a submeterá ao Conselho — todo o processo deve durar no máximo 90 dias. Havendo possibilidade de punição, a recomendação vai ao plenário. A cassação exige votos de 257 dos 513 deputados, que agora votam às claras sobre esse assunto, sem votação secreta.

Luscar
Luscar

Pressão

A julgar pela movimentação no Congresso Nacional nesta quarta-feira, não faltará pressão aos deputados para punir Cunha. Um grupo de 117 lideranças evangélicas apresentou um manifesto pela saída do presidente da Câmara no cargo. Manifestando “preocupação com o atual momento da sociedade brasileira, marcado por uma aguda crise política”, o grupo diz que “as ações do deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados e que se identifica como evangélico, merecem repúdio”. As lideranças evangélicas mencionam “denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior” para embasar sua posição.

O grupo que protesta não parece alinhado à bancada religiosa em que o presidente da Câmara se escora para avançar em pautas conservadoras, como o projeto que complica o atendimento a vítimas de abuso sexual. O apoio da bancada evangélica a Eduardo Cunha, aliás, põe em perspectiva a força de um abaixo-assinado de religiosos que, apesar de contar com mais de 100 lideranças, não envolve nomes de líderes de grande peso.

Nicolielo
Nicolielo

Corregedoria

Enquanto o pedido de cassação assinado por PSOL e Rede já foi parar no Conselho de Ética, uma outra representação contra Cunha acabou na Corregedoria da Câmara. O deputado Beto Mansur (PRB) será responsável por elaborar um relatório sobre o pedido feito por 29 deputados de sete partidos para que o presidente da Câmara deixe o cargo — também por ter mentido sobre contas no exterior na CPI da Petrobras. A diferença desse procedimento é que a Corregedoria não tem prazo para entregar seu parecer.

Cao
Cao

Lei Manoel Junior que libera o tráfico de moedas não livra Eduardo Cunha da cassação por falta de decoro parlamentar. Ele mentiu quando negou que tinha grana de propina nos paraísos fiscais

Amarildo
Amarildo

O relator Manoel Junior (PMDB-PB), um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reinseriu no projeto de lei 2960 um parágrafo polêmico que exime de punibilidade criminal quem tem conta no exterior não declarada à Justiça brasileira – é o caso de Cunha, dos investigados na Lava Jato e de muitos brasileiros listados no Swissleaks (contas no HSBC na Europa).

Em suma, o parágrafo 5º do PL 2960 livra todos os que têm conta secreta não declarada no exterior de crimes como evasão de divisas e ocultação de bens.  Leia mais 

O jeitinho do deputado Manoel Junior, de proteger os traficantes de dinheiro, sonegadores, doleiros e outros corruptos e corruptores, não salva Cunha, que ele faltou com o decoro parlamentar ao negar que possui, associado com a segunda esposa e a filha do primeiro casamento, contas em banco da Suíça.

Os parceiros de Cunha, bancadas do BBB ( do boi, da bala, da Bíblia ), banda podre do PMDB, PSDB, Solidariedade, Dem e outros partidos da direita e golpistas precisam aprovar a lei da mentira. Isto é, mentir constitui um direito natural e exclusivo de deputados e senadores.

Mariano
Mariano

Mentir tem os seguintes sinônimos: lorotar, patranhar, enganar, iludir, trapacear, simular, fingir, ludibriar, embromar, enrolar, tapear, equivocar, falsear, burlar, driblar, xavecar, aldrabar, engodar, endrominar, engazopar, refalsear, embair, faltar, descumprir, esconder, ocultar, encobrir, omitir, degenerar, adulterar.

Nani
Nani

Que se salve Cunha um pinhão de PC Farias, e que lhe seja dado, com a anulação das eleições de Dilma Rousseff e Michel Temer, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a presidência do Brasil, ou o impeachment de Dilma, pelo parecer do TCU (Tribunal de Contas da União), que faz Michel Temer presidente, e Cunha vice.

Qualquer dessas duas vias significa todo o poder ao PMDB – a entrega do governo do Brasil, das presidências da Câmara e do Senado a um único partido, que tem José Sarney como presidente de honra.

No caso de Cunha, por uma manobra golpista do Congresso, existe as possibilidades de uma revolta popular, com ou sem Dilma, e de uma intervenção militar.

Será o caos.

Luscar
Luscar

Cláudia Cruz é tão interesseira e corrupta quanto seu marido

Um típico (e cafona) casal da elite brasileira que provavelmente se entende muito bem, dentro e fora de suas escandalosas falcatruas

Ardilosa
Ardilosa

por Nathalí Macedo

Cláudia Cruz precisa de defensoras?

Ela é linda, letrada, rica e, ao que me consta, plenamente capaz de fazer escolhas inteligentes. Casou-se com um homem influente e poderoso – apesar de sórdido – e trocou o trabalho como jornalista por uma vida de mordomias, entre viagens a Miami e contas milionárias na Suíça.

Mesmo feminista declarada e cônscia de minhas próprias convicções, afirmo: Cláudia Cruz não precisa da minha intercessão.

Acho lamentável e irracional que, havendo tantas demandas importantes para a militância feminista – como o último projeto vergonhoso do próprio Cunha, que dificulta o atendimento de mulheres vítimas de estupro – ainda se fale que é injusto, machista ou misógino acusar Cláudia de ser tão interesseira e corrupta quanto seu marido. Ela, que, a essa altura, está jogando tênis em alguma academia caríssima ou numa sessão de peeling facial enquanto mulheres se digladiam para manter intacta a sua reputação de moça honesta que se casa por amor.

O meu feminismo não se presta a isto. Não porque mulheres bonitas não sejam capazes de se casar com quem quer que seja por amor – até porque mulheres são capazes de fazer o que quer que queiram – mas porque estamos falando de uma elite articulada, corrupta e interesseira – homens e mulheres – preocupada em firmar alianças politicamente benéficas.

Não me cabe avaliar o amor de Cláudia Cruz por Eduardo Cunha ou vice-versa. Isso, aliás, sequer me interessa. Mas podemos analisar – ainda que sob uma ótica feminista – os interesses envolvidos nesta aliança, haja ou não amor: uma escolha vantajosa para ambos. Um típico (e cafona) casal da elite brasileira que provavelmente se entende muito bem, dentro e fora de suas escandalosas falcatruas.

É ingênuo agir como se não pudéssemos acusar Cláudia Cruz de defender os próprios interesses corruptos simplesmente porque ela é uma mulher. Como quando, numa discussão virtual, acusei-a de ardilosa e fui repreendida por uma companheira do movimento feminista: “Você acha certo acusar outra mulher de ardilosa?”

Bem, se ela o for, sim, eu acho. Como acho certo acusar Eduardo Cunha de corrupto porque, ora, ele é. O fato de Cláudia Cruz ser mulher não a redime.

Não é ofensivo dizer que Cláudia defende os próprios interesses elitistas porque não estou falando de uma mulher qualquer ou de um casamento qualquer. Estou falando de um casal que reflete fidedignamente a corrupção e a indecência da elite brasileira – e então isso nada tem a ver com militância feminista. Uma coisa não pode e não deve excluir a outra.

O feminismo não precisa se preocupar se acusamos uma mulher ardilosa por ser ardilosa (e não por ser mulher).

Pensando nisso – e apenas nisso, frise-se – escrevi sobre por que poupá-la seria extremamente irracional. O resultado foram acusações irracionais de machismo.

Sobre o Autor:

Atriz por vocação, escritora por amor e feminista em tempo integral. Adora rir de si mesma e costuma se dar ao luxo de passar os domingos de pijama vendo desenho animado. Apesar de tirar fotos olhando por cima do ombro, garante que é a simplicidade em pessoa. No mais, nunca foi santa. In Diário do Centro do Mundo. Escreve sobre tudo em: facebook.com/escritosnathalimacedo

Presidente da Câmara está sujo. É inescusável uma operação lava Cunha

Luscar
Luscar

Eduardo Cunha lavou milhões de reais de propina. Transformou o dinheiro, que roubou dos brasileiros, em dólares e euros. É profissional, aprendeu com o padrinho PC Farias. Cunha é, realmente, excelente em lavagem de dinheiro sujo.

Agora precisa lavar a alma para continuar na presidência da Câmara.

Ele bem reconhece a sujeira.

“Estou debaixo de uma artilharia. Não tem operação Lava Jato, tem operação Lava Cunha”, reclamou o deputado federal, no mesmo dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) ordenou o bloqueio e o sequestro dos quase R$ 10 milhões depositados em contas na Suíça atribuídas a ele.

Rico
Rico

Cunha tem dinheiro e inquérito escondidos

Mas o mundo todo sabe que comeu propina 
Marco Aurélio
Marco Aurélio
Cunha é acusado de receber US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras
Fausto
Fausto

Agência Brasil – O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta sexta-feira (23) segredo de Justiça no aditamento da denúncia apresentada contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A decisão do ministro foi motivada pelo encaminhamento, na semana passada, de novas acusações ao Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Nani
Nani

No inquérito no qual o segredo foi decretado, Cunha é acusado de receber US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras.

Na decisão, o ministro citou a Lei 12.850/2013, que regulamentou os acordos de delação premiada. A norma prevê que o processo deve correr em sigilo, devido aos depoimentos de delação nos quais os acusações são citados. “Diante da documentação juntada, observe-se, até nova decisão, a restrição de publicidade decorrente da juntada, no aditamento à denúncia ora formulada, de depoimentos que seguem sob sigilo legal”, decidiu o ministro.

Cau
Cau

Na quinta (22), em decisão oposta, Zavascki negou pedido da defesa de Eduardo Cunha para decretar segredo em outro inquérito a que o parlamentar responde no Supremo, sobre contas atribuídas a ele na Suíça, Na decisão, o ministro entendeu que a publicidade dos atos processuais é um pressuposto constitucional e que a situação de Cunha não se enquadra nas exceções previstas por lei, entre elas, a defesa da intimidade ou o interesse social.

Acusações

Mariano
Mariano

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu propina de contratos da Petrobras até 11 de setembro de 2014. A informação consta no pedido de aditamento, por meio do qual a PGR pediu a ação penal contra Cunha.

Os documentos mostram que um dos delatores das investigações, o ex-consultor da Toyo-Setal Júlio Camargo, pagou, no ano passado, R$ 300 mil em créditos de voos de taxi aéreos, além de R$ 200 mil em dinheiro para Cunha.

De acordo com a investigação, os valores faziam parte do montante de US$ 5 milhões, acertado, em 2010, entre Cunha, Camargo e o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Para justificar as acusações contra Cunha, Júlio Camargo apresentou notas fiscais da Global Taxi Aéreo comprovando o nome do presidente como passageiro, entre 29 de agosto e 11 de setembro de 2014. A empresa recebeu autorização do delator para realizar os voos para Eduardo Cunha.

“A parte restante do valor que lhe tocava, Júlio Camargo comprometeu-se a pagar a Eduardo Cunha com horas de voo, por meio do afretamento de taxi aéreo para este ou para pessoas indicadas por ele. Assim , Júlio Camargo autorizou que a empresa Global Taxi Aéreo faturasse quaisquer voos solicitados por Eduardo Cunha no valor de até R$ 300 mil”, informou a PGR.

Segundo as investigações, os voos utilizados por Cunha custaram R$ 122,2 mil. A procuradoria afirmou que o valor restante não foi utilizado por Cunha por causa do avanço das investigações da Lava Jato e das notícias de envolvimento de Camargo nas investigações.

As acusações sobre contas na Suíça atribuídas a Cunha são investigadas em outro inquérito no Supremo.

Paixão
Paixão

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Miguel
Miguel

Impossível esconder os crimes de Eduardo Cunha

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  • Michel Temer foi indicado e eleito vice-presidente com os votos de Dilma Rousseff

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Cunha imprensa

página 12 cunha jesus

BRA_OE cunha conta suiça empresa de fachada

BRA_FDSP cunha esuqema lava jato

BRA_ATARDE cunha insustentável

BRA^MG_OT o tempo minas gerais fortuna de cunha confessada

BRA^MG_EDM receita cunha

As tacadas que derrubam Cunha

SEGUNDO O GLOBO, CUNHA PODE IR PRESO AINDA NESTA SEMANA

Paixão
Paixão

Em sua coluna “Quem cai primeiro?”, publicada nesta segunda-feira, o jornalista Ricardo Noblat antecipa que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir o afastamento e a prisão preventiva do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Rodrigo Janot, procurador-geral da República, está pronto para denunciar Eduardo Cunha ao Supremo Tribunal Federal e pedir sua prisão preventiva”, diz Noblat.

O título de Noblat indica que depois de Cunha cai Dilma, Isso não passa de propaganda política.

Cunha, cassado, é carta fora do baralho, e seus aliados, desde os tempos da Telerj de Collor e PC Farias, haverão de tremer na corda bamba.

Desde a apuração das urnas que consagraram a reeleição de Dilma, ninguém discute idéias, apenas a degola de Dilma, se por impeachment, se por golpe militar.

Ninguém discute os resultados das últimas ações de tomada do poder presidencial – os golpes de Honduras, do Paraguai, da Primavera Árabe, do separatismo da Ucrânia, territorialmente, o maior pais da Europa.

Noblat argumenta que Cunha pode tentar se vingar. “O segundo na linha direta de sucessão do presidente da República resistiria à tentação de usar os poderes do cargo para defender-se? Uma das maneiras de proceder assim seria facilitar a queda de Dilma. Por que não facilitaria?”, indaga.

Pater
Pater

Propiciar, descomplicar (criar um rito para simplificar) o impeachment isso Cunha vem fazendo desde a posse, este ano, na presidência da Câmara. Mas nada existe de convincente para o povo, apesar do TCU ter votado as enigmáticas pedaladas, que precisam ser explicadas.

Pior que andar de bicicleta passou a ser viajar para os Estados Unidos para aprender a jogar tênis. A esposa de Cunha gastou 59,7 mil dólares com o cartão de crédito de uma das contas suíças na IMG Academies, academia de tênis do treinador Nick Bollettieri, na Flórida. Mais danoso para o Brasil são as tacadas da mulher de Cunha. Quantas aulas teve por quase 60 mil dólares? Durou quantos dias de aprendizado? Quantas viagens realizou? Quem pagou as passagens e hospedagens do(s) acompanhante(s) marido e/ou filha(s)?

Noblat diz ainda que a oposição, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), mantém sua aliança com o presidente da Câmara, que está atolado em denúncias e possui várias contas secretas na Suíça, por onde passaram mais de R$ 23 milhões.

“Falsa, como uma nota de três reais, a nota distribuída no último sábado pela oposição em que pede o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados”, diz ele. “A oposição precisa da sua boa vontade [de Cunha] para derrubar Dilma. Sem a sua boa vontade, tudo será mais difícil e demorado”.

As pedaladas não derrubam ninguém. As tacadas sim. Elas indicam uma vida maneira, volúvel e de luxo com dinheiro fácil, gasto nas lonjuras da Flórida. Fontes Globo/ Plantão Brasil/ Justiça da Suíça

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O segredo da impunidade de um corrupto como Eduardo Cunha

por Paulo Nogueira

Retrato do artista quando jovem: na presidência da Telerj
Retrato do artista quando jovem: na presidência da Telerj

Os mais puros, diante dos fatos acachapantes das últimas semanas, se perguntam: como alguém como Eduardo Cunha pode fazer uma carreira com tamanhas delinquências ao longo de tantos anos?

A resposta é um retrato do Brasil.

Os americanos, na Guerra Fria, se referiam a ditadores que os apoiavam de uma maneira abjetamente pragmática.

São os nossos ditadores.

Eles matavam, perseguiam, torturavam – e eram mantidos no poder pelos líderes do “Mundo Livre” porque eram seus ditadores.

E então.

Na visão da plutocracia, Eduardo Cunha é um dos nossos corruptos.

Exatamente como Ricardo Teixeira, para ficar num caso. Teixeira cansou de roubar na CBF. Mas era amigo da Globo, e portanto da plutocracia, e então teve vida fácil no Brasil.

Ninguém o aborrecia com coisas como honestidade.

Eduardo Cunha se iniciou com PC Farias, o tesoureiro de Collor. Com ele aprenderia a arte de arrecadar – vital depois para patrocinar campanhas de políticos menos talentosos naquilo.

Depois, por indicação de PC Farias antes do fim da era Collor, foi ser presidente da Telerj.

Naquele posto a parceria com os plutocratas ganharia músculos.

Cunha facilitou a vida da NEC, uma empresa de telefonia controlada pela Globo.

Pronto. Deu o passo essencial para se tornar um intocável.

Ajudando a Globo: assim se tornou intocável até chegarem os suíços
Ajudando a Globo: assim se tornou intocável até chegarem os suíços

A Globo é uma espécie de mantenedora dos nossos corruptos. Se, como Ricardo Teixeira e Eduardo Cunha, você está protegido por ela, tem licença para fazer muita coisa.

Você não vai aparecer no noticiário. E protegidos da Globo costumam ser também protegidos da Justiça.

Conte quantos amigos da Globo foram apanhados na Lava Jato. Aécio é um típico amigo da Globo: veja quantas vezes ele foi cobrado pelas suas conhecidas estripulias.

É um golpe perfeito.

Ou quase.

O problema é quando entram em cena coisas fora do controle da plutocracia brasileira, e portanto da Globo.

A polícia suíça, por exemplo.

Não fossem os suíços, correríamos o risco de ter Eduardo Cunha na presidência.

A plutocracia adoraria.

Desapareceria da mídia o noticiário obsessivo sobre corrupção, para começo de conversa, como ocorreu nos anos de ditadura militar.

E Eduardo Cunha comandaria uma agenda completamente a favor dos plutocratas.

Financiamento de campanha, que é a forma consagrada pela qual a plutocracia toma de assalto a democracia? Sim, sim, sim.

Regulação da mídia, que é como a sociedade se protege de abusos das grandes corporações jornalísticas? Não, não, não.

E assim seguiria o Brasil, o paraíso das iniquidades.

Mas apareceram os suíços, e a festa, para Eduardo Cunha, terminou em tragédia.

Não, no entanto, para os plutocratas que sempre dispensaram proteção.

Há muitos outros Eduardo Cunhas na política brasileira.

Aécio é um deles.

A plutocracia sabe que pode contar com Aécio.

Tem seus defeitos. Gosta muito da vida noturna, e é amigo de pessoas em cujo helicóptero pode aparecer meia tonelada de pasta de cocaína.

Mas tudo bem.

Na ótica dos donos do Brasil, é um dos nossos.

Como Eduardo Cunha.

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Cunha tem a solidariedade da banda podre do PMDB, do PSDB de Aécio, do PSB de Marina e demais golpistas

Aroeira
Aroeira

O deputado Eduardo Cunha voltou a afirmar ontem que não renunciará ao mandato nem se afastará do cargo de presidente da Câmara. O peemedebista passou o fim de semana no Rio lendo sete pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff

[Que moral tem este bandido de julgar quem quer seja? Deve primeiro explicar de onde veio o dinheiro que traficou para os paraísos fiscais, desde os tempos de apadrinhado de PC Farias, traficante internacional de cocaína. Droga transportada pelo seu célebre avião Morcego Negro, que partia do hangar presidencial, em Brasília, nos tempos de Fernando Collor presidente?]

morcego negro

O requerimento apresentado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior será analisado por ele hoje, que promete uma decisão para breve [De bicos tucanos na ancianidade, apenas os estertores da direita golpista liderada por Aécio, Bolsanaro, Aloysio Nunes, Silas Malafaia e outros fanáticos políticos e religiosos]

“Ainda não indeferi nada porque estou rascunhando. Só terça-feira”, disse Cunha ao Estado de S. Paulo, jornalão das elites empresariais parasitas, do Proer dos bancos, dos comedores de moedas do BNDES], defensoras do salário mínimo do mínimo e do emprego terceirizado.

Um dia após a divulgação da nota pedindo o afastamento do presidente da Câmara, oposicionistas afirmam que não farão pressão efetiva pela saída do deputado e já põem em xeque o futuro processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa [“Os taradinhos do impeachment – Aécio & associados do PSDB, partido dos bilionários – defendem a permanência de Cunha, para realizar o serviço sujo do golpe a jato]

De posse de documento em que a Procuradoria-Geral da República confirma que Cunha e familiares têm contas na Suíça, o PSOL pretende protocolar nesta terça-feira, 13, pedido de abertura de processo por quebra de decoro [Roubar vai além da quebra de decoro…] O Conselho de Ética é a primeira instância que pode levar à cassação do deputado. Sem o mandato, Cunha perde a prerrogativa de foro privilegiado e torna-se réu comum. [Para responder pelos seus crimes: propina, suborno, tráfico de moedas, sonegação, lavagem de dinheiro etc]

Genildo
Genildo

Parlamentares próximos a Cunha avaliam que o processo não deve prosperar porque ainda não foi apresentada prova documental como os extratos bancários contra o peemedebista, argumento no qual deputados têm se apoiado para não defender enfaticamente a renúncia do presidente da Câmara [As provas existem, e divulgadas pela Justiça da Suíça, que expõem a luxuosa vida da família Cunha por vários países do novo e do velho mundos. Por Oropa, França e Bahia]

Para governo e oposição, a decisão de PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade [partidos que perderam as eleições presidenciais] de divulgar a nota após a revelação de que Cunha e parentes têm contas na Suíça que foram usadas para pagar aulas de tênis e cursos no exterior não passa de jogo de cena para responder as cobranças da opinião pública e de suas bases eleitorais. Os deputados entenderam que pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e não se manifestar diante das acusações contra Cunha soava contraditório [ É incoerente, incompatível, ilógico, absurdo, paradoxal, kafkiano, imoral]

moro justiça vaccari cunha claudia cruz

A saída foi apresentar uma nota curta durante o feriado prolongado, sem pedir a renúncia, mas o afastamento para que ele possa se defender das acusações. Na prática, eles sabem não podem obrigá-lo a deixar o cargo nem aumentar a pressão sobre ele por dependerem de Cunha para o seguimento do processo de impeachment [Todo golpista tem a ficha suja. Suja de dinheiro sujo. E de sangue. Que não existe golpe sem lista de presos políticos, tortura, exílio e morte]

A decisão de divulgar a nota não foi consenso na oposição. A crítica interna, ao menos no DEM e no PSDB, é de que a manifestação não terá efeito prático já que os deputados continuarão próximos a Cunha [Quadrilha que reza junto, a bancada dos pastores milionários. Quadrilha que, reunida, rouba dos cofres da União permanece unida, pelo temor, pela ambição]

Ivan Honczar
Ivan Honczar

Apesar dos desdobramentos das denúncias deixarem a situação política de Cunha cada vez mais complicada, o deputado ainda conta com o respaldo da cúpula do PMDB [Da banda podre do PMDB, partido que tem como presidente de honra José Sarney].  Lideranças do partido trocaram telefonemas durante este feriado para avaliar o quadro e concluíram que não haverá manifestação pública no sentido de questionar o parlamentar [É só esperar que o povo virá para as ruas]

Afastado de Cunha [?], o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), só falou com o presidente da Câmara neste domingo por mensagem de celular. Disse ter prestado “solidariedade” a Cunha [piada essa solidariedade de quem está separado, distante, quando comem no mesmo cocho].

Cunha respondeu, segundo Picciani, que está seguro de sua posição, que vai se defender e que não deixará o cargo.[Picciani, para o Estadão, é o porta-voz do colega de partido, de bancada, de facetas mil]

Disse Picciani que o partido não fará qualquer movimentação para convencer Cunha a deixar a presidência. (As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, os comentários entre colchetes do editor deste blogue]

Nani
Nani

A figura realmente fascinante do casal Cunha é Cláudia

por Paulo Nogueira

E descobrimos que a personagem realmente fascinante do casal Claudia e Eduardo é Claudia.

Eduardo Cunha é essencialmente um achacador, um tipo de político que representa o atraso em sua instância mais primitiva.

Manipula deputados com seus ardis obscuros e manipula crédulos com sua igreja evangélica.

É o tipo de sujeito que ninguém quer ter ao lado numa mesa para jantar. Ignorante, como se vê quando ele posta suas próprias coisas no Twitter, iletrado, pequeno no mais agudo sentido da palavra.

Você não vai discutir com ele Tolstoi, ou receber uma sugestão de uma nova série, nada disso.

Suas causas são um museu ruim: contra o aborto, contra o casamento gay, contra qualquer coisa moderna nas sociedades contemporâneas.

É a favor da redução da maioridade penal e do financiamento privado de campanhas.

Hoje se vê por que ele se bateu tanto pelo financiamento privado: é de lá que vem o dinheiro que lhe deu contas secretas milionárias na Suíça.

Cunha é uma alma gêmea de alguém que os brasileiros conheceram bem na recente campanha eleitoral: Everaldo. O Pastor Everaldo.

Graça zero, carisma zero, espirituosidade zero, glamour zero.

Surpresa zero, também. Você sabe o que pessoas como Cunha vão falar qualquer que seja o assunto.

E então chegamos à parte surpreendente do casal: a jornalista Claudia Cruz.

claudia cruz

É impossível que quando eles começaram a namorar, quase vinte anos atrás, um murmúrio não tenha se espalhado pelo Rio de Janeiro, onde ela um rosto conhecido e admirado como apresentadora da Globo: mas o que ela viu nesse cara?

Ela era cult entre os cariocas.

Até a voz despertava fantasias proibidas entre os homens. Claudia ficou célebre como a “Voz da Telerj”, no final dos anos 1990.

Você não conseguia completar uma ligação, o que era praxe naqueles dias, e aparecia a voz de Claudia para confortá-lo.

Era, segundo relatos, o único momento em que os cariocas amavam a Telerj, na voz enfeitiçadora que disfarçava a inépcia da companhia.

Cunha era o presidente da Telerj, o que mostra seus talentos administrativos. Chegou lá não por mérito, mas por indicação política.

Mostrara já capacidade de sobrevivência. Fora da equipe do tesoureiro de Collor, PC Farias, com o qual aprendeu a arte de arrecadar dinheiro da plutocracia, e escapou do colapso de Collor e seu tesoureiro.

Poucos anos depois da derrubada de Collor, lá estava Cunha na presidência da Telerj, levando tormento a cariocas em busca de ligações que se completassem.

Foi aí que o destino os juntou.

O que Cunha viu nela está claro. Todos os cariocas viam a mesma coisa.

Mas e ela?

Nelson Rodrigues tem uma frase soberba sobre amor e dinheiro. “O dinheiro compra até o amor verdadeiro.”

E o poder também.

Cunha era o que é hoje com vinte anos menos, um homem tosco e sem atrativos aparentes. Jornalistas são liberais no sexo, na bebida etc – o oposto de Cunha. Você não consegue imaginar Claudia, num domingo, ansiosa por ir a um culto de uma igreja pentecostal.

Mas ele era presidente.

Jornalistas são, com frequência, alpinistas sociais.

Mesmo os mais traquejados e lidos. Lembro o caso de Mario Sergio Conti quando se tornou diretor de redação da Veja.

Mario logo se deixou deslumbrar pelas possibilidades oferecidas pela companhia bilionária de Roberto Marinho. Finais de semana com Marinho significavam luxos com os quais Mario jamais sonhara.

Isso sem contar a chance de dizer na segunda feira quando lhe perguntavam onde fora no final de semana. “Na ilha do Roberto.”

Jornalistas gostam de chamar plutocratas pelo primeiro nome, para demonstrar intimidade.

Eduardo Cunha não era Roberto Marinho, mas era presidente de uma empresa.

O emprego na Globo não podia ser satisfatório para Claudia.

A Globo paga pouco, e ainda menos para apresentadores iniciantes como era Claudia.

A empresa oferece uma troca não escrita: como você aparece, pode buscar dinheiro em outras fontes.

Foi o que Claudia fez ao gravar a mensagem da Telerj.

A Globo, além disso, sonega com o expediente de transformar empregados como Claudia em PJs. (Ela, na saída, processou a empresa por conta disso e ganhou.)

Tudo isso posto, Claudia era uma presa relativamente fácil para o presidente da Telerj.

De certa forma, vistas as coisas vinte anos depois, tudo funcionou. Claudia pôde até ter aulas de tênis na mesma academia de Agassi e Sharapova.

O marido, pelos seus expedientes de sempre, ascendeu na escuridão, e em certo momento era, segundo a Veja, o homem mais poderoso da República.

Tudo ia bem para o casal tão diferente na aparência entre si – até que a polícia e a Justiça suíça entraram em ação e fizeram o que a polícia e a Justiça brasileira jamais fariam.

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migueljc cunha suiça