Conspiração golpista motiva deputados e senadores a usar armas de fogo

Samuca
Samuca

Toda conspiração golpista pode terminar em uma guerra civil. O impeachment de um presidente depende do apoio do povo em geral. E não pode ser baseado em pesquisas de opinião pública comprada por federações de empresários ou partidos políticos ou jornais vendidos.

As eleições, em uma verdadeira democracia, constituem a verdadeira justiça de julgamento dos políticos governantes e legisladores.

O processo eleitoral não pode ser violentado pelos fichas sujas, pelos financiadores de campanhas, pelos partidos derrotados nas urnas, nem por juízes iníquos.

Hojemente a intervenção  dos exércitos (nacional ou estrangeiros) vem sendo substituída pelo congresso quinta-coluna e/ou pela justiça sectária e conservadora a exemplo dos últimos golpes na América do Sul no Paraguai e em Honduras.

Não existe ditadura sem prisões políticas, tortura, exílios e morte.

No Brasil prossegue uma conspiração para derrubar a presidente Dilma Rousseff, o que motiva os deputados e senadores exigirem o direito exclusivo de andar armados.

É importante lembrar quantas vezes as assembléias legislativas, a Câmara dos Deputados e o Senado  Federal foram campos de sangrentas batalhas.

A lei que proibia a compra de armas de fogo e munições foi uma decisão do povo, e só um outro referendo poderia deliberar.

Acontece que o Congresso inimigo do povo tem medo de referendo e de plebiscito. Não se faz preciso explicar porquê.

Brum
Brum

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COMISSÃO DA CÂMARA APROVA PORTE DE ARMA PARA DEPUTADOS E SENADORES

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Os destaques devem ser votados na comissão no próximo dia 3 de novembro e, na sequência, encaminhados ao plenário.

 Kalvellido
Kalvellido

Blog dentro da política – A comissão especial da Câmara dos Deputados que está analisando a proposta que revoga o Estatuto do Desarmamento tomou uma decisão, nesta terça-feira (27), que promete causar polêmica nos próximos dias. Por 19 votos a oito, foi aprovado o texto-base do substitutivo apresentado pelo deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG) que prevê mudanças como a idade mínima para se adquirir uma arma de fogo e a liberação para a posse de armas para deputados e senadores.

O relatório aprovado revoga o Estatuto do Desarmamento, que passará a ser chamado de Estatuto de Controle de Armas de Fogo. As principais mudanças tratam da redução de 25 para 21 anos a idade mínima para comprar uma arma de fogo, libera outras autoridades, como deputados e senadores, para terem porte de arma, também autoriza pessoas que possuem inquéritos policiais contra si a terem armas e permite que policiais legislativos andem armados em aviões quando estiverem fazendo escolta de algum parlamentar.

Além dessas mudanças, também são flexibilizadas as regras para se adquirir uma arma de fogo. Com o Estatuto do Desarmamento, o interessado é obrigado a seguir regras restritas e a explicar qual a efetiva necessidade da arma. Com o texto aprovado na comissão especial, todo cidadão que cumpra os requisitos mínimos exigidos pela lei poderá portar uma arma para casos de legítima defesa ou defesa do seu patrimônio. A validade do porte também aumenta. Atualmente é preciso renová-lo a cada três anos, com a nova proposta, esse tempo se estende para dez anos.

Frente Parlamentar da Segurança Pública
Laudivio Carvalho é um dos 293 integrantes da Frente Parlamentar da Segurança Pública e foi posto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como relator do projeto. Segundo seu relatório, o substitutivo estará “reestabelecendo o direito universal à posse de arma”.

Vale lembrar que o Estatuto do Desarmamento é do ano de 2003 e vem sendo combatido desde então, tendo ganhado cada vez mais críticas por parte de parlamentares da bancada da bala. Segundo Carvalho, “a proposta devolve ao cidadão de bem o direito de trabalhar pela sua própria segurança. Vamos devolver o direito à vida, que foi retirado pela atual lei”.

Também é importante ressaltar que 11 dos parlamentares que fazem parte da dita comissão especial receberam doações de campanha de empresas ligadas a armas e munição, segundo levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz:

Afonso Hamm (PP-RS), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Alberto Fraga (DEM-DF), Edio Lopes (PMDB-RR), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Luiz Gonzaga Patriota (PSB-PE), Marcos Montes Cordeiro (PSD-MG), Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), João Campos (PSDB-GO). Leia mais 

Menos bala mais giz

As tacadas que derrubam Cunha

SEGUNDO O GLOBO, CUNHA PODE IR PRESO AINDA NESTA SEMANA

Paixão
Paixão

Em sua coluna “Quem cai primeiro?”, publicada nesta segunda-feira, o jornalista Ricardo Noblat antecipa que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir o afastamento e a prisão preventiva do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Rodrigo Janot, procurador-geral da República, está pronto para denunciar Eduardo Cunha ao Supremo Tribunal Federal e pedir sua prisão preventiva”, diz Noblat.

O título de Noblat indica que depois de Cunha cai Dilma, Isso não passa de propaganda política.

Cunha, cassado, é carta fora do baralho, e seus aliados, desde os tempos da Telerj de Collor e PC Farias, haverão de tremer na corda bamba.

Desde a apuração das urnas que consagraram a reeleição de Dilma, ninguém discute idéias, apenas a degola de Dilma, se por impeachment, se por golpe militar.

Ninguém discute os resultados das últimas ações de tomada do poder presidencial – os golpes de Honduras, do Paraguai, da Primavera Árabe, do separatismo da Ucrânia, territorialmente, o maior pais da Europa.

Noblat argumenta que Cunha pode tentar se vingar. “O segundo na linha direta de sucessão do presidente da República resistiria à tentação de usar os poderes do cargo para defender-se? Uma das maneiras de proceder assim seria facilitar a queda de Dilma. Por que não facilitaria?”, indaga.

Pater
Pater

Propiciar, descomplicar (criar um rito para simplificar) o impeachment isso Cunha vem fazendo desde a posse, este ano, na presidência da Câmara. Mas nada existe de convincente para o povo, apesar do TCU ter votado as enigmáticas pedaladas, que precisam ser explicadas.

Pior que andar de bicicleta passou a ser viajar para os Estados Unidos para aprender a jogar tênis. A esposa de Cunha gastou 59,7 mil dólares com o cartão de crédito de uma das contas suíças na IMG Academies, academia de tênis do treinador Nick Bollettieri, na Flórida. Mais danoso para o Brasil são as tacadas da mulher de Cunha. Quantas aulas teve por quase 60 mil dólares? Durou quantos dias de aprendizado? Quantas viagens realizou? Quem pagou as passagens e hospedagens do(s) acompanhante(s) marido e/ou filha(s)?

Noblat diz ainda que a oposição, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), mantém sua aliança com o presidente da Câmara, que está atolado em denúncias e possui várias contas secretas na Suíça, por onde passaram mais de R$ 23 milhões.

“Falsa, como uma nota de três reais, a nota distribuída no último sábado pela oposição em que pede o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados”, diz ele. “A oposição precisa da sua boa vontade [de Cunha] para derrubar Dilma. Sem a sua boa vontade, tudo será mais difícil e demorado”.

As pedaladas não derrubam ninguém. As tacadas sim. Elas indicam uma vida maneira, volúvel e de luxo com dinheiro fácil, gasto nas lonjuras da Flórida. Fontes Globo/ Plantão Brasil/ Justiça da Suíça

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Renan e Cunha instalam o parlamentarismo à brasileira

De iniciativa do Congresso não foi votada nenhuma lei que beneficie o povo. E sim contra o pobre povo pobre brasileiro.

Terceirização = Servidão

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Pretendem deputados e senadores a terceirização ampla, geral e irrestrita para o retorno do emprego precário, do emprego sem nenhum direito trabalhista. É o retorno das tempos da escravidão, quando o negro tinha o direito de descansar aos 70 anos.

Fim da Lei do Sexagenário 

O senador José Serra pretende aumentar a idade de aposentadoria do trabalhador brasileiro, que bate o ponto e trabalha de 10 a 14 horas todo santo dia. Quando um senador trabalha apenas três dias por semana, e tem mais férias que um togado. Uma vida mansa no luxo e na luxúria. Pela vontade de Serra, aposentadoria só depois dos 75 anos, sem oferecer ao brasileiro da classe média baixa, e a grande maioria dos que ganham o salário mínimo, nenhuma garantia de emprego, que a estabilidade foi cassada pelo ditador Castelo Branco.

Shopping de artigos de luxo

shopping camara

Eduardo Cunha vai construir um shopping de um bilhão, com o dinheiro da crise. Tudo para a vida secreta das madames. Artigos de comes e bebes. De cama e mesa. Tudo a preço bem baratinho. Que a Câmara não paga impostos. Vive dos impostos diretos e indiretos.

Parlamentarismo 

pec bengala

Estava previsto um golpe à Honduras e Paraguai. Mas Renan Calheiros e Eduardo Cunha, inspirados no modelo militar que deu posse a Jango, criaram coisa parecida, um parlamentarismo nada legal.

Leis contra o povo e contra o Brasil estão sendo votadas, visando o fim do presidencialismo, com o apoio silencioso da justiça absolutista, que receberá, em troca, a Lei da Bengala para beneficiar o ministro Gilmar Mendes e foder  de vez os brasileiros sem nenhum poder.

Pelo parlamentarismo caboclo, os senadores pretendem nomear os ministros do STF e os presidentes das estatais e empresas de economia mista.

Dentre outra safadezas, para ajudar os banqueiros, nomear e dar autonomia ao presidente do Banco Central.

esposa deputado

Venezuela capital Kiev. Os padres ortodoxos voltaram aos seus cânticos. Manifestantes continuam a marchar armados. E a usar bandeiras com suásticas

Ucrânia
Ucrânia

A onda de manifestações libertárias, em vários países, pode ter um final infeliz: a queda de um presidente eleito substituído por um governo de transição, um presidente títere do capitalismo estrangeiro, ou por um ditador militar.

Os sonhos da Praça da Libertação no Egito estão hoje controlados pelos punhos de um general. O mesmo destino previsto para a Ucrânia.

Na América do Sul tudo começou com um golpe do judiciário em Honduras. No Paraguai, com um golpe parlamentar. O que a direita apronta para a Venezuela?

Ucrânia entre o luto, a reconstrução e a sombra da violência

por Paulo Moura/ Público, Portugal

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Maidan, 10 da manhã de segunda-feira. Um casal jovem de surdos-mudos conversa por gestos com cravos vermelhos nas mãos. O que estão a dizer relaciona-se com o pequeno monumento no chão, lembrando que ali caiu um dos mártires. Depositam as flores entre milhares de outras. Cada um dos mais de 80 manifestantes assassinados pela polícia tem o seu memorial no chão, que começou por ser uma fotografia, duas velas e por vezes um pouco de sangue, mas não pára de alastrar em flores.

Palco da Maidan, 10h30 da manhã. O líder do Sector Direito, o mais proeminente grupo de extrema-direita do país, consegue uns minutos de tempo de antena para exortar a assistência a ir manifestar-se em frente ao Parlamento. “Temos de obrigar os deputados a aprovarem uma lei libertando todos os presos políticos”, disse Igor Krivoruska, um homem baixo, de fato de treino preto. Na véspera, o seu grupo tinha tentado atacar a prisão de Lukianska, para libertar os presos, mas optaram por vir ao palco tentar mobilizar mais gente. A seguir ao curto discurso de Igor, os padres ortodoxos voltaram aos seus cânticos.

Edifício da Câmara Municipal de Kiev, 11 da manhã. Três rapazes envergando pesadas armaduras feitas com protectores de canelas, braços e peito (emprestadas do hóquei, râguebi e esgrima) aproximam-se de um balcão: “Queremos ir embora”. A voluntária começa a preencher um papel. Os rapazes têm o ar extenuado de quem viveu uma guerra. “Lviv”, respondem à funcionária. A revolução está feita, querem regressar à sua terra. Ela continua a preencher o papel.

O enorme e monumental edifício da Câmara, na Avenida Kreschatik, está ocupado pelos serviços de apoio dos manifestantes de Maidan. Corredores e salões inteiros albergam manifestantes que vieram de outras regiões, e que vivem aqui, em pequenos alvéolos de mantas e caixotes. A organização foi lesta a providenciar autocarros para os trazer a Kiev, deu-lhes guarida e alimentação, treino militar e armas rudimentares. Agora tem de lhes organizar o regresso. A funcionária entrega aos rapazes da grande cidade do Oeste dois folhetos com números e manda-os para uma sala de espera.

Noutras divisões funciona um hospital, noutras uma cantina, os serviços burocráticos, etc. Galia Radziervska, 34 anos, está a receber pessoas atrás de um computador. “Damos informações sobre os que morreram, ou os que foram feridos”, diz ela, em português. “Temos médicos, medicamentos, roupas. Há autocarros para levar as pessoas para as suas terras”.

Galia trabalhou dois anos em Portugal. Voltou porque o marido não conseguiu emprego nem papéis de residência. É esteticista de profissão, mas não tem emprego na Ucrânia. Trabalha aqui como voluntária. “Recebemos muito dinheiro, de donativos, mas é todo para financiar os protestos”.

Meio-dia. Perto da câmara um jovem alto, louro e muito magro encosta-se a uma parede para não cair, exangue. Tem o rosto pisado e um olho ensanguentado, um braço inchado e negro. Pensou que os ferimentos iam sarar, depois de ter sido, há dias, espancado pela Berkut, a polícia especial do regime. Afinal agravaram-se. Veio até aqui para procurar ajuda médica, mas agora não quer entrar. “Tenho medo que me entreguem à Berkut”, diz ele. Não acredita que a revolução tenha triunfado.

Museu Histórico de Kiev, duas da tarde. Num cubículo do segundo andar do edifício agora ocupado pelos serviços da autodefesa de Maidan, decorre uma reunião de mulheres. “É preciso limpar e arrumar a Praça. Temos de distribuir tarefas”, diz Anna Kavalienko, 22 anos, a chefe desta unidade de autodefesa, o Sotnia número 39. Os sotnia são os grupos de base, militarizados, que executaram a revolução. Este é o primeiro constituído por mulheres.

“Como podemos preparar-nos para acções violentas, como atacar o Parlamento?”, pergunta uma jovem morena de olhos claros.

“Nesta fase já não vamos atacar coisa nenhuma. A revolução está feita. Agora, temos de mudar para o modo pacífico. Já não estamos em modo de guerra, lamento. Não vamos para o Parlamento, porque acabou, já é nosso. O que há agora a fazer é reconstruir. Cada uma tem de escolher uma tarefa”, responde Anna à rapariga visivelmente decepcionada. Só deixaram entrar as mulheres quando a revolução tinha terminado.

Das 14 presentes, dez têm menos de 30 anos. Mas é Vira Schved, 49 anos, a primeira a oferecer-se para uma tarefa. É pedreira free-lance, de profissão, portanto oferece-se para reparar o edifício onde agora todas elas trabalham e vivem, que foi incendiado e não tem água nem electricidade.

“Vamos trazer os nossos homens para casa”, lê-se à porta da sala do Sotnia 39. A seguir à reunião, o grupo de mulheres entra num autocarro para uma visita à mansão de Ianukovich. “É preciso fazer um vídeo do local para mandar para as regiões do Leste, antes das eleições”, dissera Anna.

Parlamento, cinco da tarde. O grupo de combatentes do Sector Direito, depois de horas a gritar e a bater ritmadamente com os bastões nos escudos, conseguem entrar à força no Parlamento. Um deputado vem falar com eles, para evitar mais arruaças. Volta para o hemiciclo e uma hora depois é anunciado no ecrã de Maidan que o Parlamento aprovou a libertação dos presos políticos.

Avenida Michail Krutchev, 8 da noite. O grupo de Igor marcha em direcção a Maiden entoando um velho hino nacionalista. “Veja isto! É o nosso troféu!”, grita um dos combatentes da brigada Sector Direito exibindo uma estrela de cristal roubada a um lustre do Parlamento. “Não nos queriam ouvir, mas acabámos por conseguir. A lei está aprovada”.

O grupo marcha arrastando as botas, os escudos, as armaduras. Igor vai à frente a dar ordens. Manda-os parar, ajoelhar como templários medievais e dizer uma oração cheia de referências a antepassados que colaboraram com os nazis. Voltam a marchar, param, para Igor atender o telemóvel. Marcham de novo, instalam-se na primeira fila da assistência do palco de Maidan. Precisam de esperar quase uma hora que os padres acabem os seus cânticos e discursos, que por acaso eram sobre a necessidade da paz. Depois lá entra Igor, anunciando o seu feito. “Finalmente, hoje muitos pais vão poder abraçar os seus filhos. A família é o que há de mais importante na Ucrânia”, disse ele, antes de colocar como cenário do palco a sua bandeira com uma suástica.

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Batalha de Kiev. Clique nas fotos para ampliar

Supremo efeito do golpe de Honduras

IMPRENSA E TOGA: A TENTAÇÃO DO GOLPE

por Gilson Caroni Filho

Golpe de Estado, pesadelo da sociedade e pavor da Justiça
Golpe de Estado, pesadelo da sociedade e pavor da Justiça

Para operar a demolição do país é necessário modificar profundamente a estrutura de poder no Brasil. E não nos iludamos. O protagonismo do judiciário, traduzido em confronto permanente com o Legislativo e outras instâncias da organização republicana, nomeadamente, o Poder Executivo, é peça central de uma onda golpista que tende a se acirrar em 2013.

Não deve ser motivo de surpresa que os membros dos dois campos (midiático e jurídico) se vejam empenhados em mudar as regras formais do jogo político, inaugurando uma série de eventos dramáticos com o objetivo último de deslegitimar o governo eleito pelo povo.

Não há limites para o golpismo. Se dessa vez o estamento militar opera nos marcos da legalidade, não há problemas. Que se troquem as fardas por togas dóceis. A margem de manobra é mínima, mas a tentação é grande.

A tarefa mais urgente, pois, é continuar mobilizando a vontade nacional, atuando em todos os movimentos sociais organizados. É preciso deflagrar uma campanha orgânica de desmistificação do noticiário envolvendo questões legais. Ao país interessa um Poder Judiciário que , como guardião da Constituição Federal, dinamize os instrumentos processuais constitucionais previstos para garantir o funcionamento da democracia. E isso significa evitar que o Estado volte a ser atropelado pela insanidade dos golpistas, ficando sem condições para cumprir e fazer cumprir as leis.

Leia 

STF DEU O GOLPE E ASSUMIU O PODER

por Rui Martins

Agora quem manda é o STF e a presidente só pode governar
Agora quem manda é o STF e a presidente só pode governar

Talvez o Brasil ainda não tenha se curado dos repetitivos golpes e tentativas de golpe, constantes na história da República. Getúlio se matou porque havia movimento de tropas para derrubá-lo; Café Filho e Carlos Luz queriam invalidar a eleição de Juscelino e Jango; depois da renúncia de Jânio, Jango só assumiu com a criação do parlamentarismo, um golpe indireto para anular seu poder presidencial; mesmo assim, foi derrubado pelos militares para não concretizar as reformas de base; depois da ditadura militar corremos agora o risco de uma ditadura light ou soft ditada pelo STF ?
Em todos esses episódios, os golpes e tentativas visavam governos populistas ou reformistas interessados em dar mais direitos aos trabalhadores ou excluídos e restringir os privilégios da elite dominante. Leia mais

O SCRIPT DO GOLPE

por Eduardo Guimarães

justiçarmada

Sem a ameaça de tropas vermelhas a marchar sobre a nação, não se justifica mais o uso das forças armadas para golpear a democracia. É por aí que começou a ser construída, em Honduras, uma modalidade de golpe que há pouco se reproduziu no Paraguai de forma mais próxima – porém ainda grosseira – do modelo que se pretende aplicar por aqui.
O golpe “constitucional” de Honduras inaugurou a modalidade, o do Paraguai a refinou um pouco mais, mas ainda não o suficiente para ser usada no Brasil. O ansiedade por retomar o poder naqueles países pecou pelo tempo escandalosamente curto para desenvolver o processo.
No Brasil, com a comunicação de massas, o Judiciário, os militares e boa parte da classe política de acordo, pode-se dar tempo ao tempo, começando a devorar a democracia pelas beiradas. Continue lendo 

 

 

Imprensa brasileira: “A censura que era de dentro para fora agora é de fora para dentro”

Kolecza fez duras críticas ao Jornalismo contemporâneo
Kolecza fez duras críticas ao Jornalismo contemporâneo

O tema ‘A violência cotidiana das redações: censura interna, autocensura, pressões políticas e econômicas que afetam a produção jornalística e a saúde dos jornalistas’ foi abordado no quarto painel do Seminário Internacional de Direitos Humanos e Jornalismo, que iniciou nesta sexta-feira em Porto Alegre e prossegue até sábado. Os debatedores foram José Pablo Peraza – diretor de noticias da Rádio Progreso – Honduras; Grisell Betancourth – ex-presidenta do Colegio Nacional de Jornalistas do Panamá e  Carlos Alberto Kolecza – jornalista brasileiro que analista do comportamento da mídia.

Carlos Alberto Kolecza observou que embora no Brasil não exista mais a censura dos tempos de autoritarismo vigora no país o controle da informação, que no último período se tornou mais agudo. “Hoje, é possível que jornais de outros países mostrem mais a realidade brasileira dos que os nossos veículos de comunicação”. Lembrando que nos anos pré e pós o golpe de 1964 houve um desmonte da infra-estrutura dos veículos, com o fechamento de sucursais por todo Brasil. De acordo com ele, houve uma concentração da informação nos veículos do eixo Rio/São Paulo que atualmente filtram as informações e determinam o que o será informado para o restante do país de regiões como o Nordeste, por exemplo. “Pouco se sabe do Brasil ouvindo rádio, lendo jornais e vendo televisão”, destacou.  Kolecza mencionou também a unificação da linguagem jornalística no Brasil, em que os veículos noticiam os fatos utilizando o mesmo ângulo e enfoque para manutenção de mecanismos de exclusão social. Desta forma, determinados grupos sociais ficam excluídos do noticiário ou são noticiados somente de maneira pejorativa. “A censura que era de dentro para fora agora é de fora para dentro”, afirmou.

Grisell Betancourth disse que os jornalistas da América Central estão vivendo um momento difícil devido a mortes de profissionais da área, principalmente por conta do crime organizado e narcotráfico. Ela mencionou que os colegas temem represálias e sofrem também com campanhas de descrédito e ameaças e morte. Muitos, conforme a panamenha, são taxados de esquerdistas, terroristas e inimigos da democracia. Jornalistas acusados de serem contra o governo, em função da pressão que sofreram, passaram a publicar matérias favoráveis aos que estão no poder. Grisell Betancourth salientou que no Panamá há 67 casos flagrantes de violação contra a liberdade de jornalistas, que sofrem ainda violência física e psicológica e são vítimas de ações judiciais.

O representante de Honduras afirmou que o Estado hondurenho é utilizado para manter o poder dos fortes, mencionando que caso um comunicador social noticie algo contra alguém com algum poder econômico ou político ele corre risco até mesmo de ser assassinado. “As pessoas com poder e dinheiro contam com a proteção do Estado. No máximo o Estado castiga o executor do crime e não quem o planejou”, ressaltou. Segundo ele, é neste contexto de precariedade e periculosidade que atuam os jornalistas hondurenhos. “O trabalho dos comunicadores sociais é uma das mais perigosas tarefas que uma pessoa pode desempenhar em Honduras”, acrescentou José Peraza.

 Fonte: Sindicato dos Jornalistas do RS

Por que a mentira de considerar São Paulo e Florianópolis as cidades mais violentas do Brasil? Ranking da selvageria no mundo

São Pedro de Sula, a cidade mais violenta do mundo
São Pedro Sula, a cidade mais violenta do mundo
Juárez, mundialmente conhecida pela violência contra as mulheres
Juárez, mundialmente conhecida pela violência contra as mulheres
Maceió, a terceira cidade mais violenta do mundo
Maceió, a terceira cidade mais violenta do mundo

Apesar da estabilidade na última década, o número de homicídios continua em crescimento no Brasil. A cada hora, uma média de seis pessoas são assassinadas no País. Desde 1980, este número já chega a cerca de 1,2 milhão de casos.

Os dados são de um estudo do Instituto Avante Brasil, liderado pelo jurista Luiz Flávio Gomes e por Alice Bianchini. O levantamento, coordenado pela pesquisadora Natália Macedo, abrange também os números oficiais do SUS sobre mortes violentas desde 1980 até 2010.

Neste ano de 2012, Maceió é considerada a terceira cidade mais violenta do mundo.A seguir, Belém, em décimo, teve 78,08 homicídios por 100 mil. Vitória, Salvador, Manaus, São Luís, João Pessoa, Cuiabá, Recife, Macapá, Fortaleza, Curitiba, Goiânia e Belo Horizonte também estão incluídas na lista.

Das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, apenas Brasília, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo não figuram na lista das 50 mais violentas do planeta. As outras sete estão na lista. As capitais gaúcha e fluminense chegaram a figurar na lista das 50 mais violentas em 2010, mas ficaram de fora em 2011.

O estudo considera apenas cidades de mais de 500 mil habitantes com informações estatísticas sobre violência disponíveis na internet. Quatro cidades mexicanas saíram da lista e duas debutam pela primeira vez (Monterrey e Veracruz). Dez brasileiras ingressaram no ranking.

As duas cidades mais violentas são São Pedro Sula (Honduras) e Juárez (México). A terceira é Maceió.

Brasil tem 14 das 50 cidades mais violentas do mundo

Metade das 10 primeiras colocadas são mexicanas. Na América Latina estão 40
por Anselmo Massad
O Brasil é o país com mais “representantes” na lista, seguido do México, com 12, e da Colômbia, com cinco, África do Sul e Estados Unidos com quatro, Venezuela com três e Honduras com duas. O estudo considera apenas cidades de mais de 500 mil habitantes com informações estatísticas sobre violência disponíveis na internet. Veja a lista 

 

Por que esta campanha sobre a guerra interna, exclusivamente em São Paulo e Santa Catarina, sem explicar os motivos da violência? Que esconde essa campanha terrorista?

Violência no Brasil, outro olhar

A violência se manifesta por meio da tirania, da opressão e do abuso da força. Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer. Existem diversas formas de violência, tais como as guerras, conflitos étnico-religiosos e banditismo.

Honduras e Paraguai, golpes completamente diferentes

Entrevista de Martin Almada

 

– Como se deu a articulação do golpe que destituiu Fernando Lugo da presidência do Paraguai?

Foi uma trama muito bem montada pela direita paraguaia. E quando digo direita paraguaia, refiro-me à oligarquia Vicuna, aos grandes fazendeiros, refiro-me aos donos da terra, os plantadores de soja transgénica, refiro-me às multinacionais, como a Cargil e a Monsanto, e também aos partidos tradicionais ligados a essas oligarquias. É um caso muito particular de golpe.

 

– Mas é possível compará-lo, por exemplo, com o golpe que ocorreu nas Honduras?

Ao contrário do que muitos dizem, não se pode comparar. Foram golpes completamente diferentes. Nas Honduras, o exército norte-americano interveio, juntamente com as tropas hondurenhas. A embaixada americana teve uma atuação clara. O presidente caiu na sua cama. No Paraguai, tudo foi articulado via parlamento, que é a instituição mais corrupta do país. No fundo, é claro, sem aparecer, também estava a embaixada americana. Mas a sua participação deu-se através das organizações não governamentais (ONGs) e dos órgãos de segurança. Normalmente, um golpe de estado, como ocorreu nas Honduras, dá-se com tiroteio, bomba, pólvora, morte. No Paraguai, não houve tiroteio, não houve pólvora. O que rolou foi muito dinheiro, muitos dólares.

– E como se comportou a imprensa paraguaia?

Os meios de comunicação estavam todos ao serviço do golpe. É por isso que digo que foi um golpe perfeito: quando o presidente golpista assumiu, cantou-se o hino nacional com uma orquestra. E uma orquestra de câmara. Foi um golpe planificado com muita antecipação.

– E onde estava o povo, os movimentos organizados que não saíram às ruas?

O presidente Lugo cometeu muitos erros. Primeiro, quando ocorreu a morte dos sete polícias e onze camponeses, eu penso, como defensor dos direitos humanos, que tanto a polícia quanto os camponeses eram inocentes. Aquele conflito foi uma trama. Os polícias usavam colete à prova de balas, mas os tiros ultrapassaram estes coletes. E nós sabemos que as armas usadas pelos camponeses são muito artesanais. Não teriam essa capacidade. O que nós imaginamos é que haviam infiltrados com armas muito potentes. E Lugo, após o conflito, fez uma declaração péssima: condenou os camponeses e prestou condolências aos familiares dos polícias. Isso caiu muito mal. Segundo, Lugo assinou uma lei repressiva, uma lei de tolerância zero. Outro erro de Lugo foi firmar acordo com a Colômbia para assessorar a polícia paraguaia.

– Para tentar manter-se no poder, ele fez concessões à direita que o desgastaram com as classes populares. É isso?

Exatamente. Então, no momento do golpe, o povo não saiu às ruas. Na verdade, foram dois motivos. Primeiro, a frustração, a indignação e o desencanto com Lugo. Segundo, no Paraguai, as pessoas com mais de 40 anos têm muito medo. Porque nós não vivemos 20 anos de ditadura. Nós vivemos 60. Então, só os jovens saíram às ruas. Aliás sempre, no Paraguai, as manifestações de rua são protagonizadas por jovens, que têm uma coragem admirável.

 (Transcrevi trechos)
Da campanha estudandil dos estudantes Paraguai, indignados com as lei de Lugo de tolerância zero, e acordo com a polícia da Colômbia
Cartazete da campanha dos estudantes do Paraguai, indignados com as lei de Lugo de tolerância zero, e acordo com a polícia golpista e corrupta da Colômbia

Brasil e Paraguai: a diferença é a capacidade de se vender

por RAPHAEL TSAVKKO

Dilma ligando para Lugo: “Tá vendo? Eu disse que não bastava se aliar com a direita, é preciso governar para a direita”.

Esse diálogo, obviamente hipotético, não me parece distante da realidade, das possibilidades. Dilma e Lugo se sustentam sob uma base de centro-direita. Lugo se sustentava em base composta pelo Partido Liberal e por setores do Partido Colorado. Dilma ainda tem o PT e mais um ou outro partido que se declara de esquerda – por mais que não sejam – em sua base, mas ainda assim é dominada pela direita. Ou melhor, deixou-se dominar através de alianças com a direita, desde a liberal até a abertamente fascista. De PMDB a PP, com passagem pelos evangélicos do PSC e os pastores do PR. Lugo, por outro lado, não tinha nenhum parlamentar de seu partido/coalizão eleito, dependia inteiramente do partido de seu vice e algoz, Frederico Franco, cujo sobrenome é de causar calafrios.

E Dilma, assim como Lula, logo aprendeu que para se manter no poder o caminho mais fácil era fingir que colocava em prática bandeiras dos movimentos sociais e que transformava a sociedade através de imensa propaganda, com uma militância fanatizada e cega, e programas e projetos que, na verdade, tinham e têm o objetivo apenas de criar um mercado consumidor mais amplo.

Educação? “Coloquem os pobres em ‘UniEsquinas’ que lá não terão educação de verdade – mas pensarão que têm – e garantimos os lucros imensos aos empresários do setor. Vamos dizer que todo o país é de classe média, uma bela jogada de propaganda, mesmo que sob renda per capita de 291 reais por família” – o que é situação de miséria em qualquer outro país sério.

Com juros mais baixos, o que em si é bom, conseguem fazer com que a população consuma mais e se endivide mais, passando a idéia de que os bancos não lucrarão muito com isso. “Vamos elevar a renda dos mais pobres, não para que tenham dignidade, mas para, com 291 reais ou um pouco mais, poderem consumir e, claro, garantir o lucro dos empresários”.

E por aí vai…

No fim das contas, bandeiras como a dos direitos reprodutivos da mulher, luta contra homofobia, reforma agrária e outros assuntos proibidos pelos aliados conservadores foram fácil e rapidamente abandonadas por Dilma, pelo PT e pelos remanescentes de esquerda da base. Salvo um ou outro, todos preferiram o fácil poder à dignidade e à ética.

Mas a tática deu certo, o PT continua no poder. Repete que luta contra a direita, representada quase que exclusivamente pelo PSDB (ainda que o PT esteja aliado com o PSDB em várias cidades) e pelo DEM, cujos membros, em grande maioria, migraram para o PSD, que agora apóia o PT e, claro, recebe sua parte do bolo.

Lugo, por sua vez, parece realmente não ter escutado ou aprendido com Dilma. Fez aliança com a direita, mas não aceitou integralmente seu programa. Não aceitou criminalizar abertamente camponeses e os mais pobres e não aceitou derramar o sangue dos membros dos movimentos sociais. Lutou contra o pior que a direita podia fazer. Não que tenha feito um governo de esquerda ou exatamente bom, mas ao menos conseguiu frear boa parte do ódio que a elite tem pelos que não aceitam calados sua situação de subserviência e pobreza.

O Paraguai não é o Brasil, não há dinheiro infinito para dar a aliados sempre que reclamam. Por mais que o Brasil não seja um paraíso, o Paraguai é um país ainda mais pobre, com uma miserabilidade muito maior (em termos proporcionais), com uma sociedade civil mais desorganizada que a nossa e com uma mídia ainda pior e claramente golpista. Lugo não cedeu em tudo, como fez e faz Dilma e em menor grau Lula, e pagou o preço.

Lugo caiu, mas decidiu não resistir. Fica como lição para certa esquerda que aliança com a direita não é garantia de nada. Caso contrarie os “aliados”, o golpe pode chegar. Não se confia em fascista, não se coloca a segurança de um país nas mãos de forças retrógradas e conservadoras.

Para a América Latina fica também uma lição, a de que é preciso unir os esforços para evitar a retomada da direita, seja pelas urnas, seja por golpes. E a direita é mestra em dar golpes. Honduras primeiro, agora o Paraguai. A direita está começando pelas periferias da América Latina, pelos mais vulneráveis, mas pode se animar ainda mais.

 

“El laboratorio de todo esto fue Honduras hace tres años, y aquí en Paraguay fue perfeccionado”

Entrevista con el Presidente Fernando Lugo a diez días del golpe

Foto: Mónica Omayra
Foto: Mónica Omayra

por Gerardo Iglesias

El pasado viernes (29/6) entrevistamos al Presidente Lugo, depuesto en su cargo a través de un sutil mecanismo constitucional y un grosero proceso que se asemeja a lo ocurrido en Honduras en junio de 2009, lo que pone en estado de alerta a toda la región.  

-La intención es confundir a la opinión pública nacional e internacional, pero lo que sucedió aquí fue un golpe de Estado…

-¡Sin lugar a dudas! Los medios de comunicación privados que responden a ciertos intereses, quieren dar la impresión de que aquí no ha pasado nada, que hubo una sucesión natural de cambio de Presidente de la República. Al mismo tiempo no dan a conocer los más de 40 espacios y lugares de resistencia activos, y la solidaridad internacional que sí confirman que aquí ha pasado algo.

Aquí hubo una ruptura del orden democrático, aquí hubo un juicio político sin razón de ser, se efectuó un golpe parlamentario. Hay varios nombres: golpe express; Cristina Kirchner mencionó que se trata de un golpe suave. El laboratorio de todo esto fue Honduras hace tres años, y aquí en Paraguay fue perfeccionado.

Foto: Mónica Omayra
Foto: Mónica Omayra

-Llegué anoche, y me llamó la atención la ausencia de la resistencia al golpe. ¿Esa situación tiene que ver con su pronunciamiento de efectuar una resistencia en paz?

-Sí, una resistencia pacífica. En los 40 piquetes que se han realizado no ha habido violencia. Hoy, el puente que nos une con Brasil fue cerrado por dos horas, con gente de Paraguay y brasilera. El puente que nos une con Argentina, en Encarnación, también fue cerrado. La gente está expresando su descontento, su indignación. Hay una sana y pacífica indignación ciudadana. Pero estas manifestaciones no aparecen en la prensa.

Nosotros hacemos hincapié en convocar a manifestaciones pacíficas, uso de la fuerza sí, pero sin violencia y, al mismo tiempo, no salirse del orden jurídico nacional. Las manifestaciones son permitidas y creo que la ciudadanía está despertando a una gran conciencia cívica en todo el país. En siete departamentos se han producido fuertes expresiones de rechazo al golpe, y esto continuará, porque creemos que la voluntad popular expresada el 20 de abril de 2008 fue quebrantada con este juicio político o golpe parlamentario.

Foto: Magali Casartelli
Foto: Magali Casartelli

-Usted dice no salirse del orden jurídico nacional, los golpistas afirman también que no violentaron ese orden…

-Se respetó, se le dio un viso legal, pero como dijo el presidente Juan Manuel Santos (Colombia), ese viso legal fue violentado, fue forzado. Aquí no se respetó el debido proceso y tampoco el derecho a la defensa. Cualquier muchacho que tenga un accidente con una moto tiene derecho a dos, tres, cuatro, hasta 18 días para preparar su defensa, yo tuve sólo 17 horas y dos horas para exponerla. En el juicio al presidente José P. Guggiari (1928-1932), él tuvo tres meses para preparar su defensa y otros tuvieron semanas, a mí me dieron 17 horas.

En menos de 24 horas no se puede deponer a un Presidente electo por las mayorías populares. Por eso nosotros estamos recurriendo a la Corte Suprema de Justicia y a las instancias internacionales competentes, como a la Corte Interamericana de Derechos Humanos, porque creemos que esto fue injusto y se violentó la voluntad popular y las garantías del justo proceso.

Foto: Mónica Omayra
Foto: Mónica Omayra

-¿Quién está detrás del golpe?

-Grupos que nunca muestran los rostros. Grupos económicos, también la clase política tradicional, que no acepta que en este país pueda haber prácticas políticas diferentes, prácticas políticas que no se basan en el clientelismo ni el prebendarismo, que son comunes de los partidos tradicionales que ahora se unieron en el golpe por primera vez en la historia.

Foto: Magali Casartelli
Foto: Magali Casartelli

Nota do editor do blogue: Transcrevi trechos. Foi um golpe à Honduras, programado pelo império dos Estados Unidos. Um golpe que teve o apoio de corporações internacionais como a Monsanto, que representa os interesses latifundiários e a lavoura de exportação, legalizado por um judiciário corrupto, absolutista, branco, racista e conservador. Um golpe abençoado pelo Vaticano, com a participação direta de bispos e cardeais, príncipes de uma igreja medieval, afastada do povo e de Jesus.