Deputado Sílvio Costa reage à provocação e responde para Eduardo Cunha: “Bandido, criminoso, doente…psicopata”

Sílvio Costa revelou um pouco da personalidade de Eduardo Cunha cria de PC Farias, e acusado como corrupto desde quando sucateou a Telerj

Clayton
Clayton

O deputado federal Sílvio Costa classificou Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como “bandido”, “psicopata”, “corrupto” e criminoso. Afirmações do parlamentar aconteceram após Cunha dizer que Sílvio era “uma piada”.

“Eu sou uma piada e ele é um bandido que já está com passagem comprada para Curitiba”, disparou Sílvio Costa. A referência sobre a capital paranaense se deve ao fato de que é em Curitiba onde correm os processos da Operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção e desvios na Petrobras. Local conhecido como república do Galeão do Paraná.

O presidente da Câmara é acusado de ter recebido propina de US$ 5 milhões do esquema investigado na estatal, além de manter contas secretas no exterior em seu nome e no de familiares.

“Não tenho conta na Suíça, não sou corrupto”, afirmou Costa. “Não tenho medo de Eduardo Cunha”, disse. “Ele tem que sair. Esta Casa não pode continuar com este criminoso. Ou este cara é doente, ou é psicopata ou está brincando com o País”, ressaltou Sílvio Costa.

Mariano
Mariano

Cunha chamou Sílvio de “piada” por conta da acusação de que conspira, com ministros corruptos do TCU, para derrubar Dilma Rousseff. Veja vídeo:

Cunha e mulher ocultaram fortuna no exterior e têm carro de luxo

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FOLHAPRESS – Informações repassadas pela Procuradoria Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal) indicam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua mulher, Cláudia Cruz, movimentaram milhões em contas no exterior e ainda contam com uma frota de carros -que inclui veículo de luxo- avaliada em quase R$ 1 milhão à disposição no Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério Público Federal, o deputado abriu conta nos anos 90 no exterior, que teria sido precedida de análise de risco apontando patrimônio de aproximadamente US$ 16 milhões (R$ 62 milhões) na época.

De acordo com a Procuradoria, Claudia e as empresas do casal (Jesus.com e C3 Produções) têm oito carros registrados, que teriam preço médio que variam de R$ 18 mil a R$ 430 mil (um Porshe Cayenne ano 2013). Os procuradores destacam que ao abrir conta em um banco da Suíça, a mulher do deputado afirmou que “era dona de casa”.

A evolução patrimonial do casal é um dos indícios apontados pelo Ministério Público Federal para justificar a investigação do deputado e familiares por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, fruto de desvios de recursos da Petrobras. A abertura de inquérito foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal e os dois serão investigados por corrupção e lavagem de dinheiro. Uma das filhas do deputado que é dependente de uma das contas na Suíça também é alvo de investigação.

“Há indícios suficientes de que as contas no exterior não foram declaradas pelas pessoas mencionadas, ao menos em relação a Eduardo Cunha, e de que são produto de crime”, diz o procurador-geral da República interino, Eugênio Aragão, em parecer ao STF para justificar a abertura de inquérito para investigar contas secretas na Suíça atribuídas a Cunha e a mulher.

O procurador enumera informações para ressaltar que apesar de declarar atualmente patrimônio de R$ 1,6 milhões, Cunha é beneficiário de contas no exterior que movimentaram valores bem mais expressivos do que esse.

“A análise de risco e perfil do cliente demonstram que Eduardo Cunha já mantinha conta junto ao banco Merril Lynch nos EUA há mais de 20 anos de perfil agressivo e com interesse em crescimento patrimonial. Sua fortuna seria oriunda de aplicações no mercado financeiro local e do investimento no mercado imobiliário carioca. Há também referências à sua antiga função de Presidente da Telerj. Seu patrimônio estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente US$ 16 milhões”, escreve o procurador.

O ENVOLVIMENTO DA FILHAS

O inquérito foi aberto contra Cunha, Cláudia Cruz e uma filha do primeiro casamento do peemedebista, Danielle Cunha. Aragão afirma ainda que na conta na Suíça atribuída à mulher de Cunha – que movimentou “despesas bastante consideráveis em cartões de crédito” e outros gastos – consta inclusive a assinatura de Cláudia Cruz. A essa conta está vinculada Daniella e a filha do primeiro casamento de Cláudia Cruz, Ghabriela Cruz Amorim.

Eduardo Cunha tem negado reiteradamente envolvimento com desvio de recursos da Petrobras. De forma indireta, nega ter contas na Suíça. Mas afirma que somente seus advogados irão se manifestar, no momento adequado, assim que conhecerem o teor das acusações. Transcrito do jornal O Tempo

O segredo da impunidade de um corrupto como Eduardo Cunha

por Paulo Nogueira

Retrato do artista quando jovem: na presidência da Telerj
Retrato do artista quando jovem: na presidência da Telerj

Os mais puros, diante dos fatos acachapantes das últimas semanas, se perguntam: como alguém como Eduardo Cunha pode fazer uma carreira com tamanhas delinquências ao longo de tantos anos?

A resposta é um retrato do Brasil.

Os americanos, na Guerra Fria, se referiam a ditadores que os apoiavam de uma maneira abjetamente pragmática.

São os nossos ditadores.

Eles matavam, perseguiam, torturavam – e eram mantidos no poder pelos líderes do “Mundo Livre” porque eram seus ditadores.

E então.

Na visão da plutocracia, Eduardo Cunha é um dos nossos corruptos.

Exatamente como Ricardo Teixeira, para ficar num caso. Teixeira cansou de roubar na CBF. Mas era amigo da Globo, e portanto da plutocracia, e então teve vida fácil no Brasil.

Ninguém o aborrecia com coisas como honestidade.

Eduardo Cunha se iniciou com PC Farias, o tesoureiro de Collor. Com ele aprenderia a arte de arrecadar – vital depois para patrocinar campanhas de políticos menos talentosos naquilo.

Depois, por indicação de PC Farias antes do fim da era Collor, foi ser presidente da Telerj.

Naquele posto a parceria com os plutocratas ganharia músculos.

Cunha facilitou a vida da NEC, uma empresa de telefonia controlada pela Globo.

Pronto. Deu o passo essencial para se tornar um intocável.

Ajudando a Globo: assim se tornou intocável até chegarem os suíços
Ajudando a Globo: assim se tornou intocável até chegarem os suíços

A Globo é uma espécie de mantenedora dos nossos corruptos. Se, como Ricardo Teixeira e Eduardo Cunha, você está protegido por ela, tem licença para fazer muita coisa.

Você não vai aparecer no noticiário. E protegidos da Globo costumam ser também protegidos da Justiça.

Conte quantos amigos da Globo foram apanhados na Lava Jato. Aécio é um típico amigo da Globo: veja quantas vezes ele foi cobrado pelas suas conhecidas estripulias.

É um golpe perfeito.

Ou quase.

O problema é quando entram em cena coisas fora do controle da plutocracia brasileira, e portanto da Globo.

A polícia suíça, por exemplo.

Não fossem os suíços, correríamos o risco de ter Eduardo Cunha na presidência.

A plutocracia adoraria.

Desapareceria da mídia o noticiário obsessivo sobre corrupção, para começo de conversa, como ocorreu nos anos de ditadura militar.

E Eduardo Cunha comandaria uma agenda completamente a favor dos plutocratas.

Financiamento de campanha, que é a forma consagrada pela qual a plutocracia toma de assalto a democracia? Sim, sim, sim.

Regulação da mídia, que é como a sociedade se protege de abusos das grandes corporações jornalísticas? Não, não, não.

E assim seguiria o Brasil, o paraíso das iniquidades.

Mas apareceram os suíços, e a festa, para Eduardo Cunha, terminou em tragédia.

Não, no entanto, para os plutocratas que sempre dispensaram proteção.

Há muitos outros Eduardo Cunhas na política brasileira.

Aécio é um deles.

A plutocracia sabe que pode contar com Aécio.

Tem seus defeitos. Gosta muito da vida noturna, e é amigo de pessoas em cujo helicóptero pode aparecer meia tonelada de pasta de cocaína.

Mas tudo bem.

Na ótica dos donos do Brasil, é um dos nossos.

Como Eduardo Cunha.

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A figura realmente fascinante do casal Cunha é Cláudia

por Paulo Nogueira

E descobrimos que a personagem realmente fascinante do casal Claudia e Eduardo é Claudia.

Eduardo Cunha é essencialmente um achacador, um tipo de político que representa o atraso em sua instância mais primitiva.

Manipula deputados com seus ardis obscuros e manipula crédulos com sua igreja evangélica.

É o tipo de sujeito que ninguém quer ter ao lado numa mesa para jantar. Ignorante, como se vê quando ele posta suas próprias coisas no Twitter, iletrado, pequeno no mais agudo sentido da palavra.

Você não vai discutir com ele Tolstoi, ou receber uma sugestão de uma nova série, nada disso.

Suas causas são um museu ruim: contra o aborto, contra o casamento gay, contra qualquer coisa moderna nas sociedades contemporâneas.

É a favor da redução da maioridade penal e do financiamento privado de campanhas.

Hoje se vê por que ele se bateu tanto pelo financiamento privado: é de lá que vem o dinheiro que lhe deu contas secretas milionárias na Suíça.

Cunha é uma alma gêmea de alguém que os brasileiros conheceram bem na recente campanha eleitoral: Everaldo. O Pastor Everaldo.

Graça zero, carisma zero, espirituosidade zero, glamour zero.

Surpresa zero, também. Você sabe o que pessoas como Cunha vão falar qualquer que seja o assunto.

E então chegamos à parte surpreendente do casal: a jornalista Claudia Cruz.

claudia cruz

É impossível que quando eles começaram a namorar, quase vinte anos atrás, um murmúrio não tenha se espalhado pelo Rio de Janeiro, onde ela um rosto conhecido e admirado como apresentadora da Globo: mas o que ela viu nesse cara?

Ela era cult entre os cariocas.

Até a voz despertava fantasias proibidas entre os homens. Claudia ficou célebre como a “Voz da Telerj”, no final dos anos 1990.

Você não conseguia completar uma ligação, o que era praxe naqueles dias, e aparecia a voz de Claudia para confortá-lo.

Era, segundo relatos, o único momento em que os cariocas amavam a Telerj, na voz enfeitiçadora que disfarçava a inépcia da companhia.

Cunha era o presidente da Telerj, o que mostra seus talentos administrativos. Chegou lá não por mérito, mas por indicação política.

Mostrara já capacidade de sobrevivência. Fora da equipe do tesoureiro de Collor, PC Farias, com o qual aprendeu a arte de arrecadar dinheiro da plutocracia, e escapou do colapso de Collor e seu tesoureiro.

Poucos anos depois da derrubada de Collor, lá estava Cunha na presidência da Telerj, levando tormento a cariocas em busca de ligações que se completassem.

Foi aí que o destino os juntou.

O que Cunha viu nela está claro. Todos os cariocas viam a mesma coisa.

Mas e ela?

Nelson Rodrigues tem uma frase soberba sobre amor e dinheiro. “O dinheiro compra até o amor verdadeiro.”

E o poder também.

Cunha era o que é hoje com vinte anos menos, um homem tosco e sem atrativos aparentes. Jornalistas são liberais no sexo, na bebida etc – o oposto de Cunha. Você não consegue imaginar Claudia, num domingo, ansiosa por ir a um culto de uma igreja pentecostal.

Mas ele era presidente.

Jornalistas são, com frequência, alpinistas sociais.

Mesmo os mais traquejados e lidos. Lembro o caso de Mario Sergio Conti quando se tornou diretor de redação da Veja.

Mario logo se deixou deslumbrar pelas possibilidades oferecidas pela companhia bilionária de Roberto Marinho. Finais de semana com Marinho significavam luxos com os quais Mario jamais sonhara.

Isso sem contar a chance de dizer na segunda feira quando lhe perguntavam onde fora no final de semana. “Na ilha do Roberto.”

Jornalistas gostam de chamar plutocratas pelo primeiro nome, para demonstrar intimidade.

Eduardo Cunha não era Roberto Marinho, mas era presidente de uma empresa.

O emprego na Globo não podia ser satisfatório para Claudia.

A Globo paga pouco, e ainda menos para apresentadores iniciantes como era Claudia.

A empresa oferece uma troca não escrita: como você aparece, pode buscar dinheiro em outras fontes.

Foi o que Claudia fez ao gravar a mensagem da Telerj.

A Globo, além disso, sonega com o expediente de transformar empregados como Claudia em PJs. (Ela, na saída, processou a empresa por conta disso e ganhou.)

Tudo isso posto, Claudia era uma presa relativamente fácil para o presidente da Telerj.

De certa forma, vistas as coisas vinte anos depois, tudo funcionou. Claudia pôde até ter aulas de tênis na mesma academia de Agassi e Sharapova.

O marido, pelos seus expedientes de sempre, ascendeu na escuridão, e em certo momento era, segundo a Veja, o homem mais poderoso da República.

Tudo ia bem para o casal tão diferente na aparência entre si – até que a polícia e a Justiça suíça entraram em ação e fizeram o que a polícia e a Justiça brasileira jamais fariam.

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migueljc cunha suiça

Os taradinhos do impeachment preservam o presidente da Câmara

Presidente da Telerj Cunha pagou propina a tucanos

 Paulo Baraky
Paulo Baraky

por Janio de Freitas

A situação pessoal embaraçosa, com o presumido risco de perder milhões de dólares resguardados no exterior para não os perder, deve ter mexido com a frieza de Eduardo Cunha. Mas Eduardo Cunha exagera, supondo-se “execrado”. Muito ao contrário. Eduardo Cunha não está sozinho, não foi abandonado por causa de acusações. E tanto conta com fraternidades espontâneas, como dispõe de armas para produzir interessados em não o incomodar. Ou só fazê-lo em último desespero de causa.

A verdadeira atitude do PSDB, até ontem (10), de benevolência quando as provas contra Eduardo Cunha já levam a pedidos de sua cassação, provém de duas vertentes. Os taradinhos do impeachment preservam o presidente da Câmara porque esperam dele que instale a ação para a derrubada de Dilma e não têm pudor de dizê-lo. Aécio Neves não foi sugerir a Eduardo Cunha que se licenciasse coisa nenhuma, se nem disfarçou o desejo de que seja poupado para encaminhar o processo. O “aquilo” em que esses taradinhos só pensam não é aquilo, é o impeachment.

A outra vertente de proteção peessedebista a Eduardo Cunha veio dos mais velhos que ainda influem no partido. São remanescentes do governo Fernando Henrique. Ou seja, do escândalo das privatizações causado por grampos telefônicos que levaram à saída forçada de ministros e de outros do governo, comprometidos com fraudulências surpreendidas pelas gravações.

Confrontado de repente com uma pergunta sobre a origem das fitas, o general Alberto Cardoso, da Casa Militar, disse que foram encontradas sob um viaduto em Brasília. A verdade era outra. A maior parte dos procedimentos para as privatizações transcorreu no Rio, sede das empresas e do BNDES, além das extensões de ministérios também envolvidos, como Indústria e Fazenda. Tudo se passava, portanto, nos domínios territoriais e operacionais de Eduardo Cunha, presidente da Telerj, a telefônica estatal do Rio, no governo Collor e até a posse de Itamar Franco.

Logo, nada de extraordinário que, pelas investigações ou por dedução, o circuito fechado do governo Fernando Henrique desse as gravações como obra de Eduardo Cunha, que em anos recentes já fora dado como responsável por grampos em série. No seu “diário” de presidente, Fernando Henrique refere-se a Eduardo Cunha deste modo, transcrito da revista “piauí” pela Folha: “O Eduardo Cunha foi presidente da Telerj, nós o tiramos de lá no tempo do Itamar porque ele tinha trapalhadas, ele veio da época do Collor”. Esse “nós” é invenção da vaidade. Fernando Henrique estava indo para Relações Exteriores e nada teve com a exoneração rápida de Eduardo Cunha, decidida e feita por Itamar. Sem sequer considerar trapalhadas, mas, como muitas outras demissões, por ser ligado a PC Farias.

Gravações clandestinas não começam no exato momento comprometedor da conversa. Quem as instalou pode fazer coleções de conversas, personagens e assuntos. E quem sabe que gravações podem trazer-lhe complicações, diretas ou indiretas, não ousa contra o possível colecionador. A não ser quando o veja batido, esvaído, inerte. Como muitos têm esperado ver Eduardo Cunha, para lembrar-se de que são grandes defensores da moralidade. Privada e pública.

Mas não só de grampeamentos se fazem coleções biográficas. Como ex-presidente da Telerj, Eduardo Cunha sabe –e ninguém duvide de que também comprove– que a estatal dava dinheiro a políticos. Quantias fixas. Mês a mês. Por nada.

E Eduardo Cunha não só investigou. Também pagou. Se vai cobrar, ainda não se sabe.

telefone

Cunha, comedor de toco, não pode presidir a Câmara nem zoar de ditador e primeiro-ministro

As manchetes dos jornais de hoje indicam que acabou o parlamentarismo de Eduardo Cunha e suas aventuras de pequeno ditador na Câmara dos Deputados.
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BRA_OG Cunha propina

Pará
Pará

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Chega ao fim a presidência de Eduardo Cunha

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por Renato Rovai

A delação de Júlio Camargo, da Toyo Setal, de que Eduardo Cunha teria sido responsável pela cobrança de 10 milhões de dólares de propinas referentes a dois contratos de US$ 1,2 bilhão de navios-sonda, assinados pela Petrobras entre 2006 e 2007, é a tampa do caixão político do presidente da Câmara Federal que já vinha perdendo força no Congresso, apesar de todo seu comportamento de dono da Casa. Quem tiver dúvidas do que estou dizendo deve procurar o que Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) andou dizendo dele.

Cunha vem escapando de escândalos aqui e acolá há algum tempo. E vem conseguindo ampliar seu raio de atuação agindo como lobista de vários setores. Na disputa do Marco Civil da Internet, por exemplo, operou fortemente para derrotar a nova legislação a favor das teles. Certamente apenas por ideologia…

A força de Cunha no Congresso tem muito a ver com isso. Ele não é um líder natural, que conquista seguidores pela ideias que representa. Ele é aquele que sabe se movimentar nos bastidores e influir a partir de operações um tanto heterodoxas.

Diversos deputados falam à boca pequena que Cunha ganhou as eleições para a presidência na Câmara ainda na campanha eleitoral. E que sua força teria relação com o financiamento da campanha de vários dos eleitos.

Se é verdade ou não, as investigações que serão abertas a partir do depoimento de Júlio Camargo poderão mostrar.

Mas em política, as coisas são mais complicadas do que parecem. E hoje Cunha acabou.

E por que ele acabou?

Porque mesmo os deputados que podem ter sido agraciados com seus favores agora já devem estar apagando todas as chamadas e torpedos que receberam dele nos últimos meses. Sabem que neste momento se relacionar com o presidente da Câmara passa a ser uma ameaça.

Aos poucos, alguns começarão a não só a se afastar dele como vão lhe sugerir que é hora de baixar as armas e sair do foco. Ou seja, tentar fazer uma presidência menos barulhenta ou mesmo se afastar dela enquanto as investigações acontecem. E para que com a sua presença de investigado não atrapalhe a ação de todos os seus colegas.

Certamente Cunha vai ter a generosidade de parte da mídia na cobertura do seu caso. Principalmente da Globo, cujas relações que mantém não vem de hoje.

Antes de ser parlamentar, Cunha foi convidado por Paulo César Farias (lembram?) para presidir a Telerj na gestão de Fernando Collor, o senador da Lamborghini de 2,5 milhões de reais.

Na época, ele encaminhou a privatização da empresa e envolveu-se em um escândalo de superfaturamento. Ele assinou um aditivo de US$ 92 milhões da Telerj com a fornecedora de equipamentos telefônicos NEC Brasil que era controlada pela família Marinho (vejam que coincidência).

Mas mesmo com a benevolência quase certa da Globo, Cunha não vai dar conta do que vai acontecer com ele a partir de agora.

Manifestações contra o deputado passarão a ser uma constante depois disso. Principalmente porque ele tem se mostrado uma ameaça aos direitos da infância, dos LGBTs e de tudo que guarda relação com direitos humanos e ampliação de conquistas progressistas.

Ou seja, esses grupos terão ainda mais um motivo para combatê-lo.

Como previsto por este blogueiro, Cunha não estava indo com tanta sede ao pote à toa. Ele queria mostrar força para tentar escapar das denúncias que sabia apareceriam na Operação Lava Jato. E que poderiam levá-lo a ter o fim de Severino Cavalcanti.

Cunha jogou seu jogo duro e ainda vai tentar outras caneladas, como aprovar o processo de impeachment de Dilma. Mas a partir de hoje ele é mais do que um pato manco. É um congressista carimbado por uma acusação gravíssima de corrupção, porque dez milhões não são dez tostões.

Jarbas Cunha
Jarbas Cunha

E ai, meus caros, com essa ameaça lhe infernizando a vida, Cunha não terá alternativa. Vai ter de trabalhar para se defender. E ficará sem condições de liderar o que quer que seja. E terá de voltar para a tumba da sua inexpressividade. De onde nunca deveria ter saído. Ou seja, o caixão político de Cunha está sendo lacrado antes do seu primeiro pronunciamento à Nação. Transcrito do Portal Metrópole

HOMEM É ATROPELADO APÓS AÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL CONTRA DESPEJADOS DA FAVELA DA OI NO RIO

CINCO PESSOAS JÁ MORRERAM

estudante atropelado

Vídeo com imagens de VIK BIRBECK e GUILHERME CHALITA

Rio — Depois de quatro dias de vigília, na tarde de ontem, desabrigados da Favela da TELERJ foram informados de que não houve acordo com a Prefeitura, o que gerou revolta. Guardas municipais, então, bloquearam a passarela de acesso ao Metrô, estação Cidade Nova, obrigando os pedestres a atravessar a Avenida Presidente Vargas pela rua. Um homem foi atropelado e morreu momentos depois.

Após o atropelamento, veículos do monopólio anunciaram que o homem identificado como Luiz Fernando, 19 anos, estava praticado crimes nas imediações. Os desabrigados dizem que o homem era trabalhador e que Guardas Municipais teriam liberado o motorista que o atropelou. Hoje pela manhã, nossa redação pediu explicações à secretaria de segurança e à Guarda Municipal, sobre as acusações contra Luiz Fernando, porém não fomos respondidos em nenhuma das tentativas. Nas delegacias locais, nenhum registro de roubo ou furto foi registrado na tarde de ontem (15). In jornal A Nova Democracia

ATROPELADO É IDENTIFICADO

por Vik Birkbeck

Na Contra Mão:

Fernando morreu porquê a Prefeitura mandou a Guarda Municipal impedir as pessoas a utilizar a passarela pública para atravessar a via perigosa do Presidente Vargas. O carro que atropelou o estudante de Manguinhos, que participou da ocupação do antiga Telerj, parou para prestar socorro ao rapaz, mas o GM o mandou embora sem ao menos anotar a placa do carro. O rapaz chegou a ser levado para o Hospital Souza Aguia mas não resistiu aos ferimentos.

A Rede Esgoto, que não esteve presente, se apressou a dizer que o rapaz era assaltante, mantendo sua tradição de afirmar que pretos e pobres são sempre culpados da própria morte.

Como Fernando, milhares de pessoas ficarem desabrigados com a violenta invasão do antigo Telerj, edifício da união abandonado ha quase vinte anos. Muitas pessoas, sonhando com a possibilidade de uma casa própria, investirem todas suas economias na compra de madeira para fazer barraco. Hoje muitas dessas pessoas estão ao relento. A Prefeitura, ao invés de buscar uma solução, vai enxotando as pessoas de um lado para outro. Com a morte do Fernando sobe para cinco o numero de mortos.

O FB ESTA AMEAÇANDO TIRAR ESSA FOTO DO AR – “POR DENUNCIA”. VIOLENCIA PODE. O QUE NAO PODE É MOSTRAR O QUE ACONTECEU. In Facebook. Veja vídeo