Primeiro ministro Eduardo Cunha, entrincheirado na presidência da Câmara: Daqui não saio. Daqui ninguém me tira

Cunha trincheira

247 – O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, concedeu rápida entrevista à Globonews neste sábado, em que reiterou sua disposição de resistir no cargo, a despeito das denúncias que se avolumam contra si.

“Pode pressionar, eu não renuncio. Sem a menor chance. Podem retirar apoio, fazer o que quiserem. Tenho amplo direito de defesa. Não podem me tirar”, afirmou.

Ela também demonstrou não ter preocupação com eventual representação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. ”Vão iniciar de qualquer jeito. Isso leva um tempo”.

As contas secretas na Suíça atribuídas ao parlamentar e a sua esposa, a jornalista Claudia Cruz, receberam depósitos de R$ 23,2 milhões nos últimos anos. Uma delas foi usada para despesas pessoais da jornalista, como aulas de tênis numa academia de Miami (leia mais aqui).

Apesar disso, Cunha ainda tem o apoio do PSDB, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que conta com ele para um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Jornalista Cláudia Cruz
Jornalista Cláudia Cruz

Relatório do Ministério Público da Suíça mostra que Cunha usou suas contas secretas no país para pagar faturas de cartões de crédito internacional e despesas pessoais da família na Inglaterra, na Espanha e nos Estados Unidos, entre outros países. Entre os gastos está até pagamento de US$ 59,9 mil para a IMG Academies, de Nick Bolletieri, famoso professor de tênis em Palm Beach, reduto de milionários americanos. Os suíços investigaram Cunha por corrupção e lavagem. A partir de agora, ele poderá ser investigado também por sonegação fiscal e evasão de divisas, entre outros crimes.

Parte da movimentação já rastreada pelos investigadores suíços indicam que uma das quatro contas secretas recebeu US$ 1.363.371,80 desviados de um dos negócios fraudulentos da Petrobras descobertos na Operação Lava-Jato. As contas estão em nomes de off-shores com sede em paraísos fiscais e não foram declaradas à Receita Federal.

Cunha e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, abriram quatro contas secretas no Julius Baer, na Suíça, em nome de quatro diferentes off-shores: a conta de número 4548.1602 Orion SP que tem sede provavelmente nas Ilhas Cayman; a conta de número 4548.6752 está em nome da Netherton Investments Ltda; a conta de número 4546.6857 aparece em nome da Triumph SP; a conta de número 4547.8512 aparece em nome da Kopek, cujo titular é Cláudia Cruz. Três contas foram abertas em 2008 e uma delas,Triumph, em 2007.

As contas Orion, Netherton e Trirumph têm como titular, segundo os documentos, Eduardo Cunha. A Kopek tem como titular Cláudia Cruz. Duas das quatro contas, a Orion, e a Triumph foram fechadas ano passado, logo depois do início da Operação Lava-Jato, como informou o GLOBO na edição online ontem. Outras duas contas, a Netherton e a Kopek foram bloqueadas em abril desde ano com saldo de US$ 2.566.121,00, o equivalente a quase R$ 10 milhões. Mas a movimentação financeira de Cunha e Cláudia Cruz é bem superior a estas cifras.

Parte dos extratos bancários indicam que as contas de Cunha e da mulher receberam pelo menos US$ 5,9 milhões, o equivalente a R$ 22 milhões desde que foram abertas. Parte do dinheiro da conta Kopek, US$ 119.795,95 foram gastos em pagamentos na Fundacion Esade, em Barcelona, entre 4 de agosto de 2011 e 15 de fevereiro de 2012. No mesmo período Danielle Cunha, filha de Eduardo Cunha, fez um MBA na escola.

Danielle Cunha
Danielle Cunha

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Contas de Cunha na Suíça eram quatro, uma delas com a mulher

por Fernando Brito

cunhacruz

Começaram a aparecer os detalhes das contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça – e é inevitável que apareçam mais, nas próximas horas apareçam mais dados, inclusive os valores depositados.

As contas foram abertas por empresas localizadas em paraísos fiscais mas, por exigência recente da lei suíça, devem indicar um beneficiário.

E, nas quatro, o beneficiário era ele, Eduardo Cosentino da Cunha.

Em uma delas, aparecia como beneficiário em conjunto com sua mulher, a ex-apresentadora da TV Globo, Cláudia Cruz, informa a Folha.

Os crimes fiscais e de falsa declaração (a sua, de bens, ao TSE e à Câmara) já estão configurados, independente de apuração da origem dos depósitos.

É insustentável a situação do deputado, por mais que a maioria dos deputados estejam acovardados e as autoridades públicas, mudas.

Eduardo Cunha não tem condições nem morais nem legais de dar parecer sobre pedidos de “impeachment”.

Acabou.

Tornou-se um cadáver insepulto, emanando miasmas em cada minuto em que continuar atuando como presidente da Câmara.

Não é preciso – e nem seria correto – cassá-lo sumariamente.

Pode e deve conservar seu mandato de deputado, para o qual teve votos da população, até que seja julgado na forma da lei, o Código Penal e o Regimento da Câmara. Mas deve ser afastado imediatamente do cargo que ocupa, o de presidente, porque este não é de voto popular, mas de representação de seus pares.

E todos eles, se Cunha os representa, estarão chafurdando neste pântano se não reagirem, afastando-o, já que lhe falta o pudor de licenciar-se da Presidência da Casa.”

boneco Cunha

“Sigam o dinheiro” das contas de Cunha

Por Fernando Brito

 Rogério Bonifácio
Rogério Bonifácio

A revelação, publicada por Jaílton de Carvalho em O Globo, de que Eduardo Cunha fechou – um mês após a prisão de Paulo Roberto Costa – duas das quatro contas que mantinha no Banco Julius Baer, na Suíça, torna óbvio que as investigações sobre o dinheiro que estava ali têm dois caminhos evidentes e necessários.

De onde veio e para onde foi.

Quem foram as pessoas e empresas que nela depositaram e quem recebeu seus saldos, se em moeda, ordem de pagamento ou transferência de valores.

Não há sentido em não se dar a público as informações, até porque o essencial, do ponto de vista político, está confirmado pela manifestação do Procurador-Geral, Rodrigo Janot, ao confirmar que há contas não-declaradas no exterior.

É o suficiente para caracterizar evasão de divisas e falsa declaração ao TSE e, depois, à própria Câmara dos Deputados.

É ridículo que um promotor de Justiça, o líder do PSDB, Carlos Sampaio, ainda diga que o caso Cunha “dependa de provas”.

O procurador Janot produziu-as, hoje, ao responder ao requerimento de informações do PSOL, nestes termos:

“Vossa Exa. confirma a existência de contas bancárias em nome do Deputado Eduardo Cunha e dos seus familiares na Suíça?”

E Janot: “A resposta é afirmativa”.

Assinado embaixo.

A investigação criminal é outra coisa e esta pode e deve ser longa, detalhada e equilibrada.

Cunha não operava sem o concurso de uma rede.

Que tem tudo para mudar de nome para quadrilha.

A situação de Eduardo Cunha é a de uma bola de neve que desce montanha abaixo.

Quem a tentar “segurar” será tragado por ela.

Alexandre de OLiveira
Alexandre de OLiveira

Aparecem os extratos de Cunha na Suíça

PGR faz uma avaliação dos documentos bancários encaminhados pelo MP suíço

Cunha e seu primeiro padrinho político PC Farias
Cunha e seu primeiro padrinho político PC Farias

Extratos bancários da Suíça atestam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou empresas offshore para movimentar contas bancárias na Suíça, segundo fontes com acesso às investigações. Os documentos remetidos ao Brasil confirmam o depoimento do lobista João Augusto Rezende Henriques, um dos operadores do PMDB na Petrobras, sobre a existência de contas bancárias controladas por Cunha.

O Ministério Público da Suíça decidiu encaminhar à Procuradoria Geral da República (PGR) um procedimento aberto naquele país para investigar o presidente da Câmara por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações começaram em abril e tanto o MP da Suíça quanto a Procuradoria Geral da República – PGR entenderam que as chances de punição do deputado são maiores no Brasil. Ele não pode ser extraditado, por exemplo, como constou em comunicado oficial da PGR sobre a existência das contas bancárias e da investigação.
A PGR faz uma avaliação dos extratos bancários encaminhados pela Suíça. Até agora, já se sabe da veracidade do depoimento do lobista do PMDB e que as contas são de empresas offshore vinculadas à Cunha.

Suíça desmente Cunha: foi alertado do congelamento de suas contas. Jornalista Ricardo Boechat interpela presidente da Câmara

Samuca
Samuca

Deu no Estadão:

O Ministério Público da Suíça nega a versão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que desconhece o teor das notícias veiculadas sobre suas contas no país europeu e garante que o parlamentar foi alertado sobre o congelamento de seu dinheiro.

“Eduardo Cunha foi informado sobre o congelamento de seus ativos”, declarou a Procuradoria-Geral da Suíça em um comunicado oficial ao Estado.

Na edição desta terça-feira, 6, reportagem do Estado revela que investigadores da Operação Lava Jato apuram se o presidente da Câmara mantinha outras contas no exterior além daquelas já identificadas e bloqueadas pelas autoridades suíças.

Na semana passada, a Suíça comunicou ao Brasil que iria transferir os autos de uma investigação criminal que corre no país europeu sobre Cunha para que a Procuradoria-Geral da República brasileira dê prosseguimento. Recentemente, a equipe de procuradores que auxilia o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos acordos de cooperação internacional ligados ao esquema de corrupção na Petrobrás recebeu reforço para intensificar o trabalho de investigação no exterior.

Segundo fontes próximas ao caso de Cunha no Ministério Público suíço, o parlamentar foi informado sobre o bloqueio de contas das quais é beneficiário “há um bom tempo”. O primeiro contato sobre o ocorrido teria sido realizado pelo próprio banco, que tem o dever de informar ao cliente o que ocorre em termos de suas contas e sua relação com a Justiça. Conforme fontes, ele também teria sido oficialmente informado pela Justiça da Suíça sobre os motivos do congelamento.

O jornalista Ricardo Boechat informa sobre as contas de Eduardo Cunha & familiares na Suíça, e fala que a tática de Cunha é a mesma de Paulo Maluf. Veja vídeo sobre o dinheiro bloqueado: Mentiroso, “Eduardo Cunha não tem condições de presidir a Câmara dos Deputados”:

cunha panela conta suiça

PSDB quer ‘saída honrosa’ para Eduardo Cunha

Amarildo
Amarildo

Deu no Estadão: O PSDB informou nesta terça-feira (6) ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai pedir sua renúncia do cargo caso surjam documentos que comprovem que ele possui contas na Suíça. A avaliação entre os tucanos é que a situação está ficando “insustentável” e já se cogita buscar uma “saída honrosa” para o peemedebista.

[ “Caso surjam”. Piada. Desculpa que não engana nenhum trouxa. Documentos existem na Justiça da Suíça e do Brasil. Os tucanos, o partido dos milionários e bilionários são partícipes e/ou cúmplices de todas as safadezas das privatizações,  compra da reeleição de FHC, Proer dos Bancos, entreguismo das riquezas nacionais (nióbio, leilões do pré-sal, Vale do Rio Doce, fatiamento da Petrobras e outras safadezas mil]

A bancada do partido se reúne para discutir o assunto. Vários parlamentares da legenda já se manifestaram publicamente em defesa do afastamento de Cunha. O deputado Valdir Rossoni, do Paraná, por exemplo, divulgou nas redes sociais as fotos de Dilma e Cunha com uma pergunta: “Quem faz mais mal ao Brasil?”. “Se o MP confirmar (as contas de Cunha na Suíça) a situação de Cunha ficaria insustentável”, diz o deputado Vanderlei Macris (SP).

Duke
Duke

Na semana passada, o Ministério Público suíço comunicou à Procuradoria-Geral da República no Brasil a transferência de autos de uma investigação criminal aberta no país europeu que identificou ao menos quatro contas atribuídas a Cunha e parentes. Pelo menos US$ 5 milhões teriam sido bloqueados. De acordo com os procuradores da Suíça, ele foi informado sobre o bloqueio das contas – antes, Cunha negara que tivesse sido avisado pelo país europeu.

O presidente da Câmara já foi denunciado no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina de US$ 5 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobras. Cunha nega envolvimento com os crimes investigados pela Operação Lava Jato e sustenta que não possui contas na Suíça, a exemplo do que fez em depoimento na CPI da Petrobras, em março.

{Comentário entre corchetes é do editor deste blogue]

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Não existe saída honrosa para traficante de moedas. Dinheiro tirado do povo tem que ser devolvido ao povo. Não existe outra saída. Basta de protecionismo.

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Presidente do Congresso brasileiro acusado de lavagem de dinheiro pela Suíça

por ANA GOMES FERREIRA

Publico/ Portugal

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A Justiça suíça bloqueou as contas bancárias do presidente da Câmara de Deputados brasileira, Eduardo Cunha, um dos visados na investigação à rede de corrupção em torno da Petrobras, operação conhecida por Lava Jato. Segundo o Ministério Público do Brasil, que divulgou a notícia, Cunha é suspeito de “branqueamento de capitais e corrupção passiva“.

O anúncio foi feito um mês após a Justiça brasileira ter formalizado uma investigação a Eduardo Cunha, suspeito de ter beneficiado dos subornos pagos na mega rede de corrupção à volta da petrolífera nacional.

A investigação, que já atingiu politicamente Dilma Roussef, que continua a perder popularidade, e já chamusca o ex-Presidente Lula da Silva revelou que empresas de construção brasileiras pagavam a directores, deputados e políticos para obterem os contratos, que dividiam entre si, e também inflaccionavam o preço dos seus serviços, o que aumentou as perdas da Petrobras. A Presidente Rousseff presidiu ao conselho de administração da Petrobras entre 2006 e 2010.

Cunha é membro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, esquerda), parceiro do Partido dos Trabalhadores na coligação no poder, mas tem sido um adversário da Presidente Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, como presidente da Câmara de Deputados, tem mandado arquivar os inúmeros pedidos de processo de destituição contra a impopular chefe de Estado. Cunha tornou-se assim um dos principais actores na profunda crise política que o Brasil atravessa, ao mesmo tempo que entrou em recessão económica.

Mal a Justiça brasileira abriu a investigação contra si, Eduardo Cunha anunciou que não se demitia mas que passava à oposição, “a título pessoal”.

A investigação na Suíça foi aberta em Abril, quando as contas bancárias de Cunha e da sua família foram bloqueadas. O presidente da Câmara de Deputados é suspeito de ter recebido dinheiro em troca de transmitir informações privilegiadas na venda, à Petrobras, de um campo petrolífero no Benin.

“As informações enviadas pelo Ministério Público suíço são feitas no nome do sr. Cunha e da sua família”, divulgou a Justiça brasileira, em comunicado. “As investigações começaram lá em Abril deste ano e os activos foram bloqueados”.

Parte das suspeitas das autoridades suíças – diz o jornal O Globo – foram confirmadas pelo lobista João Augusto Henriques (ligado ao PMDB, é um dos arguidos na Lava Jato que está a colaborar com as autoridades). Num depoimento à polícia, na sexta-feira passada, disse ter feito um depósito numa conta que, mais tarde, descobriu pertencer a Eduardo Cunha. O depósito, acrescentou, destinava-se a pagar as informações recebidas sobre o campo petrolífero.

Os jornais brasileiros dizem que Cunha não pode ser extraditado para a Suíça, para ser ali julgado, pelo que este país optou por colaborar com o Brasil na investigação judicial contra o presidente da Câmara de Deputados. No Brasil, Cunha é acusado de ter recebido cinco milhões de dólares por um contrato para a construção de navios sonda, entre 2006 e 2012.

O pequeno mundo de Maluf e Cunha

Medo ou proibidos de viajar

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A situação de Eduardo Cunha vai ficando parecida com a de Paulo Maluf, que se viajar para o exterior será imediatamente preso, pelo que os brasileiros qualificam de maneira leviana, protecionista e amenizadora de crime de colarinho branco – a arte de roubar dinheiro público ou receber propina, e jeitinho de pagar super super faturas de obras inacabadas e ser√iços fantasmas.

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In Wikipédia: “A carreira de Maluf é marcada por seguidas acusações por corrupção, entretanto contra ele não figura nenhuma condenação por prática de crimes na modalidade dolosa – onde há intenção de praticar delito – ou enriquecimento ilícito, o que o permite continuar disputando eleições, na visão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Tribunal Superior Eleitoral. No ano de 2005 foi preso preventivamente, acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, sendo posteriormente inocentado pelo Supremo Tribunal Federal por não haver base legal ou jurídica no processo.Em 2010, foi inserido na lista de procurados pela Interpol em razão de mandado expedido pela promotoria de Nova Iorque, que o acusa de movimentar ilicitamente milhões de dólares no sistema financeiro internacional sem justificativa fundamentada”.

Em 2005, o doleiro paranaense Alberto Youssef, que tem o maior bocão do mundo do crime, afirmou à sub-relatoria de movimentações financeiras da CPI dos Correios, que fez uma operação no exterior em favor de Paulo Maluf.

Youssef, contudo, não soube precisar o valor e a data em que a operação foi feita. Disse recordar apenas que teria envolvido entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, e seria datada de 1996 ou 1997.

Com medo de ser preso, Cunha cancela viagem à Itália
Mario
Mario

por Luiz Müller


Cunha já foi citado por 5 delatores premiados da Lava Jato. E a justiça brasileira não faz nada. A mesma justiça, que por muito menos, ou até sem provas, manda prender petistas, se faz de cega, surda e muda quando se trata de adversários do PT e do Povo, como é o caso de Cunha.

Janot, Procurador Geral da República, já pediu a condenação dele a 184 anos de prisão por suas falcatruas. E a Justiça…nada.

Agora é a justiça da Suíça que encaminhou ao Brasil um inquérito que identifica milhões de dólares não declarados nas contas dele e de sua família. Não declarou aqui e não declarou lá. É óbvio que é dinheiro de maracutaia.

A mídia brasileira já vinha mostrando a dias, que Cunha ia viajar a Itália, como se não houvessem denúncias graves contra ele. A tranquilidade era total. Total, por que a vergonhosa justiça brasileira parece cega do olho direito.

Mas agora fica mais que evidente que o cara é mais sujo que pau de galinheiro. Tem medo de ir a Europa e ser preso por lá. Aí resolveu ficar por aqui, gozando da cara do povo brasileiro e justiça manca do Brasil.

Investigado pelo Ministério Público suíço, o presidente da Câmara dos Deputados cancelou viagem à Europa que faria nesta quinta-feira (1). Ele é acusado de ter recebido dinheiro ilegal de um lobista preso na Operação Lava Jato e, na Suíça, está sendo investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Paixão
Paixão

Do Portal Fórum – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estava com as malas prontas para viajar para a Itália na manhã desta quinta-feira (1) mas, de última hora, na noite desta quarta-feira (30), teve que cancelar o passeio. De acordo com o parlamentar, que comunicou a desistência da viagem após a última sessão no plenário da Câmara, a decisão se deu por conta do casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que acontece no sábado (3).

Tanto a viagem quanto o casamento, no entanto, já estavam marcados e Cunha sabia dos conflitos na agenda. A decisão de última hora de não viajar mais à Europa ocorreu no mesmo dia em que a Suíça enviou ao Brasil dados de contas secretas nas quais ele teria recebido dinheiro de forma ilegal. No país europeu, o deputado é investigado desde abril por corrupção e lavagem de dinheiro. No Brasil, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que dará sequência às investigações suíças.

Entre parlamentares próximos a Cunha, estima-se que ele tenha desistido da viagem para não ganhar status de “foragido” e enfrentar a situação.

Autoridades brasileiras e suíças chegaram às supostas contas ilegais de Cunha no país europeu a partir do rastreamento bancário do lobista João Augusto Henriques, executivo ligado ao PMDB e preso no mês passado pela Operação Lava Jato.

Henriques chegou a afirmar, em delação premiada, que depositou dinheiro em uma conta do presidente da Câmara.

A pátria em chuteiras e algemas

por Xico Sá

José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, na Copa do Mundo do Brasil. / RICARDO STUCKERT/FOTOS PÚBLICAS/CBF
José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, na Copa do Mundo do Brasil. / RICARDO STUCKERT/FOTOS PÚBLICAS/CBF

Os dirigentes da CBF, acostumados a uma marcação frouxa das autoridades brasileiras, agora enfrentaram os beques carniceiros do FBI. Jogo bruto.

O futebol no Brasil já foi tão importante ao ponto do nosso principal cronista, Nelson Rodrigues, ter definido a seleção nacional como a “Pátria em chuteiras”.

Para o estrangeiro ou desavisado conterrâneo da “Pátria Educadora” que ainda desconhece o tio Nelson, deixo uma comparação bem à maneira da pegada hiperbólica rodrigueana: este monstruoso escritor nascido no Recife e criado no Rio de Janeiro é o Shakespeare dos trópicos. No mínimo.

Muita gente se aproveitou do mote do cronista nos últimos 50 anos. Generais da Ditadura Militar, o governo federal do PT/aliados durante a Copa 2014 e, óbvio, a oposição chefiada pelo tucano Aécio Neves e seus célebres amigos futebolistas, como Ronaldo e o seu então agenciado e subalterno Neymar Jr.

A camisa amarela do escrete também virou fardamento oficial das recentes manifestações que clamavam aos céus pelo impeachment da presidenta Dilma, pediam o golpe dos milicos e o fim da corrupção. Por cima daqueles corações exaltados, em uma espécie de taquicardia cívica e moral, havia o escudo da CBF, a Casa Bandida do Futebol, para usar a sigla na versão do jornalista Juca Kfouri (Folha de S. Paulo e ESPN), um Quixote pioneiro nas denúncias das tenebrosas transações da tal confederação.

Em todos os casos de uso e abuso da “Pátria em chuteiras”, vale a versão verde e amarela do filósofo carioca Millôr Fernandes para uma frase famosa do velho mr. Johnson: “O patriotismo é o último refúgio do canalha. No Brasil, é o primeiro”.

Ricardo Teixeira passa a bola para José Maria Marin, que mata no peito patriótico —o do lado do bolso e do coração— e solta a pelota para Marco Polo Del Nero… Eis o trio de atacantes das últimas três décadas na presidência da CBF. Acostumados a uma marcação frouxa e relaxada por parte das autoridades brasileiras, agora enfrentaram os beques carniceiros do FBI. Jogo bruto. Marin está preso na Suíça, Teixeira e Del Nero, os boas vidas, são citados, nas figuras de “co-conspiradores”, no relatório da investigação americana. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos do seriado.

A certeza absoluta da impunidade foi definida por essa turma da pesada em todos os modos possíveis. Principalmente no “estou cagando e andando” de Teixeira, como disse na histórica entrevista à repórter Daniela Pinheiro (revista Piauí, 2011). Falava sobre as denúncias, as mesmíssimas de hoje, que já borravam a sua ficha corrida. “Só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional”, desdenhou. E saiu na noite de ontem, vamos ver os desdobramentos. “Deu até no New York Times”, como a gente costuma se expressar na língua provinciana da taba Tupi desde os tempos do Henfil.

Dinheiro e fase anal

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O “cagando e andando”, segundo a teoria da fase anal de Sigmund Freud, significa esbanjamento de grana. Simbolicamente, se meu freudianismo de botequim estiver em dia, Teixeira esnobava sem economizar no verbo ou na gastança, sem qualquer contenção (enfezamento), o seu pecado capital sem origem muito bem resolvida. A merda ou o dinheiro, mesmo de maneira simbólica, sempre deixam rastros. Siga o cacau, digo, a grana, reza o manual do cão farejador de mutretas.

Em crise de qualidade técnica e de moral, o mais correto, caríssimo Nelson Rodrigues, seria dizer que estamos em uma fase da Pátria em sandálias da humildade. Descemos do salto alto. Como repetem por aqui: 7×1 foi pouco. Infelizmente não consigo pensar assim de forma tão fria. Aquela tarde-noite do Mineirão ainda me humilha profundamente. Por mais que eu politize a minha dor, minha dor não cai no conto. Algumas dores dos homens, mesmo as mais bestas, são à prova de analgésicos ideológicos. A dor do futebol principalmente.

Falar neste imoral placar de 7×1, mal o José Maria Marin foi para o xilindró “padrão Fifa” de Zurique e o pipoqueiro cearense aqui da esquina da Miguel Lemos com Nossa Senhora de Copacabana já possuía sua teoria da conspiração mais do que fundamentada: a CBF vendeu a Copa. Tudo armação ilimitada. Pego o metrô Cantagalo/Uruguaiana e o papo é o mesmo. No táxi do flamenguista, idem. No bar Papillon, naturalmente.

No Galeto Sat’s, uns amigos do PSOL, ligados na TV Câmera, vibravam com aquele primeiro gol contra do Eduardo Cunha, na derrota do mafioso peemedebista na votação do chamado voto distritão. No dia seguinte, o mesmo 7×1 de sempre contra uma possível ideia de reforma política, como já previa, distraída no ambiente luxuoso, a nada enigmática Valquíria, a mais cool das damas da noite carioca: “Sou puta velha, entregue às evidências, o contrário de qualquer dissimulada Capitu de araque”.

Capitu, para o amigo que não teve chance ou sede de leitura na “Pátria Educadora”, vem a ser um personagem machadiano sobre quem pairavam algumas dúvidas de conduta amorosa. Deixo o Marechal, meu amigo Álvaro Costa e Silva, em colóquio ilustrado com Valquíria, e sigo no jogo sujo e enigmático da existência até a porta de casa.

“O Brasil vendeu a Copa, hein, seu Xico!”, diz o porteiro Juju, outro nobre cearense. “Será?”, indago. “Quando eu tenho certeza né pouca certeza não”, diz ele, convicto. “É certo como boca de padre, justo como boca de bode”, manda o mantra nordestino.

(…) E coube a este noctívago cronista ficar esperando, agora, a chegada do presidente da CBF, Del Nero, até essa hora da madruga, 05h e alguma coisa. Como sabemos, ele fugiu do Congresso da FIFA, em Zurique, e chegaria hoje ao Brasil. Crente em uma prisão espetacular do folgado cartola, algemas assim que soltar o cinto de segurança, aqui aguardo, dedos coçando sobre a máquina de escrever, para concluir essa crônica…

Quem sabe, né?

Esperei, esperei…

Vixe, ilusões perdidas, como naquele velho e lindo romance francês. Esperei até a chegada de Del Nero no aeroporto de Guarulhos.

O homem segue na sua vida boa, a Polícia Federal não inventou um daqueles nomes espetaculares para suas operações, a Pátria em chuteiras espera mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.

Bom final de semana.

Xico Sá, escritor e jornalista, é comentarista esportivo dos programas “Redação SporTv” e “Extra-Ordinários”. Leia outros artigos de Xico Sá no jornal El País, Espanha

A filharada de Serra, Fernando Henrique e Lula

Verônica já foi sócia do filho mais velho de Fernando Henrique (um escritório internacional de lóbi) e da irmã do capo Daniel Dantas, que tem uma história banhada com o sangue da Guerra de Canudos. Faz parte de uma tradicional elite que escravizou o povo, e que continua roubando o povo.

A história de Daniel Dantas é a história secreta das privatizações de Fernando Henrique (76 por cento das estatais e riquezas pátrias foram vendidas, e o dinheiro pegou sumiço, voou na banda podre, e era dinheiro emprestado pelo BNDES, isto é, o amigo do rei pegava dinheiro do governo para colonizar as empresas do povo, e para comprar o verde, o amarelo e o azul da Bandeira do Brasil, cores que simbolizam nossas matas, nosso ouro, nossos minérios, nossos rios e fontes e aquíferos.

A irmã de Dantas, que também tem o nome de Verônica, esteve presa na Polícia Federal, e foi solta por dois milagrosos habeas corpus, concedidos em menos de 48 horas, pelo salvador Gilmar Mendes.

Ninguém é sócio sem oferecer sua parte.

Os manos ladrões Verônica e Daniel Dantas deixam a carceragem da PF
Os manos ladrões Verônica e Daniel Dantas deixam a carceragem da PF

 

O filho playboy, apesar de escondido pela imprensa, vai bem, obrigado, que Fernando Henrique sempre foi um grande benfeitor da família. Até as netinhas estão com o futuro ricamente garantido.

Entrar nos negócios do ouro azul no Brasil é preciso apenas ser amigo dos governadores e de Ana, a prostituta respeitosa das outorgas de água para fábricas de água mineral, cerveja, sorvete, refrigerantes, bebidas frias e quentes.

Pode faltar água em São Paulo, para a classe média baixa e pobres, mas fábricas como Ambev, Coca-Cola, Nestlè etc, além de atender o consumo local (São Paulo) e nacional,  vão continuar com o seu rico e secreto comércio de exportação. A parte mais preciosa do negócio é a água, graciosamente adquirida.

Foi assim que Jorge Paulo Lehman se tornou a primeira riqueza do Brasil, e a segunda da Suíça, onde reside e tem nacionalidade. Possui um patrimônio estimado em 21,9 bilhões de dólares, e deve pagar uma porcaria de imposto.

Lemann também é dono da rede de fast food Burger King,6 7 da B2W, grupo que reúne as empresas de varejo e comércio eletrônico Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino e Shoptime, além de outros interesses. Faz negócios geralmente em parceria com Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto Sicupira, seus sócios há quase quatro décadas.

royalties água

 

E se Verônica fosse filha de Lula?

Certas perguntas têm a força de mil respostas, e este é um caso.

Verônica Serra
Verônica Serra

por Paulo Nogueira

 

Um título do site Viomundo, trazido ao Diário pelo atilado leitor e comentarista Morus, merece reflexão.

E se o filho de Lula fosse sócio do homem mais rico do Brasil?

Antes do mais: certas perguntas têm mais força que mil repostas, e este é um caso.

Bem, o título se refere a Verônica Serra, filha de Serra. Ela foi notícia discreta nas seções de negócios recentemente quando foi publicado que uma empresa de investimentos da qual ela é sócia comprou por 100 milhões reais 20% de uma sorveteria chamada Diletto.

Os sócios de Verônica são Jorge Paulo Lehman e Marcel Telles. Lehman é o homem mais rico do Brasil. Daí a pergunta do Viomundo, e Marcel é um velho amigo e parceiro dele.

Lehman e Marcel, essencialmente, fizeram fortuna com cerveja. Compraram a envelhecida Brahma, no começo da década de 1980, e depois não pararam mais de adquirir cervejarias no Brasil e no mundo.

Se um dia o consumo de cerveja for cerceado como o de cigarro, Lehman e Marcel não terão muitas razões para erguer brindes.

Verônica se colocou no caminho de Lehman quando conseguiu dele uma bolsa de estudos para Harvard.

Eu a conheci mais ou menos naquela época. Eu era redator chefe da Exame, e Verônica durante algum tempo trabalhou na revista numa posição secundária.

Não tenho elementos para julgar se ela tinha talento para fazer uma carreira tão milionária.

Ela não me chamou a atenção em nenhum momento, e portanto jamais conversei mais detidamente com ela.

Mas ali, na Exame, ela já era um pequeno exemplo das relações perigosas entre políticos e empresários de mídia. Foi a amizade de Serra com a Abril que a colocou na Exame.

Depois, Verônica ganhou de Lehman uma bolsa para Harvard. Lehman, lembro bem de conversas com ele, escolhia em geral gente humilde e brilhante para, como um mecenas, patrocinar mestrados em negócios na Harvard, onde estudara.

Não sei se Verônica se encaixava na categoria dos humildes ou dos brilhantes, ou de nenhuma das duas, ou em ambas. Conhecendo o mundo como ele é, suponho que ela tenha entrado na cota de exceções por Serra ser quem é, ou melhor, era.

Serra pareceu, no passado, ter grandes possibilidades de se tornar presidente. Numa coluna antológica na Veja, Diogo Mainardi começou um texto em janeiro de 2001 mais ou menos assim: “Exatamente daqui a um ano Serra estará subindo a rampa do Planalto”. (Os jornalistas circularam durante muito tempo esta coluna, como fonte de piada e escárnio.)

Cotas para excluídos são contestadas pela mídia, mas cotas para amigos são consideradas absolutamente normais, e portanto não são notícia.

 

Todos os filhos de políticos são iguais para a mídia , mas alguns são mais iguais que outros
Todos os filhos de políticos são iguais para a mídia , mas alguns são mais iguais que outros

 

Bem, Verônica agradou Lehman, a ponto de se tornar, depois de Harvard, sócia dele.

O nome dela apareceu em denúncias – cabalmente rechaçadas por ela – ligadas às privatizações da era tucana.

Tenho para mim que ela não precisaria fazer nada errado, uma vez que já caíra nas graças de Lehman, mas ainda assim, a vontade da mídia de investigar as denúncias, como tantas vezes se fez com o filho de Lula, foi nenhuma.

Verônica é da turma. Essa a explicação. Serra é amigo dos empresários de mídia. E mesmo Lehman, evidentemente, não ficaria muito feliz em ver a sócia exposta em denúncias.

Lehman é discreto, exemplarmente ausente dos holofotes. Mas sabe se movimentar quando interessa.

Uma vez, pedi aos editores da Época Negócios um perfil dele depois da compra de uma grande cervejaria estrangeira. Recomendei que os repórteres falassem com amigos, uma vez que ele não dá entrevistas.

Rapidamente recebi um telefonema de João Roberto Marinho, o Marinho que cuida de assuntos editoriais. João queria saber o que estávamos fazendo.

Lehman ligara a ele desgostoso. Também telefonara a seus amigos mais próximos recomendando que não falassem com os repórteres da revista. Ninguém falou, até mais tarde Lehman autorizá-los depois de ver os bons propósitos da reportagem.

Jorge Paulo Lemann
Jorge Paulo Lemann

 

A influência de Lehman sobre João Roberto se deve, é verdade, à admiração que Lehman e seu lendário Grupo Garantia despertavam na família Marinho.

Mas é óbvio que a verba publicitária das cervejarias de Lehman falam alto também. Um amigo me conta que em Avenida Brasil os personagens tomavam cerveja sob qualquer pretexto.

Isto porque as cervejarias de Lehman pagaram um dinheiro especial pelo chamado ‘product placement’, ou mercham, na linguagem mais vulgar.

O consumidor é submetido a uma propaganda sem saber, abertamente, que é propaganda. Era como se realmente os personagens tivessem sempre motivos para tomar uma gelada.

Verônica Serra, por tudo isso, esteve sempre sob uma proteção, na grande mídia, que é para poucos. É para aqueles que ligam e são atendidos pelos donos das empresas jornalísticas.

O filho de Lula não.

Daí a diferença de tratamento. E daí também a força incômoda, por mostrar quanto somos uma terra de privilégios, da pergunta do site Viomundo.