São Paulo cenário da guerra do futuro pela água

 

 

água ouro campanha Peru

 Alfredo Martirena
Alfredo Martirena

O racionamento d’água em São Paulo, região metropolitana e capital, virou um cenário de estudo das guerras futuras, entre países, pela posse do ouro azul.

Trechos de uma reportagem da agência inglesa BBC, por Renata Mendonça:

“É desumano. Chegou num ponto que a gente começou a ver situações inacreditáveis. Uma pessoa chegou na bica com uma arma e falou pro pessoal: passa a água! Olha a inversão de valores que a gente tem’.

Cenas como a descrita acima assustaram Victor Terraz, morador de Itu (102 km de São Paulo), a cidade mais afetada pela seca que assola o Estado de São Paulo. Assim como os outros 163 mil ituanos, ele tem sofrido com a falta de água na região, que já está há nove meses em racionamento.

A Águas de Itu é uma empresa privada que tem a concessão da prefeitura para o abastecimento de água da cidade. Em meio à crise, a companhia está disponibilizando caminhões pipa para levar água a residências, escolas, hospitais e prédios públicos. São cerca de 34 a 38 caminhões pipa por dia, segundo a empresa.

Mas os caminhões viraram alvo de ‘ataques’ da população. No desespero da falta de água, alguns moradores chegaram a fazer emboscadas para conter os caminhões da empresa antes que eles chegassem ao seu destino.

‘Aqui na rua, o caminhão foi passar só 1h30 da manhã, porque ele senão ele é atacado’, explica Luiz Carlos.

‘Os caminhões sofrem retaliações, teve um motorista de um deles que foi espancado, tudo isso por causa da briga pela água. Agora os caminhões que entram na cidade são escoltados pela guarda municipal para não dar problema’, conta Victor.

Publica G1: Em meio à crise de falta d’água que atinge a Grande São Paulo, a Polícia Civil prendeu na quinta-feira (10), durante a operação “Gato Escaldado”, o dono de cinco hotéis e o proprietário de uma churrascaria por furto de água.

Policiais da 3ª Delegacia de Investigações sobre Crimes Patrimoniais contra Órgãos e Serviços Públicos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fiscalizaram nove locais e encontraram sinais de furto de água em uma churrascaria de Cangaíba, na Zona Leste, em cinco hotéis de um mesmo proprietário no bairro do Ipiranga e nas vilas Monumento e Clementino, na Zona Sul; e também em uma fábrica de gelo em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Os dois donos da fábrica de gelo ainda não foram localizados.

água ouro segurança

 

O Brasil, rico em água, possui os dois maiores aquíferos do mundo, e centenas e centenas de rios perenes, inclusive um Mar Doce, o Rio Amazonas.

Faltar água para o povo em São Paulo, um estado de cobiçada riqueza hídrica, pelas engarrafadoras de água de poço e de água mineral, pelos fabricantes de bebidas frias e quentes, e sorvetes, escancara a corrupção das outorgas, o entreguismo das privatizações, e a degradação do governo estadual.

As propostas do corrupto e mentiroso governador Geraldo Alckmin são indecentes. A começar pelo rodízio de quatro por dois (quatro dias sem água e dois com), para tentar evitar o colapso completo.

O racionamento coloca vizinho contra vizinho. A Folha divulga hoje: “Moradores de prédio em São Paulo escutam canos para vigiar banho dos vizinhos”.

Quando morei na Espanha da ditadura de Franco, para estudar na Universidade de Navarra, os meus vizinhos diziam, como piada, que as paredes que separavam os apartamentos eram finas, para uma família espionar a outra. Esse dedurismo, também, era incentivado no Brasil da ditadura militar de 64.

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Os vizinhos Catherine Sabbagh e Aristides Costa em prédio que vigia banho de morador. O síndico incentiva que todos sejam “guardiães da água”

O biógrafo, romancista e poeta Fernando Monteiro observou, em sua página na intenert:

“São Paulo… Tem gente lá capaz de tudo — principalmente na faixa da alta renda.

Curioso: a moça sorri. E o senhor com camisa de grife esboça um… Bem, deixa pra lá.

[AQUI no Nordeste velho, desde pelo menos 1888, nós lidamos com secas horrendas e tivemos — ainda temos? — até a famosa ‘indústria da seca’ etc.]”

Previu, com humor, o professor universitário José Eugenio Guimarães: “Vai ter a ‘Delação premiada’ da água”.

Fernando Monteiro concluiu: “E senhores executivos de multinacionais fazendo cálculos exponenciais do consumo de água na descarga dos vasos sanitários dos vizinhos das torres residenciais mais altas”.

Contra a espionagem
Contra a espionagem

Quando as principais providências seriam policiais: investigar as posses de outorgas, as privatizações, principalmente a da Sabesp, o tráfico de água para o exterior, e proibir a exportação de água, de cervejas e refrigerantes.

A campanha milionária para economizar água visa culpabilizar a população. Veja apenas uma prova do desgoverno

O poeta Juareiz Correya mostra a beleza do Rio Tietê antes de chegar a São Paulo
O poeta Juareiz Correya mostra a beleza do Rio Tietê antes de chegar a São Paulo
Rio Tietê poluído na região de Salto, SP (Foto- Vinícius Marques:TEM Você)
Rio Tietê poluído na região de Salto, SP (Foto- Vinícius Marques:TEM Você)
Rio Tietê em São Paulo Capital
Rio Tietê em São Paulo Capital

Veja outras providências nos links deste post

Com racionamento, a água de São Paulo fica mais cara e enriquece os acionistas da Sabesp

santo água alckmin

O Brasil está vendendo uma de suas principais riquezas: a água. Um entreguismo que começa com a privatização das empresas de abastecimento, outorgas de fontes, e o uso clandestino dos dois maiores aquíferos do mundo. E qualquer notícia sobre o tráfico de água é recebida como uma piada.

Em São Paulo, 53 por cento da população acham que a falta d’àgua é culpa de Dilma e Haddad. Quando o racionamento vai enricar duas vezes mais os acionistas estrangeiros da  Sabesp que residem nos Estados Unidos. Que Alckmin vendeu a empresa, e ninguém sabe para onde foi o dinheiro. Parece a grana do suborno do metrô de São Paulo, uma grana bicada pelos tucanos, que se tem notícia pela justiça de fora, que a brasileira faz questão de desconhecer. Quando São Paulo possui – para o povo pagar – o maior e mais caro tribunal do mundo.

No sub-solo de São Paulo está situado parte do Aquífero Guarani, que era considerado, até recentemente, o maior do mundo. Que geógrafos venezuelanos descobriram o Aquífero Alter do Chão, também localizado no Brasil, na Amazônia.

ÁGUA DE ESGOTO PARA O POVO
ÁGUA MINERAL PARA OS RICOS

Amorim
Amorim

 

Alckmin quer reaproveitar as águas dos esgotos para o povo beber, quando o Aquífero Guarani seria capaz de abastecer a população mundial por mais de cem anos.

Numa possível falta de água doce no futuro, este recurso será de extrema importância para a humanidade. Agora o leitor entende o motivo de Alckmin deixar de lado o projeto de exploração do Guarani, cuja reserva fica numa profundidade de, aproximadamente, 1500 metros. E que tem capacidade para abastecer, de forma sustentável, cerca de 400 milhões de habitantes, com 43 trilhões de metros cúbicos de água doce por ano.

A decisão de Alckmin é oferecer água de merda para o povo, enriquecendo os acionistas da Sabesp, parasitas especuladores brasileiros e estrangeiros.

RACIONAMENTO D’ÁGUA
TORMENTO DOS POBRES

água chuva

por Eduardo Guimarães

Na última quarta-feira (7/1), a Sabesp foi autorizada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) a aplicar multa de 40% a 100% para quem consumir mais água neste ano no comparativo entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. A medida deve ser publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (8).

Confira, abaixo, o gráfico explicativo sobre o sistema elaborado pelo governo paulista para punir quem consumir mais água do que o permitido.

furto

Como se vê, não será preciso que os moradores da capital paulista gastem muita água para ser multados. Na verdade, terão que gastar menos água do que costumam gastar no verão, porque a base de cálculo que será utilizada pelo governo Alckmin para punir quem ultrapassar o racionamento – que, até agora, a mídia local não chamou pelo nome – se baseia na média de 12 meses de um ano antes de o problema se agravar (2013).

Como a média de 12 meses pega outono, inverno e primavera, meses em que a população consome menos água, e é aplicada no verão, a base para multar os paulistanos, que apoiaram com tanto entusiasmo o governo Alckmin nas últimas eleições, é uma trapaça: quem não reduzir o consumo que costuma ter no verão, irá pagar até o dobro pela conta de água.

ACIONISTAS DA SABESP
IRÃO “LAVAR A ÉGUA”

água sabesp

Os acionistas da Sabesp agradecem. Com o perdão pela piada infame, os detentores de ações da Sabesp (percentual infinitesimal da população da cidade) irão “lavar a égua”.

Como se explica, então, que o governador Geraldo Alckmin tenha conseguido se reeleger em 1º turno com uma votação tão consagradora? Como se explica, aliás, que mesmo após o anúncio das punições para quem não DIMINUIR o consumo de água não tenha havido uma revolta na cidade?

Mas o que importa mesmo é que enquanto um grupo de paulistanos vai à rua para protestar contra um pequeno aumento no preço das passagens, ninguém sai para protestar contra o descomunal aumento no preço da água justamente quando o serviço prestado pelo governo do Estado, nesse setor, piora de forma absurda, com racionamento velado e preços MUITO mais caros.

A que se deve isso? Deve-se ao fato (comprovado) de que a maioria dos moradores da capital paulista não sabe de quem é a responsabilidade pela distribuição de água, mas pensa que sabe.

Durante o primeiro turno das eleições deste ano, a população paulistana escolheu seu novo governador sem saber que o problema de água, que então já se fazia sentir, foi causado por incompetência dos governos do PSDB desde 2004.

A insuficiência do Sistema Cantareira, que abastece 47% da região metropolitana de São Paulo, é um problema que o governo paulista conhecia desde 2004. Naquele ano, a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão federal, renovou a concessão da Sabesp para distribuir água no Estado de São Paulo. No documento de concessão da outorga dada à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em 2004 para explorar por dez anos o reservatório Cantareira, o artigo 16 estipulava que a empresa deveria realizar em 30 meses “estudos e projetos que viabilizassem a redução de sua dependência do sistema”.

Passaram-se dez anos e nada foi feito.

Ainda assim, Alckmin se reelegeu com 57% dos votos válidos. Em primeiro turno. Ele e José Serra, que governaram São Paulo de 2004 até o ano passado, não cumpriram o acordo firmado naquele ano com o governo Lula e, ainda assim, a população paulistana apoia o PSDB como se estivesse fazendo um grande governo.

A explicação para isso está em uma pesquisa Datafolha publicada no dia 20 de outubro, que mostra que a população da maior cidade do país não sabe de quem é a culpa pelo sofrimento que vem passando com o racionamento velado de água – que irá piorar, porque, além desse desconforto, ainda terá que pagar mais pelo péssimo serviço da Sabesp.

A pesquisa Datafolha em questão foi divulgada pelo jornal naquele mês, mas escondeu um dado assustador: 53% dos paulistanos atribuem os problemas na distribuição de água a Dilma Rousseff e ao prefeito Fernando Haddad, ambos do PT, apesar de a responsabilidade pelo problema ser exclusivamente do governo do Estado, controlador da Sabesp. Leia mais . Confira os links.

 

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A filharada de Serra, Fernando Henrique e Lula

Verônica já foi sócia do filho mais velho de Fernando Henrique (um escritório internacional de lóbi) e da irmã do capo Daniel Dantas, que tem uma história banhada com o sangue da Guerra de Canudos. Faz parte de uma tradicional elite que escravizou o povo, e que continua roubando o povo.

A história de Daniel Dantas é a história secreta das privatizações de Fernando Henrique (76 por cento das estatais e riquezas pátrias foram vendidas, e o dinheiro pegou sumiço, voou na banda podre, e era dinheiro emprestado pelo BNDES, isto é, o amigo do rei pegava dinheiro do governo para colonizar as empresas do povo, e para comprar o verde, o amarelo e o azul da Bandeira do Brasil, cores que simbolizam nossas matas, nosso ouro, nossos minérios, nossos rios e fontes e aquíferos.

A irmã de Dantas, que também tem o nome de Verônica, esteve presa na Polícia Federal, e foi solta por dois milagrosos habeas corpus, concedidos em menos de 48 horas, pelo salvador Gilmar Mendes.

Ninguém é sócio sem oferecer sua parte.

Os manos ladrões Verônica e Daniel Dantas deixam a carceragem da PF
Os manos ladrões Verônica e Daniel Dantas deixam a carceragem da PF

 

O filho playboy, apesar de escondido pela imprensa, vai bem, obrigado, que Fernando Henrique sempre foi um grande benfeitor da família. Até as netinhas estão com o futuro ricamente garantido.

Entrar nos negócios do ouro azul no Brasil é preciso apenas ser amigo dos governadores e de Ana, a prostituta respeitosa das outorgas de água para fábricas de água mineral, cerveja, sorvete, refrigerantes, bebidas frias e quentes.

Pode faltar água em São Paulo, para a classe média baixa e pobres, mas fábricas como Ambev, Coca-Cola, Nestlè etc, além de atender o consumo local (São Paulo) e nacional,  vão continuar com o seu rico e secreto comércio de exportação. A parte mais preciosa do negócio é a água, graciosamente adquirida.

Foi assim que Jorge Paulo Lehman se tornou a primeira riqueza do Brasil, e a segunda da Suíça, onde reside e tem nacionalidade. Possui um patrimônio estimado em 21,9 bilhões de dólares, e deve pagar uma porcaria de imposto.

Lemann também é dono da rede de fast food Burger King,6 7 da B2W, grupo que reúne as empresas de varejo e comércio eletrônico Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino e Shoptime, além de outros interesses. Faz negócios geralmente em parceria com Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto Sicupira, seus sócios há quase quatro décadas.

royalties água

 

E se Verônica fosse filha de Lula?

Certas perguntas têm a força de mil respostas, e este é um caso.

Verônica Serra
Verônica Serra

por Paulo Nogueira

 

Um título do site Viomundo, trazido ao Diário pelo atilado leitor e comentarista Morus, merece reflexão.

E se o filho de Lula fosse sócio do homem mais rico do Brasil?

Antes do mais: certas perguntas têm mais força que mil repostas, e este é um caso.

Bem, o título se refere a Verônica Serra, filha de Serra. Ela foi notícia discreta nas seções de negócios recentemente quando foi publicado que uma empresa de investimentos da qual ela é sócia comprou por 100 milhões reais 20% de uma sorveteria chamada Diletto.

Os sócios de Verônica são Jorge Paulo Lehman e Marcel Telles. Lehman é o homem mais rico do Brasil. Daí a pergunta do Viomundo, e Marcel é um velho amigo e parceiro dele.

Lehman e Marcel, essencialmente, fizeram fortuna com cerveja. Compraram a envelhecida Brahma, no começo da década de 1980, e depois não pararam mais de adquirir cervejarias no Brasil e no mundo.

Se um dia o consumo de cerveja for cerceado como o de cigarro, Lehman e Marcel não terão muitas razões para erguer brindes.

Verônica se colocou no caminho de Lehman quando conseguiu dele uma bolsa de estudos para Harvard.

Eu a conheci mais ou menos naquela época. Eu era redator chefe da Exame, e Verônica durante algum tempo trabalhou na revista numa posição secundária.

Não tenho elementos para julgar se ela tinha talento para fazer uma carreira tão milionária.

Ela não me chamou a atenção em nenhum momento, e portanto jamais conversei mais detidamente com ela.

Mas ali, na Exame, ela já era um pequeno exemplo das relações perigosas entre políticos e empresários de mídia. Foi a amizade de Serra com a Abril que a colocou na Exame.

Depois, Verônica ganhou de Lehman uma bolsa para Harvard. Lehman, lembro bem de conversas com ele, escolhia em geral gente humilde e brilhante para, como um mecenas, patrocinar mestrados em negócios na Harvard, onde estudara.

Não sei se Verônica se encaixava na categoria dos humildes ou dos brilhantes, ou de nenhuma das duas, ou em ambas. Conhecendo o mundo como ele é, suponho que ela tenha entrado na cota de exceções por Serra ser quem é, ou melhor, era.

Serra pareceu, no passado, ter grandes possibilidades de se tornar presidente. Numa coluna antológica na Veja, Diogo Mainardi começou um texto em janeiro de 2001 mais ou menos assim: “Exatamente daqui a um ano Serra estará subindo a rampa do Planalto”. (Os jornalistas circularam durante muito tempo esta coluna, como fonte de piada e escárnio.)

Cotas para excluídos são contestadas pela mídia, mas cotas para amigos são consideradas absolutamente normais, e portanto não são notícia.

 

Todos os filhos de políticos são iguais para a mídia , mas alguns são mais iguais que outros
Todos os filhos de políticos são iguais para a mídia , mas alguns são mais iguais que outros

 

Bem, Verônica agradou Lehman, a ponto de se tornar, depois de Harvard, sócia dele.

O nome dela apareceu em denúncias – cabalmente rechaçadas por ela – ligadas às privatizações da era tucana.

Tenho para mim que ela não precisaria fazer nada errado, uma vez que já caíra nas graças de Lehman, mas ainda assim, a vontade da mídia de investigar as denúncias, como tantas vezes se fez com o filho de Lula, foi nenhuma.

Verônica é da turma. Essa a explicação. Serra é amigo dos empresários de mídia. E mesmo Lehman, evidentemente, não ficaria muito feliz em ver a sócia exposta em denúncias.

Lehman é discreto, exemplarmente ausente dos holofotes. Mas sabe se movimentar quando interessa.

Uma vez, pedi aos editores da Época Negócios um perfil dele depois da compra de uma grande cervejaria estrangeira. Recomendei que os repórteres falassem com amigos, uma vez que ele não dá entrevistas.

Rapidamente recebi um telefonema de João Roberto Marinho, o Marinho que cuida de assuntos editoriais. João queria saber o que estávamos fazendo.

Lehman ligara a ele desgostoso. Também telefonara a seus amigos mais próximos recomendando que não falassem com os repórteres da revista. Ninguém falou, até mais tarde Lehman autorizá-los depois de ver os bons propósitos da reportagem.

Jorge Paulo Lemann
Jorge Paulo Lemann

 

A influência de Lehman sobre João Roberto se deve, é verdade, à admiração que Lehman e seu lendário Grupo Garantia despertavam na família Marinho.

Mas é óbvio que a verba publicitária das cervejarias de Lehman falam alto também. Um amigo me conta que em Avenida Brasil os personagens tomavam cerveja sob qualquer pretexto.

Isto porque as cervejarias de Lehman pagaram um dinheiro especial pelo chamado ‘product placement’, ou mercham, na linguagem mais vulgar.

O consumidor é submetido a uma propaganda sem saber, abertamente, que é propaganda. Era como se realmente os personagens tivessem sempre motivos para tomar uma gelada.

Verônica Serra, por tudo isso, esteve sempre sob uma proteção, na grande mídia, que é para poucos. É para aqueles que ligam e são atendidos pelos donos das empresas jornalísticas.

O filho de Lula não.

Daí a diferença de tratamento. E daí também a força incômoda, por mostrar quanto somos uma terra de privilégios, da pergunta do site Viomundo.

 

 

 

Alkmin viola o direito humano à água. Os pobres sofrem mais

Ai de mim! chora o povo

 

Casso
Casso

 

 

Eis os títulos das notícias da Folha de S. Paulo, nos últimos três dias, e veja que a tragédia anunciada pela ONU, em 2013, torna-se uma realidade que não pode mais ser escondida:

* Até de madrugada, moradores de Itu (SP) fazem fila por água em bica
* Mês de outubro no sistema Cantareira deve ser o mais seco em 12 anos
* Nasa publica fotos que mostram seca em represa do sistema Cantareira
* Defesa Civil estadual vai distribuir água com caminhões-pipa em Itu (SP)
* Se não tiver chuva, água do sistema Alto Tietê pode acabar em 2 meses
* ‘Não retiro nada do que falei’, diz relatora da ONU sobre crise da água
* Só agora TCU decide investigar crise hídrica
* Com crise hídrica, prefeitura vai construir 32 poços artesianos em SP [O governo do Estado já devia aberto centenas de poços nas cidades com racionamento previsto há muito tempo. Prédios e mais prédios de São Paulo possuem poços tubulares. Idem fábricas de engarrafamento e empresas de caminhões-pipa
* Cantareira bate novo recorde negativo e opera com 3,2% de sua capacidade
* Se não chover, Sabesp vai tirar água de lodo, diz presidente da ANA                              
* Alckmin ataca ONU por relatório sobre falta de água em São Paulo

 

A crise da água em São Paulo, a ONU, as eleições e o tiro pela culatra do governador

 

Paixão
Paixão

 

por  Raquel Rolnik


Preocupado com as repercussões eleitorais, para o seu partido, da grave crise da água em São Paulo e na tentativa de desqualificar qualquer crítica a seu governo em relação ao tema, o governador Geraldo Alckmin enviou uma “dura” carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, queixando-se das análises e condutas da relatora especial da ONU para o direito à água, Catarina de Albuquerque, que visitou o Brasil em missão oficial no final do ano passado.

Alckmin questiona declarações feitas pela relatora à Folha de S. Paulo, em agosto deste ano, ocasião na qual esteve novamente no país, em visita não oficial, a convite da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e de outras instituições, para participar de debates e aulas sobre o tema de sua especialidade – o direito humano à água.

Irritado com as posições da relatora, que questiona a atuação da Sabesp em relação à garantia deste direito para a população de São Paulo, o governador reclama que ela não conversou com a empresa em agosto para ouvir seus argumentos e que incorreu em grave erro ao dizer que as perdas de água em São Paulo são de 40% (e não de 31,2%!, depois corrigido pelo jornal, que reconheceu o erro do jornalista), e ainda afirma que a ONU não pode se manifestar em momentos eleitorais.

Tive a oportunidade de conhecer Catarina de Albuquerque, jurista portuguesa, durante meus dois mandatos como relatora da ONU para o direito à moradia, concluídos em junho deste ano. Neste período pude atestar a seriedade e independência com que Catarina desenvolve seu trabalho. Infelizmente, o governador Geraldo Alckmin demonstra que não conhece o papel de um relator especial, nem o funcionamento do sistema de procedimentos especiais, ao qual as relatorias da ONU estão vinculadas, nem muito menos o “código de conduta” que acusa Catarina Albuquerque de ter violado.

Ao enviar carta ao secretário-geral Ban Ki-moon, Alckmin ignora que a relatora não é funcionária da ONU e que não responde, portanto, ao seu comando central. Os relatores são especialistas eleitos pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para desenvolver um trabalho com total independência, visitando países e realizando pesquisas temáticas na sua área de atuação. Esse trabalho é então apresentado ao Conselho de Direitos Humanos ou à Assembleia Geral, a partir de relatórios que trazem análises e recomendações.

Além disso, a relação entre o Conselho de Direitos Humanos e os países se dá por meio da representação diplomática dos países junto aos escritórios da ONU em Genebra ou em Nova York. O Estado de São Paulo não é um Estado Membro da ONU. Ao se dirigir diretamente ao órgão, o governador parece também ignorar as atribuições de cada instância de governo em sua relação com a ONU.

Quando da realização de sua visita oficial, em dezembro de 2013, Catarina cumpriu todos os requisitos exigidos: reuniu-se com órgãos governamentais das cidades que visitou, ouviu dirigentes de empresas de abastecimento de água e saneamento, inclusive a Sabesp, visitou municípios em diversos estados e escutou também representantes da sociedade civil. Só depois disso dirigiu-se à imprensa. Quando retornou ao país em agosto, concedeu entrevista à Folha, que queria comentar o seu relatório oficial, já então divulgado publicamente. Evidentemente, como a qualquer membro da imprensa, interessava ao jornalista relacionar o relatório (elaborado antes do colapso da água em São Paulo) à crise, assunto “quente” do momento.

A maior parte do conteúdo da entrevista é uma explicação, em termos mais diretos, do conteúdo de seu relatório oficial. O relatório, aliás, já apontava perigos de desabastecimento de água no país, citando dados da Agência Nacional de Águas (ANA), assim como a inadequação de posturas como a da Sabesp de não fornecer serviços de abastecimento de água e de saneamento em assentamentos informais. De acordo com o marco internacional dos direitos humanos, referência a partir da qual a relatora deve avaliar as situações que analisa, se o abastecimento de água é um direito humano, estamos diante, sim, da uma violação de um direito.

Na entrevista à Folha, Catarina afirma que o governo do Estado viola o direito humano à água ao priorizar a distribuição de recursos entre os acionistas da Sabesp – que tem capital aberto na bolsa de valores – em detrimento dos investimentos necessários à garantia de abastecimento de água para consumo atual e futuro da população. Isso deve ser prioridade em relação aos demais usos da água (industrial, agrícola, turismo), questão que ela também levanta em seu relatório oficial.

Finalmente, exatamente por ser independente, um relator não pode deixar de se manifestar “em função de uma conjuntura eleitoral”, como quer o governador, sob pena de, aí sim, pautar sua postura por cálculos eleitorais e não pelo marco dos direitos humanos, que devem ser cumpridos sempre: antes, durante, depois e – sobretudo – independentemente de eleições.

A tática “shoot the messenger” (mate o mensageiro) é velha conhecida dos relatores independentes: quando um governo não gosta das críticas que ouviu, procura desqualificar quem as formulou.

Infelizmente, para o governador, o tiro saiu pela culatra. Ao tentar desqualificar Catarina, sua atitude apenas chama mais atenção para um tema fundamental no debate público eleitoral deste momento: qual é a responsabilidade do Estado em relação aos direitos humanos dos cidadãos, dos quais o direito à água faz parte? A primazia da lógica de mercado na gestão de empresas que oferecem serviços públicos, como a Sabesp, permite a garantia de direitos? A proposta do não controle do Estado sobre os preços dos serviços públicos em geral – como a que defende o PSDB – pode garantir os direitos da população de acesso a estes serviços?

No debate eleitoral sobre a crise da água, a competência em fazer ou deixar de fazer obras é muito menos relevante do que esta questão de fundo: o papel do Estado na garantia de direitos. Questão que, claramente, também divide as propostas dos candidatos à presidência em campos opostos.

 

SECA. É hora de desobediência civil do paulistano, de não pagar a água tucana que não consumiu

Crise do abastecimento de água em São Paulo fica no centro da guerra por votos e do enriquecimento dos industriais da seca e da ganância dos piratas internacionais

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Dilma afirma que o problema de abastecimento em São Paulo é responsabilidade do governo tucano. Do Geraldo Alckmin, que garantiu que não falta (mentiu para se reeleger no primeiro) nem faltará água enquanto for governador (mantém a mentira para eleger Aécio Neves).

Alckmin também escondeu  que privatizou a Sabesp, agora empresa de economia mista, com ações vendidas na bolsa de Nova Iorque. As contas de água continua a chegar na casa dos paulistanos. E os acionistas nada investem, apenas aumentaram o lucro. Que o preço da água vai aumentar na torneira da Sapesp, no caminhão-pipa, e nas garrafas e garrafões de plásticos das internacionais fábricas de água que possuem outorga de fontes e aquíferos brasileiros, inclusive em São Paulo, um estado tico em recursos hídricos.

 

É hora de desobediência civil

 

Martin Luther King Jr. profere o seu famoso discurso "Eu tenho um sonho" em agosto de 1963 frente ao Memorial Lincoln em Washington, durante a chamada "marcha pelo emprego e pela liberdade", na luta contra o racismo, o apartheid
Martin Luther King Jr. profere o seu famoso discurso “Eu tenho um sonho” em agosto de 1963 frente ao Memorial Lincoln em Washington, durante a chamada “marcha pelo emprego e pela liberdade”, na luta contra o racismo, o apartheid

É hora de não pagar a conta mensal de água. De uma água que não é fornecida pela Sabesp. De colocar as contas em um envelope e mandar para o palácio do governo em nome de Geraldo Alckmin.

A cobrança é um roubo. O dinheiro do povo não pode ir para o bolso dos industriais da seca, um bando de especuladores estrangeiros, de piratas internacionais e políticos brasileiros corruptos.

Wikipédia – Desobediência civil, que erradamente pode ser confundida como desacato, é uma forma de protesto político, feito pacificamente, que se opõe a alguma ordem que possui um comportamento de injustiça ou contra um governo1 visto como opressor pelos desobedientes. É um conceito formulado originalmente por Henry David Thoreau e aplicado com sucesso por Mahatma Gandhi no processo de independência da Índia e do Paquistão e por Martin Luther King na luta pelos direitos civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos.

Gandhi em uma das caminhadas em que protestou contra as imposições inglesas na Índia
Gandhi em uma das caminhadas em que protestou contra as imposições inglesas na Índia

Segundo os teóricos do direito, a desobediência civil possui cunho jurídico, mas não precisa de leis para garanti-la. Seria uma forma de expressão do direito de resistência, que é uma espécie de direito de exceção (ou seja, destacado do sistema de direito comum) e, embora tenha cunho jurídico, não necessita de leis para garanti-lo, por ser um meio de garantir outros direitos do Homem. O direito de resistência é o direito de lutar para garantir outros direitos básicos – tais como os direitos naturais à vida e à liberdade – quando as instituições públicas não cumprem seu papel e não há meios legais de assegurar o exercício desses direitos.  Trata-se portanto de manter, proteger ou conquistar direitos negados. Segundo John Rawls, a sociedade é “um sistema justo de cooperação social entre pessoas livres e iguais”. Todavia, mesmo numa sociedade bem ordenada pode haver instituições políticas, econômicas e sociais injustas. A desobediência civil é como “um aviso prévio da minoria à maioria, um protesto público não violento endereçado ao sentido de justiça da comunidade ou da sociedade como um todo, no intuito de reverter situações de injustiça”.

A desobediência civil está no mesmo patamar jurídico do direito de greve (para proteger os direitos dos trabalhadores) e o direito de revolução (para resguardar o direito do povo exercer a sua soberania quando esta é ofendida). A rigor, a desobediência civil é ilegal. No entanto, segundo o pensamento de Rawls, pode ser considerada como ato legítimo, na medida em que se fundamenta no princípio da justiça. Se a lei não for um instrumento de realização da justiça, o seu descumprimento é legítimo. Vale como uma espécie de legítima defesa contra a arbitrariedade e a injustiça.

Correio Braziliense – Estratégico tanto para Dilma Rousseff (PT) quanto para Aécio Neves (PSDB) por concentrar 22,4% do eleitorado, São Paulo está no centro das duas campanhas presidenciais nesta reta final do segundo turno. Enquanto o tucano tenta ampliar a vantagem que lhe assegurou a vitória no estado, com mais de 10,1 milhões de votos, a petista luta para reverter o quadro — no primeiro turno, ela foi indicada por 5,9 milhões de eleitores paulistas. No centro do duelo dos dois presidenciáveis, está a crise de abastecimento de água que se arrasta há 10 meses no estado e prejudica a rotina dos eleitores.

civil desobediência indignados

Ataques à gestão tucana: que começou com Montoro em 1983

 

Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que causa “estranheza” a tentativa do adversário do PSDB, Aécio Neves, de atribuir ao governo federal a culpa pela crise hídrica em São Paulo. Em campanha na capital paulista, a petista afirmou que o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), não quis ajuda federal em obras emergenciais. “Olharemos com grande estranheza qualquer tentativa de transferir a responsabilidade para o governo federal. Não acredito que as estruturas do governo do estado podem atribuir a nós qualquer responsabilidade, ou qualquer omissão de ajuda. Nós ajudamos em todas as circunstâncias”, declarou a presidente.

Apoiadores de Dilma em SP: o estado tem 31,9 milhões de eleitores
Segundo Dilma, Alckmin tratou o problema em “alto nível”, mas não considerou uma questão “emergencial”. “Lamento o que aconteceu com a questão da água. Venho olhando essa questão desde fevereiro. Procurei o governador Alckmin e falei que as nossas avaliações indicavam forte seca no Sudeste, e que duraria um período significativo. A água é atribuição dos governos estaduais”, alegou. Segundo a presidente, o governador tucano apresentou uma única proposta: a transposição de água do Rio Paraíba do Sul. As obras, no entanto, serão feitas a longo prazo.

A declaração de Dilma foi dada uma hora depois de Aécio Neves dizer, em Caeté (MG), que “talvez o que tenha faltado” fosse uma parceria do governo federal com a gestão de São Paulo. “Meu governo não vai terceirizar responsabilidades, vai assumir as suas e agir em parceria”, disse.

Jbosco
Jbosco

 

Frank
Frank

Racionamento d’água: e se, ao invés de São Paulo, fosse no RS?

 

Gilmar Crestani: A condescendência da velha imprensa com o PSDB passa dos limites. Graças à blindagem dos grupos mafiomidiáticos, o racionamento de água foi postergado oficialmente, embora ocorresse de fato, e assim Geraldo Alckmin se reelegeu no primeiro turno. Agora, em contraste com a seca de informações anteriores, que pingavam em doses homeopáticas, jorram informações. Continua, contudo, o padrão traçado por Judith Brito e abraçado pelo Instituto Millenium: excluir da responsabilidade os governantes correligionários.

A manchete desta segunda da Folha é paradigmática do padrão de compadrio entre a Folha e o PSDB. Fosse num governo do PT, o partido apareceria na manchete também o nome do governante.

Folha água

 

São Paulo Capital tem 2.627 favelas

 

 

 

 

 

 

Mídia esconde falta de água em São Paulo

 

Amorim
Amorim

 

A Sabesp divulgou mais um balanço alarmante sobre a situação do Sistema Canteira – que abastece mais de 8,8 milhões de pessoas da região metropolitana de São Paulo. Ele atingiu seu nível mais baixo na história: 9,2% de capacidade, incluindo o chamado “volume morto”. O resultado é que vários bairros da capital e das cidades próximas já não têm água na torneira. Até os donos de lava-jatos relatam que serão obrigados a fechar seus estabelecimentos. O racionamento de água – que a mídia tucana insiste em chamar de rodízio – atinge inclusive as áreas nobres da cidade. Restaurantes do bairro boêmio da Vila Madalena não têm sequer como atender os seus clientes.

água sao paulo

 

por Altamiro Borges

 

Apesar deste verdadeiro caos, os jornalões e as emissoras de tevê e rádio evitam destacar o assunto. Eles não querem criar um clima de pânico na sociedade. Os barões da mídia sabem que a atual crise pode afetar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Além das afinidades políticas com o tucanato, eles dependem dos milhões em verbas publicitárias e compra de assinaturas que o Palácio dos Bandeirantes despeja mensalmente em seus cofres. Os “calunistas”, que recebem régios salários e mamam nas tetas do Estado, nem sequer mencionam a tragédia – no pior tipo de jornalismo chapa-branca, desonesto e manipulador.

Neste domingo, a Folha tucana teve o desplante de cravar a manchete garrafal: “Desperdício de água de SP é quatro vezes volume poupado”. Como a maioria das pessoas só lê a capa do jornal nas bancas – o diário da famiglia Frias está em decadência, como menos de 300 mil exemplares de tiragem –, a mensagem repassada é a de que o povo é culpado pela crise de abastecimento. Já na chamada de capa mais sacanagem: “Maior cidade do país exemplifica o despreparo do Brasil para a crise hídrica”. Cidade! Brasil! Ambos administrados pelo PT, que não têm qualquer culpa no cartório. Nada sobre o PSDB que hegemoniza o Estado há quase duas décadas e é o maior responsável pelo atual desastre.

A edição de domingo da Folha foi uma bofetada na cara dos paulistas que ainda votam nos tucanos em São Paulo. Acorda otário! Ela deve ter, inclusive, gerado críticas de alguns leitores menos tapados. Tanto que nesta segunda-feira o jornal voltou a tratar do tema em editorial. Mas a famiglia Frias não recua, não faz autocrítica – nem sequer do seu apoio à ditadura militar, já descrita pelo diário como “ditabranda”. Sem citar novamente o PSDB, a Folha preferiu culpar a “falta de planejamento” do governo federal pela crise no setor. “O Planalto mal consegue tirar do chão as hidrelétricas necessárias para evitar novos apagões”.

Nada, nadinha, sobre o racionamento real, que já afeta milhões de pessoas, em São Paulo. Haja cinismo deste diário “chapa branca”, que tem o rabo preso com os tucanos – ou será o contrário? Na atual situação no mundo e no Brasil, não são os partidos da direita que determinam a linha editorial da velha imprensa. Pelo contrário. É a mídia monopolizada e manipuladora que orienta as forças partidárias da direita, que define suas agendas e pautas, que interfere nos rumos de um país. Sem esta força hegemônica, muitas organizações conservadoras inclusive já teriam falido. Como já teorizou o intelectual italiano Antonio Gramsci, a imprensa se transformou no verdadeiro partido da direita!

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Alckmin, o mágico: até a água sumiu em São Paulo

Ou falta ou tem água poluída, por Jean Gouders
Ou falta ou tem água poluída, por Jean Gouders

 

Faltar água em estados brasileiros exportadores de água é preciso que o governador seja muito incompetente ou safado. Ou as duas cousas juntas. Quando se sabe que o Brasil possui os dois maiores aquíferos do mundo, inclusive aquíferos para descobrir, e rios e mais rios e lagos e lagoas encantadas, e secretas fontes dágua e cascatas.

Esconder uma cascata é coisa mágica. Só para exemplificar: Quantas cascatas invisíveis têm os estados nordestinos?

Não existe o mapa das águas no Brasil. O mesmo acontece como o mapa das ilhas fluviais, marítimas e oceânicas. Se perguntar para Ana, a prostituta respeitosa, quantas ilhas o Brasil tem, a resposta vem rápida na ponta da língua sensual e promíscua: – “Uma longa costa oceânica e quase nenhuma ilha. Por que esta divisão colonial de ilhas marítimas e oceânicas? Quantas ilhas foram dadas como concessões? O Brasil possui milhares de  ilhas fluviais, inclusive as maiores do mundo.

Um raro mapa fluvial de São Paulo que anda sem água na torneira da casa dos pobres, e com um crescente comércio de água engarrafada – um rico negócio nas mãos da pirataria internacional, e que cria as maiores fortunas individuais de brasileiros e brasileiras do quarto, copa e cozinha de diferentes governos estaduais e da União dos lá de cima.

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água são paulo

água sao paulo

Mais um inquérito do MP que vai com com os burros n'água
Mais um inquérito do MP que vai dar com com os burros n’água

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São Paulo X Rio de Janeiro. A GUERRA DA ÁGUA

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A guerra dos desgovernos. Da corrupção. O povo sempre perde. Ganham as multinacionais engarrafadoras de água.

Veja só um exemplo: Aquífero Guarani foi o nome que, em 1996, o geólogo uruguaio Danilo Anton propôs para denominar um imenso aquífero que abrange partes dos territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e principalmente Brasil, ocupando 1 200 000 km². Na ocasião, ele chegou a ser considerado o maior do mundo, capaz de abastecer a população brasileira durante 2500 anos. A maior reserva atualmente conhecida é o Aquífero Alter do Chão, que fica na Amazônia.

A maior parte (70% ou 840 mil km²) da área ocupada pelo aquífero — cerca de 1 200 000 km² –  está no subsolo do centro-sudoeste do Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina (255 mil km²), noroeste do Uruguai (58500 km²) e sudeste do Paraguai (58500 km²), nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do aquífero é estimada em quinze milhões de habitantes.

  • Mato Grosso do Sul (213 700 km²)
  • Rio Grande do Sul (157 600 km²)
  • São Paulo (155 800 km²)
  • Paraná (131 300 km²)
  • Goiás (55 000 km²)
  • Minas Gerais (51 300 km²)
  • Santa Catarina (49 200 km²)
  • Mato Grosso (26 400 km²)

Nomeado em homenagem ao povo Guarani, possui um volume de aproximadamente 55 mil km³ e profundidade máxima por volta de 1 800 metros, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação. É dito que esta vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por duzentos anos. Devido a uma possível falta de água potável no planeta, que começaria em vinte anos, este recurso natural está rapidamente sendo politizado, tornando-se o controle do Aquífero Guarani cada vez mais controverso.

Corria o boato, durante o governo Fernando Henrique, que o Brasil teria entregue o Aquífero Guarani aos Estados Unidos como caução da dívida externa.

São Paulo é um estado rico em água. Já tive oportunidade de mostrar sua hidrologia e hidrogeologia. (Clique nas fotos para ampliar).

Quantos aquíferos possui São Paulo?

Aquíferos São Paulo. Quantas outorgas existem para a pirataria estrangeira? Para onde vai a água exportada por São Paulo?
Aquíferos de São Paulo. Quantas outorgas existem para a pirataria estrangeira? Para onde vai a água exportada por São Paulo?

A

Rio Tietê, um dos principais rios paulistas. Na imagem, o rio está na altura de Cabreúva, mas percebe-se que ainda há poluição da metrópole.

B

C

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I

J

Cachoeira do Pimenta, a maior do Rio Jacuí

L

M

Rio Monjolinho, vista dentro da cidade de São Carlos-SP.

N

Rio Novo- Lat. S 22º56’39” e Log. O 49º03’12”

P

Rio Paranapanema no município deParanapanema

Rio Pardo cruzando o centro da cidade deÁguas de Santa Bárbara

Q

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Rio Tietê em Barra Bonita / Igaraçu do Tietê

V

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Racionamento d’água em São Paulo: Incompetência dos sucessivos governos tucanos

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Escreve Ana Cecilia da Costa e Silva: “Dentre os grandes temas da atual agenda sócio-econômica mundial, está a questão da escassez de água potável.

Hoje, dos 6 bilhões de habitantes, 1,1 bilhões não têm acesso à água doce, que inclui a água potável para higiene pessoal e irrigação e produção de alimentos. O último relatório para o desenvolvimento das Nações Unidas prevê que até 2050, 45% da população mundial não terá acesso à quantidade mínima de água para atender suas necessidades básicas de ingestão e para produção de alimentos se mantidas as atuais taxas de crescimento do produto e da população (PROGRAMA, 2006).

As reservas mundiais de água doce estão concentradas em poucos países: Brasil, Rússia, China e Canadá. Cabe a esses países desenvolver tecnologia que permita, ao mesmo tempo, captação e preservação dos mananciais dessa água, já que a quantidade de água doce disponível no planeta é a mesma há 100 milhões de anos e é um bem não renovável (ECO, 2007).

Nesse sentido, o comércio internacional ganha fôlego, considerando que a troca de bens escassos sempre foi tema de discussão na economia internacional”.

O Brasil tem pouco mais de 13% de toda a água doce do planeta. Os desafios são: reduzir o enorme desperdício domiciliar, industrial e agrícola; acabar com a contaminação dos rios e lagos e, quem sabe um dia, conseguir cobrar alguma coisa pelo item mais nobre da nossa balança comercial. E acabar de vez com o tráfico internacional de água, com a desnacionalização do comércio de abastecimento  das cidades, inclusive de água engarrafada. A safadeza é tão grande que empresas multinacionais usam garrafas e botijões de plástico.

Graças à localização intertropical, ao clima e à geologia, o Estado de São Paulo tem abundância de água superficial e subterrânea. O racionamento por falta de chuvas parece piada. Quando várias cidades reclamam das enchentes.

As águas subterrâneas e os aquíferos são bem explorados pelos piratas estrangeiros. E faltar água é incompetência tucana.

Estudo realizado em 2005, pelo governo de São Paulo: A chuva média plurianual que ocorre no território de SP é da ordem de 1380 mm/ano ou 10.800 m3/s. Deste total, apenas 30% (3120 m3/s) constituem a vazão média que escoa pelos rios. Uma parcela desta vazão média constitui o chamado escoamento básico, isto é, o volume de águas subterrâneas que, na fase terrestre do ciclo hidrológico, mantém o nível de base dos rios durante o período seco; corresponde a 40% (1280 m3/s) do escoamento total.

A demanda atual por água superficial é da ordem de 350 m3/s, assim repartida:

• abastecimento público: 110 m3/s

• uso industrial: 93 m3/s

• irrigação: 143 m3/s

• uso doméstico rural: 4 m3/s

 

 

As outorgas e privatização da água, o ouro azul

Arcadio Esquivel
Arcadio Esquivel

 

Ficam avisados os que pretendem votar em Eduardo Campos para presidente do Brasil. Ele como secretário da Fazenda do avô, terceiro e último governo de Miguel Arraes, privatizou a Celpe, Companhia de Eletricidade de Pernambuco. Também governador, desde 2007, Eduardo Campos, nas surdinas, privatizou a Compesa, Companhia de Água e Saneamento de Pernambuco que, empresa do povo, passou a ser uma S.A., sociedade anônima. Isto é, pertence hoje a desconhecidos donos.

Se a eleição presidencial, deste ano, exigir um segundo turno, prevalecerá a dobradinha Eduardo Campos/Aécio Neves contra Dilma Rousseff. Não tem outra possibilidade.

Eduardo Campos presidente vai privatizar o que restou de riqueza nacional, depois dos leilões quermesses de Fernando Henrique, que criou as Anas, prostitutas respeitosas que defendem os interesses das empresas brasileiras que foram desnacionalizadas.

Não vou livrar a cara de Lula, que este blogue que edito não tem patrocinador.

Quando Eduardo Campos mandou prender e censurar Ricardo Antunes, e quando Aécio Neves mandou prender e censurar Marco Aurélio Carone, alegaram os anjos da escuridão da polícia e do judiciário, que estes jornalistas, “inimigos da ordem pública”, eram empresários da comunicação, com o mesmo poder econômico de um Marinho, de um Frias, de um Mesquita, ou um deputado ou senador, políticos vendidos que receberam concessões de rádio e televisão, de Fernando Henrique, para votar a reeleição, que Eduardo Campos jura ser contra. Justamente ele, que foi reeleito governador de Pernambuco.

Contra Carone, “de acordo com o Ministério Público, será apurada a fonte de recursos responsável por financiar o site, uma vez que ele não conta com anunciantes. De acordo com o MP, o Novo Jornal sobrevive com recursos de origem clandestina”.

Os meus sites são patrocinados pelo Governo de Pernambuco. Explicando: tiro da minha aposentadoria 59 reais e 90 centavos para pagar a uma empresa internacional – que nada é brasileiro em cibernética – que me fornece uma linha na internet. Tudo mais é de graça.

Será que algum f.d.p. vai me chamar de empresário?

Não tenho nenhum funcionário ou colaborador. Apenas pago impostos indiretos. Da minha miserável e humilhante aposentadoria, retiro menos de 60 reais para manter meus blogues, pelo vício de escrever, desde que era criança, quando dirigi o primeiro jornal estudantil em Limoeiro, Pernambuco. Depois um universitário, no Rio Grande do Norte.

Voltando a Lula. Ele criou a Ana, que chamou de menina dos olhos lá dele.

A Agência Nacional de Águas abre as pernas para os piratas estrangeiros, dando nosso ouro azul. Esse entreguismo (concessões), Ana chama de outorgas. É um meio de enriquecimento de muitos amigos da corte. O cortesão ou a cortesã pega uma outorga de Ana, depois revende para uma multinacional, ou entra de sócio minoritário. Assim foram criadas grandes empresas fabricantes de água (engarrafadoras), de suco de frutas, de bebidas frias e quentes etc.

Não esquecer que o Brasil possui os maiores aquíferos do mundo, o primeiro e o segundo, e o Mar Doce do Rio Amazonas.

El negocio del agua potable

por Edmundo Fayanas Escuer | Nuevatribuna.es
ARTSENAL
ARTSENAL

Recientemente [agosto 2013] se ha producido en la Unión Europea la primera iniciativa ciudadana europea sobre la gestión pública del agua que han recogido ya, más de millón y medio de firmas. La iniciativa ciudadana europea es el instrumento que los habitantes de los países de la Unión Europea tienen desde el año 2012 para intervenir en la agenda política europea.

Como consecuencia de esta iniciativa, el comisario europeo del Mercado Interior. Michel Barnier, anunció que el agua quedaba excluida de la propuesta de la directiva europea sobre concesiones, que es la norma que regula los contratos de las Administraciones y las empresas privadas para la prestación de servicios de interés público.

Ha sido un gran triunfo de aquellos que defendemos que el agua es un derecho básico para la vida del ser humano, y en consecuencia, debe alejarse del mundo privado y ser un bien que esté garantizado por el Estado. Ni el agua ni los servicios de saneamiento deben estar sujetos a fórmulas de de cooperación público-privada ni, mucho menos ser privatizado.

Ha sido una práctica habitual de la Comisión Europea el de obligar y exigir a los países de la Unión y sobre todo, a todos aquellos que han solicitado ayudas, a imponerles entre una de sus obligaciones la privatización de su sistema público de agua potable, como estamos viendo actualmente en Grecia, donde entre las condiciones impuestas esta la privatización de las sociedades de gestión de agua y saneamiento de Atenas y Salónica.

Esto mismo ha venido obligando el Banco Mundial y el Fondo Monetario Internacional sobre todo en América latina,  como por ejemplo en Cochabamba (Bolivia) donde se dieron concesiones de agua en el año 2000 a una multinacional norteamericana, la cual impuso que los beneficios debían pagarse en dólares. Lo primero que hizo, fue subir el precio del agua un 50%. Como consecuencia toda la ciudad se sublevó y la multinacional tuvo que abandonar la ciudad y el país.

El economista John Stuart Mill, sustentaba la tesis de que la gestión del agua es un monopolio natural que debe estar  en manos públicas. Este economista de finales del siglo XIX, aviso que las inversiones necesarias para sostener servicios como los del agua y el del saneamiento, hacían de ellos un negocio que solo puede llevarse a cabo ventajosamente a una escala tan grande que haga casi ilusorio la libertad de competencia. Stuart Mill considera que el tema del agua es mucho mejor tratarlo de inmediato como una función pública.

¿Es un negocio el agua potable de las ciudades? SI. En primer lugar, es una actividad que deriva siempre en monopolio. El precio de la concesión, lo acaba marcando la propia empresa, además el nivel de cobro de los recibos es prácticamente total, por lo que permite a las empresas disponer siempre de importantes cifras de financiación. El nivel de mantenimiento de las instalaciones en manos privadas es mínimo, por lo que en la práctica supone un deterioro de las instalaciones y de la calidad del agua y del servicio. Las empresas privadas si entran es este tipo de negocios es porque normalmente se les garantiza un beneficio alrededor del 10% anual.

Las principales multinacionales del agua son francesas y británicas. Es España destacan Agbar, Acciona y Aguas de Valencia. Lo que se está viendo es que muchas ciudades que habían privatizado sus sistemas públicos de agua, lo están volviendo a asumir, ante el fracaso del servicio privado. Caso emblemático es la ciudad de París, sede de las más importantes multinacionales de agua. París remunicipalizó su servicio de agua en el año 2010.   En el año 2011, la empresa municipal “Eau de París” consiguió un beneficio de 35 millones de euros, lo que le permitió un recorte de tarifas del 8% y además siguió invirtiendo en el mantenimiento de su red de agua.

La propia ciudad de Berlín, que  era una de las pocas ciudades alemanas de gestión privada del agua, está dando marcha atrás. El ayuntamiento berlinés, compró el 50% de las acciones que estaban en manos de la multinacional británica RWE y ahora hace lo mismo con la multinacional francesa Veolia, para así lograr el cien por cien de su capital y gestionar públicamente el agua de Berlín.

En nuestro país, más de un 50% de la gestión del agua está en manos privadas y la tendencia es a aumentar. Muchos ayuntamientos y comunidades autónomas intentan vender sus sistemas públicos de agua. Dos son los casos más llamativos, por un lado, el intento de privatización del canal de Isabel II en Madrid, empresa pública con beneficios y que es modelo de gestión del agua.

El segundo caso, es la privatización en Cataluña por parte de la Generalitat de la empresa pública Aigues del Ter-Llobregat. Concesión valorada en mil millones de euros por un periodo de cincuenta años y que fue ganada por Acciona pero que ha provocado una guerra jurídica entre esta y Agbar.

Como vemos, la presión para la privatización en los países del sur de Europa aquejados por la crisis económica va en contra de las decisiones, que se están tomando en los países centrales de Europa. El consumo humano de agua representa el 10% del total de agua consumida, por ello la garantía del derecho humano sobre el agua pasa por la propiedad y la gestión pública democrática y transparente, de un bien que es esencial para la vida.

Tras el éxito de la iniciativa ciudadana europea, ahora debemos pedir que se incluya en la legislación comunitaria el derecho humano al agua y al saneamiento. Así, podremos frenar esta sin razón de los procesos privatizadores de servicios públicos de agua que se están dando en nuestro país.

 

OURO AZUL
OURO AZUL