Garoto de 14 anos morto a pedradas e pancadas no Espírito Santo

 

Data: 13/06/2015 - ES - Cariacica - Rafael Barbosa de Melo, morto a pedradas, foi sepultado no cemitério público de Itaenga, em Cariacica - Editoria: Polícia - Foto: Guilherme Ferrari - NA
Rafael Barbosa de Melo, morto a pedradas, foi sepultado no cemitério público de Itaenga, em Cariacica –  Foto: Guilherme Ferrari

Aluno do 7º ano do Ensino Fundamental, 14 anos, o mais velho de sete filhos, morador de Santa Catarina, Cariacica, e dono de um sonho, ser um estilista famoso. Assim era o estudante Rafael Barbosa de Melo, morto a pedradas e pancadas, no início da manhã deste sábado (13), no bairro onde residia com a família.

Para a mãe de Rafael, a morte do rapaz pode ter sido motivada por homofobia. “Muitas pessoas implicavam com ele, caçoavam e o xingavam. Implicavam com o jeito dele andar, dele andar e por ele fazer roupas. Ele sofria muito, por isso meu filho era uma pessoa de poucos amigos e muito fechado. ”, descreve a mãe, a dona de casa Wanderléia Barbosa, 33 anos.

O corpo do rapaz foi encontrado por volta das 7h30 de sábado, por vizinhos. O rapaz havia saído de casa às 6h30 para tomar café na casa da avó que mora a algumas ruas de onde residia.

local assassinato garoto 14 anos homofobia Santa Catarina

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“Passava horas no quarto fazendo roupas para bonecas”, diz a mãe

Irmão mais velho de sete irmãs, o estudante Rafael era muito quieto. “Brigava muito com as irmãs, acho que pela diferença de idade. Era caseiro, passava horas no quarto fazendo roupas para bonecas. Mas eu preferia assim do que se ele ficasse na rua”, observou a mãe do estudante.

Segundo a mãe, a última vez que viu o filho foi no horário da novela, na sexta-feira. Rafael foi para o quarto dormir e, pela manhã, ela foi acordada pelo marido, padrasto do estudante, a avisando sobre a morte do filho.

“Ele não mexia com nada errado. Frequentava a igreja e o grupo de jovens. Ele gostava muito do grupo pois havia brincadeiras e leitura e interpretação da Bíblia”, detalha Wanderléia.

O local do crime é uma estrada de terra batida que Rafael e as irmãs usavam para ir para o colégio. O trajeto sempre preocupou a mãe do rapaz. “Por ser isolado e por tudo que ele passava, eu tinha medo que fizessem algo contra ele ali”, contou Wanderléia, apesar de sábado, o menino não ter aula.

Entrevista

Ainda tentando absorver a crueldade que tirou a vida do filho mais velho, a dona de casa Wanderléia Barbosa disse que acredita que o estudante tenha sido morto depois de ter respondido às ofensas. “Meu filho sofria bullying no colégio por gostar de fazer roupas, pelo jeito dele andar e de falar. No bairro, ouvia, sempre calado, piadinhas diariamente. Acho que dessa vez ele deve ter explodido e acabaram tirando a vida dele”, diz a mãe.

Como era o Rafael?
Era um rapaz quieto, com pouquíssimos amigos e muito fechado. Conversávamos muito, ele me contava as coisas que passava no colégio e na rua.

Que tipo de constrangimentos ele sofria?
Era xingado na rua, no colégio e sempre faziam piada dele. Mas meu filho nunca revidou, ouvia tudo calado.

A senhora tinha uma boa relação com ele?
Sim. Ele me contava tudo o que passava e eu sempre estive ao lado dele. Até na escola eu fui para conversar com os professores e pedia ‘meu filho, deixa esse povo pra lá’. Ele fingia que não estava ouvindo. Eu e minha família estávamos pensando em mudar desse bairro para que meu filho pudesse ter paz.

O que Rafael gostava de fazer nas horas livres?
Ele fazia roupas para bonecas, desenhava peças de roupas e fazia fotos dessas coisas. Dizia que queria ser estilista, que era o sonho dele. Não gostava de estudar, mas era muito dedicado a isso.

O que você acha que motivou o assassinato do Rafael?
Acredito que implicaram com ele mais uma vez, só que talvez meu filho tenha reagido respondendo ao bullying. Acho que Rafael explodiu e acabou morto desse jeito.

Transcrito da Gazeta Online

Um sueco assassinado em uma das favelas mais turísticas do Rio

Mille Ballai Miuta, de 34 anos, havia se tornado sócio há poucos meses de um albergue do Vidigal

por Francho Barón/ El País

Mille Ballai Miuta era sócio da Casa Alto Vidigal
Mille Ballai Miuta era sócio da Casa Alto Vidigal

 

Na tarde do último sábado, com a confirmação de que o Brasil se classificava para as quartas de final da Copa do Mundo depois de uma dramática cobrança de pênaltis, a favela do Vidigal explodia em uma euforia coletiva. Enquanto dezenas de milhares de vizinhos festejavam a vitória com música e cerveja, o cadáver do iraniano de nacionalidade sueca, Mille Balai Miuta, de 34 anos, era encontrado no interior do albergue Alto Vidigal, um dos albergues pioneiros, e também um dos mais conhecidos, entre os que funcionam em algumas favelas do Rio. Pouco se sabe ainda sobre a morte do jovem empresário, apenas que era um dos sócios do albergue, conhecido por ter passado por diferentes etapas, algumas delas polêmicas. Enquanto os grupos de traficantes mantiveram o controle territorial da favela, o Alto Vidigal organizava famosas festas de música eletrônica frequentadas por gente de todas as condições sociais. Ricos e pobres se misturavam em um grande terraço do qual era possível ter uma impressionante visão panorâmica da praia de Ipanema. Era normal que a facção que controlava a vida na favela se permitisse às vezes a liberdade de instalar um ponto de venda de drogas na porta do estabelecimento.

Depois de muitas polêmicas e a chegada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade, os traficantes desapareceram e os donos de Alto Vidigal adaptaram o negócio à nova etapa. As festas começaram a ser mais tranquilas e o amanhecer que se avista do privilegiado mirante passou a ser o principal atrativo. O albergue foi selecionado durante anos por múltiplas publicações turísticas como uma das melhores opções noturnas do Rio.

Que vista. Fachada da pousada Casa Alto Vidigal, onde um dos sócios foi assassinado domingo - Felipe Hanower: O Globo
Que vista. Fachada da pousada Casa Alto Vidigal, onde um dos sócios foi assassinado domingo – Felipe Hanower: O Globo

A morte de Balai Miuta, sócio do albergue havia poucos meses, deixa uma série de perguntas. Várias fontes próximas ao empresário consultadas pelo EL PAÍS afirmam que o sueco foi assassinado horas antes do início da partida entre Brasil e Chile. Todas elas também dizem que a morte foi motivada por um ajuste de contas ou por uma vingança. Segundo uma das primeiras pessoas a encontrar o cadáver do sueco, o corpo não apresentava marcas de ter recebido disparos ou feridas próprias de arma branca. As mesmas fontes asseguram que Balai foi assassinado por asfixia ou a golpes. Outras pessoas consultadas sob condição de anonimato relatam que uma semana antes ele recebeu um aviso de um membro do narcotráfico local ainda ativo: Balai estava marcado para morrer.

O início da investigação mostra que Ballai foi asfixiado ou assassinado a golpes por vingança

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil descartou que Balai tivesse sido vítima de um roubo. Uma pessoa próxima ao sueco dá uma informação crucial para descartar esta possibilidade: no quarto onde foi encontrado o corpo sem vida também havia 50.000 reais em dinheiro, que não foram levados.

Balai era conhecido no bairro por ser uma pessoa sociável, solidária e introspectiva. Vivia no albergue e desenvolvia boa parte de sua rotina na zona alta da favela, que conta com uma alta concentração de albergues que estão na moda.

Vidigal é uma favela conhecida no Rio por suas vistas espetaculares e por estar encravada entre os bairros ricos de São Conrado e Leblon. Nos últimos anos, foram abertas nesta comunidade muitos albergues que a converteram no principal pólo de alojamento alternativo no Rio. Caras conhecidas das artes e do espetáculo também investiram no mercado imobiliário local.

 

 

56 337 homicídios por ano

 

assassinato chacina

Os governos estaduais não cuidam da segurança do povo, e sim das elites. A polícia civil não investiga p. nenhuma. Cria muitas vezes inquéritos fajutos. A polícia militar virou delegacia de polícia, com missão específica de reprimir as greves e os protestos sociais. E para completar o estado policial que governa o Brasil, os prefeitos inventaram de multiplicar os guardas municipais que passaram a andar com armas de fogo. E crescem as empresas de segurança – um milionário negócio – contratadas pelo judiciário, o legislativo, o executivo, e como capangas dos empresários, industriais e banqueiros, notadamente.

Les Brésiliens ont battu un nouveau record : 56 337 homicides par an, selon le think tank Mapa da Violencia (Carte de la violence), basé à São Paulo. Les derniers chiffres disponibles sont ceux de 2012. Leur source sont les certificats de décès, totalisés ensuite dans le Système d’informations sur la mortalité du ministère brésilien de la santé. Ils montrent une hausse constante des meurtres commis au Brésil.

Car le taux l’élucidation des homicides au Brésil est ridicule, et l’impunité quasi totale. Outre la justice et le système pénitentiaire, la crise sécuritaire révèle l’obsolescence du modèle basé sur la coexistence inefficace entre une police civile (chargée des enquêtes) et une police militaire (équivalente à une gendarmerie, chargée de l’ordre public). Ces deux polices relèvent des États fédérés, impuissants face au fléau, mais refusant de céder leurs prérogatives. Ce modèle a été revu à la marge, avec la création de gardes municipales, sans incidence sur les crimes majeurs.

Pelo conjunto de tabelas a seguir que, na década 2002/2012: • Cresce significativamente o número de vítimas nos acidentes de transporte, que passam de 33.288 para 46.581: aumento de 38,3%. Considerando o incremento populacional no período, esse aumento continua significativo: 24,5%; • Crescem também os homicídios de forma mais moderada. Passam de 49.695 para 56.337, crescimento, em termos absolutos, de 13,4%, mas as taxas, considerando o aumento da população, sobem só 2,1%. • Esse modesto crescimento nos homicídios encobre alguns fatos bem marcantes: ⇒1980/2003: Históricamente, desde a década de 90 e até 2003, crescimento acelerado das taxas de homicídio, centrado na explosão desenvolvimentista de poucas grandes metrópoles.

⇒ 2003/2007. Estratégias de desarmamento e políticas nos estados mais violentos resultam primeiro em quedas e mais tarde em estabilização nas taxas de homicídio. ⇒ 2007/2012. As taxas retoman a tendencia crescente passando de 25,2 em 2007 para 29,0 em 2012, isto é, um aumento de 15,3% no quinquênio. Por sua vez, o número de suicídios s elevase de forma contínua e sistemática ao longo da década: 33,6% e as taxas 20,3%. Considerando a evolução das três causas de mortalidade violenta entre 2011 e 2012, podemos observar que: • Crescem pesadamente as taxas de homicídio, com um aumento nacional de 7,0% • Se essa é a média nacional, no caso de Roráima as taxas crescem 71,3%, Ceará 36,5% e Acre 22.4% • Só em 5 Ufs foram registradas quedas nas taxas de homicídio. Quedas insignificantes nos casos de Espírito Santo e Rio de Janeiro, moderadas nos casos de Pernambuco, Paraíba e Alagoas. • O crescimento das mortes por acidentes de transporte no último ano foi moderado: 2,5%, mas são índices que continuam crescendo de forma sistemática e constante a partir do ano 2000. • Destaque negativo neste campo são Paraíba, Pará, Maranhão, Rondônia a Piauí, cujas taxas cresceram acima de 10% nesse ano. No outro extremo, Amapá e Distrito Federal fizeram cair suas taxas também acima de 10%. • Também os suicídios aumentaram de forma preocupante entre 2011 e 2012: 3,9%, com destaque para Brasília e Goiás, com incrementos de 23,8 e 18,5% respectivamente.

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Goiânia
Goiânia
RIO DE JANEIRO, A POLÍCIA QUE MATA
RIO DE JANEIRO, A POLÍCIA QUE MATA

Vender alimentos estragados e/ou contaminados é assassinato premeditado. A ganância dos supercados

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O bicho-papão dos supermercados é o Wal-Mart, com 4.500 lojas em 14 países e faturamento maior do que o produto interno bruto da Arábia Saudita e da Áustria. Em seguida, vêm Carrefour, Home Depot, Metro e Royal Ahold, segundo pesquisas do Grupo ETC, Oligopoly Inc 2005, que monitora as atividades das corporações globais, especialmente na agricultura, alimentação e farmácia.

O monopólio da Wal-Mart está camuflado pelos nomes Hipermercados Big, Hiper Bom Preço, Maxxi Atacado, TodoDia, Sam’s Club, Bompreço, Nacional e outros.

As prateleiras do Wal-Mart e de todos os outros supermercados do Brasil estão abarrotadas de produtos da Bunge, como as margarinas Delícia, Primor, Soya, Cyclus; os óleos Soya, Primor, Salada e Cyclus; as maioneses Primor e Soya; e azeites Delícia e Andorinha. Muitos desses óleos são transgênicos e, por determinação judicial, deveriam ter um rótulo especial para alertar o consumidor. Nunca respeitaram esse dispositivo legal.

A “globalização neoliberal” atingiu grau tão elevado, que as leis de mercado funcionam ao contrário do que apregoam os economistas de aluguel: a maior oferta, junto com a menor capacidade de compra, não resulta em queda de preços, mas no contrário.

Com a Cargill e a ADM, a Bunge controla 60% da produção de soja no Brasil, para alimentar o gado na Europa. O preço e o comércio das commodities, em geral, são manipulados ainda pela Dreyfus, Syngenta e Monsanto.

Para colocar cada vez mais produtos no mercado mundial, esse grupo promove o desmatamento ilegal, inclusive com trabalho escravo, grilagem de terras públicas e violência contra comunidades locais.

A especulação desses grupos é responsável pela elevação dos preços dos cereais, principalmente o arroz, artigo que não é utilizado na produção de biocombustíveis.

Na área de laticínios, o mercado é manipulado por apenas três: a Nestlé, a Parmalat e a Danone. A Nestlé domina também o setor de processamento de alimentos e vende o dobro ou o triplo dos demais componentes do monopólio: Archer Daniel Midlands, Altria, PepsiCo, Unilever, Tyson Foods, Cargill, Coca-Cola, Mars e Danone.

Há décadas a Nestlé é responsabilizada pela desnutrição e morte de crianças de idade tenra, devido à suspensão precoce das campanhas em prejuízo do aleitamento materno, para expandir as vendas dos seus produtos, principalmente o leite em pó, as sopinhas e papinhas que, muitas vezes, contém até alimentos transgênicos.

Transcrevi trechos de Archibaldo Figueira. Além de toda essa sacanagem, inclusive emprego de mão de obra escrava, os supermercados vendem alimentos estragados.

 

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OS RISCOS DE CONSUMIR ALIMENTOS ESTRAGADOS SÃO:

DIARRÉIA, MAL-ESTAR, VÔMITOS, NAÚSEA, DOR DE CABEÇA OU INTOXICAÇÃO GRAVE, FALTA DE APETITE, DORES ABDOMINAIS, FEBRE, COLITES E, EM CERTOS CASOS, MORTE.

 

 

A nutricionista Patrícia Azevedo B. Freire alerta: Ao contrário do que muitos pensam, há uma considerável diferença entre alimentos estragados e alimentos contaminados. Um alimento estragado contém microorganismos deteriorantes. Esses microorganismos alteram as características do alimento, como a cor, odor, sabor e textura, e por isso são rejeitados pelos consumidores. Por outro lado, o alimento contaminado contém microorganismos patogênicos. Neste caso, os alimentos não apresentam alterações nas suas características, e são consumidos sem que se perceba qualquer problema. Aí está o risco, pois os microorganismos patogênicos causam doenças e são grandes responsáveis pelos surtos alimentares.

A Anvisa criou um guia de alimentos e vigilância sanitária, mas como toda Ana, prostituta respeitosa, nada faz. Aparece vez em quando o Procon, com suas multas para inglês ver. Nas inspeções aos supermercados sempre encontra produtos com validade vencida. E acontece o crime mais grave: flagrar um estabelecimento criminoso alterando o preço de validade.

Se tiver fiscalização para valer: todos os dias profanos e santos, em qualquer supermercado, toneladas e mais toneladas de alimentos estragados seriam confiscados dos estoques e prateleiras.

Para perceber a importância deste tema, basta observar que de 1999 a 2007 ocorreram 5.699 surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil. Estes surtos afetaram cerca de 114 mil pessoas e causaram 61 mortes. Estima-se que o número de pessoas atingidas seja muito superior, visto que a maior parte dos casos menos graves não é notificada às autoridades de saúde pública.

 

atento a doenças

Maioria dos crimes no Brasil não chega a ser solucionada pela polícia

De cada cem crimes pelo país, mais de 90 nunca foram descobertos. E, assim, somente uma faixa de 5% a 8% dos assassinos são punidos.

assassinato chacina

por César Menezes

Na série “Impunidade”, está um retrato da investigação criminal no Brasil. O que acontece desde o local do crime até o julgamento ou o arquivamento do processo.

Por ano, são mais de 50 mil mortes no país. E os casos em que os assassinos são punidos não chegam sequer a 8%.

Fabrício Krettli, 22 anos. Assassinado na porta de casa, na frente dos pais.

Mário Gabardo, 20 anos. Morto em uma rua movimentada por um homem que nem se preocupou em esconder o rosto.

Thúlio Pinheiro, 20 anos também. Executado por engano diante de testemunhas que têm medo de falar.

Yasmin Stefani Silva Santos, dois anos e sete meses. Ela estava no colo da mãe, dentro de um táxi que foi fuzilado, à luz do dia, numa das cidades mais violentas do país. Essas são histórias de perdas sem respostas. Histórias que precisam ser contadas. O Jornal da Globo convida para uma viagem pela investigação criminal brasileira.

TRAGÉDIA EM SÃO PAULO

“A sensação de abandono, de estar sozinho no mundo, de não ter ninguém por você. Você vai perdendo a credibilidade que você tem nos homens, nas autoridades, cada dia mais”, diz Francisco Krettli, pai de Fabrício.

Os pais de Fabrício Krettli têm medo de morrer e fugiram de São Paulo para o interior da Bahia. “Só lágrima, tristeza e dor da impunidade. De nada acontecer, você não ter resposta”, lamenta Maria Krettli, mãe de Fabrício. Casa, salão de beleza, pizzaria. Tudo o que eles construíram com a ajuda do filho ficou para trás.

“É como se você fosse roubado. Eu fui roubada, tiraram de mim o meu filho. Não sei por quê”, conta Maria Krettli.

Fabrício era estudante de gastronomia. Queria ser mestre confeiteiro, mas foi morto antes de se formar na porta de casa, às 22h30 do dia 11 de dezembro de 2012.

“Ele chegou, anunciou que era um assalto. A gente levantou a mão e falou ‘pode levar’. A hora que a gente falou ‘pode levar’, ele deu o primeiro tiro no Fabrício. Fabrício estava caindo, ele deu o segundo e aí ele saiu correndo”, lembra jovens que viram o ocorrido.

Dois rapazes que eram amigos de Fabrício correm risco desde que tentaram ajudar a polícia a descobrir o assassino. “Tudo que a gente podia tentar levar para ajudar, a gente fez. Tentou falar aonde podia ter algumas filmagens do dia, da cena, como foi acontecido”, diz um dos jovens.

Na época, a namorada de Fabrício apontou um suspeito, mas a polícia não investigou. “O que eu ouço toda vez que eu vou até a polícia é que ninguém tem prova de nada. Mas as possíveis provas que a gente levou até lá não foram nem verificadas”, lamenta o jovem.

O Jornal da Globo questionou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo sobre a morte de Fabrício Krettli. Por nota, a responsável pela divisão de homicídios informou “que 16 pessoas foram ouvidas, que as investigações estão avançadas e que, até agora, foi ouvido um suspeito”.

MAPA DA VIOLÊNCIA

O mapa da violência no Brasil faz uma comparação chocante. Em 2011, último ano com informações disponíveis, foram assassinadas 52.198 pessoas no país. São números de guerra.

De 2008 a 2011, foram 206 mil, quase o mesmo número de vítimas dos 62 maiores conflitos do planeta nos últimos quatro anos. A fonte é o Mapa da Violência 2013, elaborado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latinoamericanos.

As primeiras horas são as mais importantes para a polícia desvendar um crime.
Os investigadores costumam dizer que a cena do crime fala, desde que ninguém destrua as evidências: relatos de testemunhas, a posição do corpo, as cápsulas das balas disparadas, impressões digitais e marcas no chão.

Por isso, o local precisa ficar isolado até ser analisado por peritos bem treinados e equipados. Todo mundo já viu isso em filmes policiais. Mas o que acontece nas ruas brasileiras é bem diferente.

CRIMES SEM SOLUÇÃO

Periferia de Natal, capital do Rio Grande do Norte. As delegacias da cidade fecham à noite. Apenas duas equipes, com oito policiais cada, trabalham nesse horário para proteger a população de mais de um milhão de pessoas.

O Jornal da Globo acompanhou o trabalho dos policiais. Foi uma noite violenta. Antes das 23h, três corpos em três bairros diferentes. Em um local, um homem foi executado com mais de dez tiros. Quando os investigadores chegaram, dois policiais militares tentavam isolar a área.

“A gente compra o material para isolar. Mas, se a gente não trouxer negativo, não tem como isolar, não, porque não temos nem material para isolar o local da ocorrência”, confessa o soldado Anderson Maia.

O repórter perguntou se a fita para isolamento foi recebida do Estado. “Não, negativo, a gente não recebe, não. Tem que ser comprada pela gente mesmo, com o meu dinheiro”, relata Maia.

Do lado de fora do perímetro, mais de cem pessoas. Do lado de dentro, pisando nas provas, dezenas de curiosos.

No meio da confusão, um homem de terno passeou em volta do corpo, andou pela calçada de onde os tiros foram disparados e marcou a posição das cápsulas com uma pedra de cal. Interferiu na cena do crime.

O homem não é policial. Menos ainda, perito. É repórter de uma TV de Natal. E os círculos em volta das cápsulas eram para facilitar a vida do cinegrafista que passeava com ele para filmar a cena do crime. Nenhum dos dois foi incomodado pelos policiais.

Em volta, o público olhava, comentava, filmava e tirava fotos. A última a pisar na cena do crime foi a perita. Quando ela chegou, não havia muita perícia a ser feita. O repórter pergunta: “Desse jeito que a senhora encontrou a cena do crime, é possível obter provas confiáveis sobre esse assassinato?”. “Sinceramente, acho que não. Você encontra o local com uma multidão de gente em cima. Como é que você vai confiar na prova que você encontrou?”, diz a perita criminal Ana Patrícia Dantas.

Nos Estados Unidos, o índice de solução dos homicídios é de 65%. E no Reino Unido, 90%. No Brasil, estimativas, inclusive da Associação Brasileira de Criminalística, indicam que de 5% a 8% dos assassinos são punidos. De cada cem, mais de 90 nunca foram descobertos.

“As provas materiais desaparecem. Todo mundo passeia no local do crime. As testemunhas não são entrevistadas corretamente nem são identificadas muitas vezes. Isso aí faz com que muitas vezes, cada vez mais, você não consiga a condenação do criminoso”, explica Guaracy Mingardi, especialista em segurança.

As cenas que vimos em Natal se repetem de norte a sul do Brasil. E mostram o despreparo da polícia, a banalização da violência transformada em espetáculo. Tudo isso dificulta a fase seguinte – e fundamental – da investigação: a produção de provas materiais. Outra história assustadora que está na segunda parte da série de reportagens.


Fonte: G1/globo.com
Transcrição: Fenapef

A ditadura não era corrupta, era A corrupção

por Gilmar Crestani
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Como mostra o colunista do Estadão, o nível de prazer com que torturavam, estupravam e depois assassinavam, não sem antes roubarem inclusive arcadas dentárias, é assustador na medida que são pessoas que ainda permanecem convivendo como se tivessem ido ao super comprar um pote de margarina. Pior, a existência de pessoas que não só admitem estes atos como, em pleno século XXI, continuam apoiando. Se é verdade que o ser humano, de perto, é assustador, alguns, também de longe são assustadores. Afinal, não há na natureza nenhum animal, tirando estes necrófilos, que sintam prazer com o sofrimento e a morte de semelhantes. O único resquício de “humanidade” foi a decisão de impedir que os cadáveres pudessem “sobreviverem” ao tempo e permitirem que as pessoas descobrissem o nível de crueldade que alguém possa praticar com uma arma na mão e com a vítima algemada.

Torturadores arrancavam arcadas dentárias e cortavam dedos, para impedir identificação dos mortos

por Roldão Arruda

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Em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio, o coronel reformado Paulo Malhães, de 76 anos, acaba de dar importante contribuição para se entender melhor como a ditadura mutilou e desapareceu com os corpos de presos políticos. Segundo o coronel, para evitar que fossem encontrados, os agentes dos serviços de repressão jogavam os mortos em rios, em sacos impermeáveis e com pedras de peso calculado. Isso impedia que afundassem ou flutuassem.

O ventre da vítima também era cortado, evitando assim que inchasse e voltasse à superfície. O objetivo era criar condições para que o corpo fosse arrastado pelo rio. No caso de serem encontrados, os restos mortais dificilmente seriam identificados, porque os militares tomavam a precaução de arrancar as arcadas dentárias e os dedos das mãos, antes de lançá-los às águas.

Essas informações foram divulgadas nesta sexta-feira (21) pelo repórter Chico Otávio, do jornal O Globo, que teve acesso a trechos das declarações. Elas estão localizadas na primeira parte das gravações feitas pela comissão, nas duas visitas que fez à casa do coronel. No total foram gravadas 17 horas de conversa. Desse total, ainda existem 7 horas que não foram integralmente degravadas. Nelas, o coronel trata sobretudo de sua ação na Guerrilha do Araguaia.

O coronel Malhães foi uma peça das mais importantes na engrenagem do Centro de Informações do Exército (CIE), que atuava na área de informação e repressão. Integrava o núcleo mais duro da instituição, ao lado de Freddie Perdigão Pereira e Ciro Guedes Etchegoyen, entre outros oficiais. Também atuou na Casa da Morte, o maior centro de tortura e desaparecimento de presos políticos do País entre 1971 e 1973; e na Guerrilha do Araguaia, no Sul do Pará.

O presidente da Comissão Estadual, advogado Wadih Damous, vai encaminhar cópias do depoimento ao Ministério Público Federal e à Comissão Nacional da Verdade (CNV). Ele disse ao Estado que as informações dadas pelo coronel reformado ainda precisam ser melhor analisadas e cotejadas com outros depoimentos.

“Foi um depoimento relevante, de um quadro qualificado da repressão política, que esteve envolvido em diversos episódios da época, entre eles o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, a idealização da Casa da Morte e a Guerrilha do Araguaia”, afirmou. “Sua palavra tem que ser levada em conta. Talvez esteja apontando o caminho adotado pela ditadura em sua política de desaparecimentos. Mas é preciso também cruzar os dados para verificar sua veracidade. Particularmente não estou satisfeito com a informação de que o corpo do deputado Rubens Paiva foi jogado ao mar. Não digo que ele está mentindo, mas também não afirmo que seja tudo verdade.”

O advogado destacou no depoimento do coronel a seguinte declaração: “Podem escavar o Brasil todo, mas não vão achar ninguém, por nós desaparecemos com todo mundo.”

As dúvidas sobre a veracidade das informações do coronel do antigo CEI devem-se sobretudo ao fato de não ter apresentado nenhum documento comprovando sua veracidade. Ele se baseou exclusivamente na memória e, em diversos momentos, confundiu fatos.

Para ler a reportagem do jornal O Globo, com os trechos do depoimento do coronel, clique aqui.

Na ditadura era assim

por Mário Magalhães

 

  Ditadura: militar diz que arrancava dedos, dentes e vísceras de preso morto

Ditadura: militar diz que arrancava dedos, dentes e vísceras de preso morto

Em um dos mais importantes e verossímeis depoimentos já prestados por agentes da ditadura (1964-85), o coronel reformado Paulo Malhães afirmou que ele e seus parceiros cortavam os dedos das mãos, arrancavam a arcada dentária e extirpavam as vísceras de presos políticos mortos sob tortura antes de jogar os corpos em rio onde jamais viriam a ser encontrados.

O relato histórico do oficial do Exército foi feito à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e revelado nesta sexta-feira pelo repórter Chico Otávio.

Malhães se referia a presos políticos assassinados na chamada Casa da Morte, um imóvel clandestino na região serrana fluminense onde servidores do Centro de Informações do Exército detinham, torturavam e matavam opositores da ditadura. De acordo com o coronel, os cadáveres eram ensacados junto com pedras. Dedos e dentes eram retirados para impedir a identificação, na eventualidade de os restos mortais serem encontrados. As vísceras, para o corpo não boiar.

Veterano da repressão mais truculenta do passado, Malhães figura em listas de torturadores elaboradas por presos. É ele quem assumiu ter desenterrado em 1973 a ossada do desaparecido político Rubens Paiva (post aqui).

Seu testemunho, sem vestígios de arrependimento, contrasta com o de aparente mitômano surgido em anos recentes. Malhães não é um semi-anônimo,mas personagem marcante para seus pares em orgãos repressivos e para presos políticos.

Dois trechos do seu depoimento à comissão, conforme reprodução de “O Globo” (a reportagem pode ser lida na íntegra clicando aqui):

1) “Jamais se enterra um cara que você matou. Se matar um cara, não enterro. Há outra solução para mandar ele embora. Se jogar no rio, por exemplo, corre. Como ali, saindo de Petrópolis, onde tem uma porção de pontes, perto de Itaipava. Não (jogar) com muita pedra. O peso (do saco) tem que ser proporcional ao peso do adversário, para que ele não afunde, nem suba. Por isso, não acredito que, em sã consciência, alguém ainda pense em achar um corpo.”

2) “É um estudo de anatomia. Todo mundo que mergulha na água, fica na água, quando morre tende a subir. Incha e enche de gás. Então, de qualquer maneira, você tem que abrir a barriga, quer queira, quer não. É o primeiro princípio. Depois, o resto, é mais fácil. Vai inteiro.”

Com a frieza de quem conta ter ido à padaria, Malhães afirmou, referindo-se ao local onde vive, a Baixada Fluminense: “Eu gosto de decapitar, mas é bandido aqui”.

ELA FOI BALEADA NO PEITO E NA CABEÇA. AS BALAS ERAM PERDIDAS? ELA REPRESENTAVA ALGUMA AMEAÇA?

As perguntas são de Donte Gisele.

povo preto
por Ana Claudia Davis

quatro filhos quatro sobrinhos

os filhos

Os filhos
Os filhos

Claudia era eu, Claudia era você, era sua mãe, sua avó, sua bisavó, sua namorada, sua esposa, suas tias, suas primas, suas amigas…
Claudia era Nzinga, Aqualtune, Dandara, Maria Felipa, Zeferina, Luiza Mahin, Akotirene!
Claudia era guerreira! Era como nós!
Perdemos mais uma, e o que faremos? Não dá pra se conformar…
E as lágrimas de seus filhos? E as nossas lágrimas, até quando choraremos pelo assassinato de nossas irmãs e irmãos ?
Seus filhos também morreram com ela… e nós estamos morrendo aos poucos, acredite nisso!
A existência da polícia é incompatível com a existência da população negra.
Ao corpo negro, mesmo com vida é oferecido o porta malas de um Camburão ou o Quarto de despejo
Racismo Institucional na manutenção do Genocídio da população negra.

 

Na terra de Gilmar Mendes não tem justiça. O caso da estudante Andréa Wonsoski, sequestrada, estuprada e assassinada

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Trecho da matéria de Leandro Fortes, da Carta Capital

A lentidão da polícia e da Justiça na região, inclusive em casos criminais, acaba tendo o efeito de abrir caminho a várias suspeitas e deixar qualquer um na posição de ser acusado – ou de ver o assunto explorado politicamente.

Em 14 de setembro de 2000, na reta final da campanha eleitoral, a estudante Andréa Paula Pedroso Wonsoski foi à delegacia da cidade para fazer um boletim de ocorrência. Ao delegado Aldo Silva da Costa, Andréa contou, assustada, ter sido repreendida pelo então candidato do PPS, Chico Mendes (Irmão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal), sob a acusação de tê-lo traído ao supostamente denunciar uma troca de cestas básicas por votos, ao vivo, em uma emissora de rádio da cidade. A jovem, de apenas 19 anos, trabalhava como cabo eleitoral do candidato, ao lado de uma irmã, Ana Paula Wonsoski, de 24 – esta, sim, responsável pela denúncia.

Ao tentar explicar o mal-entendido a Chico Mendes, em um comício realizado um dia antes, 13 de setembro, conforme o registro policial, alegou ter sido abordada por gente do grupo do candidato e avisada: “Tome cuidado”. Em 17 de outubro do mesmo ano, 32 dias depois de ter feito o BO, Andréa Wonsoski resolveu participar de um protesto político.

Ela e mais um grupo de estudantes foram para a frente do Fórum de Diamantino manifestar contra o abuso de poder econômico nas eleições municipais. A passeata prevista acabou por não ocorrer e Andréa, então, avisou a uma amiga, Silvana de Pino, de 23 anos, que iria tentar pegar uma carona para voltar para casa, por volta das 19 horas. Naquela noite, a estudante desapareceu e nunca mais foi vista. Três anos depois, em outubro de 2003, uma ossada foi encontrada por três trabalhadores rurais, enterrada às margens de uma avenida, a 5 quilômetros do centro da cidade. Era Andréa Wonsoski.

A polícia mato-grossense jamais solucionou o caso, ainda arquivado na Vara Especial Criminal de Diamantino. Mesmo a análise de DNA da ossada, requerida diversas vezes pela mãe de Andréa, Nilza Wonsoski, demorou outros dois anos para ficar pronta, em 1º de agosto de 2005. De acordo com os três peritos que assinam o laudo, a estudante foi executada com um tiro na nuca. Na hora em que foi morta, estava nua (as roupas foram encontradas queimadas, separadas da ossada), provavelmente por ter sido estuprada antes.

Chamado a depor pelo delegado Aldo da Costa, o prefeito Chico Mendes declarou ter sido puxado pelo braço “por uma moça desconhecida”. Segundo ele, ela queria, de fato, se explicar sobre as acusações feitas no rádio, durante o horário eleitoral de outro candidato. Mendes alegou não ter levado o assunto a sério e ter dito a Andréa Wonsoski que deixaria o caso por conta da assessoria jurídica da campanha.

CartaCapital tentou entrar em contato com o ministro Gilmar Mendes, mas o assessor de imprensa, Renato Parente, informou que o presidente do STF estava em viagem oficial à Alemanha. Segundo Parente, apesar de todas as evidências, inclusive fotográficas, a participação de Mendes no processo de implantação do Bertin em Diamantino foi “zero”. Parente informou, ainda, que a participação do ministro nas campanhas do irmão, quando titular da AGU, foram absolutamente legais, haja vista ser Mendes, na ocasião, um “ministro político” do governo FHC. O assessor não comentou sobre os benefícios fiscais concedidos pelo irmão à universidade do ministro.  (Texto integral no blog do Mino) Transcrito do blog de Glauco Cortez 

Escreve Rodrigo Viana: O ministro Joaquim “estou nas ruas” Barbosa deve ser leitor de CartaCapital. É o que conclui Mino Carta, diretor da revista, no editorial desta semana (29 de abril de 2009).

A afirmação de Mino faz todo sentido. No bate-boca com Gilmar “está na mídia” Mendes, Barbosa fez referências aos “capangas de Mato Grosso”. Que capangas são esses? Os mesmos que mataram Andréa Wonsoski? Estou apenas “testando hipóteses”…

Ninguém estranhou a afirmação de Joaquim Barbosa ao falar em capangas? Nenhuma publicação foi atrás do ministro a interpelá-lo: “ministro, que capangas são esses”? Claro que não. O mundo jornalístico havia tomado conhecimento da reportagem de CartaCapital, de novembro/2008. Mas ignorou solenemente.

Agora, diante do “escândalo” no plenário do STF, nenhum jornal ou revista de grande (?) circulação mandou repórter até Diamantino, para entender o que Barbosa quis dizer ao falar em “capangas”? Evidentemente que não. Estão todos preocupados em colher depoimentos de “juristas”, para demonstrar que Joaquim Barbosa “faltou às tradições” de cordialidade do Supremo Tribuna Federal.

A reportagem de CartaCapital, de novembro de 2008, merece ser lida, relida, reproduzida pela internet – http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=2689.

Da chamada “grande imprensa”, podemos esperar apenas o tradicional “silêncio ensurdecedor” – como diz o próprio Mino. Mas ela já não manda no país.

Há um novo “movimento tenentista” (a expressão é de Luís Nassif), furando o cerco da imprensa oligárquica. Dele fazem parte procuradores, delegados (afastados ou não de suas funções), cidadãos comuns, além de centenas de blogueiros que já não dependem dos barões da mídia para fazer a informação circular pelo país.

Capangas matam gente, mas não impedem a verdade de circular.

gilmar

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Importante assinalar que a família Wonsoski anda desaparecida de Diamantino. Deve ter buscado a liberdade noutro lugar. E não existe foto de Andréa.

O estranho e surpreendente é que seu corpo tenha sido enterrado na via principal da cidade que, na época, estava sendo asfaltada pela prefeitura.

Polícia Militar. Desmilitarização Já!

Gustavo de Blase/ Folha Diário/ Es

 

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A desmilitarização da Polícia no Brasil é uma pauta histórica dos movimentos sociais e completamente ignorada pelo poder público.

 

As últimas mobilizações no Brasil reacenderam este tema e uma grande parte da população teve acesso ao debate. Por fim, o pedreiro Amarildo desapareceu e a história revelada posteriormente poderia tranquilamente ser um roteiro para filme de terror.

 

Tortura, espancamento e morte. Desde o golpe de 1964, esses três elementos estão cada vez mais próximos do cidadão, infelizmente, como prática institucional. A violência legalizada, estatal.

 

Entretanto, governos e parte dos movimentos sociais tendem a culpar o trabalhador da segurança pública, como elemento fundamental da barbárie. Mas o problema vai além.

 

Obviamente, existem pessoas policiais criminosos, que saem de casa premeditando algum crime, mas não refletem a maioria da corporação, principalmente soldados e cabos.

 

Péssima remuneração e condição de trabalho, impossibilidade de questionar o comando ou reivindicar melhorias, deixa classe fica imobilizada. A polícia militarizada não favorece em nada o policial ou a população.

 

Os únicos favorecidos fazem parte de uma pequena e poderosa classe que precisa manter as coisas como estão.

 

A polícia desmilitarizada não significa fim do policiamento ostensivo, rondas e patrulhamento. Significa, sim, uma mudança estrutural na cadeia de comando e na relação Policial / Comunidade. Não é normal ter medo da PM.

 

Não é normal abusos cotidianos em nome da PAZ. Paz pra quem? Paz por quem? Enquanto este debate não for levado a sério pela classe política e pela sociedade civil organizada, muitos Amarildos desaparecerão. Como disse o Capitão Nascimento, em TROPA 2: “Ainda vai morrer muito inocente…”

 

Goiânia, a escalada da violência na terra governada por Cachoeira

Em terra que assassino de jornalista tem ex-desembargadores como advogados, nem a Força Nacional controla a violência.

Em ritmo de pagode universitário todo tipo de crime acontece em Goiânia. Capital em que impera o terrorismo policial e o mando de Cachoeira.

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