Salários nas alturas

Alfredo Sábat
Alfredo Sábat

Dispararam os salários. Dos deputados. Dos vereadores. Dos togados. Dos coronéis das PMs.
E o salário mínimo da fome precisa deixar de ser degradante, humilhante.
Basta de tanta desigualdade.

A grande maioria da população passa fome, recebendo um salário, ou pensão, ou aposentadoria de 788 reais.
Eta Brasil cruel.

Terra, casa e trabalho. Papa Francisco: o amor pelos pobres está “no centro do Evangelho”

Francisco eleito

 

“A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse o papa Francisco, na manhã do dia 28, durante encontro com os participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares.

Ao falar sobre solidariedade, Francisco sugeriu pensamentos e atos em favor da comunidade e da prioridade de vida a todos. “Também é lutar contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de trabalho, a terra e a violência, a negação dos direitos sociais e trabalhistas”, enumerou. Para ele, a solidariedade se traduz no enfrentamento aos “efeitos destruidores do ‘Império do dinheiro’, como os deslocamentos forçados, as migrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência. “Todas essas realidades que muitos de vocês sofrem e que todos somos chamados a transformar. A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse.

A transformação da realidade dos que sofrem com a pobreza conduziu o papa a três elementos que para ele são uma resposta a algo que deveria estar ao alcance de todos, mas que está cada vez mais longe da maioria: “terra, casa e trabalho”. A abordagem em relação ao escândalo da pobreza não deve promover “estratégias de contenção que somente tranquilizem e convertam os pobres em seres domesticados e inofensivos”. Esta estratégia de contenção se desenvolve no Brasil na criminalização dos movimentos populares. Na matança dos seus líderes. No combate da mídia, da justiça, das bancadas ruralistas, um combate representado pela repressão dos soldados estaduais aos sem terra, aos sem teto, aos sem nada.

O papa Francisco alertou, ainda, ao tratar dos elementos “terra, casa e trabalho”, que fala do amor pelos pobres, que está “no centro do Evangelho”. “É estranho, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o papa é comunista”, comentou.

Francisco também falou sobre a “cultura do descartável”, na qual aqueles que não podem se integrar no fenômeno da exportação e da opressão, são excluídos como resíduos, sobras. Ele explicou que isso acontece quando no centro de um sistema econômico está o deus dinheiro e não o homem, a pessoa humana. “Ao centro de todo sistema social ou econômico deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é desprezada e vem o deus dinheiro, acontece esta troca de valores”, alertou.

Falando sobre trabalho, o papa destacou direitos a uma remuneração digna, à seguridade social e à cobertura previdenciária aos catadores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, construtores, mineiros, todo tipo de cooperativistas e trabalhadores de ofícios populares, que, segundo Francisco, estão excluídos dos direitos trabalhistas e têm negada a possibilidade de sindicalizar-se e de ter uma renda adequada e estável. “Hoje quero unir minha voz à sua e acompanha-los em sua luta”, afirmou.

O papa ainda falou sobre paz e ecologia no contexto dos três elementos apresentados em seu pronunciamento. “Não se pode haver terra, não pode haver casa, não pode haver trabalho se não temos paz e se destruirmos o planeta”, disse. Ele exorta que a criação não é uma propriedade da qual se pode dispor a esmo gosto, nem que pertence a uns poucos. “A criação é um dom, é um presente, um dom maravilhoso que Deus nos deu para que cuidemos dele e utilizemos em benefício de todos, sempre com respeito e gratuidade”, acrescentou.

Em relação à “globalização da indiferença”, presente no mundo, foi apresentado um “guia de ação, um programa” considerado “revolucionário”: as bem-aventuranças, presentes no Evangelho de Mateus.

Ao final, Francisco afirmou que os movimentos populares expressam “as necessidades urgentes de revitalizar as democracias”. Ele considera “impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonista das grandes maiorias”.

Encontro

O Encontro Mundial dos Movimentos Populares aconteceu de 27 a 29 de outubro, com organização do Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano, em colaboração da Pontifícia Academia de Ciências Sociais e líderes de vários movimentos. São 100 leigos, líderes de grupos sociais, 30 bispos engajados com as realidades e os movimentos sociais em seus países, e cerca de 50 agentes pastorais, além de alguns membros da Cúria romana presentes no evento. Representou a CNBB o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da instituição, dom Leonardo Steiner.

O evento buscou fortalecer a rede de organizações populares, favorecer o conhecimento recíproco e promover a colaboração entre eles e suas Igrejas locais, representadas por bispos e agentes pastorais provenientes de vários países do mundo. O Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano ressalta o compromisso na promoção e tutela da dignidade e dos direitos da pessoa humana, assumido pelos movimentos.

Papa Francisco: Muitos suportam todos os dias o peso de uma sistema econômico que explora o homem, impondo-lhe um ‘jugo’ insuportável, que os poucos privilegiados não querem carregar»

indignados rico banqueiro corrupto

 

«Como a indiferença humana faz mal aos necessitados!». Mais uma vez o Papa Francisco invocou a solidariedade de quantos possuem riquezas em relação a quem não tem do que viver; fê-lo dirigindo-se aos fiéis presentes no domingo 6 de Julho na praça de São Pedro para a recitação do Angelus.

Ao comentar, como de costume, as leituras do dia, o bispo de Roma estigmatizou sobretudo a «indiferença dos cristãos», evidenciando que «às margens da sociedade estão muitos homens e mulheres provados pela indigência, mas também pela insatisfação da vida e pela frustração. Muitos são obrigados a emigrar da sua pátria, pondo a própria vida em perigo. Muitos outros suportam todos os dias o peso de uma sistema económico que explora o homem, impondo-lhe um «jugo» insuportável, que os poucos privilegiados não querem carregar». É «a cada um destes filhos do Pai» – acrescentou o Pontífice – que Jesus repete: «Vinde a mim, vós todos». Mas «diz o mesmo também a quantos possuem tudo», e no entanto têm «o coração vazio e sem Deus». Porque, foi a conclusão, «o convite de Jesus é dirigido a todos. Mas de modo especial a quantos mais sofrem».

Definitivamente, concluiu o Papa, aceitar o convite de Jesus significa imitar a sua atitude mansa e humilde, porque a «mansidão e a humildade do coração nos ajudam não só a suportar o peso dos outros mas também a não pesar sobre eles com as nossas visões pessoais, os nossos juízos, as nossas críticas, a nossa indiferença».

Partindo do convite de Jesus no Evangelho: “Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos alivierei”, o Santo Padre recordou que esta mensagem de Jesus era essencialmente dirigida à todas as pessoas que Jesus encontrava diáriamente pelas estradas da Galileia: tanta gente simples, diz o Papa, pobres, doentes, pecadores e marginalizados.

Estas pessoas, disse ainda Papa Francisco, procuraram sempre jesus para ouvir a sua palavra, uma palavra de esperança e para tocar ainda que fosse só uma parte das suas vestes.

Mas o próprio Jesus procurava estas pessoas, estas multidões cansadas e que vagueavam quotidianamente como ovelhas sem pastor, para lhes anunciar o Reino de Deus e para curar muitos no corpo e no espírito.

Daí, disse o Papa, o convite de Jesus se estende até aos nossos dias para atingir tantos irmãos e irmãs oprimidos pelas condições de vida precárias, pelas situações existenciais difíceis e às vezes privadas de válidos pontos de referência.

À todas essas pessoas, recorda o Papa Francisco, Jesus promete hoje de dar refúgio, mas faz também um pedido que é ao mesmo tempo um imperativo e um mandamento: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” .

O Papa Francisco conluiu o Ângelus pedindo mais uma vez aos presentes, de continuarem a rezar por ele.

 

Robert Garcia
Robert Garcia

 

Presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Rio é espionada e ameaçada pela violenta polícia militar

Por Carlos Tautz, da Coluna do Noblat

 

indignados censura espionagem controle
O jornalista Carlos Tautz, coordenador do Instituto Mais Democracia, revelou em artigo publicado na coluna de Ricardo Noblat, que um agente do serviço reservado da PM, devidamente nominado, tentou coagir a presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Rio, Paula Mairan, a lhe conceder um registro profissional de fotógrafo com o qual poderia “espionar” jornalistas sem chamar a atenção. Negado o pedido, ele fez ameaça a dirigente sindical. Saiba mais.

A PM do Rio espiona jornalistas, por Carlos Tautz

Se espionar jornalistas e manifestantes é ato antidemocrático, o espião apresentando-se publicamente, é, além de tudo, digno de um capítulo do Agente 86, aquele seriado de tevê dos anos 70. Mas, apesar de parecido com a série cômica, foi muito sério o ocorrido em 17 de março no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro.

Naquele dia, à tarde, esteve na sede da entidade o subtenente Joaquim Ferreira, lotado na Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro (depois, confirmou-se que o homem trabalha mesmo neste serviço secreto da PM, o que envolve de muito perto a instituição) para solicitar registro de repórter fotográfico.

Ferreira alegou que já trabalhava em um jornal na Baixada Fluminense e fotografava manifestações infiltrado, sob ordem do seu comando, porém sentia vontade de “se integrar” aos demais fotógrafos – e para isso precisava da identidade profissional. Mas, avisou: embora desejasse ser jornalista, se presenciasse um crime voltaria a ser policial e prenderia o criminoso!

Leia também: STJ absolve Estado do Rio por tortura de milicianos a jornalista

Como o registro foi-lhe negado, o subtenente Ferreira ameaçou a presidente, Paula Máiran, e uma funcionária do sindicato: “jamais vou esquecer os rostos de vocês”. No mesmo dia, o caso foi informado à assessoria de imprensa do Comando-Geral da PM, que negou ter dado ordem de espionagem sobre jornalistas.

A ameaça foi registrada no relatório sobre violências cometidas contra jornalistas no Brasil e enviado à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 27 de março, a Comissão Internacional de Direitos Humanos (CIDH) da OEA a incluiu no debate sobre ameaças à liberdade de imprensa na América Latina – o Brasil é um dos campeões mundiais desse tipo de barbaridade.

Em janeiro, Paula Máiran havia sido alertada por jornalistas que trabalham próximos à área de segurança que ela mesma já estava sendo monitorada. Com efeito, dois meses depois, Paula flagrou dois homens em um carro cinza escuro, estacionado na rua Senador Dantas, que a filmavam quando ela saía do sindicato tarde da noite.

O sentimento de angústia que essa situação causa é ainda maior no ano em que se completam cinco décadas do golpe empresarial-militar de 64. Mais de 400 sindicalistas foram presos no Brasil inteiro já no segundo dia do golpe, provando que vinham sendo acompanhados há tempos. Jornalistas foram perseguidos por defenderem a ordem constitucional (vários também aderiram ao golpe, mas isso é uma outra estória).

Agora, é o caso de perguntar ao governador Pezão, ao secretário de segurança Beltrame e ao comandante-geral da PM Menezes: ainda se espiona jornalistas no Rio? O subtenente Ferreira estava a serviço de seu comando? Se estava, porquê? Se não estava, servia a quem? Por que continua solto?

 

Carlos Tautz, jornalista, coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e controle cidadão de governos e empresas.

 

Atualização das 21:31 – Recebi do Sr. Gustavo de Almeida, Assessor de Imprensa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, a nota que segue:

1- A Polícia Militar esclarece que em nenhum momento houve ordem de qualquer oficial da corporação para o comparecimento de integrante da Inteligência à sede do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio. Cabe ressaltar que este é um comportamento totalmente repudiado pelo comando da Corporação.

2- Depois de comunicado extra-oficial do Sindicato à Coordenadoria de Inteligência, foi feita uma busca que resultou na identificação do subtenente Joaquim Carlos Ferreira dos Santos. Quando identificado, recebeu uma punição disciplinar de repreensão.

3- O subtenente trabalhava no setor de protocolo, sem qualquer vínculo com a área operacional da Coordenadoria de Inteligência.

4- O acompanhamento das manifestações pelo setor de Inteligência da PM não é segredo e foi divulgado no ano passado

5 – Ao tomar conhecimento da denúncia feita no Blog do Noblat, o comandante-geral da PM, coronel José Luis Castro Menezes, decidiu descredenciar o subtenente, e movimentá-lo para outra unidade da corporação. Além disto, abriu um novo procedimento disciplinar contra o subtenente.

6 – A Polícia Militar volta a reiterar seu compromisso com o direito de manifestação e com a missão de preservação da vida e do patrimônio público e privado

[Os sem terra, os sem teto, os sem nada não possuem patrimônio privado. Fica explicado porque a PM não cuida da preservação da vida das Cláudias, dos  Amarildos]

Vereador defende chacina de mendigos

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Durante uma sessão na Câmara Municipal de Piraí, Rio de Janeiro,  o vereador José Paulo Carvalho de Oliveira (PTdoB), conhecido como Russo, gerou polêmica ao afirmar  que os moradores de rua deveriam virar “ração para peixe”. A frase foi dita no mesmo momento em que ele se posicionava contra o direito dos moradores de rua de votarem.”Mendigo não tem que votar. Mendigo não faz nada na vida. Ele não tem que tomar atitude nenhuma”, disse.

O comentário foi feito no dia 8 de outubro, em uma discussão sobre os 25 anos da Constituição Federal. Na ocasião, o vereador ainda tocou em outros pontos polêmicos como a pena de morte, não prevista pela legislação brasileira. Ele comentou que achou uma pena quando acabaram com a pena de morte. “Deveria haver pena de morte. ‘Ah, vai matar inocente’. Não vai. Ainda que matasse, ia morrer muito menos inocente do que morre hoje, porque se um bandido soubesse que ele ia ser morto, com certeza ele ia pensar mais um pouquinho antes de fazer as coisas”, declarou.

Sobre a censura aos meios de comunicação, o legislador se mostrou preocupado com os conteúdos proporcionados para as crianças. “Fim da censura: eu acho isso ruim. Tem que ter censura. Tem um programa que passa altas horas da noite lá, tem um filme lá que pode passar de qualquer maneira. Eu sei que vai passar um filme ruim e não vou deixar meu filho ver. Mas nas propagandas de intervalo de um filme, de uma novela, tem coisas ridículas. Nas novelas de hoje passam gente transando escandalosamente na frente de criança. Tem que ter censura, sim, tem que ter um bom senso. Não pode se liberar tudo na vida, não, tem que ter censura”, defendeu.

O vereador pronunciou um discurso nazista/fascista/stalinista.  Coisa de reacionário, extremista, racista que prega a “solução final para os mendigos”. Isso é apologia do crime, das chacinas de mendigos, que são incendiados ou mortos a tiros, pauladas, e que entram na lista dos desaparecidos e do rendoso tráfico de cadáveres.

Comida para peixe. Na ditadura militar dos países do Cone Sul, inúmeros presos políticos foram transportados em aviões e jogados no alto mar.

Quanta ganha por mês esse vereador aproveitador do PTdoB de Piraí, terra que mata jornalistas?

José Paulo Carvalho de Oliveira não sabe distinguir um mendigo de um picareta político, de um funcionário de serviço fantasma, de um parasita vereador, de um lobista, de um gigolô e outros malandros – uma gentalha que “não faz nada” de útil, e sem trabalhar, vive uma vida de luxo e luxúria.

Jornalista Mário Randolfo Marques Lopes
Jornalista Mário Randolfo Marques Lopes

Que ele responda se já descobriram os assassinos do jornalista Mario Randolfo Marques Lopes que informava sobre a corrupção em Barra do Piraí. Randolfo havia sobrevivido a vários atentados contra sua vida nos últimos anos. Atentados por denunciar vereadores e prefeitos ladrões em Piraí.

95 moradores de rua foram assassinados desde o começo do ano

Rezo para que o discurso nojento do vereador José Paulo Carvalho de Oliveira não aumente a lista das chacinas de mendigos, impunemente praticadas no Brasil por assassinos cruéis e covardes.

Escreve Wilson Lima

Dados são da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República: Minas Gerais é o Estado que concentra o maior número de mortes, seguido de Goiás

Dos 195 assassinatos de moradores de rua registrados entre janeiro e junho, dez pessoas foram mortas por apedrejamento e nove por espancamento. Houve também o registro de sete moradores de rua que morreram após terem sido queimados.

In Wikipédia: Mendigomendicantepedintemorador de ruasem-teto ou sem-abrigo é o indivíduo que vive em extrema carência material, não podendo manter a sobrevivência com meios próprios. Tal situação de indigência material força o indivíduo a viver na rua, perambulando de um local para o outro, recebendo o adjetivo de vagabundo, ou seja, aquele que vaga, que tem uma vida errante.

O estado de indigência ou mendicância é um dos mais graves dentre as diversas gradações da pobreza material.

Os mendigos obtêm normalmente os seus rendimentos através de subsídios de sobrevivência estatais ou através da prática da mendicância à porta de igrejas, em semáforos ou em locais bastante movimentados como os centros das grandes metrópoles.

No Brasil, numa tentativa de abordar de forma mais politicamente correta a questão dos que vivem em carência material absoluta, criou-se as expressões pessoas em situação de rua e sem-teto para denominar este grupo social.

Para além da escravidão do lucro a qualquer preço

MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

indignados fome

É intolerável o “escândalo” da fome num mundo onde um terço da produção alimentar “está indisponível devido às perdas e aos desperdícios cada vez maiores”. A denúncia veio do Papa Francisco, que numa mensagem enviada ao director-geral da Fao, José Graziano da Silva, por ocasião do dia mundial da alimentação, invocou uma mudança de mentalidade face à tragédia “na qual ainda vivem milhões de famintos e subalimentados, entre os quais muitíssimas crianças”. Uma tragédia que para o Pontífice não deve ser enfrentada segundo a lógica ocasional da emergência mas como “um problema que interpela a nossa consciência pessoal e social” e exige “uma solução justa e estável”.

Por isso, o bispo de Roma exortou a superar atitudes de indiferença ou habituais e a “abater com decisão as barreiras do individualismo, do fechamento em si mesmo, da escravidão do lucro a qualquer preço”, para “reconsiderar e renovar os nossos sistemas alimentares”. Em particular, deve ser superada “a lógica da exploração selvagem da criação” através do “esforço por cultivar e conservar o meio ambiente e os seus recursos para garantir a segurança alimentar e para caminhar rumo a uma alimentação suficiente e sadia para todos”.

Recordando que “os nossos pais nos educavam para o valor do que recebemos e temos, considerando tudo como dom precioso de Deus”, o Papa Francisco exortou todos a um sério exame de consciência “sobre a necessidade de modificar concretamente os nossos estilos de vida” alimentares, marcados com demasiada frequência “pelo consumismo, dissipação e desperdício de alimentos”. E voltou a advertir contra as consequências da “cultura do descartável”, que sacrifica “homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo”, e da “globalização da indiferença”, que nos “faz “habituar” lentamente ao sofrimento do outro, como se fosse normal”. O problema da fome, substancialmente, não é só económico ou científico mas também, e sobretudo, ético e antropológico. “Educar-nos para a solidariedade – advertiu o Pontífice – significa educar-nos para a humanidade” e comprometermo-nos a edificar uma sociedade que mantenha sempre “a pessoa e a sua dignidade no centro”.

Siham Zebiri
Siham Zebiri

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O bolsa família evita o trabalho escravo, erradica a fome, evita o aumento da prostituição infantil (crianças que vendem o corpo por um pedaço de pão),
O bolsa família abole o trabalho escravo, erradica a fome, evita o aumento da prostituição infantil (crianças que vendem o corpo por um pedaço de pão), diminui os assaltos para comprar o pão de cada dia e a mendicância. O bolsa família para aumentar a qualidade de vida, não ser uma esmola, precisa aumentar os valores pagos às pobres famílias pobres. São contra o bolsa família os corações de pedra e as almas sebosas.  

Contas públicas se deterioram e Brasil tem déficit primário inédito: inferior ao preço do estádio de Pernambuco para a Copa do Mundo

pensão aposentadoria pensionista previdência

Pois é: o preço baratinho da arena pernambucana, na mata de São Lourenço, fica perto dos 600 milhões hoje, e falta ser concluído, sem contar as obras paralelas: a via Mangue, a torre do aeroporto, a puxada do metrô e outras belezocas.

Veja o espanto das agências estrangeiras: O setor público brasileiro registrou déficit primário de 432 milhões de reais no mês passado, primeiro resultado negativo para agosto desde o início da série histórica do Banco Central em dezembro de 2001, mostrando que o governo tem tido dificuldades em manter as contas fiscais equilibradas.

O resultado veio bem pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava para superávit primário de 1,85 bilhão de reais no mês passado, depois do superávit de 2,287 bilhões de reais em julho.

O governo credita o desempenho ruim de agosto aos maiores gastos da Previdência Social, que registrou déficit de 5,7 bilhões de reais no mês.

“O reajuste do salário mínimo pesou nesse resultado”, comentou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, em referência ao impacto do salário mínimo sobre os benefícios pagos pela Previdência Social, que em agosto foram ampliados com o início do pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas. Leia mais 

 [Tudo culpa do salário mínimo do mínimo que o Brasil paga, um dos mais baixos entre os países do Terceiro Mundo nas Américas e África, e inferior a qualquer país em crise da Europa.
No Brasil não se faz nada que preste para o povo, que paga um dos mais caros impostos indiretos do mundo. Que rico no Brasil não paga nada.
Sempre a culpa fica para o bolsa família, o salário mínimo, e ninguém fala dos fundos de pensão desviados por prefeitos e governadores e outros ladrões, nem nos salários além do teto, na sonegação, no tráfico de moedas para as ilhas fiscais, no sumiço das verbas dos serviços básicos, na farra da Copa do Mundo e sacanagens mil do “jeitinho brasileiro” dos lá de cima de “levar vantagem em tudo”.
Veja os faturados preços do (de a)gosto dos Neros:

Custos em agosto de 2013 dos Coliseus: 7,98 bilhões

Arena da Baixada: 265 milhões
Arena da Amazônia: 605 milhões
Arena das Dunas: 350 milhões
Arena Pantanal: 519,4 milhões
Arena Pernambuco: 529,5 milhões
Beira-Rio: 330 milhões
Castelão: 623 milhões
Fonte Nova: 591,7 milhões
Mané Garrincha: 1,43 bilhão
Maracanã: 1,19 bilhão
Mineirão: 695 milhões
Arena Corinthians: 855 milhões

O Brasil é um país sem igual: sua mais moderna cidade – Miami – fica nos Estados Unidos. Até o presidente do STJ tem apartamento por lá. Sinal de que a cultura brasileira caiu muito. As cidades antes preferidas eram Lisboa,  Londres e Paris.

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Zapatos sucios. Papa Francisco: De poco sirve emerger de la pobreza si la sociedad deja atrás a multitud de minusválidos y enfermos, drogadictos y presos, maltratados y prostituidos, parados y desposeídos

por Lluís Bassets

Jorge Bergoglio no cuida de sus zapatos. Son los de un cura andariego, poco atento al atildamiento de un príncipe de la Iglesia. Se vio ya en el primer momento, cuando la foto de sus zapatones de papa recién elegido contrastaba con los esmerados mocasines rojos de Benedicto XVI.

No es solo el diablo el que está en los detalles. El papa Francisco lleva su cartera atiborrada de papeles y circula en utilitario, el Ford Focus o el Fiat Idea de las clases medias emergentes, en vez de los Mercedes y BMW de los ejecutivos. Los pastores no tienen remilgos en mezclarse con las ovejas ni en hundir los pies en el barro.

Su mensaje inicial aparece en toda su magnitud en su primer viaje internacional esta pasada semana. Este hombre que escogió como papa el nombre del pobrecillo de Asís quiere una Iglesia pobre y para los pobres. El primer país católico del mundo así lo ha entendido a la primera: no hacen falta muchos teólogos para captar el mensaje.

Brasil es uno de los países emergentes, que va a contar y ya cuenta en el nuevo reparto de poder mundial en el siglo XXI. Su fuerza está en sus clases medias, estas multitudes que están accediendo a costa de sudor y sufrimientos a la educación, la vivienda, la sanidad y el bienestar. Su debilidad, en cambio, en los que quedan en el camino y los que no consiguen subir el peldaño.

A pedir la atención y su cuidado dedica Francisco sus sermones de cura de aldea. De poco sirve emerger de la pobreza si la sociedad deja atrás a multitud de minusválidos y enfermos, drogadictos y presos, maltratados y prostituidos, parados y desposeídos. A ellos ha dedicado sus primeros cien días y sus primeros viajes, el que hizo a la isla de Lampedusa para recabar solidaridad con los inmigrantes tachados de ilegales, y ahora a Latinoamérica, su continente y continente también de los desposeídos.

No los ha dedicado, en cambio, a la moral sexual y reproductiva, donde el conservadurismo católico busca su identidad y su frontera con la sociedad laica, a pesar de que su instalación en el Vaticano ha coincidido con los mayores avances legales del matrimonio entre personas del mismo sexo en Estados Unidos y Francia. ¿Significa eso que Bergoglio está a favor del aborto, del matrimonio gay y de la reproducción asistida? En absoluto: pero sí nos dice con la elección de los temas de su preferencia que considera mucho más importante arrastrar sus zapatos de pastor junto a los parias de la tierra.

Hay euforia en la Iglesia católica con el nuevo Papa. Cosas así no se habían visto desde hace al menos medio siglo, cuando llegó al papado Juan XXIII, el hombre que suscitó la admiración de la filósofa judía y agnóstica Hannah Arendt por el hecho insólito de que un cristiano verdadero alcanzara la sede de San Pedro. ¿Sabían entonces realmente los cardenales a quién habían elegido? ¿Lo sabían ahora?.

Reparem nas 7 diferenças. 1. Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira ... algo mais apropriado para o discípulo de um carpinteiro. 2. Ele não aceitou a estola vermelha bordada a ouro roubada do herdeiro do Império Romano, ou a capa vermelha. 3. Usa mesmos sapatos pretos velhos, não pediu o vermelho clássico. 4. Usa a mesma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes. 5. Seu anel papal é de prata, não de ouro. 6. Usa sob a batina as mesmas calças pretas, para lembrar-se de que é apenas um sacerdote. Você já descobriu a sétima diferença? 7. Retirou o tapete vermelho, parece que não se interessa tanto pela fama e aplausos.
REPAREM AS SETE DIFERENÇAS:

1. Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira.
2. Ele não aceitou a estola vermelha bordada a ouro, nem a capa vermelha.
3. Usa os mesmos sapatos pretos velhos, não pediu o vermelho clássico.
4. Usa uma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes.
5. Seu anel papal é de prata, não de ouro.
6. Usa sob a batina as mesmas calças pretas, de quando era apenas um padre.
7. Retirou o tapete vermelho.

Salário mínimo: 681 euros. Grécia na capa dos jornais hoje

Os dados são de fevereiro de 2010.

Salário mínimo da Grécia, anual, em dólares:

13. 382

Salário mínimo do Brasil:
4.445

Comparado com o brasileiro, o grego reclama de barriga cheia. No Brasil não tem crise lá em cima.

Mais da metade da população brasileira tem um rendimento mensal de 375 reais.

O Brasil não tem crise. Um sinônimo de crise é transe. Que tem por principais sinônimos: risco, perigo.

Não há cortes possíveis no Brasil dos favelados, dos sem terra, dos sem teto, dos sem nada.

Quanto o Brasil esbanja com marajás, Marias Candelária – os que ganham supersalários além do teto constitucional?

Brasil ainda tem 16,5 milhões de miseráveis
Uma população estimada em 10,5 milhões de brasileiros – equivalente ao Estado do Paraná – vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa. São os mais miseráveis entre 16,267 milhões de miseráveis – quase a população do Chile – contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa Brasil sem Miséria. Lançado no dia 3 de maio como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o programa visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos.

Dados do Censo 2010 recém-divulgados pelo IBGE que municiaram a formatação do programa federal oferecem uma radiografia detalhada da população que vive abaixo da linha de pobreza extrema, ou seja, com renda familiar de até R$ 70 mensais por pessoa – que representam 8,5% dos 190 milhões de brasileiros.

A estimativa dos que sobrevivem com até R$ 39 mensais per capita é a soma dos 4,8 milhões de miseráveis que moram em domicílios sem renda alguma e 5,7 milhões de moradores em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Estima-se que outros de 5,7 milhões vivem com renda entre R$ 40 e R$ 70 mensais por pessoa da família.

Os números calculados pelo Estado são aproximados e levam em conta o número médio de 4,8 moradores por domicílio com renda familiar entre R$ 1 e R$ 70 mensais.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social com base no Censo 2010, há 4 milhões de domicílios miseráveis no País. Em 1,62 milhão desse total vivem famílias que não têm renda. Em 1 19 milhão de moradias a renda familiar é de R$ 1 a R$ 39 mensais per capita e em outro 1,19 milhão as famílias vivem R$ 40 a R$ 70.

Além da baixíssima renda, os extremamente pobres têm em comum o fato de viverem em domicílios com pelo menos um tipo de carência por serviços básicos, como energia elétrica, abastecimento de água, rede de saneamento ou coleta de lixo.

RANKING _ O Estado com o maior número absoluto de miseráveis é a Bahia, onde estão 2,4 milhões, ou 14,8% da população extremamente pobre. Os baianos miseráveis são 17,7% dos habitantes do Estado.

No Maranhão, no entanto, está a maior proporção de miseráveis. Um em cada quatro moradores vive com renda familiar per capita entre zero e R$ 70 – um total de 1,7 milhão de pessoas, que representam 25,7% da população.

Seis Estados (PA, MA, CE, PE, BA e SP) têm, cada um, mais de 1 milhão de moradores em extrema pobreza. Juntos, eles concentram 9,4 milhões de miseráveis, ou 58% do total.

São Paulo. Estado mais populoso do País, São Paulo tem 1,084 milhão de pessoas que vivem em domicílios em situação de pobreza extrema – o que representa só 2,6% do total de habitantes.

A pesquisadora Lena Lavinas, do Instituto de Economia da UFRJ, especializada no estudo da pobreza, acredita que em um ano seja possível “alcançar as pessoas que, embora indigentes, ficaram de fora do programa Bolsa Família”.