Por que o dia 25 de dezembro é festejado na Europa e nas Américas?

Sinônimos de natal: aniversário, natalício, nascimento, berço, natividade.

Pelos principais jornais da França, o Dia de Natal foi criado para lembrar, festejar

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A VIA SACRA DO MENOR MARCELO

OS QUE LAVARAM AS MÃOS, OS QUE RECEBERAM 30 MOEDAS, OS QUE O FLAGELARAM E EM SEGUIDA O EXECUTARAM. UMA ANALOGIA COM A VIA SACRA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

 

Não foi o Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini. Cartazete de campanha na internet
Não foi o Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini. Cartazete de campanha na internet

por George Sanguinetti

 

Nesta Semana Santa, onde todos recordamos o sofrimento do nosso Salvador, a Via Sacra até a décima quarta estação, não posso também deixar de estabelecer uma analogia do sofrimento de um menor, executado com os pais e familiares, trazendo as marcas no corpo, não só do tiro que o matou, mas de violências que se traduziram por “lesões de defesa”.

Analisando as diligências, a condução do inquérito policial, lembra uma das encenações da Paixão de Cristo, que são mostradas em diversas cidades do Brasil, sendo até atração turística, pelo bom desempenho dos atores e do conjunto.

Consigo identificar por semelhança Pôncio Pilatos, Judas, os soldados de Herodes que na época O flagelaram e crucificaram.

Jesus Cristo, o Filho de Deus para nos salvar; e Marcelinho por ser parte da família, objeto de vingança, que também deveria ser executado e que receberia a culpa da chacina.

Os algozes tiraram sua vida e macularam sua memória.

Exposto como alienado, serial killer, um vingador errante como Don Quixote, segundo um dos “doutores da lei”.

Sua via sacra, conduzida pela mídia, insuflada por informações equívocas (não foi assim no solta Barrabás) tem sido diária, semanal, mensal; dura até hoje.

Como Cristão, nesta época de sentimento e reflexão, ao rezar, fitando o Crucificado, pela salvação do homem, não posso deixar de lembrar o calvário da Família Pesseghini, trucidada com tamanha brutalidade e do menor Marcelo, executado também e com a memória maculada para proteger “soldados de Herodes”.

Rezo ao Senhor meu DEUS, comungo do sofrimento do Filho, para salvação do homem, nesta Semana Santa, mas oro também, clamo por justiça que virá de Deus e se manifestará nos homens, comprovando a inocência do menor Marcelo.

“Depois de O terem escarnecido, tiraram-lhe a clâmide, vestiram-lhe as Suas roupas e levaram para ser crucificado.” Mateus 27:31

Papa Francisco celebra Missa da Ceia do Senhor e o lava-pés num Centro de acolhimento de pessoas com deficiência

Lava-pés. Vitral na Igreja de Saint-Aignan em Chartres, na França
Lava-pés.
Vitral na Igreja de Saint-Aignan em Chartres, na França

 

No final da tarde desta Quinta-feira Santa, o Papa Francisco presidiu a Missa da Ceia do Senhor no Centro “Santa Maria da Providência”, em Roma, quando repetiu o gesto de Jesus e lavou os pés de 12 deficientes assistidos pela Fundação Padre Gnocchi. A Missa, num clima de muita intimidade e familiaridade, foi concelebrada pelo Presidente da Fundação, Mons. Angelo Bazzari e pelo Capelão do Centro, Padre Pasquale Schiavulli. O coro era formado por internos e por voluntários do Centro que animam a Missa aos domingos.
Na sua breve homilia, antes do rito do Lava-pés, o Santo Padre recordou que aquilo que Jesus fez na última Ceia foi um gesto de entrega. ”É como a herança que nos deixa”, afirmou. “Ele que é Deus se fez servo, servidor nosso. E esta é a herança: também vós deveis ser servidores uns dos outros. E Ele fez este caminho por amor: também vocês deveis amar-vos e serdes servidores no amor:
“E faz este gesto de lavar os pés, que é um gesto simbólico. O faziam os escravos, os servos aos comensais, às pessoas que vinham para a refeição, porque naquele tempo as estradas eram todas de terra e quando entravam em uma casa era necessário lavar-se os pés”.
“E Jesus faz este gesto – disse o Santo Padre – um trabalho, um serviço de escravo, de servo”, e acrescentou:
“Nós devemos ser servidores uns dos outros. E por isto a Igreja, no dia de hoje, em que se comemora a Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia, também faz, na cerimônia, este gesto de lavar os pés, que nos recorda que nós devemos ser servos uns dos outros. Agora eu farei este gesto, mas todos nós, no nosso coração, pensemos nos outros e pensemos no amor que Jesus nos disse que devemos ter pelos outros, e pensemos também como podemos servi-los melhor, as outras pessoas. Porque isto Jesus quis de nós”.
Após, o Papa Francisco lavou os pés de 12 pessoas assistidas pelo Instituto. O grupo, com idades entre 16 e 86 anos, era formado por italianos e estrangeiros, todos portadores de doenças ortopédicas, neurológicas e oncológicas que provocam invalidez. Entre estes, chamou a atenção o mais jovem do grupo, Oswaldinho, de 16 anos, nascido em Cabo Verde e residente em Roma. Em agosto de 2013, ao jogar-se no mar num local raso, teve um trauma vértebro-medular com tetraplegia imediata. Hoje se locomove em uma cadeira de rodas. Os doze assistidos simbolizam as velhas e novas formas de fragilidade nas quais a comunidade cristã é chamada a reconhecer Cristo sofredor e a dedicar atenção, solidariedade e caridade.

Outros participantes: Orietta, romana, de 51 anos, foi atingida por uma encefalite há dois anos.
Samual, 66 anos, atingido há três anos pela poliomielite.
Stefano, 49 anos, sofre de oligofrenia fraves.
Hamet, 75 anos, originário da Líbia, é de religião muçulmana. Por um acidente rodoviário, sofre de graves dano neurológicos.
Giordana, 27, originária da Etiópia, sofre de epilepsia e parálise cerebral.
Walter, de 59 anos, síndrome de down.

 

O CRISTO FUGIDO

por Talis Andrade

 

Cristo deixando o praetorium
Cristo deixando o praetorium

 

Esbarro nas multidões

com o espanto

de um santo

manchado de ouro

o ouro que os monges

tingiam as iluminuras

 

Um santo mendicante

de extravagante figura

as roupas de mendigo

uma auréola de brilhantes

 

Esbarro nas multidões

as multidões carregam

invisíveis pedras

As multidões buscam

um bode expiatório

a remissão dos pecados

na lapidação

As multidões querem sangue

o sangue do inocente

para espargir o propiciatório

 

 

In Os Herdeiros da Rosa, p.111

 

 

O encontro dos dois Franciscos em Assis

Papa Francisco em Assis

Ei-lo, portanto, no dia da festa do santo, 4 de Outubro, recomeçar precisamente onde há oitocentos anos Francisco deu início ao seu caminho: a partir de Cristo encarnado no homem sofredor. Para o santo foram os leprosos. Para o Papa Bergoglio, os corpos das crianças assistidas no Instituto  Seráfico de Assis.

Aqui no Seráfico ainda se respira o amor do frade Francisco por cada criatura. E o Papa conhece bem esta riqueza. Por isso, imergiu-se de alma e corpo nesta realidade. O encontro com as crianças teve lugar na capela do Instituto. Deixando de lado o discurso preparado, o Pontífice recolheu e relançou a amargura e a indignação diante de uma sociedade que não sabe reconhecer as chagas de Cristo.

Entretanto, uma pequena multidão reuniu-se diante do santuário de São Damião, onde é venerado o Crucifixo diante do qual pela primeira vez Francisco ouviu o Senhor falar-lhe e recomendar-lhe: «Vai e repara a minha casa». O Papa Francisco meditou prolongadamente diante daquele Crucifixo. Ao seu redor, um silêncio quase irreal, mas deveras eloquente.

No paço episcopal teve lugar talvez o momento mais significativo da sua peregrinação, certamente o mais esperado. Na «Sala da Espoliação», onde são Francisco renunciou à sua riqueza para se oferecer ao Senhor, o Papa propôs a imagem de uma Igreja despojada de toda a mundanidade, da «mundanidade espiritual que mata».

A sala estava cheia de desabrigados assistidos pela Cáritas umbra,  por ex-prisioneiros e por pais de família que com o trabalho perderam tudo, menos a dignidade. Diante deles, o Papa Francisco voltou a pôr de lado o discurso preparado e falou com o coração na mão, como em Cagliari, quando fez o mesmo gesto diante dos operários.

Depois, foi a pé até à vizinha basílica de Santa Maria Maior, a antiga catedral de Assis. Em seguida, retomou a sua peregrinação dirigindo-se de carro até à basílica superior. O Santo Padre desceu primeiro à cripta e ajoelhou-se em recolhimento diante da rocha secular que conserva os despojos mortais do santo. Depois, foi à praça de São Francisco onde presidiu à concelebração eucarística com os oito membros do Conselho de cardeais — que o acompanharam nesta peregrinação — e com os cardeais Bagnasco, Betori e Nicora, com os arcebispos Becciu, substituto da Secretaria de Estado, e  Gänswein, prefeito da Casa Pontifícia, com os bispos da Úmbria e com numerosos sacerdotes.

A manhã terminou no mais puro estilo franciscano. O Papa Bergoglio  despediu-se dos hóspedes e do seu próprio séquito e, de carro, foi ao centro de primeiro acolhimento situado nos arredores da estação ferroviária de Santa Maria dos Anjos, onde almoçou com os pobres. Ali, todos os dias há uma refeição quente para eles, posta à disposição pela Cáritas umbra. Trata-se de um lugar onde a dificuldade se ameniza com uma refeição frugal, na paz do coração por um calor humano oferecido abundantemente, por um gesto quotidiano que tem um sabor de humanidade. O Papa Francisco sentou-se à grande mesa de madeira  em forma de «L», pondo-se precisamente no canto, de maneira a poder fitar todos nos olhos. Toalha e guardanapos rigorosamente de papel, como todos os dias. Não havia vinho, só a «irmã água». A refeição preparada pela irmã Dina, chefe da cozinha, era a mesma do domingo ou de qualquer dia de festa, com a lasanha preparada por Annarita, como  seu prato forte.

«Uma lição de simplicidade», estava escrito num dos vários cartazes de boas-vindas. E foi o que o Pontífice fez durante esta manhã passada em Assis: deu uma grande lição de simplicidade. E na casa do seu «mestre» Francisco não podia deixar de ser assim.

 do nosso enviado Mario Ponzi/ L’Orsevatore Romano
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Trechos de sermões do Papa em Assis
“Aqui, Jesus está escondido nesses jovens, nessas crianças, nessas pessoas. No altar, adoramos a Carne de Jesus. Neles, encontramos as chagas de Cristo – que precisam ser ouvidas talvez não tanto nos jornais, como notícias… Esta é uma escuta que dura um, dois, três dias. Devem ser ouvidas por aqueles que se dizem cristãos. O cristão adora e busca Jesus e sabe reconhecer as suas chagas. A Carne de Jesus são as suas chagas nessas pessoas”.
Francisco recordou o luto em toda a Itália, neste dia, por conta da trágico naufrágio em Lampedusa. “Hoje, é um dia de lágrimas. É o espírito do mundo que faz essas coisas”, explicou o papa, que usou palavras fortes para quem se deixa levar por este espírito: “É realmente ridículo que um cristão verdadeiro, que um padre, um freira, um bispo, um cardeal, um papa, queiram percorrer esta estrada do mundo, é uma atitude homicida. O mundano mata, mata a alma, as pessoas, mata a Igreja. Hoje, aqui, peçamos a graça para todos os cristãos. Que o Senhor nos dê a coragem de nos espoliar do espírito do mundo, que é a lepra e o câncer da sociedade, é o câncer da revelação de Deus. O espírito do mundo é o inimigo de Jesus”.

“Paz e Bem!”, começou o papa em sua homilia. Em primeiro lugar, frisou que o caminho de Francisco para Cristo começou do olhar de Jesus na cruz. “O santo se deixou olhar por Ele no momento em que deu a vida por nós e nos atraiu para Ele. Naquele instante, Jesus não tinha os olhos fechados, mas bem abertos: um olhar que lhe falou ao coração”.

:“Quem se deixa olhar por Jesus crucificado fica recriado, torna-se uma nova criatura. E daqui tudo começa: é a experiência da Graça que transforma, de sermos amados sem mérito algum, até sendo pecadores”, prosseguiu.

O papa recordou que quem segue a Cristo recebe a verdadeira paz. “A paz franciscana não é um sentimento piegas, não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmos… Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns formaram. A paz de São Francisco é a de Cristo, é a de quem assume o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. E este jugo não se pode levar com arrogância, presunção, orgulho, mas apenas com mansidão e humildade de coração”, ressalvou o pontífice, pedindo a São Francisco que nos ensine a ser «instrumentos da paz»”.

Papa Francisco: “Recomeçar a partir de Cristo significa não ter medo de ir com Ele até às periferias”

A vocação de ser catequista

A vocação do catequista consiste em «ser», e não em «agir». Por isso, quem educa para a fé deve «guiar rumo ao encontro com Jesus, com palavras e com a vida, com o testemunho», sem ter medo de «sair» dos próprios esquemas para seguir Deus, porque «Deus vai sempre além», recordou o Papa Francisco aos participantes no congresso internacional de catequese, recebidos na parte da tarde de 27 de Setembro, na sala Paulo VI.

Para o Pontífice, ser catequista exige sobretudo «amor» a Jesus e ao povo de Deus. «E este amor — explicou — «não se compra nas lojas», mas «vem de Cristo», é «um presente de Cristo».

Então, o que fazer para ser um bom catequista? «Falarei — disse — de três elementos: um, dois e três, como faziam os antigos jesuítas… um, dois e três!». O primeiro elementos «é permanecer com o Mestre, ouvi-lo, aprender dele. E isto é sempre válido, é um caminho que dura a vida inteira». O segundo elemento é «recomeçar a partir de Cristo, que significa imitá-lo ao sairmos de nós mesmos para ir ao encontro do próximo. Trata-se de uma experiência bonita e um pouco paradoxal. Por quê? Porque quem põe Cristo no centro da própria vida, acaba por se descentrar-se a si mesmo! Quanto mais nos unirmos a Jesus e quanto mais Ele se tornar o centro da nossa vida, tanto mais Ele nos fará sair de nós próprios, descentrando-nos e abrindo-nos aos outros». Enfim, o terceiro elemento «está sempre nesta linha: recomeçar a partir de Cristo significa não ter medo de ir com Ele até às periferias».

E quanto ao modelo de catequista ao qual se refere, o Papa foi explícito: «Se o cristão sai pelas ruas — segundo o exemplo usado pelo Pontífice — se vai às periferias, pode acontecer-lhe um acidente… Mas digo-vos que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada do que uma Igreja enferma»; «um catequista que tenha a coragem de correr o risco de sair, do que um catequista que estuda, sabe tudo, mas permanece fechado».

 
 

Papa Francisco: A falta de ética na vida pública causa tanto dano à humanidade inteira

Outro ponto importante são os pobres. Se sairmos de nós mesmos, encontramos a pobreza. Hoje… – dizê-lo faz doer o coração – hoje encontrar um sem-teto morto de frio não é notícia. Hoje é notícia, talvez, um escândalo. Um escândalo: ah, isso é notícia! Hoje pensar que muitas crianças não terão que comer não é notícia. Isto é grave; sim, grave! Não podemos ficar tranquilos! Bem! As coisas estão assim. Não podemos tornar-nos cristãos engomados, aqueles cristãos demasiado educados que falam de coisas teológicas enquanto tomam o chá, tranquilos. Isto não! Devemos tornar-nos cristãos corajosos e ir à procura daqueles que são precisamente a carne de Cristo, aqueles que são a carne de Cristo! Quando vou confessar – não aqui; aqui ainda não posso, porque sair para confessar… daqui não se pode sair, mas isso é outro problema – quando, na diocese anterior, ia confessar, vinham as pessoas e eu sempre lhes fazia esta pergunta: “Dá esmolas?” “Sim, padre!” “Muito bem!”. Mas fazia-lhe mais duas: “Diga-me, quando dá esmola, fixa nos olhos aquele ou aquela a quem dá a esmola?”. “Bem, não sei, não me dou conta”. Segunda pergunta: “E quando dá esmola, toca a mão da pessoa a quem dá a esmola ou lança-lhe a moeda?”. Este é o problema: a carne de Cristo, tocar a carne de Cristo, assumir este sofrimento pelos pobres. A pobreza, para nós cristãos, não é uma categoria sociológico, filosófica ou cultural. Não! É uma categoria teologal. Diria que esta é talvez a primeira categoria, porque aquele Deus, o Filho de Deus, humilhou-se, fez-se pobre para caminhar connosco ao longo da estrada. E esta é a nossa pobreza: a pobreza da carne de Cristo, a pobreza que nos trouxe o Filho de Deus com a sua Encarnação. A Igreja pobre para os pobres começa pelo dirigir-se à carne de Cristo. Se nos fixarmos na carne de Cristo, começamos a compreender qualquer coisa, a compreender o que é esta pobreza, a pobreza do Senhor. E isso não é fácil! Mas aos cristãos apresenta-se-lhes um problema que não lhes faz bem: o espírito do mundo, o espírito mundano, a mundanidade espiritual. Isto faz-nos sentir autónomos, viver o espírito do mundo, e não o de Jesus. Quanto à pergunta que me fazíeis: como se deve viver para enfrentar esta crise que toca a ética pública, o modelo de desenvolvimento, a política? Pensar que esta é uma crise do homem, uma crise que destrói o homem, uma crise que despoja o homem da ética. Na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer. E, quando lemos os jornais, vemos como a falta de ética na vida pública causa tanto dano à humanidade inteira.
Gostaria de contar-vos uma história. Já o fiz duas vezes esta semana, mas farei uma terceira convosco. É a história que narra um midrash bíblico de um rabino do século XII. Ao contar a história da construção da Torre de Babel, diz ele que, para construir a Torre de Babel, era necessário fazer os tijolos. Que significa isto? Ir, empastar o barro, trazer a palha, misturar tudo, e depois… forno. E quando o tijolo estava pronto tinha de ser carregado lá para cima, para a construção da Torre de Babel. Enfim, o tijolo era um tesouro, considerando todo o trabalho que se requeria para o fazer. Quando caía um tijolo, era uma tragédia nacional e o trabalhador culpado era punido; era tão precioso um tijolo que, se caísse, era um drama. Mas, se caía um trabalhador, não sucedia nada; era um caso completamente diverso. O mesmo sucede hoje: se os investimentos em bancos caem um pouco, é uma tragédia! Que havemos de fazer? Mas, se as pessoas morrem de fome, se não têm que comer, se não têm saúde, isso não importa! Esta é a nossa crise de hoje! E o testemunho de uma Igreja pobre para os pobres vai contra essa mentalidade. Continue lendo

Papa Francisco: devemos criar, com a nossa fé, uma ‘cultura do encontro’, uma cultura da amizade, uma cultura onde encontramos irmãos, onde podemos conversar mesmo com aqueles que pensam diversamente de nós

Quando se ouve alguns dizerem que a solidariedade não é um valor, mas uma “atitude primitiva” que deve desaparecer… é errado! Está-se a pensar na eficácia apenas mundana. Quanto as momentos de crise, como este que estamos vivendo… Antes tinhas dito que “estamos num mundo de mentiras”. Atenção! A crise actual não é apenas económica; não é uma crise cultural. É uma crise do homem: o que está em crise é o homem! E o que pode ser destruído é o homem! Mas o homem é a imagem de Deus! Por isso, é uma crise profunda! Neste tempo de crise, não podemos preocupar-nos só com nós mesmos, fecharmo-nos na solidão, no desânimo, numa sensação de impotência face aos problemas. Não se fechem, por favor! Isto é um perigo: fecharmo-nos na paróquia, com os amigos, no movimento, com aqueles que pensam as mesmas coisas que eu… Sabeis o que sucede? Quando a Igreja se fecha, adoece, fica doente. Imaginai um quarto fechado durante um ano; quando lá entras, cheira a mofo e há muitas coisas que não estão bem. A uma Igreja fechada sucede o mesmo: é uma Igreja doente. A Igreja deve sair de si mesma. Para onde? Para as periferias existenciais, sejam eles quais forem…, mas sair. Jesus diz-nos: “Ide pelo mundo inteiro! Ide! Pregai! Dai testemunho do Evangelho!” (cf. Mc 16, 15). Entretanto que acontece quando alguém sai de si mesmo? Pode suceder aquilo a que estão sujeitos quantos saem de casa e vão pela estrada: um acidente. Mas eu digo-vos: Prefiro mil vezes uma Igreja acidentada, caída num acidente, que uma Igreja doente por fechamento! Ide para fora, saí! Pensai também nisto que diz o Apocalipse (é uma coisa linda!): Jesus está à porta e chama, chama para entrar no nosso coração (cf. Ap 3, 20). Este é o sentido do Apocalipse. Mas fazei a vós mesmos esta pergunta: Quantas vezes Jesus está dentro e bate à porta para sair, ir para fora, mas não O deixamos sair, por causa das nossas seguranças, por estarmos muitas vezes fechados em estruturas caducas, que servem apenas para nos tornar escravos, e não filhos de Deus que são livres? Nesta “saída”, é importante ir ao encontro de…; esta palavra, para mim, é muito importante: o encontro com os outros. Por quê? Porque a fé é um encontro com Jesus, e nós devemos fazer o mesmo que Jesus: encontrar os outros. Vivemos numa cultura do desencontro, uma cultura da fragmentação, uma cultura na qual o que não me serve deito fora, a cultura das escórias. A propósito, convido-vos a pensar – e é parte da crise – nos idosos, que são a sabedoria de um povo, nas crianças… a cultura das escórias. Nós, pelo contrário, devemos ir ao encontro e devemos criar, com a nossa fé, uma “cultura do encontro”, uma cultura da amizade, uma cultura onde encontramos irmãos, onde podemos conversar mesmo com aqueles que pensam diversamente de nós, mesmo com quantos possuem outra crença, que não têm a mesma fé. Todos têm algo em comum conosco: são imagens de Deus, são filhos de Deus. Ir ao encontro de todos, sem negociar a nossa filiação eclesial. Leia mais

Crise. Londrina tem 300 moradores de rua e já encontraram uma solução cristã: não dar esmolas

 

Segundo a coordenadora do Serviço de Abordagem Social, a psicóloga Lucinéia Maria Ribeiro, a população acredita que, ao dar esmolas, está ajudando. Na verdade, segundo ela, isso contribui para que muitas pessoas continuem comprando drogas e estimula a permanência nas ruas. ”É uma luta desigual para a gente, pois eles sempre conseguem adquirir essas substâncias psicoativas”, relatou.

É! o brasileiro gosta dos esportes radicais: morar em locais de risco, residir em favelas, dormir na rua ladrilhada de pedrinhas de brilhante. E no luxo das drogas, que é vício de rico. Cada pobre, no Natal, vai armar sua manjedoura para a noite de festa.

Com a aproximação das festas de fim de ano há um incremento do fluxo de pessoas em Londrina e isso resulta também em um aumento do número de pedintes e moradores de rua.