Novo dono demite mais de 130 funcionários dos Associados

Você cliente do HapVida ganha a assinatura de um jornal dos Associados. Ou vice-versa. Por Payam Boromand
Você cliente do HapVida ganha a assinatura de um jornal dos Associados. Ou vice-versa. Por Payam Boromand

 

Informa o Portal da Imprensa: “Desde a última terça-feira (24/3), mais de 30 jornalistas das equipes dos jornais Diario de Pernambuco e AquiPE e cerca de 100 profissionais de outras áreas foram demitidos. Nesse grupo estão editores, repórteres, diagramadores, ilustradores e fotógrafos — um deles com 40 anos de casa. Também foram cortados integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), dos gráficos, da administração, transportes, marketing, alimentação e recursos humanos.

Os cortes foram feitos pelo Grupo Opinião de Comunicação (GOC), controlado pelo Canadá Investimentos, proprietário da Hapvida, nova holding das publicações. Era a hora de parar todas as redações de Pernambuco, por um salário digno, e perdidos direitos trabalhistas”.

 

Pavão misterioso

 

O novo e misterioso dono do Diário de Pernambuco. Por Fadi Abou Hassan
O novo e misterioso dono do Diário de Pernambuco. Por Fadi Abou Hassan

 

O Sindicato lastima o passaralho, e esconde o salário base de uma profissão escravizada, que a liberdade de imprensa é da empresa, uma casa de negócios, e não de quem faz o jornal, o jornalista. Uma classe desunida. Relembro o caso de Ricardo Antunes. Ficou injustamente preso mais de seis meses, e ninguém, ninguém mesmo, disse nada. Fui anticandidato a presidente do Sinjope, para denunciar o salário de fome e medo. Convidei Ricardo para ser o vice como protesto.

Sempre digo que jornalismo se faz com coragem e sonho. Coragem para combater os barões da imprensa, os monopólios, que transformam as redações em senzalas.

Os Associados têm um dono, com desconhecido nome. Um bando de jornalistas desenformados, os que continuam empregados, ignoram o nome do patrão. Um patrão que determina a linha editorial. Um patrão que pode ser a mestra, a contramestra, a Diana ou o velhinho de um pastoril que os jornalistas dançam…

Acrescenta o Portal da Imprensa: Em janeiro desde ano, a empresa adquiriu 57,5% da participação societária nas empresas de comunicação do Grupo Diários Associados, e assumiu o controle do Sistema Associado de Comunicação, TV Borborema, Rádio e TV O Norte; as rádios Poti, O Norte e Borborema, Diario de Pernambuco e AquiPE.

 

Jornalista on line do Diário de Pernambuco examinado pelo patrão proprietário
Língua afiada. Jornalista on line do Diário de Pernambuco examinado pelo patrão HapVida. Por Alfredo Martirena

Nesta quarta-feira (25/03), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram uma nota de repúdio à ação da empresa. O texto diz que com as demissões, o grupo compromete a credibilidade dos veículos que controla, incluindo a TV Clube/Record, as rádios Clube/Globo AM, a Clube FM e, na Internet, o portal Pernambuco.com, o Vrum, o Admite-se, o Lugarcerto e o diariodepernambuco.com.br

“O GOC, ao anunciar oficialmente a sua missão, dizia “defender a ética, a verdade e justiça social”. As ações vão contra o discurso publicado e apontam para a destruição de uma empresa 189 anos e que já é parte do patrimônio da Comunicação de Pernambuco”, afirma a nota.

Para as entidades, não houve “critério compreensível” nos cortes, que atingiu pessoas que não poderiam ser demitidas e deixou equipes sem chefias — a exemplo da fotografia. As entidades convocaram uma reunião com a diretoria da empresa e com o Ministério Público do Trabalho (MPT). “Sinjope e Fenaj alertam ainda que não serão aceitas sobrecarga de trabalho com excesso de jornada aos profissionais remanescentes e a ocupação das vagas dos demitidos por estagiários”.

À IMPRENSA, Cláudia Eloi, repórter de política e presidente do Sinjope, manifestou preocupação com os colegas demitidos e com o futuro do jornal. “Viramos somente números. Parece que não somos profissionais, seres humanos. Quantos fins de semana perdemos, quantas vezes deixamos nossos filhos em casa para trabalhar? Nossa experiencia foi jogada no lixo”.

Segundo ela, há rumores de que mais trabalhadores devem ser afastados. “Não sabemos como será daqui para frente. Se antes tinha talvez 50 para fazer o jornal, agora tem 20. Como essa conta fecha? E a gente não faz só impresso, faz foto, vídeo, áudio, redes sociais… Como uma colega batizou, é multifunção e monossalário. Um patrimônio de Pernambuco de 189 anos está sendo destruído, dizimado”, lamenta.

Os jornalistas de Pernambuco, indignados com a conduta do grupo de mídia, têm usado as redes sociais para denunciar o corte em massa e mobilizar a categoria para tentar reverter a situação.

Leia a íntegra da nota das Diretorias de Sinjope e da Fenaj:

“Sinjope e Fenaj repudiam demissões em massa promovida pelo Canadá Investimentos/Hapvida no Diario de Pernambuco

Com a demissão de mais de 30 jornalistas das equipes dos jornais Diario de Pernambuco e AquiPE e mais de 100 profissionais de outras áreas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público repudiar a atitude da “nova holding”, o Grupo Opinião de Comunicação (GOC), controlado pelo Canadá Investimentos, proprietário da Hapvida.

Em janeiro, o GOC, ao anunciar oficialmente a sua missão, dizia “defender a ética, a verdade e justiça social”. As ações vão contra o discurso publicado e apontam para a destruição de uma empresa 189 anos e que já é parte do patrimônio da Comunicação de Pernambuco.

O Sinjope e a Fenaj convocam reunião imediata com a diretoria do Canadá Investimentos/Hapvida e com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e outras entidades de classe, a fim de discutir a questão e interromper o processo de desmonte das empresas.

A lista de demissão foi feita sem qualquer critério compreensível. Incluiu até integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), limou profissionais com mais de 30 anos de casa, deixou equipes sem chefias e atingiu gráficos e funcionários da administração, transportes, marketing, alimentação e recursos humanos, entre outros setores.

Com as demissões, o grupo compromete ainda a credibilidade dos veículos que controla , incluindo a TV Clube/Record, as rádios Clube/Globo AM, a Clube FM e, na Internet, o portal Pernambuco.com, o Vrum, o Admite-se, o Lugarcerto e o diariodepernambuco.com.br.

Aos profissionais demitidos, orientamos que juntem carteiras profissionais e os últimos 12 contracheques e agendem atendimento na assessoria jurídica do Sinjope para salvaguardar direitos (telefone 3221-4699). Aqueles com mais tempo de exercício profissional, por exemplo, podem ter direito a estabilidade assegurada na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Sinjope e Fenaj alertam ainda que não serão aceitas sobrecarga de trabalho com excesso de jornada aos profissionais remanescentes e a ocupação das vagas dos demitidos por estagiários.

Diretorias de Sinjope e da Fenaj”

 

Ali Kamel é manipulador e faz jornalismo de hipóteses

tv manipulação pensamento globo

Neste blog existem várias reportagens, artigos, entrevistas denunciando o jornalismo das empresas Globo como manipulador, parcial, tendencioso, mentiroso e vendido. Vide links. Um jornalismo baseado em hipóteses.

E quem dirige esse jornalismo safado, vendido (vide relatório do honrado deputado Djalma Aranha Marinho, hoje nome do plenário da Comissão de Constituição e Justiça), principalmente o da TV Globo?

Os manipuladores são os jornalistas que exercem os cargos da máxima confiança dos proprietários. Um diretor de jornalismo aprova a pauta de reportagens, seleciona os textos, as imagens e os áudios. Tudo conforme os interesses dos patrões.

Um jornalismo livre apenas é possível quando o Conselho de Redação, exclusivamente eleito por empregados sem cargos de chefia, decide a linha editorial.

A criação dos Conselhos deveria constar da Lei dos Meios, que o Brasil não possui, para evitar o monopólio, que cria o atual jornalismo manipulador do pensamento único, da censura dos empresários, do nefasto e profético Big Brother (O grande irmão Marinho, empregador de Ali Kamel) previsto por Georger Orwell.

Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)
Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)

 

globo tv pig golpista

pensamento único censura justiça

Com o monopólio dos meios, a liberdade de imprensa constitui uma propriedade das empresas, e não um direito do jornalista.

O jornalismo é feito de hipóteses. Em geral, um enunciado (ou conjunto de enunciados) que possa ser colocado à prova, atestado e controlado só indiretamente, isto é, através das suas consequências. A característica da hipótese é, portanto, que ela não inclua nenhuma garantia de verdade nem a possibilidade de uma verificação direta.

A manipulação começa pela escolha do jornalista (o patrão sabe que tipo de texto escrito se pode esperar de um editor que ele empregou). A preferência das fontes de informação (agências nacionais e estrangeiras, autoridades, pessoas de prestígio etc), sem esquecer que Carlinhos Cachoeira era ouvido e cheirado pela Veja e Globo. O abuso dos releases. A definição do espaço na imprensa, no jornalismo on line; e do tempo na tv e rádio.  E a mensagem vai da mentira a uma meia-verdade. De um balão de ensaio à propaganda (repetição) dos teasers.

tv globo

Kamel versus Nassif: a diferença de tratamento que a Justiça dá a casos semelhantes

 

por Paulo Nogueira

Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça
Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça

Da Justiça se espera ao menos uma coisa: que seja coerente nas decisões.

É a única forma que os cidadãos têm de medir eventuais consequências jurídicas de suas ações.

Estou falando isso a propósito da decisão da Justiça do Rio de condenar Luís Nassif a pagar 50 mil reais de indenização para Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo.

A juíza Larissa Pinheiro Schueler baseou sua decisão no fato de Nassif haver afirmado que Ali Kamel é “manipulador” e faz “jornalismo de hipóteses”. Isso, segundo ela, extrapolaria o “direito à informação”.

Aplique esta mesma lógica não apenas para Nassif, mas para a mídia em geral. Não faz muito tempo, no âmbito da mesma Globo de Kamel, os nordestinos foram chamados de “bovinos” por Diogo Mainardi.

Se “manipulador” custa 50 mil reais, qual seria a indenização para “bovinos”? Ou, já que falamos de Mainardi, de “anta”, como ele tratava rotineiramente Lula em seus dias de colunista da Veja?

A Justiça deveria, em tese, ser igual para todos, mas é mais igual para alguns do que para outros.

monopólio tv censura

Há uma decisão jurídica recente que demonstra isso com brutal precisão.

O jornalista Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, foi processado por Collor. Quer dizer: Collor fez o que Kamel fez.

Com uma diferença: perto do que Nunes disse dele, Nassif arremessou flores na direção de Kamel.

Começa no título: “O farsante escorraçado da Presidência acha que o bandido vai prender o xerife”.

Um trecho: “… o agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a prender o xerife.”

O site Consultor Jurídico noticiou o caso assim:

“Na sentença, a juíza Andrea Ferraz Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente.

(…) “Embora carregada e passional, não entendo que houve excesso nas expressões usadas pelo jornalista réu, considerando o contexto da matéria crítica jornalística. Assim, embora contenha certa carga demeritória, não transborda os limites constitucionais do direito de informação e crítica”, disse a juíza.

(…) No pedido de indenização, Collor alegou que foi absolvido de todas as acusações de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal e que há anos vem sendo perseguido pela Abril.

A juíza, entretanto, considerou irrelevante a decisão do STF. “As ações políticas do homem público estão sempre passíveis de análise por parte da população e da imprensa. O julgamento do STF não proíbe a imprensa ou a população de ter sua opinião pessoal sobre assunto de relevância histórica nacional”, justificou.”

Um momento. Ou melhor: dois momentos. “Irrelevante” a decisão do STF? Então você é absolvido de acusações na mais alta corte do país e mesmo assim isso não vale nada? Podem continuar a chamar você de bandido sem nenhuma consequência?

A juíza aplicou uma espetacular bofetada moral no STF em sua sentença. Como para Augusto Nunes, também para ela não houve nenhuma consequência.

Se um juiz trata assim uma decisão da Suprema Corte, qual o grau de respeito que os cidadãos comuns devem ter pela Justiça?

O segundo momento é por conta da expressão “certa carga demeritória”. Raras vezes vi uma expressão tão ridícula para insultos e assassinato de imagem.

Regular a mídia é, também, estabelecer parâmetros objetivos para críticas e acusações feitas por jornalistas.

Não é possível que “manipulador” custe 50 mil reais e “bandido”, “chefe de bando”, “farsante” e “destaque da bancada do cangaço” zero.

Quando você tem sentenças tão opostas, é porque reinam o caos e a subjetividade.

A única coisa que une o desfecho dos dois casos é que jornalistas de grandes empresas de mídia se deram muito bem.

Isso é bom para eles e as empresas nas quais trabalham.

Para a sociedade, é uma lástima.

Enio
Enio
O debate da lei dos meios na Argentina
O debate da lei dos meios na Argentina

Je vous salue, Charlie!

charilie-identidade

 

Duas sacanagens da propaganda marrom da imprensa conservadora e seus assalariados escribas:

1. Reclamar que o Brasil não mandou representante para a marcha de Paris

2. Ligar a Lei de Mídia à chacina na revista Charlie Hebdo

 

Nani
Nani

Mandar representante pra quê? Matam jornalistas adoidado pelo mundo inteiro e ninguém liga. Matam jornalistas comunistas em Paris, e por ser na França, vira um acontecimento internacional.

Toda morte de jornalista é um atentado à Liberdade, à Democracia.

Dois mascarados franceses matam jornalistas franceses, inclusive um policial de origem argelina e maometano.

O Brasil tem vários assassinos de jornalistas soltos. Um jornalista francês não é diferente de um jornalista brasileiro.

Primeiro uma marcha aqui, no Brasil, para defender vários jornalistas que estão ameaçados de morte. E pedir a prisão dos carrascos da imprensa brasileira. No Brasil do assédio judicial. No ano eleitoral de 2014 os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, por motivos políticos, mandaram prender jornalistas, com a cumplicidade de uma justiça parcial e iníqua

Regulamentação da mídia já! Para criar conselhos de redação. Conselheiros eleitos por jornalistas empregados sem cargos de confiança. Por uma redação livre. Que a liberdade de imprensa é do jornalista que faz o jornal, e não dos empresários proprietários dos meios de comunicação de massa.

Regulamentação da mídia já! Para acabar com o pensamento único, imposto pelo monopólio dos meios de comunicação de massa.

 

Liberdade de expre$$ão ou discurso de ódio?!

Thiago Lucas
Thiago Lucas

por Gilmar Crestani
Porto Alegre hospedou um certo Siegfried Ellwanger Castan e sua editora Revisão, que duvidava do Holocausto Judeu. Escreveu alguns livros e o STJ, mediante provocação, proibiu a venda e a prisão do ousado revisionista. Merecidamente foi proibido de escrever e publicar o seu revisionismo. Incrivelmente os mesmos que protestavam e se insurgiam contra Castan são hoje defensores ferozes da “liberdade de expressão” do pessoal do Chalie Hebdo nazi(madário) francês. Não é inacreditável que os movimentos neonazistas da europa, como os neofascistas da Liga Norte (Polentoni) na Itália estejam todos contra os imigrantes, inclusive os do sul da Itália (Terroni).

Os mesmos que festejaram, merecidamente, a derrubada do Muro de Berlim, estão criando muros por todos lados. Ontem foi o dia de acertarem o segredo de mais cadeados para tornarem as portas migratórias mais herméticas. Vendo quem são os defensores dos bloqueios das ondas migratórias só posso chama-los de HIPÓCRITAS, posto que representam países colonialistas, que invadiram e impuseram leis, religiões e costumes aos agora migrantes.

Hoje os que vestem a máscara negra do Je suis Charlie também vestiram o manto da censura ao Je vous salue, Marie, do Jean-Luc Godard.

Parodiando a reza Ave Maria em francês: Je vous salue, Charlie, vide de grâce! Eu vos saúdo, Carlos, vazio de graça… Tudo o que se faz diminuindo o outro não pode ser considerado humor. Sem contar a obsessão.

A mídia internacional está faturando encima do ataque terrorista. Nada justifica a morte, muito menos aquelas decorrentes de atos terroristas por divergência de opinião. Deve-se repudiar qualquer ato terrorista. Então pergunto o que faria um pai, irmão, filho que veja os seus serem dizimados por estarem no teatro de guerra só pelo fato de pertenceram a determinada etnia ou religião? Qual a diferença entre um massacre provocado por um Drone ou um ataque perpetrado por duas pessoas?

O que é um ato terrorista? A cultura da eliminação de quem pensa diferente é uma cultura terrorista? Quantas vezes os países onde prepondera a religião muçulmana provocaram guerras contra outros países usando por álibi terem, os invadidos, religião não muçulmana?

A mídia brasileira faz questão de esquecer que o WikiLeaks vazou um documento que desnudava uma estratégia da CIA: “Strategy for Engaging Brazil on Defamation of Religions”. O ódio religioso é uma indústria azeitada e ajeitada pela máquina de guerra norte-americana e seus ventríloquos pelo mundo.

Aliás, alguém ainda lembra da “cruzada” do Bush contra as armas de destruição em massa do Iraque?! Quem não sabe o que foram as Cruzadas?

O ataque não foi contra as charges, mas contra aquilo que as charges simbolizavam: o desprezo ocidental pela religião muçulmana. A desgraça da religião muçulmana foi ter nascido encima do petróleo. O ódio aos muçulmanos devido ao petróleo é compensado pelo amor ao Dalai Lama, por ser anti-china. Pelo que se saiba o Tibet não produz petróleo…

O que se verifica são os dois pesos e duas medidas, mas todas a favor da criminalização dos povos que professam a fé no profeta Maomé. Não é muita coincidência que os mesmos nazi-fascistas da Ucrânia estejam abraçados a favor da cruzada agora contra o terrorismo muçulmano?

Anders Behring Breivik, o norueguês que matou mais de 70 pessoas, era tratado pela imprensa como atirador. Já os indivíduos que participaram do massacre em Paris são tratados como “terroristas”. Conseguem perceber a diferença de tratamento? Assim a imprensa vai modificando nossas cabeças… Professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser coloca a diferença de tratamento entre o atentado à revista francesa Charlie Hebdo e o ataque realizado em 2011 na Noruega: “Quando se descobriu que o autor era de extrema-direita, a explicação foi de que era um louco. Quando se trata do islâmico, a tendência da grande mídia é associar um a todos”. Por que não houve repúdio internacional à chacina dos estudantes mexicanos incinerados pelo narcotráfico? Onde estavam os chefes de Estado que não cobraram providência dos traficantes mexicanos e dos consumidores norte-americanos. Aliás, em se falando do mercado consumidor, há uma boa entrevista do ator argentino Ricardo Darín.

Assim como o mercado consumidor de drogas são os EUA, também é verdade que o maior vendedor de armas (Irã-contras) são os EUA. São eles que faturam vendendo armas para aqueles que depois fazem “cruzadas” contra o obscurantismo. Quem está por traz da morte de Muamar Kadafi, da Líbia, Mubarah, do Egito, Saddam Hussein, do Iraque, Bin Laden, no Afeganistão?! São os mesmos que financiaram estes personagens enquanto lhes eram úteis. Aliás, são os mesmos que ajudaram a implantar ditaduras a partir do México para baixo.

Os EUA, como a Rede Globo, deve ser um balizador, um sinalizador do lado que deveremos estar. Na mesma direção mas em sentido oposto! SEMPRE!

 

 

Coisa rara de acontecer: jornalistas em greve contra o salário da fome e do medo

charge jornalista

O salário do jornalista brasileiro (para ser espancado e ameaçado de morte e fazer o que o patrão ordena) é humilhante. Quanto mais rica a empresa, mais baixo o salário.

O salário de merda enriquece os barões da imprensa. Os corruptos sempre compram uma mídia para lavar o nome e abrir todas as portas, principalmente as dos palácios e cofres dos bancos oficiais.

O Brasil devia ter uma lei, reivindicada em plebiscito, e aprovada em referendo, igual a do Equador: dono de mídia não pode possuir outros negócios, outros interesses que a imprensa verdadeira, comprometida com o nacionalismo, o patriotismo e o bem geral do povo.

Os jornalistas brasileiros trabalham em gaiolas de ouro e moram no cu do mundo. São pobres de marré deci.

Por que os patrões oferecem apenas um mês de estabilidade? Além de ser um emprego precário e temporário, o jornalista continua sendo despedido a pedido de qualquer Salomé. Nos anos pares de passaralho (barca), quando são recrutadas as equipes para promover campanhas eleitorais. Nos anos ímpares, as demissões em massa para formar uma redação favorável ao previsível adesismo. A política do rei morto, viva o rei. Ou do golpismo, de desestabilização dos governantes contrários ao status quo.

Para evitar  demissões, nos países verdadeiramente democráticos, os empregados elegem os conselhos de redação, com os votos e eleição de jornalistas que não exercem cargos de chefia, cargos de confiança, da máxima confiança do patronato.

jornal redação máquinas escrever cigarro

Jornalistas divulgam contracheques para provar que recebem mal no Pará

por Edson Caldas

Os funcionários do jornal Diário do Pará, Portal Diário Online (DOL) e TV RBA, em greve desde a última sexta-feira (20/9) por melhores condições de trabalho, decidiram publicar seus holerites no Facebook para comprovar o valor de seus salários.
A iniciativa surge após o diretor de redação do Diário, Gerson Nogueira, declarar em entrevista ao Portal dos Jornalistas que, apesar das “reclamações”, a média salarial na empresa era “de R$ 2,6 mil, superior inclusive à de cidades como Salvador e Recife”.
Indignados, os trabalhadores começaram a divulgar seus contracheques. Entre as principais reivindicações da greve, está o aumento do atual salário no Grupo RBA, proprietário dos veículos, e um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR). Hoje, repórteres e fotógrafos do grupo ganham em média R$ 1.000 brutos. Com descontos, o salário pode chegar a menos de R$ 800.
“Essa situação vem se arrastando há muito tempo”, relatou Sheila Faro, presidente do sindicato, em entrevista à IMPRENSA na semana passada. “A vontade de mudar, ganhar mais, de ser valorizado e respeitado fez com que, na última assembleia, deliberássemos pela greve.”
Na última quarta-feira (25/9), os jornalistas rejeitaram uma proposta do Grupo RBA. A empresa ofereceu R$ 1.300 de salário e um mês de estabilidade. A presidente do sindicato classificou a proposta como “vergonhosa”.
“A greve continuará por tempo indeterminado até que suas reivindicações sejam atendidas”, declarou a entidade em comunicado. “Para demonstrar flexibilidade nas negociações, o Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), atendendo às deliberações da categoria, apresentará nova proposta à empresa, com intuito de chegar a um acordo e concluir as negociações.”
jornalista imprensa marrom

Após denunciar assédio, Mariana Ceccon deixa a CBN

Depois de escrever e publicar extensa carta sobre os casos de assédio sexual na rádio CBN Curitiba, a estudante de jornalismo Mariana Ceccon deixou a emissora. A jovem, que era estagiária, falou sobre o assunto por meio de sua a página pessoal no Facebook, espaço que explicou os motivos para a decisão.

“Hoje foi um dia mais difícil do que ontem. Encerrei meu ciclo na Rádio CBN. Não porque eu concorde que eu SOU OBRIGADA MORALMENTE a sair do emprego (eu não sou obrigada a abrir mão de pequenas conquistas por falta de ética de outros funcionários) e sim porque hoje eu tive a certeza que eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para melhorar a minha situação e a dos meus colegas”, disse.

A história sobre os casos de assédio foi revelada no começo deste mês, quando a situação foi denunciada pelos próprios jornalistas da emissora. No texto escrito por Mariana e divulgado nesta semana, ela relata o que aconteceu e afirmou que as acusações são contra o ex-deputado federal e jornalista Airton Cordeiro, comentarista esportivo da casa. Para ela, “não existe nada pior para um jornalista do que ter a credibilidade suja, a honra julgada e a moral extirpada”. Até o momento, Cordeiro, que está afastado de suas atividades na emissora, não se pronunciou sobre o assunto.

Veja abaixo o relato de Mariana sobre sua saída da CBN:

Hoje foi um dia mais difícil do que ontem. Encerrei meu ciclo na Rádio CBN. Não porque eu concorde que eu SOU OBRIGADA MORALMENTE a sair do emprego (eu não sou obrigada a abrir mão de pequenas conquistas por falta de ética de outros funcionários) e sim porque hoje eu tive a certeza que eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para melhorar a minha situação e a dos meus colegas. Hoje o dia foi triste porque sinto muito em deixar a rádio, sinto muito em deixar o convívio dos meus colegas que sempre foram exemplares comigo. Sinto muito em deixar um lugar que eu sempre desejei trabalhar. Mas espero um dia voltar a ralar com pessoas tão bacanas quanto as da CBN. Agradeço principalmente a Karina Lançoni Bernardi, por todos os conselhos, paciência e amizade! Aprendi muito com você Ká, principalmente a não entrar em desespero, por mais que faltem 5 minutos para o jornal entrar e ainda não tenha entrevistada fechada!

Obrigado pela convivência e até uma próxima!

Fonte: Comunique-se Com.

Publicou Mariana Ceccon: Diante de toda esta situação me alegro por vários motivos. Recebi centenas de mensagens, todas com vibrações positivas, mensagens de apoio e realmente emocionantes. Isto é a coisa que me deixa mais feliz. Agradeço a todos que entraram em contato comigo e faço questão de responder cada mensagem positiva (e também a única negativa que recebi).

No meio de tantas mensagens perdi a conta de quantas mulheres, em grande parte jornalistas, me procuraram para dizer que sofrem com isto constantemente. Sabendo disto, a professora Rosiane Correia De Freitas (que eu acabei de conhecer) me enviou o link da página Meu nome não é flor. Ela reúne depoimentos anônimos de outras mulheres do jornalismo que já sofreram com assédio e violência no exercício da profissão. São depoimentos anônimos porque, como me explicou a professora, o objetivo não é denunciar e sim criar um clima de solidariedade entre as mulheres que se sentem tão sozinhas nessa situação.

Para quem interessar e para todas que se abriram comigo fica ai a dica.

Transcrevo algumas das centenas de mensagens recebidas por Mariana Ceccon. É impressionante as denúncias que elas contém:

  • Tirza Loblein Muita força desde o Paraguai Mariana !
  • Rafael Correa Silva Já passou da hora dos poderosos sentir a força da justiça!! Parabéns pela sua atitude!!!
  • Leonardo Lima Como disse ao Wille, obrigado por enriquecer meus exemplos nas humildes aulas de Ética que ministro nas escolas, para as crianças, Mariana. Gente de verdade, fazendo a coisa certa, toca no coração das mentes jovens, obrigado pela ajuda!!!
  • Flavia Toffoli Versolato Meu apoio integral! Já passei por problema muito parecido no final dos anos 70, era foquinha total no Jornal Gazeta Mercantil. Muito difícil, pois os tempos eram outros e muito piores… e passou. é de indignar!
  • Raffaela Porcote Mariana, sou estudante de jornalismo também e acompanhei seu caso superpreocupada, pensando muito em você. Há uma cultura machista que tenta culpabilizar a mulher pela falta de caráter dos homens e, putz, essa semana mesmo fui vítima de ameaças e tentativa de agressão na faculdade por dizer o que penso, sem ofender ninguém. Eu quero dizer a você que não se abale, gata. Há muita gente lhe apoiando. A luta deixou de ser sua. É nossa! Você é muito forte, não permita que ele faça com que você se sinta culpada e diminuída. Força, gata! Tenho muito respeito pela sua postura. Não vamos deitar pra essa gente…
  • Rosiane Correia De Freitas Meninas (Raffaela Porcote e Flávia), passem lá no Meu nome não é flor. É importante que esses registros sejam feitos mesmo que anonimamente
     Karina Lançoni Bernardi Mari, obrigada pelo companheirismo neste período em que esteve na CBN (período que sabemos que não foi nada fácil), fico feliz em poder ter te passado um pouco do que aprendi na profissão. Quero que saiba, assim como te falei ontem, que você já é uma ótima jornalista e que com certeza ainda trabalharemos juntas….. Parabéns mais uma vez pela coragem e dignidade, acompanhei os desdobramentos até a publicação da sua carta e te digo que você teve muita maturidade e serenidade para tratar o assunto….. Sentirei saudades!
    P.S.: Só criei o link Mariana Ceccon depois que ela escreveu a corajosa carta. Inclusive para ressaltar a integridade e exemplar solidariedade de companheiros de redação.  Mariana, valeu. Os assédios sexual e moral continuam nas redações. Basta a humilhação do salário (T.A.)

Mais fácil é passar um rico pelo fundo de uma agulha, do que entrar um pobre no Jornal do Comércio

Revista na porta do Jornal do Comércio

Ilustração de Mohammad Saba'aneh
Ilustração de Mohammad Saba’aneh

 

Escreveu Noélia Brito: Soube agora há pouco que o veterano jornalista Talis Andrade, que lançou uma chapa para concorrer à eleição do Sindicato dos Jornalistas (o nome da chapa é “Você sabe Porquê”) teria sido impedido de apresentar seu manifesto de campanha aos colegas do JC. No Diário e na Folha não teria encontrado nenhuma resistência. O que causa estranheza na notícia é o fato de que Talis Andrade formou uma geração de jornalistas pernambucanos e foi Diretor de Redação do JC onde teria retornado após 25 anos de ausência para apresentar sua candidatura de oposição à atual gestão do Sindicato. Custo a crer que desrespeito dessa natureza tenha de fato ocorrido, mas com certeza Talis poderá nos contar como foram as visitas que promoveu aos três principais jornais de nosso Estado na tarde de hoje e a receptividade que encontrou.

Respondi: Vou contar, sim, Noelia Brito. Trabalhei em três épocas diferentes na Empresa Jornal do Comércio. Terminei minha carreira profissional como diretor responsável e chefe de redação do Jornal do Comércio e do Diário da Noite. Vou escrever sobre este triste, decepcionante, antidemocrático retorno. Vou fazer uma comparação com o meu tempo do batente e os mudados e modernos tempos de hoje. E falar da alegria de retornar ao Diário de Pernambuco e à Folha da Manhã. No Jornal do Comércio, o encarceramento do comportamento capitalista de supermercado.

Tempo de espera na portaria do Jornal do Comércio. Ilustração de Vladimir Kazanevsky
Tempo de espera na portaria do Jornal do Comércio. Ilustração de Vladimir Kazanevsky
São meus companheiros de luta renomados jornalistas. Que também ocuparam os mais importantes cargos na imprensa nacional e pernambucana. Que inclusive trabalharam – para a glória e honra da redação – no Jornal do Comércio. Nomes como Ângelo Castelo Branco, Celso Marconi e Roberto Tavares.
Mesmo durante a ditadura militar, as portas dos jornais eram abertas para o povo.
O povo não entra mais.
O povo só é notícia nas páginas policiais.
  (Continua)

Estudantes, aposentados, encontro marcado hoje com os jornalistas do batente

Ontem, tivemos um encontro com os filhos e netos dos jornalistas

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AGENDA DE HOJE, SEGUNDA-FEIRA, 15 DE JULHO

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14h30m – Jornal do Comércio – Rua da Fundição, 257, Santo Amaro

15h30m – Diário de Pernambuco – Rua do Veiga, 600, Santo Amaro

16h30m – Folha de Pernambuco – Avenida Marquês de Olinda, 105, Recife Antigo

Payam Boromand
Payam Boromand

O JORNALISMO SE FAZ NAS RUAS, E NÃO COM AS REDAÇÕES FECHADAS E CERCADAS DE SEGURANÇA. REDAÇÕES ONDE O POBRE NÃO ENTRA.

NÃO SE FAZ JORNALISMO LIVRE E VERDADEIRO COM O SALÁRIO DE FOME E MEDO.

ABAIXO OS PASSARALHOS, O ASSÉDIO JUDICIAL, O ASSÉDIO EXTRAJUDICIAL, O ASSÉDIO MORAL, O ASSÉDIO SEXUAL, O STALKING POLICIAL, O PELEGUISMO, A CENSURA, A AUCENSURA, O PENSAMENTO ÚNICO, A TESOURA, O PRENDE E ARREBENTA DA POLÍCIA E A CHAVE QUE NOS TRANCA.

Elena. ospina
Elena. ospina
Pedro X. Molina
Pedro X. Molina

Jornalistas, uma anticandidatura derrota o governismo e continuísmo sindicais?

Uma Candidatura contra todos os poderes de fora que atuam dentro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco pode ganhar uma eleição?

Não temos dinheiro para pagar as mensalidades atrasadas dos jornalistas de salários humilhantes. Nem dinheiro para transportar os aposentados, no dia das eleições.

Jornalismo se faz com coragem e sonho. Não há dinheiro que compre o voto de um verdadeiro jornalista.

Claudius Seccon
Claudius Ceccon

Os jornalistas na porta do Sinjope esperando a hora de votar na Oposição, na Chapa VOCÊ SABE  O PORQUÊ.

Para um basta nos assédios judicial, extrajudicial, moral, sexual e nos salários humilhantes. Pela reconquista da Dignidade e do prestígio roubados.

Nunca mais passaralhos. Nunca mais terrorismo policial. Nunca mais beijar os pés das Salomés do executivo, do judiciário, do legislativo, das agências de publicidade e empresários.

Claudius Ceccon
Claudius Ceccon

Jornalismo: O salário lá embaixo, e o patrão endeusado. O sorriso do patrão é a alegria maior do assalariado, que teme os passaralhos

Escrevi no nosso blogue Jornalismo de Cordel, in comunique-se com, em 4 de abril de 2009:

jornalista 2

90 ANOS DO JORNAL DO COMÉRCIO DO RECIFE

Fui diretor responsável do Jornal do Comércio e do Diário da Noite da empresa Jornal do Comércio, fundada pelo senador Francisco Pessoa de Queiroz. Ele teve o jornal e seu palacete queimados em 1930, mas ressurgiu das cinzas, e construiu o maior império de comunicação do Nordeste.

No Recife, comecei minha carreira jornalística no Jornal do Comércio, a redação comandada pelo jornalista e escritor Abdias Moura. Me tornei amigo do velho Eugênio Coimbra Jr. Companheiro de farra com Selênio Siqueira.

Meu primeiro emprego aconteceu em Natal, n’A República, tendo como colegas de redação os escritores Câmara Cascudo, Veríssimo de Melo, Newton Navarro, Miriam Coeli, Celso da Silveira, Ticiano Duarte, e o esquecido repórter Expedito Silva.

Era A República dos diretores Gerson Dumaresq (que perdeu um dedo quando tentou fazer um clichê) e do paraibano Jurandyr Barroso.

N’A República dirigi o Suplemento Literário, quando idealizei a Primeira Feira de Livros de Natal, patrocinada pelo prefeito Djalma Maranhão, e ciceroneie uma viagem de Jorge Amado, Eneida, Ênio Silveira, pelo oeste do Rio Grande do Norte, e realizei um Festival de Poesia no Teatro Meira Pires.

No Jornal do Comércio fui repórter especial e setorista (Câmara Municipal), e editor de polícia do Diário da Noite.

A Esso não premiava reportagens, proporcionava estágios para focas. Conquistei a indicação para estagiar no jornal O Globo, sob o comando de Mauro Sales. Que atraí para uma conferência no Curso de Jornalismo da Católica.

Quando voltei do Rio de Janeiro, pela promessa de carteira assinada, preferi a oferta do Diário de Pernambuco, como repórter especial e redator da coluna Ontem em Palácio (escrevi o dia-a-dia dos governos Cid Sampaio, Arraes e Paulo Guerra).

Nilo Coelho governador, pediram a minha cabeça. Restava ir para um jornal de oposição, a chefia da redação da sucursal no Recife do Correio da Manhã do Rio de Janeiro.

Ganhei bolsas para estudar no Ciespal/Unesco, em Quito; e no Programa de Graduados Latinoamericanos da Universidad de Navarra.

Retornei à empresa Jornal do Comércio, como copidesque do Diário da Noite, secretariado por Ronildo Maia Leite.

Saiu Ronildo para dirigir a sucursal de O Globo, aceitei a convocação de Antonio Camelo para assumir as editorias regional e nacional do Diário de Pernambuco.

No final dos anos oitenta, pedi licença do DP, para dirigir os dois jornais da Empresa Jornal do Comércio.

Selecionei jornalistas que marcam a história da imprensa de Pernambuco. Tive a honra de trabalhar com Nilo Pereira, Ladjane Bandeira, Ivan Maurício, Abdias Moura (que tinha abandonado o jornalismo como protesto em 1964), José de Souza Alencar, Rosalvo Melo, Audálio Alves, J. Gonçalves de Oliveira (com quem tomei alguns porres, juntamente com os poetas Carlos Pena Filho, Ascenso, Bandeira de Mello) e lancei como colunistas Ronildo Maia Leite e Carlos Garcia, nomes já famosos pelas reportagens e editorias e chefias de sucursais de jornais do Sul.

O patronato não interferia na mensagem. Quebrei a censura. E afastei toda interferência política. Adotei como modelo de direção o do Le Monde: fazia uma reunião de todos os editores e mais o chefe de reportagem, e eles decidiam, na votação, o que devia ser publicado. Duvido que isso aconteça em algum jornal brasileiro. Fica explicado porque defendo a criação do Estatuto do Jornalismo e dos Conselhos de Redação, eleitos pelos empregados sem cargos de chefia, hoje exercidos por jornalistas da máxima confiança do patronato.

Vi a capa da edição comemorativa dos 90 anos do Jornal do Comércio. Uma babação pegajosa. Considero o puxa-saquismo uma demonstração de servilismo, coisa de empregado sem competência, de jornalismo confessional, pra lá de parcial – doce para o patrão, e amargo para quem o patrão desgosta.

O salário lá embaixo, e o patrão endeusado. O sorriso do patrão é a alegria maior do assalariado, que teme os passaralhos >>> 

Sei que os bajuladores, escribas passivos – como os comunas burocratas da antiga União Soviética -, vão apagar o meu nome da história do Jornal do Comércio. Bem que mereço.

P.S.: Outros nomes amigos estão cantados nos meus livros O Sonhador Adormecido Vinho Encantado e A Partilha do Corpo.

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São Paulo:Ilustres e Admiráveis Figuras

por Bia Barbosa

 

Apresentados por Roberto Civita, do Grupo Abril, como ilustres e admiráveis figuras, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, e Alan Garcia, do Peru, participaram nesta segunda (15) de um debate sobre liberdade de expressão na 68ª Assembléia Geral da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa). O foco da discussão, orientado pela direção da entidade, foi seguir a mesma linha dos relatórios da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, apresentados na véspera: rechaçar iniciativas de regulação dos meios de comunicação de massa que, na avaliação da SIP, cerceam a liberdade de imprensa.

Segundo o tucano, tendências como esta integram ou tem pressionado e constrangido o governo Dilma, “que não está entendendo com clareza o que está acontecendo” nos países vizinhos e dentro do território brasileiro. Ele então, explicou “o que está acontecendo”:

“Este frenesi contra a imprensa é um frenesi contra a liberdade, frenesi de alguns governos que querem ter o monopólio da opinião e o pensamento único, para que não desacreditem seus atos. Infelizmente esta idéia está se contagiando. É lamentável, porque não veem isso como o ponto de vista do adversário, mas do inimigo, que tem que ser cerceado”, disse.

Para Fernando Henrique, governos que obtiveram avanços na promoção do progresso econômico e da inclusão social tem se aproveitado disso para criar democracias autoritárias. “Eles ganham as eleições no voto e governam atacando a oposição e a imprensa, restringindo liberdades e atacando a propriedade privada. É um desvario demagógico populista”, afirmou.

“Estatismo comunicacional”

O parceiro de debate de FHC foi o ex-presidente do Peru, Alan García, adversário histórico de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e que tem em seu currículo projetos de pena de morte para terroristas, rebeldes e estupradores e o assassinato de 100 indígenas pela polícia peruana, durante um protesto em uma rodovia na região de Bagua, em 2009. Os indígenas protestavam contra decretos de García que permitiam multinacionais realizarem atividades de mineração e exploração vegetal em suas reservas.

Questionado sobre o que fazer para combater a tendência de monopólio e concentração da propriedade dos meios de comunicação, característica da região, Alan García foi tachativo:

“Eu não faria nada. Como regular o que se regula por si mesmo? Se um grupo tem boas ideias, que crie um jornal. Se há diários que, por sua capacidade, se tornam hegemônicos, como castigar o êxito? Dizem que há uma acumulação de meios. (…) Mas jamais a imprensa concorda entre si. Nunca vi um assunto que una toda a imprensa. Normalmente um diz A, outro diz B e outro, C. É o mundo da discussão. Então que medo tem vocês do êxito?”, questionou. “Em relação às frequências [de radiodifusão], agora temos a TV digital. O mundo está aberto a todos, o problema é ser inteligente e atrair as pessoas. Antes eram 7 canais, agora são 998. E o Estado não pode negar licenças a ninguém”, afirmou, em referência a um mundo que parece bastante distante da realidade do continente.

Fernando Henrique, no entanto, concordou. “Hoje a imprensa é um procedimento que tem muito mais filtros, não é mais a voz do dono. Tem o repórter, o editor, o revisor. Se mesmo assim alguém não se sentir contemplado, que reaja e escreva pra seção de “carta do leitor“”, sugeriu.