Governadores e prefeitos ladrões em 5 anos desviaram mais de 4 bilhões na farsa do combate à dengue

Sempre repito: onde tem dengue tem prefeito ladrão. Prefeitos que não investem em saneamento, que permitem que ruas e calçadas permaneçam esburacadas, com suas poças d`água e esgotos abertos, e não realizam a limpeza das praças, dos parques, dos cemitérios, dos terrenos baldios da agiotagem imobiliária.

Informa o Estadão: De 2010 a 2014, o governo federal gastou ao menos R$ 4,2 bilhões em ações de prevenção e tratamento da dengue, segundo dados inéditos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo com o Ministério da Saúde. No período analisado, o custo da dengue para a pasta aumentou 48% – passando de R$ 613,4 milhões em 2010 para R$ 911,8 milhões em 2014.

O valor do ano passado só não foi superior ao de 2013, quando o País viveu a pior epidemia de dengue da história, com 1,4 milhão de pessoas infectadas e 674 mortes. Naquele ano, a doença custou R$ 1,1 bilhão ao governo federal, elevando as despesas com dengue ao patamar de outros programas estratégicos do ministério, como o de aids, que teve custo de R$ 1,2 bilhão no ano passado, e o Mais Médicos – R$ 1,1 bilhão anuais em 2013 e 2014.

As despesas informadas pela pasta reúnem os principais, mas não todos, os gastos com a dengue. Estão incluídos os valores gastos com internações, verba fixa repassada aos municípios e Estados para ações de prevenção e recursos adicionais exclusivos para a doença. O repasse fixo é usado também para a prevenção de outros problemas, entretanto, segundo o ministério, em média 60% desse valor são destinados a ações contra a dengue.

Não estão incluídos nesses valores, portanto, despesas com a assistência a doentes com quadros mais brandos, que não precisam de internação. Nesses casos, o paciente procura uma unidade de atenção básica, como um posto de saúde ou uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA), e as despesas com esses atendimentos entram no repasse geral para atenção básica. Se fosse possível calcular esses valores, os custos com a dengue subiriam ainda mais.

“É preciso lembrar que não é só o Ministério da Saúde que tem gastos com dengue. As prefeituras têm grande despesa porque são as responsáveis por fazer o trabalho direto de prevenção”, explica Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Prevenção

O A. aegypti é escuro e apresenta marcações brancas nas pernas e no corpo, enquanto o Culex apresenta coloração marrom. Além dessas diferenças, os dois mosquitos apresentam hábitos bastante diferenciados em relação aos seus criadouros preferenciais e horários de maior O Culex é o principal vetor da filariose, popularmente conhecida como elefantíase. Fotos Gustavo Resende
O A. aegypti é escuro e apresenta marcações brancas nas pernas e no corpo, enquanto o Culex apresenta coloração marrom. Além dessas diferenças, os dois mosquitos apresentam hábitos bastante diferenciados em relação aos seus criadouros preferenciais e horários de maior O Culex é o principal vetor da filariose, popularmente conhecida como elefantíase. Fotos Gustavo Resende

Foi a área de prevenção e combate à dengue a responsável por elevar os custos do ministério com a doença. Somados os valores do piso fixo de prevenção com os adicionais específicos, houve crescimento de 54% entre 2010 e 2014. De acordo com a pasta, foi graças a esse aumento que ocorreu uma redução de internações pela doença e, consequentemente, dos custos hospitalares com esses pacientes. O número de internações por dengue caiu de 93.934 em 2010 para 35.667 em 2014 – derrubando o custo no período de R$ 31,2 milhões para R$ 11,8 milhões.

Entre 2010 e 2014, 4,4 milhões de brasileiros foram contaminados pela dengue, dos quais 2.544 morreram. Neste ano, até 9 de maio, foram 845,9 mil casos notificados – dos quais 585 tiveram a forma grave da doença – e 290 mortos.

As informações do jornal O Estado de S. Paulo não revelam que as campanhas realizadas são para culpabilizar o povo.

Recomendações do tipo:

* “Não deixar água parada em pneus fora de uso. O ideal é fazer furos nestes pneus para evitar o acúmulo de água”. Ninguém guarda pneu velho. Pneu velho é jogado no lixo que fica acumulado nas ruas. Quanto mais suja a cidade, mais peste. Pneu velho serve para ser queimado como protesto nas manifestações populares

* “Não deixar água acumulada sobre a laje de sua residência”. É preciso investir no calçamento de ruas e avenidas. Ruas terraplenadas, cobertas por matagais, também enriquecem as máfias do asfalto. Que asfaltam ruas de mentirinha.

* “Não deixar a água parada nas calhas da residência. Remover folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da água”. Qualquer chuvinha alaga ruas. E os esgotos a céu aberto nos bairros pobres, principalmente nas favelas, não incomodam os prefeitos que residem em luxuosos edifícios, coincidentemente construídos por alguma empreiteira das principais obras do município.

* “A vasilha que fica abaixo dos vasos de plantas não pode ter água parada. Deixar estas vasilhas sempre secas ou cobri-las com areia”. Jarro de flores existe nos palácios do executivo, do legislativo, do judiciário, e nos condomínios de luxo. Desde o aparecimento da dengue, o pobre quebrou o jarro e pisou na fulô.

* “Caixas de água devem ser limpas constantemente e mantidas sempre fechadas e bem vedadas. O mesmo vale para poços artesianos ou qualquer outro tipo de reservatório de água”. Poços artesianos possuem os engarrafadores de água (Na maioria, empresas estrangeiras), os donos de caminhões pipa, as fábricas de bebidas frias e quentes, de soverte, e os edifícios da classe média alta. Em cidades com racionamento d`água, com o serviço de abastecimento privatizado, como acontece hoje em São Paulo, a classe média baixa e os pobres e miseráveis pouca água têm para guardar. A água está mais cara do que a gasolina.

* “As piscinas devem ter tratamento de água com cloro (sempre na quantidade recomendada). Piscinas não utilizadas devem ser desativadas (retirar toda água) e permanecer sempre secas”. Quem tem casa com piscina?  Que prefeito multa ou eleva os impostos dos edifícios fechados?

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Fumacê

combate-dengue

O dinheiro da dengue evapora-se, vira fumaça, quando as prefeituras deveriam realizar a pulverização espacial UBV.

Por que não se faz o necessário e real fumacê, para eliminar os focos do Aedes aegypti nas residências e ruas?

Falta fiscalização dos vereadores, dos promotores públicos, dos ministros dos tribunais de conta, dos procura dores e não acham.

Recife
RECIFE
CAMPINAS
CAMPINAS

A corrupção seja investigada no executivo, no legislativo e no judiciário

Faixa da passeata deste 15 de março
Faixa da passeata deste 15 de março

 

O povo pediu nas ruas o fim da corrupção.

Que ela seja investigada já! no executivo, no judiciário e no legislativo.

Que o “Abre-te, Sésamo” aconteça em todas as cavernas das prefeituras, das câmaras municipais, dos governos estaduais, das assembléias legislativas, dos tribunais, do governo da União, do Congresso Nacional.

Que todas as cavernas sejam aclaradas. Nas reitorias, nos cartórios, nas estatais, nos quartéis, no fisco, nos serviços terceirizados, nos leilões da justiça, nas quermesses do executivo, nas Anas, nos pedágios…

Que sejam analisadas todas as outorgas, notadamente de fontes de água, de entrega de ilhas marítimas e oceânicas; todas as concessões para explorar os minérios do Brasil, a começar pelo ouro, pelo nióbio, pelos diamantes, pelos meios de comunicação de massa; todos os precatórios assinados pelos desembargadores, e pagos por prefeitos e governadores; todas as isenções fiscais que beneficiam as castas, as elites protegidas pelo sigilo (fiscal e bancário); todas as anistias concedidas pela justiça secreta do foro especial.

Que seja fiscalizado todo o dinheiro arrancado do povo, via impostos diretos e indiretos, para autarquias, planos de saúde, serviços de informações estratégicas, pesquisas de opinião pública, fundações, ONGs, hospitais, igrejas, maçonaria, partidos políticos, promotores culturais, proxenetas e pedófilos dos esportes amadores, escolas e hospitais particulares…

Que sejam exterminados o tráfico de dinheiro, de minérios, de órgãos humanos, de prostitutas infantis; o mercado negro de venda de sentenças judiciais, do dólar paralelo; o contrabando de medicamentos, de madeira nobre; as máfias dos fiscais, dos alvarás, das obras e serviços fantasmas e dos agiotas das campanhas eleitorais…

 

Que prometem o judiciário e o legislativo? Apenas o governo da União anuncia o combate do bem contra as almas sebosas

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A presidente Dilma Rousseff esteve reunida com nove ministros e o vice, Michel Temer, no Palácio do Planalto. Após o encontro, os ministros da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, e de Minas e Energia, Eduardo Braga, fizeram um pronunciamento a respeito das manifestações do último fim de semana e reafirmaram que o governo está ouvindo as manifestações e aberto ao diálogo. Cardozo reconheceu que o país precisa passar por uma mudança, pois, só assim, conseguirá superar os desafios. Além disso, os ministros disseram que não vão retirar os programas sociais.

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Não vão retirar os programas sociais

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Durante o pronunciamento do ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, a palavra “humildade” foi usada para dizer que o governo reconhece que é preciso mudar, e que para chegar a essa mudança é preciso à união de todos os que estão no poder, seja da base aliada ou da oposição.

“Reitero que até o final da semana, a presidente da República, assim como anunciou no seu programa de reeleição, irá lançar um projeto para auxiliar as empresas a implementar um mecanismo que ajude a coibir e investigar a corrupção. É preciso ter humildade para reconhecer que o momento é delicado e que é necessário uma mudança. O governo está aberto ao diálogo com todos, oposicionistas ou não, e estamos abertos a debater com a sociedade brasileira. A presidente Dilma Rousseff governa para 200 milhões e não apenas para os que votaram nela”, comentou Cardozo.

Já o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, reforçou as palavras de Jose Eduardo Cardozo:

“O governo sabe que temos um desafio grande, e que é preciso enfrentá-lo. O governo buscou até o esgotamento da sua capacidade com o Tesouro para combater esse momento, e tentando manter todos os programas sociais. Todos esses ajustes são com o único objetivo de continuar crescendo, e alcançando o nível que queremos chegar. Mas para vencer desafios, é preciso coragem para mudar. Reforço que esses novos ajustes serão necessários para que possamos deixar a nossa economia saudável por emprego e distribuição de renda. Um governo que tem compromisso com a transparência e a eficiência, não pode se esconder neste limite, e é isso que nós estamos fazendo, anunciando que chegamos a esse limite”, anunciou o titular da pasta de Minas e Energia.

Ao ser questionado sobre como a presidente ficou após ver todas aquelas pessoas nas ruas protestando contra a corrupção e contra seu governo, o ministro Eduardo Cunha lembrou-se do passado político de Dilma Rousseff para mostrar que ela aceita qualquer manifestação, desde que democrática.

“A presidenta Dilma sofreu uma prisão lutando pela democracia, ela perdeu a sua liberdade para que conseguíssemos nossa democracia, portanto, ela encarou as manifestações de ontem com esse sentimento. Sentimento de quem prega a liberdade de reivindicações, desde que democráticas, e as reivindicações que tivemos nos últimos dias foram totalmente democratas”, explicou Cunha.

Para encerrar, o ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, comparou as manifestações do último fim de semana com as que aconteceram em 2013, e que ao contrário do que ocorreu há um ano e meio, desta vez existe uma causa direta, a corrupção.

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Desta vez existe uma causa direta, a corrupção

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“As manifestações de ontem, foram totalmente diferente das manifestações de 2013, antes foram reclamados outras coisas difusas, hoje o povo se manifesta pela corrupção. A grande verdade, é que a corrupção é muito antiga no Brasil, mas hoje ela é investigada e punida. Na história brasileira, desde a constituição de 88, passando por todos os governos, o Brasil trabalha para que possamos investigar coisas como essas”, encerrou Cardozo. Fonte Jornal do Brasil 

MAFIAS. Apesar da limpeza ética do último passaralho, a Folha de S. Paulo continua um jornal safado

Para passar a impressão de que limpou a redação dos profissionais da extrema-direita e dos partidários do PSDB, o jornal da Folha de S. Paulo deu um pontapé na bunda de conhecidos jornalistas. Apesar desse passaralho,  continua uma propriedade de porteira fechada da família Frias.

Toda notícia falsa tem que ser desmascarada. O leitor precisa saber que a Folha não faz jornalismo e sim, faciosa e mentirosamente, propaganda política.

Viomundo comprova:

mentira da Folha

 

Haddad repudia matéria maliciosa da Folha que tenta associá-lo a funcionário corrupto  

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A Folha de S. Paulo publicou neste domingo 9, a matéria sobre esquemas de fraudes na Câmara dos Vereadores de São Paulo.

Título: Servidor da Prefeitura de SP tem mansão com sete suítes.

A casa pertence Roberto de Faria Torres, engenheiro que entrou na Prefeitura de São Paulo por concurso em 2006, cujo salário é de cerca de R$ 4.000.

Roberto foi flagrado em uma operação do Ministério Público Estadual — em parceria com o Fantástico, da TV Globo – achacando um comerciante.

Ele pediu R$ 15 mil em troca de um laudo que livraria o comerciante da CPI dos Alvarás, criada pela Câmara Municipal para verificar a situação de locais com capacidade para mais de 250 pessoas.

Antes disso, a própria CGM (Controladoria Geral do Município) abrira investigação contra Roberto Torres, depois de constatar um patrimônio suspeito do engenheiro.

Acontece que, no subtítulo da matéria, a Folha destaca: Engenheiro da gestão Haddad tem salário de R$ 4.000 e 9 carros de luxo.

Depois, no meio, o jornal volta a mencionar Haddad: “A Câmara enviou ao menos três pedidos para que a gestão Fernando Haddad (PT) o liberasse para a comissão [da CPI dos Alvarás]“.

Má-fé da Folha para tentar associar Haddad e a sua administração ao servidor golpista.

A Folha esconde que:

1. O flagrante de propina se deu quando o servidor atuava na Câmara e não na atual gestão da Prefeitura.

2. Roberto Torres supostamente acumulou bens de 2006 em diante, período em José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (na época, DEM, atualmente PSD) estavam à frente da Prefeitura.

3. O golpista é ligado ao vereador Eduardo Tuma (PSDB).

Abaixo, a nota da Secretaria Executiva de Comunicação, da Prefeitura de SP, sobre a matéria da Folha

Esclarecimento sobre servidor investigado da CPI dos Alvarás da Câmara

Prefeito Fernando Haddad esclarece que o flagrante de propina se deu quando o servidor atuava na Câmara e não na atual gestão da Prefeitura

“O prefeito Fernando Haddad repudia a maliciosa tentativa de envolver seu nome e a reputação de sua administração na edição da reportagem Servidor da Prefeitura de SP tem mansão com sete suítes. (C1; 9/11/14).

Sem que exista qualquer justificativa de fato ou jornalística, o subtítulo da matéria é Engenheiro da gestão Haddad tem salário de R$ 4.000 e 9 carros de luxo, imputando a responsabilidade dos atos de um servidor concursado à gestão Haddad, quando é sabido que o flagrante de pedido de propina ocorreu quando o mesmo atuava no legislativo municipal, poder ao qual o funcionário estava cedido.

Além disso, a incompatibilidade de patrimônio já vinha sendo investigada pela Controladoria Geral do Munícipio (esta sim, criada por Haddad), fato que permitiu a rápida ação do Ministério Público.

O período do suposto acúmulo ilegal de bens data de 2006 em diante, período que coincide com outras gestões municipais e com a atuação de outro notório suspeito de corrupção, Hussain Aref Saab — porém, o jornal escolhe, estranhamente, não citar as gestões José Serra e Gilberto Kassab”.

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O JEITINHO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO DE VIVER NO LUXO E NA LUXÚRIA DEPENDE DOS PREFEITOS E GOVERNADORES AMIGOS DA CORRUPÇÃO

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Existem máfias de alvarás, de outorgas, de concessões etc que empestam as secretarias das prefeituras, dos governos estaduais, e as agências nacionais de regulação, que chamo de prostitutas respeitosas.

Essas máfias são fáceis de combater. Veja como AQUI.

E no mais, para a justiça cega:

 

máfia Itália corrupção indignados

 

 

 

 

A corrupção mata em Belo Horizonte e os assassinos vão ficar impunes

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BRA^MG_SN viaduto tragédia choca BH

Dos jornais mineiros, apenas o Estado erra na contagem dos mortos
Dos jornais mineiros, apenas o Estado erra na contagem dos mortos
Para o Estadão a culpa é da Copa. Falta água em São Paulo e a culpa  é da Copa. Neymar sofre fratura na vértebra por culpa da Copa. O metrô de São Paulo recebe milhões de euros de propina em nome da Copa
Para o Estadão a Copa derruba viaduto em Belo Horizonte. Falta água em São Paulo e a culpa
é da Copa. Neymar sofre fratura na vértebra por culpa da Copa. O metrô de São Paulo recebe milhões de euros de propina em nome da Copa

 

 

GAFES EM MOMENTOS DIFÍCEIS 
Especialista avalia que visão do prefeito Marcio Lacerda da cidade causa declarações infelizes

 

por Lucas Pavanelli/ O Tempo

 

Babá. Marcio Lacerda durante visita à avenida Abílio Machado onde uma pessoa morreu com enchente
Babá. Marcio Lacerda durante visita à avenida Abílio Machado onde uma pessoa morreu com enchente

As declarações do prefeito Marcio Lacerda (PSB) após o desabamento de um viaduto na avenida Pedro I nessa quinta repercutiram mal outra vez. O chefe do Executivo municipal afirmou que “acidentes como esse, infelizmente, acontecem”, disse que é “normal” liberar o tráfego para carros com os viadutos em fase de acabamento e chegou até a elogiar a Cowan, construtora responsável pela obra.

“A empresa é renomada, de muita tradição”, disse em coletiva de imprensa horas depois do desabamento do viaduto que matou duas pessoas e deixou outras 23 feridas.

Frases polêmicas como essas não são incomuns no currículo de Lacerda. Em outras ocasiões, declarações do prefeito repercutiram igualmente mal. Foi assim em novembro de 2012 quando ele esteve na avenida Abílio Machado, na região Noroeste da capital, um dia depois que um homem morreu após ter o carro arrastado por uma enxurrada.

“Nós deveríamos ter sido um pouco mais babás do cidadão para que eles não corressem riscos”, afirmou Lacerda. Na mesma ocasião, questionado porque a prefeitura não havia pensado em um plano de monitoramento antes do episódio, o prefeito disse: “É a vida. Os riscos aparecem e nós temos que atuar em função deles.”

Durante uma sabatina do grupo Folha/UOL em São Paulo, pouco antes das eleições de 2012, o prefeito tentou justificar a superlotação do transporte coletivo da capital em horário de pico. “Isso acontece muitas vezes porque as pessoas não querem esperar o próximo ônibus”.

Para o cientista político da PUC Minas Moisés Augusto Gonçalves, essas constantes declarações são “desrespeito ao cidadão” e uma visão diferente que o prefeito tem do conceito de cidade.

“Ele tem uma leitura da cidade enquanto ‘city’, um espaço de negócios. Outra concepção é a de ‘pólis’, um espaço comum. O primeiro mata a ideia de espaço do cidadão. Nesse conceito, a vida não tem valor e a fala do prefeito mostra um distanciamento do cidadão”, opina o professor.

Na última segunda-feira, o prefeito Marcio Lacerda manifestou o apoio ao pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga. Para Gonçalves, o episódio deve “respingar” na campanha do tucano.

O presidente estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana questiona a visão. “Não vejo nenhuma dimensão eleitoral nisso. É condenável tentar politizar esse tipo de assunto. O importante, agora, é solidarizar com as vítimas”, afirmou o parlamentar que evitou opinar sobre as declarações recorrentes de Lacerda.

Câmara
Sem opinião. Quando questionado, na entrevista coletiva, sobre a possibilidade de abertura de CPI na Câmara Municipal, Lacerda virou as costas e não respondeu a pergunta.

 

TODO O PESO DE UM VIADUTO

 

por Heron Guimarães/ O Tempo

 

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A obra inacabada que desabou sobre a avenida Pedro I na última quinta-feira faz parte de um complexo de mobilidade urbana que custa aos cofres públicos mais de R$ 154 milhões. O viaduto destruído é apenas um dos quatro que a construtora Cowan diz ter “concluído” na capital mineira com “pontualidade e segurança”.

A propaganda da empresa de engenharia, a mesma que levou para Paris alguns secretários do Rio de Janeiro após vencer licitação suspeita, é tão malfeita ou mal-intencionada como o próprio viaduto que assassinou duas pessoas e deixou ferimentos e sequelas irreversíveis em outras 23 vítimas.

Em volantes distribuídos aos moradores da região, a Cowan ressalta suas qualidades e diz que “contribui para que seus contratos sejam cumpridos dentro dos prazos previstos e as obras sejam entregues aos clientes conforme as suas expectativas”. Mas, agora, quando vêm ao chão mais de 3.500 toneladas de concreto e ferragens, essa mesma empresa que alardeava seu compromisso com a “qualidade” acha que uma única nota com poucas linhas é o bastante.

Devido ao acidente, tudo o que essa empreiteira entregou à população, com pistas de superfaturamento, está sob ameaça. Afinal, quem agora terá sossego em passar por baixo de algum desses novos viadutos de BH?

Não é só isso. Matéria publicada por O TEMPO na edição de ontem traz também a situação mais do que preocupante da Estação São Gabriel, uma das maiores e mais importantes do Move.
Nesse caso, a obra não ficou sob administração da mesma empresa do viaduto da Pedro I, mas de outro consórcio, que, assim como a Cowan, não se preocupa muito em prestar esclarecimentos.

A estação, por onde passam 80 mil pessoas por dia, apresenta falhas inquestionáveis e percebidas até mesmo por um leigo.

São colunas fixadas com menos parafusos do que o recomendado, partes enferrujadas, vãos livres sem as devidas sustentações e piso com rachaduras. Especialistas já fizeram alertas de que a estação ou parte dela pode desabar. O secretário de Obras, sem convencer muito, disse que está “tranquilo”.

Já o prefeito de Belo Horizonte, após o desastre desta semana, disse que “acidentes acontecem e que o país irá aprender com isso”.

Não foi um pronunciamento feliz. Marcio Lacerda, que carrega agora todo o peso do viaduto da Pedro I nas costas, deve se posicionar melhor e manifestar rapidamente sobre o que pretende fazer com o desmazelo com que as obras estão sendo tocadas, sob pena de ser responsabilizado como coautor de outras tragédias. Se fosse ele, começaria por um olhar mais atento e medidas imediatas para garantir a segurança da São Gabriel.

 

 

Jornal O Globo esconde os corruptos que faturaram o viaduto que balançou e caiu em Belô

A MENTIRA OU MEIA-VERDADE

O VIADUTO NÃO ERA DA COPA. ERA DA PREFEITURA DE MINAS GERAIS
O VIADUTO NÃO ERA DA COPA. ERA DA PREFEITURA DE MINAS GERAIS

 

A VERDADE NUA E CRUA

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR INDENIZAR AS VÍTIMAS
PREFEITURA DE BELO HORIZONTE TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR INDENIZAR AS VÍTIMAS

 

SUSPEITA DE SUPERFATURAMENTO 
MP vai incluir acidente em processo que investiga sobrepreço e questionar fiscalização

 

Por Queila Ariadne
Humberto Siqueira e Jhonny Cazetta

 
O viaduto que desabou nessa quinta na avenida Pedro I faz parte de um complexo de obras de mobilidade urbana de R$ 154 milhões, que está sob suspeita de superfaturamento. Em 2012, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) detectou indícios de sobrepreço de R$ 6 milhões, e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu início à investigação. “Agora, esse acidente vai entrar no processo. Temos que apurar quem respondeu pela fiscalização da execução da obra. Temos que saber de quem é a responsabilidade, pois é dinheiro público desperdiçado”, afirmou o promotor de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno.

Segundo o promotor, o fato gera uma consequência jurídica imediata. “Vamos avaliar já na próxima semana qual a solução que a Prefeitura de Belo Horizonte vai tomar junto à Cowan, para que isso não gere ônus ao município”, disse.

A investigação começou em 2012, quando o TCE chegou a encontrar sobrepreço de até 350% em itens da obra, que inclui todo o projeto de ampliação das avenidas Antônio Carlos e Pedro I, com a implantação do Move. Na época, o foco das irregularidades era a Delta, empresa relacionada ao contraventor Carlinhos Cachoeira. Com 20%, ela fazia parte do consórcio Integração, junto com a Cowan, que detinha os outros 80%.

Em fevereiro daquele ano, dois dias após a Polícia Federal prender o bicheiro Carlinhos Cachoeira na Operação Monte Carlo, a PBH emitiu nota de empenho para pagar a Delta separadamente de sua parceira nas obras do Move na avenida Pedro I. A manobra foi realizada para evitar que um eventual bloqueio das contas da Delta prejudicasse a Cowan. Em julho, a Delta abandonou definitivamente o consórcio.

O prefeito Marcio Lacerda explicou que a obra do viaduto Guararapes ainda não havia sido entregue à prefeitura e afirmou que um inquérito será instaurado. “O projeto não foi feito pela prefeitura, mas por uma empresa renomada, de grande porte, de sucesso, de muita tradição no mercado”, destacou.

Sobre a empresa. A Cowan Construtora foi criada em 1958, em Montes Claros, no Norte de Minas. Segundo site da empresa, ela já participou da construção de rodovias, ferrovias, obras de saneamento, barragens, usinas hidrelétricas e até aeroportos. Dentre obras de destaque, além do BRT/Move da avenida Pedro I e Antônio Carlos, também estão a da Linha Verde (que liga o centro de Belo Horizonte ao aeroporto de Confins); duplicações da BR–040 (feitas pelo Dnit antes do leilão); e o gasoduto do Vale do Aço.

A empresa também é responsável pelas obras de ampliação da pista de pouso e decolagem de Confins. Fora de Minas Gerais, executa a ampliação do metrô do Rio de Janeiro.

Escândalo
Rio de Janeiro. Em 2012, a Cowan se envolveu em um escândalo por vencer uma licitação de coleta e tratamento de esgoto da Prefeitura do Rio de Janeiro, um ano depois de bancar a viagem ao Caribe de dois secretários, um do governador Sérgio Cabral e outro do prefeito Eduardo Paes.

 

 
PREFEITURA DE BH DESCARTOU RISCO DE DESABAMENTO DO VIADUTO EM FEVEREIRO

In Pragmatismo Político

 

Na matéria abaixo, publicada pelo Estado de Minas em fevereiro do presente ano, a prefeitura de Belo Horizonte descartou o risco de desabamento do viaduto que desmoronou ontem, quinta-feira (3). Na época, houve um deslocamento lateral de 27 centímetros na estrutura do viaduto, o que motivou o fechamento da via. Leia a íntegra:
Sudecap descarta risco de queda do viaduto na Avenida Pedro I
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) descartou qualquer risco de queda no viaduto em construção sobre a Avenida Pedro I, na Região da Pampulha, e reafirmou que o trânsito na pista mista será liberado no decorrer desta segunda-feira, no cruzamento com a Rua Montese.
O trecho está fechado desde quinta-feira, mas o trânsito flui pela pista exclusiva de ônibus no sentido Centro/bairro.
Houve um deslocamento lateral de 27 centímetros na estrutura do viaduto, o que motivou o fechamento da via.
Operários escoraram o pontilhão e segundo a Sudecap, a empresa responsável pela obra continua trabalhando para corrigir o problema.
Após a conclusão dos estudos, ainda nesta semana, a obra será normalizada.
Na manhã desta segunda, os operários trabalham na parte do viaduto onde não há problemas de estrutura. O trânsito fui lentamente, porém sem grandes retenções no dois sentidos da Pedro I.

 

PREFEITURA TERÁ QUE INDENIZAR TODAS AS VÍTIMAS
A responsabilidade pela queda do viaduto será apurada criminal e civilmente

por Joana Suarez e Luciene Câmara
A responsabilidade pela queda do viaduto será apurada criminal e civilmente, já que não se trata de um caso fortuito (por força da natureza). Independentemente do resultado da perícia, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) – responsável pela obra – terá que indenizar vítimas da tragédia e os familiares pelos danos. O que precisa ser apurado, conforme o advogado criminalista e professor Marcelo Peixoto, é se houve homicídio culposo (sem intenção de matar)ou com dolo eventual (quando se assume o risco de matar).

“No culposo você é negligente, mas acha que não vai acontecer nada. Já a responsabilidade civil da PBH é objetiva”, afirmou Peixoto. Segundo ele, o processo vai observar se responsáveis técnicos, empresa e prefeitura foram imprudentes ou negligentes. A pena por homicídio culposo é de um a três anos de prisão, e pode ser aumentada em um terço por não observância à regra técnica. Já dolo eventual tem pena de seis a 20 anos.

Promotor de plantão do Ministério Público, Marco Antônio Borges disse que, desde o desabamento do viaduto, a promotoria recebeu várias ligações de moradores da região e e-mails de europeus que temem novos desastres na Pedro I. “Lamento este ser o legado da Copa em Belo Horizonte.”

 

É uma quadrilha. A corrupção mata. Toda a máfia do asfalto devia ser presa. Depende da justiça querer. Só a justiça prende. (T.A.)

 

 

Peso da corrupção derrubou viaduto em Beagá

Os jornalões O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo tiram da reta o nome do prefeito de Belo Horizonte, para culpar a Copa. Os jornais mineiros não podem mentir para os belo-horizontinos. A culpa é da Prefeitura e da empreiteira. A culpa é do prefeito Márcio Lacerda que apóia Aécio Neves para presidente. A corrupção é tão grande, que mais dois ou três viadutos poderão ser interditados.

Compare a manchete de um jornal da Cidade-jardim com o jornalismo marrom da Selva de Pedra:

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Belo Horizonte
Belo Horizonte

oor Geraldo Elísio Machado Lopes

Notícia de última hora: o “magnifico” prefeito de Belo Horizonte, Márcio “Clóvis Bornay” Lacerda, que o povo de Belo Horizonte fez desabar em nossas cabeças por duas temporadas, será contratado como “professor emérito da Escola de Engenharia da UFMG.”

Lacerda será titular de cátedra. Os professores da vetusta casa o terão como modelo para ensinar aos acadêmicos “Como não se deve construir um viaduto superfaturado”.

Lacerda pode ser modelo ainda para a Ciências Econômicas – Como não se deve superfaturar – e Ciências Políticas – Um tipo perfeito para o eleitor saber em quem não se deve votar.

A propósito Márcio Lacerda está apoiando Aécio Neves e Pimenta da Veiga.

Diz o velho adágio popular: “Bom mestre, melhor discípulo!”

 

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Mais uma obra das empreiteiras de jornal
por Gilmar Crestani
Enquanto o Brasil não passar a limpo as empreiteiras, essas construtoras que financiam políticos e mídia, estes desastres continuarão acontecendo. Embora tenha sido uma obra contratada pelo serviço público, mas tocada pela iniciativa privada, o viés que a mídia dá não é de culpa da empresa, mas do prefeito ou até da Dilma. Porque será que a mídia sempre encontra uma palavra de conforto para os incompetentes da iniciativa privada ao mesmo tempo em que ataca quem paga para que a obra seja feita?

A Folha se preocupa mais em vincular com a Copa do que tratar das vítimas.

A Folha, como sempre, faz questão de continuar com seu típico diversionismo. Tira a culpa da construtora e põe a culpa na Copa. Será que a construtora Cowan, licitada pela Prefeitura de BH, estava com um olho na copa e outro na pá?! Por que é mais fácil botar a culpa na Copa do que na Cowan?! Seria porque são as empreiteiras que, com publicidade, sustentam os jornais?

Imagine se esta tragédia tivesse acontecido, não em um Estado onde governa o PSDB e seu aliado PSB, mas no RS, onde o governo é petista e o prefeito de Porto Alegre, aliado do PT, é pedetista….

 

 

Belo Horizonte. Os viadutos quando desabam

por Nina Rizzi

 

BRA_HED hoje

 

antinotícia de jornal
– ‘agora sim vamos falar da copa’, jornal hoje

é triste os viadutos quando crescem
a interromper a paisagem

mas mais tristes são os viadutos quando desabam
a interromper o progresso

da ida à feira em busca de tomates mais baratos
– enormes, tóxicos

o progresso
de umas vidas anônimas
que não interrompem

não interrompem
o tilintar dos copos
e as pessoas na copa

 

 

A tragédia do viaduto em BH

por Cristina Moreno de Castro

 

image viaduto 1

 
Charlys saiu mais cedo de casa
– não voltou.
Hanna iria à Fan Fest hoje
Mas a Copa acabou.
Não era moto, era um Uno Vivace
Que levou 15 horas para sair
Charlys ia passar às 15h
Para fazer sua mulher sorrir.
Mas o que caíram foram lágrimas
Porque a pequena de Hanna
Fará 6 anos de idade
Sem o abraço da mama.
Prefeito que diz não ser babá
Diz também que foi acidente
“É normal”, “acontece”, anota lá
Mas é claro que muito se sente.
(Caiu pedaço de viaduto!
Já se viu tal absurdo?)
“Não quero avançar em responsáveis”,
Que ninguém sabe mesmo quem são
Fiscais, engenheiros, a Copa?
A pressa, a corrupção.
O que sei é que Hanna e Charlys
Tinham 24 e 25 anos
E as outras 22 vítimas
Terão toda uma vida de danos.
E uma cidade inteira
Perdeu a fé em seu próprio chão
“Debaixo de viaduto não passo”
Escuto do cabreiro povão.
Para mim, a Copa acabou
Perdi a vontade de torcer
E, se antes a Seleção chorou,
Agora quem chora sou eu e você.
Era verdade mesmo, então:
Brasil não merece evento-celebração
Porque só levou 22 dias
Pra festa virar decepção.

 

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O Papa excomunga a máfia italiana

Francisco faz um duro discurso contra a ‘Ndrangheta depois da morte de uma criança
Criança de quatro anos é assassinada na Itália em ajuste de contas mafioso

O papa Francisco aos mafiosos: Peço-lhes de joelhos, convertam-se

 

O papa Francisco, diante de dezenas de milhares de vizinhos da Calábria, a terra da ‘Ndrangheta, o local onde no último mês de janeiro Cocò, uma criança de três anos, foi assassinada e carbonizada junto a seu avô durante um macabro ajuste de contas, deu um passo mais em sua oposição de enfrentamento à máfia. “A ‘Ndrangheta”, disse ontem Jorge Mario Bergoglio chamando o mal pelo nome, “é a adoração do mau, o desprezo do bem comum. Tem que ser combatida, afastada. Isso nos pedem nossos filhos, nossos jovens. E a Igreja tem que ajudar. Os mafiosos não estão em comunhão com Deus. Estão excomungados”. Uma grande ovação rompeu o silêncio de uma terra acostumada a se calar.

As palavras de Francisco, ainda podendo parecer uma redundância, não o são. A Igreja católica não se destacou historicamente por levantar a voz contra a máfia. A lembrada intervenção de João Paulo II em Agrigento (Sicília) em 1993 —“mafiosos, convertam-se, um dia chegará o julgamento de Deus”— foi uma pedrada em um lago quieto. Nem antes nem depois a hierarquia do Vaticano soube acompanhar os padres de um povo que em Nápoles, Sicília ou Calábria romperam o silêncio contra a Camorra, a Cosa Nostra ou a ‘Ndrangheta e, em alguns casos, pagaram com sua vida o atrevimento. A intervenção de Bergoglio durante a missa que fechou sua visita a Cassano allo Jonio —o povoado de 17.000 habitantes, província de Cosenza, onde foi assassinado Cocò— vem a confirmar sua postura radical contra a máfia que já apontou o último 21 de março em Roma.

Naquele dia, Francisco converteu-se no primeiro Papa a ir à cerimônia anual em memória das mais de 1.500 vítimas da máfia. Jorge Mario Bergoglio entrou na igreja de São Gregório VII com Luigi Ciotti, um padre famoso na Itália por sua velha luta contra o crime organizado, e depois de escutar os nomes das vítimas inocentes dirigiu-se a seus verdugos: “O poder, o dinheiro que têm agora, os ganhos de tantos negócios sujos, de tantos crimes mafiosos, o dinheiro ensanguentado não poderão levá-lo à outra vida. Peço, de joelhos, se convertam”.

Na Calábria ele deu um passo a mais. Anunciou a excomunhão dos mafiosos, o que também pode parecer um gesto simbólico, mas é algo mais profundo. Por um lado, não se pode esquecer que muitos mafiosos, e em especial os que pertencem à estrutura da ‘Ndrangheta, incluem em sua simbologia termos e inclusive devoções cristãs. Por outro, a Igreja italiana, como tantos outros setores da sociedade, conviveu durante séculos com as máfias. Às vezes, como um problema menor. Outras, como um poderoso aliado. Ninguém esquece da infiltração de personagens da máfia e da política mafiosa no banco do Vaticano ou do fato, que chamaremos de pitoresco, de que o motorista que conduziu o veículo de Karol Wojtyla em sua primeira visita oficial à Sicília, em 1982, se chamava Angelo Siino e pertencia à Cosa Nostra. A sombra dessa interseção de interesses também parece estar por trás do desaparecimento jamais esclarecido da criança Emanuela Orlandi em 1983.

O papa Francisco não só parece disposto a fazer tábula rasa com essa inércia perigosa do Vaticano, como também a mudar radicalmente —não só com palavras, mas também com gestos— o roteiro. Durante sua visita a este recanto de Calábria, Bergoglio esteve com os presos do presídio de Castrovillari (onde se reuniu com o pai e as avós de Cocò) e com os doentes terminais do hospital San Giuseppe Moscati; almoçou com um grupo de pessoas atingidas pela pobreza extrema e, quando se reuniu com os padres da região, disse a eles que se dediquem menos a eles mesmos e mais às famílias.

Também levou sua fala às instituições. Durante a visita à prisão —afetada como todas as italianas por uma superpopulação que multiplica a dureza das condenações— Francisco disse que “é essencial que os detentos compreendam a importância de respeitar os direitos fundamentais do ser humano”, mas também, advertiu, que as instituições penitenciárias trabalhem para conseguir uma efetiva reinserção dos presos na sociedade. “Quando este requisito não se cumpre”, acrescentou, “a execução da pena se converte em um instrumento de castigo e represália social e, ao mesmo tempo, danoso para o indivíduo e para a sociedade”.

Quando se reuniu com os pais da criança Nicola Campolongo e de Cocò, Bergoglio os confortou, dizendo: “Que não existam mais vítimas da ‘Ndrangheta. E, sobretudo, mais violência contra as crianças. Que nunca mais uma criança tenha que voltar a viver este sofrimento”.

Bergoglio lembrou-se de Cocò em uma terra que, quando o recorda, só o faz em silêncio.

O silêncio cúmplice do medo

A omertà, esse código de silêncio construído de medo, de lealdade ou da ligação de alguns materiais que a máfia sabe manipular tão bem, pode ser tocado nas ruas de Cassano allo Jonio. Só é necessário lançar uma pergunta aparentemente inocente enquanto se espera a chegada de Jorge Mario Bergoglio a bordo de seu carro descoberto: Por que acha você que o Papa vem? E então Antonio Mancuso responde: “Vem nos pedir perdão por levar para Roma nosso bispo”. Diante da expressão de estranhamento do estrangeiro, se vê forçado a acrescentar: “E porque se chama Francisco e nesta terra nasceu São Francisco de Paula…”.
A resposta parece com a que, de início, oferecem os compadres, já aposentados, Mario Pennini e Giacinto Pellicano ou com a que dá Maria, rodeada por suas filhas adolescentes. Mas Maria não demora em confessar —baixinho, isso sim— diante da tristeza da evidência: “Isso que acontece aqui [jamais a palavra máfia ou a palavra ‘Ndrangheta, só às vezes o sucedâneo de “a má vida”] nos tem asfixiado. Está levando nossos filhos, arruinando suas vidas, matando-os. Não podemos continuar vivendo assim, mas não podemos falar se não queremos que nos calem”.
O medo, a granel, em estado puro. Disfarçado de eufemismos sempre e ontem escondido nas bandeirolas brancas e amarelas do Vaticano, na orquestra autárquica e nos novos sorvetes “com sabor Francisco”. O medo é o que provoca a ausência cúmplice de um nome nas bocas e nas paredes. O Papa vem a este recanto da Calábria, sabem todos, porque a ‘Ndrangheta matou Cocò, o matou e o cozinhou no interior de um carro, junto a seu avô e a sua jovem noiva. Mas o nome de Cocò não está em nenhuma parede, ninguém parece se lembrar dele. Até o prefeito, Giovanni Papasso, um socialista convencido de que a ‘Ndrangheta destroçou seu carro e queimou sua casa, procura, no início, sair pela tangente. Depois, à sombra da igreja grande, admite que sim, que a pressão e o medo são sentidos, que é um drama que nesta terra fértil e de gente boa a única saída dos jovens seja a emigração ou…
—Sim, diga prefeito.
—A ‘Ndrangheta.

 

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PEDÁGIO, o mais cobiçado presente

 Edward Coutinho
Edward Coutinho

 

Pedágio rende mais que o tráfico.

Nas estradas medievais, na Europa, era uma cobrança dos salteadores de estradas.

E assim é no Brasil hodierno. Coisa de bandido. Dos amigos dos governadores e obscuros leilões no governo da união dos corruptos.

Uma safadeza que começou com as privatizações do Brasil por Fernando Henrique.

 

BRA_NOTA pedágio

 

BRA_GDP pedagio oito meses para estudar

BRA_AN pedagio

VEJA QUE MENTIRA. QUE LOROTA BOA.

BRA_GDP pedágio castigo