Ecocídio da Vale. Mineradoras não pagam mais ICMS e o royalty pago é baixíssimo. Flexibilizaram medidas de segurança para exportar o máximo no menor tempo possível

 

“Ecologizar a economia’ significa subordinar as empresas e seu modo de trabalhar à sobrevivência dos ecossistemas, desenvolvendo uma política ambiental correta, em que a produção não comprometa a sobrevivência do ecossistema”, diz o pesquisador.
Por Patricia Fachin – Instituto Humanitas Unisinos (IHU)

A ruptura da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, “é apenas um dado alarmante que chama a atenção para uma situação que estamos tentando alertar há bastante tempo”, diz Apolo Lisboa à IHU On-Line.

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Apolo reside em Minas Gerais e acompanha de perto a situação das implicações negativas da mineração no estado, e assegura que entre as causas que contribuíram para a ruptura da barragem de rejeitos estão “a rapidez com que se promove a flexibilização de medidas de segurança” nas empresas e a “falta de fiscalização” nas mineradoras.

De qualquer maneira, pontua, “esse não foi um acidente inesperado. Das 735 barragens de rejeitos de Minas Gerais, mais de 200 foram apontadas como tendo problemas por alguns técnicos do governo. O peso excessivo dessa barragem que rompeu se deu porque estavam aumentando a barragem para receber mais carga ainda. Essa barragem descalçou outra muito maior, chamada Germano, que está com uma trinca de três metros de largura”.

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Lisboa também critica a falta de um instrumento que pudesse avisar as pessoas do acidente. Segundo ele, “se a barragem tivesse rompido à noite – moravam 600 pessoas ali – a tragédia teria sido muito maior do ponto de vista humano”. Ele frisa ainda que o processo de licenciamento das barragens também tem de ser revisto, “porque os membros do conselho responsáveis por conceder o licenciamento não têm condições técnicas de viajar e conhecer o empreendimento no local” e às vezes chegam a votar “20, 30 projetos em uma reunião (…). Mas e depois, quando ocorre um acidente, essas pessoas teriam que pagar por isso? Elas deveriam ser presas? Esse tipo de licenciamento gera irresponsabilidade”, adverte.

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Apolo Lisboa é formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, e é um dos idealizadores do Projeto Manuelzão de despoluição do Rio das Velhas, em Minas Gerais. Atualmente é professor da UFMG.

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Minas Gerais e o flagelo da mineração. Entrevista especial com Apolo Lisboa

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IHU On-Line – Quais foram as falhas que geraram a explosão da barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana?
Apolo Lisboa – Desde a época colonial, no final do século XVII (1694-1696), as minas foram descobertas na região de Ouro Preto, Itabirito e Mariana e foram sendo espalhadas para outras cidades de Minas Gerais. Essas minas eram, nesse período, diretamente ligadas à Coroa Portuguesa, através do Rio de Janeiro. Portanto, o estado de Minas Gerais sempre foi subserviente à mineração, por causa do valor financeiro que agregava arrecadação e impostos – a própria Inconfidência Mineira aconteceu porque o governo de Portugal, após o terremoto em Lisboa, estava precisando de dinheiro e resolveu aumentar os impostos para 20%, o conhecido quinto, que gerou uma revolta em Minas.
As mineradoras inglesas que vieram depois, seguidas das mineradoras transnacionais ou multinacionais, herdaram essa tradição e esse poder que vinha desde a época de Portugal. A partir da Lei Kandir, que vem do governo Fernando Henrique, as mineradoras não pagam mais ICMS e o royalty pago é baixíssimo, nem se compara com o royalty pago pelo petróleo. Além dos mais, tem se aumentado a velocidade para possibilitar a exportação de minérios e, com isso, estão flexibilizando medidas de segurança para exportar o máximo no menor tempo possível.
A ruptura dessa barragem é apenas um dado alarmante que chama a atenção para uma situação que estamos alertando há bastante tempo, embora não houvesse espaço para tal. E eu não tenho certeza se essa ruptura implicará em alguma mudança com o tempo. A presidente falou em multa de 250 milhões de reais, o que não é nada para a mineradora, porque parece que só o seguro da Vale é de 4 bilhões de reais. Com 250 milhões não dá para recuperar nada na região e as barragens de rejeitos continuarão, mesmo todas estando com problemas. O Estado não tem técnicos para fazer a avaliação dessas barragens, e quem faz a avaliação ambiental são as próprias mineradoras, que posteriormente enviam um relatório para o Estado.
Mas respondendo a sua questão, entre os fatores que contribuíram para a ruptura da barragem, eu mencionaria a rapidez com que se promove a flexibilização de medidas de segurança, a falta de fiscalização dessas barragens, a falta de moral do Estado brasileiro, que não tem autoridade para investigar nada, porque muitos membros do Estado são financiados pelas mineradoras. Agora, de qualquer maneira, esse não foi um acidente inesperado.
Nas 735 barragens de rejeitos de Minas Gerais, mais de 200 foram apontadas como tendo problemas por alguns técnicos do governo. O peso excessivo dessa barragem que rompeu se deu porque estavam aumentando a barragem para receber mais carga ainda. Essa barragem descalçou outra muito maior, chamada Germano, que está com uma trinca de três metros de largura. Estão fazendo obras emergenciais para tentar segurá-la, mas isso gera riscos para quem está fazendo essa obra.
Já houve vários acidentes em Minas Gerais: há aproximadamente cinco anos, em uma mina chamadaHerculano, houve três mortes; na Mina Rio Verde houve cinco mortos, e a empresa foi multada em 50 milhões de reais, mas essas multas não são pagas. Se você sobrevoar a região em volta de Belo Horizonte, na região onde há mais minério de ferro, você só verá buracos que são do tamanho de três ou quatro quadras, com 200 a 300 metros de profundidade; são grandes crateras para todos os lados.

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IHU On-Line – Uma das críticas feitas à Samarco é de que ela não tinha um plano de contingenciamento. Em que deveria consistir esse plano?
Apolo Lisboa – Não havia nenhuma sirene para tocar na hora em que a barragem rompeu. Quando se deu o rompimento da barragem, havia pessoas andando de moto nas ruas, familiares buscando crianças na escola, e foram eles que saíram gritando, anunciando que a barragem havia se rompido. A empresa tampouco tinha um sistema de alto-falante. Se a barragem tivesse se rompido à noite – moravam 600 pessoas ali – a tragédia teria sido muito maior do ponto de vista humano. Mas, e a morte de todos os peixes no Rio Doce? E os pássaros e animais silvestres que precisam de água para beber, onde eles vão tomar água? Então, trata-se de uma tragédia de escala fenomenal.
Dá a impressão de que essa foi a única fez que aconteceu uma tragédia aqui em Minas Gerais, mas no dia a dia são lançados milhões de litros de esgotos nos rios; essa é uma tragédia lenta.

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IHU On-Line – O que seria uma alternativa para as barragens de rejeitos? Existe algum modo de substituir essas barragens ou de tratar esses rejeitos?
Apolo Lisboa – Seria possível fazer o tratamento a seco desse rejeito. Existe essa tecnologia, que é um pouco mais cara, mas as mineradoras não querem gastar dinheiro nenhum. Os acionistas e os diretores querem bater recorde de lucratividade, é uma corrida insana ao lucro e às carreiras pessoais. Eu vi uma notícia – não posso confirmar, teria que fazer uma pesquisa – de que na China já teriam morrido milhares de pessoas por conta de tragédias nas minerações pelo rompimento de barragens de rejeitos, mas o país já está investindo no tratamento a seco, proibindo a construção de novas barragens.

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IHU On-Line – Quais são os principais problemas em torno do licenciamento ambiental das barragens de rejeitos?
Apolo Lisboa – Está faltando, primeiramente, um conceito, ou seja, licenciamento tem que obedecer a qual critério de qualidade? O licenciamento, quando o governo quer, é feito via ad referendum, porque os membros do conselho responsáveis por conceder o licenciamento não têm condições técnicas de viajar e conhecer o empreendimento no local, por vezes é preciso votar 20, 30 projetos em uma reunião, e as pessoas fazem isso mecanicamente. Mas e depois, quando ocorre um acidente, essas pessoas teriam que pagar por isso? Elas deveriam ser presas? Esse tipo de licenciamento gera irresponsabilidade.
O licenciamento, a meu ver, deveria ter uma proposta: qualquer atividade econômica não pode lesar o ecossistema, ou seja, se existe um ecossistema, ele tem que ser preservado. É possível fazer uma intervenção pontual, mas que não desequilibre e que não comprometa a sobrevivência do ecossistema como um todo na bacia hidrográfica, na microbacia. O licenciamento tem de ser vinculado por GPS, tem de verificar se a obra está localizada na região da microbacia e qual será o impacto disso para a vegetação, para os peixes, para a qualidade da água. Se isso fosse feito, teríamos o que chamo de “ecologizar a economia”.
Atualmente o meio ambiente está subordinado aos interesses das empresas. O que propomos é que o meio ambiente seja soberano, ou seja, que os empreendimentos econômicos sejam feitos levando em conta os investimentos necessários para não destruir o ecossistema local. Então, é preciso ter um licenciamento vinculado por GPS a uma localização, somando os efeitos conjuntos das empresas que atuam nessa região. Hoje o licenciamento é isolado para cada empresa, e não são somados seus impactos na bacia e na microbacia, o que faz com que se possa destruir completamente uma bacia de porte médio.
Portanto, “ecologizar a economia” significa subordinar as empresas e seu modo de trabalhar à sobrevivência dos ecossistemas, desenvolvendo uma política ambiental correta, em que a produção não comprometa a sobrevivência do ecossistema.

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IHU On-Line – Já é possível estimar qual é o impacto da explosão da barragem para os recursos hídricos da região? Pode nos dar um panorama de qual foi o impacto da explosão da barragem nos recursos hídricos da região? Qual é o impacto específico da lama que chegou ao leito do Rio Doce? Que outros rios e afluentes serão afetados por conta da situação do Rio Doce?
Apolo Lisboa – Governador Valadares, que é uma cidade grande que tem quase o mesmo tamanho de Montes Claros, está completamente sem água. O abastecimento de água na cidade está sendo feito por um trem de ferro, que é da própria Vale.
A cidade tem um reservatório, mas com a suspensão da captação da água no rio, não é possível abastecer a cidade. Todas as cidades às margens do Rio Doce estão comprometidas porque não podem pegar água, porque a lama que está nos rios tem muito mineral e metal e ainda não se tem a dimensão de quais serão as consequências disso. Por incrível que pareça, o governo não tinha um estudo detalhado sobre a composição da lama nas barragens.
O Ministério Público e o governo tinham que ter um estudo. Estavam esperando o rompimento da barragem para fazer o exame depois? Não tem sentido, não se pode confiar no que as mineradoras dizem, pois elas dizem que as barragens são muito seguras.

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IHU On-Line – Quantas cidades estão na margem do Rio Doce?
Apolo Lisboa – Ao todo, na volta da bacia do Rio Doce, existem 222 cidades, mas na margem devem ser em torno de 50, porque a bacia do Rio Doce é muito espalhada e, portanto, recebe muitos afluentes. No entanto, o rio estava quase sem água porque a retirada de água do rio é muito grande e isso tem gerado um fenômeno em Minas Gerais, que é a seca subterrânea: a retirada de água através de poços artesianos e bombas é tão grande que os rios estão secando. Não há um controle nas outorgas – eu digo que são “autorgas” porque as pessoas chegam e tiram água por conta própria.
Para se ter ideia da situação, o governo do estado de Minas Gerais não tinha nenhum hidrólogo empregado no Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, e as outorgas são dadas às cegas. Inclusive, várias pessoas que concediam outorgas no estado nos últimos anos, hoje são funcionárias das mineradoras; pessoas que já foram diretoras dos órgãos do estado, hoje são diretoras das mineradoras. É uma promiscuidade muito grande; o Estado não exerce seu papel nem cumpre as leis.
Eu fiquei sabendo, através de um ex-funcionário de uma mineradora, que quando os fiscais do estado chegam às mineradoras, já chegam brincando e dizendo: “onde vamos almoçar hoje?”, porque são bem recebidos com almoços. Por fim, o laudo deles é o que a mineradora faz, pois em geral as mineradoras se autofiscalizam. É uma vergonha a relação de promiscuidade entre o governo de Minas Gerais e asmineradoras – e essa relação se dá no governo do PT, do PSDB e outros, porque eles não têm diferença nenhuma na visão de mundo sobre a questão ambiental. Portanto, eles agem de forma corrupta porque são financiados pelas mineradoras. No caso da Assembleia Legislativa, 67% dos deputados atuais foram financiados por mineradoras e, no plano federal, há dois deputados –Leonardo Quintão, do PMDB, e Gabriel Guimarães, do PT – que são os presidentes da Comissão do Marco Regulatório da Mineração na Câmara Federal.

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IHU On-Line – Quais são os principais problemas ambientais ocasionados por conta da mineração em Minas Gerais, para os quais se chama pouca atenção?
Apolo Lisboa – A mineração feita próximo a Belo Horizonte, conforme o solo, tem muito teor de arsênio, porque o arsênio é associado ao ouro e ao minério de ferro. No Rio das Velhas, a partir deNova Lima – onde a empresa inglesa Morro Velho trabalhou durante muito tempo -, há um grande derrame de arsênio permanente, porque quando eles furam os buracos e fazem as minas, o arsênio começa a ser levado pelas águas da chuva. Em Paracatu, próximo a Brasília, tem a mina canadenseKinross, que contaminou o ar da cidade e a água.
Portanto, Minas Gerais está vivendo o flagelo da mineração. Claro que grande parte da riqueza de Minas vem da mineração, mas a mineração não precisava ser feita desse jeito, ela tem de respeitar as pessoas, os animais e os ecossistemas. No caso do Rio Doce, o prejuízo à fauna é enorme, imagine os peixes sendo sufocados pela falta de oxigênio, porque a lama grossa está ocupando todo o espaço dos rios. Além disso, os pássaros e os animais terrestres estão sem acesso à água.
Porém essa situação já ocorre normalmente em Minas Gerais. Não nesta dimensão de tragédia abrupta, mas através do lançamento de esgotos nos rios. Não existem estações de tratamento de esgotos em quase nenhum dos municípios, mesmo Belo Horizonte começou a construir as Estações de Tratamento de Efluentes – ETEs em 2001, e hoje trata 50% do esgoto, mas não 100%. Então, estamos vivendo na pré-história em matéria de saneamento.

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IHU On-Line – Quais as implicações do arsênio ao meio ambiente e à saúde?
Apolo Lisboa – O arsênio tem forma orgânica e inorgânica. Então, essa forma inorgânica que está no solo, que está inerte, se torna perigosa na medida em que cai no metabolismo e é absorvida. São duas formas de arsênio, eu não posso dar detalhes do metabolismo do arsênio, mas ele é um veneno muito perigoso quando invade o corpo humano e passa a fazer parte do metabolismo.

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IHU On-Line – Os municípios que têm mineradoras são social e economicamente bastante precários e pobres. Quais são os principais problemas sociais e econômicos que evidencia acerca desse aspecto? O que seria uma alternativa para mudar esse cenário?
Apolo Lisboa – Uma coisa interessante – e terrível – é que em todo lugar rico em ouro e em minério de ferro a população é pobre. Isso porque a mineração gera empregos, mas causa um transtorno doido porque transfere milhares de homens para essa região – como aconteceu em Serra Pelada – e com isso vem junto a prostituição, drogas, violência e crimes. Depois, quando passa o ciclo de mineração, ficam os pobres e a decadência das escolas e dos postos médicos. Portanto, do ponto de vista da qualidade de vida humana, a mineração é uma ilusão.
Quando uma mineradora anuncia sua ida para uma região, faz uma propaganda de que os imóveis serão valorizados e que as pessoas poderão vender seus terrenos, mas depois vem o lado cruel. Há cidades da região de Minas Gerais em que a mineração invadiu a Serra do Cipó, a Serra Geral, que era um santuário ambiental. No município de Serro, perto de Diamantina, a Câmara de Vereadores, por dez a zero, votou pela não aceitação da mineradora por conta do que vem acontecendo nas cidades vizinhas.
Outro problema enfrentado pelos municípios onde há mineradoras diz respeito à água. Em Minas Gerais, por exemplo, existe o mineroduto – canos de mais ou menos um metro de diâmetro, que, ao transportar minério dos garimpos até o porto, usam uma grande quantidade de água, a qual poderia ser usada para abastecer, por exemplo, várias vezes o município de Belo Horizonte.

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IHU On-Line – Como a ruptura da barragem da Samarco está repercutindo em Minas Gerais? Como o poder público tem se manifestado?
Apolo Lisboa – O governador Fernando Pimentel (PT) cometeu uma gafe enorme, ao conceder uma entrevista na sede da empresa Samarco Vale, no momento em que ele deveria ter concedido uma entrevista na prefeitura ou em algum espaço público. O Secretário de Assuntos Minerários de Minas Gerais [José Guilherme Ramos] é genro do presidente do Sindicato das Mineradoras – Sindicato das Indústrias Extrativas de MG / Sindiextra [José Fernando Coura] e foi nomeado subsecretário de assuntos minerários. A presidente Dilma Rousseff visitou a região uma semana depois e anunciou a multa à empresa, o que não terá impacto no sentido de resolver os problemas gerados pelo rompimento da barragem. A punição foi usada para dizer que o governo é enérgico, mas não é. Governo que é financiado por mineradoras apoia essa política. Na verdade, isso é um jogo de cena, porque a presidente está com dificuldades políticas e está precisando de apoio.
Nós não temos visto mudanças significativas na questão ambiental: a ministra do Meio Ambiente [Izabella Teixeira] não tem papel nenhum, então não temos uma política estatal séria para o meio ambiente, em defesa do território brasileiro, em defesa do ecossistema e do solo – a erosão e o desmatamento tomam conta de todo o lado. O Ministério do Meio Ambiente e autoridades tomam medidas isoladas e pontuais que não têm efeito nenhum, só para divulgar que estão fazendo alguma coisa.
O estado de Minas Gerais, em relação à mineração, herdou uma política de séculos e o governo não tem uma política ambiental. Todos os secretários de Meio Ambiente, com alguma rara exceção, são indicados pela Federação das Indústrias. A Federação das Indústrias indica o secretário de Indústria e Comércio, indica o secretário de Agricultura junto com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG e indica o secretário do Meio Ambiente.

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IHU On-Line – O que deve ser considerado a partir de agora, tendo em vista a pauta do Marco da Mineração?
Apolo Lisboa – Não dá mais para admitir que deputados financiados por mineradoras sejam relatores e presidentes da Comissão que está avaliando o Marco da Mineração. Também não podemos aceitar que as mineradoras financiem governadores e deputados. Não podemos aceitar financiamentos secretos, inclusive de pessoa física; tudo tem que ser declarado.
Temos que “ecologizar a economia”, a atividade econômica tem que estar dentro dos limites de sustentabilidade ecossistêmica, porque sustentabilidade também virou uma palavra oca, está virando marketing de empresas, e a economia não pode extrapolar os limites ambientais explícitos; é preciso ser rígido.
A maior mudança é a da mentalidade, mas a única forma de ter um governo que pense desse modo é se a população que foi à rua em junho de 2013 volte e defina as eleições gerais no Brasil.

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IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Apolo Lisboa – Devemos responsabilizar criminalmente os governantes – prefeitos, governadores e presidentes – e criar o impeachment ambiental, porque a questão ambiental não entra na agenda política por causa da corrupção e também por conta de uma mentalidade atrasada, que não entende a questão ambiental. Infelizmente a nossa presidente e o governador de Minas Gerais não entendem nada de meio ambiente, eles acham que o meio ambiente é insumo: água, terra, minério; são pessoas que tiveram uma formação apenas da sociologia marxista e não incluíram Charles Darwin, os animais, a vida e a evolução no seu modo de pensar.

A guerra nunca é santa

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«A guerra nunca é santa, a eliminação e a opressão do outro em nome de Deus é sempre uma blasfémia. A eliminação e a opressão do outro e da sua história, usando o nome de Deus, é um horror». É esta a firme convicção dos mais de quatrocentos líderes das grandes religiões mundiais, reunidos de 6 a 8 de Setembro em Tirana a convite da comunidade de Santo Egídio, por ocasião do encontro internacional sobre o tema «A paz é sempre possível. Religiões e culturas em diálogo», organizado em colaboração com a Conferência episcopal local e a Igreja ortodoxa albanesa.

Num momento em que a comunidade internacional tem dificuldade de encontrar soluções para os conflitos, os congressistas dirigiram aos governantes um apelo à importância do diálogo: «A guerra – lê-se no apelo – não se vence com a guerra: é um engano. A guerra sempre sai fora de controle. Não vos iludais. A guerra desumaniza povos inteiros. Recomecemos do diálogo, que é uma grande arte e uma medicina insubstituível para a reconciliação entre os povos».

Foi abordado também o tema dos refugiados, para os quais além do acolhimento é necessário e urgente trabalhar pela paz, dado que só o fim dos conflitos poderá deter o grande êxodo. Está convicto disto Andrea Riccardi, que na cerimónia final sublinhou que os crentes devem sempre estar na primeira linha para dar novamente ao mundo a esperança no futuro. Enfim, o fundador da comunidade de Santo Egídio, desejou que «das religiões possa renascer um movimento de corações e de paz que não se resigne à guerra e à dor». Transcrito do L’Osservatore Romano

peaceispossible

O vôo golpista dos tucanos no Brasil e Venezuela

AviaoTucanos

A imprensa brasileira noticia:

GOVERNO DA VENEZUELA PROÍBE QUE AVIÃO DE AÉCIO E ALOYSIO SOBREVOE OU POUSE NO PAÍS

De acordo com informações do Ministério da Defesa, o governo da Venezuela negou autorização para que avião militar com uma comitiva de Aécio Neves e companhia possa sobrevoar e pousar naquele país, no próximo dia 17.

O fato foi confirmado pelo senador tucano Aloysio Nunes Ferreira e pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves .

O Itamaraty disse que ainda não tem informações sobre o assunto. Aécio, Aloysio e Fernando Henrique e outros líderes da direita e da extrema-direita anunciaram viagem à Venezuela na próxima quinta-feira, para dar apoio a golpistas da oposição, que defendem uma intervenção militar dos Estado Unidos naquele país.

“Eu tenho dito que quando se fala de democracia e de liberdade não há que se respeitar fronteiras. Vamos, portanto, em um grupo suprapartidário, de forma absolutamente respeitosa, dizer que na nossa região o tempo do autoritarismo já passou”, proclamou Aécio.
Questionado sobre se temia alguma reação contrária do governo venezuelano à visita do grupo, alegando uma possível “intromissão” do Senado brasileiro em um assunto interno do país sul-americano, Aécio negou e disse que “não há mais espaço para presos políticos” no mundo atual.
“Eu espero que o governo venezuelano entenda essa nossa ida como uma manifestação do Congresso brasileiro em nome da esmagadora maioria brasileira, em nome da democracia e da liberdade”, complementou o tucano.
“Nós estaremos na verdade suprindo com o nosso gesto a omissão do governo brasileiro em relação a essa questão. Não estamos falando de apoio a A ou B, estamos falando de respeito à democracia”, concluiu o senador.

É entranhável que a Aeronáutica, com o dinheiro do povo brasileiro, banque essa viagem de conspiradores e inimigos da democracia, e que viola a autodeterminação dos povos.

Por que o Brasil mandar uma avião militar para a Venezuela, com dois notórios golpistas, para desestabilizar um governo democrático, eleito pelo voto direto e democrático do povo?

O golpismo e o retorno da ditadura militar motivaram Aécio e Aloysio, candidatos derrotados a presidente e vice nos primeiros e segundos turnos das eleições de outubro último, a convocar várias passeatas e marchas fracassadas nas capitais do Brasil. Os dois fazem parte do movimento para derrubar os presidentes Dilma Rousseff no Brasil, Nicolás Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Cristina Kirchner na Argentina, Rafael Correa no Equador.

Um movimento patrocinado pela extrema-direita, pelo colonialismo e pelo imperialismo para minar a União dos Países da América do Sul.

 Sponholz
Sponholz

A Venezuela impedir a invasão de Aécio constitui uma medida de precaução. Aécio faz pregação golpista. E depois é bom ter cuidado. Não se sabe se o senador Zezé Perrella faz parte da comitiva. Perrella é mineiro e amigo íntimo de Aécio e do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que responde a processos de contrabando no Brasil, e denunciado pelo envolvimento com o tráfico de drogas. Perrella é o dono do helicóptero, pego com meia tonelada de cocaína originária do Paraguai.

Tem mais: Foi encontrada cocaína em uma das duas fazendas de Aloysio. Cada fazenda, ele revelou para o cego tribunal eleitoral, vale um mísero real. Repetindo: dois reais o valor das duas fazendas. Ou latifúndios.

Para entender essa conspiração internacional leia:

A crônica de um desastre anunciado

Por Frederico Füllgraf

Jorge Alarminos
Jorge Alarminos

Finalmente Felipe González, advogado e ex-primeiro-ministro da Espanha (1982-1996), desembarcou na Venezuela para conseguir a liberdade de Antonio Ledezma e Leopoldo López, dois políticos acusados de conspiração e incitação ao golpe contra o governo Nicolás Maduro.

Em maio passado, as audiências nos tribunais venezuelanos foram adiadas, motivando o cancelamento provisório da “missão González”, cujo anúncio, em março, lançou mais lenha à fogueira desatada em 2014 pelo ex-presidente José Maria Aznar e pela recente “Declaração do Panamá sobre a Venezuela”, com a qual, à margem da última Assembleia Geral da OEA, 31 ex-presidentes ibero-americanos cobraram medidas internacionais contra o governo venezuelano.

González desembarcou, mas já retornou à Espanha após o veto da Justiça venezuelana de sua visita aos presos. No entanto, sua reunião com o oposicionista MUD – Mesa de la Unidad, cujas lideranças criticou pelas disputas internas em detrimento da unidade do movimento, deixa entrever a indisfarçada ingerência do líder espanhol na contenda entre governo e oposição, advertida por González para cerrar fileiras em torno da plataforma de Leopoldo López: exigir eleições parlamentares com observadores internacionais, o fim da perseguição aos opositores e a libertação dos presos políticos.

Deixando a Venezuela “pela porta dos fundos”, a bordo de um avião da Força Aérea Colombiana – especialmente enviado a Caracas pelo presidente Juan Manuel Santos –, Felipe González articulou seu protesto ao tratamento de persona non grata que lhe fora atribuído, abandonando a agenda do diálogo, agora trocada pela da confrontação.

Com a mobilização dos ex-presidentes Andrés Pastrana (Colômbia), Fernando Henrique Cardoso (Brasil) e Ricardo Lagos (Chile), que deveriam acompanhá-lo em comitiva a Caracas – mobilização na qual embarcou o candidato derrotado do PSDB, Aécio Neves, que viajará a Caracas em 17 de junho –, González definitivamente internacionalizou a queda de braço com o governo Maduro, simultaneamente articulando uma frente conservadora na América Latina e instigando a União Europeia para sanções contra a Venezuela – sanções esperadas durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, ocorrida em Bruxelas, até 11 de junho.

Uma dramaturgia sem dúvida exitosa, mediante um arranjo orquestrado com a imprensa espanhola e o discreto movimento de peões do maior conglomerado da mídia venezuelana, o Grupo Cisneros.

O eixo Espanha-Chile

Em fins de março deste ano, os correspondentes estrangeiros oficialmente credenciados no Chile fomos convidados a uma entrevista coletiva do ex-presidente Ricardo Lagos, na sede de sua Fundação Democracia y Desarrollo, em Santiago.

De início, desconfiamos que a pauta “aberta” escondia a intenção de Lagos de “vender-nos” sua recém-lançada página interativa na internet, que estimula a participação cidadã na coleta de propostas para a reforma constitucional prometida pela presidente Michelle Bachelet.
Ricardo Lagos (Foto: Frederico Füllgraf)

Com meia hora de conversa trivial, então o astuto Lagos surpreendeu-nos com um “furo”. Confidenciou-nos que em breve o ex-primeiro-ministro espanhol, Felipe González, empreenderia uma missão politica à Venezuela, à qual teria convidado os ex-presidentes Andrés Pastrana e Fernando Henrique Cardoso. Ele, Ricardo Lagos, sentia-se honrado como o terceiro na lista do espanhol, que cobrava representatividade continental à sua missão.

Politico calejado, o socialista Lagos não teve papas na língua, acusando o “regime bolivariano” de violar os direitos humanos e justificando uma ação concertada em nível internacional para “restabelecer a constitucionalidade” ultrajada – palavras que poderiam ter sido pronunciadas por seu conterrâneo e também ex-presidente, o conservador multibilionário Sebastián Piñera, que em janeiro viajara a Caracas em companhia de Pastrana para visitar Leopoldo López na prisão de Ramo Verde. Barrados pela polícia, os dois ex-presidentes foram reconduzidos ao centro de Caracas sob escolta do Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional (Sebin).

Em defesa de Piñera, no final de janeiro, outro ex-presidente chileno, o democrata-cristão Eduardo Frei Tagle, partiu para o ataque frontal, afirmando que a Venezuela é “um país que não respeita a democracia”.

Nem mesmo Isabel Allende – filha do mitológico presidente chileno e presidenta simultânea do Senado e do Partido Socialista – se conteve. “O governo do Chile deve manifestar sua preocupação pela detenção de Ledezma na Venezuela”, disparou pelo Twitter, na ocasião da prisão. Em seguida endureceu o discurso: “O governo da Venezuela não é socialista, é uma ditadura militar, com tudo o que isso significa (…)”, disparate do qual finalmente recuou, corrigindo-se: “Eu não qualifico Maduro de ditador, ele foi eleito democraticamente (…) Não o comparo com Pinochet, nada que ver, são situações radicalmente diferentes”.

O “golpe baixo” de Ricardo Lagos e o cerco conservador a Bachelet

A certa altura da coletiva de Lagos, perguntei-lhe sobre o papel mediador das missões da Unasul em Caracas, que cobraram o diálogo entre o governo Maduro e a oposição. A resposta do ex-presidente, reverberada no dia seguinte pela mídia internacional, foi que admitia, sim, um “esforço significativo” de Ernesto Samper – ex-presidente colombiano e secretário-geral do organismo – mas que não era o suficiente.

Poucos dias depois, Lagos posava para foto da imprensa chilena, ladeado por Mitzy Capriles Ledezma e Lilian Tintori – respectivamente esposas de Antonio Ledezma e Leopoldo López – durante escala em Santiago do Chile de sua turnê pela América do Sul, em busca de apoio político à libertação de seus maridos.

E então Lagos cravou a seguinte comparação: “Há mais de 80 presos políticos [na Venezuela], creio que deve-se cobrar ao governo Maduro que a Cruz Vermelha seja aceita para visitar as prisões e ver as condições dos detentos… Não sei se direi uma impertinência, mas em seu momento Pinochet aceitou que a Cruz Vermelha viesse ao Chile”.

Foi a “bomba”.

Com o destemido título “El golpe bajo de Ricardo Lagos”, no Diario Radio Universidad de Chile (14/4/2015), a socióloga e colunista Antonia Garcia Castro assestou um agravo demolidor, aqui citado no original espanhol:

“Ricardo Lagos debe saber si se trata o no de una impertinencia. No puede no saberlo. No puede no conocer el valor que tiene cada palabra que se pronuncia en el espacio público, con toda la fuerza simbólica que otorga, además, el hecho de ser un ex Presidente de la República. ¿Qué está diciendo Ricardo Lagos? ¿Que “hasta” Pinochet tuvo un gesto “humanista” y/o “democrático”?”

E dirigindo-se diretamente ao ex-presidente, fulminou:

“Que usted lo cite a Augusto Pinochet para desarrollar un argumento supuestamente democrático y respetuoso del derecho es algo más que una impertinencia. Es una vergüenza. Es un golpe bajo. Es no haber entendido la propia historia”.

Entre coletivas com Lagos e abraços com Piñera, as esposas dos dois políticos venezuelanos acusados de conspiração tentavam forçar a agenda de Michelle Bachelet para recebê-las, mas a presidente permaneceu firme e seu então porta-voz, Alvaro Elizalde, foi taxativo: “O governo do Chile tem um compromisso com o roteiro traçado pela Unasul para fortalecer o diálogo entre o governo e a oposição venezuelanos” – ponto.

hitler pinochet indignados

Com nova escala em Buenos Aires – onde sua recepção festiva pelo prefeito Mauricio Macri, ferrenho adversário conservador de Cristina Fernández de Kirchner, foi ruidosamente repudiada por centenas de intelectuais, artistas e círculos simpáticos ao “chavismo” – finalmente, no dia 5 de maio, Mitzy Capriles Ledezma e Lilian Tintori concluíam seu tour com uma recepção no Brasil. Por Fernando Henrique Cardoso.

No Chile, a mais alta esfera do poder político as deixara de mãos abanando, mas em 20 de maio – véspera do “Dia das Glórias Navais” e com Michelle Bachelet distraída com a preparação do discurso de prestação de contas de seu primeiro ano de governo –, por 66 votos a favor, 26 contra e 10 abstenções, em Valparaíso, a Câmara de Deputados aprovava uma resolução cobrando da presidente retirar da Venezuela o embaixador Pedro Ramírez para consultas, “até que se resolva a situação do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma; e do líder opositor, Leopoldo López”.

Extrema e hostil, com a medida as forças conservadoras do Legislativo chileno pretendem estremecer as – até agora – tranquilas relações oficiais entre Chile e Venezuela, agravando a polarização buscada pelo espanhol Felipe González, ao montar sua “frente de ex-presidentes” à margem das missões da Unasul, respeitada até mesmo por Henrique Capriles, governador do estado de Miranda e candidato à presidência derrotado em 2013 por Nicolás Maduro pela margem mínima de 1,5% dos votos.

Tramas paralelas: Teodoro Petkoff, El País e o “fator Cisneros”

Contudo, no tabuleiro do xadrez político venezuelano operam dois “bispos” com notável poder de articulação dentro e fora do país, ambos vinculados aos meios de comunicação não oficialistas: Teodoro Petkoff e Gustavo Cisneros.

O primeiro, um ex-comunista, ex-guerrilheiro, dublê de ex-ministro de Economia do governo Carlos Andrés Perez, na década de 1980 e, há alguns anos, publisher do jornal oposicionista Tal Cual. O segundo, o homem mais rico e poderoso da Venezuela, dono do Grupo Cisneros de Comunicação, de oposição ao “chavismo”, mas considerado “intocável”.

Longe de Caracas, no dia 4 de maio, Petkoff deveria receber em Madri o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset (15 mil euros e uma obra do artista plástico Sebastián Eduardo Chillida), outorgado a profissionais que se destacam na “defesa das liberdades, da independência e do rigor, como virtudes essenciais do jornalismo”.

Criado em 1984 pelo jornal El País, do Grupo Prisa – que na comercialização de conteúdo audiovisual é parceiro do Grupo Telefónica e que na Espanha lidera a campanha midiática contra o chavismo, com colunistas ultraconservadores como o argentino Héctor E. Schamis, da Universidade de Georgetown (EUA) – o prêmio foi para o venezuelano de descendência búlgara, porque seus jurados o consideram “símbolo da resistência democrática”.

Mas Petkoff não tinha permissão para deixar a Venezuela, porque enfrenta uma ação judicial protocolada pelo presidente da Assembleia (Congresso) Nacional, o “chavista” duro Diosdado Cabello, que se sente difamado por um artigo de opinião publicado pelo Tal Cual em janeiro de 2014.

Quem recebeu o prêmio em nome de Petkoff foi Felipe González.

Embora taxado à esquerda como “privatizador agressivo” – que em 1989 adotou medidas de austeridade e silenciou o levante dos pobres da capital, massacrados por Andrés Pérez no temível episódio conhecido como “Caracazo” –, hoje Petkoff poderia ser definido como socialdemocrata com tentações neoliberais, “un izquierdista a modo”, segundo línguas ferinas, porém jamais como articulador da direita golpista. No entanto, como ironiza o também ex-privatizador Felipe González e em seu momento lobista de empresas espanholas na América do Sul, quando opina Teodordo Petkoff “treme o regime” de Nicolás Maduro.

Já Cisneros, “cubano por nascimento e venezuelano de coração” – proprietário dos conglomerados Venevisión e Venevisión Plus, da operadora de TV por satélite DirecTV, da franquia da Pepsi Cola na Venezuela e um dos mais requintados colecionadores de arte do mundo, dono de patrimônio líquido de 4 bilhões de dólares (Forbes, 2015) depositados nos EUA – comportou-se sempre como aliado de plantão de vários poderosos, entre os quais cita Carlos Andrés Pérez, George Bush pai e Felipe González.

Anticastrista figadal, por outro lado Cisneros tem se desempenhado como articulador de laços estratégicos da Venezuela com a Espanha e os Estados Unidos, sobretudo como facilitador das recentes reuniões-relâmpago do subsecretário de Estado dos EUA Thomas Shannon com Nicolás Maduro, em Caracas.

É nas mansões de Cisneros em Nova York, Madri e Aspen (Colorado) que costumam juntar-se líderes conservadores do mais alto coturno, como os espanhóis José María Aznar e Felipe González e o colombiano Alvaro Uribe, para sofisticadas tertúlias nos campos da arte, mas obviamente com um olho no mercado financeiro e outro no tabuleiro político.

Já em Caracas, no dia 14 de fevereiro, durante o lançamento do “Plano de Paz” – cujo objetivo é reduzir a criminalidade e a violência que assolam a Venezuela –, Nicolás Maduro surpreendeu a assistência abraçando Gustavo Cisneros como copatrocinador do programa. Episódio inusitado, indicando que para Cisneros é útil acomodar-se a “novas maneiras de fazer negócios”, enquanto que para Maduro o ombro a ombro com o mais poderoso dos empresários funciona como munição publicitária.

Felipe González e a internacionalização da crise venezuelana

Assinada pelo argentino Fernando de la Rúa, o brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o chileno Ricardo Lagos, os mexicanos Felipe Calderón e Vicente Fox, os uruguaios Luis Alberto Lacalle e Julio María Sanguinetti e os espanhóis José María Aznar e Felipe González, a Declaração do Panamá faz um alerta à “grave alteração institucional, política, econômica e social que afeta sem distinções os nossos irmãos venezuelanos” , e denuncia a “ausência de independência da Justiça, a perseguição judicial dos que se manifestam e se expressam politicamente como dissidentes frente ao referido Governo [além da] presença reiterada de atos de tortura por funcionários do Estado, a existência de grupos paraestatais armados e de apoio ao próprio Governo, em um ambiente de total impunidade”.

Neste tom, os signatários afirmam promover “um clima de paz e de negociações”, a rigor desprezando esforços para o reatamento do diálogo e, figurativamente, jogando mais gasolina na fogueira.

A iniciativa para a declaração partiu de González e do atual primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, escolhido pelo Parlamento Europeu para tomar “todas as iniciativas pertinentes” e conseguir “a libertação imediata” de Ledezma, López y Ceballos. Com a delegação à Espanha do papel de trator, o Legislativo europeu finalmente dá pernas à sua resolução de 21 de dezembro de 2014, aprovada com esmagadora maioria de 476 votos contra 109 e 49 abstenções, mediante a qual condenou a “prisão de manifestantes pacíficos, estudantes e líderes políticos” – resolução que Nicolás Maduro desancou como “medida de despiste da crise europeia”.

O modus operandi de González em sua recente visita a Caracas não deixa dúvidas: para muito além da preocupação retórica com os direitos humanos dos presos, a estratégia hispano-europeia visa mesmo a interferir no processo eleitoral venezuelano, com a escolha de um lado.

Os crimes de López e Ledezma e o coro da tergiversação

Não é preciso ser “chavista”, mas apenas profissional em busca “da independência e do rigor, como virtudes essenciais do jornalismo”, como reza o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset, para perceber um fenômeno perturbador: um poderoso coro político-midiático-internacional tenta transformar Ledezma, López e Ceballos em heróis da resistência democrática, omitindo do noticiário e do debate a gravidade de seus atos.

Quais são as efetivas transgressões dos dois ex-prefeitos?

Em primeiro lugar, Antonio Ledezma não está mais encarcerado e, sim, usufruindo de prisão domiciliar, após submeter-se a uma cirurgia. Detido em 19 de fevereiro, é acusado pela Promotoria venezuelana de conspiração e associação criminosa ocorrida em setembro de 2014. Pano de fundo é seu contato com os paramilitares Lorent Gómez Saleh e Gabriel Valles, segundo o ex-ministro do Interior venezuelano Miguel Rodríguez Torres, associados ao ex-presidente colombiano Álvaro Uribe. Ledezma confirmou conhecer os dois agentes, mas negou envolvimento em planos de desestabilização do governo Maduro.

Ex-governador do Distrito Federal, eleito em 2008 com 52% dos votos para o cargo de prefeito de Caracas – cargo cujo poder Hugo Chávez esvaziou, criando a figura do “Chefe de Governo de Caracas” – Ledezma é antigo desafeto do “chavismo”, contra o qual já protestou com greves de fome e manifestações públicas.

A acusação de sua vinculação aos paramilitares do ex-presidente ultradireitista colombiano Uribe é grave, e soma-se à denúncia do colombiano como autor intelectual do assassinato do jovem deputado “chavista” Robert Serra, ocorrido em 2014, logo atribuído pela oposição venezuelana a “acertos de contas” entre os próprios “chavistas”.

As acusações contra Uribe – encarniçado desafeto do “chavismo” – não são invencionices ou mais uma “madurada” do presidente venezuelano, que desde sua posse, em 2013, denunciou mais de 12 conspirações golpistas. Cabe lembrar que em agosto de 2014, a Segunda Comissão do Senado da Colômbia deu início a demorado ciclo de debates sobre o eventual envolvimento de Uribe com o narcotráfico e a manutenção de bandos paramilitares clandestinos; debates que deverão gerar investigações.

Conterrâneo de Uribe, o secretário-geral da Unasul Ernesto Samper advertiu ao The Guardian (9/10/2014) que “o assassinato do jovem legislador Robert Serra, na Venezuela, é um sinal preocupante da infiltração do paramilitarismo colombiano”.

Já Lepoldo López encarna sem dúvida a facção mais agressiva da oposição venezuelana, cuja liderança disputa com Henrique Capriles, tentando atrair os seguidores deste para uma plataforma mais radical, de aberta ruptura com a institucionalidade democrática. Contra ele pesam graves acusações, envolvendo a marcha oposicionista de 12 de fevereiro de 2015, em Caracas, durante a qual López conclamou a massa pela derrubada de Maduro, ocasionando a morte de três e o ferimento de dezenas de pessoas.

Segundo Luis Vicente León, diretor do instituo de pesquisa de opinião Datanálisis, simpatizante da oposição, “López tinha perdido terreno, pois já não era prefeito (do distrito de Chacao) e estava inabilitado politicamente”. Uma vez que Capriles fora consagrado como líder inquestionável da oposição, segundo León, “o radicalismo foi a única saída enxergada por López para recuperar sua suposta liderança”.

Como derradeiro lance, ao entregar-se voluntariamente López apostou em sua martirização, mas a conta não fechou. Preso, as acusações da Promotoria foram do homicídio ao terrorismo, logo atenuadas para “instigação ao delito, danos materiais, incêndio de edificação pública e associação criminosa”.

Projetada sobre esse cenário, a intenção de Felipe González – com sua mirada de soslaio para a conjuntura espanhola e na ressurreição eleitoral do PSOE – de “reinserir os direitos humanos no topo da agenda latinoamericana” merece toda a desconfiança como manobra demagógica.

Nicolás Maduro em seu labirinto

Marcando distância da direita, mas também do “chavismo” empedernido, ganha credibilidade e respeito a posição da presidente Dilma Rousseff, quando adverte em recentes entrevistas à TV francesa e à Deutsche Welle TV que o Brasil não incentiva o golpismo, nem é intervencionista, mas aposta na garantia das liberdades individuais e insiste no diálogo como método imperativo para dirimir conflitos e salvaguardar a prevalência do Estado de Direito – um recado para a direita gorila e sua imprensa, mas também ao governo Maduro.

Na Venezuela não impera uma ditadura. Talvez o estilo “chavista” de governar possa ser descrito como “hegemonismo radical” com tinturas autoritárias; intransigente e pouco criativo.

Ao Brasil não interessa o prolongamento da interminável crise venezuelana, mas seu governo não se tem deixado pressionar pela “missão González”, preferindo agir cautelosamente, por vezes, nos bastidores.

Tentativas golpistas para varrer do mapa os governos do PSUV na Venezuela foram notórias, com Hugo Chávez vítima de uma delas, em 2002. Porém, não escapa à observação da diplomacia brasileira que, tanto Chávez como Maduro têm apelado à “Ley Habilitante” para governar por decreto; decisões que soem provocar urticária no Planalto

São notórias também duas inabilidades de Nicolás Maduro. Primeiro, sua impaciência ou inapetência para insistir no diálogo com a oposição, ainda que setores desta se revelassem embirradas e recalcitrantes. Denunciando seu confrontacionismo, Maduro e o núcleo duro do PSUV teimam em cair na armadilha, apostando, eles mesmos, na confrontação e desse modo engessando o diálogo genuíno . Foi o que advertiu José Pepe Mujica, durante sua presidência pro tempore da Unasul, cansado de insistir na necessidade de paciência e crença no diálogo.

A segunda e catastrófica imperícia de Maduro consiste em não articular a divisão da oposição e investir em pactos pontuais com Henrique Capriles, afastando-o dos setores abertamente golpistas. Sem falar de sua boquirrotice e seu destempero no tratamento de personalidades do cenário internacional, que ao invés de impulsionarem a solidariedade mais contribuíram, se não para o isolamento da Venezuela, pelo menos para a ridicularização de seu mandatário.

Em Caracas continua o jogo da polarização e não há sinal de que seus atores queiram mudar a tática de seus times.

Infelizmente, o tempo não corre a favor de Nicolás Maduro.

***

Frederico Füllgraf é jornalista em Santiago (Chile). Transcrito do Observatório da Imprensa.

Soros um pirata que não larga o Brasil

George Soros, o maior acionista da Petrobras. Um dos principais beneficiados pela Operação Lava Jato
George Soros, o maior acionista da Petrobras. Um dos principais beneficiados pela Operação Lava Jato

Desde o entreguismo do governo Fernando Henrique, a imprensa vem publicando a saída de George Soros do Brasil. A morte de Fidel Castro e a fuga de Soros são as notícias mais repetidas pela imprensa vendida e safada.

Os jornalões publicaram que George Soros trocou ações da Vale do Rio Doce, estatal doada por FHC, por ações da Petrobras. Uma transação totalmente imaginária. Essa troca impossível significaria que a Petrobras é o maior acionista da Vale.

George Soros teve o prestígio de nomear um empregado presidente do Banco Central. Daí o perigo da autonomia.

Por Paolo Lombardi. Soros possui vários empregados de luxo atuando no Brasil. Tem ex-presidente do Banco Central. Tem ex-candidatos a presidente do Brasil. Tem executivos de várias multinacionais
Por Paolo Lombardi. Soros possui vários empregados de luxo atuando no Brasil. Tem ex-presidente do Banco Central. Tem ex-candidatos a presidente do Brasil. Tem executivos de várias multinacionais

Todas as vezes que alguma trama política está para acontecer, noticiam coisas assim:

“O megainvestidor George Soros resolveu desfazer toda a posição que tinha sobre a Petrobras (PETR3; PETR4) e abandonar investimentos diretos no Brasil, informou sua gestora à SEC (Securities and Exchange Commission) – a agência reguladora do mercado de capitais americano. Conforme destacou a imprensa nacional, a decisão do bilionário foi novamente na direção contrária da de outros importantes players do mercado, que passaram a investir na estatal no começo do ano.

Durante o segundo semestre do ano passado, o investidor aumentou sua aposta sobre os papéis da Petrobras no auge da Operação Lava Jato, quando o mercado castigava as denúncias de corrupção e a apuração das perdas por eles gerados. Do segundo para o terceiro trimestre de 2014, a exposição de Soros à petrolífera dobrou para 5,1 milhões de ações. De lá para cá, o movimento inverteu até ser zerar ao final dos primeiros três meses deste ano.

O bilionário também vendeu a participação que tinha sobre os papéis da Embraer (EMBR3) e TIM Brasil (TIMP3), levando embora todos os recursos antes aplicados por aqui”.

Esta notícia do portal 247 é menirosa. O especulador Soros, pirata internacional, patrocinador de guerras na Europa, no deserto árabe, e do colonialismo na África e nas Américas do Sul, Central e México, jamais largou os ossos de ouro da Petrobras, da Vale do Rio Mais do que Doce. Soros é um assassino, um banqueiro agiota.

Ambicioso, um maldito Midas, não largará facilmente o Brasil. Investiu nas campanhas presidenciais para derrotar Lula e Dilma Rousseff, Soros ganhou muito com as privatizações de Fernando Henrique, mas quer mais. Sempre vai querer mais.

Bom que saísse da Petrobras e de outras grandes empresas brasileiras, que foram privatizadas, e entregues ao capital estrangeiro.  A farsa do leilão da Vale do Rio Mais do que Doce foi o maior roubo da história mundial.

Soros cai fora sim, quando o Brasil reconquistar suas riquezas roubadas. Hora do Brasil nacionalizar a Vale, a Petrobras e outras empresas ex-estatais.

Pela independência do Brasil, Soros fora já! para todo sempre!

Vade retro satana!

Piada nazista: Peña Nieto pede respeito aos direitos humanos na Venezuela

Svitalsky Bros
Svitalsky Bros

O México é um país dominado pelo tráfico, e que mata estudantes e jornalistas. Humor negro o presidente Peña Nieto pedir respeito aos direitos humanos noutros países, e esquecer que o México é o quintal do Império, separado dos Estados Unidos por um muro: de um lado o Primeiro Mundo, do outro o Terceiro Mundo, o México dos homens mais ticos do mundo, e 99 por cento da população na mais absoluta miséria.

Imitando Peña Nieto, Aécio Neves faz parte desta cruzada de desestabillzação do presidente Nicolás Maduro, eleito pelo voto direto. É a mesma campanha golpista contra Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Cristina kirchner na Argentina, e Dilma Rousseff no Brasil. É uma campanha imperialista e colonialista contra a União dos Países da América do Sul.

 Gianfranco Uber
Gianfranco Uber

El presidente de México, Enrique Peña Nieto, se mostró hoy partidario de que haya “respeto a los derechos humanos en Venezuela” en una entrevista con EFE en la que confesó tener una relación “muy institucional” aunque “bastante cordial” con su homólogo de Venezuela, Nicolás Maduro.

Peña Nieto, que se encuentra en Bruselas donde ha participado en la II Cumbre entre la Unión Europea y la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (Celac), celebrada el miércoles y el jueves, se refirió también a las gestiones realizadas en Venezuela por el ex presidente del Gobierno español Felipe González.

“Los esfuerzos porque en este país al que respetamos haya pleno respeto al estado de derecho, a la democracia, siempre serán sin duda bien vistos”, indicó al respecto el presidente mexicano.

No obstante, también dejó claro que su país actúa “en congruencia con lo que mandata” su Constitución “de absoluto respeto a la libre determinación de las naciones”.

De diferente forma se refirió Peña Nieto a la relación con Cuba, su presidente, Raúl Castro, y su hermano Fidel, con los que dijo tener “una relación personal bastante buena y positiva”, al recordar que se entrevistó con el primero e hizo una “visita de cortesía” al segundo en un viaje a Cuba en enero de 2014.

Con Venezuela “no hay la misma vecindad geográfica que hay con Cuba, hay una vecindad regional”, aclaró.

Peña Nieto anunció asimismo que “aplaude”, “reconoce” y “apoya” el deshielo de la relación entre Cuba y Estados Unidos, y dijo que la intención de México es “coadyuvar” en “todo aquello que favorezca” a la “normalización de la relación” entre esas dos naciones.

“México la aplaude, la reconoce y la apoya” porque son sus “dos vecinos geográficos, uno en el norte y el otro en la región del Caribe”, manifestó.

Su apoyo se debe no solo a “la relación histórica y añeja que hermana a México con estas dos naciones”, sino porque “contribuye a fortalecer” la región del Caribe, por Cuba, y a la “integración productiva de Norteamérica”, por Estados Unidos.

También consideró “algo vital que este desfase y este aislamiento que históricamente se había dado sobre Cuba, al que México evidentemente se había opuesto”, pues “no compartía el embargo”, “en algún momento se levante”.

Según Peña Nieto, lo que está sucediendo en Cuba es “un proceso de mayor apertura” que “traerá inversión” mexicana a la isla caribeña.

Entre los sectores en que México podría invertir a través de sus empresarios citó el turístico, el portuario y el de las comunicaciones. Fonte Sol de Margarita

Pichação de muro no México
Pichação de muro no México

Toda ditadura é criminosa. Nunca mais tirania

incitação

 

Exemplos de incitação ao crime:

pedir o retorno da ditadura,
defender uma intervenção militar,
propagar um golpe, que levará o Brasil a uma guerra interna.

A pena de detenção deve ser bem maior. Que uma guerra civil mata milhares de pessoas.

Pedir a intervenção de um exército estrangeiro é crime de traição à Pátria.

O que aconteceu de novo, na política, nestes cem dias de governo de Dilma?

Os tucanos e aliados, derrotados no primeiro e segundo turnos, elegeram Eduardo Cunha presidente da Câmara dos Deputados. E desejam o impeachment de Dilma, por atos e fatos debatidos na campanha eleitoral, e julgados pelo povo nas urnas.

Toda ditadura mata a Liberdade, a Democracia, a Fraternidade.

Por uma justiça social, por uma polícia social, por um governo do povo, pelo povo, para o povo, nunca mais ditadura.

A tortura é um crime hediondo. Tortura nunca mais.
Nunca mais tirania. Nem colonialismo.
Independência ou Morte!

Marina é o retrocesso, a volta do FMI

Alfredo Martirena
Alfredo Martirena

A campanha presidencial constitui a luta do FMI com o BRICS, do Brasil independente, potência  mundial, ou o Brasil vira-lata, colonizado, de milhões de miseráveis, de empregos terceirizados, temporários, e de escravos.

É o entreguismo total. Política de quintal.

Para fazer essa virada de extrema-direita, Marina precisa de um Banco Central com autonomia e independência total como aconteceu na ditadura militar. Autonomia dada por Castelo Branco.

Marina prega o retrocesso. A volta da política Econômica de Roberto Campos, Delfim Neto, e Malan dantes do governo do PSDB, do ex-empregado de George Soros, Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central no governo Fernando Henrique, um clone do presidente Carlos Menen. A diferença do Brasil e a Argentina é que Menen está preso.

Recentemente, Marina Silva, no último dia 19, abandonou a campanha política, e fez uma viagem secreta aos Estados Unidos para fechar um acordo com empresários que, para os jornalistas estadunidenses que espalharam as teorias conspiratórias, patrocinaram o atentado político que matou Eduardo Campos.

Entregando o Brasil de porteira fechada

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Marina Bric

(AFP) – A candidata à presidência Marina Silva, do PSB, explora novos laços com os Estados Unidos, na visita nesta sexta-feira a Washington acompanhada de um de seus assessores, que defendeu a possibilidade de alianças comerciais e energéticas entre os dois países.

O Brasil terá uma “política externa muito aberta para desenvolver os laços com os Estados Unidos”, se Marina ganhar as eleições, prometeu seu coordenador de Programa de Governo, Mauricio Rands, à platéia composta por empresários.

Segundo Rands, “há uma grande possibilidade para integrar os dois países” em áreas como energia, tecnologia e investimento, retomando a idéia de um tratado de livre comércio entre os dois países.

“Devemos nos esforçar seriamente em um tratado de comércio e investimentos com os Estados Unidos”, afirmou Rands, que copresidiu, quando deputado, o grupo parlamentar Brasil-Estados Unidos.

Para reforçar o acordo, Fernando Henrique fez um alerta aos empresários internacionais sobre as chances de Dilma Rousseff se reeleger.

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AVISO URGENTE

En peligro el desarrollo social brasileño

por Hedelberto López Blanch

Brics soros CIA
Las próximas elecciones presidenciales en Brasil fijadas para octubre próximo, pudieran dar al traste con los grandes avances sociales y económicos que desde hace 11 años han llevado adelante los gobiernos del Partido de los Trabajadores (PT), encabezados por Luiz Inacio Lula da Silva, y seguido por el de Dilma Rousseff, los cuales han beneficiado a millones de ciudadanos de ese país.

Muchos intereses estan en juego para tratar de contrarrestar los cambios ocurridos en el gigante sudamericanos, pero dos son los más peligrosos: primero la animadversión de Estados Unidos hacia Brasil por su política de integración latinoamericana, el fortalecimiento del BRICS y su acercamiento a China, Cuba y Rusia.

En segundo lugar, el malestar de los poderosos grupos económicos y políticos de la derecha tradicional brasileña que no aceptan los cambios ocurridos para bien de la mayoritaria población.

Si hace pocos meses las encuestas daban como favorita para reelegirse a Rousseff, la situación cambió tras la muerte el 13 de agosto pasado, en un accidente aéreo, del candidato del Partido Socialista (PSB) Eduardo Campos, y la rápida entrada hacia la carrera presidencial de su vice, Marina Silva, lo cual ha estrechado las intenciones de votos entre estas dos principales contrincantes.

De la casi decena de aspirantes para la primera vuelta, Dilma aparece con una intención de votos del 39 %, seguida de Silva con 31 % y del derechista del Partido Socialdemócrata (PSDB) Aécio Neves con 15 %. Los demás no cuentan prácticamente en la lid.

Silva, ex ministra de Medio Ambiente en el gobierno de Lula, renunció al PT, y aparece como la preferida del sector financiero, la clase media y de los habitantes de las grandes ciudades como Sao Paulo o Río de Janeiro.

Como se recordará, Dilma canceló hace unos meses una visita de Estado a Washington, debido al espionaje electrónico que realizó la Agencia de Seguridad Nacional de Estados Unidos contra la presidenta y varios funcionarios brasileños. Eso tensó las relaciones con la administración de Barack Obama, que esta buscando una nueva cara que dirija los destinos del gigante sudamericano.

Tampoco a Washington le agrada la estrecha relación que Brasilia ha desarrollado con Cuba, Rusia y China y el impulso que ha dado a la Unión de Naciones del Sur (Unasur) y al Grupo BRICS, integrado por Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica.

Según el Fondo Monetario Internacional (FMI), este año el BRICS tendrá, en su conjunto, un mejor desempeño económico que Estados Unidos y Europa.

Pero analicemos más detalladamente los avances de Brasilia tras de la llegada de los gobiernos del PT en 2013.

En los últimos 11 años el crecimiento ha sido constante y si en 2007 ocupaba el décimo lugar por su Producto Interno Bruto (PIB), en 2008 superó a Canadá, en 2009 a España; en 2010 a Italia y a finales de 2013 estaba a solo pocos puntos de Gran Bretaña que ocupa la sexta posición.

La inmensa asimetría que existía entre ricos y pobres se ha reducido con la puesta en marcha numerosos programas sociales y más de 34 millones de personas salieron de la escala de pobreza en la que se mantuvieron durante décadas.

Los índices de pobreza se redujeron desde el 42 % en 2002 a 20 % en 2013; la tasa de desempleo se fijó en mayo de 2014 en 4,9 %, la más baja en toda la historia.

No obstante, de los 202 millones de habitantes, y pese a los esfuerzos realizados por las administraciones Lula-Rousseff, aun existen 22 millones de personas bajo la línea de pobreza, mientras unos 50 millones en total necesitan ayuda del Estado para recibir asistencia médica ya que no pueden pagar la atención privada.

En este contexto social han llegado al país numerosos galenos, entre ellos 6 000 profesionales cubanos que fueron ubicados en cerca de 800 municipios y regiones apartadas, los que brindan asistencia especializada gratuita a personas pobres y de clase media.

Desde la llegada de Lula al poder se iniciaron varios proyectos sociales como Hambre Cero, Brasil sin Miseria, Universidad para Todos, Mi casa, Mi vida, Bolsa Familia (brindan asistencia a núcleos pobres) y Primer Empleo que facilita a los jóvenes el acceso al mercado laboral, además de los subsidios distribuidos y el aumento del 53 % del salario mínimo.

Como complemento directo se suma la financiación de la escolaridad infantil y la elevación del número de puestos de trabajo, además de construirse o estar en ejecución, dos millones de viviendas para personas de bajos recursos.

Esos programas han permitido que las capas más afectadas de la sociedad hayan aumentado sus ingresos y tengan más poder adquisitivo lo que impulsa, a la vez, el desarrollo de la economía.

En este sentido, aunque los detractores del sistema afirman que ha disminuido el comercio exterior lo cual afecta el aumento del PIB, el ministro de Hacienda Guido Mantega explicó que Brasil no es un país dependiente de sus exportaciones como tantos otros. Agregó que posee un mercado interno grande y en crecimiento constante por lo que el producto interno depende solo del 15 % de las exportaciones y del 85 % del mercado nacional.

A eso se debió que las crisis internacionales como la del 2008 tuvieran poca repercusión sobre el mercado brasileño.

En definitiva, en las elecciones del próximo octubre se enfrentarán dos vertientes de sistemas diferentes, uno representado por Silva (en una posible segunda vuelta contará con el apoyo de Neves) que promueve políticas de corte neoliberal y responde a intereses del sector privado, y el otro del PT que apoya el desarrollo económico y social sostenido para sus habitantes, además de apostar por un mundo multilateral y la efectiva integración regional.

Esperemos pues los electores tendrán en sus respectivas boletas la decisión final.

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A temida autonomia do Banco Central, o poder dos banqueiros, a dependência do Brasil colônia e a servidão do trabalhador

 Rasha Mahdi
Rasha Mahdi

 

Em nova inserção que começou a ser exibida nas redes de TV e rádio de todo o Brasil, o PT diz que a ideia de Marina de dar autonomia ao Banco Central “tira o poder do presidente e do Congresso” de controlar a política econômica, transferindo decisões importantes sobre a vida dos brasileiros para os banqueiros.

“Marina tem dito que, se eleita, vai dar autonomia ao Banco Central. Parece distante da vida da gente, né?! Parece. Mas não é. Isso significa entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre a sua vida e da sua família. Os juros que você paga. Seu emprego. Preços e até salários. Ou seja, os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo. Você quer dar a eles esse poder?”, declara o locutor na nova propaganda do PT (ver vídeo).

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A autonomia do Banco Central implicará na terceirização do emprego, que passará a ser temporário, porque quanto mais mínimo o salário maior o lucro das empresas.

Dilma Rousseff afirmou hoje (17) que não fará reformas na lei trabalhista que reduzam direitos dos trabalhadores, “nem que a vaca tussa”. Segundo Dilma, o direito às férias e ao décimo terceiro salário está entre os itens que não podem ser alterados para atender a interesses de empresários.

“Eu não mudo direitos na legislação trabalhista. Férias, décimo terceiro, FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], hora extra, isso não mudo nem que a vaca tussa”, enfatizou a candidata, em entrevista após encontro com empresários na Associação Comercial e Industrial de Campinas, no interior paulista.

Em alguns casos, segundo Dilma, é possível fazer adaptações na lei, mas sem reduzir direitos, como no caso de trabalho de jovens aprendizes em micro e pequenas empresas. A candidata lembrou que a lei determina que os empresários paguem pela formação dos aprendizes, mas, para estimular a contratação, o governo anunciou na última semana que, nesses casos, a formação será custeada com recursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

A candidata à reeleição voltou a comentar uma proposta apresentada nos últimos dias, de que, se reeleita, criará um regime tributário de transição para que micro e pequenos empresários não tenham que limitar o crescimento por medo de perder os benefícios e isenções do Simples Nacional. Dilma também se comprometeu a “acabar com a indústria da multa”, garantindo que a atuação dos fiscais tributários nas empresas de pequeno porte seja primeiro educativa, antes da aplicação da punição.

Ela reforçou o compromisso de reduzir a burocracia para os processos de abertura e, principalmente, fechamento de empresas e disse que as primeiras medidas serão anunciadas ainda neste mês. “Abrir e fechar empresas no Brasil é, de fato, um grande desafio. Temos o compromisso de assegurar que esse tempo seja reduzido, que saia de 100, para, em alguns casos, cinco dias”.

Campanhas internacionais 

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Juan Hervas
Juan Hervas

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Rally against the austerity measures

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Colombia. Declaración política de la Marcha Patriótica

Con convicción y firmeza, partiendo de los más distantes puntos de la geografía nacional ha confluido en la ciudad de Bogotá la Marcha de la Esperanza, la Alegría y la Dignidad. Desde las sierras, los llanos, el piedemonte y la costa, nos hemos dado cita más 1700 organizaciones que con espíritu deliberativo y constructivo hoy avanzamos un paso más en la edificación de la Segunda y Definitiva Independencia. En la más profunda hermandad y solidaridad de los pueblos que luchan por soberanía y autodeterminación, delegados y delegadas de América Latina, Europa, Australia y Norte América, han acompañado solidariamente la realización del Consejo Patriótico Nacional, que de manera decidida declara:

Marcha es el lugar de encuentro de múltiples procesos de organización, resistencia y lucha que han decidido hacer suyo el ejercicio de la política y aspira a ser una expresión organizada del movimiento real de las resistencias y luchas de las gentes del común y de los sectores sociales y populares que cotidianamente en todos los rincones del país, en forma heroica y pese a las adversidades, actúan por una patria grande, digna y soberana.

Pese a que el gobierno de Santos se ha empeñado en aparecer como renovador y modernizante, en Marcha consideramos que éste es representativo de una continuidad en el proyecto hegemónico y de intentos de reacomodos en el bloque en el poder precisamente para garantizar esa continuidad. Sin dejar de percibir conflictos y diferencias entre las facciones que conforman dicho bloque, promovidos por los sectores más guerreristas y ultraderechistas, ligados al narcoparamilitarismo, no se aprecia –más allá de la retórica- el surgimiento de nuevas condiciones que permitan afirmar que se está en camino de superar las estructuras autoritarias, criminales, mafiosas y corruptas que caracterizan el régimen político colombiano. Tendencias recientes de los desarrollos legislativos en diversos campos parecen más bien reforzar el manto de impunidad que ha prevalecido en el país, buscan institucionalizar el ejercicio de la violencia contra la población, al tiempo que pretenden perseguir y criminalizar la protesta y la movilización social.

El gobierno de Santos ha venido profundizando el proceso de neoliberalización de la economía y de la sociedad iniciado hace más de dos décadas. Ese continuismo favorece esencialmente al capital financiero transnacional y a los grandes grupos económicos que, pensando exclusivamente en su afán de lucro, han impuesto un modelo económico empobrecedor. Tal modelo ha desindustrializado el país, sumido la producción agrícola y, en especial, la producción de alimentos en una profunda crisis, propiciado una terciarización precaria, estimulado al extremo la especulación financiera, y promovido -sobre todo durante la última década- la explotación intensiva de nuestra riqueza en hidrocarburos, minerales y fuentes de agua, acompañándola de la producción de agrocombustibles, de explotación forestal y de megaproyectos infraestructurales. En desarrollo de este modelo, se ha diseñado todo un andamiaje jurídico-institucional y militar para proteger los intereses del gran capital, el cual se ha venido perfeccionando durante el actual gobierno a través de múltiples reformas de alcance constitucional y legal. La entrada en vigencia del Tratado de Libre Comercio con Estados Unidos, y de otros tratados de similar contenido es una buena manifestación de ello.

Este modelo económico ha conducido a una creciente degradación de la soberanía, a una mayor concentración y centralización de la riqueza, a la desigualdad social en aumento, a la precarización y pauperización del trabajo, a la depredación socioambiental, así como a la continua apropiación de riqueza social y de los frutos del trabajo mediante el despojo y el desplazamiento forzado de la población. También ha propiciado una mercantilización extrema y profunda de toda la vida social. Asimismo, se ha constituido en fuente de apropiación de dineros públicos, mediante el despliegue generalizado de estructuras corruptas

Repsol despierta la bestia colonialista

por Marcos Roitman Rosenmann

Las medidas nacionalizadoras y recuperación de las riquezas básicas, ejecutadas en América Latina o África o Asia, siempre han sufrido la ira de los centros coloniales y las empresas afectadas.

Los ejemplos no faltan a la cita. Lázaro Cardenas, Jacobo Arbenz, Fidel Castro, Omar Torrijos, Velazco Alvarado, Salvador Allende, Evo Morales, Hugo Chávez, la lista es amplia.

Acostumbrados al ordeno y mando, los arrogantes imperios desconocen el concepto de independencia y soberanía. Son reticentes al trato de igualdad. El paternalismo anclado en posiciones de fuerza articula el discurso de la soberbia imperial.

Revelarse contra la autoridad paterna y el orden establecido debe merecer un castigo ejemplar. Bloqueos, procesos desestabilizadores, estrangulamiento económico, magnicidios o Golpes de Estado.

En estos días, la expropiación de una empresa privada, Repsol YPF, cuyos intereses sólo representan a sus accionistas y cuyo objetivo es obtener beneficios a costa de cualquier consideración ética, jurídica, moral y medio ambiental, despierta la ira de los centros de poder hegemónicos, sus instituciones y principales dirigentes políticos.

Un informe del Observatorio de las Multinacionales españolas en América Latina (OMAL) apunta lo contrario. Repsol actúa activamente en la pérdida de la diversidad, está presente en 17 parques nacionales en Bolivia, Ecuador y Argentina. Sus emisiones directas ascienden a 30 millones de toneladas de CO2 equivalente, ello sin tomar en consideración aquellas producto de la quema de combustibles fósiles que producen más de 1.000 millones de toneladas de CO2 equivalente al año.

Pero en esta campaña desestabilizadora no podemos dejar de mencionar la actuación de los gobiernos cipayos de América latina. Las palabras de Juan Manuel Santos, Presidente de Colombia quien, para mostrar su simpatía con Repsol señala que: “aquí, por Colombia, no expropiamos…queremos que ustedes sientan que hay reglas estables de juego, aquí novamos a expropiar sean bienvenidos, ustedes son nuestros socios. Si a ustedes les va bien, a nosotros nos va bien”, y qué decir de Felipe Calderón cuando critica a la presidenta de Argentina y califica la medida de “lamentable…y que no le va hacer bien a nadie”, o del ministro de economía de Ollanta Humala, Miguel Castilla, adjetivando la nacionalización de “política errónea e insana”.

Sebastián Piñera, presidente de Chile, tampoco pierde comba y muestra “su preocupación por tal medida”.

Todos ellos han olvidado que sus países son lo que son, en gran medida, por la nacionalización del petróleo y del cobre.

Por suerte, otro grupo de presidentes y países, la mayoría, como Venezuela, Ecuador, Cuba, Paraguay, Bolivia, Brasil o Uruguay, han levantado la bandera de la dignidad, apoyando a la República Argentina.

Basten las palabras de José Mujica, presidente de Uruguay, quien subrayó que tal medida se fundó en un viejo error, el de privatizar la petrolera estatal en la década de los noventa “…y si lo arreglan o no lo arreglan es un problema del pueblo argentino” . No hay mas caminos o soberanía nacional o claudicación vergonzante.