Os governadores fogem dos estádios da Copa que construíram. Dilma marca reunião

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Vai ser uma investigação parecida com a da chacina da família Pesseghini
VAI SER UMA INVESTIGAÇÃO PARECIDA COM A DA CHACINA DA FAMÍLIA PESSEGHINI

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Os governadores que construíram os estádios (as arenas, os gigantescos Coliseus) fogem da Copa do Mundo como o diabo foge da cruz. Idem os prefeitos que também se envolveram na construção de obras de infra-estutura, que enriqueceram muitos e motivaram mais de 250 mil despejos.

O presidenciável Aécio Neves não fala mais da Copa que defendia.  Eduardo Campos não fala mais do estádio que mandou construir na Mata de São Lourenço. Dilma, que se encontra em viagem ao exterior,  convocou uma reunião de emergência para quando retornar ao Brasil. A decisão foi tomada depois que um manifestante foi baleado pela polícia do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), neste sábado, durante um protesto contra os gastos da Copa.

A intenção de Dilma é traçar uma estratégia de emergência para evitar que os protestos cresçam e atinjam o ápice durante o Mundial.

Isso será impossível. Este 2014 um ano de eleições. Os partidos políticos vão usar a Copa como bandeira. Pretendem levar a campanha eleitoral para o campo… emocional.

Foram convocados para a reunião de Dilma os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Celso Amorim (Defesa) e Aldo Rebelo (Esportes). De acordo com auxiliares da presidente, Dilma foi informada de que os protestos contra a Copa feitos no sábado foram violentos, com pessoas feridas, depredações e ondas de vandalismo realizadas por infiltrados, inclusive uma polícia que espanca, prende e mata.

A presidente, então, convocou a reunião para a volta ao Brasil, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ministro da Justiça está em férias. De acordo com sua assessoria, deve retornar ao trabalho nesta terça-feira. E já encontrará uma série de demandas envolvendo a segurança da Copa, maneiras de evitar que os tumultos se espalhem pelo País e formas de conter a ação violenta contra as manifestações por parte dos soldados estaduais. A fonte deste notícia é a revista Veja que, em conúbio com os jornalões, pretende transformar Dilma no único alvo dos protestos. Será que os marqueteiros burros da presidente não percebem?

Custo dos estádios da Copa 2014 dispara e chega a R$ 8 bilhões

Mané Garrincha, um comedouro de dinheiro
Mané Garrincha, um comedouro de dinheiro

No Brasil, ninguém sabe, realmente, quanto vão custar os estádios.

Escreve Diego Salgado: Desde a escolha do Brasil como organizador da Copa, o custo das obras dos estádios apresentou quatro valores diferentes. Na escolha das 12 cidades-sede, no dia 31 de maio de 2009, o montante já estava 67% maior que a previsão de outubro de 2007 – passou de R$ 2,3 bilhões para 3,7 bilhões.

No final de 2010, a primeira versão da Matriz de Responsabilidade trouxe outro valor: R$ 5,4 bilhões. Depois de 28 meses, a lista do governo apontava gastos de R$ 7,03 bilhões. Nos últimos meses, contudo, deu-se o maior reajuste no menor período: R$ 950 milhões em apenas oito semanas.

O mais caro
Com o novo valor, o Brasil aumentou a diferença nos gastos em relação às Copas de 2006 e 2010. Os estádios brasileiros, orçados em R$ 8 bilhões, custam duas vezes mais. Na África do Sul, o custo total das dez arenas foi de R$ 3,27 bilhões. Na Alemanha, 12 estádios saíram por R$ 3,6 bilhões.

Custos em agosto de 2013: 7,98 bilhões

Arena da Baixada: 265 milhões
Arena da Amazônia: 605 milhões
Arena das Dunas: 350 milhões
Arena Pantanal: 519,4 milhões
Arena Pernambuco: 529,5 milhões
Beira-Rio: 330 milhões
Castelão: 623 milhões
Fonte Nova: 591,7 milhões
Mané Garrincha: 1,43 bilhão
Maracanã: 1,19 bilhão
Mineirão: 695 milhões
Arena Corinthians: 855 milhões

UM ELEFANTE PERDIDO NA MATA

Faltam acrescentar outros gastos como de mobilidade urbana, e o social, com os horrores dos despejos, na marra, de comunidades. Mais de 250 pessoas sofrerão deslocamentos involuntários. Tal como faziam os nazistas com os judeus.

A Arena de Pernambuco, construída em local de difícil acesso, na mata de São Lourenço, investirá 841 milhões em mobilidade urbana, sendo a principal obra a ligação com o setor hoteleiro, e mais 19,8 milhões com a torre do aeroporto.

Devastaram parte da Floresta Atlântica, em São Lourenço da Mata, para construir a Arena de Pernambuco. E uma rodovia vai desvastar manguesais. Ë um estádio pra lá de ecológico. Devore o verdade das plantações e do dólar
Devastaram parte da Floresta Atlântica, em São Lourenço da Mata, para construir a Arena de Pernambuco. E uma rodovia vai devastar manguezais. Ë um estádio pra lá de ecológico. Devore o verde das plantações e do dólar

ALDO REBELO E OS
“ELEFANTES BRANCOS”

Engenhão

Engenhão fechado. Corre o perigo de ser derrubado por uma ventania. Parece piada.
Engenhão fechado. Corre o perigo de ser derrubado por uma ventania. Parece piada.

por Helio Fernandes

O ministro do Esporte estava sendo entrevistado ontem no ESPN, num excelente programa, chamado “Bola da Vez”. Os entrevistadores faziam restrições aos gastos elevados com estádios, que custaram fortunas, e não serão aproveitados.

O ministro se irritou, supostos comunistas não gostam de críticas ou contestações. Revidou: “Vocês questionam as arenas (é estádio, ministro), mas não fazem qualquer restrição ao Teatro Municipal, também construído com dinheiro público.

Ah!, ministro, entrou um “elefante branco” no seu conhecimento. O Teatro Municipal, doação T-O-T-A-L do governo da França. É exatamente igual ao Teatro da Opera de Paris. Foi inaugurado em 14 de julho de 1909, o presidente era Nilo Peçanha, que como vice, substituía Afonso pena que havia morrido.

CESAR MAIA-EDUARDO PAES

O próprio ministro do Esporte deveria questionar e imediatamente investigar o que aconteceu com o Engenhão. Na construção e na irresponsabilidade da insegurança do público, “com ventos” até de pouca velocidade, tudo isso muito acima do preço convencionado, na administração (?) Cesar Maia.

A PARTICIPAÇÃO DE EDUARDO PAES

O estádio foi construído para os Jogos Panamericanos de 2007. Com Cesar, lógico. Ia ficar como “patrimônio” popular, tudo desapareceu. Paes foi eleito, tomou posse, logo, logo descobriu que o estádio não tinha segurança, interditou-o cinco anos depois.

Por que tanto tempo? O indispensável para que a empreiteira amiga (dele, de Cesar Maia e de cabralzinho) se livrasse de pagar qualquer coisa.

Agora recomeçam, não ficará pronto para a Copa de 2014. E o custo da “reconstrução”? Alucinante, bem na “cara” de administradores alucinados.

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PS – E por hoje nem quero falar nos gastos espantosos do governador cabralzinho com o Maracanã. E Rebelo como ministro. As denúncias COMEÇAM com o custo de 1 bilhão e 200 milhões, fora todo o resto. É imprescindível que esse “maracanaço” de cabralzinho e os parceiros, seja investigado.

maracanã

maraca passeata

maraca privatização

SÓ ENTRA NOS ESTÁDIOS GENTE FINA, BEM EDUCADA E COM DINHEIRO NO BOLSO

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Essa de futebol paixão das multidões já era. Privatizado pela Fifa, os estádios construídos com o dinheiro do povo têm os espectadores selecionados pelos preços dos ingressos. Uma autoridade até sugeriu o uso de paletó e gravata. Mas os cartolas ingleses ficaram contra. Pode ir com camisa comprada em grifes autorizadas. É isso aí: Todos os produtos vendidos dentro e nas imediações de cada estádio precisam ser de patrocinadores da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

Em Salvador as negras baianas exigiram vender acarajé. Vão arranjar pra elas um cantinho bem escondidinho e de difícil acesso. Essa exceção  ficou aberta depois de muita agitação nos terreiros da Bahia. Precisou baixar uma romaria de pais de santo. Os cartolas ficaram com medo de algum feitiço. Aconteceu o consentimento quando se descobriu que uma ventania mais forte pode derrubar o Engenhão no Rio, e o teto do Maracanã desabou com uma chuva.

Informa Ricardo Antunes: “Só teremos seis baianas, na Fonte Nova, vendendo acarajé na Copa das Confederações”.

Vão ser proibidos no Minerão: pão com queijo e cachaça de alambique.

Pernambuco não pode vender o tradicional bolo pé-de-moleque. No Rio de Janeiro, Sérgio Cabral vende Pezão.

Acrescenta Ricardo: “Futebol no Brasil virou Teatro de Ópera. Pelo menos nos jogos da seleção será assim. Povo não entra pois o ingresso é caro e a FIFA privatizou a outrora paixão popular. Todo mundo branco, bonito e bem comportado. Antes gente fina ia pra cadeira; e gente, que não  tinha grana, ia pra geral. Meninos eu vi. Era preto, branco, mestiço, mulato, moreno, sarará e amarelo. Todos juntos. Esperamos 64 anos para, numa nova Copa, celebrarmos ao mundo nossa ‘democracia racial’ e a inserção ‘dos pobres rumo à classe média’. Será que aconteceu mesmo? Tiraram o povo da festa”.

Dizem que o ministro Joaquim Barbosa vai de toga. Para não passar nenhum vexame.

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P.S. O blogue de Ricardo Antunes, Leitura Crítica,  continua censurado por algum juiz ou desembargador. Que a justiça brasileira anda fazendo o serviço sujo da censura, realizado na ditadura militar por um coronel, gorila fardado. A censura judicial explica porque os tribunais funcionaram sem parar nos tempos que Jango, que vice-presidentes e governadores foram cassados, e o Congresso fechado. Proibido de escrever sobre política, e de trabalhar, Ricardo, para não enferrujar, arrisca falar de futebol e variedades numa página do Facebook. E de graça. Uma notícia de Ricardo era cotada, pela polícia de Eduardo Campos, em um milhão de dólares. Para completar, Ricardo, depois de torturado nos porões da Sorbonne – foram quase seis meses de prisão ilegal, arbitrária e inquisitorial system – vem sofrendo stalking, por parte de parlamentares da linha dura do governador de Pernambuco.

Outro abuso nos estádios: os luxuosos camarotes dos governadores. Oferecem do bem bão e do melhor. Não sei quem paga. Tem ar condicionado ambiente. Várias dependências. Sala de estar, com dois ambientes, mesa de reuniões e bar, uma bela sala de jantar e amplo quarto com closet e banheiro. O quarto para um sono tranquilo, ou descansar ou fazer outras coisas. Acesso a Internet Wi-Fi. Tv a cabo. Varanda para assistir os jogos. Um luxo só.

A mesma farra dos camarotes no carnaval, e no carnaval fora de época. No São João de Caruaru são 31 dias de festa, ou melhor, 31 um dias de camarote do prefeito.

No Coliseu de Roma, que funcionou durante 500 anos, os imperadores tinham camarote.

Os camarotes voltaram no esplendor da Renascença com os teatros. Uma divina mordomia da realeza. Um privilégio, um abuso, uma ostentação, um desperdício de dinheiro público, uma exibição de riqueza e luxo e luxúria que precisa acabar. E já.

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Jogo de inauguração: Limparam estádio de Brasília. O da Bahia também tem buraco. Culpa da chuva fora da medida

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Arena Fonte Nova é luxo só, rodeado de miséria. Acontece o mesmo com todos os Coliseus construídos nas capitais para receber os jogos das Confederações e da Copa do Mundo.

Sobrou dinheiro para os luxuosos estádios. E o povão que se dane. Nem dinheiro tem para assistir os jogos.

Sem estrutura, Stella Maris receberá seleções do Brasil, Nigéria e Uruguai no mês que vem

Clarissa Pacheco (texto)
Evandro Veiga (fotos)

Em solo baiano, os jogadores das seleções de futebol do Brasil, Uruguai e Nigéria sentirão o gostinho do que é morar em Salvador. Quando por cá pousarem para as partidas que disputarão na primeira fase da Copa das Confederações, em junho, no caminho ao hotel, caberá ao motorista driblar os buracos e desníveis de pista. Em alguns trechos, todavia, será inevitável aos atletas a sensação de tremor e alguns solavancos.

Se dentro das hospedarias em Stella Maris, o que não falta aos atletas é luxo, é só chegar na janela, ou decidir dar uma volta para conhecer a vizinhança, para que vejam o entorno de ruas sem asfaltamento, pontos de ônibus desertos e degradados e matagais ao lado de calçadas — também em má conservação.

“Tem buraqueira e o que mais falta aqui é segurança. Assalto tem quase todo dia, tomara que vejam e reclamem, pra ver se muda algo”, disse Juscelino Ribeiro, 58, funcionário de um posto de gasolina. “Infelizmente, Stella Maris vai receber as seleções, mas vai ser do jeito que está, não vai ter mudança”, disse Rogério Lima, 30, frentista do mesmo posto.

Na rua Praia do Atalaia, moradores improvisaram uma placa para alertar os motoristas para a armadilha
Na rua Praia do Atalaia, moradores improvisaram uma placa para alertar os motoristas para a armadilha
Ainda tinha tampa, mas o buraco da foto acima já existe desde 2011
Ainda tinha tampa, mas o buraco da foto acima já existe desde 2011

As reclamações de Rogério e Juscelino são as mesmas de outros moradores e trabalhadores da região. Lá, com medo da insegurança, a presença de transeuntes não é comum, o que facilita a ação de bandidos. Sobram carros, engarrafamento e condomínios fechados.

Segundo o major André Borges, que comanda a 15ª Companhia da Polícia Militar, as principais ocorrências no bairro são roubos de carros, além de pequenos furtos nas imediações da orla, onde os turistas, vítimas em potencial, costumam circular.

Este ano, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registrados 24 roubos a carro no bairro, além de dois homicídios. Os pequenos furtos não são contabilizados no boletim.

“O bairro é perigoso, as praias são desertas, tem muito assalto”, contou a moradora Jamile Rodrigues, 28.

Ela reclama de situações que causam ainda mais transtornos aos moradores, a falta de opções de transporte. “Às vezes, para chegar ao centro, eu tenho que pegar um ônibus até Itapuã”, disse.

Ponto? Só na placa. Falta abrigo para passageiros e sobra mato; Rua da Passárgada, em Stella, mais parece o caminho de uma roça
Ponto? Só na placa. Falta abrigo para passageiros e sobra mato; Rua da Passárgada, em Stella, mais parece o caminho de uma roça

Segundo Jamile, o bairro, repleto de condomínios de luxo, também sofre com alagamentos. “É engraçado, o bairro foi projetado para não ter bueiros, para a água da chuva desaguar na praia. Mas a água nem chega lá. Qualquer chuva mais forte alaga as ruas estreitas, menores”, contou.

Pela janela
A depender da localização de cada suíte, os jogadores da seleção da Nigéria poderão desfrutar, no Hotel Deville, de uma deslumbrante vista para o mar ou para ruas que mais lembram uma roça, sem asfaltamento, calçadas e com o mato alto pelos cantos.

É assim que está a situação de trechos da rua da Passárgada, onde o hotel está situado. Por meio de assessoria, o hotel assegura não receber queixas de clientes.

Do outro lado do bairro, mais próximo ao centro comercial, o acesso ao Gran Hotel Stella Maris tem verdadeiras crateras. No hotel, se hospedará a delegação da seleção brasileira. A Rua Filipe Tiago Gomes conta com a pavimentação precária, em alguns pontos feita com paralelepípedos, e não asfalto.

O proprietário do hotel, Silvio Pessoa, afirmou que os buracos nas imediações são recentes. “A Fifa já fez três vistorias e não apontou esse problema. Na verdade, há um mês atrás, esses buracos não existiam, apareceram depois da chuva”, afirmou Pessoa.

Na rua do Catussaba Resort, na Alameda Praia de Tramandaí, onde a seleção do Uruguai dormirá, se repetem os buracos, os matos altos e a sensação de abandono.

Simulação
Para evitar que congestionamentos afetem a ida e vinda das seleções para jogos e treinos, a Transalvador fez uma simulação de intervenções no trânsito no dia 14 de maio, com dez viaturas e 25 agentes.

O superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, disse que o objetivo é “deixar o trânsito livre, atendendo a qualquer incidente de trânsito imediatamente, para que as delegações cheguem aos seus destinos em segurança o mais rapidamente possível”.

Além dos jogadores, os torcedores também terão apoio especial. O embarque em taxis e ônibus será fiscalizado 24 horas. Haverá ainda linhas especiais de ônibus passando por hotéis de Stella Maris até a Praça da Sé; e do Aeroporto à Arena Fonte Nova.

Fifa não faz exigências para o entorno de hotéis
Responsável por coordenar as ações da prefeitura para o mundial de futebol, o Escritório Municipal da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 (Ecopa) informou, através da assessoria de comunicação, que as necessidades de reparos nas vias de acesso a hotéis serão cumpridas pelo município.

No entanto, ainda segundo o Escritório, o relatório exigido pela Fifa sobre a hospedagem das seleções não inclui o estado das vias de acesso aos hotéis, e sim a capacidade das instalações, a proximidade do aeroporto e mobilidade para chegar até o estádio.

Para a Fifa, o que importa na hospedagem é a parte de dentro dos hotéis: é preciso ter as menos 55 quartos e o restaurante deve atender, no mínimo, o mesmo quantitativo de pessoas de uma só vez.

(Transcrevi trechos)