DENÚNCIA. Desembargador protege traficante de órgãos. O silêncio amigo de Aécio

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Carta aberta de um pai que teve o filho de dez anos assassinado pelos traficantes de órgãos em Minas Gerais

Bom dia caro Senador Aécio Neves,

Meu nome é Paulo Pavesi, e tenho certeza que já deve ter ouvido falar. Temos um amigo em comum, Carlos Mosconi.

Atualmente eu estou asilado na Europa, após sofrer diversas ameaças por parte do poder político de Minas Gerais. A Itália me concedeu asilo por unanimidade após analisar a documentação que apresentei.

O crime que eu cometi? Denunciei um grupo de traficantes de órgãos, da qual meu filho com apenas 10 anos de idade foi vítima.

Fiquei emocionado ao ver a sua preocupação com os presos políticos na Venezuela, que hoje vive um momento de ditadura.

Por isto estou escrevendo este e-mail. Gostaria de convidá-lo para me visitar aqui em Londres, onde moro atualmente, e saber um pouco da minha história. Afinal, em pleno século 21, mais especificamente em 2008, eu precisei deixar o país – BRASIL – por denunciar um grupo de bandidos marginais assassinos, comandados por Carlos Mosconi, seu ex-assessor especial no governo de Minas Gerais. Na época foi instalada uma CPI e Mosconi não permitiu ser ouvido. O senhor o nomeou superintendente da FHEMIG e a primeira medida foi abraçar toda a rede de transplantes de Minas Gerais (com a sua ajuda é claro) e logo em seguida um escândalo estourou por causa de fraudes na fila de espera (que também não deu em nada).

Tenho vários fatos para narrar sobre a pressão que fizeram contra mim e contra a minha família, e ainda hoje fazem. Ahhh… O processo do meu filho já dura 15 anos, e com frequência o julgamento é adiado a pedido de Mosconi.

Tenho certeza que o sr. como defensor dos direitos humanos vai criar uma comitiva para me visitar não é mesmo?

Nós temos pão de queijo aqui esperando por vocês.

Ah… não poderia esquecer de lhe fazer uma pergunta. Eu estou sendo processado por um desembargador (amigo seu e de Mosconi), só porque ele está tentando afastar o juiz que condenou os sócios de Mosconi à prisão. Como eu tenho visto que o sr. e Mosconi parecem ser blindados, gostaria de saber qual o advogado que vocês contratam. Estou precisando de um. Sabe como é né? Se não for muito caro, quem sabe? A esperança é a última que morre.

Paulo Pavesi

Assassinado pela máfia de tráfico de órgãos de Poços de Caldas. Hoje estaria com 25 anos.
Assassinado pela máfia de tráfico de órgãos de Poços de Caldas. Hoje estaria com 25 anos.

Transcrevi trechos da carta publicada no blogue Tráfico de Órgãos no Brasil. Leia mais. Conheça as autoridades corruptas, os traficantes, as vítimas. Para entender o exílio de um pai, a mordaça da imprensa mineira, a grana que corre nos hospitais, na justiça, na política, não esqueça os nobres nomes dos que têm a coragem de enfrentar uma máfia assassina

blogCensura

Desvio das verbas de Saúde e Saneamento mata. Aumenta o risco de epidemias

BRA_OP porque dengueNo final dos anos 60 e início da década de 70 a noção de contenção é substituída pela “Vigilância Epidemiológica” que pressupõe o alerta constante e o desencadeamento de ações de controle imediatas a fim de circunscrever o problema em sua fase inicial.

As sucessivas alterações da estrutura social, principalmente nos países não desenvolvidos, na conjuntura de crise dos anos 70 propiciaram a reinstalação de muitos problemas cujo controle era tido como satisfatório. Nessa condição incluimos as recentes epidemias de malária, febre amarela silvestre e dengue, que vêm acometendo vários países da América Latina.

Desta forma, a questão das epidemias torna-se mais uma vez presente, pondo em cheque, a maneira habitual de concebê-las e controlá-las.

saude aécio

No Brasil, prefeitos e governos ficam esperando, de cuia na mão, dinheiro do governo federal, na maioria das vezes desviado, para investir apenas nos programas de saúde pública. Que ninguém investe em Saneamento. Obra enterrada não proporciona boa propaganda, badalada e visível.

Além dos vampiros, temos os traidores do povo que planejam a privatização da Saúde, para enriquecimento dos piratas, notadamente dos rendosos planos de saúde.

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Portugal, efeito Troika: Maioria dos doentes com cancro morre sem cuidados paliativos

publico. política cortes

 

 

por Sandra Salvado com Sara Piteira, RTP

O cancro é a principal causa de morte prematura antes dos 70 anos. Este ano estima-se que morram com cancro mais de 20 mil portugueses. As previsões apontam ainda para um acréscimo de 12,6 por cento de novos casos.
No conjunto das causas de mortalidade em todas as idades, o cancro ocupa o segundo lugar depois das doenças cérebro-cardiovasculares.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde neste dia Mundial do Cancro, data em que o Governo decidiu também anunciar um investimento superior a 40 milhões de euros para tratamento de doentes oncológicos.

“Para 2015 está previsto iniciar investimentos para a área oncológica, designadamente para as unidades dos IPO de Lisboa, Coimbra e Porto, superiores de 40 milhões de euros”.

“Uma parte deste investimento já será realizada graças à capacidade de autofinanciamento das unidades, outra, por candidatura a fundos comunitários e outra parte, ainda, através da injeção de capital do Estado, até 20 milhões de euros a realizar em 2015”, refere a tutela em comunicado.
Distritos em alerta vermelho

Apesar de todos os progressos da medicina, a longevidade crescente e o aumento das doenças crónicas conduziram a um aumento significativo do número de doentes que não se curam. Noventa por cento dos portugueses não têm acesso a cuidados paliativos.

Dois terços dos doentes com cancro necessitam destes cuidados. São mais de 20 mil os que morrem todos os anos.

O alerta é da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), que falou ao online da RTP sobre o problema em outubro do ano passado.

O modelo da medicina curativa, centrada “no ataque à doença”, não se coaduna com as necessidades deste tipo de pacientes, que têm sido frequentemente esquecidas, alerta a APCP.

Marina não acredita na medicina brasileira. Veja relato da incompetência dos médicos

mais médico contra afavor

 

“O Mais Médicos é, sem sombra de dúvida, um programa paliativo, disse Marina Silva (PSB).

Dilma (PT) respondeu: “O Mais Médicos não é um programa paliativo. Ninguém que está doente acha que sua saúde é paliativa”.

Os que defendem a medicina privada vão votar em Marina, e desconhecem o que ela pensa dos médicos brasileiros.

Relata Planeta Sustentável]: O inferno astral.

Marina Silva foi desenganada pelos médicos quatro vezes.

Na primeira delas, tinha 16 anos e ouviu um doutor do serviço público dizer para sua tia: “A alma dessa menina já está no inferno“.

Uma hepatite tratada como malária deixou a jovem prostrada na cama por um ano. Os remédios destruíram seu fígado. Para cuidar da saúde, Marina teve que abandonar o trabalho na extração de borracha em Seringal Bagaço e se mudar para a capital do Acre, a 70 quilômetros dali.

Ao ouvir a profecia do médico, a garota irritou-se e disse: “Eu não morro de jeito nenhum”. Salvou-se. Três anos depois, contraiu nova hepatite. Daquela vez, a situação era mais grave. Teve que ser internada. Certo dia, do leito, ouviu uma conversa entre um médico e uma freira. “Ela tem cirrose e vai morrer”, disse o doutor. “Vou morrer nada”, respondeu Marina. Resolveu deixar o hospital e foi obrigada a assinar um termo de compromisso isentando os médicos de responsabilidade caso o pior acontecesse. De lá, Marina seguiu para a residência de dom Moacir Grecchi, então bispo da cidade, e contou que morreria, se não fizesse um tratamento em São Paulo. O bispo providenciou para que a menina de 19 anos fosse encaminhada ao hospital São Camilo, na zona oeste paulistana. Após longo período de cuidados médicos, curou-se.

Em 1991, durante o mandado de deputada estadual e depois de ter enfrentado novas hepatites e malárias, Marina Silva recebeu seu terceiro aviso de morte. Sentia na boca um gosto terrível, como se chupasse moedas. Sofria de dores insuportáveis. Era virada e revirada pelos médicos do hospital Albert Einstein, centro de referência de saúde em São Paulo, e nada se descobria. Depois de incontáveis exames, detectou-se a presença de metais pesados no seu organismo. No passado, quando havia tido leishmaniose – uma doença que deixou uma cicatriz no seu nariz -, Marina tomou remédios tóxicos, que eram amplamente receitados para os doentes pobres da sua cidade natal. A fatura pela imprudência médica começava a chegar. Ela sarou da leishmaniose, mas foi contaminada por mercúrio. Marina passou um ano e oito meses deitada na cama da sogra, em Santos, no litoral paulista. No meio do calvário, descobriu-se esperando um bebê do marido, o técnico agrícola Fábio Vaz. Aos oito meses de gravidez, pesava 47 quilos. Dos médicos, ouviu que talvez não sobrevivesse ao parto. Repetiu o mantra: “Não morro de jeito nenhum”. A filha nasceu prematura e Marina ficou em tal estado de debilitação que mal conseguia manter-se de pé.

Três anos depois, no Senado, Marina Silva continuava com a saúde em frangalhos. Conseguia autorização especial para discursar sentada – o que é proibido pelo regimento interno da casa. Viajou para o Chile e os Estados Unidos para tratar da saúde. Não percebia nenhum sinal de melhora. Ao contrário, sentia-se até pior. Queixou-se a seu médico particular, Eduardo Gomes, de que nem mesmo a internação no Massachusetts Hospital havia melhorado seu estado. Ouviu, então, a seguinte frase: “A senhora não precisa de um médico. A senhora precisa de um milagre”.

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Na Espanha, médicos estão realizando marchas e greves contra a privatização da saúde
Na Espanha, médicos estão realizando marchas e greves contra a privatização da saúde

Normal ou cesárea? Isto é verdadeiro: “Mulher surtada come placenta, agride médico e corre nua em hospital de Natal”?

Texto de Marcelo Lima, Jornal de Hoje

A foto publicada pelo O Jornal de Hoje
A foto publicada pelo O Jornal de Hoje

Um dos mais reconhecidos obstetras e ginecologistas de Natal, Iaperi Araújo, decidiu não mais realizar partos depois de um episódio inesperado na sua história como profissional: uma parturiente o agrediu verbalmente, correu nua no meio do hospital e depois se trancou para comer a sua própria placenta dentro de uma sala sob a guarda da família.

De acordo com o médico, o fato teria acontecido na quarta-feira passada (2). Segundo ela, a mulher chegou ao hospital já com 30 horas de trabalho em casa de parto por volta das 20h30. O tempo de espera em casa pode ter ocorrido em função da tentativa de um parto domiciliar planejado – nova tendência surgida dentro do escopo de humanização do parto.

Segundo Araújo, a parturiente não havia feito o pré-natal e estava muito agitada a ponto de xingá-lo. A família também o agrediu verbalmente. Na hora de realizar o parto, a grávida exigiu que o marido fizesse o parto, mas o médico afirmou que não deixou, até porque o homem não tinha habilitação profissional para tanto.

Porém, o pai ainda teve a possibilidade de cortar o cordão umbilical quando o bebê finalmente veio ao mundo por volta das 23h30. Segundo o obstetra, a mulher teria gritado reivindicando os direitos sobre a placenta. “Coloquei dentro de um saco e a entreguei”, escreveu em uma postagem na rede social.

A mãe da parturiente a persuadiu para que a mulher deixasse que outra médica a examinasse. A paciente consentiu. Mas logo em seguida, segundo o médico, ela entrou em “surto” no momento em que a neonatologista levou a criança para o berçário. Conforme Iaperi, a mulher foi em busca da cria, bateu no vidro do berçário até que o pai da criança arrombou a porta para tirar a criança do ambiente.

“Ela correu sangrando nua no meio do hospital com a placenta numa mãe e a criança na outra”, relatou o médico a nossa equipe de reportagem na manhã desta terça-feira (8). Ainda segundo ele, ela estava nua neste momento. Depois disso, a família inteira se trancou numa sala do terceiro andar do hospital. Só saíram de lá para pedir uma tesoura para cortar a placenta e pedir um pouco de coentro para temperar o “alimento”.

O médico afirmou nunca ter visto algo do tipo na sua história como obstetra. Além do fato inusitado, Araújo ficou transtornado com a forma como foi tratado pelos familiares e pela paciente. “Ela tem o direito até de morrer se quiser, mas dentro do hospital ela tem que respeitar o profissional”, declarou.

O episódio contribui definitivamente para que o médico decidisse encerrar sua carreira obstétrica. “Foi tão chato para mim que não vou mais fazer obstetrícia, só ginecologia”, sentenciou. Iaperi Araújo irá entregar um relatório à direção do hospital na próxima sexta-feira (11). Ele espera que as câmeras de segurança do estabelecimento corroborem com o seu testemunhou sobre o caso. Iaperi Araújo não especificou o quadro de saúde da criança e o que houve na sequência. “Para mim, esse caso morreu”, disse.

Tentamos entrar em contato com a direção do Hospital Papi, mas não foi possível. No entanto, O Jornal de Hoje apurou que a diretoria clínica e gerente médica irão se reunir com Iaperi Araújo na próxima sexta-feira para iniciar a apuração dos fatos. Não houve notícia no hospital se aconteceu algum prejuízo material ou para outros pacientes durante a noite da quarta-feira passada.

Iaperi Araujo
Iaperi Araujo

Placentofagia

O ato de guardar a placenta para comer depois do parto tem crescido nos Estados Unidos. Em geral, tem ocorrido entre mulheres de classe média, brancas, casadas e com formação universitária. Os estudos científicos sobre os benefícios do consumo dessa membrana que revestem os fetos na barriga das mães não são muito vastos. A maioria dessas mulheres se baseia numa pesquisa divulgada pela revista científica “Ecology of Food and Nutrition”. Nos EUA, há até empresas especializadas em acondicionar placentas. Os estudos apontam para a presença de ferro, ocitocina e outros hormônios que ajudariam inclusive a reduzir o sangramento pós-parto.

(Continua. Conheça a versão da parturiente)

Como vai a saúde dos médicos e hospitais?

Além do Ministério, o Brasil tem as secretarias de Saúde estaduais e municipais com hospitais e postos de saúde e as reitorias com hospitais escolas, e uma infinidade de planos de saúde e uma rede hospitalar privada que cresce cada vez mais, financiada e enriquecida com o dinheiro da União, Estados e Municípios.

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Quem são os médicos de Barbosa que examinaram Genoíno

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Leia este texto até o fim. Sem partidarismo, mas com toda frieza e pragmatismo.

Você ficará como se dizia antigamente: com a pulga atrás da orelha.

Escreve Migué do Rosário: “O Cafezinho foi investigar quem são os médicos selecionados por Barbosa para fazer um laudo médico que justifique trazer Genoíno de volta para Papuda. Todos os laudos anteriores indicavam que seria muito mais seguro para Genoíno se tratar em casa. Barbosa não se deu por satisfeito e pediu um último laudo, feito com médicos mais velhos, a maioria professores, acadêmicos, ou empresários da saúde, que aceitaram o jogo de Barbosa e prepararam um documento que prima por ser ‘contra’ o réu.  É a primeira vez que eu vejo uma junta médica agir, deliberadamente, com apavorante frieza, com vistas à sabotar qualquer tratamento à Genoíno.

Vê-se que Barbosa foi cuidadoso. Depois de trocar o juiz, escolheu cinco médicos perfeitos para executar sua missão. A maioria são médicos já maduros, com longa carreira acadêmica e donos de clínicas particulares. Barbosa não se arriscou com nenhum jovem idealista. Chamou só macaco velho.

Vamos a eles. Os nomes são: Luiz Fernando Junqueira Júnior, Cantídio Lima Vieira, Fernando Antibas Atik, Alexandre Visconti Brick, e Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda.

Não quero acusar nenhum médico. Vivemos uma democracia e cada um pode escrever o que quiser nas paredes virtuais de suas próprias redes.

Não consigo me livrar, porém, da impressão de que Barbosa catou médicos antipáticos aos réus apenas para que emitissem um laudo que chancelasse suas intenções de humilhar ainda mais José Genoíno. O laudo pode trazer informações verdadeiras, mas a conclusão me parece politicamente tendenciosa, contra o réu, contra a vida, contra o ser humano. Segue a ficha cada um”: clique aqui, para conhecer, um por um, os médicos da junta de Joaquim Barbosa.

 

Regi
Regi

 

A história do primeiro médico cubano que foi sabotado por duas médicas brasileiras (mas não deu certo!)

por Cristina Moreno de Castro

 

 

Acompanhem comigo este caso.

A diarista Gilmara Santos foi a um posto de saúde no bairro Viveiros, em Feira de Santana (BA), para que seu filho recebesse atendimento.

Lá encontrou o médico cubano Isoel Gomez Molina.

Ele atendeu a mãe e a criança de forma atenciosa, receitou dipirona para o tratamento e explicou detalhadamente a Gilmara como ela deveria aplicar o medicamento. Nas palavras dela:

“Ele me atendeu muito bem. Ele tratou meu filho super bem, porque tem médico que nem olha na cara da mãe e nem da criança. Ele me explicou direitinho como dar o remédio, disse ainda que a quantidade de gotas é definida a partir do peso da criança. Ele prescreveu 40 gotas, mas foi apenas um erro. Ele me disse exatamente o que eu deveria fazer, que era para dar apenas 10 gotas.”

Na receita entregue a ela, dizia que deveria dar ao filho 40 gotas de dipirona — “não em dose única, mas divididas em quatro vezes, a cada seis horas, em caso de febre e dor”. Além de escrever desta forma, deixando claro que cada dosagem seria de 10 gotas, ele explicou direitinho à mãe, durante a consulta, e ela entendeu bem.

Eis que, ao ver a receita, outra médica — esta brasileira — “entendeu” que o médico havia sugerido uma dose única de 40 gotas, tirou uma foto da receita médica — que é um documento particular do paciente — e a publicou na internet, em uma rede social. Em seguida, um vereador, chamado José Carneiro (PSL), viu a foto na rede social e resolveu denunciá-la na Câmara Municipal e para a imprensa. Quando perguntado por repórteres, ao que tudo indica, mentiu, dizendo que Gilmara é que o tinha procurado para fazer a denúncia, o que ela negou veementemente.

Nas palavras de Gilmara, mais uma vez:

“Quando eu voltei, uma outra médica me atendeu. Como eu ando em mãos com todas as receitas que passam para meu filho, eu cheguei a mostrar para essa médica, que chamou outra colega. Aí elas tiraram uma foto e postaram na internet. Foi aí que o vereador ficou sabendo e tudo isso começou. Acho que isso é uma postura antiética da médica. Querem prejudicar os cubanos, porque eles atendem bem.”

Além de Gilmara, cerca de 300 moradores de Viveiros fizeram um abaixo-assinado em defesa do médico cubano e pedindo sua continuidade no posto de saúde da comunidade. Os enfermeiros do posto de saúde organizam uma festa para ele, que voltará ao trabalho hoje, porque, nas palavras de uma enfermeira ”ele é um médico que chegou e que nós adotamos pelo carisma que ele tem, pela bondade que ele apresentou com a gente e pela presteza em não atender de cara feia”.

O resumo que entendi dessa história toda: o médico, que teve nome e foto expostos como um criminoso, que apareceu no telejornal como “o médico que receitou dose errada“, merece, na verdade, um prêmio, pelo excelente atendimento que vem prestando, conforme os enfermeiros, Gilmara e as outras 300 pessoas da comunidade. O vereador, que mentiu ao declarar que Gilmara havia procurado ele, não sofrerá qualquer punição. E as outras médicas, as brasileiras, que agiram de forma antiética ao divulgar em uma rede social a foto de uma receita de paciente que nem era dela, que tiveram nomes e imagens preservados, tampouco sofrerão qualquer punição, nem mesmo de seu Conselho Regional de Medicina. Eu gostaria de saber quem são elas, será que alguém pode me dizer? Não quero, jamais, correr o risco de ser atendida por alguma delas e ver minha receita médica numa página do Facebook.

Pra mim, este caso concreto do “primeiro profissional do Mais Médicos afastado”, como se noticiou com alarde — que na verdade poderia ser o “primeiro médico sabotado do Mais Médicos”, já devidamente inocentado (de cara, pela própria suposta vítima) e já devolvido a seu consultório — ilustra com perfeição tudo o que foi debatido neste blog, entre julho e agosto.

Para quem não acompanhou, aí está:

Muito obrigada por aguentar tudo isso, doutor Isoel. Espero que o senhor não desista, porque há muitos brasileiros precisando de seu precioso trabalho! (Foto: Silvio Tito/Prefeitura de Feira de Santana)
Muito obrigada por aguentar tudo isso, doutor Isoel. Espero que o senhor não desista, porque há muitos brasileiros precisando de seu precioso trabalho! (Foto: Silvio Tito/Prefeitura de Feira de Santana)

Brasil.15 milhões de pessoas com doenças raras

8 mil os tipos de doenças raras diagnosticadas

 

Agilidade no diagnóstico e no acesso a medicamentos é um dos desafios das pessoas com doenças raras. A estimativa de especialistas é que aproximadamente 15 milhões de pessoas tenham doenças raras no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica de doenças raras aquelas que afetam, em média, 1,3 pessoa a cada grupo de 2 mil. São cerca de 8 mil os tipos de doenças raras diagnosticadas. A causa genética é responsável por 80% delas.

Esta semana, especialista discutiram o tema em Brasília no I Congresso Ibero-americano de Doenças Raras. Um diagnóstico rápido é fundamental para iniciar garantir qualidade de vida ao paciente, de acordo com Rogério Lima Barbosa, presidente da Associação Maria Vitória. No entanto, ele diz que são recorrentes os casos de demora no diagnóstico, principalmente por falta de informação e de médicos especializados nessas doenças. Pai de uma menina com neurofibromatose, ele passou quatro anos em busca do diagnóstico.

“Às vezes a pessoa fica cinco anos à procura de um diagnóstico correto e tem pessoas que passam dez, 15 anos sem saber disso [que têm a doença]”, disse. Rogério Lima cita também a necessidade de investimento em exames e pesquisa pra identificar doenças raras.

Na avaliação da presidenta da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (Afag), Maria Cecília Mazzariol, um caminho para reduzir a demora no diagnóstico é a oferta de educação continuada aos profissionais da saúde para que tenham acesso a informações sobre as enfermidades. Ela destaca também a importância de incentivar pesquisas.

As doenças raras são enfermidades crônicas, progressivas e incapacitantes. O medicamento é um caminho para melhorar qualidade de vida do paciente. A presidenta da Afag conta que são poucos os medicamentos produzidos no Brasil, e os preços são elevados. A Justiça acaba sendo o meio mais comum para garantir o acesso, segundo ela.

“O SUS trabalha com protocolos de saúde e diretrizes que acabam englobando aqueles tratamentos para as doenças de maior prevalência e a maioria das doenças raras é negligenciada. O tratamento para pacientes com doenças raras via de regra não está disponível no SUS e os planos de saúde às vezes negam. Na maioria das vezes a pessoa vai ter que recorrer ao Judiciário para conseguir o tratamento”, diz Maria Cecília Mazzariol.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que seria criada a Política Nacional de Atenção às Pessoas com Doenças Raras no Sistema Único de Saúde (SUS) na busca de ampliar e melhorar o tratamento. Uma consulta pública foi aberta para receber sugestões, e o texto da política está em elaboração, de acordo com o ministério. O SUS conta com 25 tratamentos protocolados para doenças raras e oferta medicamentos para 12 dessas enfermidades.

Na avaliação de Rogério Lima, da Associação Maria Vitória, nos últimos anos houve pouco avanço concreto no tratamento e nas políticas públicas referentes às doenças raras. “Se falar tecnicamente e fizer um recorte de 2010 pra cá, houve muita discussão, mas avanço concreto não. Os pacientes continuam sem atendimento e usando a Justiça para garantir medicamento.” (Agência Brasil).

Veja que o SUS é a salvação da classe média e dos pobres. Quem é favorável a privatização da saúde, não pensa no amanhã. A medicina privatizada é um alto e rendoso negócio que apenas beneficia os laboratórios, os planos de saúde, os hospitais particulares, as grandes redes de farmácias, a maldita indústria da morte. (T.A.)

 

Protesto de médicos na Espanha
Protesto de médicos na Espanha

 

Por que enfermeiros e médicos brasileiros não usam o estetoscópio?

Stethoscope

Estetoscópio (do grego στηθοσκόπιο, de στήθος, stéthos – peito and σκοπή, skopé – exame), também chamado de fonendoscópio, é um instrumento utilizado por diversos profissionais, como médicos e enfermeiros, para amplificar sons corporais, entre eles:

Para usar o estetescópio é preciso

* Tempo (uma consulta brasileira dura menos de cinco minutos)
* Tocar o corpo do paciente (médico tem nojo do pobre povo pobre brasileiro)
* Privatização da medicina recomenda uma bateria de exames de laboratórios com seus sofisticados equipamentos importados. O comércio e a indústria agradecem

Clique nos links que você conhecerá a importância do uso do estetoscópio. Coisa dos médicos de antigamente.

O estetéscopio é um símbolo da profissão. Idem a bata. Bem que os estudantes gostam de exibi-lo. Raramente vi usado por uma enfermeira. Será que são proibidas pelo corporativismo?
O estetoscópio é um símbolo da profissão. Idem a bata. Bem que os estudantes gostam de exibi-lo. Raramente vi usado por uma enfermeira. Será que são proibidas pelo corporativismo?