Fica o aviso para Eduardo Cunha não viajar para o exterior. Ex-presidente da CBF, Marin é extraditado da Suíça para os EUA

Osval
Osval

ex-presidente da CBF José María Marin foi extraditado nesta terça-feira pela Suíça aos Estados Unidos em meio às investigações de corrupção na Fifa, segundo informações do Ministério de Justiça e Polícia do país europeu.

“José Maria Marin foi extraditado em 3 de novembro. Foi recolhido em Zurique por dois policiais americanos, que o escoltaram até Nova York”, disse o porta-voz do Ministério, Folco Galli.

A prisão do ex-mandatário da CBF e do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014 aconteceu em 27 de maio, junto a outros seis funcionários da Fifa, por pedido dos EUA. A justiça americana quer julgá-los por terem aceitado subornos em troca de dar a certas empresas os direitos de difusão de eventos futebolísticos.

Marin é acusado da venda dos direitos de comercialização para a Copa América dos anos de 2015, 2016, 2019 e 2023, assim como para a Copa do Brasil de 2013 e 2022.

Paulo Maluf se colocar o pé dora do Brasil vai preso. Eduardo Cunha também foi denunciado por corrupção pela justiça da Suíça. Pelos milhões traficados de desconhecida origem.

mario cunha viagem

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 Kalvellido
Kalvellido

Corrupto José Maria Marin, cartola, dedo duro e golpista, preso extraditado de Zurique para os Estados Unidos

Michel Moro Gomez (Moro)
Michel Moro Gomez (Moro)

Finalmente, José Maria Marin vai ser punido por um dos vários crimes que praticou, principalmente neste Brasil de demasiadas leis e nenhuma justiça.

É um dos sete presos em Zurique, por corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa), feito pelo governo dos Estados Unidos. Que se dependesse do Brasil jamais tocaria piano.

Antes de ser um cartola, Marin foi medíocre jogador profissional de pequenos times de São Paulo.

Marin também fez carreira política, pela extrema-direita. Em 1963, filiado pelo Partido de Representação Popular, fundado pelo integralista (nazista) Plínio Salgado, foi eleito vereador de São Paulo.

Apoiou a derrubada de Jango em 1964 e, com a reeleição de Dilma Rousseff presidenta do Brasil, passou a participar de fracassadas marchas golpistas convocadas por Aécio Neves e Bolsonaro, pelo retorno da ditadura.

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Foi vice de Paulo Maluf, e exerceu o governo de São Paulo entre 1982 e 1983, durante a ditadura de João Figueiredo, que presidiu o Brasil de 15 de março de 1979 a 15 de março de 1985.

Zé das Medalhas
Escolhido como o sucessor de Ricardo Teixeira, presidente da CBF durante 23 anos, Marin iniciou sua gestão precisando dar explicações sobre a polêmica medalha roubada na premiação da Copa São Paulo de Juniores, três meses antes. Na ocasião, foi flagrado por câmeras de televisão colocando, no bolso, uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthias, campeões do torneio. O episódio lhe rendeu o apelido de “Zé das Medalhas”, em referência ao personagem da novela “Roque Santeiro”, da TV Globo.

Dedo duro da ditadura
Durante a gestão na CBF, Marín ainda teve que lidar com as acusações de ser o delator do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto em outubro de 1975, no DOI-Codi, em São Paulo.

Na época, Marin era deputado estadual, cargo que ocupou de 1971 a 1979. Áudios divulgados pelo GLOBO em abril de 2013 mostram discursos de Marin na Assembleia Legislativa de São Paulo cobrando providências sobre denúncias envolvendo o então diretor de Jornalismo da TV Cultura e elogiando o delegado Sergio Paranhos Fleury, que trabalhava no órgão de repressão.

Marin

Investigação do FBI e prisão na Suíça
Em 27 de maio de 2015, foi preso na Suíça, acompanhado de outros seis executivos da FIFA, em investigação liderada pelo FBI. De acordo com informações publicadas pelo The New York Times, mais de uma dúzia de policiais suíços à paisana chegaram sem aviso prévio ao Baur au Lac Hotel, local no qual executivos se hospedavam para o congresso anual da organização, marcado para os dias 28 e 29 de maio, e renderam os acusados de corrupção em ação pacífica, sem menor resistência dos envolvidos.

Também foi banido pela FIFA de qualquer atividade relacionada ao futebol. E assim, por via indireta, caiu fora do mando da CBF.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou ter indiciado 14 pessoas por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo os investigadores, os acusados movimentaram cerca de 150 milhões de dólares (mais de 470 milhões de reais) em um esquema que já existiria há pelo menos 24 anos. Os negócios envolveriam direitos de transmissão e acordos de marketing em campeonatos na América Latina. Notadamente no Brasil. Que a CPI do Futebol não esqueça.

A Justiça da Suíça anunciou hoje que extraditou para os Estados Unidos o primeiro dos sete executivos da Fifa presos em Zurique desde o dia 27 de maio.

Máfia do futebol. Interpol emite alerta vermelho contra José Margulie e José Maria Marin

The Fifa 14 in Panini football stickers
The Fifa 14 in Panini football stickers

France Press/ AFP
Lyon, França – A Interpol emitiu nesta quarta-feira (3/6) um alerta vermelho contra dois ex-dirigentes da Fifa e quatro executivos de empresa de marketing esportivo, investigados pelos Estados Unidos por um caso de corrupção dentro da Federação Internacional de Futebol. O alerta é um aviso de busca internacional ou um pedido de extradição. A medida afeta o trinitino Jack Warner, ex-vicepresidente da Fifa, e o paraguaio Nicolás Leoz, ex-integrante do comitê executivo da entidade, assim como quatro executivos do setor empresarial, três argentinos e um brasileiro.

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A divulgação do alerta ocorre um dia depois da renúncia de Joseph Blatter, presidente da Fifa. Desde a semana passada, a entidade que administra o futebol mundial está no centro de uma série de denúncias de corrupção de proporções inéditas, que vão desde o processo de escolha das sedes de Copas do Mundo até os contratos por direitos de transmissão de competições.

Warner, que foi presidente da Concacaf, foi detido durante 24 horas depois que se apresentou de maneira voluntária na semana passada à polícia de Trinidad e Tobago. O ex-dirigente da Fifa foi liberado depois de pagar fiança de 400 mil dólares. O paraguaio Nicolás Leoz, que também foi presidente da Conmebol, está em prisão domiciliar desde segunda-feira em seu país.

Quatro executivos de empresas de marketing esportivo também estão na lista, incluindo o brasileiro José Margulies, diretor da empresa Valente Corp. e Somerton Ltd. Os outros são os argentinos Alejandro Burzaco, dirigente da empresa ‘Torneos y Competencias’, Hugo Jinkis e seu filho Mariano, donos da Full Play SA, empresa que tem os direitos para a TV das partidas das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. Os três são considerados foragidos e são procurados pela polícia da Argentina.

Os envolvidos no escândalo da Fifa. Clique para ampliar
Os envolvidos no escândalo da Fifa. Clique para ampliar

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CPI DO FUTEBOL E OS LADRÕES DA FIFA E DA CBF NO BRASIL

O escandaloso Eduardo Cunha está manobrando para não investigar a roubalheira do futebol no Brasil, com o mesmo jeitinho que aprovou o financiamento das campanhas políticas por empresas multinacionais. Eduardo Cunha e os “sabidos” sempre lavam vantagem em tudo.

O pedido de criação da CPI na Câmara foi feito pelo deputado João Derly (PCdoB-RS).

A CPI do Senado, proposta pelo senador Romário não teve, até agora, nenhuma cunha. O requerimento já foi lido em plenário e a CPI aguarda apenas a nomeação dos integrantes pelos líderes partidários para ser instalada.

Romário se reuniu nesta segunda-feira com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e obteve dele o compromisso de cooperar com a CPI.

“Janot está alinhado em pensamento com o que propõe a CPI do Futebol, que é a hora de fazer uma limpeza, de moralizar o esporte. Por isso, ele colocou o órgão à inteira disposição da comissão de inquérito”, disse Romário.

Tem muita safadeza para descobrir. Existem muitas histórias escabrosas, e muito dinheiro que termina lá longe nos paraísos fiscais. Sobra ladrão no futebol. E traficante. Sempre existiu a ligação de cartolas com o tráfico internacional de drogas.

Três processos, uma pergunta sem resposta: cadê o DARF, Globo?

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Por Pedro Galindo

Em janeiro de 2013, a servidora pública Cristina Maris Meinick Ribeiro foi condenada pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro a quatro anos e onze meses de prisão. Entre outros crimes, ela foi a responsável pelo extravio, em janeiro de 2007, de um auto de infração que tramitava na Receita Federal desde outubro de 2006. No documento, um escândalo: R$ 183 milhões sonegados. Somando a multa e os juros, um total de R$ 615 milhões – quase R$ 1 bilhão, em valores atualizados pelo IGP-M. A ré? Globo Comunicação e Participações.

Em plenas férias, Cristina foi ao escritório da Receita em que trabalhava e simplesmente subtraiu o processo. Além dele, a ex-servidora também levou em sua bolsa a Representação Fiscal para Fins Penais anexada ao processo. O extravio foi confirmado pelas câmeras de segurança e pelo testemunho dos seus próprios colegas de trabalho.

Cristina Meinick, a servidora condenada pelo extravio do processo da Globopar.
Cristina Meinick, a servidora condenada pelo extravio do processo da Globopar.

(Você pode ler a íntegra da sentença no Viomundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha)

Mesmo com tantas provas – e tantas condenações, em diversas instâncias –, Cristina se mantém em liberdade. Sua situação estava complicada até seus advogados entrarem com um recurso junto ao STF. Lá, o relator sorteado para o processo foi o Ministro Gilmar Mendes, que se encarregou de lhe conceber um providencial habeas corpus. No entanto, Cristina não é mais do que uma coadjuvante quase irrelevante dentro de uma história que começou há mais de uma década.

Enquanto isso, na Suíça…

Havelange e Teixeira: réus condenados na Suíça, blindados no Brasil.
Havelange e Teixeira: réus condenados na Suíça, blindados no Brasil.

O ano agora é 1998. Antes mesmo do início do Mundial da França ter início, a FIFA já planejava a realização das duas edições subsequentes. Era maio, e enquanto as seleções classificadas se preparavam para estrear nos gramados franceses, João Havelange, então presidente da Federação, negociava a venda dos direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006.

No dia 26, a FIFA fecha com a “Empresa 1” um contrato para transmissão dos Mundiais em rádio e TV para todo o mundo, exceto Estados Unidos e Europa, mediante uma compensação de US$ 650 milhões para o Mundial de Japão e Coreia, e de US$ 750 milhões para a Copa da Alemanha. Posteriormente, nos autos, a identidade real dessa empresa é revelada: trata-se da ISMM X1 AG, do grupo ISL, que opera na área do marketing esportivo e já foi parceiro de alguns clubes brasileiros.

Pouco mais de um mês depois, em 29 de junho, a tal “Empresa 1” assinou um sublicenciamento com a “Empresa 2” e a “Empresa 3” para a transmissão dos eventos no Brasil, no valor de US$ 220,5 milhões. O pagamento ficou acordado para o dia 17 de dezembro do mesmo ano. Nesta mesma data, nasceu a “Fundação 1”, que era composta por membros da diretoria da ISL e alguns outros. Na verdade, ela não passava de uma unidade de negócios da ISL em Liechtenstein, conhecido paraíso fiscal. Havia ainda uma “Empresa 4”, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas (outro refúgio fiscal), que em 8 de fevereiro de 1999 teve seu patrimônio integralmente vendido, exatamente para a fundação em questão.

Essas informações não constam em documentos apócrifos ou “vazados” clandestinamente: estão presentes nos autos da investigação criminal que a Justiça suíça move contra Ricardo Teixeira e João Havelange, e foram tornadas públicas por ordem do próprio Poder Judiciário do país helvético (o blog Tijolaço disponibilizou o arquivo). Não é novidade para ninguém que as batatas de Teixeira e Havelange vêm assando há bastante tempo, assim como é amplamente sabido que a Justiça suíça já os condenou por suborno – este, intermediado justamente pelo grupo ISL. No entanto, os documentos revelam algumas novidades e, principalmente, novas personagens de uma novela que, apesar de pouco noticiada, já vive seus últimos capítulos.

Abaixo, você pode ler os autos do processo contra Havelange e Teixeira na Justiça suíça.

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De volta ao Rio

Roberto Marinho ainda estava à frente da Globo em 1999, quando a FIFA negociou os direitos de transmissão dos Mundiais de 2002 e 2006.
Roberto Marinho ainda estava à frente da Globo em 1999, quando a FIFA negociou os direitos de transmissão dos Mundiais de 2002 e 2006.

Pouco menos de oito anos após a “Empresa 2” e a “Empresa 3” realizarem seus pagamentos à ISMM X1 AG para assegurar os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006 no Brasil, o auditor fiscal Alberto Sodré Zile protocolou o auto de infração contra a Globo Comunicação e Participações. Segundo o documento, a Globopar teria disfarçado a compra dos direitos dos Mundiais, que sofreria tributação, “transformando-a” em investimentos em participações societárias no exterior. A grande curiosidade é que o dinheiro da Globopar foi investido numa empresa denominada Empire (“império”, em inglês) – coincidentemente, nas Ilhas Virgens britânicas, onde a ISL também opera.

Abaixo, os autos do processo contra a Globopar, disponibilizados pelo blog sujo O Cafezinho:

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Ora, já se sabe que as propinas comprovadamente recebidas por Teixeira e Havelange são frutos exatamente dos contratos de transmissão dos Mundiais de 2002 e 2006. E no Brasil, só uma emissora foi autorizada a televisionar tais eventos: a mesma que constituiu a empresa Empire nas Ilhas Virgens e, por isso, responde a um processo de sonegação fiscal – que mesmo extraviado, ainda está tramitando. Apesar da emissora já ter publicado nota alegando ter quitado os créditos fiscais em questão (assumindo, automaticamente, ter praticado o ilícito), a Receita continua declarando em seu sistema que o processo está “em trânsito”. Mas mesmo que os mais de R$ 900 milhões tivessem, de fato, sido pagos (ou melhor, devolvidos aos cofres públicos), isso não eximiria essa tal empresa do crime praticado contra o Fisco.

A única forma de esclarecer tudo, portanto, é mostrando aquele boleto extremamente familiar a todo brasileiro pagador de impostos: o Documento de Arrecadação de Receitas Federais, mais conhecido como DARF. Ao exibi-lo, no entanto, a emissora se colocará numa enorme sinuca de bico – mais precisamente, no epicentro de três processos que têm potencial para arranhar irreversivelmente sua credibilidade, já profundamente abalada por tantos episódios de desrespeito ao Brasil e ao seu povo. Enquanto ela mesma prefere fingir que nada está acontecendo e boa parte dos maiores veículos de mídia seguem a toada, os brasileiros seguem ganhando as ruas. E uma perguntinha singela, mas que não quer calar, preenche todos os requisitos necessários para entrar definitivamente na pauta dos tantos protestos espalhados pelo país: cadê o DARF, Globo?

Escândalo no futebol: Ricardo Teixeira, o homem-bomba que a Globo não quer ver indiciado

por Luiz Carlos Azenha

Suelen
Suelen

Anos 2000. A International Sport and Leisure (ISL) corre o risco de falir. A empresa havia sido criada por Horst Dassler, o magnata alemão herdeiro da Adidas. Foi o homem que ajudou a inventar o marketing esportivo: assumir um evento, empacotar comercialmente e vender a emissoras de televisão, já com os patrocinadores definidos.

Hoje sabemos que a ISL dominou o mercado à custa de dezenas de milhões de dólares em propinas. O homem da mala de Dassler era Jean Marie Weber. O encarregado de molhar a mão da cartolagem e garantir os direitos de TV e de marketing que eram das federações.

Foi o esquema da ISL que enriqueceu João Havelange e Ricardo Teixeira. Na casa dos milhões e milhões de dólares. Mostramos no Brasil — modéstia à parte, pela primeira vez — a relação entre as datas de pagamento das propinas e o enriquecimento de Teixeira. Está tudo em O Lado Sujo do Futebol.

Voltemos à ISL. Fustigada por concorrentes, deu passo maior que as pernas, sem contar a drenagem do dinheiro que destinava à corrupção. No desespero, fez um pedido à Globo Overseas, dos irmãos Marinho. Queria um empréstimo. A Globo concordou em fazer um adiantamento de uma parcela devida, relativa a direitos de TV da Copa do Mundo, com 13% de desconto. Assim foi feito.

Mas, a FIFA chiou, já que não recebeu da ISL o repasse que lhe era devido. Foi à Justiça. O caso resultou numa ação contra seis executivos da ISL, inclusive o homem da mala. A Globo foi ouvida no caso. No dia 26 de agosto de 2001, o todo-poderoso do futebol global, Marcelo Campos Pinto, deu depoimento.

Não era objeto daquele caso investigar a Globo. Como não é agora, com os cartolas presos em Zurique. Mas aquele primeiro caso colocou a bola para rolar. Foi resultante dele a investigação subsequente, do promotor Thomas Hildbrand, que acabou com um acordo envolvendo Teixeira e Havelange. Eles devolveram parte do dinheiro recebido como propina e ficou por isso mesmo. Não admitiram culpa, mas o meticuloso trabalho de Hildbrand seguiu o dinheiro e constatou sem sombra de dúvidas o propinoduto na casa das dezenas de milhões de dólares.

O que há em comum entre o caso suiço e o de agora, nos Estados Unidos? A “eleição” arbitrária de intermediários pela cartolagem, com o objetivo de enriquecimento pessoal. Por que a FIFA não vendeu os direitos diretamente às emissoras de TV? Por que a CBF não vendeu os direitos da Copa do Brasil diretamente às emissoras de TV? Porque os intermediários levam a bolada de onde sai a propina.

Foi assim com a ISL, foi assim com a Traffic de J. Háwilla. Exemplo? Contrato da Nike com a CBF. De acordo com a promotoria dos Estados Unidos, Háwilla recebeu pelo menos U$ 30 milhões da Nike na Suiça, dos quais repassou 50% a Ricardo Teixeira. Só aí são, em valores de hoje, por baixo, R$ 45 milhões de reais para o cartola! Considerando o valor total do contrato, dá uma taxa de cerca de 20% de propina.

Como sabemos que Teixeira está sendo investigado pelo FBI? Porque na página 74 do indiciamento feito nos Estados Unidos é mencionado que, no dia 11 de julho de 1996, houve a assinatura do contrato entre a Nike e a CBF em Nova York. Quem assinou em nome da CBF foi o co-conspirador de número 11. Como quem assinou em nome da CBF foi Ricardo Teixeira, ele é o co-conspirador número 11 (num documento paralelo, a plea bargain de J. Háwilla, Teixeira é o co-conspirador número 13).

Também é possível identificar J. Háwilla, neste documento, como o co-conspirador número 2. Foi ele que, em abril de 2014, teve uma conversa um tanto bizarra com José Maria Marin na Flórida. Marin tinha ido a Miami tratar da Copa América Centenário, que será disputada em 2016 nos Estados Unidos. Mas falou com Háwilla sobre pagamentos devidos a ele e ao co-conspirador número 12 (presumivelmente Marco Polo Del Nero, o atual presidente da CBF) no esquema da Copa do Brasil.

Háwilla provavelmente usava uma escuta ambiental, já que o diálogo é transcrito ipsis literis pelos promotores (ver abaixo).

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Em resumo, Háwilla perguntou se deveria continuar pagando propina ao antecessor de José Maria Marin, Ricardo Teixeira, no esquema da Copa do Brasil. Marin respondeu mais ou menos assim: “Tá na hora de vir para nós. Verdade ou não?”.

Háwilla: “Certo, certo, certo, o dinheiro tinha de ser dado a você”. Marin: “É isso, certo”.

Disso podemos tirar duas conclusões:

— Tudo indica que o FBI usou escutas ambientais em mais de um dos quatro acusados que fizeram confissão de culpa. Como nos Estados Unidos, diferentemente do Brasil, não há vazamentos seletivos para a imprensa, só saberemos exatamente quando acontecer o julgamento.

— Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero estão sob investigação da polícia federal dos Estados Unidos.

Uma autoridade norte-americana disse ao New York Times que deverá acontecer uma segunda rodada de indiciamentos. O mais provável é que a promotoria aguarde a extradição dos presos em Zurique para tentar obter a colaboração de algum ou alguns deles.

Marin está com 83 anos de idade. Vai passar um tanto deles na cadeia ou fazer acordo com os promotores?

O foco parece ser, acima de tudo, a FIFA e sua cartolagem graúda ainda em atividade. São aqueles que conhecem com intimidade os bastidores e as negociatas do futebol, tanto quanto ou mais que J. Háwilla. Gente que pode denunciar esquemas, identificar negócios ilícitos, enfim, colaborar com a promotoria em troca de leniência.

Neste sentido, pela longevidade no poder, Ricardo Teixeira tem muito a contar.

Tanto quanto o FBI, ele parece gostar de gravações.

Narramos em nosso livro um episódio intrigrante, sobre o dia em que a blindagem de Teixeira na Globo foi brevemente rompida:

Isso durou até 13 de agosto, um sábado. Nesse dia, 12 policiais civis de Brasília cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Almeida Precht, no Leblon, no Rio de Janeiro. O endereço era a sede da Ailanto, a empresa de Vanessa e Sandro Rosell acusada de desviar dinheiro do amistoso entre Brasil e Portugal.
Diante de novas denúncias, a polícia obteve na Justiça autorização para vasculhar a empresa em busca de documentos e computadores. A busca foi noticiada no “Jornal Nacional”.

Teixeira enfureceu-se. Na quinta-feira subsequente, veio a vingança. O colunista Ricardo Feltrin publicou uma suposta ameaça de Teixeira ao diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto. Segundo Feltrin, o dirigente estava disposto a revelar gravações, em seu poder, que mostrariam a forma como a Globo manipulou horário de partidas de clubes e da seleção. E mais: outras gravações evidenciariam a prepotência da cúpula da Globo Esportes e o desprezo por concorrentes. A pessoas próximas, Teixeira teria dito estar perplexo com “a cacetada da Globo” e se sentindo traído. Sua maior revolta se devia ao fato de, poucos meses antes, ter ajudado a Globo a manter os direitos de transmissão do futebol.

O recado de Teixeira, via imprensa, inibiu a Globo de avançar no noticiário. Mas o cartola percebeu que alguma coisa estava fora da ordem. Mesmo a contragosto, a Globo havia noticiado alguma coisa contra ele. Era o sinal mais claro de que a informação no Brasil não tinha mais dono.

Um fenômeno causado tanto pela disseminação do acesso à internet quanto pela redução relativa do alcance de veículos tradicionais. Em 1989, por exemplo, quando o cartola tomou posse na CBF, a média de audiência do Jornal Nacional era de 59 pontos. Em 2013, foi de 26. Ou seja, quase 6 em cada 10 telespectadores do Jornal Nacional mudaram de canal. E grande parte deles estava se informando sobre as denúncias contra Teixeira.

Agora, o ex-presidente da CBF perdeu seu refúgio na Flórida. Ele não obteve a cidadania definitiva que buscava no refúgio fiscal de Andorra, onde ficaria livre de extradição. Como definiu meu colega Leandro Cipoloni, Teixeira se parece com aquele rei que, no xadrez, anda de lado uma casa por vez, para escapar do xeque-mate que fatalmente virá.

Se for indiciado nos Estados Unidos e, consequentemente, acossado por autoridades brasileiras, vai respeitar a lei do silêncio?

Cazo
Cazo

La contracrónica de la copa: el final o todo lo que mal empieza mal acaba

por Arsinoé Orihuela Ochoa

 

Silvano Mello
Silvano Mello

 

Los críticos no tan críticos, los optimistas e incautos que juzgan cualquier discrepancia como una infundada actitud de “pesimismo catastrófico”, afirman que al final todo salió bien durante la celebración de la edición XX de la Copa del Mundo en Brasil. Y vamos a conceder que aciertan, pero sólo admitiendo por cuestiones estrictamente prácticas el tenor de los argumentos más frecuentes. Efectivamente, el certamen transcurrió sin exabruptos mayúsculos. Y los inconformes, que no eran pocos, domeñaron los estertores de la indignación, en respuesta a la solícita exigencia de un pueblo que se rinde sin remedio a los embrujos del futbol.

Las grandes empresas involucradas en el evento cosecharon las astronómicas ganancias previstas con mucho tiempo de anterioridad. La publicidad deportiva, otrora discreta o más refrenada, alcanzó su zenit mercadológico con la novedosa instrumentación de estrategias no convencionales, como la aplicación de grabados alusivos a las compañías con más presencia en la Copa. La gente, con una disposición asombrosa, imprimía imágenes de una botella de refresco o una pantalla plasma en algún sitio visible de las extremidades. Pero el grabado, que era más bien una suerte de tatuaje, no se removía sencillamente con agua, jabón o cremas ordinarias. Sólo el tiempo lo borraría. A una semana de finalizada la Copa, algunos todavía caminan por las calles con la indeleble imagen publicitaria a la vista, a la manera de un espectacular ambulante. El “guerrilla marketing” (como se conoce en Estados Unidos), antiguamente reservado para pequeñas o medianas empresas, se inauguró con éxito en el marco de un evento deportivo y en beneficio de las firmas más poderosas.

También la industria hotelera tuvo rendimientos increíbles. Con un aumento que fluctuó entre 200 y 400 por ciento en los precios de alojamiento, los dueños de los grandes hoteles, y de los no tan grandes albergues, recaudaron posiblemente lo correspondiente a un año de utilidades. Quienes no pudieron pagar los absurdos montos, acaso a modo de compensación, tuvieron el privilegio de presenciar los incandescentes amaneceres desde la comodidad de algún banquillo en la vialidad pública, o desde los improvisados campings instalados en las orillas de la playa, a menudo con un cordial “buenos días” enunciado por algún policía militar con rifle automático en mano.

También los operadores políticos de la FIFA hicieron su agosto. Según cifras oficiales, sólo el 18 por ciento de la infraestructura quedó en estado inconcluso. Pero la cifra es falsaria. Si uno transita las ciudades sedes descubre de primera mano que la mayoría de las obras están inacabadas, que los proyectos urbanísticos que estaban programados para la Copa todavía ni siquiera arrancan con la primera piedra. Los recursos previstos para el certamen, según la lectura de los ciudadanos, acabo en las arcas privadas de los políticos al servicio del órgano internacional. Aunque también a ellos –a los ciudadanos brasileños– frecuentemente los descalifican con el epíteto en boga: “pesimistas catastróficos”.

Las oligarquías domésticas de igual forma recogieron beneficios a granel. La empresa Odebrecht, oriunda de Bahía (uno de los estados más pobres del país), consiguió apuntalarse como el competidor casi exclusivo en las licitaciones para la infraestructura de la Copa, y de los Juegos Olímpicos en puerta. Dueña indiscutida de las concesiones, la empresa brasileña se perfila para multiplicar sin reservas sus ganancias en los años venideros, ante la mirada negligente, no pocas veces cómplice, de los poderes públicos. Por añadidura, estos proyectos infraestructurales han contribuido directamente a impulsar una iniciativa programática de las élites: a saber, la ocupación sin freno de las ciudades para beneplácito de fracciones poblacionales minoritarias, y por consiguiente el arrinconamiento cada vez más agresivo de las clases populares. Más aún, como insistentemente señala el movimiento anti-copa, la agenda de la Copa, que es la agenda de unos pocos, sirvió para desplazar la demanda general de la gente: educación, salud, satisfactores básicos. La asignación de recursos no es neutral: o bien sirve a los fines de la población o bien se aboca al interés de un grupúsculo de acaparadores. La Copa de futbol, que lo que menos prioriza es el futbol, sólo se ocupó de lo segundo, y lo primero –el interés general– figuró únicamente en el discurso de una clase política con vocación de sofista.

Después de la vergonzosa derrota de Brasil (ese inexcusable 7-1 que propinó Alemania), la gente recuperó el ánimo de la crítica. ¿Para qué traer la Copa a Brasil cuando la situación del país es acaso tan desfavorable como la situación del equipo? Doble atropello: por un lado, latrocinio irrestricto, y por otro, humillación deportiva. No es un asunto menor que los dos archirrivales de Brasil disputaran la final de la Copa. Ahora existe una polémica en torno a las magnitudes de la deshonra. ¿Qué fue más vergonzoso: el “maracanazo” o el “mineirazo”?

Dice el refrán que lo que mal empieza mal acaba. Puedo escuchar los necios señalamientos de “pesimista”, “catastrófico”, etc.

En cierto sentido la Copa del Mundo Brasil 2014 es una metáfora de las sociedades modernas: aunque todo marcha mal las cosas avanzan; lo que es estrictamente vital se arrolla en provecho de lo insubstancial; y al final el desastre se traduce en éxito.

Pero la derrota o la victoria, el fracaso o el éxito, es un asunto de los dioses… y de uno que otro analista apoltronado en el confort de la complacencia. Acá interésanos destacar lo valioso, rendir honor a quien honor merece. Y naturalmente la felicitación es para el pueblo brasileño, que con su fecunda alegría, generosidad, logró enmendar un escenario de virtual desastre, y ofrecer a los viajeros foráneos la mejor de las experiencias. A ellos, los menos beneficiados con la Copa, los más apenados con el mediocre e intrascendente rendimiento de su selección, extiéndoles mi más profunda gratitud y admiración.

Brasil son ustedes. Brasil somos todos.

 

Qatar

BRA_OPOVO Copa eleições Ceará

BRA_DC Copa Eleições

Ditadura da Fifa demite enfermeira

O episódio lembra o caso da enfermeira que anunciou a gravidez de Kate, esposa do príncipe William da Inglaterra. Demitida, Jacintha Saldanha suicidou-se.

Jacintha Saldanha
Jacintha Saldanha

Vem doutro hospital – triste comércio da medicina – o São Carlos, em Fortaleza, que atendeu o jogador Neymar após o mesmo se machucar em um jogo contra a seleção da Colômbia pelas quartas de final da Copa do Mundo FIFA 2014, a desumana notícia da demissão de uma de suas enfermeiras que, sem autorização, filmou a chegada do jogador.

Com um celular em mãos a enfermeira que só teve seu primeiro nome revelado, Chíntia, filmou o craque na maca.

Segundo o ortopedista que atendeu Neymar, o hospital tem um acordo de confidencialidade com a FIFA, e não pode divulgar nada sobre atendimentos ou internações de jogadores ou membros das equipes. “Ninguém pode falar nada sobre os atendimentos, pois queremos sempre preservar primeiro a imagem da pessoa e depois do atleta ali atendido. Soube que a funcionária que filmou a ação já foi retaliada”, disse ele.

“Deixamos bem claro para todos os envolvidos nos atendimentos e os funcionários são orientados a não fazer nenhum vídeo nem passar informações. Infelizmente as pessoas têm essa necessidade de aparecer e isso foge ao nosso controle”, completou o médico.

“Retaliar” um trabalhador é escravidão, é crueldade, não fica bem para um hospital cuja missão é salvar pessoas. E não matar psicológica e moralmente. É destruir uma carreira profissional.

Dez micos padrão Fifa e um doente mental. Comida estragada para os voluntários mortos de fome

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Continuo favorável aos protestos, que começaram em junho do ano passado, inclusive ao “não vai ter Copa” (com outro nome, que este não tem mais sentido), quando as críticas e reivindicações são dirigidas às pessoas certas. Falo das autoridades dos governos federal, estaduais e municipais, e da imensidão e da distância dos tribunais e das casas legislativas – o Congresso Nacional, as assembléias estaduais e câmaras municipais.

Os protestos acordaram o Gigante, e mostraram quanto arbitrários e selvagens são os soldados estaduais comandados pelos governadores; e elitista o judiciário, que autoriza os despejos.

 

 

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Para quem condenou os estádios super, super faturados, bastaria nomear os governadores que construíram.
Por exemplo, o candidato a presidente Eduardo Campos nunca mais falou que abriu uma arena na Mata de São Lourenço, em Pernambuco, cujo preço real se desconhece.

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Para quem pediu tarifa zero, mostrar que os prefeitos, com a aprovação dos vereadores, tabelam o preço das passagens de ônibus.

Ramses Morales Izquierdo
Ramses Morales Izquierdo

Os 10 maiores micos da Copa do Mundo do Brasil

Na Copa do Mundo do Brasil, foram embora pro chuveiro mais cedo aqueles que torceram pelo fracasso do país. Confira alguns micos da elite e da mídia.

Najla Passos

A Copa do Mundo do Brasil ainda não passou da primeira fase, mas já são fartas as gafes, foras e barrigadas do mundial, especialmente fora do campo.

E, curiosamente, elas nada têm a ver com as previsões das “cartomantes do apocalipse” que alardeavam que o país não seria capaz de organizar o evento e receber bem os turistas estrangeiros. Muito pelo contrário.

Os estádios ficaram prontos, os aeroportos estão funcionando, as manifestações perderam força, os gringos estão encantados com a receptividade brasileira e a imprensa estrangeira já fala em “Copa das Copas”.

Confira, então, os principais micos do mundial… pelo menos até agora!

1 – O fracasso do #NãoVaiTerCopa

Mesmo com o apoio da direita conservadora, da esquerda radicalizada, da mídia monopolista e dos black blocs, o movimento #NãoVaiTerCopa se revelou uma grande falácia. As categorias de trabalhadores que aproveitam a visibilidade do evento para reivindicar suas pautas históricas de forma pacífica preferiram apostar na hashtag #NaCopaTemLuta, bem menos antipática e alarmista. E os que continuaram a torcer contra o evento e o país, por motivações eleitoreiras ou ideológicas, amargam o fracasso: políticos perdem credibilidade, veículos de imprensa, audiência e o empresariado, dinheiro!

2 – A vênus platinada ladeira abaixo

Desde os protestos de junho de 2013, a TV Globo vem amargando uma rejeição crescente da população. E se apostava no #NãoVaiTerCopa para enfraquecer o governo, acabou foi vendo sua própria audiência desabar. Uma pesquisa publicada pela coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, com base em dados do Ibope, mostra que no jogo de abertura da Copa de 2006, na Alemanha, a audiência da Globo foi de 65,7 pontos. No primeiro jogo da Copa de 2010, na África do Sul, caiu para 45,2 pontos. Já na estreia do Brasil na Copa, neste ano, despencou para 37,5 pontos.

3 – #CalaABocaGalvão

Principal ícone da TV Globo, o narrador esportivo Galvão Bueno é o homem mais bem pago da televisão brasileira, com salário mensal de R$ 5 milhões. Mas, tal como o veículo que paga seu salário, está com o prestígio cada vez mais baixo. Criticar suas narrações virou febre entre os fãs do bom futebol. E a própria seleção brasileira optou por assistir os jogos da copa pela concorrente, a TV Band. O movimento #CalaABocaGalvão ganhou ainda mais força! O #ForaGlobo também!

4 – A enquadrada na The Economist

A revista britânica The Economist, que vem liderando o ranking da imprensa “gringa” que torce contra o sucesso do Brasil, acabou enquadrada por seus leitores. A reportagem “Traffic and tempers”, publicada no último dia 10, exaltando os problemas de mobilidade de São Paulo às vésperas de receber o mundial, foi rechaçada por leitores dos EUA, Japão, Holanda, Inglaterra e Argentina, dentre vários outros. Em contraposição aos argumentos da revista, esses leitores relataram problemas muito semelhantes nos seus países e exaltaram as qualidades brasileiras, em especial a hospitalidade do povo.

5 – O assassinato da semiótica – doente mental

Guru da direita brasileira, o colunista da revista Veja, Rodrigo Constantino, provocou risos com o texto “O logo vermelho da Copa”, em que acusa o PT de usar a logomarca oficial do mundial da Fifa para fazer propaganda subliminar do comunismo. Virou chacota, claro. O correspondente do Los Angeles Times, Vincent Bevins, postou em seu Twitter: “Oh Deus. Colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista”. Seus leitores se divertiram usando a mesma lógica para apontar outros pretensos ícones comunistas, como a Coca-Cola (lol)!

6 – A entrevista com o “falso” Felipão

Ex-diretor da Veja e repórter experiente, Mário Sérgio Conti achou que tivesse tirado a sorte grande ao encontrar o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, em um voo comercial, após o empate com o México. Escreveu uma matéria e a vendeu para os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que a publicaram com destaque. O entrevistado, porém, era o ator Wladimir Palomo, que interpreta Felipão no programa humorístico Zorra Total. No final da conversa, Palomo chegou a passar seu cartão à Conti, onde está escrito: “Wladimir Palomo – sósia de Felipão – eventos”. Mas, tão confiante que estava no seu “furo de reportagem”, o jornalista achou que era uma “brincadeirinha” do técnico…

7 – A “morte do pai” do jogador marfinense

O jogador da costa do Marfim, Serey Die, caiu no choro quando o hino do seu país soou no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Imediatamente, a imprensa do Brasil e do mundo passou a noticiar que o pai dele havia morrido poucas horas antes. A comoção vias redes sociais foi intensa. O jogador, porém, desmentiu a notícia assim que pode. Seu pai havia morrido, de fato. Mas há dez anos. As lágrimas se deveram a outros fatores. “Também pensei no meu pai, mas é por tudo que vivi e por ter conseguido chegar a uma copa do mundo”, explicou.

8 – “Vai pra casa, Renan!”

Cheio de boas intenções, o estudante Renan Baldi, 16 anos, escolheu uma forma bastante condenável de reivindicar mais saúde e educação para o país: cobriu o rosto e se juntou aos black block paulistas para depredar patrimônio público na estreia do mundial. Foi retirado do meio do protesto pelo pai, que encantou o país ao reafirmar seu amor pelo filho, mas condenar sua postura violenta e antidemocrática. A hashtag #VaiPraCasaRenan fez história nas redes sociais!

9 – O fiasco do “padrão Fifa”

Pelos menos 40 voluntários da Copa em Brasília passaram mal após consumir as refeições servidas pela Fifa, no sábado (14), um dia antes do estádio Mané Garrincha estrear no mundial com a partida entre Suíça e Equador. Depois disso, não apareceu mais nenhum manifestante desavisado para pedir saúde e educação “padrão Fifa” no país!

10 – Sou “coxinha” e passo recibo!

Enquanto o Brasil e o mundo criticavam a falta de educação da “elite branca” que xingou a presidenta Dilma no Itaquerão, a empresária Isabela Raposeiras decidiu protestar pela causa oposta: publicou no seu facebook um post contra o preconceito e à discriminação dirigidos ao que ela chamou de “minoria de brasileiros que descente da elite branco-europeia”. “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”, afirmou. Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”.(Transcrito do Ficha Corrida)

O primeiro dia da Copa em São Paulo

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Pela Copa da África, marcada pela corrupção e ditadura da Fifa, fui contra o evento no Brasil.

Os jornalões brasileiros promoveram a Copa 2014 no Brasil, notadamente as organizações Globo.

Lula disse sim.

Aécio Neves disse sim.

Fernando Henrique disse sim.

Marina Silva disse sim.

Eduardo Campos e mais onze governadores, pelo desejo de construir os estádios, disseram sim.

Depois dos investimentos do governo da União, dos governadores e prefeitos, o movimento não ter Copa perdeu o sentido, desde que era um compromisso assumido pelo Brasil com os países que ora participam do mundial do futebol.

Incentivados pelos chamados movimentos sociais, com todo tipo de infiltrados, grupos decidiram continuar com os protestos de 2013, agora com a participação de partidos políticos que disputam a presidência da República.

Ora, ora, se é para conter protestos, que a polícia aja dentro e fora dos estádios. Mas a polícia apenas bate no povo que não pode comprar ingressos para assistir os jogos. Dentro dos estádios se pode mandar uma autoridade tomar naquele lugar. Que a polícia não bate nas elites. Na rua, qualquer reclamação tem pancadaria.

 

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Registram os advogados ativistas: O primeiro dia iniciou-se em São Paulo com o sítio à cidade, exercido pelas forças de segurança pública.

Segundo atendimento realizados pelo grupo de socorristas, GAPP, durante o dia foram realizados ao menos 37 socorros a manifestantes, decorrentes de diversos tipos de lesões, como ferimentos por estilhaços de bombas, balas de borracha, asfixia por gás lacrimogênio e mecânica decorrentes de esganadura, bem como de reiterados golpes de cacetetes.

Foram realizadas ao menos 47 detenções, sendo que diversas prisões sequer eram informadas aos advogados, ou permitido o acompanhamento visual da atuação policial.

· bloqueio de vias e interdição de ao menos parte do transporte público, com a finalidade de comprometer a mobilidade dos manifestantes e, desta forma, sua tendência de deslocamento em direção ao perímetro de exclusão imposto pela FIFA – organizador da Copa;

· revistas pessoais realizadas por policiais em transeuntes, sem qualquer fundamentação legal;

· policiais trajados com farda sem tarjeta de identificação funcional ou identificação alfanumérica de 10 dígitos, ou ainda de modo a não evidenciar qualquer tipo de identificação;

policiais portando armas de fogo (inclusive de grosso calibre como metralhadoras e escopetas 12mm) durante contenção e operações antidistúrbio;

· civis atingidos por estilhaços de bombas, balas de borracha, golpes de cacetete e socos;

· intimidação e constrangimento ilegal contra manifestantes por meio de gritos e gestos ameaçadores;

· impedimento de atuação dos advogados durante o acompanhamento de revistas pessoais, bem como no registro de material probatório, quando das agressões ou abusos de autoridade;

· impedimento, com violência deliberada, de atuação dos jornalistas no exercício da profissão, tendo sido tomados como alvo por reiteradas vezes pelas forças de segurança;

· impedimento da atuação dos Observadores Legais na coleta de material estatístico e probatório durante a manifestação, por meios ostensivamente impeditivos;

· seguranças do serviço privado do metrô realizando revistas pessoais nos usuários, de modo totalmente ilegal;

· prisões ilegais infundadas, justificadas como sendo para averiguação – instrumento, aliás, inexistente no ordenamento jurídico brasileiro. No ano em que se completa o cinquentenário da ditadura militar no Brasil (1964-1985), é no mínimo irônica a utilização de um expediente tão característico período ditatorial.

· tiros de armamento balístico menos letal e elastômero (bala de borracha), feitos acima da linha da cintura – como indicam os orifícios feitos a bala nos para-brisas de veículos, a cerca de 1,5m do solo.

· veículos atingidos no seu interior por bombas de gás-lacrimogênio.

· policiais militares e supostos policiais civis (não fardados), em duas ocorrências distintas, com agressão e rapto de manifestantes, introduzindo-os a força em veículos descaracterizados, não oficiais. Sem direito de registro do nome do condutor, evadindo-se os veículos para local desconhecido, perante a população que registrava as ocorrências em vídeo e foto, em plena luz do dia.

· depois de registrar cenas de espancamentos perpetrados por policiais militares, um manifestante, por eles perseguido, refugiou-se em residência próxima àquela ocorrência, obtendo guarida dos proprietários da casa. Somente depois de aproximadamente uma hora de refúgio – com a Polícia Militar todo o tempo à frente do imóvel – foi possível a retirada do manifestante perseguido, em segurança, na companhia de representantes dos Advogados Ativistas e Observadores Legais;

· utilização de bombas e armas de fogo em um posto de gasolina;

· utilização de bombas com data de vencimento raspadas;

· acusações de crimes infundadas aos manifestantes, com diversas tentativas de flagrantes forjados;

· agressão deliberada de policiais militares a uma criança de nove anos de idade e seu cão, sem motivação;

· agressão reiterada a equipes de socorristas que insistiam na prestação do socorro às vítimas dos próprios agentes de segurança;

· tentativa, por parte dos policiais militares, de esvaziamento de uma estação do metrô, obrigando os usuários a saírem rapidamente da estação sob tiros e golpes de cacetete. Leia mais. 

 

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Palavras que envergonham a Nação

Performers are thrown into the air during the 2014 World Cup opening ceremony at the Corinthians arena in Sao Paulo

Performers dance in costumes during the 2014 World Cup opening ceremony at the Corinthians arena in Sao Paulo

A performer participates in the opening ceremony of the 2014 World Cup at the Corinthians arena in Sao Paulo

A Galinha Pintadinha
A Galinha Pintadinha

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O que penso da vaia chula de ontem da Elite Branca Brasileira à presidenta, e o que Dilma deveria ter feito e não fez!

por Hildegard Angel

 

 

Todas as críticas à Abertura sem graça da Copa do Mundo (responsabilidade Exclusiva da Fifa) se apagam, diante do vexame dado pela Elite Branca Brasileira. Da falta de educação. Da falta de modos. Falta de respeito com a própria família brasileira presente, ao cantar um “hino” chulo, bradando ofensas contra a Chefe do Estado Brasileiro, eleita pelo povo. Vexame planetário!

Se a elite é assim tão baixa, como agirão os iletrados, os desfavorecidos, os que não tiveram acesso à instrução e a uma boa formação no Brasil? Devem ter pensado os mais de um bilhão de estrangeiros que assistiam à transmissão direta da abertura da Copa do Mundo.

Mais da metade dos presentes ao Itaquerão era convidada dos patrocinadores. Gente das multinacionais, do mundo financeiro. O high society. O creme do creme. The top of the top. Bradando em coro contra a presidenta da República a pior das ofensas que pode ser feita a uma mulher.

Lamentei que a presidenta Dilma, ex-aluna do Colégio Sion em Belo Horizonte, tenha mantido os bons modos. Não tenha reagido. Tivesse ela tomado o microfone e, à primeira vaia, antes do início do jogo, dissesse com todas as letras e energia o que guardava na alma naquele momento, faria do limão uma bela limonada. Algo do tipo:

“- Quero agradecer a vaia da Elite Brasileira aqui presente. Porque, infelizmente, o alto custo dos ingressos imposto pelos realizadores do evento impede que aqui esteja o povo, não autoriza que aqui compareça pelo menos uma parcela mínima daqueles 30 milhões de brasileiros, que ascenderam socialmente, saindo da zona de miséria, ou daqueles outros milhões, que, graças ao Pró-Uni, puderam concluir seus cursos universitários, ou mesmo daqueles tantos milhões, que, enfim, alcançaram o almejado sonho da casa própria. Tudo isso devido ao esforço e às metas de 12 anos de nossos governos, ao qual a Elite Brasileira, que com isso parece não se conformar, aqui ofende, através de minha pessoa, com palavras chulas. Palavras que envergonham a Nação, porém não toldam a beleza deste espetáculo e o esforço da nossa Seleção, que aprendi, desde menina, a chamar de Seleção Canarinho. Pois voem neste belo gramado, Canarinhos nossos, e deem o exemplo de nossa pujança! Estou torcendo por vocês, pelo nosso país, assim como estão todos aqueles brasileiros que nos assistem: os que estão do lado de fora do Itaquerão, por não poderem pagar, e os aqui do lado de dentro, pagantes ou convidados dos patrocinadores. Pois, a despeito das diferenças políticas, somos todos brasileiros ansiosos pela vitória de nosso país. Muito obrigada. ”

Dilma lá atrás, entre Blatter e a filha, Paula
Dilma lá atrás, entre Blatter e a filha, Paula

Lamentei também que a presidenta Dilma estivesse sentada lá atrás, parecendo acuada. Presidenta, mostra a tua cara. Não permita aos seus opositores a impressão de que a truculência deles a intimida. A coragem é a marca dos vencedores.