Finalmente, José Maria Marin vai ser punido por um dos vários crimes que praticou, principalmente neste Brasil de demasiadas leis e nenhuma justiça.
É um dos sete presos em Zurique, por corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa), feito pelo governo dos Estados Unidos. Que se dependesse do Brasil jamais tocaria piano.
Antes de ser um cartola, Marin foi medíocre jogador profissional de pequenos times de São Paulo.
Marin também fez carreira política, pela extrema-direita. Em 1963, filiado pelo Partido de Representação Popular, fundado pelo integralista (nazista) Plínio Salgado, foi eleito vereador de São Paulo.
Apoiou a derrubada de Jango em 1964 e, com a reeleição de Dilma Rousseff presidenta do Brasil, passou a participar de fracassadas marchas golpistas convocadas por Aécio Neves e Bolsonaro, pelo retorno da ditadura.
Foi vice de Paulo Maluf, e exerceu o governo de São Paulo entre 1982 e 1983, durante a ditadura de João Figueiredo, que presidiu o Brasil de 15 de março de 1979 a 15 de março de 1985.
Zé das Medalhas
Escolhido como o sucessor de Ricardo Teixeira, presidente da CBF durante 23 anos, Marin iniciou sua gestão precisando dar explicações sobre a polêmica medalha roubada na premiação da Copa São Paulo de Juniores, três meses antes. Na ocasião, foi flagrado por câmeras de televisão colocando, no bolso, uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthias, campeões do torneio. O episódio lhe rendeu o apelido de “Zé das Medalhas”, em referência ao personagem da novela “Roque Santeiro”, da TV Globo.
Dedo duro da ditadura
Durante a gestão na CBF, Marín ainda teve que lidar com as acusações de ser o delator do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto em outubro de 1975, no DOI-Codi, em São Paulo.
Na época, Marin era deputado estadual, cargo que ocupou de 1971 a 1979. Áudios divulgados pelo GLOBO em abril de 2013 mostram discursos de Marin na Assembleia Legislativa de São Paulo cobrando providências sobre denúncias envolvendo o então diretor de Jornalismo da TV Cultura e elogiando o delegado Sergio Paranhos Fleury, que trabalhava no órgão de repressão.
Investigação do FBI e prisão na Suíça
Em 27 de maio de 2015, foi preso na Suíça, acompanhado de outros seis executivos da FIFA, em investigação liderada pelo FBI. De acordo com informações publicadas pelo The New York Times, mais de uma dúzia de policiais suíços à paisana chegaram sem aviso prévio ao Baur au Lac Hotel, local no qual executivos se hospedavam para o congresso anual da organização, marcado para os dias 28 e 29 de maio, e renderam os acusados de corrupção em ação pacífica, sem menor resistência dos envolvidos.
Também foi banido pela FIFA de qualquer atividade relacionada ao futebol. E assim, por via indireta, caiu fora do mando da CBF.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou ter indiciado 14 pessoas por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo os investigadores, os acusados movimentaram cerca de 150 milhões de dólares (mais de 470 milhões de reais) em um esquema que já existiria há pelo menos 24 anos. Os negócios envolveriam direitos de transmissão e acordos de marketing em campeonatos na América Latina. Notadamente no Brasil. Que a CPI do Futebol não esqueça.
A Justiça da Suíça anunciou hoje que extraditou para os Estados Unidos o primeiro dos sete executivos da Fifa presos em Zurique desde o dia 27 de maio.
Passeata em Sampa. Imaginei que para reclamar a falta de água.
E coisa rara, sem pancadaria da polícia e sem infiltrados e espionagem.
Viva a PM! Viva Bolsonaro! Viva Lobão!
por Fábio Chap
Acabei de voltar de uma manifestação em que:
– 93% dos presentes gritavam: ‘Viva a PM! Viva a PM!’
– 52% dos presentes pediam a intervenção militar, ou seja, o retorno da ditadura militar no Brasil
– 97,8% dos presentes comemoraram quando foi dito no megafone que o congresso derrubou a ‘medida bolivariana’ da Dilma que propunha participação popular na política brasileira
– Foi anunciado no carro de som que a ‘Fulana de Alguma Coisa’ tinha perdido seu cartão de crédito e poderia retirar no próprio caminhão. (Adoro manifestações em que eu posso recuperar meu cartão de crédito quando o perco.)
– 94% aplaudiu fervorosamente o Lobão quando ele subiu no carro de som
– 86% aplaudiu fervorosamente o filho de Bolsonaro, e ficou gritando: ‘Bolsonaro! Bolsonaro! Bolsonaro!’
– Discuti com uma mulher que cismou que eu era comunista quando eu disse que o Aécio bateu na esposa. Ela disse que eu preciso estudar mais e que se ele bateu na esposa, isso é problema particular deles, não nosso
– Uma menina bonita e bem vestida, por volta dos 20 anos, disse que o PT acabou com a juventude dela
– Uma mulher começou a gritar ‘Dilma, Dilma, Dilma’ e ouviu de contra-argumento que ela era maconheira, sapatona e vagabunda. O homem que a xingou estava vestido de azul e deveria ter por volta de seus 60 anos.
Nesses rolês eu aprendo muito sobre o ÓDIO. E quanto mais eu vejo essas pessoas odiosas vomitarem suas verdades pequenas e particulares, mais eu desejo que elas descubram um pouco mais sobre o amor.
Quem sabe um dia.
Hidrante como enfeite
Boca de incêncio
O governador Geraldo Alckmin mandou a polícia militar não reprimir a passeata. Ora, ora, era uma passeata favorável à polícia.
Estavam proibidos desta vez, o uso de bombas de efeito moral, balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo.
O governador aprovou apenas o uso de canhões de água contra os petistas, que não apareceram.
Os soldados estaduais testaram os hidrantes para ligar suas mangueiras. Não encontraram nenhum em funcionamento.
Alckmin ainda acredita que existe água em São Paulo.
E se acontecer um incêndio?
Os filhos da mídia foram protestar na Paulista
por Paulo Nogueira
Os filhos da mídia foram neste sábado para as ruas protestar contra, bem, contra sei lá o quê.
Contra terem perdido nas urnas e, portanto, contra a democracia.
Disse “filhos”, mas poderia ter dito “vítimas”.
Porque em sua louca cavalgada antidemocrática eles foram intoxicados mentalmente pelo que a mídia deu nestas últimas semanas.
Eles pareciam saídos das páginas da Veja e dos comentários de gente como Jabor.
Pediam o impeachment de Dilma pelo caso Petrobras.
São os efeitos colaterais da capa criminosa que a Veja deu às vésperas das eleições.
Os manifestantes da Paulista tomaram aquilo como uma verdade indiscutível.
Isso mostra que é necessário aplicar uma punição exemplar à Veja. É uma tentativa de golpe branco fazer o que a revista fez – sem uma única prova – em cima de uma eleição tão disputada.
A Veja tem que enfrentar – rapidamente — as consequências do que fez. Ou vamos esperar que um lunático, inspirado pela revista, comece a matar petistas?
A mídia está também por trás do disparatado pedido de auditoria de votos feito pelo PSDB.
Os tucanos só fizeram isso por saberem que têm as costas quentes com a imprensa. Ou então se refreariam antes de atentar contra as instituições com um pedido tão esdrúxulo.
As dúvidas não resistem a um minuto de reflexão. Considere. O Datafolha deu, na véspera, 52% a 48% para Dilma. A diferença ficou nos decimais: 51,64% versus 48,36%.
A desconfiança nasce também, assinale-se, de trapaças do PSDB não devidamente cobradas pela mídia.
Aécio usou dados enganosos de uma pesquisa do instituto Veritás que lhe dava ampla vantagem em Minas, onde perdera no primeiro turno.
O dono do Veritás avisou que era um erro, ou crime, utilizar os números que Aécio brandiu publicamente, nos debates, contra Dilma. O estatístico também.
E mesmo assim Aécio não se deteve.
O que pensa um fanático antipetista quando vê uma coisa dessas? Num dia, numa pesquisa, seu candidato está ganhando amplamente em Minas. No dia seguinte, no mundo real, o candidato perde.
Farsa, é a conclusão.
E a frustração se converte em raiva depois que analistas afirmam que Aécio perdeu a presidência por causa dos votos que não teve em Minas.
Manifestações como a de hoje mostram como a sociedade está sendo agredida por uma mídia interessada apenas na manutenção de seus formidáveis privilégios.
Pensava-se que o ataque da mídia à democracia cessaria com as eleições.
Não cessou.
É hora de o Estado proteger a democracia, antes que seja tarde demais.
O voo do Papa aterrou em Roma, nesta segunda, de regresso da sua terceira viagem apostólica que o levou à Coréia. Logo depois da sua chegada foi à Basílica de Santa Maria Maggiore para levar à imagem de Nossa Senhora um ramo de flores oferecidas por uma menina coreana, em Seul, no momento da partida.
No avião o Papa Francisco falou com os jornalistas dos momentos mais importantes desta viagem, das emoções sentidas em vários encontros, mas também da atualidade internacional, do Iraque ao Médio Oriente. A síntese no serviço de Gabriella Ceraso:
O pensamento ao povo coreano abre e fecha, basicamente, o diálogo articulado em dezasseis perguntas que o Papa teve com os jornalistas, mas foi a atualidade internacional que sobressaiu entre os temas. Antes de tudo o Iraque: a aprovação ou não do bombardeamento americano e uma hipotética viagem do Papa ao país. “Estou disposto a ir”, revelou o Papa Francisco, “mas neste momento não é a melhor coisa a fazer”, e depois reafirma: “é lícito fazer parar o agressor injusto”, fazer parar “não digo bombardear”, esclarece e, em seguida, “avaliar os meios com os quais fazê-lo”:
Fazer parar o agressor injusto é lícito. Mas devemos também ter memória de quantas vezes, sob esta desculpa de fazer parar o agressor injusto, as potências se apoderaram dos povos e fizeram uma verdadeira guerra de conquista! Uma nação apenas não pode julgar como se faz parar isto, como se faz parar um agressor injusto.
Em seguida, a guerra no Médio Oriente. Inútil, portanto, a oração de junho, com Abu Mazen e Peres, no Vaticano?, perguntam ao Papa. Aquela iniciativa “nascida de homens que acreditam em Deus”, “absolutamente não foi um fracasso”, responde o Papa: sem oração, não existe negociação nem diálogo, explica o Papa, portanto foi “um passo fundamental de uma atitude humana”. “Eu creio que a porta está aberta”:
Agora o fumo das bombas, das guerras não deixam ver a porta, mas a porta ficou aberta a partir daquele momento. E eu creio em Deus, creio que o Senhor olha para aquela porta e aqueles que rezam e pedem para que Ele nos ajude.
As emoções sentidas ao encontrar tantas testemunhas de sofrimento na Coréia são a oportunidade para o Papa falar dos efeitos da guerra. No abraço com as mulheres idosas sobreviventes da deportação no Japão na Segunda Guerra Mundial, o Papa Francisco revela de ter visto a dor de todo o povo coreano, dividido, humilhado, invadido e entretanto forte na sua dignidade. Daqui a advertência ao mundo: “devemos parar e pensar um pouco no nível de crueldade a que chegámos “, e depois as palavras fortes sobre a tortura, usada, diz o Papa, “nos processos judiciários e pela intelligence”:
A tortura é um pecado contra a humanidade, é um crime contra a humanidade e aos católicos eu digo: “Torturar uma pessoa é um pecado mortal, é pecado grave!” . Mas é mais: é um pecado contra a humanidade.
Solicitado pelos jornalistas, o pensamento do Papa retorna também à disponibilidade ao diálogo com o povo chinês, que define como “belo, nobre e sábio”. “A Santa Sé mantém abertos os contactos “diz Francisco que revela a vontade de realizar, inclusive imediatamente, uma viagem à China. Há também uma pergunta sobre o processo de beatificação do arcebispo de São Salvador, Monsenhor Óscar Arnulfo Romero, “desbloqueado”, explica o Papa, que exprime o augúrio e que reza, por esse “homem de Deus”, para que tudo “seja esclarecido e se proceda rapidamente”.
Finalmente as tantas curiosidades dos jornalistas sobre coisas privadas: a vida “normal” que leva em Santa Marta; as férias marcadas por um “ritmo diferente” de vida com mais leitura; mais repouso e mais música e finalmente o relacionamento com Bento XVI, um relacionamento “fraterno” feito de contínuo confronto de opiniões. A escolha que faz hoje um Papa emérito “abriu”, afirma Francisco, uma “porta que é insubstituível, mas não excepcional”:
Porque a nossa vida prolonga-se e a numa certa idade já não temos a capacidade de governar bem, porque o corpo cansa-se…, a saúde pode ser eventualmente boa, mas já sem capacidade de levar para a frente todos os problemas de um governo como o da Igreja. E eu acredito que O Papa Bento XVI fez esse gesto dos Papas eméritos. Repito: eventualmente algum teólogo poderá dizer-me que isso não é justo, mas é assim que eu penso. Os séculos dirão se é assim, ou se não é assim. Vamos ver. Mas o senhor poderia dizer-me: “E se Você um dia sentisse não poder prosseguir? Mas eu faria o mesmo! Faria o mesmo. Rezaria muito, mas faria o mesmo.
Aconteceu no último dia 17, mais uma rebelião no Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
O motim de outubro último, resultou em 9 mortes e 20 presos feridos.
Também com cabeças degoladas que são escondidas pela imprensa do Maranhão e do Brasil.
Veja cena da última revolta
As cabeças degoladas no dia 17, inspiraram o PIG a publicar a seguinte manchete no dia seguinte:
O jornal O Globo, dos irmãos Marinho, donos da TV Globo, concessionária do Governo, atiça: “A denúncia de rebelião, fuga e sabotagem no Complexo da Papuda, decorrentes do caos provocado pela chegada dos condenados do mensalão, acendeu o sinal de alerta”.
O Brasil é o país dos cadáveres. O assassinato de João Pessoa foi o estopim da Revolução de Trinta; o suicídio de Getúlio Vargas adiou, para 64, o golpe dos militares; o trucidamento do jornalista Herzog apressou a queda da ditadura; a morte de Tancredo consolidou a redemocratização e elegeu dois governadores: Antônio Brito, no Rio Grande do Sul, e Aécio Neves, em Minas Gerais.
O Brasil sempre foi o país das cabeças degoladas:
Lampião, Maria Bonita e cangaceiros degolados pela polícia das AlagoasAntonio Conselheiro desenterrado e degolado pelo Exército
Que aconteceria neste Brasil “cordial” se aparecessem na Papuda, e exibidas pela Tv Globo, cabeças degoladas?
Obras primas foram escritas no cárcere. E, também, porcarias como Mein Kampf de Adolf Hitler.
São Juan de la Cruz, o maior poeta místico, proibido de escrever, memorizou grande parte do Cántico Espiritual.
Prisioneiros nos campos de Hitler e Stalin podiam escrever cartas que, mesmo censuradas, hoje comprovam a brutalidade dos dois ditadores.
São Paulo escreveu de sua detenção em Roma, parte de Novo Testamento.
Só no Brasil, um condenado, em presídio de máxima segurança, pode montar um governo paralelo. Se isso não é uma farsa, sinaliza que o sistema carcerário atingiu um grau de corrupção sem similar na história da criminalidade. Primeiro não entendo como um preso prefere governar São Paulo dentro de uma prisão, quando poderia fugir, e conseguir o poder da liberdade.
Transcrevo da Tribuna da Imprensa, esse comentário da Folha de São Paulo: “Sob o argumento de que os presos também têm direito à informação e a se expressar, a defesa de Dirceu enviou à Justiça um pedido de autorização para que ele possa continuar atualizando seu blog na cadeia.
No pedido à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, o advogado José Luis Oliveira Lima cita que a Lei de Execução Penal estabelece como direito dos presos ‘o contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação’.
Por isso, na visão de Lima, o direito à liberdade de expressão e informação está garantido aos presos. No seu entender, só poderia haver restrição visando impedir crimes, para preservar a segurança do presídio ou para evitar fugas e motins.
Citando juristas, ele destaca que ‘mesmo encarcerado, [o preso] mantém o direito de estar informado dos acontecimentos familiares, sociais, políticos e de outra índole, pois sua estadia na prisão não pode significar marginalização da sociedade. Em suma, o sentenciado mantém íntegro o direito à liberdade de informação e expressão’.
A prisão de Dirceu e outros condenados no Complexo da Papuda gerou insatisfação de familiares de outros presos devido ao tratamento diferenciado. Eles receberam no início visitas de parlamentares em dias e horários flexíveis”.
No meu entender, um governador, um deputado, um senador, um advogado, um juiz e outras autoridades competentes têm todo o direito de visitar qualquer preso, para investigar se os direitos humanos não estão sendo violados. Essas visitas deveriam acontecer sempre. Evitariam tortura, prisões sem julgamento, mortes e outros crimes. Inclusive assaltos aos cofres públicos, notadamente na compra de marmitas.
Será que existe maneira de impedir que um preso, em regime semi-aberto ou em regime domiciliar, use um computador, um telefone?
No Brasil atual estes livros jamais poderiam ser escritos:
OS DEZ MAIORES LIVROS ESCRITOS ATRÁS DAS GRADES
por Cynara Menezes
(Miguel de Cervantes por Salvador Dalí)
Vi essa lista na internet em vários lugares –parece que originalmente saiu daqui. Achei que tem tudo a ver com os tempos que “rugem”. Eu acrescentaria o brasileiro Memórias do Cárcere (publicado postumamente em 1953), deGraciliano Ramos, escrito durante e após a prisão, em 1936, acusado de participar da Intentona Comunista (1935). Prisões por desviar impostos, por bandidagem, por desviar dinheiro público… A vida imita a arte ou a arte imita a vida?
UPDATE: vários leitores do blog sentiram a falta de Os Cadernos do Cárcere, de Antonio Gramsci, na lista. Talvez no lugar de Minha Luta, que tal?
UPDATE2: outros leitores também se lembraram, com razão, do francês Jean Genet, que escreveu Nossa Senhora das Flores na prisão; e o exploradorMarco Polo, que também estava preso quando ditou a um companheiro de cela O Livro das Maravilhas ou Il Milione.
1.Dom Quixote de la Mancha, Miguel de Cervantes: Cervantes engendrou o Quixote na cárcere de Sevilha, quando, sendo arrecadador de impostos, foi preso no ano de 1597 por se apropriar do dinheiro público após serem investigadas diversas contas das quais ele era responsável.
2. Mein Kampf de Adolf Hitler: Minha Luta foi escrito por Hitler na prisão de Landsberg, no verão de 1924. Hitler se encontrava ali depois de ter sido condenado a cinco anos de prisão por haver planejado e executado o falido Golpe (ou putsch) de Munique. Este livro condensa as principais ideias que ele levaria a cabo durante seu governo de triste memória.
3. Cancioneiro de Ausências, de Miguel Hernández: Ao começar a Guerra Civil Espanhola, Hernández se alistou no bando republicano. Quando acabou a guerra, por haver pertencido ao lado perdedor, foi condenado à morte, mas depois a pena foi comutada para 30 anos de prisão. Durante sua estadia encarcerado escreveu esta coleção de poemas com uma linguagem nova que marcava o início de uma mudança de estilo. Neles, as ausências, as marcas do que viveu, a meditação interior, a morte de seu primeiro filho e as esperanças que gera no segundo, na perspectiva de um futuro impossível, constituem um estremecedor testemunho do final de uma poética e de um homem, que é também o final de uma história.
4. A história me absolverá, de Fidel Castro: o livro representa a auto-defesa de Fidel Castro no julgamento contra ele que começou no dia 16 de outubro de 1953 pelos ataques aos quartéis de Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, ocorridos no dia 26 de julho do ano anterior. Diante do júri, Fidel Castro, então licenciado em Direito Civil, decide assumir sua própria defesa.
5. Lazarillo de Tormes, Anônimo: Ainda que a história tenha declarado este clássico do relato picaresco como uma obra anônima, o nome de Diego Hurtado de Mendoza, um poeta e diplomata espanhol, foi um dos que mais força teve à hora de outogar-lhe um possível autor. A história conta que Hurtado de Mendoza, sendo governador de Siena, foi acusado de irregularidades financeiras, pelo qual foi levado à cárcere de la Mota. Se diz que durante o tempo em que permaneceu atrás das grades redigiu o famoso Lazarillo de Tormes. Em seguida foi desterrado em Medina del Campo por ordem de Felipe II.
6. De Profundis, de Oscar Wilde: É uma longa e emocionada carta que Oscar Wilde escreveu a seu amante Alfred Douglas, filho de marqueses, na prisão de Reading, onde cumpria uma pena por comportamento indecente e sodomia. Nesta carta, datada de 1897, expõe os sentimentos, inquietudes e ressentimentos em relação a Douglas.
7. Justine, do Marquês de Sade: Justine ou os infortúnios da virtude é um romance escrito pelo Marquês de Sade em 1787 durante uma de suas estâncias prolongadas na prisão da Bastilha. É considerada uma obra maldita por expor os pensamentos mais obscuros do autor.
8. Dos nomes de Cristo, de Frei Luis de León: Frei Luis de León foi um poeta, humanista e religioso agostino espanhol da Escola Salmantina. Esteve na prisão por traduzir a Bíblia à língua vulgar sem licença. Na prisão escreveu Dos nomes de Cristo, uma obra em três volumes. Nela mostra a elaboração última e definitiva dos temas e ideias que esboçou em suas poesias em forma de diálogo, onde se comentam as diversas interpretações dos nomes que se dá a Cristo na Bíblia. Com esta obra, sua prosa alcança a máxima perfeição.
9. Décimas, de Miguel Hidalgo: Miguel Hidalgo foi um sacerdote e militar que se destacou na primeira etapa da Guerra da Independência no México, que iniciou com um ato conhecido na historiografia mexicana como Grito de Dolores. Hidalgo dirigiu a primeira parte do movimento independentista, mas, após uma série de derrotas, foi capturado em 1811 e levado prisioneiro à cidade de Chihuahua, onde foi julgado e fuzilado quatro meses depois. Décimas é um conjunto de vários poemas que escreveu na parede de sua cela dias antes de ser executado. Neles agradecia ao carcereiro, o cabo Ortega, e ao chefe da prisão, Melchor Guaspe, o bom tratamento que lhe deram, pois tinham recebido ordens contrárias.
10. A Morte de Artur, de Sir Thomas Malory: Sir Thomas Malory saqueou e se comportou de forma cruel e temerária durante a Guerra das Rosas. Após ser derrotado seu grupo, Malory se viu em uma situação desesperadora, pois havia contraído grandes dívidas para custear a guerra e tinha sido acusado de bandidagem e violações. Enquanto permaneceu nela escreveu esta maravilhosa obra que apaixona qualquer fã de romances de aventuras. Sir Thomas morreu na prisão em 1471 devido a uma crise respiratória e, com sua morte, se pode dizer que a cavalaria chegou ao fim.
Um grupo de manifestantes voltou a protestar na manhã desta segunda-feira em frente ao prédio do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, na esquina da rua Aristídes Espínola com a avenida Delfim Moreira, no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro.
Em São Paulo, está marcado um “Ato pelo fim da violência contra jornalistas”, que começa depois de uma reunião no Sindicato dos Jornalistas, ás 15, 30 horas, no auditório Vladimir Herzog (Rua Rego Freitas, 530j, jornalista sequestrado, preso, torturado e assassinado pela militar.
Informa o Portal Terra: Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff.
Brasil será el escenario del Mundial del año que viene. Y no hay una sola semana en que no aparezcan denuncias de sobreprecios en las obras de los estadios, o del incumplimiento de plazos en construcción de estructuras como aeropuertos y carreteras, para no mencionar la cuestión de las telecomunicaciones.
Es normal: el país que suele nacionalizar al mismísimo Padre Eterno –Dios es brasileño, dicen todos – sigue creyendo en milagros, y a la falta de alguno confía ciegamente en su capacidad de seducción. Es decir, las cosas quizá no salgan como deberían, pero como somos simpáticos, alegres y cálidos, al final todo se arregla.
El futbol es, en Brasil, pasión nacional. Y quizá por eso pasen cosas raras y todos hagamos como si no tuviesen la menor importancia.
Basta con ver el caso de la Confederación Brasileña de Futbol, la CBF, una entidad privada sobre la cual el Estado no tiene injerencia, pese a que aporta buenos millones de dólares al año. Su actual presidente se llama José Maria Marin. En esa condición preside el comité local de organización del Mundial del año que viene. Es un viejo conspirador del mundo del deporte. Pero antes ha sido otras cosas.
Fue, por ejemplo, diputado estatal en São Paulo, en tiempos de la fase más negra de la dictadura militar que duró de 1964 a 1985. Era afiliado a la Arena (Alianza Renovadora Nacional), el partido del gobierno. A fines de 1975, siendo parlamentario, denunció la infiltración del comunismo en la televisión Cultura, la emisora pública estatal, y pidió medidas urgentes. Las obtuvo: detuvieron a Vladimir Herzog, director de periodismo de la emisora, muerto en la tortura. A Marin le pareció un mal inevitable. Todo –las prisiones ilegales, las torturas– lo eran.
Ese es el jefe máximo del futbol en Brasil. No por casualidad, Dilma Rousseff, la presidenta, quien también fue presa y torturada por la dictadura, se niega a recibirlo. También Romario, quien fue una estrella máxima del futbol y ahora es diputado federal, encabeza una campaña pública para destituirlo.
Y más: hay pruebas concretas de sobreprecio no sólo en obras contratadas por la CBF para el Mundial del año que viene. La misma sede de la entidad ha sido comprada por 35 millones de dólares, el doble del valor de mercado.
Marin asumió la presidencia de la CBF hace un año. Su antecesor es otra flor del lodo. Se llama Ricardo Teixeira. Fue presidente por 23 años y llegó a la vicepresidencia de la Federación Internacional de Futbol, la FIFA, que entre otras atribuciones organiza los mundiales y controla el deporte en todo el planeta.
Una auditoría de la FIFA comprobó que Teixeira se hizo con por lo menos 45 millones de dólares en coimas (mordidas), para favorecer licencias de partidos a empresas fantasmas. Esa cantidad es la que se logró demostrar. A juzgar por el tipo de vida que lleva Teixeira en Florida, donde reside desde su renuncia a la CBF, en marzo del año pasado, ha sido mucho más.
Luego de haber renunciado fue contratado por la CBF como consultor, con un salario de 80 mil dólares al mes. Como consultor señaló a la empresa que promueve los partidos amistosos de la selección brasileña, y sobre cada juego gana un porcentaje que nadie sabe exactamente de cuánto es.
Teixeira vive con su mujer, Ana Carolina, de 36 años, y una hija adolescente, en Boca Raton, a 65 kilómetros de Miami. La casa, para los precios locales, es relativamente modesta: vale unos 2 millones de dólares. Pero los fines de semana son pasados en Sunset Island, en Biscayne, Miami, donde es vecino de personas como Shakira, Lenny Kravitz y Ricky Martin.
Su casa, que antes perteneció a la tenista rusa Anna Kournikova, tiene 615 metros cuadrados y fue comprada por 7 millones y medio de dólares. En el garaje descansan un Porsche y dos Mercedes Benz.
Anna Kournikova, bastante más sexy que Ricardo Teixeira, un gordinflón petiso (chaparro), era una moradora pública. Teixeira es discreto, pese al barco Azimut, de 67 pies de largo y que vale unos 2 millones de dólares, anclado delante de un jardín de mil 800 metros cuadrados.
Poco sale de casa. Poco se le ve. Tendrá, por supuesto, sus razones para una vida tan discreta. Mientras, sigue operando y teniendo una influencia muy fuerte en el mundillo del futbol de Brasil. La misma FIFA que lo sancionó sigue oyéndolo, y pagando fuerte por oírlo.
Desde marzo de 2012 Teixeira no vuelve a Brasil. No quiere correr el riesgo de tener el pasaporte retenido y rendir cuentas a la justicia. Tampoco volvió a Suiza, donde los tribunales lo denuncian por haber cobrado otros 13 millones de dólares de propina de unos proveedores de la misma FIFA en la que era vicepresidente.
Sí, sí, es cierto: hay corrupción en el futbol en todo el mundo. Pero alguna vez se harán los cálculos de lo que robó y roba en el Mundial del año que viene. Que no haya ninguna duda: seremos campeones también en esa modalidad.
Romário ataca Marin, CBF e Fifa. É um gol atrás do outro.
Ana Carla Gomes e Vitor Machado(O Dia)
Romário e Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto pelo regime militar, entregaram, na sede da CBF, a petição “Fora Marin!”. O suposto envolvimento do presidente da entidade é só um dos muitos pontos atacados pelodeputado federal em entrevista ao ‘Ataque’. Refinado com a bola nos pés quando jogador, o ex-atacante entra de sola nos gastos com estádios para a Copa de 2014 e afirma que a reforma do Maracanã é “um assalto aos cofres públicos”. Herói do tetra em 1994, o Baixinho garante que a Seleção não teria chance de título se o Mundial fosse hoje.
A CPI está na fila…
Qual a sua opinião sobre a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014?
Romário: Essa reforma é um assalto aos cofres públicos. Os responsáveis, na verdade, se for fazer uma auditoria, vão ter que ir presos. É sacanagem o que estão fazendo com o dinheiro público e o Maracanã. Não precisava ter gasto metade do que se gastou. E o pior não é isso. Já está em R$ 1 bilhão e daqui a pouco vai chegar no segundo bi. Vai ser pior, porque vão dizer que essa obra era para a Copa das Confederações e vão recomeçar para a Copa do Mundo.
Por ter mantido a atitude contestadora da época de jogador, você sente que incomoda?
Incomodo principalmente aqueles que não têm uma postura correta. Quando a gente fala do Maracanã, os caras que estão metendo a mão no nosso dinheiro, ao lerem essa entrevista, com certeza vão ficar incomodados. Mas fazer o quê? Eu, quando não podia falar, já falava. Hoje que eu posso, continuo falando. Não vou mudar a minha personalidade. Caráter você só tem um. Se fui colocado lá em Brasília por 450 mil pessoas, foi para representar essa galera. Se incomodo, f…, não posso fazer nada.
Sobre os preparativos para a Copa do Mundo, qual é a sua avaliação?
Está havendo um gasto desnecessário nos estádios. A previsão era de gastar R$ 2,5 bilhões e, a um ano e pouco para a Copa, já chegaram a R$ 7,7 bilhões. Um dinheiro jogado fora. Quatro estádios não terão vida em relação ao futebol: Natal, Mato Grosso, Brasília e Manaus. Pode ter certeza que pouquíssimas vezes haverá jogos para encher esses estádios. Esperamos que eles possam colocar isso na mão de uma empresa, iniciativa privada, para que possam dar lucro. Para os outros oito estádios há grandes competições e times no estado que são suficientes para enchê-los. Mas são gastos que se colocados na saúde e principalmente na educação seriam muito mais eficientes para o País. O Brasil está deixando (de lado) coisas mais importantes. Isso é muito ruim.
E a CPI da CBF? Você protocolou no final de 2012 o pedido na Câmara…
Já coletei as assinaturas. Ela está numa fila. E na verdade essa CPI não tem a ver só com os gastos. Tem a ver com o histórico da CBF nos últimos dez anos. Do presidente anterior (Ricardo Teixeira) e do atual (José Maria Marin). A cada dia a gente vê as notícias, gravações de que o cara (Marin) é uma pessoa que está longe de ser o (o que se espera de um) presidente de uma entidade como a CBF. Infelizmente a gente está por enquanto aturando isso aí. Creio que já passou do tempo de haver uma intervenção por parte do Ministério Público, do Governo Federal, da Polícia Federal na CBF porque está cada vez pior.
Como está a CBF sob o comando de Marin e do vice Marco Polo del Nero?
A CBF, hoje, quem comanda é um cartel. Eles estão enriquecendo ilicitamente. Não com dinheiro público, mas com dinheiro que não é de direito deles. E nada acontece. As autoridades que são competentes não tomam uma iniciativa, uma decisão. Estão roubando a torto e a direito, e é isso, o futebol do Brasil sendo desrespeitado, desqualificado. Todo mundo diz que a CBF é uma empresa privada. Até é. Mas deixa de pagar os impostos, usa nosso hino, nossas cores, nossa bandeira, nossos jogadores, e os caras aí, fazendo tramoia, trapaça, sacanagem, roubo, tudo com o nome da CBF e do futebol brasileiro. Inclusive não só a CBF como o COL também, né? E vamos ver até quando essa desmoralização vai no nosso futebol. Um cara (Marin) que participou da ditadura, que segundo algumas denúncias, matérias que a gente lê, pode até ter participado direta ou indiretamente de alguns assassinatos. Como pode ele sentar ao lado da nossa presidenta (Dilma Roussef), que montou a comissão da verdade, sofreu na ditadura e foi contra tudo isso que o cara fez lá atrás, numa competição como a Copa das Confederações ou a Copa do Mundo? Para o País não é positivo.
Ir à Fifa é uma solução?
A Fifa é outra instituição corrupta. Ela vem arrumar R$ 2 bilhões, R$ 3 bilhões e vai embora, não vai deixar legado algum. Vai levar o nosso dinheiro e está tudo certo. A Fifa, o COL, a CBF, meu irmão, só vai mudar o nome dos que comandam. As atitudes são as mesmas.
O Brasil tem time para ganhar a Copa?
Hoje o Brasil não tem time para ganhar nada. Mas tem tempo. Futebol, em um ano você pode mudar muita coisa. Principalmente porque as pessoas respeitam a comissão técnica nova, os jogadores veem que são os dois últimos campeões do mundo. Eu acredito que Parreira e Felipão possam ajudar a Seleção. Empatar com a Itália, que é uma das grandes seleções, em se tratando do momento do futebol do Brasil, foi bastante positivo. Mas ainda há muito a se fazer. Se fosse hoje, o Brasil com certeza não teria condição de ganhar. Mas não é hoje. Ainda bem.
O Neymar pode ser em 2014 o Romário de 1994?
O Neymar pode ajudar o Brasil a ser campeão, mas fazer o que o Romário fez em 1994, eu acho que é distante, difícil. É o que o Pelé fez nas suas Copas, o que o Maradona fez na Copa que a Argentina foi bicampeã mundial…
O ex-atacante Romário pediu às autoridades para investigar uma possível conexão entre o chefe da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da misteriosa morte de um jornalista de TV há 38 anos.
Romário
Romário, que agora é deputado federal, pediu aos membros da Comissão do Brasil Verdade investigar abusos durante a ditadura militar do país de 1964-1985, e a entregar qualquer informação que pode ter sobre José Maria Marin, 80.
Marin, que serviu como governador do Estado de São Paulo, durante a ditadura, fez um discurso controverso, em 1975, apelando às autoridades para investigar alegações de que esquerdistas radicais estavam infiltrados na estação TV Cultura.
Marin
No discurso, vagamente formulada Marin, chamado de ações para assegurar que “retorne a calma para as casas dos paulistanos”, como os moradores da cidade de São Paulo são conhecidos.
“Eu não sei o que ação ele tinha em mente”, disse Romário, em um discurso no Congresso na quinta-feira. “O que eu sei, e o que todos nós sabemos, é que no dia 24 de outubro Vladimir Herzog, chefe de jornalismo da TV Cultura, foi chamado (pela polícia), e foi encontrado morto em sua cela no dia seguinte.”
Autoridades militares disseram que Herzog se enforcou.
Former Brazil striker Romario has called on authorities to investigate a possible connection between the head of the Brazilian Football Confederation (CBF) and the mysterious death of a TV journalist 38 years ago.
Romario, who is now an outspoken federal congressman, asked members of Brazil’s Truth Commission investigating abuses during the country’s military dictatorship of 1964-1985 to turn over any information it may have on Jose Maria Marin, 80.
Marin, who served as governor of Sao Paulo state during the dictatorship, gave a controversial address in 1975 calling on authorities to look into claims that radical leftists had infiltrated television station TV Cultura.
In the vaguely worded speech Marin called for action to ensure that “calm returns to the homes of Paulistanos,” as residents of the city of Sao Paulo are known.
“I don’t know what action he had in mind,” Romario said in a speech in Congress on Thursday. “What I do know, and what we all know, is that on the 24th of that October, Vladimir Herzog, the head of journalism at TV Cultura, was called in (by police) and was found dead in his cell the next day.”
Herzog
Military officials said Herzog hanged himself. His supporters said Herzog was tortured and killed and the scene was staged.
The Truth Commission on Friday symbolically gave Herzog’s family a revised death certificate correcting the cause of death from asphyxiation to “mistreatment in police custody.”
The commission’s president said he could not comment on Romario’s statement because he did not yet have a formal request for assistance.
A spokesman for Marin did not return calls seeking comment on Romario’s statement.
The CBF, however, hit back angrily at the allegations on its website, calling them a “clumsy campaign designed to destabilize (Marin’s) performance as the head of the CBF.”
The confederation replaced its usual front page images of footballers with a plain black background emblazoned with the words “Debunking an Untruth” written in white.
Romario proposed a public hearing to debate the subject of “football and the dictatorship” and cited several players, including former Brazil captain Socrates, who suffered at the hands of the right-wing dictatorship.
“The suspicions against the president of the CBF are serious and embarrassing,” Romario said. “We, athletes and former athletes, are highly uncomfortable with this kind of situation, principally at a time when Brazil is open to the world as it prepares to host mega sporting events.”
Brazil will host the World Cup next year and the Olympic Games in Rio de Janeiro two years later.
Romario’s criticism puts additional pressure on Marin, who is already in an uncomfortable spotlight for the CBF’s haphazard preparations for the World Cup and the Brazilian national team’s disappointing recent performances. (Transcrito do Buenos Aires Herald)
A las 08:00 horas del 25 de octubre de 1975, el periodista brasileño Vladimir Herzog se presentó en el Destacamento de Operaciones de Informaciones del Centro de Operaciones de Defensa Interna (DOI-CODI), de São Paulo, uno de los centros de detención y tortura de la última dictadura.
Entonces Herzog era director del Departamento de Teleperiodismo de TV Cultura y había sido llamado a “prestar declaración” sobre la acusación de pertenecer al Partido Comunista. La fotografía de su cuerpo ahorcado en una simulación de suicidio, divulgada poco después, se convirtió en el símbolo de una farsa.
Denunciada por el Sindicato de Periodistas Profesionales de São Paulo, la muerte de “Vlado”, como le llamaban, generó protestas y dio pie al movimiento popular que contribuyó esencialmente a derribar la dictadura que se extendió en Brasil de 1964 a 1985.
Más de 37 años después, el asesinato de Herzog podrá abrir una nueva puerta para revelar lo acontecido en ese largo periodo dictatorial.
La Comisión Interamericana de Derechos Humanos aceptó el caso y decidió investigar la responsabilidad del Estado brasileño por entender que este país no activó los mecanismos judiciales correspondientes para aclarar el crimen y castigar a sus responsables.
La Comisión presentará un informe con recomendaciones al gobierno centroizquierdista de Dilma Rousseff y, en caso de no ser cumplidas, será elevada una denuncia a la Corte Interamericana de Derechos Humanos. Los dos organismos forman parte del que forma parte del sistema de la Organización de los Estados Americanos.
En 2010, Brasil fue condenado por ese mismo tribunal continental por no esclarecer ni determinar las responsabilidades penales y las sanciones correspondientes por la “detención arbitraria, tortura y desaparición forzada de 70 personas durante la dictadura, entre miembros del Partido Comunista y campesinos de la región”, involucradas en la guerrilla del Araguaia, un grupo que actuó entre 1972 y 1974 en la región de Marabá, en Pará.
Los intentos de llevar a la justicia a los torturadores del periodo militar en Brasil son obstaculizados por la Ley 6.683, de 1979, que amnistió a todos los involucrados en delitos políticos y contra los derechos humanos perpetrados entre el 2 de septiembre de 1961 y el 15 de agosto del mismo año de emisión de la norma, en plena dictadura.
Aún así, el gobierno de Rousseff logró un gran avance con la aprobación de la Ley 12.528, de 2011, que creó la Comisión Nacional de la Verdad, con el objetivo de investigar los casos de desaparecidos políticos durante la dictadura.
Esa ley fue promulgada en 2012 y tiene dos años para concluir su labor. Según el documento “Direito à Memória e à Verdade” (Derecho a la memoria y a la verdad), elaborado por el gobierno, al menos 150 opositores permanecen aún desaparecidos tras ser apresados o secuestrados por agentes de la represión en ese entonces.
Los familiares buscan los cuerpos o cualquier información sobre el destino que corrieron sus seres queridos.
Cada día surgen en el país nuevas comisiones, con representantes estaduales, de estudiantes y de trabajadores.
“Todo acto de verdad y justicia, que organiza a las nuevas generaciones para el conocimiento y la lucha por los derechos humanos en Brasil significa derrotar una vez más a la dictadura y al estado de excepción”, afirmó la ministra Maria do Rosário Nunes, de la Secretaría de Derechos Humanos de la Presidencia de la República, en el lanzamiento el 19 de este mes de la Comisión de la Verdad de los Periodistas.
“Brasil llega con un poco de atraso al debate de las comisiones de la verdad para recuperar la memoria y llegar a la justicia en relación a los muertos y desaparecidos durante la dictadura en comparación con otros países, como Uruguay y Argentina”, dijo a IPS la secretaria general de la Federación Internacional de Periodistas (FIJ), Beth Costa.
“Pero la FIJ y la Federación Nacional y Latinoamericana de Periodistas dan la bienvenida a la decisión firme del gobierno brasileño”, agregó.
Costa reconoció la dificultad del gobierno para contraponerse a las resistencias históricas, que datan del periodo de redemocratización del país.
“Durante años hubo resistencia del sector militar, que todavía desempeña un papel de impacto debido a la representación que en el parlamento tienen los partidos conservadores, muchos de los cuales apoyaron el régimen militar”, dijo.
Los integrantes de la Comisión Nacional de la Verdad tienen el desafío de llenar las lagunas de información sobre las desapariciones y los asesinatos, así como de documentos de los archivos que fueron puestos a disponibilidad para la investigación, pese a que Rousseff firmó la Ley de Acceso a la Información junto con este cuerpo especializado.
“En total, 25 profesionales de la comunicación fueron muertos durante la dictadura”, dijo a IPS el periodista Audálio Dantas, quien fue presidente del Sindicato de Periodistas Profesionales de São Paulo y lideró las protestas para desenmascarar la farsa del suicidio de Vlado.
Dantas, hoy presidente de la Comisión Nacional de Memoria, Justicia y Verdad de los Periodistas Brasileños, constató faltas importantes en la documentación al recabar datos para escribir el libro “As duas guerras de Vlado Herzog” (Las dos guerras de Vlado Herzog), publicado en 2012 por Editora Civilização Brasileira.
Además, para acceder al material disponible sobre el caso Herzog, le pidieron una copia del certificado de defunción. “La exigencia era, además de absurda, irrespetuosa de la memoria de Vlado. Cumplirla significaba aceptar como verdadero el laudo necrológico que el médico Harry Shibata, colaborador del DOI-CODI, firmó sin ver el cuerpo, declarando la muerte como suicidio”, escribió Dantas en su libro.
“Finalmente, la Comisión de la Verdad consiguió que se rectificara el documento”, relató a IPS. Ahora se indica que la muerte fue consecuencia de “lesiones y maltratos sufridos en la dependencia del segundo Ejército de São Paulo (DOI-CODI)”.
Beth Costa considera que la recuperación de la historia de los periodistas desaparecidos por la dictadura será fundamental para la memoria y la redemocratización de las instituciones, especialmente en este momento en que el país figura en la lista de quienes presentan un gran número de reporteros asesinados en el ejercicio de la profesión.
El derecho a la libertad de informar y de ser informado está en riesgo nuevamente. Esto quedó claro cuando los periodistas André Caramante, del diario Folha de São Paulo, y Mauri Konig, de la Gazeta do Povo, de Paraná, tuvieron que abandonar el país debido a amenazas de muerte tras denunciar a las policías de sus respectivos estados.
Mauri (camisa listada), nestes tempos de exílio e terrorismo policial, vem realizando palestras em vários países
Dantas recordó que, más allá de garantizar la protección de los profesionales de la comunicación en su trabajo, los gobiernos deben enfrentar a los grupos de exterminio dentro de las policías, resquicio de los tiempos de la dictadura.
“Es una vergüenza que nosotros, que luchamos contra la represión política, no seamos capaces de luchar contra la represión que ocurre diariamente en las periferias de las grandes ciudades y dentro de las delegaciones de la policía”, sostuvo.
“Los gobiernos tienen miedo de enfrentar esa cuestión, tal vez porque la mayoría de la clase media y de la elite considera que se debe aprehender y matar sin mediar juicio. Es la situación más vergonzosa que el país vive hoy”, sentenció. IPS