“La alegría” no es sólo argentina

>>> Por Rudy
Sátira 12/ Página 12/ Argentina

¿Cómo le va, lector, cómo anda? ¿Festejando la “revolución de la alegría”? ¿Vio que es taaaan exitosa, que a los brasileños les gustó, y la quieren ahí también? ¡Y mire que ellos de alegría saben ¿eh!? ¡Pero les gustó tanto nuestra alegría, que no pueden esperar que Dilma Rousseff, la presidenta que ellos mismos eligieron hace poco más de un año, termine su mandato en paz, y luego, sí, elegir a un candidato que les alegre el mandado con globos amarillos y “O globos” (¡uy, qué coincidencia!)

No, ellos están tan apurados por tener una alegría como la nuestra, tan ansiosos de sentir lo mismo que nosotros, que están acelerando el trámite. Acusaron a su presidenta de corrupción. O de corrosión, o de corrección, o de ser mujer como Cristina, o de…

* No haber salido campeones del mundo durante su mandato (mundial 2014)
* Que Messi es argentino
* Haber tenido una política económica neoliberal
* No haber tenido una política económica neoliberal
* No tener los ojos celestes y los globos amarillos como Mauricio
* De llamarse Dilma, nombre que lleva a la confusión de muchos, que tienden a decir “Vilma” porque de chiquitos veían Los Picapiedras
* De que su apellido “Rousseff” les suena demasiado a Rousseau, como el de la Revolución Francesa, y acá la única revolución que vale es “la de la alegría”
* De que al tener dos “s” y dos “f” seguidas en su apellido está desperdiciando recursos, ya que ella puede darse el lujo de tener dos letras, y hay gente que no tiene ninguna
* Que protestó cuando se enteró de que los EE.UU. la estaban espiando, sin entender que en la División Internacional del Trabajo a los EE.UU. les tocó espiar a todos
* De no ser Lula
* De ser del mismo partido que Lula
* De que si no la echan a ella ahora, capaz que después viene Lula de nuevo
* De que su partido propicia una ‘política distributiva (en realidad lo que critican es que sea distributiva entre los pobres, si fuera entre los ricos, no pasa naranja)
* De no distinguir entre la gente normal y los pobres, como nuestra benemérita vicemauricia
* De ser amiga de CFK y no de MM
* De no haber nombrado al rabino Bergman como ministro de Medio Ambiente
* De no tener cuentas en Panamá, como corresponde a alguien de su categoría
*De nada

Con todas esas causas en su contra, es casi obvio que los días de Dilma en el gobierno están contados, y no son muchos. Porque los brasileños tienen el mismo derecho que nosotros a la alegría.

Tienen derecho a tener un gobierno que sea equitativo, y les dé mucho a los que ya tienen, y les quite a los que no tienen nada, porque si no tienen nada es porque no lo necesitan.

Tienen derecho a un gobierno que concentre los medios de comunicación, para que en todos los canales, diarios y radios digan lo mismo, de manera de evitarles la trabajosa decisión de elegir a quién escuchar, y puedan dedicar su tiempo a la alegría.

Tienen derecho a un gobierno que los despida, es muy triste irse de un lugar sin que nadie te diga “Chau, adiós, arrivederci, va embora, guei gesunterheit (viajá con salud, en idish), au revoir, das vidaña (hasta mañana, en ruso), good bye o lo que sea, pero que te despidan.

Tienen derecho a ganar mucho menos dinero que antes, así se libran de comprar medicamentos que solamente sirven cuando uno está enfermo, y comen menos, lo que contribuye a estar mejor físicamente.

Tienen derecho a no tener que hacerse cargo de los demás, pagando impuestos y respetando leyes sociales que los obliguen a desprenderse de lo que tanto esfuerzo les costó ganar, heredar, afanar, rapiñar o como sea, pero ahora es de ellos y basta.

Tienen derecho a consumir lo que les digan que hay que consumir esos mismos medios que ahora les dicen que Dilma es mala y corrupta, y que los Reyes Magos existen y son Las Multinacionales, los Holdouts y los Bancos.

Tienen derecho a tener derecha.

Una cosa rara, lector. En estos días en los que los brasileños festejan que la alegría está por comenzar, y los argentinos festejamos que “y ya lo ve, y ya lo ve, somos deudores otra vez” (siempre lo fuimos, pero ahora mucho más), se celebra también el Peisaj (o Pesaj), llamada también Pascua judía, que recuerda el Exodo de Egipto hacia la libertad, que implicó 40 años de caminata en el desierto.

A ver… en Egipto había esclavitud, plagas, muchos dioses, comida para quien pudiera pagarla, pirámides para construirle al faraón… ¡había alegría! ¿por qué irse? ¡Inexplicable! En fin, lector, parece que los pueblos antiguos hacían esas cosas… hay que entenderlo, eran otros tiempos.

Como evolui a crise no Basil

A crise política brasileira já foi muito comparada à série de ficção “House of Cards”, que narra os segredos e as intrigas nos bastidores da Casa Branca, mas evoca cada vez mais o cenário apocalíptico dos zumbis de “The Walking Dead”. Ao menos, é assim que o jornal britânico Financial Times explicou a trama tupiniquim para seus leitores.

Em meio às manobras políticas, midiáticas e jurídicas surreais a que os brasileiros têm assistido nos últimos meses, o enredo da série protagonizada por Francis Underwood (Kevin Spacy) – um vice-presidente dos EUA que assume a presidência após arquitetar secretamente o impeachment do chefe na nação, valendo-se dos meios mais inconfessáveis para se perpetuar no poder – parece, de fato, “entediante”, como colocou o popular vlogueiro norte-americano Hank Green

Até a produção da série, produzida pela Netflix, brincou com a comparação, publicando um gif no Twitter em que Underwood se diverte “assistindo ao noticiário brasileiro” no dia em que o juiz Sérgio Moro vazou ilegalmente o áudio de conversas particulares entre Dilma e o ex-presidente Lula.

https://mobile.twitter.com/HouseofCards/status/710244596844986368/photo/1

“os políticos mortos-vivos [‘Walking Dead’] de Brasília ameaçam transformar um país que já teve uma das mais vibrantes histórias de crescimento global na economia zumbi do mundo emergente”.

E enquanto analistas advertem para a marcha da insensatez que tomou conta da nação, cresce o temor de que a metáfora apocalíptica seja levada às suas últimas consequências com a explosão de confrontos registrados nas ruas e nos espaços públicos do país. Esperemos os próximos capítulos. Leia mais e veja vídeos

O retorno dos golpes na América Latina

  • O efeito dominó dos golpes de Honduras e Paraguai

  • Dilma desconhece que na propaganda política devemos usar as mesmas armas dos adversários 

 

 

As ditaduras do Século XX retornaram à América Latina por Honduras, com o impeachment e prisão do presidente Manuel Zelaya em 2009. O golpe foi motivado pelo medo de que ele introduzisse um “socialismo populista” aos moldes de Hugo Chávez no país. A mesma acusação existe contra Dilma Rousseff. Jango foi deposto em 1964, acusado de pretender instalar uma república sindicalista, tendo como modelo o peronismo da Argentina.

Manuel Zelaya foi eleito presidente de Honduras em 2005 pelo Partido Liberal, um dos mais tradicionais do país, para um mandato não-renovável de quatro anos. Nascido em uma família rica, Zelaya faz parte da elite empresarial de Honduras. Inicialmente apoiava os tratados de livre comércio com os Estados Unidos, mas a partir de 2007, com a guinada à esquerda da América Central, começou a adotar posições alinhadas com o “Socialismo do Século XXI” inaugurado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tanto nos campos econômico e social como na política externa ligada à Alternativa Bolivariana para as Américas, o que – segundo analistas de esquerda teria desagradado a “elite” de seu país, que sempre manteve laços fortes com os Estados Unidos. De acordo com o jornal estadunidense The New York Times, muito do apoio a Zelaya vinha de sindicatos, enquanto que a maioria nas classes média e alta – assim como vários analistas – temiam que ele pretendesse entrar no Mercosul. Ou um governo tipo petista de programas sociais, como bolsa-família. Dilma foi além de Lula, no avanço independente de entrar no BRICS.

Outro motivo: Zelaya tinha a intenção de fazer uma consulta pública, para que os eleitores opinassem sobre a realização de um referendo para a convocação de uma Assembléia Constituinte. O mesmo acontece no Brasil, o Congresso e a Justiça Suprema são contra a realização de referendos e plebiscitos.

O golpe de Honduras foi também uma reação por impor às emissoras de rádio e televisão a obrigatoriedade de transmitir programas do governo. No Brasil existia o programa de rádio de maior audiência “A Voz do Brasil”, que Dilma em um ato suicida, sucumbiu à pressão da Globo. Em 12 de junho de 2014, entrou em vigor uma medida provisória, que autoriza a flexibilização do horário da Voz do Brasil entre 19 e 22 horas.

Outra pressão sofrida por Dilma foi remunerar o guia eleitoral, lei Etelvino Lins de 1965, que deixou de ser gratuito, e exibido em horário nobre nas programações de rádio e televisão. E o pior, a redução do tempo de campanha, o que impossibilita os eleitores de conhecer os candidatos. Razão de termos uma maioria de corruptos nos governos estaduais e casas legislativas.

Este ano, a propaganda em rádio e TV tem início no dia 26 de agosto, ou seja, dez dias depois do que foi nas últimas campanhas. A propaganda eleitoral, que antes tinha dois programas por dia, com duração de meia hora, de segunda a sábado, agora terá dois programas de apenas 10 minutos.

As informações oficiais, jornalísticas e propagandistas do Governo são defensivas e péssimas. Para completar, na véspera da votação do impeachment, Dilma foi impedida, pela justiça parcial e partidária, de falar à Nação, de apresentar sua defesa, quando todo governante tem que prestar contas ao povo, e as rádios e televisões são concessões, e o atual monopólio dos meios de comunicação foi criado pela ditadura militar, e consolidado como moeda de troca pelo voto que aprovou a emenda da reeleição de Fernando Henrique.

O golpe de Honduras, de 2009, foi repetido no Paraguai em 2012, e vai acontecer no Brasil este ano; e do Brasil, pelo chamado efeito dominó, destruir as democracias independentes da Venezuela, Bolívia, Equador e demais países livres da América Latina.  Clique nos links abaixo deste post

 

 

 

 

 

 

ALOYSIO DEFENDE CUNHA E DIZ QUE TEMER PEDIU AJUDA AOS EUA

PRETENSIOSO DESEJO DE ACABAR COM O BRICS E MERCOSUL

 

Entrevista do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) à BBC é uma das mais vergonhosas manifestações políticas da história do Brasil; nela, ele garantiu que Eduardo Cunha, o campeão das propinas, será presidente da Câmara até o fim do seu mandato; disse ainda que o vice-presidente Michel Temer reforçou o pedido aos EUA para que o golpe brasileiro não seja chamado de golpe; parlamentar tucano também desqualificou a Organização dos Estados Americanos (OEA), cujo secretário-geral Luis Almagro denunciou o golpe, e disse que o Brasil tem que se afastar dos vizinhos sul-americanos; golpe brasileiro já se transformou em mico internacional e Aloysio passou vexame nos Estados Unidos.

Temer mandou o Cabo Anselmo Aloysio Nunes beijar os pés dos piratas do império. Isso é coisa de traidor. Traidor do Governo do Brasil, sim. Traidor da Pátria Amada, sim. Fica explicado porque nas marchas golpistas pediram a intervenção de exército estrangeiro. Porque Moro autorizou o FBI atuar na Lava Jato.

 

O GOLPE DO BRASIL, HONDURAS E PARAGUAI PARA O EQUADOR, BOLÍVIA E VENEZUELA

247 – O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) diz que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) lhe telefonou na véspera da viagem para os Estados Unidos preocupado com a difusão do discurso de que “há um golpe em curso no país” e pedindo ajuda para desmontar a tese.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Aloysio afirma em entrevista à BBC Brasil que defenderá a legitimidade do impeachment em suas reuniões com as autoridades norte-americanas.

“Conversei pouco antes de vir com Temer, quando ele manifestou preocupação com esse tipo de orquestração promovida pelo governo brasileiro, que é profundamente lesiva aos interesses permanentes do país. Uma das coisas que nos distinguem de muitos desses Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros que concorrem conosco por investimentos internacionais é ser um país onde as instituições democráticas funcionam normalmente, os direitos são respeitados, a imprensa é livre, há segurança jurídica”, disse o tucano.

Na entrevista, o senador critica o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. “Creio que o diálogo com esse senhor não resultará luz nenhuma. Ele se transformou num propagandista desta tese que o PT vem sustentando, de que há em curso um golpe no Brasil”, afirma.

O tucano diz não ver problemas que o impeachment na Câmara tenha sido conduzido por Eduardo Cunha. “Ele tem essa função. É o presidente da Câmara e será presidente da Câmara até fim do ano. O que está sendo julgado no impeachment não é o presidente da Câmara, é a presidente Dilma Rousseff. Ela cometeu delitos que são próprios da Presidência da República”, ressaltou.

Ele ainda defende que o Brasil mude suas relações com outros países da América do Sul. “O PT, durante muito tempo, fez política externa baseado numa convicção de que os EUA eram uma potência decadente, um país imperialista, e era preciso então que o Brasil se alinhasse a um novo bloco. Isso levou a um desvirtuamento do Mercosul, que de bloco econômico visando a facilitar trocas comerciais e investimentos se transformou em plataforma política. E levou a um alinhamento com países como Venezuela, Equador, Bolívia, com prejuízos de interesses brasileiros. Nós queremos mudar isso. Os EUA têm de ser um grande parceiro nosso”, afirmou.

Na campanha presidencial Dilma previu a conspiração do Tio Sam

Reveja o debate com o golpista Aécio Neves, e porquê os Estados Unidos apóiam a derrubada de Dilma.

Idem o histórico da espionagem da CIA e os motivos de Moro chamar o FBI para atuar na Lava Jato

Alunos da Escola das Américas citados no Tortura Nunca Mais. Formação de ditadores assassinos

Escola das Américas formou vários ditadores e torturadores e espiões das ditaduras na América do Sul.

Escola das Américas foi inicialmente criada em Fort Amador, no Panamá, como parte da iniciativa da conhecida Doutrina de Segurança Nacional. Sua denominação inicial foi “Centro de Adestramento Latinoamericano – Divisão da Terra” (“Centro de Adiestramiento Latinoamericano – División de la Tierra” em espanhol). Sua missão principal era a de fomentar cooperação ou servir como instrumento para preparar as nações latino-americanas a cooperar com os Estados Unidos e manter assim um equilíbrio político contendo a influência crescente de organizações populares ou movimentos sociais de esquerda.

Instalações onde funcionou a Escola de das Américas no Panamá.

Em 1950 a escola mudou o seu nome para United States Army Caribbean School ( Escola Caribenha do Exército dos Estados Unidos, em português) e foi transferida para Fort Gulick, também no Panamá; neste mesmo ano o espanhol foi adotado como língua oficial da academia. Em julho de 1963 o centro reorganizou-se com o nome oficial de United States Army School of the Americas (USARSA), ou mais popularmente como Escola das Américas.

Durante as seguintes décadas cooperou com vários governos e regimes totalitários e violentos. Vários dos seus cursos ou adestramentos incluíam técnicas de contra insurgência, operações de comando, treinamento em golpes de Estado, guerra psicológica, intervenção militar, técnicas de interrogação. Manuais militares de instrução destas iniciativas, primeiramente confidenciais, foram liberados e publicados pelo pentágono Americano em 1996. Entre outras considerações, os manuais davam detalhes sobre violações de direitos humanos permitidos, como por exemplo o uso de tortura, execuções sumárias, desaparecimento de pessoas, etc definindo seus objetivos como sendo o de conter e controlar indivíduos participantes em organizações sindicais e de esquerda.

O Brasil enviava regularmente militares para treinamento na Escola das Americas . Entre os graduados mais reconhecidos encontram-se importantes instigadores de crimes de guerra ou contra a humanidade, alguns deles também relacionados estreitamente aos esquadrões da morte e ao crime organizado bem com com ligações com a CIA estado-unidense:

  • Brigadeiro João Paulo Burnier, militar da Força Aérea Brasileira.
  • General Manuel Noriega, responsável pela ditadura militar no Panamá, e antigo colaborador da CIA, esteve preso por vários anos nos Estados Unidos por sua relação com o narcotráfico, atualmente segue preso, porém foi transferido para o Panamá;
  • General Hugo Banzer, responsável pelo sanguinário golpe na Bolívia em 1971 e sua subsequente ditadura militar que se prolongou até 1978. Hugo Banzer foi incluído em 1988 no Hall da Fama da Escola;
  • Roberto D’Aubuisson, graduado en 1972 e depois parte do serviço de inteligência de El Salvador, acusado como líder de esquadrões da morte, entre outros crimes e delitos.
  • General Héctor Gramajo, ex-ministro de Guatemala, autor de políticas militares genocidas nos anos oitenta.
  • Roberto Eduardo Viola, promotor do golpe de estado na Argentina em 1976.
  • Leopoldo Fortunato Galtieri, precursor da Guerra das Malvinas (1982), líder da Junta Militar da Argentina que supervisionou desde 1981, os dois anos finais da “guerra suja”, onde se torturaram mais de 100.000 pessoas, e posteriormente mais de trinta mil foram assassinadas e desaparecidas.
  • General Guillermo Rodríguez, responsável pelo golpe de estado de 1972 a 1976 no Equador.
  • Vladimiro Montesinos, advogado, militar, colaborador inicial da CIA, responsável pelo Serviço de Inteligência do Peru durante o polêmico governo de Alberto Fujimori. Acusado de repressão política, incitador do golpe de estado e de arrecadar enorme fortuna graças a sua estreita ligação com o narcotráfico.

Notorious Graduates From Brazil


Bismarck Baracuhy Amancio Ramalho, 1967, Military Intelligence, Phase II
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Mauro Baptista Lobo, 1967, Counterintelligence
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Carlos Alberto Bravo da Camara, 1967, Military Intelligence Phase I;
1967, Counterintelligence Off.
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

SGT Sergio Mazza de Azevedo, 1968, Combat Intelligence; 1968, Advanced
Auto Repair
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Joao Flavio de Freitas Costa, 1967, Counterintelligence
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

CPT Luiz de Souza Aguiar, 1959, Military Police Officer
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Ubirajara Escorcio, 1968, Combat Intelligence
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Jose Gomes da Silva, 1969, Military Police
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

1LT Jose Lamas Portugal,1990, Instructor
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

GEN Helio Lima Ibiapina,1966, Military Intelligence, Phase I
Torture, 1969: Accused by Gregorio Bezerra of false imprisonment and
torture. (Tortura Nunca Mais)

Altevir Lopes, 1960, Military Police Officer
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

CPT Paulo Magalhaes, 1959, Military Police Officer
Torture, 1969: Accused in a military court by students Sergio Ubiratan
Manes and Paulo Roberto Manes of torturing them. (Tortura Nunca Mais)

Francisco Renato Mello, 1967, Military Intelligence, Phase I
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

CDR. Clemente Jos? Monteiro Filho, 1965, Military Intelligence
Torture, 1969: Accused in military court by the following persons of
torture by various methods, including electric shock: Humberto Trigeiros
Lima, ina de Souza Medeiros, Marta Maria Kagsburnn, Marta Mota Lima
Alavarez, Sebastiao Medeiros Filho and Luis Carlos de Souza Santos.
(Tortura Nunca Mais)

Joao Paulo Moreira Burnier, 1967, Military Intelligence, Phase 1
Torture and Execution, 1971: Accused in military court by political
prisoner Alex Polari de Alverga of torturing and killing Stuart Edgard
Angel Jones. (Tortura Nunca Mais)

Clodoaldo Paes Cabral, 1970, Inteligencia Militar para Alistados
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Paulo Scholoenback Rubens, 1970, Inteligencia Militar para Oficiales
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Walfrido Silva, 1964, Jungle Operations
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

CPT. Lucio Valle Barroso, 1970, Military Intelligence for Officers
Torture, 1971: Accused in military court by political prisoner Alex
Polari de Alverga of torture by electric shock, suffocation, and
injection of pentothal. (Tortura Nunca Mais)

Thaumaturgo Sotero Voz, 1962, CIO
Torture, 1972: Accused in court by ex-political prisoner Danilo Carneiro
of personally torturing him. (Tortura Nunca Mais)

Moyses Thompson do Nascimento, 1972, Instructor
Repressive Forces: According to the Brazilian human rights group
Tortura Nunca Mais, he is linked to the repressive forces that existed
in Brazil in the 1960’s and 70’s. (Tortura Nunca Mais)

Aécio, rei do nióbio, um minério raro e mais caro que o diamante, o ouro, o petróleo

O Brasil possui 98% das jazidas de nióbio do mundo. O Canadá enriqueceu pela posse de apenas 2 por cento. É  uma riqueza escondida. A proposital confusão começa pelo nome, que o nióbio é também chamado de tântalo e de colúmbio.

Tenho denunciado o preço aviltado do nióbio, e o tráfico desse minério raro, importante para novos inventos, notadamente na nova era espacial e guerra nas estrelas.

O nióbio faz do Brasil o país mais rico do mundo, e Aécio Neves é o rei do nióbio.
Eneas Carneiro (1938-2007), na campanha presidencial, afirmou que só a riqueza produzida pelo nióbio no Brasil correspondia ao PIB, que na época era R$ 2,6 trilhões em 2007.

Em 2010, vazou um documento pela Wikileaks que, incluía as minas e jazidas de nióbio no Brasil como recursos e infraestrutura estratégicos e imprescindíveis aos Estados Unidos da América.

 

Aécio tem parte no roubo do nióbio brasileiro

 

Uma das principais riquezas do país é vendida a quase metade do valor do mercado, para sonegação de impostos.

Via PCO

O Brasil é o maior produtor do mundo de Nióbio, um metal raro e caro, explorado principalmente em Araxá, cidade do interior de Minas Gerais. Esta riqueza, no entanto, não é revertida para o país ou para o estado, que possui a concessão pública da exploração, devido a esquemas de subfaturamento e corrupção envolvendo a exploração do metal.

O nióbio é fundamental para a produção de ligas de alta resistência usados, sobretudo, na engenharia aeroespacial. A extração deste produto em Araxá pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) representa 75% de toda a produção mundial. O único outro país que possui uma produção de nióbio considerável é o Canadá, que mesmo com produção muito menor consegue manter através dos impostos e royalties deste minério grande parte da arrecadação pública.

Oficialmente, a empresa estadual Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) é a dona das jazidas de nióbio e arrendou para a CBMM por meio de uma empresa mista entre as duas, a Comipa. A Codemig recebe 25% do lucro líquido de toda a operação da CBMM.

Este arrendamento foi feito há mais de 30 anos e nunca houve uma licitação para a exploração do nióbio em Araxá. A última renovação do contrato foi feita em 2003, logo após a posse de Aécio Neves (PSDB) no governo do estado.

A Codemig é presidida por Oswaldo Borges da Costa Filho, indicado por Aécio Neves em 2003. Borges era próximo à família de Aécio e com o cargo que ganhou possuiria poder sobre os investimentos e obras de todas as empresas estaduais de Minas Gerais.

A CBMM supostamente venderia a tonelada de liga de ferro e nióbio por US$26 mil, mas de acordo com o governo dos EUA, o valor no mercado seria de US$41 mil por tonelada. Por causa do valor subfaturado, desconfia-se que a empresa responsável, que possui subsidiárias fora do país, revenderia a este valor para suas sedes e revenderia com o valor real, de acordo com o preço praticado no mercado.

O Grupo Moreira Salles possui 70% da CBMM e os outros 30% são divididos igualmente para um consórcio japonês-sul-coreano e um consórcio chinês. Com 15% das ações, estes consórcios possuem poder de veto dentro da empresa.

Há denúncias de que o dinheiro do contrabando de nióbio estaria envolvido inclusive com o financiamento público da imprensa burguesa em Minas Gerais, prática conhecida do governo de Aécio Neves.

Este verdadeiro roubo de uma das maiores riquezas naturais que o Brasil possui é feito com a cumplicidade da Procuradoria Geral de Justiça. O Ministério Público nunca conseguiu dar continuidade às investigações e denúncias feitas sobre esta exploração. E as investigações feitas por diversos órgãos, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sempre terminaram omitindo a corrupção por trás destes esquemas.

Leia também:
Tucanagem: Aécio Neves e o nióbio de Araxá
O estratégico nióbio
Rondônia: Floresta privatizada esconde o nióbio, o mineral mais estratégico e raro do mundo

Golpe Paraguaio made in Brazil

por Gilmar Crestani

O veterano repórter Marcelo Auler disseca os intestinos do Golpe Paraguaio. Faz uma colonoscopia e encontra os parasitas que tomaram conta dos intestinos, via CUnha, do Brasil.

Com explicações tão detalhadas, que parecem mais uma aula de taxidermia, qualquer palavra acrescentada não se resolve em mais luz sobre os fatos. Mas dá a dimensão do tamanho das lombrigas que estão alojadas nas instituições públicas.

 

Gilmar Mendes, Rodrigo Janot e Deltan Dallgnol e o jogo político no Judiciário

 

por Marcelo Auler

Em uma decisão de 2002 concedeu liminar suspendendo duas ação dereparação de danos por improbidade contra três ministros de FHC, de quem ele foi Advogado Geral da União. Em 2008, mandou arquivá-las. Seus colegas do STF reabriram os dois casos agora. Quem obstruiu a Justiça?

Nesses tempos em que a intolerância grassa e muitos agem mais com o emocional do que com a razão, nada melhor do que um dia atrás do outro para que algumas máscaras caiam. Na quarta-feira, 16, o ministro Gilmar Mendes, sob os holofotes da tribuna do Supremo Tribunal Federal queixou-se da nomeação de Luis Inácio Lula da Silva para ministro por entendê-la como uma forma de obstar a Justiça.

Na avaliação do ministro, a nomeação de Lula para o primeiro escalão do governo ocorre “a pretexto, a dar sobrevida ao governo e dar algum conforto no foro privilegiado” ao ex-presidente. “É quase uma acusação de que esta Corte será complacente com malfeitos”, disse Mendes durante sua manifestação no julgamento de recursos ao rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como noticiou o jornal Valor Econômico, naquele mesmo dia, na reportagem Nomeação de Lula para ministério gera desconforto, diz Gilmar Mendes,

Dois dias depois, ao se manifestar nos processos movidos pelo PSDB e PPS contra a nomeação de Lula, Mendes, transformou em decisão o pré-julgamento que fizera. Como estivesse lendo o futuro numa bola de cristal, explicou: “Pairava cenário que indicava que, nos próximos desdobramentos, o ex-presidente poderia ser implicado em ulteriores investigações, preso preventivamente e processado criminalmente. A assunção de cargo de Ministro de Estado seria uma forma concreta de obstar essas consequências. As conversas interceptadas com autorização da 13ª Vara Federal de Curitiba apontam no sentido de que foi esse o propósito da nomeação”, expôs ao determinar a suspensão da posse de Lula e a remessa das investigações contra ele para o juiz Sérgio Moro. Medida inócua, pois na segunda-feira seguinte, Teori Zavascki avocou esses casos para análise do STF.

Não precisou muito tempo para a máscara cair. No sábado, (26/03), O Estado de S. Paulo noticiou a reabertura “de duas ações de reparação de danos por improbidade administrativa contra os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Pedro Parente (Casa Civil), Gustavo Jorge Laboissiére Loyola, Alkimar Andrade, Gustavo Henrique Barroso Franco e Francisco Lafaiete de Pádua Lopes (ex-presidentes e ex-diretores do Banco Central), no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)”.

Impetradas em 1995 e 1996, pelo então procurador-geral das República, Antônio Fernando Souza, estas ações estavam paralisadas desde 2002 (quando Mendes as avocou) e foram arquivadas em 2008 por decisão dele mesmo, pouco antes de assumir a presidência da Corte. Lembrem-se, Mendes ingressou no STF em 2002, nomeado por FHC, após ser seu Advogado Geral da União. Pelo jeito, o arquivamento – em uma decisão monocrática – foi indevido pois, agora, seus colegas do Supremo entenderam que as ações devem continuar. Passaram 14 anos paralisadas. Cabe perguntar, quem mesmo obstruiu a Justiça?

As duas ações propostas pelo ex-procurador-geral da República – hoje advogado de defesa de Eduardo Cunha – eram de ressarcimento de valores ao erário por Improbidade Administrativa. Cobrava-se o ressarcimento aos cofres públicos dos valores gastos pelo Banco Central com a ajuda aos bancos Econômico e Bamerindus, além de outros atos do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – Proer. A ação da 22ª Vara Federal de Brasília (nº 95.00.20884-9) chegou a ter uma sentença em que os réus foram condenados a ressarcirem o erário em R$ 202.965.000,00, corrigido monetariamente pelos índices do IPCA/IBGE, a contar da data do ajuizamento até a data do efetivo pagamento.

Independentemente da discussão em torno dos valores a que os réus foram condenados, uma das motivações que levaram o ministro Mendes a avocar o caso para o STF, ele se apegou ainda a duas teses que há muito foram derrubadas pela jurisprudência do Supremo. A primeira de que “atos de improbidade, enquanto crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado estão sujeitos exclusivamente ao regime da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, de modo que a apuração de atos de improbidade atribuídos a tais agentes, nos termos do art. 102, I, “c”, da Constituição, encontra-se sujeita à competência do Supremo Tribunal Federal”.

 

Ex-ministros e ex-diretores do Banco Central do governo FHC foram beneficiados por decisão do ministro Gilmar Mendes. Para eles, mesmo após saírem do governo, estava garantido o foro especial.(Fotos reproduções)

Outro argumento usado e que também já não encontra respaldo nas decisões de seus colegas da Corte é o de que o fato de os réus não estarem mais em função pública não desautorizaria o julgamento pelo STF. Na decisão, Mendes expôs: “Não há outro juízo competente para processar e julgar os reclamantes pela prática de crime de responsabilidade, já que os atos supostamente ilícitos a eles imputados referem-se à época em que ocupavam cargos de agentes políticos”. Isso, como se sabe, há muito não é aceito pelo Supremo. A prática mostra que quando o réu perde a função pública ou o mandato que lhe garantia o foro especial, o processo é redistribuído. Exemplo mais recente e foi do ex-governador e ex-deputado, o tucano Eduardo Azeredo, que renunciou ao mandato na Câmara dos Deputados para não ser julgado pelo Senado no caso do Mensalão Mineiro. (ou Mensalão Tucano).

Janot e seu público interno – Justamente por todos estes precedentes do Supremo é que soa completamente estranha a tese defendida pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que os ministro da corte devem autorizar o ex-presidente Lula a ser empossado como ministro da Casa Civil de Dilma, mas manter as ações contra o mesmo na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. Não existe qualquer precedente nesse sentido.

O parecer de Janot sobre o caso Lula é sem qualquer precedente. Pode ter sido feito para apaziguar seu público interno.

Em seu blog, hoje, Fernando Brito – que usa um endereço alternativo por conta dos ataques que tem sofrido – diz que Janot joga para a platéia: Lula será ministro, mas caso segue com Moro. Na verdade, mais do que jogar para o grande público – embora também o esteja fazendo – Janot está jogando para seu público interno, principalmente os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato que em passado não muito longínquo tiveram uma queda de braço com o Procurador-geral. E ganharam.

Foro especial não é mais impunidade – Todos fala da questão do for especial como se fosse sinônimo de impunidade. Esta foi uma verdade em passado não muito distante. Antes, parlamentares, por exemplo, quando no exercício do mandato, só podiam ser processados com autorização de suas respectivas Casas Legislativas. Isto acabou através da Constituição de 1988. O próprio Janot, na sua argumentação sobre a posse de Lula, fala que os tribunais superiores demoram mais a julgar. É fasto, que em muitos casos, há quem sente em cima dos processos de políticos, como famosos antecessor do atual procurador-geral, Geraldo brindeiro, costumava engavetar os casos envolvendo políticos do governo. Também o processo do Mensalão, com todos os erros e possíveis anomalias, demonstrou que não é difícil ao Supremo, apreciar os casos com a agilidade necessária. Há ainda exemplos de parlamentares e pessoas que, mesmo com foro especial, acabaram sendo julgados e condenados. No caso de Lula, podem ter certeza, ninguém deixará o processo parado por 14 anos…

Não se pode esquecer que Lula, neste caso, está fazendo justamente o caminho inverso que a maioria dos políticos fazem. Ele abre mão de ser julgado pela Justiça de Primeiro Grau, o que lhe garante, pelo menos, três instâncias acima para recorrer das decisões e, consequentemente, postergar qualquer sentença, para ver suas acusações apreciadas por um colegiado que é a última e mais alta instância do Judiciário.

Muitos dizem que ele quer a impunidade, como se o juiz Sérgio Moro fosse mais capaz juridicamente do que cada um dos onze ministros daquela corte. Na verdade, por tudo o que se tem visto nos últimos dias, a diferença entre Moro e a maioria dos ministros do Supremo, não é apenas o saber jurídico acumulado deles, dado o tempo de militância que acumulam na área jurídica. Há ainda a questão da sensatez, que parece estar faltando em alguns setores de Curitiba.

Nas explicações de Deltan, não se investiga outros políticos por conta da prescrição dos crimes. Esqueceu o parágrafo 5º do art. 37 da Constituição. Reprodução

O esquecimento de Deltan Dallagnol – Coincidentemente, no mesmo sábado 26 em que o Estadão publicava a notícia do desarquivamento de um processo que se iniciou em 1995, ou seja, 21 anos atrás, O Globo retransmitia, sem contestar nem questionar, as explicações do procurador chefe da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol para justificar porque não são investigados casos envolvendo outros governos e outros partidos. Foi na reportagem: ‘Vivemos em um ambiente polarizado’, diz coordenador da Lava-Jato:

“Essa crítica não tem o menor sentido para quem tem um mínimo de conhecimento jurídico. Não é viável investigar fatos tão antigos por duas razões. Em primeiro lugar, fatos praticados há mais de doze anos estão, na prática, prescritos, ou seja, é como se o crime fosse cancelado pelo decurso do tempo. Nosso sistema tem muitas brechas que devem ser fechadas, uma das quais é um sistema de prescrição leniente. Em segundo lugar, a investigação de fatos tão antigos não tem viabilidade prática, porque a guarda de documentos fiscais ou bancários não alcança tanto tempo. A lei exige que dados fiscais, por exemplo, sejam guardados só por cinco anos, o que libera as empresas de guardarem os documentos que embasam os lançamentos e colocaria empecilhos significativos à investigação. Dentro de um contexto de recursos humanos e financeiros limitados do Estado, devemos orientar os esforços investigativos sobre fatos que tragam um resultado útil para a sociedade”, disse.

O pensamento é perfeito para o estudante de Direito ou o leigo que vive com a cabeça no Código Penal e pensa apenas em prender, processar e condenar, preferencialmente a uma pena alta, para que o réu mofe nas cadeias ou, o que é mais comum, acabe sendo mandado para casa por falta de vaga no Sistema Penitenciário. Certamente, no momento da entrevista, o procurador esqueceu-se do artigo 37, parágrafo 5º da Constituição que reza:

Art. 37 – § 5º- A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. (grifei)

Ou seja, os prejuízos causados ao erário por atos de improbidade administrativa são imprescritíveis. Tanto assim que o Supremo acaba de mandar reabrir um processo que é de 1995, cujos atos que geraram o possível dano ao erário – a ajuda a bancos falidos, mal administrados, em nome de se manter todo o sistema – foram praticados antes disso, portanto, há mais de duas décadas.

O procurador está certo ao dizer que documentos fiscais só são guardados por um quinquênio. Mas ele sabe também que variação patrimonial não se verifica apenas com documentos fiscais e que bancos conseguem reaver informações passadas,. Da mesma forma como cartórios imobiliários mantêm os registros de compra e venda de imóveis para o resto da vida. Inclusive no exterior, para aqueles casos de políticos com apartamento em Paris.

O delegado Marlon Cajado não conseguiu explicar na CPI do Carf a não convocação de FHC. Reprodução

Na verdade, o viés político está se impondo nas investigações atuais em torno de fraudes e corrupção governamental. Não apenas na Lava Jato, muito embora nela seja algo visto a olho nu, por quem não estiver usando óculos escuros. Vem a calhar o depoimento do delegado da Polícia Federal, Marlon Cajado, na CPI do Carf. Como se sabe, ele intimou o ex-presidente Lula para que explicasse os motivos que lhe levaram a reeditar (grifei) Medidas Provisórias, colocadas sob suspeita, que beneficiaram o setor automobilístico. Lula reeditou o que Fernando Henrique Cardoso editara antes. Cajado não conseguiu justificar o porquê de não ter convocado o ex-presidente Fernando Henrique para explicar as MPs que ele editara e que seu sucessor apenas reeditara. Na descrição do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) deu-se da seguinte forma:

“Você chamou o ex-presidente Fernando Henrique, como autoridade da época, para explicar porque foi editada e a importância dessa Medida Provisória? Você não entendeu que era importante chamar o presidente que editou a MP original, só quem reeditou?”

Sem respostas, o delegado se limitou a responder “não”, seguidas vezes, aos questionamentos feitos pelo deputado Pimenta.

O que Portugal tem a ver com o Brasil

por ALEXANDRA LUCAS COELHO
Público/ Portugal

1. Os portugueses não parecem ter uma boa relação com os brasileiros, disse-me uma alemã, conhecedora profissional de Portugal e Brasil. Estávamos na Alemanha, o Brasil temia uma guerra civil, foi há dez dias. A minha interlocutora não se referia à relação de portugueses com brasileiros nesta crise, e sim em geral. A minha resposta instintiva foi contrapor, contar por exemplo como muitos portugueses cresceram com música brasileira, e isso é parte da nossa vida. Agora, de volta a casa, continuo a pensar na observação desta veterana, que nada tinha de provocadora, era só vontade de entender. Muitos portugueses, creio, teriam respondido da mesma forma instintiva, a que podemos chamar amorosa. Mas é impossível ignorar o que se tem manifestado em Portugal de equívoco face ao Brasil ao longo destes dias. Não sendo novidade, acho que nunca o tinha visto propagado assim, talvez porque nunca houve tantos meios para isso, e porque este tempo apocalíptico favorece uma excitação de circo romano. Em 2016, facilmente o clamor se torna viral, entre media e redes sociais. Justiceiros instântaneos brotam de um clique, prolongando 516 anos de equívocos. Segundo um desses equívocos, provável pai dos outros, o tema da colonização encerrou-se, chega de falar dele, é passado. Penso o contrário, que mal começámos, que é presente, e a actual crise brasileira acentua isso. Não só pelo que expõe das estruturas brasileiras, como pelo que revelou do olhar de Portugal sobre o Brasil, e sobre si mesmo.

2. Com esse nome, o Brasil viveu 322 anos de ocupação portuguesa e 194 de independência. Se alguém acredita que o tempo da independência poderia já ter curado o tempo da ocupação, precisa de voltar à história luso-brasileira, porque o alcance da violência vai longe, e em muitas direcções. Esses 322 anos actuam diariamente naquilo que é hoje o Brasil, na clivagem entre São Paulo e o Nordeste, nos milhões que ainda moram em favelas, na relação Casa-Grande & Senzala das elites com os empregados, na violência da polícia que continua a ser militar, do desmando oligárquico dos que controlam aparelhos e estados, no saque catastrófico da natureza, na traição aos grupos indígenas, na evangelização dos pobres, radicalizando o conservadorismo num país onde se morre de aborto. Não é elenco para uma crónica, tem sido e será para muitas, livros, bibliotecas. O lulismo fez coisas importantes contra parte dessa herança (nas desigualdades mais urgentes, na cultura), não fez o suficiente contra boa parte disto (na educação, na saúde, na polícia), fez coisas que pioraram isto (um capitalismo com consequências devastadoras no ambiente e nas questões indígenas), e historicamente produziu uma geração que o critica e supera pela esquerda, num caldo inédito de periferias politicamente empoderadas e uma nova faixa politizada vinda da elite. Então, qualquer discurso maniqueísta de besta ou bestial não dará conta de Luiz Inácio Lula da Silva, figura complexa, decisiva, que ainda desafiará a história quando já não restar memória de quem agora, com reconhecível sobranceria colonial, o tenta reduzir. O prazer de ver alguém cair sempre fez dos homens uma alcateia. E a recente lista de subornos da Odebrecht é um exemplo de como a corrupção se mantém transversal na política.

3. A violência sistémica brasileira tem raízes nas duas violências fundadoras da colonização portuguesa, extermínio indígena e escravatura africana. Os portugueses não inventaram a escravatura, mas inauguraram o tráfico em grande escala. Dos 12 milhões de indivíduos que as potências europeias deportaram de África até ao século XVIII, 5,8 milhões foram traficados por Portugal. Isto significa 47 por cento, ou seja quase metade do tráfico foi assegurado por Portugal, e a grande maioria destinava-se a sustentar a colonização do Brasil (os números podem variar consoante os estudos, estes são do recente Racismos, de Francisco Bethencourt). A escravatura é um horror antiquíssimo, sim, e entre os séculos XV e XVIII a forma portuguesa de a praticar foi secundada por ingleses, espanhóis, franceses, holandeses, sim. Mas a Portugal coube esta iniciativa: deportação em massa, para nela assentar a exploração brutal de um território gigante, à custa do qual um território minúsculo viveu, como toda uma bibliografia tem mostrado de forma cada vez mais desassombrada. Não aprendi isto na escola, e tenho sérias dúvidas de que a maior parte dos portugueses faça ideia de que Portugal, sozinho, deportou tantos africanos como os judeus mortos no Holocausto, com a ajuda teológica e logística da Igreja Católica, depois de ter levado ao extermínio de ninguém sabe quantos índios, provavelmente não menos de um milhão. Enquanto isto (e tudo o que nisto diz respeito a África, claro, e o tanto que falta do Oriente, etc, etc) não entrar a sério nos programas escolares, o império colonial português será futuro por enfrentar, e não passado: é um problema nosso. Ao Brasil, mais do que nunca, cabe superar o que o Brasil-colónia deixou no Brasil-independente, depois república, ditadura, democracia. A Portugal cabe integrar as várias partes desta história que foram deixadas para trás, por razões pesudo-patrióticas que só bloqueiam os portugueses. Feito, aventura, audácia seria descobrir o encoberto, que não é o de Álcacer-Quibir, mas o que nos recusamos a saber. Não se trata de auto-flagelação, desculpabilização do Brasil independente, ódio a Portugal ou substituição de uma versão por outra, mas, como já escrevi a propósito da posse de Marcelo, de ter coragem para integrar na história outros factos, torná-la mais prismática e liberta de serviços. Não é possível usar um pedaço de história na lapela, remetendo os outros para um tempo anacrónico, com o argumento: nesse tempo era assim. Foi assim porque os portugueses também fizeram muito por isso. E nem sempre era assim, e para muitos não foi assim, a história está cheia de exemplos de quem se opôs, sempre houve embates, o espanhol Bartolomé de las Casas não partilhava a visão concentracionária dos jesuítas portugueses em relação aos ameríndios, tal como várias vozes se foram levantando contra a escravatura africana: mas o Brasil escravocrata, herdeiro dos privilégios, foi o último país americano a aboli-la, em 1888. Dito de outro modo, a história é presente, faz-nos e é feita por nós, agora. Mas, claro, podemos continuar bloqueados no pensamento único de como fomos grandes, e os brasileiros não têm emenda, no mínimo uns bons selvagens, como na célebre metáfora das esculturas em murta do padre António Vieira, esse sem dúvida brilhante orador do império, e idealizador do quinto império, que não viu obstáculos morais a substituir a escravatura indígena pela africana. Ao contrário das firmes esculturas em pedra, as de murta fingem comportar-se, mas voltam à rebaldaria selvagem, mal o jardineiro, leia-se, colonizador, se ausenta. Muito do que li nestes dez dias, entre media e comentários em Portugal, podia resumir-se a isto. Brasil: uma rebaldaria.

 

Golpista Armínio Fraga na mira do FBI

Causa espanto que o Fundo de Investimento de Armínio Fraga se encontra na mira do FBI. Que Armínio Fraga foi empregado de George Soros, um especulador internacional, e patrocinador de guerras e golpes em vários países do interesse do império dos Estados Unidos, para lucrar com os botins.

Soros doou um bilhão de dólares para a campanha presidencial de Obama, e lá, nos Estados Unidos não tem nenhum juiz Moro para investigar além da lei, quando o financiamento de campanhas é legalmente permitido, como acontecia no Brasil nas últimas eleições. Não há como um candidato advinhar se o dinheiro vem da corrupção, quando não existe nenhum processo contra as pessoas jurídicas e físicas.

O enriquecimento de Armínio Fraga começou quando foi indicado, por Soros, para o Banco Central, sucedendo presidentes corruptos no governo Fernando Henrique. Se Aécio fosse eleito, Fraga voltaria a comandar a economia brasileira. Fraga é tão ambicioso, que ora faz parte da conspiração golpista, por vontade própria e mando de Soros, que se transformou no pirata mais rico do Brasil, com a privataria tucana, notadamente com o fatiamento da Petrobras, e a privatização da Vale do Rio Mais do que Doce.

A Policia Federal, que recebe propina do FBI, da CIA e outras agências de espionagem estrangeira, deveria investigar Armínio Fraga, que tem, pelo menos, três nacionalidades, e se diz com residência fixa no Brasil.

Revela o Jornal GGN – O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, tem um fundo intitulado Armínio Fraga Neto Fundação Gávea. Pois este fundo é investigado nos Estados Unidos por ter feito a transferência de US$ 4,4 milhões de uma conta nas Ilhas Cayman para outra do HSBC na Suíça. Quem passou a informação ao R7 foi uma fonte do FBI, a polícia federal norte-americana.

Os documentos mostram, ainda, que para tentar evitar a tributação de impostos, Armínio Fraga teria declarado que o fundo era filantrópico, isto é, isento de tributos.

Armínio Fraga disse, ao R7, que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admitiu que o fundo existiu. Declarou ele ao portal que investiu nesse fundo “há sete ou oito anos, mas tudo dentro da legalidade”. Segundo ele, todas as suas contas, de sua família e da Gávea Investimentos são “declaradas perante as autoridades competentes, brasileiras e americanas”. Ainda sobre a acusação, Fraga diz que “não houve esta transferência mencionada, houve sim um investimento regular e documentado”. E finalizou afirmando não ter notícia de qualquer investigação “sobre o tema”.

Armínio foi presidente do Banco Central de 1999 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e participou da elaboração do plano de governo de Aécio Neves. Caso Aécio não tivesse sido derrotado nas eleições, ele era o nome certo para ministro da Fazenda do tucano. Fraga tem dupla cidadania, é brasileiro e norte-americano.

As autoridades americanas chegaram ao fundo nas investigações do Swissleaks, passando pente fino em contas do HSBC da Suíça. A lista foi vazada por um ex-funcionário do banco.

Fraga foi presidente do Banco Central de 1999 a 2003, no governo Fernando Henrique Cardoso, participou da elaboração do plano de governo de Aécio Neves e era cotado para ser ministro da Fazenda do tucano. Ele tem cidadania dupla, brasileira e norte-americana.

No caso da apuração do FBI, Armínio teria uma conta de compensação, conhecida como ‘conta-ônibus’, que só serve para transportar dinheiro, já que por ela não é possível fazer investimentos.

Os documentos de posse das autoridades norte-americanas mostram que antes de ser depositado no HSBC, o dinheiro passou por outra conta no Credit Bank da Suíça, supostamente para fugir do rastreamento. Depois de enviado à Suíça, mostram as investigações que o dinheiro teria volta para uma conta no America Bank de Nova York.

Os investigadores pediram quebra de sigilo do fundo.

Swissleaks

O vazamento do HSBC, conhecido por Swissleaks, tem mais de 8 mil brasileiros citados. Os detalhes de contas de mas de 100 mil clientes do banco HSBC na Suíça foram disponibilizados em fevereiro e contemplam cerca de 60 mil documentos mostrando movimentações nas contas entre 1988 e 2007, totalizando mais de US$ 100 bilhões. Na lista constam 8.667 brasileiros que depositaram US$ 7 bilhões apenas entre 2006 e 2007.

As informações foram cedidas ao jornal francês Le Monde pelo ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani. O jornal francês compartilhou os dados com mais de 140 jornalistas de 54 países do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) que comanda desde então a análise e divulgação do Swissleaks.

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, determinou que a Polícia Federal apure possíveis crimes relacionados às movimentações nas contas dos brasileiros. A Receita Federal já conduz uma investigação em busca de indícios de evasão de divisas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. Apenas a posse da conta e a movimentação de valores no exterior não configura crime.

Com informações do R7