“MST vai para Cuba com o PT”

JOÃO PEDRO STÉDILE: “A NOSSA BURGUESIA SENTE RAIVA DE POBRE E DE PRETO”

Stédile e o Papa Francisco
Stédile e o Papa Francisco

João Pedro Stédile, no início do Seminário Reforma Política e Combate à Corrupção, iniciado quarta-feira última, em Fortaleza, declarou:

“Esse ataque não foi pessoal, mas direcionado à classe trabalhadora. A nossa burguesia tem raiva de pobre e de preto. Ainda não consegue conviver com casa grande e senzala”, disse Stédile, referindo-se às agressões que sofreu imediatamente após o desembarque no Aeroporto Internacional Pinto Martins.

O encontro ocorreu na Casa Amarela Eusélio Oliveira, equipamento da Universidade Federal do Ceará. E o ataque a Stédile foi patrocinado pelos especuladores imobiliários, filiados ao PSDB dos golpistas Aécio Neves, José Serra, Fernando Henrique e Aloysio Nunes Ferreira, ex-comunista, que passou do stalinismo para a extrema direita.

stedile procrado vivo ou morto

A direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) repudiou hoje (23), em nota, a agressão sofrida pelo membro da coordenação nacional do movimento, João Pedro Stedile, quando deixava o aeroporto de Fortaleza na noite de ontem. Um grupo de pessoas cercou Stedile e o seguiu até seu carro, em um trajeto de seis minutos, chamando-o de “assassino”, “fascista”, “comunista”, “traidor da pátria” e entoando em canto “MST vai para Cuba com o PT”.

Para a direção do movimento, “este episódio não é um fato isolado, mas um reflexo do atual momento político do país, em que se vê crescer a cada dia o ódio contra os movimentos populares, migrantes e a população negra e pobre”. O texto compara o episódio à agressão sofrida no último sábado (19) por jovens de favelas cariocas que foram impedidos, sob o risco de danos físicos, de frequentar as praias da zona sul da capital fluminense.

“Estes atos de violência e ódio propagado intensamente nas redes sociais, e que reverberam cada vez mais nas ruas, são mais uma demonstração da violência dos setores da elite brasileira dispostos a promover uma onda de violência e ódio contra os setores populares”, diz o texto. A direção do movimento lembrou que recentemente Stedile foi vítima de outra agressão, quando circulou nas redes sociais um cartaz que oferecia uma recompensa por ele “vivo ou morto”.

O MST entende que essa onda de ataques é resultado de “uma mídia partidarizada, manipuladora e que distorce e esconde informações, ao mesmo tempo em que promove o ódio e o preconceito contra os que pensam diferente”. “São esses meios de comunicação a serviço de uma direita raivosa e fascista os responsáveis por formarem essas mentalidades criminosas e odiosas que alimentam as ruas e as redes sociais com os valores mais antissociais e desumanos que possa existir.”

Tais atos, no entanto, não enfraqueceram a luta pela reforma agrária e pelos direitos sociais protagonizada pelo movimento, segundo a nota. “Não aceitaremos que nenhum militante dos movimentos populares sofra qualquer tipo de agressão ou insulto por defender e lutar por justiça social. Nos comprometemos a permanecer em luta nas ruas pela defesa da democracia, dos direitos civis, da classe trabalhadora e o respeito aos valores humanitários.”

O chefe do MST, João Pedro Stédile recebeu a comenda mais importante de Minas Gerais no dia da Inconfidência Mineira, 21 de abril de 2015, que lhe foi dada pelo governador do PT, pelo governador Fernando Pimentel.

stedile raiva de

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O espírito golpista dos ricos contra os pobres

Vladimir Kazanevsky
Vladimir Kazanevsky
Olha o Velhinho

por Luís Fernando Veríssimo

Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres. O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar. Economistas liberais recomeçaram a pregar abertura comercial absoluta e a dizer que os empresários brasileiros são incompetentes e superprotegidos, quando a verdade é que têm uma desvantagem competitiva enorme. O país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores e setores da baixa classe média, contra os rentistas, o setor financeiro e interesses estrangeiros. Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente. Não é preocupação ou medo. É ódio. Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou. Continuou defendendo os pobres contra os ricos. O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu à classe rica, aos rentistas. Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força. Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita. Dilma chamou o Joaquim Levy por uma questão de sobrevivência. Ela tinha perdido o apoio na sociedade, formada por quem tem o poder. A divisão que ocorreu nos dois últimos anos foi violenta. Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho. E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.

Nada do que está escrito no parágrafo anterior foi dito por um petista renitente ou por um radical de esquerda. São trechos de uma entrevista dada à “Folha de São Paulo” pelo economista Luiz Carlos Bresser Pereira, que, a não ser que tenha levado uma vida secreta todos estes anos, não é exatamente um carbonário. Para quem não se lembra, Bresser Pereira foi ministro do Sarney e do Fernando Henrique. A entrevista à “Folha” foi dada por ocasião do lançamento do seu novo livro “A construção politica do Brasil” e suas opiniões, mesmo partindo de um tucano, não chegam a surpreender: ele foi sempre um desenvolvimentista nacionalista neokeynesiano. Mas confesso que até eu, que, como o Antônio Prata, sou meio intelectual, meio de esquerda, me senti, lendo o que ele disse sobre a luta de classes mal abafada que se trava no Brasil e o ódio ao PT que impele o golpismo, um pouco como se visse meu avô dançando seminu no meio do salão — um misto de choque (“Olha o velhinho!”) e de terna admiração. Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera.

Outro trecho da entrevista: “Os brasileiros se revelam incapazes de formular uma visão de desenvolvimento crítica do imperialismo, crítica do processo de entrega de boa parte do nosso excedente a estrangeiros. Tudo vai para o consumo. É o paraíso da não nação.”

o patrocinador água protesto golpe dilma

Delsão, governador do Pará sem lei e de uma polícia que só serve para bater no povo

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O Tribunal Regional do Trabalho, da 8ª Região, (TRT8) deslocou na manhã de ontem integrantes do Grupo Especial de Segurança (GES), para reforçar a segurança do juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de Marabá (PA), Jonatas Andrade, que recebeu ameaças de morte em razão de sua atuação em processos que envolvem o pecuarista bandido Delso Barroso, o “Delsão”. O TRT 8 também comunicou formalmente a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará e a Superintendência da Polícia Federal no Estado, visando garantir a integridade física do juiz e de seus familiares. Devia pedir, também, pelos camponeses jurados de morte. 

As ameaças chegaram ao conhecimento do magistrado Jonatas Andrade por meio de dois advogados que foram contratados por 9 trabalhadores para atuar em processos contra o fazendeiro latifundiário e grileiro. De acordo com o relato dos advogados, dias depois de contratar os serviços advocatícios, os clientes desistiram das ações, alegando que foram ameaçados de morte por “Delsão”. É a lei do governador do Pará. Do Tribunal de Justiça do Pará. É a lei do cão para os sem terra.

Segundo as denúncias, registradas no cartório do TRT de Marabá, há mais ou menos um mês, cerca de 40 trabalhadores moveram uma ação trabalhista contra a empresa pertencente ao escravocrata, ocasião em que Décio Barroso afirmou que mandaria matar o líder dos trabalhadores reclamantes, o advogado Romoaldo Oliveira, que ingressou com a ação e o juiz Jonatas Andrade.

 

Mala suerte la del Paraguay. Un país de gente tan noble sometida a la insaciable voracidad de propios y ajenos

por Atilio A. Boron

images franco

Franco, presidente ilegítimo e ilegal, es no sólo hijo putativo de la “embajada”, sino también de Cargill, Monsanto, la minera de aluminio Río Tinto, la oligarquía local y los latifundistas “brasiguayos”. La oscura trama en torno del misterioso Ejército Paraguayo del Pueblo –una de las artimañas más elementales utilizadas por la CIA para desestabilizar gobiernos que no son del agrado del imperio: inventar un pseudo grupo guerrillero y acusar de complicidad con él a algún enemigo a quien se quiera perjudicar– quedó al descubierto en los meses recientes. A raíz de ello, el Comité de Derechos Humanos de las Naciones Unidas exigió, el 29 de marzo, que la Justicia paraguaya realice una “investigación inmediata, independiente e imparcial de la muerte de 17 personas con ocasión del allanamiento de Curuguaty, el 15 de junio de 2012, así como todos los hechos vinculados que han sido denunciados por las víctimas”. Prominente entre lo que la Comisión denomina como “hechos vinculados” fue la posterior “destitución express” del presidente Fernando Lugo, para la cual los sangrientos sucesos de Curuguaty aportaron el necesario pretexto. El Comité también manifestó su preocupación “por las alegaciones de importantes irregularidades del Ministerio Público, la judicatura y las fuerzas de seguridad en el caso”, así como la “falta de imparcialidad e independencia en los procesos de investigación”. Por esto y muchas cosas más, Franco descenderá a la historia sentado a la diestra de su homónimo español, el sanguinario “caudillo de España por la gracia de Dios” y uno de los que, como todos los fascistas españoles, gritaban “viva la muerte”.

Representante genuino de la derecha más primitiva y corrupta de Sudamérica, Franco es la expresión política de una banda a la cual le queda grande el nombre de oligarquía. La palabra “cleptocracia” transmite con más rigor la naturaleza de ese impresentable conjunto de rufianes que construyeron sus grandes fortunas desangrando al país bajo la protección del dictador Alfredo Stroessner. Este organizó el saqueo de las tierras fiscales, el contrabando en gran escala y el tráfico de drogas y de personas, con la abierta complicidad de sucesivos gobiernos de Estados Unidos, Israel y Taiwan, sumiendo a la población en el atraso y la extrema pobreza. Mentiroso sin escrúpulos, Franco acusa a Chávez de haber dañado a su país: debe ser porque lo incorporó al programa de suministro de petróleo con precios subsidiados y largos plazos de pago, por debajo de los que rigen en el mercado petrolero. Según Franco, esta generosidad de Chávez causó un daño enorme a los paraguayos. Es más: el líder bolivariano persistió en su “maldad” y por solidaridad con el pueblo de ese país mantuvo esta cooperación aun después del golpe, cancelándola cuando los continuos insultos y calumnias de este bufón de opereta hicieron insostenible su mantenimiento. Este desecho moral es quien celebró como un venturoso milagro la desaparición física de Chávez. ¡Pobre Franco! Ayer fue humillado y desairado en la OEA cuando 21 países, incluyendo 11 de la Unasur, se retiraron de una sesión del Consejo Permanente de esa institución al saberse que el usurpador estaba por llegar al recinto para dar un discurso (foto). Su destino será ése: pudrirse en su tumba ante el desprecio de sus colegas y de su pueblo.

 franco golpe