Politização da justiça, judicialização da política

Uma coisa é investigar e punir casos de corrupção. Outra, é alegar o combate à corrupção para satisfazer um desígnio político-partidário.

Exibem como troféu a pessoa que dizem investigar. Mas, o efeito pretendido é “queimá-la”, antes e independentemente de qualquer prova. O poder de fogo do “indício” ou da “suspeita” anula o poder do voto. Assemelha-se, nas suas consequências, ao de um golpe militar

por MÁRIO VIEIRA DE CARVALHO
Público/ Portugal


No Brasil em 1964, os militares fizeram o frete (sangrento) de entregar o poder, pelas armas, a grupos de interesses que tinham deixado de conseguir mantê-lo pelo voto. Usaram as armas para impor um curso político que eles próprios, enquanto cidadãos no pleno uso dos seus direitos, não tinham conseguido fazer valer nas urnas. Com o seu poder de fogo impuseram a vontade de uma fação à vontade de milhões expressa em eleições livres.

O ovo da serpente continua no choco, e há democracias, umas mais do que outras, que não estão livres da tentação da ditadura. Os sinais que vêm do Brasil são preocupantes. Gente nas ruas a reclamar abertamente um golpe militar, a glorificar a ditadura e até a lamentar que esta tenha poupado a vida a tantos dos seus opositores! Tais sintomas de desespero não podem ser subestimados. É o desespero de quem se sente excluído do poder democraticamente eleito, mas que, ao mesmo tempo, deixou de acreditar na possibilidade de derrotar os adversários políticos em eleições livres. Para esses, a democracia transformou-se num pesadelo.

Tanto maior é o desespero quanto é certo que os mídia, na sua larga maioria sintonizados com a oposição ao atual governo, também não têm conseguido traduzir a sua hegemonia ideológica em voto útil expresso nas urnas.

É neste contexto que tem vindo a emergir no Brasil, mas com um encarniçamento e um descaramento porventura extremados, um fenómeno que é cada vez mais comum a outros regimes democráticos e merece certamente ser estudado como um sinal dos tempos. Refiro-me à politização da justiça e ao seu reverso: a judicialização da política.

Magistrados e juízes emergem como supremos garantes da integridade cívica num contexto de corrupção generalizada. Não admira. Se o próprio sistema financeiro mundial é hoje, afinal, um sistema corrupto – todo ele assente na fraude fiscal (offshores) e noutras formas de assalto caótico a recursos públicos e privados, humanos e materiais, a que se dá eufemisticamente o nome de “competitividade” – não admira que a sua natureza patológica se manifeste no vómito permanente de “indícios” ou “suspeitas” de corrupção.

O cardápio tem sugestões para todos os gostos e todas as oportunidades. É fácil levantar a suspeita, escolher o alvo e ajustar o momento, pois que, com a desregulação e a opacidade das operações, começa logo por ser difícil distinguir entre o real e o virtual. Estamos perante uma teia complexa – um monstruoso criptograma – onde nada do que parece é.

Um sistema, de sua natureza tão corrupto, devia ser colocado, ele próprio, no banco dos réus. Mas, isso escapa à alçada dos tribunais. É um problema político – de política internacional –, porventura o mais candente a nível mundial, pois é da sua resolução que depende a resolução de muitos outros. Aos tribunais resta entreterem-se com alguns bodes expiatórios, mascarando a causa-raiz, que continua incólume.

Uma coisa é, porém, investigar e punir casos de corrupção. Outra, é alegar o combate à corrupção para satisfazer um desígnio político-partidário. Também aqui, nem sempre o que parece é, sobretudo quando os agentes judiciais fazem alarde público de “indícios” ou “suspeitas” e os processos se desenrolam nos mídia quais telenovelas intermináveis.

Exibem como troféu a pessoa que dizem investigar. Mas, o efeito pretendido é “queimá-la”, antes e independentemente de qualquer prova. O poder de fogo do “indício” ou da “suspeita” anula o poder do voto. Assemelha-se, nas suas consequências, ao de um golpe militar. Suprime a separação de poderes. Politiza a justiça, degradando-a a mero instrumento político-partidário. Judicializa a política, reduzindo o confronto político-partidário à querela judicial, em vez de o centrar em ideias e programas de governo.

Professor Catedrático Jubilado (FCSH-UNL)

Artigos dos Bispos. Impeachment sem fundamento legal e justificativa

DEMOCRACIA POSTA À PROVA

por Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo Emérito de Jales

Estamos na iminência de uma ruptura constitucional. Em momentos assim, se faz necessário um apelo à consciência democrática, e uma advertência dos riscos de uma decisão política profundamente equivocada.

Falando claro e sem rodeios: com a tentativa de impeachment da Presidente Dilma, procura-se revestir de legalidade uma iniciativa política com a evidente intenção de destituir do poder quem foi legitimamente a ele conduzido pelo voto popular.

Isto fere o âmago do sistema democrático, que tem como pressuposto básico o respeito aos resultados eleitorais.

É preciso desmascarar a trama que foi sendo urdida, para criar artificialmente um pretenso consenso popular, para servir de respaldo aos objetivos que se pretende alcançar.

É notável que desde as últimas eleições presidenciais, os derrotados não aceitaram o resultado das urnas, e traduziram seu descontentamento em persistentes iniciativas de deslegitimar o poder conferido pelas eleições.

Outra evidência é a contínua e sistemática obstrução das iniciativas governamentais, praticada especialmente por membros do Congresso Nacional, com o evidente intuito de inviabilizar o governo, e aplainar o caminho para o golpe de misericórdia contra ele.

Está em andamento um verdadeiro linchamento político, conduzido sutilmente por poderosos meios de comunicação, contra determinados atores e organizações partidárias, que são continuamente alvo de acusações persistentes e generalizadas, e que se pretende banir de vez do cenário político nacional.

Causa preocupação a atuação de membros do Poder Judiciário, incluindo componentes da Suprema Corte, que deixam dúvidas sobre as reais motivações de suas decisões jurídicas, levando-nos a perguntar se são pautadas pelo zelo em preservar a Constituição e fazer a justiça, ou se servem de instrumento para a sua promoção pessoal ou para a vazão de seus preconceitos.

Em meio a esta situação limite, cabe ao povo ficar atento, para não ser ludibriado.

Mas cabe ao Judiciário a completa isenção de ânimo para garantir o estrito cumprimento da Constituição.

E cabe ao Congresso Nacional terminar com sua sistemática obstrução das iniciativas governamentais, e colaborar com seu apoio e suas sugestões em vista do bem comum, e não de interesses pessoais ou partidários.

Em vez deste impeachment sem fundamento legal e sem justificativa, que nos unamos todos em torno das providências urgentes para que o Brasil supere este momento de crise, e reencontre o caminho da verdadeira justiça e da paz social.

Com medo dos protestos, Temer cancela visita a Portugal

Estudantes brasileiros e portugueses prometem novas manifestações de protesto contra a presença de togados e políticos brasileiros direitistas em Lisboa, em seminário golpista para derrubar Dilma Rousseff.

Também diante da recusa do presidente e autoridades de Portugal de participar do seminário de Gilmar Mendes, Michel Temer desistiu de comandar sua troupe nazi-fascista-salazarista.

O jornal Expresso de Portugal publica: O vice-presidente brasileiro Michel Temer já não virá a Portugal. O magistrado tinha confirmado presença no seminário “Constituição no contexto das crises política e económica”, que se realizará entre os dias 29 e 31 de março em Lisboa. Esta quinta-feira, a viagem foi cancelada.

O gabinete de assessoria do magistrado, citado pelo jornal brasileiro “A Folha de São Paulo” justifica a ausência de Temer com o fato de, também para dia 29, estar agendada uma reunião do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do qual o vice-presidente do Brasil é líder.

Desculpa frouxa. A presença de Temer estava marcada para a solenidade de encerramento, no dia 3l de março, aniversário da ditadura brasileira de 64.

 

 

 

Presidente e autoridades de Portugal recusam ir à seminário com Gilmar, Temer, Serra e Aécio

O IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito Constitucional, do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público) – de propriedade do Ministro Gilmar Mendes, do STF – em Lisboa pretendia apresentar o golpe em marcha à Europa.

Gilmar levou com ele os principais atores políticos pró-impeachment: Michel Temer, Dias Toffoli, José Serra e Aécio Neves.

Com patrocínio da Itaipu Binacional, CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fecomercio do Rio de Janeiro, a ideia do evento seria atrair o governo português e grandes juristas do país.

A inauguração foi marcada para 31 de março.

O evento incomodou o governo e juristas portugueses. Segundo o portal Publico.pt (de Portugal) (http://migre.me/tkFgN) o presidente português Marcelo Rebelo de Souza – anunciado como orador no encerramento do evento – não deverá comparecer. Fonte do governo português, ouvido pelo Publico, declarou que por “problemas de agenda”, dificilmente ele comparecerá. Fontes em off admitiram o incômodo com o que parece ser “um governo brasileiro no exílio”.

O constitucionalista Jorge de Miranda, que preside o Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, admitiu ao Publico que “poderá haver algum aproveitamento do Seminário” para fins políticos. Considerado o principal constitucionalistas português, é provável que desmarque sua participação, segundo fontes ligadas a ele.

Outras desistências foram do ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho e de Miguel Prata Roque, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, ambos alegando problemas de agenda.

Fonte: Netcina

O vale tudo da conspiração de Gilmar em Portugal. Quem paga a farra golpista?

Que fiquem avisados o Governo e os democratas de Portugal: A pretexto de promover um seminário em parceria com um instintivo ligado à Universidade de Lisboa, o IDP do ministro Gilmar Mendes convidou alguns dos mais proeminentes líderes do movimento pró-impeachment para uma grande pajelança no exterior; entre eles, o vice-presidente Michel Temer, o presidente do PSDB, Aécio Neves, o senador tucano José Serra e o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz; para eles, é como se o governo Dilma já tivesse data para acabar em breve, as negociações para a formação de um possível governo Temer seguem em ritmo acelerado e à luz do dia’, afirma o colunista Ricardo Kotscho, conforme destaca o portal Brasil 24.

Até agora, o governo Dilma Rousseff não apresentou nenhuma queixa ao Governo português, que precisa condenar a participação da Universidade de Coimbra em um movimento que pede o retorno da ditadura.

Gilmar apenas convidou os golpistas, os que pedem o impeachment, os que desejam o retorno da ditadura.

O governo português precisa deixa claro que não apóia o seminário nazi=fascista =salazarista, nem financia as passagens e hospedagens em hotéis de luxo dos golpistas brasileiros.

Uma despesa, um esbanjamento que não pode ser custeado pelo Superior Tribunal Federal (STF), pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, pela Vice-Presidência da República e universidades federais

O dinheiro do povo não pode patrocinar a conspiração e propagação de um golpe de estado. É crime.

 

EVENTO DE GILMAR É PAJELANÇA PRÓ-IMPEACHMENT

 

Do Balaio do Kotscho

É dura a vida de quem corre atrás de notícias para ganhar a vida nestes tempos tempestuosos. Você cerca uma, e já vem outra mais gorda, entrando no galinheiro a ponta-pés, derrubando as anteriores.

Os principais atores político-jurídicos ou jurídico-políticos, todos eles midiáticos, nem fazem mais questão de disfarçar, deixaram de lado qualquer recato. É o vale tudo, o tudo ou nada, o matar ou morrer, e que se danem os escrúpulos. Entre tantas outras novidades explosivas da terça-feira, o fato que mais chamou mais me chamou a atenção é o que comento abaixo.

A pretexto de promover um seminário em parceria com a Universidade de Lisboa, o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) convidou alguns dos mais proeminentes líderes do movimento pró-impeachment para uma grande pajelança no exterior. Entre eles, o vice-presidente Michel Temer, o presidente do PSDB, Aécio Neves, o senador tucano José Serra e o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz. Ficaram de fora da lista outros notáveis como FHC, Eduardo Cunha e Paulinho da Fôrça.

Detalhe: o sócio-fundador do IDP é o notório ministro Gilmar Mendes, líder da oposição no STF, que convidou também para o evento por ele comandado o ministro Dias Toffoli, seu parceiro de tribunal.

O evento em Lisboa foi marcado para começar no próximo dia 29, terça-feira, mesmo dia da data marcada para o anunciado desembarque do PMDB da base aliada do governo. Como não tem mesmo nada de importante acontecendo no Brasil, o seminário se prolongará até o dia 31. No dia 30, no plenário do STF, está previsto o julgamento no mérito da liminar concedida por Gilmar Mendes proibindo o ex-presidente Lula de assumir a Casa Civil. No dia seguinte, a programação prevê palestras dos brasileiros.

Para eles, é como se o governo Dilma já tivesse data para acabar em breve. As negociações para a formação de um possível governo Temer seguem em ritmo acelerado e à luz do dia. Antes de seguir para o STF no dia da liminar, Gilmar Mendes foi fotografado num almoço com José Serra num badalado restaurante de Brasília.

No final de semana, José Serra deu longa entrevista ao Estadão anunciando as linhas centrais do novo governo e quem deve integrá-lo. Derrotado duas vezes em eleições presidenciais, Serra já se apresentava como futuro primeiro-ministro, mas acabou desmentido e desautorizado por Temer, causando a primeira crise no gabinete que ainda não existe.

Michel Temer, que se recusou a encontrar Lula nos últimos dias, recebeu na terça-feira, em seu bunker montado em São Paulo, o principal líder da oposição, Aécio Neves. Menos afoito do que Serra, Aécio falou na saída da reunião: “Não fugiremos à nossa responsabilidade. Estaremos prontos para ajudar a construir uma agenda emergencial.” Mais mineiro, impossível. Em Lisboa, todos eles terão mais tempo para conversar sobre o pós-Dilma sob os auspícios de Gilmar Mendes.

Num duro discurso pronunciado pouco antes, no Palácio do Planalto, em que recebeu o apoio de juristas, advogados, promotores e defensores públicos contra o impeachment, Dilma acusou os adversários de golpistas, voltou a dizer que não vai renunciar de jeito nenhum, e lançou um repto: “Não importa se a arma do golpe é um fuzil, uma vingança ou a vontade política de alguns de chegar mais rápido ao poder (…) Sei que há uma ruptura institucional sendo forjada nos baixos porões da baixa política, que precisa ser combatida”.

À noite, Gilmar sofreria sua primeira derrota na atual queda de braço com seus colegas na batalha do STF: o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato, que não foi convidado para ir a Lisboa, determinou que o juiz Sergio Moro encaminhe todas as investigações envolvendo o ex-presidente Lula de volta para o STF. Em sua liminar da semana passada, Gilmar tinha mandado tudo para Curitiba.

Como eu também não fui convidado para esta caravana acadêmica que vai a Lisboa, só me resta desejar a todos boa viagem.ice-Presidência da República ou universidade federal brasileira.

 

 

Contra a realização dos conspiradores convidados de Gilmar Mendes em Portugal

Diante da reação do governo de Portugal, jurista português alerta: Política brasileira não vai dominar seminário em Lisboa

 

O Destak, o primeiro diário gratuito em Portugal, publica hoje:

O seminário sobre “A Constituição no contexto das crises política e económica” não vai ser “manipulado” pela “questão conjuntural da política brasileira”, afirmou hoje à agência Lusa um dos responsáveis pelo encontro, Carlos Blanco de Morais.

O seminário, organizado em conjunto pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito de Lisboa e o Instituto de Direito Público brasileiro (de propriedade de Gilmar Mendes), vai decorrer entre 29 e 31 de março.

“Algo que está a ser feito há meses não vai de repente poder ser manipulado por uma questão meramente conjuntural da política brasileira. Somos confrontados com esta coincidência”, afirmou o professor catedrático da Faculdade de Lisboa.

 

 

Sem nenhum pudor, Gilmar Mendes patrocina encontro golpista em Portugal

Revela o principal jornal português, o Público: Em Portugal está sendo realizado um seminário, reunião de políticos da oposição, do PSDB, e do todo poder ao PMDB, para derrubar a presidenta do Brasil.

Trata-se de uma co-organização de dois institutos universitários, um de cada país.

Do lado brasileiro, o IDP que tratou da organização. O IDP é uma escola privada, de que é sócio, e fundador, Gilmar Mendes, o juiz do Supremo Tribunal Brasileiro que suspendeu no passado dia 18 a posse de Lula da Silva como ministro da Casa Civil de Rousseff e manteve a investigação sobre o ex-Presidente nas mãos do juiz Sérgio Moro.

A parte portuguesa está a cargo do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, presidido pelo constitucionalista Jorge de Miranda. Contactado pelo PÚBLICO, o professor remete esclarecimentos sobre a lista de oradores para o seu vice, Carlos Blanco de Morais: “Ele é que foi o organizador.” No entanto, Jorge de Miranda não deixa de ver razões para a polémica e admite que “pode haver algum aproveitamento” deste seminário para objectivos políticos.

A participação despudorada de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é inusitada e surpreendente.  A mais alta instância do poder judiciário brasileiro acumula competências típicas de uma Suprema Corte (tribunal de última instância) e de um Tribunal Constitucional (que julga questões de constitucionalidade independentemente de litígios concretos).

Sua função institucional fundamental é de servir como guardião da Constituição Federal de 1988, apreciando casos que envolvam lesão ou ameaça a esta última. De suas decisões não cabe recurso a nenhum outro tribunal.

Assim já se sabe qual o voto do conspirador Gilmar Mendes sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que está para ser votado pela Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Cunha, com processos dependendo do julgamento do STF.

Não há mais como STF esconder a parcialidade, o partidarismo de Gilmar Mendes. Dele tudo se espera. Sua isenção quebrou de vez. Ele vota contra Dilma, seja o impeachment, um golpe, o retorno da ditadura. É o tudo vale, agora ou nunca.

Delírios em tempos de cólera fascista

A empreitada golpista entrou na fase do tudo ou nada, promovendo uma fissura na sociedade e instilando ódio e intolerância entre os brasileiros

 

por Jeferson Miola

 

Nestes tempos coléricos, de grande exacerbação ideológica, o fanatismo, o ódio e a irracionalidade são propagados com perturbadora naturalidade. A razão é substituída pelo delírio, pela dislexia, por uma visão delirante e deturpada, em que crenças são forjadas para justificar o extermínio do outro – no caso, o extermínio do PT, do Lula, da Dilma.

O processo de cassação de Eduardo Cunha se ampara em provas contundentes, porém está estacionado na Câmara dos Deputados. Quando anda, é em passos de tartaruga, para em seguida ser travado novamente com manobras regimentais apoiadas pelo PSDB, DEM, PPS, PTB, PMDB. Já o processo de impeachment da Presidente Dilma, instalado apesar da absoluta inexistência de fato determinado, tem um rito acelerado por este mesmo psicopata corrupto que preside a Câmara dos Deputados.

Quando se trata do PT, do Lula e da Dilma, os fatos não são o que são; porque os fatos são o que os justiceiros do condomínio juridico-midiatico-policial querem que eles sejam. Quando, entretanto, se trata do PSDB, do Aécio, FHC, Alckmin, Serra, o Brasil é transportado para uma realidade virtual de santidades puras, honestas, decentes …

Disso não poderá resultar coisa boa. Os golpistas sabem que estão conduzindo o país para o caos; para um inferno de dimensões imponderáveis, porque o povo não aceitará nem um minuto de vigência de qualquer solução que não esteja prevista na Constituição Brasileira. Transcrevi trechos 

Polícia Federal recebe propina do FBI e outros serviços internacionais de espionagem

Carlos Costa tem hoje 49 anos. Carlos acaba de se aposentar. De 1999 ao fim de 2003, foi o poderoso chefe do FBI no Brasil.

Carlos Costa sabe os riscos que corre ao falar. Enquanto prepara capítulos de um livro sobre o FBI e sua vida como agente secreto, toma precauções contra uma “gripe súbita”. E mortal.

Carta Capital: Você chefiou o FBI no Brasil? Por quanto tempo? Carlos Alberto Costa: Chefiei o FBI no Brasil. Por quatro anos, até quase o final do ano.
CC: Como eram, são, as relações dos serviços secretos dos Estados Unidos com as polícias do Brasil?

CAC: Você se refere à polícia de vocês ou à comprada por nós?
CC: Comprada?

CAC: Sim, comprada. Nossas agências doam milhões de dólares por ano para a Polícia Federal, há anos, para operações vitais. No ano passado, a DEA doou uns US$ 5 milhões, a NAS (divisão de narcóticos do Departamento de Estado), também narcóticos, uns US$ 3 milhões, fora todos os outros. Os Estados Unidos compraram a Polícia Federal. Há um antigo ditado, e ele é real: quem paga dá as ordens, mesmo que indiretamente. A verdade é esta: a vossa Polícia Federal é nossa, trabalha para nós. Os vossos governos parecem não dar importância à Polícia. Não sei se é herança da ditadura, quando a Polícia era malvista, mas isso é incompreensível. A Polícia, que deve ser uma entidade independente da política, independente de influências internas e externas, está, na prática, em mãos de estrangeiros.

No Brasil, ao rastrear ações dos serviços secretos dos Estados Unidos ao longo dos últimos anos, Carta Capítal deparou-se com a movimentação do então chefe do FBI em reluzentes palácios e salões.

O ex-chefe do FBI pagava as contas, da mesma forma que, revela ele em estarrecedoras páginas adiante, a US Customs, DEA, NAS, CIA, outros “Serviços” e o próprio FBI pagam contas das polícias do Brasil.

Direto como pode ser um norte-americano, Carlos Costa relata: a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é uma “pedinte”, e não apenas dos Estados Unidos.

O Estado brasileiro? Assistiu, assiste, como se tudo corresse na maior normalidade. É preciso cortar gastos, con-tingenciar. Então, que mal há se os Estados Unidos, em troca de acesso total e controle, “doam” alguns milhões de dólares para as polícias e instituições verde-amarelas a cada ano? Transcrevi trechos. Leia mais aqui. Não esquecer que o juiz Sergio Moro chamou o FBI para atuar na Lava Jato. Vale a pergunta: quem grampeou a presidenta Dilma Rousseff foi a vendida Polícia Federal ou o FBI? A PF, diz que recebeu ordens de Moro, e lava as mãos, pondo a culpa em uma agência telefônica de nome desconhecido. Nenhuma companhia tem estrutura ou competência técnica, e muito menos legal, para invadir o Palácio presidencial e colocar grampo.

GRAMPO DE MORO. “Os golpes começam assim”, alerta Dilma

“Quem autorizou, por que autorizou e por que divulgou?”, disse a presidenta indignada com o grampo divulgado pelo juiz Sergio Moro na TV Globo.

Segundo Dilma, a divulgação da conversa telefônica foi uma agressão, não à sua pessoa, mas à democracia, pois feriu garantias constitucinoais. “Os golpes começam assim”, afirmou. Ela ressaltou que, quando os direitos constitucionais da própria presidência são violados , não há garantia nenhuma aos cidadãos. “O Brasil não pode ficar submisso a uma conjuração”. Veja o vídeo do discurso. Clique neste link:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/video/2016-03/grampos-ilegais-nao-favorecem-democracia-diz-dilma-em-discurso-de-posse-de

País não pode ir a reboque de vara federal de Curitiba. Os grampos e as prisões políticas de Moro

por Giselle Souza

A liderança do país não pode ficar a cargo da 13ª Vara Federal de Curitiba e do Ministério Público Federal. A crítica é do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Felipe Santa Cruz, em discurso na noite de segunda-feira, dia 14/3, ao ser empossado para seu segundo mandato à frente da entidade.

De acordo com Santa Cruz, a despeito da grave crise política, a sociedade precisa cobrar as soluções em foros adequados. “A liderança do país não pode ocorrer em uma vara federal em Curitiba. O juiz tem seu papel, mas não pode ser o líder da nação brasileira, pois não foi legitimamente eleito para isso”, afirmou. Leia mais:

● Coletânea de textos: Doutor Sérgio Moro e sua Operação Lava-Jato
● Vídeo: Ao vivo e em cores, William Bonner chama Dilma de Fernando Henrique Cardoso
● “Grampo é um estupro ao Estado Democrático de Direito”, acusa presidente da OAB/SP
● Escândalo: O grampo foi na sala da presidenta Dilma e não no telefone de Lula
● Moro e Globo conseguiram: Coxinhas alucinados espancam garota na Paulista
● PF diz que gravou Lula após decisão de encerrar escuta e responsabiliza Moro
● Ato impensado de Sérgio Moro coloca país em risco
● Lei de Segurança Nacional: Sérgio Moro divulgou grampos ilegais de autoridades com foro especial
● Absurdo total: Sérgio Moro grampeou Lula, Dilma e monitorou até STF
● Coletânea de textos: O início do fim da era plim-plim
● Coletânea de textos: A mídia como ela é… golpista e manipuladora
● Kennedy Alencar: Para atingir Lula, só novo “domínio do fato”