O PEZÃO DA CALAMIDADE PÚBLICA DO RIO E OS QUADRILHEIROS DO GOLPE

Informa a agência BBC: Na reta final para a Olimpíada, o Rio de Janeiro decretou estado de calamidade pública, chamando a atenção para a gravidade da crise que atinge as finanças do Estado menos de 50 dias antes de sediar para o maior evento esportivo mundial.

Diversos veículos de imprensa publicaram que, com o decreto, o governo federal irá viabilizar de forma mais rápida um socorro federal de R$ 2,9 bilhões ao Estado do Rio.

Os recursos seriam usados para finalizar a ligação Ipanema-Barra da linha 4 do metrô, pagar horas extras de policiais e garantir salários de servidores ao menos até os Jogos.

Na visão dos especialistas, é impossível entender o cenário que levou o Estado do RJ a decretar estado de calamidade pública sem levar em conta falhas de gestão.

“O Rio de Janeiro quebrou por excesso de gastos obrigatórios, aumento de gastos com pessoal acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e não por endividamento. O governo fluminense também contou com receitas temporárias, como os royalties do petróleo, para expandir gastos permanentes, inchando a máquina”, explica Jucá Maciel, especialista em finanças públicas.

O professor da FGV-Rio Michael Mohallem diz que a medida do governo do RJ é um “atestado de má gestão” e “passa uma imagem terrível para o mundo” às vésperas da Olimpíada.

Diante do não pagamento de salários de servidores e parcelamento de benefícios nos últimos meses, além da crise na saúde pública e na educação, o uso de verbas federais para quitar obras olímpicas pode causar desgaste ao governo estadual.

“(O decreto) tem o objetivo de obter mais recursos e direcioná-los para obras que não são prioritárias para a cidade. Enquanto isso, centenas de milhares de pessoas estão passando por necessidades básicas, tanto servidores e terceirizados que não recebem seus salários como a população em geral que sofre com a precarização dos serviços públicos”, diz Renato Cosentino, pesquisador do IPPUR/UFRJ e membro do Comitê Popular de Copa e Olimpíadas.

Outro ponto para entender o decreto é a possibilidade de execução de medidas excepcionais sem autorização do Legislativo, como realocação de verbas e cortes de serviços para priorização de outras áreas. Melhor explicado: obras e serviços sem licitação. Por preços olímpicos.

O Rio vem sendo governado por corruptos. O atual golpe é uma conspiração de políticos que comandam o Estado: governadores Sérgio Cabral Filho, Luiz Fernando Pezão, Francisco Dornelles, Moreira Franco, senadores Marcelo Crivella, Romário, deputados federais Jair Bolsonaro, com quase meio milhão de votos, Eduardo Cunha, prefeitos Cesar Maia, Eduardo Paes.

Que esperar dessa gentalha?

 

A crise no Rio, os porcalhões responsáveis e os guardanapos

Jornal do Brasil – Os responsáveis pela crise no Rio de Janeiro, que fez com que o governador em exercício decretasse estado de calamidade pública — o que já repercute na imprensa internacional –, são aqueles porcalhões que se sujaram dos pés à cabeça em uma festa milhardária no exterior, e tiveram que lavar a cabeça com guardanapo, enquanto riam e gargalhavam do sofrimento do povo fluminense. Em entrevista, o governador destacou que se o Estado do Rio de Janeiro fosse uma empresa, iria ser fechada. Mas, e o povo, como fica com isso?

O jornal inglês The Guardian deu destaque na noite desta sexta-feira (17) ao decreto de calamidade pública, destacando que a medida ajuda a engrossar a lista de outros problemas que o país já precisava enfrentar, como impeachment da presidente Dilma, Zika, investigações sobre corrupção e dificuldades econômicas.

“A maior preocupação para os 500 mil visitantes esperados para os Jogos é o corte no orçamento da segurança pública, o que contribui para os problemas enfrentados pela ‘pacificação’ de favelas e para um ressurgimento de crimes violentos. Isto em meio a advertências de que terroristas teriam o evento como alvo”, diz o jornal inglês.

> ‘The Guardian’: Calamidade pública no Rio é embaraço para anfitrião da Olimpíada

Entre os personagens daquela festa milhardária estava o antigo secretário da Fazenda do Estado, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma e hoje engana o mundo ao dirigir organismo internacional na área financeira. Outros que estavam ali enganam empresários, se empregando em suas empresas, talvez para fazer lobby de cobrança. E outro, da área de saúde, deve estar enganando ou tentando também com lobby para receber o que, quando secretário, ficou devendo a essas empresas.

Em agosto de 2010, Sérgio Cabral já dizia: “Ganhamos as Olimpíadas, que parecia um sonho impossível. Estamos mudando o Rio”. Ele tinha razão, ele já sabia que o Rio ia quebrar, mas na mão de outros. Mais tarde, em novembro do mesmo ano, Cabral declarou: “Ganhamos as Olimpíadas de 2016 não foi para termos 21 dias de alta cobertura de segurança dos convidados. Ganhamos para dar à população do Rio.”

E o povo, como fica?

É obrigado a assistir a tudo isso calado.

O próprio decreto fala em necessidade de atender às áreas de segurança, saúde e educação, basicamente.

Na segurança pública, o cidadão é assaltado e morto.

Na saúde, o enfermo tem como expectativa a morte. O acidentado no trânsito e o pobre doente em casa, se necessitarem do Samu, vão morrer, na ausência de ambulâncias, médicos e remédios.

Na educação, o aluno do colégio público, como não pode estudar, corre o risco da delinquência ou da sobrevivência sofrida.

Os servidores não recebem seus salários.

E La Nave Va…

E a Justiça não dará a esses senhores nem uma ‘tornozeleirinha’. Eles, os responsáveis por questões desde a queda de helicópteros com crianças mortas até o superfaturamento de empresas terceirizadas de todas as áreas, que não recebem do governo estadual mas também não reclamam, o que indica que os contratos firmados devem ter sido bem vantajosos para os envolvidos.

E o povo, como fica?

Depois que eles financiaram a Olimpíada, o povo se limita a trafegar por vias engarrafas, correndo o risco de perderem o emprego, os que ainda têm um, por não conseguirem chegar aos locais de trabalho na hora certa.

E o povo, como fica?

Os cientistas políticos e os sociólogos fazem suas previsões sobre o que pode vir a acontecer com esse povo. Eles concluem, por exemplo, que os policiais que vão para as ruas para tentar defender o estado e as famílias saem de casa conscientes de que suas próprias famílias podem perder o provedor. Os criminosos estão mais armados. Já a família precisaria esperar dois ou seis meses para receber os proventos do policial que morreu.

E o povo, como fica?

Enquanto o Brasil sofre, eles já providenciaram suas passagens e passaportes para viverem nas residências que devem ter no exterior.

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EL País: O Brasil não pode se permitir semelhante espetáculo

O mail lido jornal da Espanha, El País, escreve um duro editorial contra o golpe conspirado pela ambição de todo o poder ao PMDB, o vingativo terceiro turno de Aécio Neves, o Rei do Nióbio, as leis escravocratas da bancada do boi, a teocracia da bancada da Bíblia, e o retorno da ditadura proposto por Bolsonaro & comparsas da bancada da bala.

 

Um processo irregular

 

A maneira pela qual se tenta destituir Dilma Rousseff não nega suas graves acusações contra a oposição brasileira

 

El País
Editorial

 

O caos institucional que o Brasil está afundado, cuja máxima expressão é o irregular processo de impeachment contra sua presidenta, Dilma Rousseff, está colocando o país nas últimas horas em uma incerteza inconcebível na maior democracia sul-americana. E não contribui precisamente para negar as graves acusações feitas por Rousseff e seus colaboradores mais próximos, que culpam a oposição de ter forçado até além do aceitável em uma democracia os limites do Estado para afastar do poder a presidenta em uma espécie de golpe constitucional.

Na quarta-feira estava prevista uma votação no Senado –por decisão pessoal de seu presidente– para ratificar o impeachment contra Rousseff, mas o Governo entrou com um recurso na terça-feira. Trata-se do toque final na confusão gerada desde que Waldir Maranhão, acusado de corrupção e desde quinta-feira presidente da Câmara dos Deputados –onde, sob outro presidente, afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal, já se havia votado a favor da destituição–, ordenou na segunda-feira anular todo o processo. Mas o presidente do Senado, Renan Calheiros, recusou-se a obedecê-lo e prometeu seguir em frente com a votação. Horas mais tarde, Maranhão se retratou e deixou o caminho livre à votação.

Enquanto o Brasil afunda na recessão, a oposição usou o Congresso para transformar uma acusação de caráter político –uma má gestão do orçamento– num processo previsto para casos penais. As sucessivas investigações não conseguiram provar a participação da presidenta na corrupção que afeta o seu partido, mas o abandono de vários de seus parceiros de Governo a colocaram numa situação muito difícil.

Essa crise institucional coloca dúvidas mais do que razoáveis sobre a legitimidade que teria um novo presidente depois de um processo tão pouco habitual. O Brasil não pode se permitir semelhante espetáculo. O dano causado é incalculável.

“Denunciamos y repudiamos el maltrato informativo, sesgado, machista y denigrante del que ha sido víctima la presidenta del Brasil, Dilma Rousseff, en los medios de comunicación masivos de su país”

UN ENCUENTRO INTERNACIONAL DE PERIODISTAS CON VISION DE GENERO LLAMO A ACTUAR EN CONTRA DEL SEXISMO EN LOS MEDIOS

 

“En momentos de crisis sube la violencia contra las mujeres”

 

Periodistas de 27 países se reunieron en Barcelona para fomentar una comunicación sin patrones patriarcales. Denunciaron el maltrato informativo, machista y denigrante, que sufre Dilma Rousseff en su país. La situación de las mujeres refugiadas.

 

Por Sonia Santoro

“Hacemos un llamado a las empresas periodísticas y de comunicación a actuar contra las informaciones de carácter sexista y con patrones patriarcales, además de la revisión de creación de manuales de estilo que refuercen la información y comunicación con perspectiva de género y sobre los derechos de las mujeres”. Así se pronunció el VI Encuentro de la Red Internacional de Periodistas con Visión de Género, que reunió en Barcelona a 157 periodistas de 27 países. Además, reclamó mayor cobertura informativa de la situación de las mujeres refugiadas y repudió el “maltrato informativo, sesgado, machista y denigrante del que ha sido víctima la presidenta del Brasil, Dilma Rousseff, en los medios de comunicación masivos de su país”.

El primer día del encuentro estuvo presente la alcaldesa de Barcelona, Ada Colau, primera mujer y feminista en ocupar ese puesto (ver aparte). Luego siguieron dos días de debate en los que se plantearon temas específicos a las distintas realidades de los continentes participantes: América latina y del Caribe, Europa, Asia y Africa. Así como problemas y desafíos comunes.

Entre ellos, el Encuentro dio cuenta de “la discriminación y las violencias que sufren las periodistas y comunicadoras en el mundo” y reclamó “una representación no estereotipada de las mujeres en los contenidos informativos, dando voz a las mujeres y reflejando toda su diversidad”.

Ante el incumplimiento del apartado J de los Acuerdos de la Conferencia de Mujeres realizada en Beijing en 1995, que se refiere al papel de los medios de comunicación para alcanzar la igualdad entre mujeres y varones, “solicitamos la creación de programas feministas y en defensa de los derechos de las mujeres en los medios, especialmente públicos, así como el auspicio efectivo a los que existen y surjan”, dice el pronunciamiento final.

El problema de los refugiados y refugiadas tuvo presencia fuerte, con la participación incluso de algunas refugiadas como Rawan al bash, periodista palestina de Siria que vive actualmente en España. “Cuando una es palestina tiene muchas cosas para explicar. Cuando una es siria más porque hay una guerra y la gente sale de Siria por la violencia del gobierno, del Isis”, comenzó su relato. Rawan contó que tuvo que dejar Siria porque el gobierno la perseguía por activista.

En ese sentido, el Encuentro manifestó “nuestro rechazo a las guerras que fuerzan el desplazamiento de las personas que buscan refugio y reclamamos la apertura de fronteras, puesto que emigrar es un derecho humano reconocido”. Además se exigió “una mayor cobertura informativa de la situación de las mujeres refugiadas que las muestre como protagonistas y visibilice las violencias a las que se ven sometidas. La casi nula comunicación de las instituciones europeas sobre la situación de las refugiadas significa una información sesgada”.

Se denunció también el aumento de la intimidación cibernética y las amenazas que sufren las mujeres periodistas, por el simple hecho de ser mujeres en el ejercicio de la profesión.

En momentos de crisis “siempre se cuestiona el poder sobre la mujer y sube la violencia contra las mujeres”, dijeron las coordinadoras salientes. Entre ellas, Liliana Hendel, por la Red Internacional de Periodistas con Visión de Género en Argentina, planteó que “en el mundo han crecido exponencialmente los proyectos voluntaristas en pequeñas radios e Internet, pero la ausencia de periodistas feministas (salvo casos aislados y muy escasos) y de programas con enfoque de género en los medios audiovisuales masivos es flagrante”. “El mayor problema es que nos han convencido de que ya llegamos y que somos iguales. Cuidado con este concepto porque es mentira”, dijo también. Por la red participaron además Miriam Bobadilla, Silvina Molina y esta cronista.

Entre las presentaciones de temáticas puntuales, la más movilizante fue la que hizo Carolina Escudero, argentina que reside en Barcelona, y comparó el robo de bebés realizado durante la última dictadura en Argentina, con lo sucedido durante el franquismo. “Según datos, hay 30 mil niños robados; según los familiares, 100 mil”, dijo. La presencia de varios familiares que siguen buscando a sus hijos e hijas conmovió a todo el auditorio de la Universidad Pompeu Fabra.

Sara Mas, corresponsal del Servicio de Noticias de la Mujer de Latinoamérica y el Caribe (SemLac) Cuba, habló sobre el trabajo que están haciendo periodísticamente para mostrar el impacto que los cambios económicos que se están produciendo en su país tienen en las mujeres. “La mayoría de los empleos no demandan altos niveles educacionales, cuando las mayoría de las personas formadas son mujeres”, dijo. Así como que los nuevos trabajos “surgen con enunciados sexistas, pensados para mujeres y para varones”. “El desafío como periodistas sigue siendo insertar la reflexión e incidir en políticas públicas para mujeres”, planteó.

Daniela Fuentes Moncada, de Ecuador, criticó que los medios de comunicación aborden la cuestión indígena como un todo homogéneo. “En mi país convivimos muchísimas nacionalidades y etnias diferentes. Es heterogéneo”, dijo.

A pedido de la brasileña Rachel Moreno, que denunció un “retroceso absoluto en todos los derechos alcanzados” en Brasil durante los últimos años, el Encuentro hizo un pronunciamiento de apoyo a Dilma Rousseff y de repudio a los intentos de golpe.

“Denunciamos y repudiamos el maltrato informativo, sesgado, machista y denigrante del que ha sido víctima la presidenta del Brasil, Dilma Rousseff, en los medios de comunicación masivos de su país”, dice el comunicado. “Exigimos que se respete el orden institucional que se deriva del cumplimiento del mandato de la elección presidencial de Dilma Rousseff”, continúa. Y finalmente rechaza “cualquier intento de golpe de Estado”.

Al final, se decidió que Brasil será sede del próximo Encuentro de la Red Internacional de Periodistas con Visión de Género, en 2018.

Montserrat Minobis, presidenta de la Red Internacional de Mujeres Periodistas y Comunicadoras de Cataluña, declaró que “hemos salido más fortalecidas y con el objetivo de llevar adelante proyectos comunes y, como recoge el manifiesto, continuar la lucha global contra la violencia y la defensa de los derechos de las mujeres, especialmente en cuanto a la cultura de la paz, y la defensa de las mujeres migradas y refugiadas”.

Medios, estereotipos, precarización, violencia, redes, periodistas, género, refugiadas, migrantes, indígenas… palabras, categorías que se nombraron y se debatieron por tres días en Barcelona. Problemas y soluciones que cada una llevó a su país de origen para intentar convertir en leyes, prácticas, políticas con perspectiva de género. In Pagina 12/ Argentina

Tudo a Temer no Brasil

O Brasil mantém seu histórico de rupturas democráticas a todo custo. Dias temerários virão

 
por XICO SÁ
El País/ Espanha

 

 

O Brasil desconhece o Brasil, uma certa Buenos Aires tampouco sabe o que se passa na periferia da capital argentina, aqui tiro uma buena onda com o amigo Washington Cucurto, meu escritor portenho contemporâneo predileto, mais para a cumbia do que para o tango, mais para a linguagem da rua e de los perros callejeros, digo, os vira-latas, do que para os cães de madame.

O cara, em termos de linguagem, está mais para as doideiras do Maradona e do Carlito Tévez do que para as estatísticas vitoriosas do Messi. Um portenho de uma Buenos Aires periférica, longe da velha ideia europeia que compramos como fetiche borgiano e metalinguístico de los hermanos.

Encontrei com o Cucurto, ainda nesse longo dia que narraremos adiante, vestido em uma camiseta vintage do Sport Club do Recife, no café da manhã —no seu país ele é torcedor do Independiente— e logo o comuniquei que o seu novo time em Pernambuco perdera na noite anterior para o Santa Cruz. Uma moça bonita, conhecedora da sua obra, me confessou: “Culpa minha, sou rubro-negra mais que tudo nessa vida”.

Cucurto, autor do genial Cosa de negros , entre outros livros, esteve aqui com a gente para participar do Clisertão, um congresso literário que acontece anualmente em Petrolina. Fez uma mesa de bate-papo genial com o escritor Marcelino Freire, mediada pela professora de literatura Paula Santana, sobre o lugar da fala, o batismo das coisas e travessias culturais.

É golpe ou não é?

No que agora indagamos, todo mundo junto, com o auxílio genial de outro nordestino que se achega, falo do paraibano Bráulio Tavares (Campina Grande), um cara que consegue nos contar de tudo nesta noite. Das suas traduções do romance noir de Raymond Chandler —meu autor predileto— aos enredos dos cordéis clássicos e às parcerias com Lenine, nosso amigo comum de comunismos d’antanho.

 

Pelos meus 30 e tantos anos de jornalismo e de traumas históricos, chamo declaradamente de golpe

 

Agorinha mesmo na beira do São Francisco, o grande rio da unidade nacional brasileira, tomando uma cerva depois de atravessar de Petrolina a Juazeiro, a grande dúvida é uma só: como nomear o que está acontecendo no país. Pelos meus 30 e tantos anos de jornalismo e de traumas históricos, chamo declaradamente de golpe. Que me desculpem, quem sabe não passo de um paranoico benjaminiano.

Não consigo encontrar os atenuantes semânticos, tampouco eufemismos que justifiquem alguma ideia de processo democrático. A maioria dos amigos me acompanham neste batismo de fogo; outros, educadamente, mesmo trabalhando em fábricas de salsicha, dizem que não é bem assim etc.

Creio, e nisso não vejo nenhuma lenda do Curupira, que a ordem democrática foi quebrada pelo tripé tendencioso constituído, sem se ligar na Constituição, por:

1) Avexamentos de juízes de primeiras instâncias e pela demora exagerada dos ministros das instâncias derradeiras, vulgo STF…

Jamais esquecerei o dia em que um repórter entrou de Curitiba, meio sem saber o que tinha de fato nas mãos, para ler o relatório de um grampo fornecido pelo juiz Moro sobre uma conversa de Lula/Dilma. O grampo ao vivo. O grampo sessão da tarde. O primeiro grampo ao vivo da história da TV brasileira. No justo momento em que havia um certo esmorecimento da direitona… Falo do ritmo do noticiário bipolar que temos vivido.

2) Repare no relato de uma mídia que deixou tudo límpido nos seus editoriais clamorosos e repletos de mesóclises… E, óbvio ululante, pelo Cunha delinquente-mor da Câmara, o grifo é do procurador-geral da República, que comandou todo circo de horrores.

As mesóclises, como todo beletrismo —marca das cartas e poemas do próprio Temer— denunciam, amigo Lacan, a repetição da linguagem golpista. Dar-te-ei… Os editoriais e o vice que versa falavam a mesma língua e tramavam a mesma redundante trama. Só a linguagem denuncia e escancara os sentidos. Lacan vale por mil Janôs ou esperas dos Godôs do STF que deixaram o impeachment chegar antes de qualquer crime de responsabilidade da presidenta. Isso é um escândalo? Nada. É apenas o óbvio ignorado.

3) A mídia dos grandes veículos brasileiros chegou tão longe na sua narrativa de tirar Dilma, mulher, do seu posto, que não pode mais voltar atrás. Todo mundo avançou muitas casas, negociatas foram feitas, os patinhos quem-quéns da Fiesp, nada bossa nova, se instalaram de vez na paisagem, o golpe foi dado como consumado. O Brasil mantém seu histórico de rupturas democráticas a todo custo. Dias temerários virão.

 

Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de “Os Machões dançaram –crônicas de amor & sexo em tempos de homens vacilões” (editora Record), entre outros livros. Na tv, é comentarista do “Papo de Segunda” (canal GNT).

Pastor Marcos Pereira preso por estupro, lavagem de dinheiro

O pastor Marcos Pereira, fundador da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, foi preso acusado de diversos crimes, tais como estupro e lavagem de dinheiro.

Na política, apoiou o cantor Waguinho como candidato a senador em 2010, e a prefeito de Nova Iguaçu em 2012.

Esses pastores, esses pastores praticam crimes, e os fiéis esquecem. Veja a página de Marcos Pereira no Facebook.

“Com que intenção a prisão do pastor foi feita em plena Via Dutra, e com repórteres já presentes? Mesmo não tendo domínio de todos os fatos, o Verdade Gospel e o Pr. Silas Malafaia, mediante aos fatos mencionados aqui, acham estranhíssimo a prisão do Pr. Marcos Pereira”, questionando a cobertura da imprensa.

O juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, condenou o pastor Marcos Pereira da Silva a 15 anos de prisão por estupro. Segundo os autos, o crime foi cometido no final de 2006 contra uma seguidora nas dependências da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias.

“As testemunhas ouvidas relatam com firmeza como o acusado é uma pessoa manipuladora, fria, só pensa em si, utilizando-se das pessoas para satisfazer seus instintos mais primitivos e de forma promíscua, utiliza da boa-fé das pessoas para enganá-las. Pelo exposto e por tudo que dos autos consta, julgo procedente a pretensão punitiva para condenar Marcos Pereira da Silva”, diz a sentença, segundo o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio).

O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou o pastor Marcos Pereira e Márcio Nepomuceno dos Santos, conhecido como “Marcinho VP”, pelo crime de associação ao tráfico. O órgão solicitou ainda o pedido de prisão preventiva dos dois.

Segundo o promotor Alexandre Murilo Graça, a associação dos denunciados para o tráfico de drogas começou em 1993, época em que o religioso fazia trabalho de evangelização em presídios, delegacias e comunidades dominadas pelo tráfico. Já Marcinho VP começava a ascender na estrutura do “Comando Vermelho”, organização da qual é um dos principais chefes.

O pastor, como aponta a denúncia, começou como “pombo correio”, levando ordens de chefes do tráfico que estavam presos para as comunidades onde atuavam, aproveitando-se do fato de ter acesso aos presos. Nas comunidades cariocas –principalmente nos complexos do Alemão e da Penha– outros religiosos eram ameaçados e impedidos de realizar seus cultos, o que fortalecia a igreja de Pereira.

Só na cidade do Rio de Janeiro existem mais de mil e cem favelas, todas dominadas pelos traficantes, pelas milícias e os pastores. Assim são eleitos vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, prefeitos e governadores.

O pastor Marcos Pereira não passou um ano preso. E mais poder vai ter essa gentalha no governo teocrata de Michel Temer-Eduardo Cunha.

Abençoado por Malafaia e Feliciano, Temer pretende instalar um teocracia no Brasil

Sem apoio popular, com um rejeição de 99 por cento, Michel Temer, para conseguir adeptos, pretende instalar no Brasil uma teocracia (do grego Teo: Deus + cracia: poder), sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de algumas religiões.

Também motiva Temer uma vingança contra o Papa Francisco, e os bispos católicos brasileiros que assinaram manifesto contra o golpe. O vencedor do prêmio Nobel da Paz em 1980, Adolfo Pérez Esquivel revelou, em entrevista ao jornalista Darío Pignotti, do jornal Página 12, Argentina, que levou à presidente Dilma Rousseff o apoio do Papa Francisco.

“O papa Francisco está muito preocupado com o que está acontecendo no Brasil; tudo isso vai trazer consequências negativas para toda a região e teremos um grave retrocesso democrático.”

Esquivel se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e depois, no Senado, denunciou o golpe da tribuna, sob protestos de opositores como Ronaldo Sepulcro Caiado de Branco (DEM-GO), que exigiram que a palavra golpe fosse retirada das notas taquigráficas.

Esquivel disse ainda que vai escrever ao Papa sobre os acontecimentos no Brasil e afirmou que o impeachment não passa de um golpe brando. Ele também disse que Dilma é uma mulher honesta denunciada por corruptos.

 

BÊNÇÃO DE MALAFAIA E AS MULHERES DÓ LAR

 

O primeiro a abençoar Temer, foi o deputado Silas Malafaia, que votou na Câmara dos Deputados pela cassação de Dilma.

O pastor e líder do Ministério Vitória em Cristo, ligado à Assembleia de Deus. Malafaia, considerado um pastor evangélico com posições de extrema-direita, é um crítico feroz do governo da presidente Dilma Rousseff.

Segundo o ex-candidato à Presidência da República e presidente do Partido Social Cristão (PSC), Pastor Everaldo, “na oração, ele [pastor Silas Malafaia] desejou que Deus dê sabedoria ao vice-presidente para que ele dirija a nação para tirá-la do fundo do poço”. O pastor Everaldo foi o responsável pelo encontro.

O presidente do PSC diz que se a presidente Dilma tivesse “o mínimo de bom senso renunciaria ao cargo antes que o Senado faça a sessão de admissibilidade do processo de impeachment”.

Ele também disse considerar um “golpe” a ideia de antecipar as eleições presidências. “Isso seria um golpe e não é previsto na Constituição Federal”, afirmou. Temer também chamou de golpe a possibilidade de antecipação das eleições.

Em apoio  à revista Veja, que publicou reportagem anunciando que Marcela Temer, a terceira ou quarta esposa do vice que traiu Dilma, é “bela, recatada e do lar“, a mulher de Malafaia lançou uma campanha indicando que o lugar ideal da mulher continua na cozinha.

campanha para valorizar as mulheres dó lar foi resumida na proposta da pastora  Ana  Paula Valadão: As “mulheres vitoriosas” deveriam postar no seu Facebook, Instagram e Twitter, uma foto com a sua família (filhos e marido), ou uma foto com um avental, ou lavando louça, ou com o bebê no colo, para mostrar que elas cuidam do lar”.

Escondeu a pastora Ana Paula que Elizete  Malafaia tem se revelado uma excelente e atuante executiva, além de exercer as funções de pastora, administra a editora Central Gospel.

 

Temer pede oração a Feliciano, que “ordena” que os demônios saiam do Brasil

 

por Leonardo Miazzo

 

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), apelou a evangélicos ligados ao deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Em vídeo enviado ao encontro Gildeões Missionários, em Camboriú (SC), no último sábado (30), Temer pediu “orações pelo Brasil” e “para mim mesmo”. Feliciano conduziu uma oração dizendo que o Brasil vai se tornar “uma nação poderosa” e que as pessoas que estão na pobreza “não passarão mais fome”.

Apesar de ser um dos articuladores da derrubada de um governo pelo qual foi eleito vive, Temer insinuou que o governo petista é que prega a cisão dos brasileiros. “Nos últimos tempos, tem sido muito pregada a desunião do Brasil, ou seja, brasileiros contra brasileiros, que desautoriza qualquer proposta de harmonia no nosso país.” Temer tratou o pastor como “velho amigo e companheiro de lutas políticas”, e o chamou de “Marcos” repetidamente na gravação.

O vice foi muito saudado por Feliciano, tido como uma das lideranças do fundamentalismo religioso no Congresso e uma das expressões da chamada bancada BBB (bíblia, bala e boi), defensor de projetos como a Cura Gay, a Proposta de Emenda à Constituição que dá a organizações religiosas o direito de questionar leis no Supremo Tribunal Federal (STF), o Estatuto da Família e o Estatuto do Nascituro.

“Nosso ‘presidente’ é um homem temente a Deus e está rogando oração da igreja. Dentro de 15 ou 20 dias este homem vai assumir a presidência do Brasil. Eu tenho certeza que deus vai mudar a nossa história e a história do Brasil”, afirmou Feliciano a milhares de evangélicos, que no entanto, não demonstraram entusiasmo com as declarações de Temer.

Feliciano disse que Temer não foi pessoalmente ao evento para não dizerem que estava se aproveitando daquele momento para dar um golpe. “Não existe golpe nenhum, é democracia.”

“Nesse momento decretamos que esse espírito que divide o país está sumindo daqui. Um tempo de unidade, de prosperidade, vai cair sobre a nação brasileira. Nós ordenamos que todos os demônios desapareçam da nossa nação e profetizamos que o Brasil é do Senhor Jesus”, seguiu Feliciano.

Este filme mostra a cura gay

“La alegría” no es sólo argentina

>>> Por Rudy
Sátira 12/ Página 12/ Argentina

¿Cómo le va, lector, cómo anda? ¿Festejando la “revolución de la alegría”? ¿Vio que es taaaan exitosa, que a los brasileños les gustó, y la quieren ahí también? ¡Y mire que ellos de alegría saben ¿eh!? ¡Pero les gustó tanto nuestra alegría, que no pueden esperar que Dilma Rousseff, la presidenta que ellos mismos eligieron hace poco más de un año, termine su mandato en paz, y luego, sí, elegir a un candidato que les alegre el mandado con globos amarillos y “O globos” (¡uy, qué coincidencia!)

No, ellos están tan apurados por tener una alegría como la nuestra, tan ansiosos de sentir lo mismo que nosotros, que están acelerando el trámite. Acusaron a su presidenta de corrupción. O de corrosión, o de corrección, o de ser mujer como Cristina, o de…

* No haber salido campeones del mundo durante su mandato (mundial 2014)
* Que Messi es argentino
* Haber tenido una política económica neoliberal
* No haber tenido una política económica neoliberal
* No tener los ojos celestes y los globos amarillos como Mauricio
* De llamarse Dilma, nombre que lleva a la confusión de muchos, que tienden a decir “Vilma” porque de chiquitos veían Los Picapiedras
* De que su apellido “Rousseff” les suena demasiado a Rousseau, como el de la Revolución Francesa, y acá la única revolución que vale es “la de la alegría”
* De que al tener dos “s” y dos “f” seguidas en su apellido está desperdiciando recursos, ya que ella puede darse el lujo de tener dos letras, y hay gente que no tiene ninguna
* Que protestó cuando se enteró de que los EE.UU. la estaban espiando, sin entender que en la División Internacional del Trabajo a los EE.UU. les tocó espiar a todos
* De no ser Lula
* De ser del mismo partido que Lula
* De que si no la echan a ella ahora, capaz que después viene Lula de nuevo
* De que su partido propicia una ‘política distributiva (en realidad lo que critican es que sea distributiva entre los pobres, si fuera entre los ricos, no pasa naranja)
* De no distinguir entre la gente normal y los pobres, como nuestra benemérita vicemauricia
* De ser amiga de CFK y no de MM
* De no haber nombrado al rabino Bergman como ministro de Medio Ambiente
* De no tener cuentas en Panamá, como corresponde a alguien de su categoría
*De nada

Con todas esas causas en su contra, es casi obvio que los días de Dilma en el gobierno están contados, y no son muchos. Porque los brasileños tienen el mismo derecho que nosotros a la alegría.

Tienen derecho a tener un gobierno que sea equitativo, y les dé mucho a los que ya tienen, y les quite a los que no tienen nada, porque si no tienen nada es porque no lo necesitan.

Tienen derecho a un gobierno que concentre los medios de comunicación, para que en todos los canales, diarios y radios digan lo mismo, de manera de evitarles la trabajosa decisión de elegir a quién escuchar, y puedan dedicar su tiempo a la alegría.

Tienen derecho a un gobierno que los despida, es muy triste irse de un lugar sin que nadie te diga “Chau, adiós, arrivederci, va embora, guei gesunterheit (viajá con salud, en idish), au revoir, das vidaña (hasta mañana, en ruso), good bye o lo que sea, pero que te despidan.

Tienen derecho a ganar mucho menos dinero que antes, así se libran de comprar medicamentos que solamente sirven cuando uno está enfermo, y comen menos, lo que contribuye a estar mejor físicamente.

Tienen derecho a no tener que hacerse cargo de los demás, pagando impuestos y respetando leyes sociales que los obliguen a desprenderse de lo que tanto esfuerzo les costó ganar, heredar, afanar, rapiñar o como sea, pero ahora es de ellos y basta.

Tienen derecho a consumir lo que les digan que hay que consumir esos mismos medios que ahora les dicen que Dilma es mala y corrupta, y que los Reyes Magos existen y son Las Multinacionales, los Holdouts y los Bancos.

Tienen derecho a tener derecha.

Una cosa rara, lector. En estos días en los que los brasileños festejan que la alegría está por comenzar, y los argentinos festejamos que “y ya lo ve, y ya lo ve, somos deudores otra vez” (siempre lo fuimos, pero ahora mucho más), se celebra también el Peisaj (o Pesaj), llamada también Pascua judía, que recuerda el Exodo de Egipto hacia la libertad, que implicó 40 años de caminata en el desierto.

A ver… en Egipto había esclavitud, plagas, muchos dioses, comida para quien pudiera pagarla, pirámides para construirle al faraón… ¡había alegría! ¿por qué irse? ¡Inexplicable! En fin, lector, parece que los pueblos antiguos hacían esas cosas… hay que entenderlo, eran otros tiempos.

Brasil & Brazil

por GUSTAVO CARDOSO
Público/ Portugal


O primeiro Brasil deste título é o país do manifestródomo no qual a câmara de deputados do Congresso brasileiro se transformou, através das declarações sobre as razões e motivos de se votar a favor, ou contra, o impeachment da Presidenta da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff.

O segundo Brazil deste título é o que dá nome à obra de Terry Gilliam no seu filme de 1985. Uma sociedade, ou talvez um país, onde predomina um distópico, e absurdo, quotidiano em que há um Ministério da Informação com o monopólio do arranjo dos canos (sim, das canalizações) e onde o lema “a suspeita gera confiança” molda o dia-a-dia.

Porquê referir os dois “brasis”? Porque o sucedido na Câmara dos Representante e sua mediatização televisiva aproxima, a passos largos, a sociedade distópica do Brazil de Gilliam da actual sociedade do Brasil de Dilma, Temer e Cunha – para falar apenas de três dos personagens centrais do actual processo político.

O Brasil que já foi o país do futuro, que já foi aspirante a membro permanente do conselho de segurança da ONU e a potência mundial do hemisfério Sul, encaminha-se, por opção dos seus próprios representantes eleitos, para uma caricatura daquilo que pretendia ser.

Sim, é verdade que a corrupção de natureza endêmica existe em todas as sociedades e que o Brasil não é diferente e, também, que o crescimento económico dos últimos anos a potenciou.

Também é verdade que o Brasil, como todas as democracias, tem problemas de financiamento ilegal dos partidos. Mas também é verdade que toda a gente no Brasil, ou pelo menos os políticos brasileiros de todos os partidos, sabem que o problema não é do PT ou do PSDB – os dois últimos partidos que elegeram presidentes.

O problema reside “na situação” que infiltra esses partidos quando estão no poder ou quando partidos do centrão permanecem tempo demais em alianças com diferentes governos – como o PMDB que esteve também nas últimas décadas em vários governos, incluindo os de Lula e Dilma.

Mas o Brasil também é o país de governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula e do combate à pobreza, da criação de programas de sucesso no combate à inflação com FHC, criação de novas classes médias por ambos, da presença na arena global diplomática (na ONU e na denúncia do excesso de vigilância electrónica global), da liderança tecnológica, da liderança na denúncia das alterações climáticas, da promoção da cultura para todos e da organização de Jogos Olímpicos.

No entanto, desde que a democracia se sedimentou no Brasil, com as eleições directas após 1989, o Brasil teve cinco Presidentes – Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Rousseff.

De entre esses cinco, teve um Presidente destituído por impeachment, Collor de Melo, uma Presidenta em processo de impeachment e um ex-Presidente, Lula da Silva, empurrado para o meio do actual processo contra Dilma Rousseff.

Em cinco Presidentes, num período de duas décadas e meia, poderemos ter, a breve trecho, três presidentes envolvidos em processos de impeachment, algo que nos mostra, não uma excepção, mas a assunção de uma “anormal” normalidade política.

A questão que fica, ainda, por responder é saber se o Brasil pode aspirar a ser outra coisa que não um Brazil se tornar os impeachments a sua normalidade política. Daí que, talvez, a única alternativa a se tornar num Brazil distópico seja mesmo ter “eleições já” tal como noutro momento histórico foi preciso no Brasil dizer “directas já”.

 

 

Professor Catedrático do ISCTE-IUL e investigador do College d’Études Mondiales na FMSHGustavo Cardoso

Durou dois anos o namoro do deputado pastor Marco Feliciano com o ator Alexandre Frota

No programa Morning Show, da Rede TV. O ator Alexandre Frota afirmou que
namorou o pastor e deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que recentemente aprovou um projeto de lei apelidado ‘cura gay’.

“Eu conheço bem ele. Ele foi meu namorado. Nós tivemos um relacionamento durante
dois anos. Eu acho estranho ele dizer isso [em referência a um vídeo em que o pastor
fala do projeto de lei apelidado como ‘cura gay’] porque não era bem isso que ele me
falava na cama (…)

Frota [falando para a câmera] ‘Amor, eu estou estranhando essa sua posição. Eu não estranhava as outras posições. Mas eu acho que, assim, por tudo o que a gente viveu Má, eu te amava, você sabe que eu te chamava de Dundum. Por tudo o que nós vivemos, por tudo o que você me falou, no pé do ouvido, eu esperava mais de você. E quando você puder, me liga por favor’”, disse o ator. Confira o vídeo aqui

Pergunto: Marco Feliciano está cu rado?

 

Violência da PM contra alunos paulistas é “prática de tortura”, diz especialista

As manifestações de alunos contra a proposta de reorganização das escolas estaduais em São Paulo mostraram uma nova força do movimento estudantil secundarista e evidenciaram a violência policial contra os adolescentes. De acordo com Ariel de Castro Alves, advogado e coordenador estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), mais de 10 jovens foram apreendidos e agredidos ilegalmente. Na opinião do especialista, alguns deles chegaram a ser torturados.

O artigo 178 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) impede que menores de idade acusados de cometer ato infracional sejam transportados em compartimento fechado de veículo policial em condições que atentem contra a dignidade ou impliquem risco à integridade física ou mental do indivíduo sob pena de responsabilidade. Contudo, registros audiovisuais nas mídias sociais e na imprensa mostram diversos adolescentes sendo levados em camburões pela PM e até mesmo sendo agemados.

O estudante Francisco Musatti Braga, de 16 anos, da Escola Técnica de São Paulo ( ETESP), foi apreendido por policiais, levado em uma viatura para a 23ª DP, em Perdizes, sozinho e relata seu tratamento por parte das autoridades como “intimidador”. Ele disse que um rapaz que estava detido na mesma delegacia que ele teve que levar pontos na cabeça por ter sido atingido com um cassetete.

“Tudo aconteceu num momento de confusão quando liberamos uma faixa para passagem de uma ambulância. Quando tentamos fechá-la novamente, a polícia não deixou. Eles foram algemar um menino no chão e eu tentei impedir”, conta. O rapaz afirma que um policial o atacou com um cassetete: “fui enforcado com o cassetete e arrastado até uma moto, onde me algemaram. Depois, fui encaminhado para a delegacia e fui intimidado. Dois outros jovens foram presos no mesmo momento que eu e os policiais e o delegado nos diziam que a gente ia se ferrar muito mais”, completa. O jovem teve o apoio de seu pai, que foi à delegacia onde estava apreendido e de outros manifestantes. Para ele, a truculência só reforça o movimento e a união dos manifestantes.

A Súmula 11 do Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que o uso de algemas só deve ocorrer em caso de resistência e receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia. O que, na opinião de Alves, passa longe do que aconteceu em São Paulo. “São jovens que não estavam comentendo crimes, mas se manifestando pacificamente em vez de traficar ou fazer atos de violência”, relata.

Segundo Alves, a atitude da polícia militar se configura como um crime com pena de detenção. “O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) afirma que crianças e adolescentes não podem ser submetidos a vexame ou constrangimento”, questiona.

Casos de tortura

O MNDH pretende recolher todos os casos de abuso policial contra jovens e levar as denúncias em bloco para a Ouvidoria da PM. “Nós vimos a atuação da polícia jogando bombas de gás lacrimogênio, espancando estudantes. Alguns casos podem se configurar, inclusive, práticas de tortura em adolescentes”, denuncia.

O advogado explica que a tortura ocorre quando alguém é submetido a um intenso sofrimento físico e psicológico. Sobre o ato dos jovens, Alves defende que os estudantes estão exercendo um direito de manifestação e protagonismo juvenil.