Depois de prender dez suspeitos de terrorismo, Temer vai comemorar no Líbano, terra dos pais dele

Temer prepara ‘tour’ internacional para depois do impeachment

Temer tem medo de andar pelas ruas do povo no Brasil. Mas planeja uma volta pelo mundo, entregando a presidência do Brasil a Rodrigo Maia.

Informa o jornal El País, de Espanha: O presidente interino, Michel Temer (PMDB), deve fazer um road show internacional a partir de setembro caso o impeachment de Dilma Rousseff (PT) seja aprovado pelo Senado Federal. Os primeiros três países que seriam visitados pelo presidente são: Argentina, China e Líbano. As informações foram dadas nesta quinta-feira pelo chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em conversa com jornalistas de seis jornais estrangeiros, o EL PAÍS entre eles.

As razões por essas escolhas são claras e visam lançar o Governo de fato no exterior após a eventual ratificação no poder. O Governo de Maurício Macri, do vizinho sul-americano, foi um dos primeiros que procurou o peemedebista assim que a petista foi afastada da presidência, em maio, e Temer gostaria de retribuir a deferência. A potência asiática é a principal parceira comercial brasileira e é vista como estratégica pelo Ministério das Relações Exteriores – em seus discurso de posse, José Serra citou parceiros tradicionais, como EUA e Japão, antes da China, e isso causou certo desconforto em Pequim. O Líbano é o país de onde migraram os ancestrais do presidente.

Diz Padilha que o Governo tem pressa em aprovar propostas que mudam regras do pré-sal e das agências reguladoras. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis é uma delas. Confira aqui

 

A diáspora libanesa

Destaca El País: Uma pequena aldeia do Líbano tem estado especialmente atenta ao Brasil nos últimos dias porque Michel Temer, filho de dois cidadãos locais, é desde quinta-feira o novo presidente interino do gigante sul-americano. Os familiares que ele ainda tem em Btaaboura e parte dos 300 moradores se reuniram nesta sexta-feira na rua principal, que, desde a última visita do então vice-presidente, em 2011, lhe rende homenagem. “Rua Michel Temer, vice-presidente do Brasil”, lê-se em português e árabe.

“Estamos muito orgulhosos e espero que represente os brasileiros tão bem como o fez com os habitantes do povoado de Btaaboura e do Líbano”, diz Barbar, o prefeito.
“Orgulho” é a palavra que se escuta de boca em boca nesta aldeia em que Temer pisou duas vezes na vida. A primeira, como representante do Parlamento do Brasil, em 1997, e com a primeira esposa, com quem teve três filhas. A segunda, em 2011, já como vice-presidente do Governo e com a terceira mulher, Marcela, com quem tem um filho.

O Brasil abriga cinco dos 12 milhões de pessoas que compõem a diáspora libanesa. O total de emigrantes é o triplo do número de habitantes do Líbano. Leia mais

 

 

 

Brasil de oferta

Por Alfredo Serrano Mancilla *

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Detrás de cada golpe a la democracia, suele existir una alfombra roja para que caminen poderosos grupos económicos. En Brasil, el ritmo de las privatizaciones es tan veloz que debería ser objeto del Guinness. Han transcurrido apenas dos meses, y el Presidente interino Temer ha demostrado ser muy eficaz en expropiar al Estado de todo lo que sea considerado altamente rentable. La excusa, la de siempre: reducir el déficit fiscal. La verdad: cumplir con el cometido por el cual se dio el golpe de Estado contra Dilma, esto es, el control económico del país por unos pocos.

El equipo económico de Temer va a por todas. Puso el cartel de oferta desde el primer día. Todo a precio de ganga para todo empresario con buena voluntad golpista. No hay sector que se escape. En el eléctrico, se están privatizando unas 230 pequeñas empresas -dedicadas a la generación, transporte y distribución- altamente rentables y necesarias para dar cobertura sin discriminación a la mayoría del país. Hidroeléctricas y parques eólicos también son puestas en venta. En el sector transporte, la empresa aeroportuaria Infraero y la portuaria Docas ya están entregadas. En el sector asegurador, la unidad de Seguro de Caixa Económica Federal (gran prestamista público) ha vendido buena parte de sus participaciones a favor de unas pocas empresas; lo mismo ha sucedido con el instituto de reaseguros de Brasil.

Dos emblemas públicos, en lo simbólico y en lo económico, Correos y la Casa de la Moneda, son otros botines que el gobierno de Temer está dispuesto a subastar al mejor postor. No importa la oferta; lo importante es tener buenos amigos. En el caso de Correos, el escollo es mayor porque se necesita la aprobación en el Congreso. Pero se hará sin problemas porque este es el mismo Congreso que diera el golpe de Estado.

En el caso de las aerolíneas locales, Temer ha cambiado un decreto presidencial de Dilma para viabilizar el incremento de la participación de empresas foráneas. Privatización y extranjerización para que ningún gran capital quede afuera de este enorme mercado. Los aeropuertos también se venden. Temer ha abierto la posibilidad de privatizar el de Santos Dumont (Río de Janeiro) y el de Congonhas (Sao Paulo).

Se prepara, además, una nueva ronda de licitaciones para el sector petrolero y gasífero que incluirá áreas del Pre-sal, la importante reserva en aguas profundas del Atlántico que hasta ahora sólo Petrobrás explotaba. Así, se permite que aparezcan nuevas empresas privadas diferentes a Petrobras para operar en esta zona estratégica con reservas estimadas en 80.000 millones de barriles de petróleo.

A pesar de las ofertas, la agenda privada de calificación de riesgo, Moody’s, quiere más. Y critica que el ajuste fiscal en Brasil “avanza a un ritmo muy lento” con el gobierno de Temer. Se obedecerá. Y así, seguramente, el déficit fiscal actual se reducirá a costa de una masiva descapitalización del Estado que impedirá generar ingresos públicos sosteniblemente. Los programas sociales tienen fecha de caducidad.

El golpe a la democracia es coherente consigo mismo: la economía, cuanto más concentrada y menos democratizada, mejor. Pero no es únicamente una cuestión de injusticia, sino también de ineficacia. Los datos ya comienzan a cantar por sí solos: la economía de Brasil se contrae. Las ventas del comercio minorista cayeron un nueve por ciento en comparación con mayo del año pasado. La actividad productiva también se redujo un 0,51 por ciento en ese mismo mes.

Sin embargo, el riesgo país continúa cayendo, feliz con los golpistas. La democracia molesta.


* Doctor en Economía, Director Celag; @alfreserramanci

Suspeitos de homicídio podem liderar bancadas?

As escolhas do Presidente interino do Brasil, Michel Temer, continuam a ser sinónimo de polémica. A mais recente recaiu sobre André Moura, a braços com a Justiça, para liderar a bancada do Governo na câmara baixa.

Por Sónia Bexiga

Oje/ Portugal – Com a população, e o mundo, ainda a digerir as nomeações que Michel Temer fez para a sua equipa governamental, questionando sobretudo os sete ministros envolvidos na Operação Lava Jato, eis que se conhece o novo líder da bancada do Governo na câmara baixa do parlamento brasileiro: André Moura.

Que é como quem diz o braço-direito de Eduardo Cunha, presidente suspenso da Câmara dos Deputados, ou o deputado do Partido Social Cristão (PSC) suspeito de homicídio e corrupção. Sem que Temer tenha comentado ou explicado, rapidamente se instalaram leituras sobre esta escolha, naturalmente apontando para um “contar de armas” obrigatório para um Governo que não foi eleito e que por isso tem de se apoiar no parlamento para efetivamente governar.

Quanto a André Moura, segundo avança a Agência Brasil, neste momento, é suspeito de uma lista assinalável de crimes, e como tal, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em três processos por desvio de fundos públicos quando era prefeito (presidente da Câmara) de Pirambu, no Estado de Sergipe; está também a ser investigado por tentativa de homicídio e por envolvimento no desvio de fundos da Petrobras; e ainda responde a processos na Justiça de Sergipe e no Tribunal de Contas da União (TCU).

Dilma: Os golpistas “carregam com eles a promessa de retrocesso”

“Eu carrego comigo a força das mulheres e também dos homens que se tornaram protagonistas de seus direitos, sujeitos dos seus direitos, nesses últimos 13 anos”, disse Dilma Rousseff na 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em Brasília. “Carrego comigo os 63 milhões de brasileiros e de brasileiras que não tinham atendimento médico e, agora, têm pelo Mais Médicos. Carrego os 9 milhões e 500 mil do Pronatec. […] Carrego em mim a força de vida dos 36 milhões de brasileiros e brasileiras que saíram da pobreza. Eu carrego comigo os 11 milhões que moram em casa própria do Minha Casa Minha Vida, em que mulheres são a maioria. Carrego também todos os mais de 4 milhões que fizeram ProUni, que fizeram Fies, que entraram na universidade. E carrego todos aqueles filhos de pedreiros que viraram doutores”.

Com apoio das participantes da conferência — que entoaram gritos como “não vai ter golpe, vai ter luta” e “fica, querida” –, Dilma destacou o legado dos governos do ex-presidente Lula e do seu para concluir que o processo de mudança pelo qual o país passa desde 2003 é irreversível.

“Quando as pessoas contam que o filho do pedreiro vai virar doutor, que o filho da doméstica vai se transformar em médico, este é o caminho pela qual lutamos nos últimos treze anos. É esta a nossa proposta, a mudança radical em relação às oportunidades (…) E quando se mostra que é possível mudar a realidade, ninguém vai deixar de garantir que ela continue mudando”.

A presidenta também foi enfática sobre a participação do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do vice-presidente Michel Temer na tentativa de tirá-la do cargo, apesar dela ter sido democraticamente eleita com mais de 54 milhões de votos. “Eu quero dizer a vocês que eu não estou cansada de lutar, eu estou cansado é dos desleais e dos traidores. E tenho certeza que o Brasil também está cansado dos desleais e dos traidores. E é esse cansaço dos desleais e dos traidores que impulsiona a mim a lutar cada dia mais”,

Dilma ressaltou, mais uma vez, que não cometeu nenhum crime de responsabilidade, o que seria necessário para deflagar um processo de impeachment. E demonstrou preocupação com a agenda de “retrocessos” do grupo que pretende assumir a Presidência, caso ela seja afastada.

“Quero dizer a vocês que os golpistas carregam outro tipo de promessa com eles mesmos. Eles carregam promessas que nós não votamos nelas. Elas foram derrotados nas urnas em 2014. Eles carregam com eles a promessa de retrocesso. Prometem eliminar a obrigatoriedade dos gastos em saúde e educação. Prometem desvincular os benefícios do salário mínimo, principalmente os previdenciários. Prometem privatizar tudo que for possível. Prometem acabar com o pré-sal. E é isso que nos diferencia. Eu não fui eleita para isso.”

Le Monde: Congresso brasileiro virou “selva onde reina a lei do cada um por si”

Impeachment uma peça de vaudeville

O jornal francês Le Monde publicou nesta quarta-feira (11) uma reportagem intitulada “O impeachment virou uma peça de vaudeville”, em referência ao gênero de teatro cômico tipicamente francês.

A reportagem se refere à decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, de anular a votação do impeachment.

A reviravolta, destaca o Le Monde, demonstra a que ponto chegou a Câmara dos Deputados “uma selva, onde reina a lei do cada um por si”, em um cenário político que se mostra, cada vez mais, “devastado”.

O texto lembra que Maranhão tinha avisado que “haveria surpresas” com ele no cargo, e surpresa é o mínimo que se pode dizer da decisão de cancelar a votação dos deputados, ocorrida em 17 de abril.

O texto do jornal francês indica que Maranhão até poderia ter sido o herói dos apoiadores da presidente Dilma Rousseff e dos defensores da tese do golpe de Estado em curso no país e acrescenta que Maranhão, dono de “uma obscura reputação”, fracassou na sua tentativa, e, com isso, conseguiu denegrir ainda mais a imagem da política brasileira.

O impasse levou o país para mais algumas horas de caos político, com direito à reação negativa e imediata dos mercados financeiros, finaliza o Le Monde.

Transcrito do Jornal do Brasil. Para ler matéria original, clique aqui: Le Monde

Com a votação do golpe no Congresso, o terceiro turno de Aécio Neves (PSDB) está de volta, para a entrega de todo poder ao PMDB.

Com Michel Temer presidente, um tira da bancada da bala que, para se eleger deputado, precisou ser nomeado três vezes secretário de Segurança de São de Paulo, comandando as polícias civil e militar. E que conseguiu ser presidente da Câmara dos Deputados, por indicação do presidente Fernando Henrique, como moeda de troca por conchavar a emenda da reeleição.

Temer presidente significa um grande (as) salto para quem nunca teve votos, e se elegeu vice por indicação e votos de Dilma. Um traidor por instinto. Não faz o sucessor e, para se manter no poder, pode apelar para o retorno da ditadura. Para tanto, basta o bigodinho de Hitler (T.A.)

Temer, Calheiros e Lewandowski, a conspiração de presidir o Brasil

A campanha todo o poder ao PMDB perdeu Eduardo Cunha, e restam como candidatos a presidente do Brasil Michel Temer e Fernando Calheiros.

O terceiro candidato, que age na surdina, o pisa mansinho da justiça tardia e falha, Enrique Ricardo Lewandowski, presidente do Superior Tribunal Federal – STF.

Michel Temer, sem votos, foi escolhido e eleito vice-presidente por Dilma Rousseff.

O segundo da linha sucessória  o atual presidente da Câmara dos Deputados Waldir Maranhão. O terceiro Renan Calheiros, presidente do Senado Federal.

O quarto permanece no armário, no quarto escuro da justiça suprema e absolutista, Ricardo Lewandowski, que já funcionou como presidente da República em exercício nos dias 23 e 24 de setembro de 2014, tendo sido o quinto presidente do STF a assumir a chefia do Poder Executivo.

 

Waldir Maranhão pode supreender e acabar com o golpe

 

Nos momentos de crise, a esperança de surgir do nada um líder com a virtude de entrar na História como herói, e salvar a frágil democracia brasileira dos que pedem o retorno da ditadura, ou o terceiro turno tão louca e ambiciosamente desejado pelo derrotado Aécio Neves (PSDB), quando, constitucionalmente, além de impossível, ilegal, imoral, valeu como propaganda para desestabilizar Dilma Rousseff, e atiçar os chamados coxinhas inimigos das urnas, das eleições, dos plebiscitos, dos referendos.

De Waldir Maranhão a habilidade de surpreender como representante do povo, e garantir o governo do povo como fez o marechal Henrique Texeira Lott, que se distinguiu pelo legalismo e por suas convicções democráticas.

O Brasil deve muito ao marechal Lott, a posse e a existência na História do governo de Juscelino Kubitschek. In Wikipédia:

Quando Juscelino Kubitschek e João Goulart venceram as eleições presidenciais de outubro de 1955 – respectivamente para presidente e vice-presidente -, houve uma divisão das Forças Armadas, pois a chapa vitoriosa era constituída por dois candidatos getulistas, o mineiro Juscelino Kubitschek e o gaúcho João Goulart.

Em 11 de novembro o então general Lott desencadeou o movimento militar, dito de “retorno ao quadro constitucional vigente”. Houve então a declaração do impedimento do presidente em exercício, Carlos Luz (Café Filho havia sofrido um infarto e afastara-se da presidência), a entrega de seu cargo ao presidente do senado Nereu Ramos e a garantia da posse dos eleitos, em obediência à Constituição.

Aécio Neves apenas repete os golpistas que queriam a cabeça de JK. Para que fique bem lembrado:

JK apresentou um discurso desenvolvimentista e utilizou como slogan de campanha “50 anos em 5”. Em uma aliança formada por seis partidos, seu companheiro de chapa foi João Goulart. Em 3 de outubro de 1955, elegeu-se presidente com 35,6% dos votos, contra 30,2% de Juarez Távora, da UDN. A oposição tentou anular a eleição com a alegação de que JK não havia obtido a maioria absoluta dos votos. No entanto, o general Henrique Lott desencadeou um movimento militar que garantiu a posse de JK e Jango em 31 de janeiro de 1956. Na presidência, JK foi o responsável pela construção de uma nova capital federal, Brasília, executando assim um antigo projeto para promover o desenvolvimento do interior e a integração do país.

De Waldir Maranhão o dom de manter a continuidade do governo de Dilma Rousseff, livrando o Brasil da Escuridão, da incerteza de um golpe chamado de brando, mas que pode ser o começo de uma ditadura, com suas listas de presos políticos, tortura, exílio e morte. Para tanto, basta anular a sessão deprimente, corrupta do impeachment da máfia de Eduardo Cunha.

Waldir já demonstrou que tem a devida coragem de enfrentar os golpistas

‘Oposição está assustada com Waldir Maranhão’, diz Paulo Pimenta

 

Parlamentar do PT do Rio Grande do Sul diz esperar do novo presidente da Câmara que ele “atue com isenção, tenha independência e acolha o recurso do advogado-geral da União contra o impeachment”

 

por Eduardo Maretti, da RBA

São Paulo – A queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e sua substituição pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA) não agradou a oposição, que tinha tudo sob controle no encaminhamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff. “A oposição não está satisfeita. Eles estão assustados”, diz o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

Para a situação, e principalmente para a oposição ao governo na Câmara dos Deputados, os próximos passos de Maranhão são uma incógnita, e é isso o que incomoda os grupos que trabalham pelo impedimento de Dilma.

O substituto de Cunha votou contra o impeachment na decisão da Câmara no dia 17 de abril. Ele tem ainda bom diálogo com o governador Flávio Dino (PC do B-MA), com o qual teria um acordo para a eleição de 2018, na qual Dino tentaria a reeleição e Maranhão uma vaga ao Senado junto com o governador.

Pimenta diz esperar de Maranhão uma atuação republicana no cargo que herdou com a derrubada de Cunha pelo STF. “Espero que ele atue com isenção, tenha independência, ao contrário do que Eduardo Cunha vinha fazendo. Que possa tomar medidas a partir do espírito republicano, entre elas acolher o recurso do advogado-geral da União (José Eduardo Cardozo) pela nulidade da sessão de 17 de abril para restabelecer o ambiente de normalidade democrática do país.”

Apesar de reconhecer que a situação é muito difícil para Dilma, Pimenta diz que ainda é possível reverter o processo. “A lógica, a tendência, tudo encaminha para isso (a abertura do impeachment no Senado), mas não podemos desistir de ter uma alternativa. Vamos tentar a nulidade dos atos em função do afastamento de Cunha, chefe de uma organização criminosa, que caracteriza o impeachment como uma ação do crime organizado dentro da Câmara”, afirma o deputado.

Se, num ato inesperado dentro do script já estabelecido, Maranhão decide acatar o pedido da AGU e anular a sessão do dia 17, todos os demais atos subsequentes passam a ser nulos, lembra Pimenta.

Em sua página no Facebook, Maranhão postou na tarde de hoje (6) um pequeno texto que deixou a oposição muito desconfiada: “Na democracia, o governo é do povo, pelo povo e para o povo. Sou feliz por morar em um país democrático. E reafirmo minha busca para que cada escolha do povo brasileiro seja sempre respeitada”, escreveu.

 

 

 

“Não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade, a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil”

Dilma: “Estou tendo meus direitos torturados, mas sei que a democracia é o lado certo da história”

 

 

 

 

Em sua primeira declaração após a abertura do processo de impeachment, a presidenta Dilma Rousseff disse, nesta segunda-feira (18), em coletiva no Palácio do Planalto, que se sente injustiçada pela decisão da Câmara dos Deputados. Dilma disse que viu todas as declarações dos deputados e que nenhum deles a acusou de crime de responsabilidade.

“Não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade, a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil. Isso porque a Constituição assim o prevê. Ela prevê que é possível [o impeachment] e está escrito, mas a Constituição estipula que é necessário a existência do crime de responsabilidade para que um presidente possa ser afastado do cargo. Isso depois de receber os votos majoritários da população. Recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada”, afirmou.

A presidenta falou também que tem certeza de que os deputados sabem que ela não cometeu crime de responsabilidade. “Além disso não há contra mim nenhuma acusação de desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito, não fui acusado de ter contas no exterior.”

Dilma afirmou ainda que não vai desistir de lutar em nenhum momento e que não está em questão o seu mandato, mas sim a democracia. “Estou tendo meus direitos torturados, mas não vão matar a esperança, porque eu sei que a democracia é sempre o lado certo da história. E isso quem me ensinou foi a historia de meus País. Foram dezenas, centenas, milhares de pessoas que lutaram pela democracia.”

Sobre a continuidade do processo, a presidenta demonstrou confiança em ser absolvida no Senado e se disse preparada para o “quarto turno”, numa referência às disputas políticas que enfrenta desde sua vitória no segundo turno das eleições de 2014. Ela reclamou que o Congresso não deu trégua nos últimos 15 meses e citou, como exemplo, as chamadas pautas-bomba, que aumentariam o rombo no Orçamento em R$ 140 bilhões. “Vejam vocês que, contra mim, praticaram sistematicamente a tática do quanto pior melhor. Pior pro governo, melhor para a oposição. As pautas bombas chegaram, no ano passado, a 140 bilhões.”

Em respostas a jornalistas, Dilma afirmou que a sociedade não gosta de traidores e reclamou de como a tática foi utilizada de forma explícita dentro do seu governo. “É estarrecedor que um vice-presidente, no exercício de seu mandato, conspire abertamente contra a presidenta. Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitada, porque cada um de nós sabe a injustiça e a dor que se sente quando se vê a traição no ato”.

Questionada a respeito de uma eventual ação contra o processo no Supremo Tribunal Federal (STF), a presidenta disse que enxerga o recurso como mais um instrumento da defesa da democracia. “Nós não vamos abrir mão de nenhum instrumento que temos para defender a democracia. Não se trata de judicializar o processo, mas de exercer, em todas as dimensões e consequências, o direito de defesa”.

Dilma: Está em andamento um golpe contra a democracia que rasga a Constituição

A presidenta Dilma Rousseff garantiu que vai lutar até o fim para garantir que a democracia brasileira seja respeitada. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (27) durante a abertura da Conferência Nacional de Direitos Humanos, e o encerramento da Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Pessoa Idosa, de LGBT e da Pessoa com Deficiência, em Brasília. Segundo a presidenta, está em curso uma nova modalidade de golpe, que atinge diretamente a democracia conquistada ao longo dos últimos anos.

“Tem várias formas de golpe. Tem o golpe feito com armas na mão, ou tem golpe feito com tanques. Mas tem um novo tipo de golpe, que você faz com as mãos nuas. Como? Rasgando a Constituição. Este golpe que está em andamento é um golpe contra a democracia, que rasga a Constituição. Nós não vamos deixar esse golpe prosperar”, assegurou.

A presidenta chamou de “meia verdade” o argumento utilizado de que o impeachment é legal porque está previsto na Constituição. “Você faz uma meia verdade para encobrir a sua mentira. Todo mundo aqui pode dizer que o impeachment está previsto na Constituição. Só que não pode ter impeachment sem base jurídica para o impeachment. Quando você faz impeachment sem base legal você está praticando um golpe”, disse.

Dilma Rousseff questionou as acusações que estão sendo feitas contra ela e afirmou que não se pode desrespeitar a eleição direta no Brasil. “Não vamos deixar que encurtem o caminho para chegar ao poder por meio de uma eleição indireta disfarçada de impeachment. Não podemos desrespeitar eleições diretas. Se aceitar isso, você está desrespeitando o povo brasileiro”, afirmou.

Imprensa portuguesa: A nova palavra de protesto no Brasil chama-se “rolezinho”

por Joana Gorjão Henriques

 

[Recordando como começaram os protestos de rua patrocinados pelos golpistas] Depois da onda de protestos que tomou conta do Brasil em Junho, e à beira de várias manifestações contra o Mundial de futebol sob o lema “Não Vai Ter Copa”, a Presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff, está agora a tentar gerir novos movimentos de massas, os “rolezinhos” – encontros organizados em centros comerciais por jovens através de redes sociais. “Rolezinho” é o diminutivo de “rolê”, palavra que quer dizer “encontro”, “passeio”.

Numa página do Facebook de um rolezinho marcado, um utilizador, Mário Rocha, descrevia: “Rolezinho é o flashmob de pobre. A principal diferença é logicamente a cor e a quantidade de dinheiro na conta bancária. A ideia é simples: nas redes sociais, jovens, que geralmente são negros, funkeiros e ‘favelados’, combinam um encontro dentro de algum shopping da cidade, e, estando lá, eles passeiam em grupos cantando suas músicas preferidas. Quando a classe média branca vê aquele mar de negros ‘invadindo’ o shopping, já pensam que são assaltantes, estupradores, ladrões…”

Até agora, os rolezinhos parecem ter envolvido sobretudo jovens das periferias de São Paulo – os media dizem que o primeiro desta onda foi no Shopping Metrô Itaquera, na Zona Leste da cidade, e terá juntado 6 mil pessoas. Mas relatos recentes dão conta de jovens universitários na organização e há inclusivamente páginas no Facebook com rolezinhos marcados para as próximas semanas administradas por utilizadores cujo perfil indica pertença a universidades brasileiras. Pilar de Freitas, 22 anos, uma das organizadoras do rolezinho noshopping Iguatemi do Lago Norte, em Brasília, no dia 25, é estudante de História na UniCEUB Centro Universitário de Brasília, e diz ao PÚBLICO que a administração do evento é composta por pessoas de todos os meios: “Tem gente da periferia, classe média, negro, branco, universitários e trabalhadores.”

A polémica dos rolezinhos saltou com ainda mais intensidade para os jornais no fim-de-semana, depois de vários centros comerciais em São Paulo terem fechado as portas e controlado as entradas e saídas de jovens, tendo alguns conseguido que a Justiça os apoiasse e ameaçasse com uma multa de 10 mil reais a quem participasse.

Imagens de portas fechadas do shopping JK Iguatemi, em pleno centro da cidade, começaram a circular nas redes sociais e deram origem a críticas de que se estava perante um apartheid, pois os jovens participantes eram na maioria negros e de classe social baixa.

Houve lojistas a justificar as medidas com questões de segurança. A discussão tem sido acesa, porque há quem acuse os participantes de vandalismo e há quem defenda o seu direito a aceder aos espaços públicos, aproveitando ainda para criticar o Governo pela falta de investimento em espaços de lazer na periferia. De acordo com o Globo, apesar de queixas de que houve arrastão no primeiro rolezinho de Itaquera, “a administração negou a onda de furtos”; no segundo, no Shopping Internacional de Guarulhos, também não houve registo de roubos, mas 22 pessoas foram levadas para uma delegacia; no rolezinho no Shopping Interlagos não houve igualmente registo de roubos.

Governantes preocupados
Os acontecimentos deste fim-de-semana tiveram repercussões políticas: Dilma, que enfrenta um ano de Mundial de futebol e de eleições em Outubro, convocou uma reunião com a sua equipa para abordar o tema; por outro lado, a própria ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, trouxe o tema da discriminação dos jovens para o debate. “As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reacção de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens”, disse, citada pelo Folha de São Paulo, classificando a medida que permite aos lojistas impedir a entrada de jovens nos shoppings de “segregação racial”. E criticou a polícia por associar os negros ao crime.

Já o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, defendeu o recurso à força – a Polícia Militar tem recorrido a balas de borracha e bombas de gás, houve um forte aparato policial e vários detidos. Entretanto, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, decidiu que se devia negociar com os organizadores dos eventos para os convencer a organizar rolezinhos em espaços públicos, em vez de o serem nos shoppings– o secretário municipal da Igualdade Racial, Netinho de Paula, ia enviar emissários a casa de alguns adolescentes para os convencer a dialogar com Haddad, noticiava o Folha.

Porém, a avaliar pela agenda dos próximos rolezinhos marcados nas redes sociais, o fenómeno não se restringe a São Paulo (estão previstos vários, pelo menos, em Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em Pernambuco). E a palavra ganha cada vez mais projecção nas redes sociais como forma de convocação de protestos. Motivo da participação de Pilar de Freitas, por exemplo: indignação face à repressão policial que viu. “O evento foi feito em apoio a todos que são e foram violentados de forma absurda, gerada pelo preconceito, inclusive do Estado e dos empresários. Os jovens da periferia não possuem meios de lazer; e por ocuparem os espaços dos centros urbanos acabam sofrendo toda essa forma de violência. Meio de transporte colectivo em Brasília é raridade e precário.” Resumindo: não há condições para “a galera conseguir se divertir”. Bandeira: não à segregação racial e de classes.

Nas redes sociais e nos media têm sido feitas várias análises sociais. “Os shoppings foram construídos para mantê-los do lado de fora e, de repente, eles ousaram superar a margem e entrar”, escreveu a jornalista e escritora Eliane Brum. “E reivindicando algo transgressor para jovens negros e pobres, no imaginário nacional: divertir-se fora dos limites do gueto. E desejar objectos de consumo. Não geladeiras e TV de tela plana, símbolos da chamada ‘classe C’ ou ‘nova classe média’, parcela da população que ascendeu com a ampliação de renda no Governo Lula, mas marcas de luxo, as grandes grifes internacionais, aqueles que se pretendem exclusivas para uma elite, em geral branca.” In jornal Público, Portugal

Cuidado, ¡la historia puede repetirse!

Sergio Rodríguez/ diarioUchile

 

La historia suele ser muy curiosa cuando se refiere a fechas y lugares. Los acontecimientos actuales en América Latina han traído a la memoria algunos hechos que no dejan de causarme cierta impresión. Camilo Sée un político francés de finales del siglo XIX y comienzos del XX apuntó que “… la historia se repite, [pero] lo cierto es que sus lecciones no se aprovechan”. Así mismo, el poeta y novelista inglés Aldous Huxley aseguraba que “Quizá la más grande lección de la historia es que nadie aprendió las lecciones de la historia”.

Todo esto, vino a mi mente al recordar que en 1960, el conservador Janio Quadros fue elegido presidente de Brasil, sin embargo su pensamiento político fue evolucionando hacia un nacionalismo que confrontaba los poderes imperiales, particularmente el de Estados Unidos. Junto a su vicepresidente Joao Goulart se propuso transformar a Brasil en un país independiente desde el punto de vista económico e insertarlo en las luchas de los países del Tercer Mundo, enviando incluso una delegación en calidad de observadora a la I Cumbre del Movimiento de Países No Alineados celebrada en Belgrado en 1961, estableció relaciones con Cuba y la Unión Soviética, incrementando además, el comercio con los países socialistas. Condecoró al comandante Ernesto Che Guevara con la Orden Cruzeiro do Sul, la más alta distinción brasileña. Todo esto, fue más de lo que la oligarquía, las empresas transnacionales, el gobierno de Estados Unidos y las Fuerzas Armadas brasileños podían aceptar. A pesar de que Quadros era un político moderado, militante de la Unión Democrática Nacional, una organización política de derecha y que su actuación se desarrolló en el marco de la Constitución y las leyes, los militares forzaron su renuncia después de solo siete meses de gobierno.

Las fuerzas reaccionarias maniobraron para evitar que el vicepresidente Goulart asumiera la primera magistratura, pero finalmente, con el apoyo de los sindicatos y otras organizaciones democráticas, ¬¬¬¬¬el 2 de septiembre se pudo hacer cargo del poder, a pesar de la oposición de las Fuerzas Armadas y la oligarquía que de inmediato comenzaron a conspirar para su derrocamiento, obligándole a gobernar con grandes limitaciones para sus posibilidades de tomar decisiones. Sin embargo, en 1963, un referéndum popular le devolvió todos los poderes constitucionales para ejercer el gobierno en plenitud. Las empresas transnacionales y las poderosas oligarquías industrial y agraria comenzaron a acusar a Goulart de establecer alianzas con el “comunismo internacional” y en particular con Cuba, creando las condiciones para un golpe de Estado, el cual se inició el 31 de marzo y se concretó el 2 de abril cuando la mayoría del Congreso votó para destituir a Goulart y poner en su lugar al presidente de la Cámara de Diputados Ranieri Mazzilli, quien duró en su cargo sólo 13 días siendo sustituido por el General Humberto Castello Branco, inaugurando una dictadura que duraría 21 años.

Sólo un mes y medio después, el 27 de mayo, en Colombia, otro país sudamericano, un grupo de campesinos que no superaban la cifra de 20, la mayoría de los cuales estuvo vinculado en sus orígenes al Partido Liberal, que se habían refugiado en un pequeño territorio denominado Marquetalia del Departamento del Tolima para resistir la violencia conservadora de la segunda mitad de los años 40, así como el terrorismo bipartidista y el despojo gubernamental de los años 50, tuvieron su primer enfrentamiento armado, para repeler los ataques de 16 mil soldados enviados por el presidente Guillermo León Valencia en el marco del Plan Laso, elaborado por el Pentágono estadounidense. Ese día nacieron las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), que tuvieron su acta de bautismo entre el 25 de abril y el 5 de mayo de 1966 cuando se realizo la Segunda Conferencia Guerrillera del Bloque Sur.

El ataque a Marquetalia, seguido de otras acciones ofensivas del ejército contra enclaves en los que los campesinos se habían refugiado para buscar protección ante la violencia del Estado, condujeron al establecimiento de la guerra de guerrillas y la lucha armada en Colombia por más de medio siglo, a la que después se incorporaron otras organizaciones político militares, la más importante de las cuales es el Ejercito de Liberación Nacional (ELN). Las reclamaciones originales de los campesinos de “tierra para el que la trabaja”, habían dado paso a demandas políticas de otro nivel, sobre todo después del asesinato del gran líder liberal Jorge Eliécer Gaitán el 9 de abril de 1948, con lo cual se consideraron cerradas las garantías para un desarrollo de la vida política en los términos de la democracia representativa.

Hoy, en La Habana, Cuba, paradójicamente el país en que se inició la lucha armada en América Latina como forma para acceder al poder político, pareciera estarse cerrando esta etapa, a través de las negociaciones que están sosteniendo las FARC y el gobierno de Colombia y las que se acaban de iniciar entre el ente gubernamental y el ELN, en la búsqueda de la paz, la democracia y la justicia social, utilizando el diálogo con el fin de eliminar las causas que originaron el conflicto.

Después de observar el circo en la Cámara de Diputados de Brasil, en la que el 53% de sus integrantes están siendo investigados por corrupción, lavado de activos y sobornos, uno no puede menos que preguntarse cuánto valor tiene este tipo de democracia en la que el voto del pueblo puede ser revertido por una manada de mafiosos dirigidos por Eduardo Cunha, quien fue caracterizado como un “gánster imputado por muchos crímenes y que está siendo acusado por el Tribunal Supremo”, por una voz tan autorizada como la de Leonardo Boff. Pareciera que la oligarquía brasileña pretende volver a 1964, las impúdicas muestras de idolatría de algunos diputados, respecto de la dictadura y la represión vivida, son expresión de ello. ¿Es que acaso quieren nuevamente cerrar los caminos de la democracia y revivir los años de lucha armada que parecieran estar concluyendo en América Latina?

Más de uno podrá pensar que estos sucesos en Brasil, así como los exabruptos dictatoriales del presidente argentino, son expresión de la intención de asistir a un nuevo sepelio de la democracia, tal como en la década de los 70 del siglo pasado, a fin de instaurar dictaduras de nuevo tipo, en el que esta vez no se necesitarán a los militares para hacer el trabajo sucio. Hoy bastan los medios de comunicación, ellos constituyen en la actualidad, el componente de la oligarquía que usando otro tipo de armas, tan letales como aquellas, son los encargados de crear las condiciones para el exterminio, la desaparición, la muerte, la tortura y los despidos de trabajadores. Tal vez hoy en Brasil no sea necesario un nuevo Castello Branco, bastará un Mazzilli, pero tampoco serán necesarios 21 años para recobrar la democracia. Tal vez, tampoco sea necesaria la lucha armada, el pueblo se prepara para grandes jornadas de combate en las calles, en contra de la dictadura que pretende instalarse.

Así lo han hecho saber las organizaciones sociales, el Frente Brasil Popular y el Frente Pueblo Sin Miedo emitieron un comunicado en el que afirman que no reconocerán la legitimidad de un pretendido gobierno de Temer, el vicepresidente en funciones. Aseguran que no solo, no lo reconocerán, sino que van a “luchar contra el gobierno ilegítimo, combatiendo cada una de las medidas que se adopten contra nuestros empleos, salarios, programas sociales y derechos de los trabajadores, duramente conquistados y en defensa de la democracia y de la soberanía nacional”.

Por su parte, Joao Paulo Rodrigues, de la Dirección Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales sin Tierra (MST), expuso que van a movilizar “al país entero como no se hacía hace 20 años. No hay porque desanimarse” dijo y agregó que “Tenemos que prepararnos para las batallas políticas, creo que serán batallas maravillosas. Nuestra generación va a vivir un período rico que hasta entonces no conocíamos en el país”.

Como la historia es curiosa, vale recordar que el 17 de abril, día en que se votó el impedimento contra la presidenta Dilma Rousseff, se recordaba el vigésimo aniversario de la masacre de Eldorado de los Carajás, durante el gobierno de Fernando Henrique Cardoso, cuyo Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB) votó a favor de la destitución de la presidenta Rousseff. En esta acción fueron asesinados 19 campesinos del MST. Los responsables directos fueron destituidos, pero no juzgados. Ojo. Cualquier similitud con el origen de las FARC fue pura coincidencia.