Os responsáveis pela monstruosa dívida interna e externa

por Helio Fernandes

 

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Desculpem, ontem voltei a escrever sobre a dívida externa, que estava ofuscada e esquecida por causa da astronômica e destruidora dívida interna. Como se a externa não merecesse os mesmos adjetivos negativos. Quero voltar, pois não identifiquei os maiores responsáveis pela então única dívida, a externa, que em 30 anos passou de 1 BILHÃO para 200 BILHÕES, um dos maiores crimes de todos os tempos.

Ontem revelei: faltando seis meses para acabar o mandato, Juscelino mandou Roberto Campos renegociar a dívida. Estava em 800 MILHÕES, numa negociação de três meses cresceu 25 por cento, entrou na casa do BILHÃO. É um lamento só, tristeza sem fim, massacre contra o presente e o futuro do Brasil.

A DITADURA DA DÍVIDA

Os generais não assassinaram e “desapareceram” apenas com pessoas, arruinaram também o futuro do país. Receberam a dívida em 1 BILHÃO, entregaram (?) o governo a Sarney (sócio, colaborador e cúmplice de tudo, além de herdeiro político e eleitoral) em 176 BILHÕES.

Em 21 anos, de 1964 a 1985, aumentaram essa divida em 176 vezes, passou a render juros escorchantes para beneficiar aproveitadores dos EUA. De 1 BILHÃO cresceu para 176 BILHÕES. E o que fizeram com tanto dinheiro? Nada, lógico.

Responsáveis diretos nos 21 anos: Castelo Branco, Costa e Silva, Medici, Ernesto Geisel, João Figueiredo, o menos culpado, não sabia de nada. Incluindo Golbery (presidente da Dow Chemicla), que mandava em todos. E os civis Roberto Campos e Delfim Netto. É como digo sempre, não existe “ditadura “civil ou militar”, eles se completam.

TRÊS PRESIDENTES ELEVARAM
A DÍVIDA PARA 200 MILHÕES

Sarney, Collor e Itamar, que se seguiram, contraíram mais “empréstimos”, sem deixar de pagar os juros, em 24 BILHÕES, colocando-a nesses 200 BILHÕES. Em 1990, escrevi: essa dívida já estava paga há muito anos, continuamos a “honrar” os juros, sem que a dívida diminuísse.

APARECE A DÍVIDA INTERNA

Começa com FHC, e foi se avolumando de tal maneira que “esqueceram” o destino da dívida externa. Lula falou muito sobre essa dívida, mas como acreditar num mentiroso de nascença, como Lula.

FHC até que não tem muita influência no crescimento da dívida externa. E os dados da dívida interna são precários e não confiáveis. Mas FHC tem que ser responsabilizado direta e pessoalmente pelas vergonhosas D-O-A-Ç-Õ-E-S do nosso patrimônio. Essas DOAÇÕES, tão ou mais ruinosas do que as DÍVIDAS.

 
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A ditadura de 64 era moleza

A ditadura de 64, que colocou a estudante Dilma Rousseff na prisão, abriu inquéritos para demitir os inimigos.

Salvo engano, foi assim que o professor Fernando Henrique ganhou tempo e dinheiro para viver viajando pelo exterior. Era um exílio engraçado. Cheio de viagens de ida e volta.

Certo que filho de general, Fernando Henrique sempre contou com a ajuda da família.

As aposentadorias de generais, brigadeiros e almirantes viram pensões nababescas para as viúvas e heranças principescas para as filhas.

Lula da Silva também teve aposentadoria precoce. Perdeu um dedo mínimo. Que lhe rendeu uma boa pensão de operário metalúrgico. E tempo livre para fazer política sindical.
E tempo, um longo tempo, para realizar suas campanhas presidenciais. Perdeu uma eleição para Fernando Collor, e duas eleições para Fernando Henrique.

A presidenta Dilma Rousseff quer ser uma presidenta mais dura que os marechais presidentes de 64. Mais dura que Fernando Henrique, que aumentou o tempo de aposentadoria dos 60 anos, quando se é velho, para os 65, quando se é idoso.

Para Dilma, depois dos 70 anos, quando se é ancião, o tempo ideal para descanso.
O tempo eterno.

O FGTS do ditador

O Estado de Minas vende uma meia-verdade.

Insinua que o brasileiro possui um rico Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

O FGTS, cria do ditador Castelo Branco, em 1964, foi uma enganosa opção. Para o trabalhador escolher a estabilidade no emprego ou o fundo.

Nem mesmo uma ditadura tinha coragem, na época, de cassar a estabilidade no emprego.

Isso ficou para as empresas, que apenas admitiam empregado renunciante.

E todos os empregos passaram a ser provisórios.

Não existe mais emprego fixo.

Todos os empregos – repito – são temporários.

O FGTS da maioria dos trabalhadores do Brasil uma mixaria, e não compra a casa própria nem na baixa, nem na alta.