Alemanha não tem qualquer base para rejeitar proposta do Syriza sobre a dívida, afirma Krugman

Na sua coluna do The New York Times, o economista Paul Krugman defende que as propostas do Syriza são perfeitamente razoáveis e que se a posição alemã é que a dívida grega deve ser sempre paga na totalidade, “então essa posição é basicamente louca, e todas as afirmações de que a Alemanha entende a realidade são desmentidas”.

Paul Krugman: “Se a troika tivesse sido verdadeiramente realista, teria reconhecido que estava a exigir o impossível”. Foto de Lou Gold
Paul Krugman: “Se a troika tivesse sido verdadeiramente realista, teria reconhecido que estava a exigir o impossível”. Foto de Lou Gold

Segundo refere o economista Prémio Nobel de 2008, o que o Syriza pretende “é o alívio substancial, mas não escandaloso, do fardo dos excedentes primários (ou seja, os excedentes referentes ao pagamento dos juros), reduzindo as transferências para os credores de 4,5% para 1-1,5% do PIB. Pretendem, igualmente, flexibilidade para alcançar esses mesmos excedentes, através de uma fórmula que inclua mais receita e menos cortes na despesa”.

“Todos sabem que a dívida grega não pode ser paga a totalidade”, frisa o economista.

Na opinião de Krugman, a Alemanha não tem qualquer base para rejeitar esta proposta.

“Se a posição alemã é que a dívida deve ser sempre paga na totalidade, sem qualquer alívio substancial, mesmo conseguindo evitar as amortizações da dívida em papel, então essa posição é basicamente louca, e todas as afirmações de que a Alemanha entende a realidade são desmentidas”, defende o Prémio Nobel de 2008.

“A questão neste momento é que o Syriza está a fazer sentido. O próximo passo é com os credores”, remata Paul Krugman.

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Grécia tem que deixar de ser “a chaga” da zona euro

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Numa entrevista concedida ao Channel 4 esta segunda-feira, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, destacou que o Syriza tem “a determinação de acabar com o alegado ciclo em que a Grécia foi transformada na chaga da zona euro”.

Varoukakis adiantou ainda que acredita que a Grécia chegará a um acordo com os seus congéneres europeus sobre a dívida do país “nas próximas horas ou dias”.

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Leia:
Plano económico do Syriza é mais realista que o da troika, diz Krugman

 

 

 

 

Governo FHC foi “o caos”. O Brasil “perdeu todas as suas divisas”

Silvano Mello
Silvano Mello

 

 

O escritor Theotonio dos Santos, em carta a Fernando Henrique Cardoso: “Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Uma dívida sem dinheiro para pagar. Enfim, UM FRACASSO ECONÔMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo”.

Já publiquei dois posts da carta do professor emérito Theotonio dos Santas, que mostram o rei nu, os mitos criados pela propaganda política e o noticiário mentiroso da mídia, “a  aventura econômica que FHC e seu partido criou para este pais”. Veja links. Leia um novo trecho da carta:

 

O fracasso do setor exportador Brasileiro no desgoverno de FHC

 

FHC

 

Meu Caro Fernando,

Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula.

Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.

Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica.

Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado.

A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas.

Uma dívida sem dinheiro para pagar…

Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este pais.

 

Nani
Nani

A irresponsabilidade cambial se transformou em irresponsabilidade fiscal. FHC elevou a dívida do Brasil de 60 para mais de 850 bilhões de dólares, pagando juros de 50% ao ano

Ali Divandari
Ali Divandari

 

O governo de Fernando Henrique Cardoso “é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade. Criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava”, afirma o escritor, professor, cientista político e economista Thetonio dos Santos Júnior.

Na carta que endereçada ao presidente FHC, Theotonio dos Santos desconstrói o mito criado pela mídia do milagre econômico do Plano Real. Escreveu: “TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar (…) UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE?

Acrescenta Theotonio dos Santos

 

Irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo

Meu Caro Fernando,

Segundo mito – Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal?

Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade. E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo.

Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.

Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo.

indignados mais ricos mais pobres

 

Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo…te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.

pobre rico colono colonizado

 

Tudo começou com o Proer de Fernando Henrique. Emissões para ajudar bancos aumentaram dívida pública em R$ 31,4 bilhões

salvar bancos banqueiros indignados

Para entender o montante da dívida veja o serviço de casa que a Islândia fez, e o Brasil não tem coragem, por falta de patriotismo. E porque falta justiça.

piramide povo elite banqueiros
EX-RESPONSÁVEIS DE BANCO ISLANDÊS CONDENADOS A CINCO ANOS

Três antigos dirigentes do banco islandês Kaupthing, que faliu, foram condenados hoje (ontem), em Reiquejavique por fraudes, com penas entre os três e os cinco anos e meio de prisão. Os três homens foram julgados por terem omitido que a compra em 2008 por um investidor do Qatar de 5,1% do banco, em plena crise financeira, foi efetuada com um empréstimo do próprio banco. O antigo diretor geral Hreidar Mar Sigurdsson foi condenado a cinco anos e meio de prisão e o antigo presidente Sigurdur Einarsson a cinco anos. O antigo diretor da filial luxemburguesa Magnus Gumundsson, que desempenhou um papel decisivo no empréstimo, vai cumprir três anos e meio de cadeia. Já um importante acionista que deu o seu consentimento, Olafur Olafsson, foi sentenciado a três anos de prisão. Todos foram reconhecidos culpados por terem desrespeitado as obrigações de transparência e de terem manipulado o mercado bolsista. No final de setembro de 2008, num período em que o sistema bancário islandês estava em plena degradação, o surgimento de Mohammed bin Khalifa al-Thani, um investidor do Qatar, foi saudada pelo banco Kaupthing como um sinal de evidente solidariedade. No entanto, o banco declarou falência no mês seguinte, na sequência do pânico generalizado desencadeado pela falência do banco norte-americano de investimentos Lehman Brothers. http://www.noticiasaominuto.com/

banco pobre

Publica o CapitalNews:

A Dívida Pública Federal (DPF) cresceu em 2013 e, atualmente, ultrapassa a barreira de R$ 2 trilhões. Os especialistas dizem que o crescimento se deve não apenas aos juros e à necessidade de financiar os compromissos de curto prazo do governo, mas também dos encargos para capitalizar bancos oficiais  [e privados] e bancar a redução da tarifa de energia [que beneficia os pobres], as emissões diretas, que aumentaram o endividamento federal em R$ 31,368 bilhões este ano.

Em agosto deste ano, o Tesouro Nacional não rolou (renovou) a totalidade da DPF, emitindo menos títulos do que o volume de vencimentos, medida que segurou um endividamento ainda maior. Apenas a partir de setembro, as emissões superaram os resgates e a dívida voltou a subir. Sem as emissões diretas, a DPF ainda estaria abaixo de R$ 2 trilhões.

Os R$ 15 bilhões para irrigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 8 bilhões injetados na Caixa Econômica Federal para viabilizar o Programa Minha Casa Melhor [um programa de habitação para os pobres, os sem teto] – que financia a compra de móveis e eletrodomésticos para os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida – foram as maiores emissões diretas este ano. [O pobre, nos seus casebres, não devem possuir fogão, geladeira e outros bens de consumo que aumentam o gasto de energia]  Por meio dessas operações, o Tesouro emite títulos e repassa os papéis às instituições financeiras, que os revendem no mercado conforme a necessidade de ampliarem o capital.

No segundo semestre deste ano, o Tesouro também passou a emitir títulos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que indeniza as concessionárias de energia pela redução média de 20% nas tarifas de luz, que entrou em vigor no início do ano. Desde julho, essas operações somaram cerca de R$ 6 bilhões. O governo decidiu lançar os papéis depois de críticas por usar recebíveis (direito de receber recursos) da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

As emissões diretas diferem-se das emissões comuns porque os títulos públicos não são leiloados e têm destinatário certo. Tradicionalmente, essas emissões são usadas para converter títulos da reforma agrária e financiar exportações, mas os valores não ultrapassam R$ 1 bilhão por mês, montante considerado baixo para as operações da União.

[O endividamento brasileiro começou com o proer dos bancos, com a entrega do dinheiro público, do dinheiro do povo brasileiro para o banco das netinhas de Magalhães Pinto e Fernando Henrique, com a privatização dos bancos dos Estados e mais empréstimos do BNDES para os leilões quermesses das empresas estatais, doadas aos piratas da globalização. Veja os links para conhecer a verdadeira história do endividamento]
dívida auditoria crise FMI indignados
Fonte: Lucas Junot – Capital News (www.capitalnews.com.br)

Da segurança pública, união das polícias e gastos com a repressão

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Quando o governo de São Paulo anuncia a compra de armas químicas (malefício que todos governadores promovem contra o povo) discute-se a redefinição das verbas destinadas ao setor. E a proibição do contingenciamento de recursos.

Alegam que a transferência temporária de dinheiro da segurança pública para a contabilidade do superávit fiscal atrasa a implementação de programas. O importante seria nenhum corte nos programas sociais e o fortalecimento dos serviços sociais. Que ninguém usa a tesoura nas verbas para a justiça. Nem para o legislativo. Assim nada se faz que preste para o povo.

Polícia para quem precisa

A polícia vai de mal a pior. Diz J. A. Burato: “É equivocada a afirmação de que os policiais militares são despreparados, pois despreparo é a mesma coisa que preparo nenhum ou preparo insuficiente, o que não é o caso das Polícias Militares brasileiras. Os policiais militares são bem preparados segundo a lógica militar, segundo a lógica de um genuíno aparelho repressivo de Estado idealizado prevalentemente para a manutenção da ordem pública. Portanto, o que deveria se dizer é que a Polícia Militar é preparada de forma inadequada à democracia que se pretende para o país e para o exercício de segurança pública que essa democracia prevê. Sendo assim, o discurso do despreparo é um discurso equivocado na medida em que se confunde preparação inadequada com preparação inexistente ou insuficiente”. Leia mais

Quando um governador compra armas químicas, prepara a polícia para usa-las. São soldados bem preparados (treinados, adestrados) que jogam bombas de gás e de efeito moral, que atiram com balas de borracha, que dão choques elétricos, que usam os canhões de água, que jogam os cachorros e cavalos contra o povo. Os sequestros dos Amarildos, as cacetadas, os prende e arrebenta estudantes e grevistas não são fatos aleatórios. Tudo faz parte de um preparo eficiente que vai do manejo das armas a formação de atitudes e de comportamento.

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Eu um comentário especial para o artigo de Burato: “Enquanto isso as contradições seguem sua marcha, hora com o povo indignado e exigindo a extinção da PM, porque foi vítima de sua truculência; hora com o povo aterrorizado, como no caso de Salvador, na Bahia, em que o caos tomou a cidade e o número de homicídios disparou no período da greve dos policiais, ‘implorando’ para que permaneçam”. A violência durante a greve foi da própria polícia, justamente para comprovar a necessidade de sua existência. Relata o jornal “Público” de Portugal.

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Relatório feito e divulgado pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Pedro Lino, faz um verdadeiro raio-x da escalada da violência na Bahia em 2012. Segundo o levantamento apresentado por Lino durante a apreciação das contas do governador Jaques Wagner, em 4 de junho último, embora o governo tenha aplicado no ano passado R$ 3.046 bilhões na Secretaria de Segurança Pública (SSP), a pasta utilizou R$ 2,7 bi desse montante para cobrir despesas com pessoal e encargos sociais. Outros R$ 161,7 milhões foram investidos em propagandas e apenas R$ 117,5 mi em armamentos, viaturas, munições, equipamentos e tecnologia. Quanto o Brasil gasta com uma gendarmaria formada por, aproximadamente, 500 mil soldados estaduais? Uma polícia PPV que não prende nenhum gestor público corrupto (neologismo para prefeitos, secretários e governadores que desviam verbas para obras e serviços fantasmas).

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Publica a Agência Senado: O senador Pedro Taques (PDT-MT) dá início a uma das missões mais desafiadoras da sua carreira política: apresentar, em 90 dias, proposta de medidas coordenadas para solucionar os principais problemas de segurança pública. Como relator da recém-criada comissão especial dedicada a estudar saídas para o aumento da criminalidade e da violência, o parlamentar disse que não quer só debate.
– Vivemos um estado de guerra, com índices de criminalidade alarmantes, 51 mil homicídios por ano. Muito mais do que audiências públicas, quero concretizar o que for discutido para mostrar que o Senado pode contribuir para levar paz e tranquilidade aos cidadãos – afirmou Taques, que às 15h apresenta seu plano de trabalho à comissão, presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Também fazem parte da comissão os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Eduardo Braga (PMDB-AM), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Armando Monteiro (PTB-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Sérgio Souza (PMDB-PR), Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

No entender do relator, não há um “remédio único” para diminuir o crime. O conjunto de propostas a ser apresentado daqui a 90 dias terá de prever mudanças amplas, que contemplem a efetiva punição aos criminosos, mas igualmente a melhoria das condições das cidades no que se refere a iluminação e localização de pontos de ônibus, por exemplo.

De qualquer forma, não será possível escapar da redefinição das verbas destinadas ao setor e da proibição do contingenciamento de recursos. A transferência temporária de dinheiro da segurança para a contabilidade do superávit fiscal atrasa a implementação de programas.

– Teremos de pensar como a segurança pública será incluída no pacto federativo, o acordo para a divisão de responsabilidades e recursos entre a União, os estados e os municípios – advertiu Taques.

Outro desafio a ser enfrentado é o da coordenação das ações entre os três níveis da federação. Taques chamou a atenção para a necessidade de os municípios serem incorporados de maneira decidida aos esforços em prol da diminuição da violência.

Entre as questões mais sensíveis está a da reorganização das polícias militar e civil, que provavelmente terão de ser unificadas para se adequarem ao que exige o texto constitucional. Não se trata apenas da desmilitarização da Polícia Militar, como pedem muitos. A instituição resultante desse casamento terá trabalhar dentro de uma nova metodologia e se apoiar em outra estrutura funcional. Academias, comunicações e procedimentos terão de ser reunidos.

– Apesar do trabalho importante que a polícia realiza, temos de reconhecer que algo está errado, porque o cidadão não está sendo tendo o seu direito de locomoção, de paz atendido.Teremos de fazer uma transição, talvez de cinco a dez anos. Os direitos adquiridos dos policiais atualmente em atividade serão respeitados, e os novos integrantes terão de ser regidos por outras regras de ascensão baseadas no tempo de serviço e qualificação. Isso já foi testado em outros países e deu certo.

Com relação às unidades de polícia pacificadoras (UPPs), o senador disse que serão levadas em conta nos debates da comissão, mas como “mais um modelo”, este também já testado em outros países e atualmente parte importante do programa de segurança pública do Estado do Rio.

– Precisamos levar em consideração muitas possibilidades de ação, entre as quais as baseadas em inteligência e em prevenção – recomendou Pedro Taques.

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Brasil desembolsa com juros quase o que gasta com Educação e Saúde

 

por Pedro do Coutto
No balanço publicado no Diário Oficial, edição de 30 de agosto, sobre a execução orçamentária nos primeiros oito meses do ano e previsão feita para todo exercício de 2013, a Secretaria do Tesouro Nacional revela que as despesas com o pagamento de juros pela rolagem da dívida interna vão atingir, em dezembro, o total de 187 bilhões de reais. Paralelamente, os gastos com Educação e Saúde vão alcançar o montante de 195,3    bilhões: 98,7 bilhões para a saúde, 96,6 para a Educação. O balanço está assinado pelo subsecretário do Tesouro, Gilvan da Silva Dantas.
As despesas com o pagamento de juros (atualmente na escala de 9% a/a) revelam que a dívida interna, portanto, está ultrapassando a casa dos 2 trilhões de reais. É só fazer as contas. O endividamento, que não inclui os compromissos externos, está crescendo acentuadamente. Há cerca de dois anos atingia 1 trilhão e 500 bilhões. O crescimento da dívida está avançando mais do que as despesas com Saúde e Educação, setores essenciais à existência humana e ao desempenho social do próprio país. Isso de um lado. De outro, mostra que o montante da dívida está se aproximando do total do orçamento federal, fixado em 2,2 trilhões de reais para este ano. Não confundir com o Produto Interno Bruto, projetado, como O Globo revelou na edição de 22 de setembro, reportagem de Luciana Carneiro, em 2,2 trilhões de dólares, portanto algo em torno de 4,6 trilhões de reais.
O desembolso com o pagamento dos juros (em nível superior ao da inflação apurada pelo IBGE) aproxima-se também dos gastos com o funcionalismo civil e militar da União, orçados em 206 bilhões, incluindo aposentados, reformados e pensionistas. Os encargos com o pagamento de juros destinam-se aos Bancos, especialmente Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, contribuindo assim para uma maior concentração de renda no país, uma vez que, na realidade, os Bancos não são devedores da taxa Selic de 9%, são credores. Ilusão pensar o contrário. Utilizando inclusive, por fontes de divulgação do governo. Uma contradição.
É por essas e outras, como demonstrou Luciana Carneiro naquela edição de O Globo, que se consolida o processo de concentração de renda em nosso país. Basta considerar, como foi publicado que, apesar de ser a sétima economia do mundo em matéria de PIB, ocupamos o 51º lugar no que se refere à renda per capita; PIB dividido pelo número de habitantes. A renda per capita brasileira, por ano, é de 11,3 mil dólares. Abaixo da per capita da Argentina que é de 11,5 mil dólares.
ATRASO SOCIAL
E nosso atraso social, decorrente da concentração de renda, está fortemente refletido na colocação em matéria de qualidade de vida: estamos no 85º lugar. Nosso Índice de Desenvolvimento Humano é muito abaixo, nos encontramos bem aquém da média mundial. Em compensação, para pior, somos o 11º país em matéria de pagamento de impostos. Nossa carga tributária alcança 36% dos rendimentos do trabalho humano.
O fato é que, mantida a atual política de juros, não só a taxa Selic, mas as taxas cobradas pelos Bancos e Cartões de Crédito, a renda vai se concentrar cada vez mais. Basta lembrar que, nos créditos pessoais a rede bancária cobra 2,5% ao mês para uma inflação anual de 6%. E que os cartões de crédito, no refinanciamento de débitos, cobram de 7 a 8%, ao mês. A população vai se endividando cada vez mais e, cada vez menos, pode sair do sistema que, aparentemente, lhe oferece  vantagens. Mas, na verdade, a aprisiona. A propaganda é sempre sedutora. Na hora de pagar é que são elas, como se diz por aí.
 (Transcrito da Tribuna da Imprensa)
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Os responsáveis pela monstruosa dívida interna e externa

por Helio Fernandes

 

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Desculpem, ontem voltei a escrever sobre a dívida externa, que estava ofuscada e esquecida por causa da astronômica e destruidora dívida interna. Como se a externa não merecesse os mesmos adjetivos negativos. Quero voltar, pois não identifiquei os maiores responsáveis pela então única dívida, a externa, que em 30 anos passou de 1 BILHÃO para 200 BILHÕES, um dos maiores crimes de todos os tempos.

Ontem revelei: faltando seis meses para acabar o mandato, Juscelino mandou Roberto Campos renegociar a dívida. Estava em 800 MILHÕES, numa negociação de três meses cresceu 25 por cento, entrou na casa do BILHÃO. É um lamento só, tristeza sem fim, massacre contra o presente e o futuro do Brasil.

A DITADURA DA DÍVIDA

Os generais não assassinaram e “desapareceram” apenas com pessoas, arruinaram também o futuro do país. Receberam a dívida em 1 BILHÃO, entregaram (?) o governo a Sarney (sócio, colaborador e cúmplice de tudo, além de herdeiro político e eleitoral) em 176 BILHÕES.

Em 21 anos, de 1964 a 1985, aumentaram essa divida em 176 vezes, passou a render juros escorchantes para beneficiar aproveitadores dos EUA. De 1 BILHÃO cresceu para 176 BILHÕES. E o que fizeram com tanto dinheiro? Nada, lógico.

Responsáveis diretos nos 21 anos: Castelo Branco, Costa e Silva, Medici, Ernesto Geisel, João Figueiredo, o menos culpado, não sabia de nada. Incluindo Golbery (presidente da Dow Chemicla), que mandava em todos. E os civis Roberto Campos e Delfim Netto. É como digo sempre, não existe “ditadura “civil ou militar”, eles se completam.

TRÊS PRESIDENTES ELEVARAM
A DÍVIDA PARA 200 MILHÕES

Sarney, Collor e Itamar, que se seguiram, contraíram mais “empréstimos”, sem deixar de pagar os juros, em 24 BILHÕES, colocando-a nesses 200 BILHÕES. Em 1990, escrevi: essa dívida já estava paga há muito anos, continuamos a “honrar” os juros, sem que a dívida diminuísse.

APARECE A DÍVIDA INTERNA

Começa com FHC, e foi se avolumando de tal maneira que “esqueceram” o destino da dívida externa. Lula falou muito sobre essa dívida, mas como acreditar num mentiroso de nascença, como Lula.

FHC até que não tem muita influência no crescimento da dívida externa. E os dados da dívida interna são precários e não confiáveis. Mas FHC tem que ser responsabilizado direta e pessoalmente pelas vergonhosas D-O-A-Ç-Õ-E-S do nosso patrimônio. Essas DOAÇÕES, tão ou mais ruinosas do que as DÍVIDAS.

 
dívida auditoria crise FMI indignados 
 

Videla sostuvo el liberalismo económico

por Alberto Amato – Especial para Los Andes

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Su vida estuvo signada por la muerte. Cuando nació, el 2 de agosto de 1925, sus padres decidieron bautizarlo con el nombre de dos hijos anteriores, mellizos, Jorge y Rafael, que nacieron en 1922 y murieron antes del año.

Desde ayer, cuando la muerte lo sorprendió en una celda del penal de Marcos Paz, Jorge Rafael Videla entró a la historia no como hubiese querido, sino como el primero de los dictadores argentinos que muere tras las rejas, con cadena perpetua, acusado de crímenes de lesa humanidad, incluido el robo de bebés, cometidos mientras fue dueño del poder en la Argentina tras el asalto al poder del 24 de marzo de 1976. Su gestión duró cinco años, la más larga de un militar de facto en la Rosada.

Hasta el golpe que lo puso al frente del Proceso de Reorganización Nacional, como se definió a sí misma la última dictadura, Videla fue un desconocido para gran parte de la sociedad. Un militar gris, taciturno, enigmático, más devoto del orden cerrado que de la alta estrategia, pundonoroso y casi arcano. Así recorrió la escalera militar, sacudida durante tres décadas y media por los años que precedieron y siguieron a la caída de Perón, a la estigmatización del peronismo y a la división profunda de la sociedad y de las Fuerzas Armadas.

Videla atravesó esas arenas movedizas impecable y apartado, casi agazapado a la espera de su momento: subteniente en 1944, alumno de la Escuela Superior de Guerra entre 1952 y 1954, jefe de cadetes del Colegio Militar durante la Revolución Libertadora, en el ministerio de Defensa entre 1958 y 1960 y en el Estado Mayor del Ejército cuando los enfrentamientos militares entre “azules” y “colorados” de 1962 y 1963, jefe de operaciones en Tucumán en 1968 y en la Córdoba post Cordobazo de 1970, hasta la Jefatura del Estado Mayor del Ejército a fines de 1973, y con Perón presidente, lo que suponía un paso previo al retiro.

Pero Videla nunca fue lo que mostraba. Detrás de aquel oficial alto, delgado, rígido, formal y reposado, obediente y adusto, se ocultaba el hombre que alentó y sostuvo la matanza que desencadenó el “proceso” y que fue más allá de la excusa inicial de eliminar a la guerrilla, para atacar a vastos sectores de la sociedad en cada rincón del país. Y para inaugurar también la figura del “desaparecido” con la que el poder militar, Videla a la cabeza, intentó ocultar sus crímenes.

En 1977 Videla habló de la “guerra” contra la subversión para mencionar a los desaparecidos. Dijo que en toda guerra hay gente que sobrevive, otros que quedan incapacitados, otros que mueren y otros que desaparecen: “Argentina está finalizando esta guerra y debe estar preparada para afrontar sus consecuencias. La desaparición de algunas personas es una consecuencia no deseada de esta guerra”.

Videla sabía que los desaparecidos habían sido secuestrados, torturados, asesinados, sus cadáveres ocultados o arrojados a las aguas y que no se trataba de “una consecuencia no deseada de esta guerra”, sino de una política del Estado que él presidía. Lo reveló hace poco en el libro “Disposición final”, de Ceferino Reato, en el que confesó que a los desaparecidos les adjudicaban esa condición, la que le dan en los cuarteles a los desechos militares.

Nada de todo esto pudo hacer Videla sin el apoyo de una sociedad civil que vio en el golpe militar un freno a la violencia de esos años y al descalabro económico del gobierno de Isabel Martínez, o que se sintió cómoda con las condiciones económicas establecidas por la dictadura, o que vivió aterrada por el monstruo que la acechaba en cada esquina en cada noche, con esa calma resignación con que la sociedad argentina acepta ser gobernada por el miedo o la extorsión, ya sea en dictadura o democracia, o que directamente lo aclamó en los logros deportivos.

Videla contó incluso con el apoyo de una gran parte de la Iglesia argentina, ligada desde la colonia al poder militar, que no sólo brindó consuelo a los torturadores, sino que le permitió presentarse como un soldado de Cristo y que apenas alzó su voz, tenue y para que quede registro, ante los crímenes del proceso y el asesinato de sus monjas, sacerdotes y obispos.

Si por limitaciones intelectuales Videla no fue el ideólogo del plan represivo, sí fue parte y cerebro del montaje de los 364 centros clandestinos de detención instalados en el país, de la decisión de establecer la pena de muerte a través de Consejos de Guerra, de la prohibición de toda actividad política, del cierre del Congreso para reemplazarlo por triunviros militares, del impulso al Plan Cóndor en unión con las fuerzas represivas de países vecinos, y de la conformidad al accionar clandestino de las fuerzas armadas, que merecieron hasta el repudio de otro dictador, Alejandro Lanusse, que exigió que al menos el Ejército actuara “por derecha” en aquellos años terribles.

La intención de Videla no era transparentar el terror. Era ocultarlo bajo el aura de su personalidad tensa y envarada. El choque de esos dos caracteres se reflejaba incluso en su lenguaje corporal: se elevaba sobre las puntas de sus pies, torcía a derecha y a izquierda su cuello atenazado por la corbata, fruncía el entrecejo y retorcía sus bigotes en un gesto que hubiese sido chaplinesco de tratarse de otro rostro.

Ese falso espejo reflejado en el azogue del espanto permitió la creencia de que había un Videla blando, moderado, conciliador, frente a otros militares dispuestos a una matanza aún mayor. Recién sobre el final de su vida, Videla admitió la lógica que había llevado a las fuerzas armadas a la eliminación física de sus adversarios: “No, no se podía fusilar -dijo en 1998- Pongamos un número, pongamos cinco mil. La sociedad argentina no se hubiera bancado los fusilamientos. No había otra manera”.

 
El inicio de la especulación financiera y la multiplicación de la deuda externa
 
Videla sostuvo también, convencido de sus beneficios, el liberalismo económico que encarnó su poderoso ministro de Economía, José Alfredo Martínez de Hoz y que desembocó en la ruina de la siempre incipiente industria argentina, en el desguace de las leyes laborales, en el desmantelamiento de los sindicatos (para cumplir la teoría de la Revolución Libertadora que decía que para terminar con el peronismo había que terminar con las chimeneas), la eliminación de las barreras arancelarias, el inicio de la especulación financiera y la multiplicación de la deuda externa.

En 1985, bajo el gobierno de Raúl Alfonsín fue juzgado y condenado a reclusión perpetua y a destitución por crímenes de lesa humanidad. El presidente Carlos Menem lo indultó en 1990. Volvió a la cárcel en 1998 por una causa por el robo de menores, recién nacidos, en los campos de concentración. En 2010, la Corte Suprema ratificó la inconstitucionalidad del indulto de Menem y lo confinó a la cárcel de máxima seguridad de Marcos Paz.

El ex teniente general se lleva a la tumba los secretos más terribles de una época de la historia contemporánea del país que se cierra sólo a medias con su muerte, entre ellos, el destino de miles de personas que todavía son “desaparecidos”.

 
 

A renovação do direito

deusa balança

Culturalmente o Brasil sempre macaqueou a França. Inclusive o que os franceses renegaram. Nos trajes das escolas de samba as cabeleiras empoadas da corte do  Rei Sol.

O Brasil é o único país a adotar a filosofia de Auguste Comte como ideologia de governo. E a religião de Allan Kardec.

Na bandeira brasileira, o slogan positivista: L’amour pour principe et l’ordre pour base; le progrès pour but (“Amor como princípio e ordem como base; o progresso como meta”).

Os positivistas esqueceram o amor.

As palavras da Bandeira deveriam ser Amor, Ordem e Progresso. Eu prefiro: Independência ou morte.

O Brasil nunca abandonou as ilusões totalitárias do positivismo ‘romântico’, isto é, sua pretensão de absorver na ciência toda manifestação do homem.

Falta o amor,  notadamente na nossa ciência do direito.

Falta a metafísica, que inclue a teologia. Falta a poesia. Falta o povo.

Enrico Bertuccioli
Enrico Bertuccioli

Escreve Guido Leonardo Croxatto sobre a democratização do poder judicial na Argentina: A los jóvenes abogados nos toca la misma misión (también nosotros estamos “confrontados a la difícil misión de limpiar los escombros en los sitios destruidos y levantar en ellos la nueva construcción del Derecho”); la dictadura nos dejó “un Derecho reducido a un campo de ruinas”. Un Derecho hecho cenizas, como dice Radbruch. Los cuerpos son ceniza. Nosotros también tuvimos y tenemos que levantar la “moral de los escombros” del olvido. Tuvimos que ir a buscar los cuerpos enterrados, como los alemanes, la verdad de lo que había sucedido en los campos. Y se quería ocultar. En la ESMA. En los cuerpos de Laura. O de Floreal Avellaneda. Nosotros también –como abogados de la nueva generación– nos vemos confrontados con “la nueva construcción del Derecho”. Este es el nuevo Derecho. El nuevo Derecho necesita jóvenes comprometidos en democracia sin rastros de complicidad ni silencio; un Derecho que tal vez sólo los jóvenes pueden levantar. Una juventud comprometida, abnegada, firme; no la conciencia cómplice, que hace rodeos para camuflarse en democracia, sino la conciencia que reconoce al otro. Esto es lo que está de fondo en la transformación de la Justicia. No se trata tanto de democratizar la Justicia como de democratizar el Derecho. El Derecho necesita encontrar una palabra nueva. Renovada. Muchos, durante muchos años, habían apostado al olvido, al silencio. La no-palabra. (“No hagan bardo” significa literalmente “no hagan poesía”, “no hagan palabra”, no se metan, no tengan ideas ni ideales, tengan miedo.) La memoria evidenció el crimen que habían callado. Los cuerpos invisibles y mudos emergieron. Que muchos querían por siempre silenciar. La memoria es una apuesta por la verdad. Es una apuesta por la búsqueda del otro (reconstruir el Derecho es reconstruir la palabra). Es una paradoja que muchos medios hablen ahora en nombre de una “verdad” que nunca buscaron. Sin esa verdad no hay instituciones, ni República. La verdad es la base de todas las instituciones presentes, pasadas y futuras. La verdad es la base de la democracia. La verdad es la base de todo.

En la Argentina hay un debate político más que jurídico. El debate se resume en la pregunta ¿cuál es el rol que debe desempeñar la Justicia? El debate de fondo se da entre la posición de Law and economics (economicismo, antipolítica, mercado, Estado mínimo, seguridad a los garrotazos) y el modelo de justicia poética. Uno defiende la eficiencia. El otro defiende la dignidad. Uno impone una visión económica homogénea a todos los países (pérdida de soberanía, renuncia a los tribunales, endeudamiento, desempleo, desigualdad, pobreza), el otro, por el contrario, rescata la identidad, la heterogeneidad, la palabra, la historia, la cultura, la poesía, la voz del otro. Su posibilidad de hacer Derecho. Todo el debate se resume en estas dos posiciones. Ellas sirven para entender el presente y el pasado de nuestro Derecho, a través de dos grandes temas: la deuda externa (pérdida de soberanía, perdida de la posibilidad de hacer Derecho, nuestro camino), y por el otro, la memoria, (cara y cruz, la memoria es la posibilidad recuperada de hacer Derecho, palabra, identidad, la memoria es la posibilidad recuperada de hacer justicia). La Argentina de los ’90 era el país de la impunidad, y la renuncia a la soberanía para tomar deuda. Dos caras del no Derecho. No Estado. (La justicia poética rescata el rol igualador del Estado que coopera, que dignifica, un Estado que según Owen Fiss opera o debe operar como un “igualador de voces”.) Argentina en Nueva York también está discutiendo un nuevo modelo de Derecho. Es curioso que nadie haya reclamado por la independencia de la Justicia cuando no se hacían juicios de derechos humanos (salvo que muchos le llamen a la impunidad “independencia”) o cuando el país renunció escandalosamente a su soberanía (es decir, al funcionamiento autónomo de sus tribunales, a la independencia de ese poder que construye un pilar de la democracia) para tomar deuda. Nadie reclamó entonces por la Justicia. La deuda servía para financiar la Convertibilidad. Es decir, el atraso. Pero a nadie le preocupaba la Justicia. La Justicia era un tema menor, en todo sentido. Vendimos el país. Y cerramos nuestros tribunales. Por eso nos hacen juicios en todo el mundo. Porque no éramos un país soberano. No querían que esos juicios por un endeudamiento escandaloso, hecho de espaldas a la sociedad, se dirimiesen en nuestros tribunales. Se prefería discutir intereses bien lejos del país donde la crisis dejó su marca. Esto también es parte del debate que se da hoy por la Justicia.

No es nuestra deuda. Manifiesto final del encuentro mediterráneo de partidos políticos en Túnez

No es nuestra deuda

Reunidos/as en Túnez el 23 y 24 de marzo de 2013, ante la llamada del Frente Popular, nosotros y nosotras, representantes de partidos políticos de izquierdas de la región mediterránea hemos adoptado la resolución siguiente.

1 – Durante más de un cuarto de siglo, la globalización capitalista neoliberal ha ido extendiendo su dominio sobre el planeta entero. Los procesos que ha puesto en marcha aceleran la mercantilización del mundo al servicio de una minoría, que confiscan la ciudadanía y la soberanía de los pueblos y los Estados; agravan la inseguridad económica y las desigualdades sociales en el Norte y el Sur, y ahondan todavía más la brecha entre los países ricos y los países llamados pobres.

Los pueblos del Sur están sometidos en particular a un régimen devastador de políticas de ajuste estructural y de políticas de libre comercio que impiden su desarrollo solidario, destruyen su medio ambiente y los privan de su soberanía, debilitándolos así más y exacerbando su dependencia de los polos económicos dominantes del Norte.

El destino de la humanidad se decide ahora por un puñado de corporaciones transnacionales y por las instituciones financieras internacionales sobre las cuales los pueblos no tienen ningún control.

Desde el año 2008, en medio de una crisis del sistema capitalista mundial, las políticas de ajuste estructural se han extendido a los países de la ribera norte del Mediterráneo, llamados despectivamente como PIGS (cerdos en inglés).

En Túnez, esta política se ha impuesto desde 1986 por el Banco Mundial y el Fondo Monetario Internacional, antes de ser reforzada en 1995 por el Acuerdo de Asociación impuesto también por la Unión Europea y sus Estados miembros. La aplicación de tanto lo uno como lo otro era asegurado por la dictadura política.

En la actualidad, los diversos actores de la globalización capitalista neoliberal pretenden dar continuidad a estas políticas, tratando de sacar provecho de la crisis revolucionaria, profundizando en estas políticas y ampliando su alcance. Buscan con ello bloquear el camino para el desarrollo de las aspiraciones y del deseo de un cambio radical expresado de forma masiva por las clases populares, en particular la juventud, durante el levantamiento revolucionario de diciembre-enero de 2011.

2. La expulsión del dictador ha desarmado el orden capitalista neoliberal local pero sin derribarlo, que han permitido lograr algunos avances. El régimen social que es el producto histórico de la dominación imperialista y, más recientemente, de la reestructuración capitalista neoliberal a nivel mundial, sigue todavía en pie. Pero la crisis revolucionaria que abrió la insurgencia sigue activa. La victoria de la revolución democrática, social y nacional en Túnez, como en otros países de la región, sigue siendo posible.

3. La revolución tunecina marcó el comienzo de la revolución árabe. Hasta la fecha, cuatro dictadores, cuya media en el poder superaba los 30 años, han sido eliminados. Estos cambios políticos son, sin lugar a dudas, los más importantes que conoce la región árabe desde hace décadas. Túnez y toda la región árabe y magrebí viven un momento de punto de inflexión en su historia.

Es, en el sentido propio del término, un momento “histórico”. De hecho, por primera vez en su historia, los pueblos de la región árabe que no han dejado de luchar se alzan hoy contra sus opresores directos e irrumpen en la escena política para tomar su destino en sus manos.

4. La deuda – odiosa, ilegitima – que ha servido bajo la dictadura como una herramienta de sumisión política y como mecanismo para la transferencia de ingresos del trabajo al capital local y, sobretodo, al mundial, sirve actualmente a la contra-revolución para mantener la economía neocolonial y la dominación imperialista en Túnez. Además, en Egipto, en Marruecos, en Grecia, en Chipre en el Estado español y en muchos otros países de la cuenca Mediterránea, la deuda continúa sirviendo a los intereses de una minoría en contra de los intereses de la inmensa mayoría. Está en todas partes, el pretexto para la aplicación de las políticas de austeridad impuestas por las instituciones financieras internacionales y los estados capitalistas que violan los derechos humanos.

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5. En todas partes, tanto en el Norte como en el Sur, son las mismas lógicas las que operan, las de la ganancia, de la dominación y de la destrucción del planeta, que siguen imponiéndose al conjunto de los pueblos y de la naturaleza. La revolución tunecina, la revolución árabe, las luchas heroicas de todos los pueblos del mundo contra el orden capitalista neoliberal, como la de los pueblos griegos, portugués, vasco, catalán, del estado español son actos políticos fundacionales de este nuevo orden mundial social, democrático, feminista solidario, pacífico, que garantice la soberanía popular y la auto-determinación de los pueblos y respetuoso con el medio ambiente por el que luchan nuestros partidos políticos respectivos.

6. Pero frente a esta voluntad popular de cambio radical, las clases dominantes, las transnacionales y las finanzas mundiales hacen frente común, contra-atacando e intentando implementar políticas todavía más antisociales y antidemocráticas para romper este impulso popular liberador y para seguir haciendo que los costes de la crisis del sistema capitalista mundial recaigan sobre las y los de siempre; el conjunto de las personas y el planeta.

7. Nosotras y nosotros, representantes de partidos políticos de izquierdas de la región del Mediterráneo estamos convencidos y convencidas que debemos también unir nuestros esfuerzos y nuestras acciones, tanto a nivel regional como internacional, para respaldar y apoyar las luchas de los pueblos y de las clases explotadas y oprimidas, de la región y del mundo entero, que anhelan la libertad, la dignidad y la justicia social. Apoyamos la lucha revolucionaria del pueblo sirio para conseguir la libertad, la democracia, la justicia social, la igualdad y la dignidad nacional. Condenamos toda intervención extranjera que vaya en contra de la consecución de estos objetivos.

Con el fin de actuar conjuntamente en esta dirección, los partidos políticos de izquierdas de la región mediterránea que participamos en el encuentro Mediterráneo de Túnez contra la deuda, las políticas de austeridad y la dominación imperialista, y que abogamos por un mediterráneo libre, democrático, social, solidario y respetuoso con el medio ambiente, nos comprometemos a:

Apoyar los procesos de lucha de los movimientos sociales, sindicatos y organizaciones sociales por una auditoria ciudadana.
Promover mociones para la anulación y el no pago de la deuda ilegítima
Incorporar la reivindicación del NO pago de la deuda ilegitima y la promoción de una auditoria ciudadana como parte de nuestros programas políticos, y apoyar la lucha por la soberanía de los pueblos y su libre determinación.
Ir avanzando en el desarrollo de una red de apoyo mutuo entre los pueblos para asistir a aquellos que decidan no pagar la deuda ilegítima
Establecer una red de comunicación permanente para el intercambio de información y experiencias.
Organizar una nueva reunión de coordinación en la orilla norte del mediterráneo.
Desarrollar una cooperación concreta con el objetivo de construir herramientas de lucha y movilización necesarias para la defensa de nuestros objetivos.
Los partidos políticos de izquierdas de la región mediterránea y otras partes del mundo saludamos al Foro Social Mundial que se celebrará en Túnez del 26 al 30 marzo, y deseamos que sea un éxito y pueda alcanzar los objetivos consagrados en la Carta de Porto Alegre.

Condenamos enérgicamente el asesinato de Chokri Belaid, Secretario General del Partido Patriota Democrático Unificado y líder del Frente Popular, que calificamos de crimen político. Exigimos que la verdad sea dicha sobre todas las personas implicadas en este crimen atroz.

Para concluir, los partidos políticos de izquierdas acuerdan organizar la próxima reunión en el Estado español.

Primeras organizaciones firmantes (por orden alfabético)

Argelia

Partido Socialista de los Trabajadores
Movimiento Baath argelino
Egipto

Unión Popular Socialista
Estado español

SORTU – Euskal Herria
IA – Izquierda Anticapitalista
CUP – Comités de Unidad Popular
IU – Izquierda Unida
Francia

Partido Comunista francés/Frente de Izquierdas
Gauche anticapitaliste – Izquierda Anticapitalista
NPA – Nuevo Partido Anticapitalista
Les Alternatifs
Grecia

Syriza
Italia

Sinistra Critica
Libano

Partido Communista Libanés
Forum Socialista
Marruecos

Via democrática
El Mounadhil
Portugal

Bloco da Esquerda
Siria

La corriente de la Izquierda Revolucionaria de Siria
Túnez

Frente Popular
Con el apoyo del grupo GUE/NGL en el Parlamento europeo (Grupo Confederal de la Izquierda Unitaria Europea / Izquierda Verde Nórdica)

Cartaz português