Christine Epaud ganha uma nota, na malandragem, como funcionária pública do povo potiguar, morando em Paris, onde tem residência fixa. Já escrevi sobre esta maracutaia de ser embaixatriz do Rio Grande do Norte na França.
Veja como aconteceu:
Christine Epaud casou com um francês, Gilles, de quem herdou o sobrenome e a nacionalidade francesa.
Gilles Epaud conheceu a futura esposa na África, precisamente na Tanzânia, país onde Christine nasceu. Lá ela também “conheceu”, biblicamente, Ubaldo Wilca da Silva, pai de sua segunda filha.
O pai da primeira desconheço o nome.
Christine veio morar no Brasil, e foi trabalhar no Tribunal de Contas. Entrou sem concurso. Sem conhecer a língua portuguesa. Não sei se era boa de língua. Com certeza falava sua língua natal, o sualí, e talvez o alemão e o inglês, porque a Tanzânia foi colônia da Alemanha (1980/1919) e da Inglaterra (até 1962/64).
Uma misteriosa necessidade burocrática, ou encantamento internacional de possuir uma funcionária poliglota, explique a conquista de Christine.
Não é fácil entrar em um tribunal, sonho de muitos universitários e mestres e doutores brasileiros.
Mas não é que se deu… aconteceu.
Também aconteceu que Christine casou com Gilles. E quem casa quer casa para ficar juntinho com a pessoa amada, no maior amor. Mas a casa de Gilles era em Paris.
Christine propôs as maravilhas de ser boa também em língua francesa. Estudar língua francesa em Paris. Tudo pago pelo Tribunal de Contas. Era uma proposta indecente, que o governo do Estado do Rio Grande do Norte aceitou. Diz que foi “re-lotada” (devia ser apenas ré), por uma inacreditável magia.
Assim Christine, sem concurso, conseguiu o milagre de ser funcionária da Secretaria de Administração do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, para estudar francês.
Casada com um francês, tinha que usar a língua, que Gilles ainda hoje fala pessimamente o português. Tinha que falar francês em casa e na rua. E no trabalho: na sede da embaixada do Rio Grande do Norte em Paris, um prédio que ninguém sabe onde fica. Segredo de estado, do conhecimento exclusivo do governador na época, e hoje, talvez, da governadora Rosalba Ciarlini. Que Christine continua morando em Paris, e recebendo como inválida na França (*), e ativa no Rio Grande do Norte, pelos poderes da bilocação.
Super, super ativa, montou uma suruba de empresas privadas. Já falei das privadas de Christine, funcionária publica e empresária de múltiplas empresas. Isso é legal? Ora, ora, mais do que legal para Christine.
Eis que se deu que Christine armou uma volta triunfal, rica, portentosa, desenterrando o passado e botijas de ouro e prata.
Começa por acusar de ato arbitrário, violento, ditatorial, ao arrepio da lei (**), crime praticado por algum presidente do Tribunal de Contas. Transcrevo do Diário Oficial:
Ajuizou a presente ação ordinária contra o ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, pretendendo, em provimento liminar, o reenquadramento no quadro de pessoal do Tribunal de Contas do Estado, do qual foi relotada para a Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos pela Resolução nº 03/93-TC, publicada no Diário Oficial de 11.01.1993. Aduz que sua relotação foi resultado de uma decisão administrativa caracterizada por falta de contraditório e de ampla defesa. |
Por falta de contraditório? (***)
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(*) O embaixador da França no Brasil Yves Saint-Geours sabe do caso ou que investigue no CRAMIF.
(**) Um ato ilegal cometido por alguém ou por uma entidade qualquer pode ser designado de diversas formas. Podemos citar a improbidade administrativa, a prevaricação ou até corrupção. São todos casos no qual um órgão ou organismo age ao arrepio da lei.
(***) O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa é assegurado pelo artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal, mas pode ser definido também pela expressão audiatur et altera pars, que significa “ouça-se também a outra parte”. Acompanhei o nascedouro do Tribunal de Contas. Isso bem de perto. Conheci todos os fundadores. Todos. Presenciei as nomeações. Não acredito que nenhum tenha sido capaz de tal perseguição. Que o presidente Valério Mesquita seja testemunha. O TCE jamais pagaria uma lua de mel em Oropa, França e Bahia. Essa armação foi coisa de algum governador desonesto ou enganado. Ludibriado por um secretário de Administração corrupto.
Lá em Paris, Christine, via procuração, recebia mensalmente o salário, sem contestação, desde 1993. Isto é, recebia dinheiro público, e dinheiro público não pode ser secreto, nem dissipado. E denunciar esta aberração se faz necessária. Por 1001 motivos.
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Christine usa o nome do terceiro companheiro: Epaud, apesar de ter solicitado a prisão dele.
Para a sociedade de Natal, apresenta Snorre Fossland como esposo, mas eis que ele desmanchou uma sociedade que tinha com Christine, em uma suruba de empresas. Fossland possui vários negócios no Brasil. Uma riqueza que não aparece na Noruega.
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Aviso: não vou parar de defender os interesses do povo do Rio Grande do Norte. O dinheiro do povo é sagrado. Mesmo que custe a minha vida. Faz parte da minha profissão. De jornalista profissional. De professor de jornalismo, com cursos realizados no Ciespal, Unesco, e Universidad de Navarra, entre outros.
Faz parte do meu amor a Natal. Dívida de vivência e fidelidade aos amigos.
Diretor do Suplemento Literário, conheci Dorian Gray, Deífilo Gurgel, Raimundo Nonato, Manoel Onofre Júnior, Jaime dos G.Wanderley, andei como cicerone de Carlos Pena Filho, Gilberto Freyre, Marcos Vilaça, Ascenso Ferrreira na noite natalense; de Jorge Amado, Eneida, Ênio Silveira nas estradas empoeiradas de Natal a Mossoró; e redator-chefe do jornal A República, no Governo Dinarte Mariz.
Secretário de Comunicação no governo de Cortez Pereira, voltei A República como diretor-responsável, e dirigi a Imprensa Oficial e a Assessoria de Imprensa do Palácio Potengi. Neste mesmo tempo continuei lecionando nos cursos de Jornalismo e Relações Públicas, da Universidade Católica de Pernambuco, aulas marcadas para a noite da sexta-feira e sábado. Esse corre-corre impedia de visitar os amigos natalenses.
Amada Cidade amada, onde estudei História. Tive meu primeiro emprego de professor, ensinando Filosofia na Escola Normal, indicado e substituindo Francisco Fausto.
Faz parte da minha confiança na Justiça, crença que aumentou depois da Operação Judas.
Por paixão, idealizei a Primeira Feira de Livros do Rio Grande do Norte, patrocinada pelo prefeito Djalma Maranhão, que me convidou para assumir o cargo de Secretário de Educação e coordenar sua campanha de governador (possíveis feitos impedidos pelo golpe de 64).
Iniciei a campanha jornalística para o soerguimento da Coluna Capitolina, presente de Mussolini, derrubada pelo povo na II Grande Guerra.
Promovi a modernização da Imprensa Oficial, com a licitação de compra, no governo de Cortez, da atual impressora, e mudança do sistema gráfico de composição.
Realizei no Teatro Carlos Gomes, que hoje tem o nome de Meira Pires (ele estava presente), o Primeiro Recital Internacional de Poesia.
Sagrado chão, onde vivi a minha juventude estudantil, presidindo o Clube Universitário, por indicação de Woden Madruga, em cuja casa residi. Também dividi moradia com Hemetério Gurgel. Vivi em pensionato com Cassiano Arruda e Joanilson de Paula Rêgo.
Histórica redação d’A República com Câmara Cascudo, Veríssimo de Melo, Miriam Coeli, Newton Navarro, Celso da Silveira, Expedito Silva, Gerson Dumaresq, Jurandir Barroso.
Tempos dourados da poesia de Walflan de Queiroz, Zila Mamede, Sanderson Negreiros, Berilo Wanderley. Do jornalismo de Luiz Maranhão Filho, de Ticiano Duarte, Romildo Gurgel, Elóy de Souza, que me concedeu sua última entrevista. Da campanha de Djalma Marinho a governador com Vingt Rosado, Tarcísio Maia, Diógenes da Cunha Lima; de secretariado do panfletário jornal O Nordeste, dirigido por Joanilo de Paula Rêgo.
Sagrado chão de Natal onde estão enterrados meus pais.
Sagrado chão onde semeei meus sonhos e minha poesia. Encantado chão das primeiras namoradas.