Defensores do canceroso amianto: Demóstenes Torres, Carlos Leréia, governador Marconi Perillo

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Milhares de mortes podem ser atribuídas anualmente à exposição ambiental ao amianto, ao qual todos nós estamos expostos devido às propriedades aerodinâmicas destas tênues fibras, que viajam quilômetros de distância e que podem atingir órgãos do nosso trato respiratório, principalmente pulmão e pleura, a membrana que reveste o pulmão.

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NÃO HÁ MANEIRA SEGURA DE USAR O AMIANTO

por Fernanda  Giannasi

O amianto é um mineral fibroso reconhecidamente cancerígeno para os seres humanos, segundo as mais importantes academias de ciência e entidades da área de saúde.

Uma vasta literatura médica dá sustentação à tese de que não há maneira segura de se trabalhar com ele ou utilizar produtos que o contenham, e que a melhor forma de se eliminar as doenças provocadas pela fibra mineral é o seu banimento.

Campanhas em todo mundo, apoiadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), buscam o fim da chamada “catástrofe sanitária do século 20”, tal a gravidade do quadro epidêmico das doenças provocadas pelo amianto.

A OMS estima que 125 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão expostos ao amianto em seus locais de trabalho. Segundo essas estimativas, cerca de 107 mil trabalhadores morrem por ano pelas doenças relacionadas ao amianto.

Entre elas, o câncer de pulmão, o mesotelioma (tumor maligno raro e incurável, atribuído ao amianto, que leva ao óbito a maioria de suas vítimas menos de um ano após o diagnóstico) e a asbestose (enrijecimento do tecido pulmonar, que conduz à falta de ar acentuada e progressiva, podendo matar por asfixia). Uma em cada três mortes por câncer ocupacional está associada ao amianto.

Mas o amianto não é um problema só dos trabalhadores que se expõem às suas fibras microscópicas e letais. Pode atingir indistintamente os seus familiares, vizinhos de minerações e das instalações industriais onde se produz e manipula o amianto, e os consumidores de mais de 3.000 produtos à base deste mineral, como materiais de construção (telhas, caixas d´água, divisórias de cimento-amianto), produtos de fricção para veículos automotivos (freios, juntas de cabeçote) e para vedação e isolamento térmico.

A OMS vai além ao afirmar que milhares de mortes podem ser atribuídas anualmente à exposição ambiental ao amianto, ao qual todos nós estamos expostos devido às propriedades aerodinâmicas destas tênues fibras, que viajam quilômetros de distância e que podem atingir órgãos do nosso trato respiratório, principalmente pulmão e pleura, a membrana que reveste o pulmão.

Já são 66 os países que proíbem a produção e utilização de produtos à base de amianto, inclusive nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai. No Brasil, cinco Estados e dezenas de municípios já têm leis que vetam a utilização do amianto, mas infelizmente nossas autoridades preferem fazer vistas grossas, não punindo os infratores, já que há fortes interesses políticos e econômicos envolvidos com a produção e utilização deste mineral.

Goiás é hoje o único Estado produtor do chamado amianto branco ou crisotila. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, o segundo exportador e o quarto utilizador.

Há um forte grupo parlamentar de deputados e senadores goianos, a “bancada da crisotila”, que impede sistematicamente que o debate sobre proibir a fibra cancerígena avance no Congresso. Alguns dos mais proeminentes políticos pró-amianto frequentaram recentemente o noticiário, como o ex-senador Demóstenes Torres, o deputado Carlos Leréia e o governador Marconi Perillo.

Temos plena convicção de que o banimento do é uma emergência, pois já se domina em todo o país as tecnologias livres de amianto. Custos iniciais adicionais serão compensados pela redução das despesas de diagnóstico, tratamento e indenização das vítimas e da disposição final dos resíduos perigosos gerados.

A proibição do amianto salvará o Estado de São Paulo de demitir 10.500 trabalhadores nas 170 empresas que já se adequaram à lei de proibição e que não suportarão as consequências da concorrência desleal.


 

Câncer. Amianto mata mais que o cigarro

O Brasil além de ser um dos maiores exportadores de amianto, tem ele usado em diferentes produtos.

Eliminación de las enfermedades relacionadas con el asbesto

Nota descriptiva da OMS – Organização Mundial da Saúde


Datos y cifras

  • En el mundo hay unos 125 millones de personas expuestas al asbesto en el lugar de trabajo.
  • Según los cálculos de la OMS, la exposición laboral causa más de 107 000 muertes anuales por cáncer de pulmón relacionado con el asbesto, mesotelioma y asbestosis.

¿Qué es el asbesto?

El término «asbesto» designa un grupo de minerales naturales fibrosos, que han tenido o siguen teniendo un uso comercial debido a su extraordinaria resistencia a la tensión, su escasa termoconductividad y su relativa resistencia al ataque químico. Por estos motivos, el asbesto se utiliza en el aislamiento de los edificios, como componente de diversos productos (tejas, tuberías de agua, mantas ignífugas y envases médicos), como aditivo de los plásticos y en la industria automovilística (revestimiento de embragues y frenos, juntas y amortiguadores).

Las principales variedades de asbesto son el crisotilo (asbesto blanco) y la crocidolita (asbesto azul). Otras formas son la amosita, la antofilita, la tremolita y la actinolita.

¿Cuál es el problema con el asbesto?

Todas las formas de asbesto son cancerígenas para el ser humano. Pueden causar mesotelioma y cáncer de pulmón, laringe u ovario. La exposición al asbesto también puede causar otras enfermedades, como la asbestosis (una forma de fibrosis pulmonar), además de placas, engrosamientos y derrames pleurales.

En el mundo hay unos 125 millones de personas expuestas al asbesto en el lugar de trabajo. Según los cálculos más recientes de la OMS, la exposición laboral causa más de 107 000 muertes anuales por cáncer de pulmón relacionado con el asbesto, mesotelioma y asbestosis. Se calcula que un tercio de las muertes por cáncer de origen laboral son causadas por el asbesto. Además se calcula que cada año se producen varios miles de muertes atribuibles a la exposición doméstica la asbesto.

In Wikipédia: El asbesto, también llamado amianto, es un grupo de minerales metamórficos fibrosos. Están compuestos de silicatos de cadena doble. Los minerales de asbesto tienen fibras largas y resistentes que se pueden separar y son suficientemente flexibles como para ser entrelazadas y también resisten altas temperaturas. Debido a estas especiales características, el asbesto se ha usado en una gran variedad de productos manufacturados, principalmente en materiales de construcción (tejas para recubrimiento de tejados, baldosas y azulejos, productos de papel y productos decemento con asbesto), productos de fricción (embrague de automóviles, frenos, componentes de la transmisión), materias textiles termo-resistentes, envases, paquetería y revestimientos, equipos de protección individual, pinturas, productos devermiculita o de talco, etc. También está presente como contaminante en algunos alimentos.

Las autoridades médicas demostraron que los productos relacionados con el asbesto/amianto provocan cáncer con una elevada mortalidad desde los años 1980. A principios de la década de 2000 empezó a prohibirse en los países desarrollados, quedando totalmente prohibido su uso en la Unión Europea desde 2005, aunque se continúa utilizando en algunos países en vías de desarrollo.

CIGARRO MATA MENOS QUE O AMIANTO

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde, o cigarro causa seis milhões de mortes no mundo por ano, a maioria em países de baixa e média renda. No documento, a OMS alerta que, se essa tendência se mantiver, o número de mortes ligadas ao fumo deve aumentar para oito milhões ao ano em 2030 – e 80% desses óbitos deverão acontecer nos países mais pobres.

O BRASIL MAIOR CONSUMIDOR E EXPORTADOR DE AMIANTO

SAMA é maior exportador de amianto do mundo. Degrada o meio ambiente.

O Brasil chama esse crime de mais progresso, mais riqueza exportada, mais emprego (ou mais morte de trabalhadores, que a vida do brasileiro não vale um tostão furado)

SAMA – MINERAÇÃO DE AMIANTO CRISOTILA

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Está localizada na margem esquerda do Rio Tocantins, ocupando uma área total de 45 km2. A área de concessão estadual abrange 4.500 ha, sendo que deste total, aproximadamente, 20% são destinados à Mineração, 10% ao reflorestamento e 70% representa a reserva natural de vegetação nativa.

A mina de Cana Brava possui 2,7 quilômetros de extensão e 1 quilômetro de largura, com uma profundidade de 130 metros, características que garantem as reservas para mais 60 anos de extração a céu aberto.

JUSTIÇA BRASILEIRA CULPADA

Em Portugal a Justiça faz assim:

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Profissões que causam câncer. Milhões de brasileiros moram em áreas de risco

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Meio ambiente e câncer

Estão em locais de risco: os moradores de ex-lixões e aterros sanitários, e nas proximidades de linhas de transmissão elétrica, antenas de tv, rádio, celular, canaviais etc.

Câncer no trabalho

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, existe uma estimativa de que cerca de 20 mil brasileiros sejam diagnosticados com câncer ligado ao trabalho. Conheça as atividades que colocam os trabalhadores em risco.

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.

O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.

Fatores de Risco de Natureza Ambiental


Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).

As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os ‘hábitos’ e o ‘estilo de vida’ adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer.

Tabagismo
Hábitos Alimentares 
Alcoolismo
Hábitos Sexuais 
Medicamentos
Fatores Ocupacionais
Radiação solar

Hereditariedade


São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor.

Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.

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10 Dicas para a Redução dos Fatores de Risco 

Cánceres de origen ambiental y ocupacional

Cuba – La biotecnología como instrumento de lucha contra el cáncer

Povoados do câncer

Após anos de especulação sobre os reais impactos da poluição na China sobre a saúde da população, o Ministério do Meio Ambiente da China parece ter reconhecido, pela primeira vez, que a poluição em regiões próximas a fábricas e a cursos d’água contaminados está associada ao aumento da incidência de câncer. Nos últimos 30 anos, a taxa da doença no país aumentou 80%, com 2,7 milhões de mortes por ano, segundo o relatório publicado em 2012. As informações são da BBC.

Em 2009, o jornalista Deng Fei publicou um mapa no qual identificava mais de 100 localidades da China em que a taxa de câncer na população havia aumentado muito durante os anos anteriores. Por estarem próximas a muitas fábricas e a rios poluídos, essas regiões, conhecidas como ‘cancer village’, ou vilas do câncer, sofrem com um nível muito elevado de poluição. Depois disso, uma série de dados sobre essas regiões foram divulgados e alguns estudos sugerem que, hoje, existam 459 vilas do câncer.

Veja fotos para descobrir se sua cidade possui paisagens idênticas.

Duvido. Duvido alguém ser preso no Brasil por destruir o meio ambiente. São vários crimes a céu aberto e a justiça nem aí. Cega que é

São mineradoras a céu aberto.

Lixões.

Nenhum empresa precisa fazer nada escondido no Brasil. É tudo escancarado mesmo. Que ninguém vai preso.

O que está acontecendo em Porto de Açu só poderia ser em São João da Barra, terra de prefeito ladrão. No desgovernado Estado do Rio de Janeiro. Leia os posts. Todo tipo de crime acontece por lá.

No Brasil devia ser assim:

Stephan Schmidheiny, magnate mundial del amianto, condenado a 18 años de cárcel “por desastre ambiental doloso permanente”

Crónica desde Turín Paco Puche, corresponsal de la revista El Observador

4 de junio de 2013

En el juicio de apelación, celebrado en Turín el pasado día 3, el magnate suizo del amianto ha visto cómo su pena era incrementada de 16 años a que fue condenado en primera instancia a 18 años en esta nueva sentencia. Además, tendrá que pagar de forma inmediata a las víctimas o a sus familiares un importe por valor de 88 millones de euros, en concepto de indemnizaciones.

Esta pena se ha acercado a la máxima prevista para este tipo de delitos que es de 20 años, que era lo que pedía el ministerio fiscal. El pedir la máxima pena la justifica el fiscal diciendo que al leer de nuevo la sentencias del Tribunal Supremo en los casos más graves de desastres y muertes “me dí cuenta de que no había nada comparable con el desastre que se revive en el curso de este juicio”.

Según la sentencia, ha de responder con toda su fortuna gestionada por los Holdings denominados AMINDUS, Becon y ANOVA. El tribunal no ha contemplado el patrimonio que en 2003 traspasó al ente llamado VIVA Trust, que es el financiador de la fundación AVINA. Se ve cada vez más claro que esta operación de filantropía no era tal, sino una manera de liberar patrimonio de las futuras responsabilidades que se le irían presentando, por las reclamaciones de las millares de víctimas que tiene sobre sus espaldas y que, dado el alto periodo de latencia de las enfermedades derivadas de la exposición al amianto, tendrá demandas hasta, al menos, el año 2040, si sigue vivo. Leia mais. Crónica desde Turín. De Paco Puche, corresponsal de la revista El Observador

O amianto é proibido de mentirinha no Brasil.

Estados e cidades do país que possuem legislações contra a fibra. Infografia do jornal O Globo
Estados e cidades do país que possuem legislações contra a fibra. Infografia do jornal O Globo
Stephan Schmidheiny começou seu capitalismo selvagem no Brasil. Em 1969, como “capataz de turno” da Eternit, empresa do pai.
Em 1988, iniciou a venda de todas as participações do grupo suíço Eternit, que concluiu no final da década de 1980. As participações foram vendidas para os sucessores legais com todos os direitos e deveres. 
Os tanques de água no Brasil são todos de amianto. É só olhar as favelas do Brasil. No teto de telha de amianto: um antena de tv e um caixa de câncer Eternit. É um crime para toda eternidade. Que no Brasil Colônia não existe pecado.
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Amianto mata. Foi proibido em 52 países. Um milhão de brasileiros correm risco

Esta foto faz parte da paisagem urbana brasileira
Esta foto faz parte da paisagem urbana brasileira

O Brasil está entre os cinco maiores produtores, consumidores e exportadores mundiais de amianto crisotila ou amianto branco. A única mina de amianto ainda em atividade no Brasil situa-se no município de Minaçu, no Estado de Goiás.

O amianto, por anos chamado de “mineral mágico”, foi utilizado principalmente na indústria da construção civil (pisos vinílicos, telhas, caixas d’água, divisórias, forros falsos, tubulações, vasos de decoração e para plantio e outros artefatos de cimento-amianto) e para isolamento acústico ou térmico.

Todo este material precisa ser substituído, para evitar

Exposição ocupacional:

  • a exposição ocupacional é a principal forma de exposição e contaminação;
  • ocorre, principalmente, através da inalação das fibras de amianto, que podem causar lesões nos pulmões e em outros órgãos;
  • a via digestiva também deve ser considerada como fonte de contaminação.

Exposição ambiental:

  • contato dos familares com roupas e objetos dos trabalhadores contaminados pela fibra;
  • residir nas proximidades de fábricas, minerações ou em áreas contaminadas (solo e ar) por amianto;
  • frequentar ambientes onde haja produtos de amianto degradados;
  • presença do amianto livre na natureza ou em pontos de depósito ou descarte de produtos com amianto
    Doenças relacionadas a exposição ao amianto

    A exposição ao amianto está relacionada à ocorrência de diversas patologias, malignas e não malignas. Ele é classificado pela Agência Internacional de Pesquisa (IARC) no grupo 1 – os dos reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos. Não foram identificados níveis seguros para a exposição às suas fibras. O intenso uso, no Brasil, especialmente a partir da segunda metade do século XX, exige que a recuperação do histórico de contato deva prever todas as situações de trabalho, tanto as diretamente em contato com o minério, em atividades industriais típicas, em geral com exposição de longa duração, ou mesmo as indiretas, através de serviços de apoio, manutenção, limpeza, que são em geral de baixa duração, mas sujeitas a altas concentrações de poeira, bem como exposições não ocupacionais – indiretas ou ambientais e as paraocupacionais.

    Entre as principais doenças relacionadas ao amianto, temos:

    Asbestose
    A doença é causada pela deposição de fibras de asbesto nos alvéolos pulmonares, provocando uma reação inflamatória, seguida de fibrose e, por conseguinte, sua rigidez, reduzindo a capacidade de realizar a troca gasosa, promovendo a perda da elasticidade pulmonar e da capacidade respiratória com sérias limitações ao fluxo aéreo e incapacidade para o trabalho. Nas fases mais avançadas da doença esta incapacidade pode se estender até para a realização de tarefas mais simples e vitais para a sobrevivência humana.

    Câncer de pulmão
    O câncer de pulmão pode estar associado com outras manifestações mórbidas como asbestose, placas pleurais ou não. O seu risco pode aumentar em 90 vezes caso o trabalhador exposto ao amianto também seja fumante, pois o fumo potencializa o efeito sinérgico entre os dois agentes reconhecidos como promotores de câncer de pulmão. Estima-se que 50% dos indivíduos que tenham asbestose venham a desenvolver câncer de pulmão. O adenocarcinoma é o tipo histológico mais frequente entre os cânceres de pulmão desenvolvidos por trabalhadores e ex-empregados expostos ao amianto e o risco aumenta proporcionalmente à concentração de fibras que se depositam nos alvéolos pulmonares.

    Câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário
    Também estão relacionados à exposição ao amianto.

    Mesotelioma
    O mesotelioma é uma forma rara de tumor maligno, mais comumentemente atingindo a pleura, membrana serosa que reveste o pulmão, mas também incidindo sobre o peritônio, pericárdio e a túnica vaginal e bolsa escrotal. Está se tornando mais comum em nosso país, já que atingimos o período de latência de mais de 30 anos da curva de crescimento da utilização em escala industrial no Brasil, que deu-se durante o período conhecido como o “milagre econômico”, na década de 70. Não se estabeleceu nenhuma relação do mesotelioma com o tabagismo, nem com doses de exposição. O Mesotelioma maligno pode produzir metátases por via linfática em aproximadamente 25% dos casos.

    Além das doenças descritas, o amianto pode causar espessamento na pleura e diafragma, derrames pleurais, placas pleurais e severos distúrbios respiratórios.


Telha de amianto
Telha de amianto
O uso do amianto foi proibido em 52 países.

Estima-se que chegam a 1 milhão os trabalhadores brasileiros expostos ao amianto, desde a extração em minas até a indústria de transformação. Diferente do que se pensa, a fibra não é usada apenas na fabricação de telhas e caixas d’água. Segundo cálculos da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto, mais de 3 mil produtos levam o mineral em sua composição, como tubulações, argamassa, peças para fogões, geladeiras e secadores de cabelo, cabos e fitas isolantes, gaxetas, revestimentos, tecidos especiais, lonas e pastilhas de freio, entre tantos outros. Pelas contas do Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças, há trezentos mil trabalhadores envolvidos em manutenção e reparos de sistemas de freio no país.

Há ainda uma parcela ainda maior, desconhecida, de trabalhadores informais, envolvidos principalmente na indústria da construção civil, em instalação de coberturas, caixas d’água, reformas, demolições e instalações hidráulicas, entre outras, completamente expostos ao pó do amianto e desprotegidos das incipientes políticas públicas de saúde do trabalhador.

Eternit continua produzindo amianto no Brasil. Itália condena dois diretores da empresa a 16 anos de prisão

A Itália condena dois ex-diretores do grupo Eternit a 16 anos de prisão. No Brasil, com laudos aparentemente contestáveis, a Eternit continua produzindo amianto em Minaçu. A empresa financia campanhas eleitorais e pesquisas supostamente “contaminadas”

Élio Martins, presidente da Eternit: sua primeira providência, no lugar de sugerir pesquisas independentes e críveis, foi informar que a Eternit europeia não tem a ver com a brasileira (Henrique Manreza/Brasil Econômico)

Editorial do Jornal Opção de Goiás

A Justiça de Turim condenou dois ex-dirigentes da Eternit, o magnata suíço Stephan Schmidheiny e o milionário belga Jean-Louis de Cartier, a 16 anos de prisão “por negligência, que teria causado a morte de 2,1 mil pessoas em decorrência da contaminação pelo amianto”, revela o jornal “Brasil Econômico” (quinta-feira, 22), na reportagem “Decisão de corte italiana respinga na Eternit Brasil”, assinada por Denise Carvalho. As prisões derrubaram o preço das ações da Eternit.

Os Estados brasileiros não se comportam como Estados, e sim como se fossem países. Apesar de que o amianto já foi banido em 58 países da Europa, porque provoca câncer e outros tipos de doenças (o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou sua carreira política denunciando os perigos do amianto; a história pode ser verificada na biografia “A Ponte — Vida e Ascensão de Barack Obama”, do jornalista David Remnick, editor-chefe da revista “New Yorker”), e de os Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul terem proibido o uso do minério, “a questão [da proibição] tramita há quatro anos no Supremo Tribunal Federal”.

Poderosa, a Eternit do Brasil encomenda pareceres de cientistas supostamente qualificados (e devem ser mesmo) — como se a ciência fosse eminentemente isenta (será preciso lembrar o que cientistas fizeram na Alemanha nazista e na União Soviética?) — e eles garantem que o amianto crisotila não faz mal à saúde. Ora, em Minaçu, onde está instalada a sede da Sama/Eternit em Goiás, há registros de trabalhadores que contraíram várias doenças. Procede que a Sama instalou medidas preventivas e que, possivelmente, os índices de doença diminuíram (a própria mudança de conduta sugere que havia alguma coisa errada). Há uma questão pouco discutida: os próprios trabalhadores hoje não gostam de discutir o assunto, porque os salários na empresa são mais elevados do que a média salarial da região Norte do Estado. Assim, a saúde, presente e futura, não é debatida. A Sama é a principal fonte de renda e sobrevivência da população de Minaçu. Além disso, por ser grande pagadora de impostos (trata-se de uma empresa, em tese, correta com seus negócios) e financiadora de campanhas eleitorais, a Sama é sempre defendida por políticos e governantes, independentemente de credos ideológicos e partidários. Nenhum governo de Goiás procedeu a uma investigação profunda sobre as condições de trabalho da Sama e sobre os riscos do amianto para a saúde coletiva (não apenas dos trabalhadores da em­presa). Não há qualquer interesse em fazer isto. PMDB, PSDB e PT, que irmanam-se na defesa da empresa, teoricamente para garantir empregos e im­postos, sempre atuaram como protetores dos extratores de amianto. “A­cre­ditam” piamente nas “pesquisas” do grupo. Pa­recem não ter um minuto de dúvida.

Bancando campanhas políticas, a Sama/Eternit é tão forte que nenhum jornal de Goiás deu a notícia da prisão dos ex-diretores da Eternit na Europa. Assim como não mencionam a possibilidade de, a médio ou longo prazo, a Eternit abandonar seus negócios em Minaçu. Há um pacto de silêncio que une políticos e mídia a favor da Sama. Há algum tempo, o cineasta e agitador cultural PX Silveira, filho do falecido médico José Peixoto da Silveira, que foi candidato a governador contra Otávio Lage, na década de 1960, produziu um documentário sobre a Sama, mostrando inclusive pessoas que ficaram doentes em decorrência do contato com o minério, e tentou exibi-lo no Festival Internacional de Cinema Ambiental de Goiás. Não conseguiu. O filme foi barrado. Não lhe deram nenhuma explicação oficial. A oficiosa sugeria que, com o filme, estaria prejudicando uma empresa que contribui com o “desenvolvimento” de Goiás. Crianças preocupam-se apenas com o presente, e isto é perfeitamente natural, mas governantes não podem pensar tão-somente na arrecadação de impostos em quatro anos. Têm o dever de pensar nas gerações sacrificadas do presente e das que serão sacrificadas no futuro. Isto é pensar como estadista.

Transcrevi trechos.

Vista aérea mina de amianto. Foto Eternit
Vista aérea mina de amianto. Foto Eternit

Esqueceram da propaganda anti-celular?

A epidemiologista Devra Davis lidera uma cruzada para fazer as pessoas deixarem o celular longe de suas cabeças. Convencida de que a radiação emitida pelo aparelho lesa a saúde, ela escreveu “Disconnect” (sem edição no Brasil), cuja base são pesquisas que começam a mostrar os efeitos dessa radiação no organismo.

Folha – Quais os riscos para a saúde de quem usa celular?
Devra Davis – Se você segurá-lo perto da cabeça ou do corpo, há muitos riscos de danos. Todos os celulares têm alertas sobre isso.

Folha – Quais os riscos, exatamente?
Devra Davis – O risco de câncer é muito real, e as provas disso vão se avolumar se as pessoas não mudarem a maneira como usam os telefones. Trabalhei nas pesquisas sobre fumo passivo e amianto. Fiquei horrorizada ao perceber que só tomamos atitude depois de provas incontestáveis de que danificavam a saúde.

Folha – Mas há estudo em humanos que dá provas categóricas?
Devra Davis – Quando você diz “provas”, você quer dizer cadáveres? Você acha que só devemos agir quando já tivermos prova? Terei que discordar. Hoje temos uma epidemia mundial de doenças ligadas ao fumo. O Brasil também tem uma epidemia de doenças relacionadas ao amianto. Transcrevi trechos. Leia mais