AMPARADA PELO STF, DILMA VETA FINANCIAMENTO PRIVADO A CAMPANHAS

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Plantão Brasil – A presidente Dilma Rousseff decidiu seguir decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e vetou ponto da reforma política aprovada na Câmara dos Deputados que permite o financiamento empresarial a campanhas eleitorais.

A petista deixou o decreto presidencial assinado antes de embarcar nesta quinta-feira (24) para Nova York, onde participará da abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

A expectativa é de que ele seja publicado até a próxima segunda-feira (28) no “Diário Oficial da União”.

Há dúvidas ainda sobre se a presidente vetará ponto que cria janela partidária para as próximas eleições municipais. Ela permite que políticos troquem de partido sem risco de perder o mandato no sétimo mês anterior à eleição.

Na última segunda (21), a petista já havia indicado sua decisão em jantar com o comando do PCdoB. Na reunião, ela disse que não podia ir de encontro com a decisão da Suprema Corte que, na semana passada, declarou inconstitucional normas que permitem as doações empresariais.

Segundo relatos de presentes, ela disse inclusive que fez essa análise em conversa recente por telefone com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é favorável às doações empresariais.

Mais cedo, no mesmo dia, o peemedebista afirmou que se a presidente vetar o ponto da reforma política que valida a prática estará interferindo na autonomia do Congresso Nacional.

Para ele, embora a Suprema Corte tenha considerado inconstitucional que empresas doem recursos a candidatos e partidos, o assunto não está encerrado.

Na votação da reforma, as bancadas do PT, PCdoB, PSOL e PPS se posicionaram contra o financiamento empresarial. O placar, no entanto, foi de 317 votos pela manutenção e 162 contra a proposta.

Nos últimos dias, deputados e senadores de esquerda iniciaram uma campanha para que a presidente vetasse a doação empresarial para políticos e partidos.

Partido que votou na doação de empresas para as campanhas eleitorais queria continuar faturando bilhões do caixa 2

Empresa que doa dinheiro a político tinha retorno de 750%

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Cada R$ 1 investido em candidato gera R$ 8,50 para empresa se ele for eleito, indica estudo

Os legisladores viram lobistas, e os prefeitos e governadores superfaturam obras e serviços

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Os políticos corruptos e partidos podres votaram na Câmara dos Deputados e no Senado Federal pelo financiamento das campanhas eleitorais. Os mesmos bandos votaram pela tercerização do emprego e contra a CPMF, o imposto que pega sonegadores e outros ladrões.

R7– Após as manifestações de junho, o debate em torno da reforma política dominou o noticiário do País e o financiamento das campanhas políticas se tornou um dos principais temas da discussão. Um estudo feito no Brasil pelo Instituto Kellogg, dos Estados Unidos, indica que as empresas que doam dinheiro para campanhas eleitorais têm um retorno de até 750% em cima do valor que investiram no candidato.

Idealizador da Lei da Ficha Limpa, que impede a participação de candidatos condenados criminalmente em tribunais colegiados, o juiz eleitoral Márlon Jacinto Reis é um dos criadores do movimento de combate à corrupção. Reis, que também é diretor do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), afirma que o negócio é lucrativo para empresas que investem em políticos.

— Há uma pesquisa do Instituto Kelloggs no Brasil que mostra que a cada R$ 1 investido nas campanhas [políticas] há um retorno em contratos públicos da ordem de R$ 8,50. É o melhor negócio que conheço até agora. É melhor do que vender água.

Nesta semana, o MCCE se encontrou com a presidente Dilma Rousseff em Brasília para expor os pontos da “Campanha Eleições Limpas”. O projeto prevê o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas, limite para doação de pessoa física para partidos e eleição para o Legislativo em dois turnos, com a escolha dos partidos no primeiro e dos candidatos propriamente ditos no segundo.

O brasileiro, quando vai às urnas, não escolhe o candidato por ideologia ou pelas propostas de governo que oferece ao eleitor, explica Reis. O processo eleitoral atualmente está focado basicamente em dinheiro, segundo o juiz de direito.

— O começo da coisa [campanha eleitoral] hoje tem a ver com um binômio: dinheiro, que movimenta as eleições; e a maneira como as campanhas são conduzidas, com que as candidaturas são apresentadas. No primeiro ponto, nós identificamos como imprescindível proibir doações empresariais porque o dinheiro usado para comprar votos e para praticar as distorções do processo tem uma origem e precisamos nos preocupar com essa origem. Temos eleições caríssimas, mais caras que a maior parte das democracias.

As eleições de 2010, que escolheram o presidente da República, custaram R$ 4,9 bilhões em financiamentos, de acordo com Reis. As principais doadoras para campanhas são corporações ligadas à construção civil, mineração e bancos. Em comum, todas fornecem produtos e serviços para governos federal, estaduais e municipais, ressalta o juiz eleitoral.

— [Para chegar a esse cálculo], pega-se apenas o financiamento declarado e mesmo assim é um absurdo. Apenas dez empresas, nas últimas cinco eleições, doaram R$ 1 bilhão. Temos uma presença maciça das empreiteras, seguidas pelos bancos no processo de doação. Depois temos outros grupos ligados, de mineração por exemplo. Estão sempre ligados a setores que contratam diretamente com o poder público. São grupos que estão interessados em interferir na Comissão Mista de Orçamento para definir para onde vai o dinheiro.

Após tantas críticas ao financiamento de campanha por empresas particulares, a principal proposta apresentada para controlar o repasse de dinheiro é vetar a doação de dinheiro por empresas e liberar apenas para pessoas físicas. Para o MCCE, o teto seria o valor de um salário mínimo, ou seja, R$ 678 por pessoa.

O financiamento de campanha seria um dos pontos tratados no plebiscito, sugerido pela presidente Dilma Rousseff, mas a proposta de consulta popular não decolou no Congresso Nacional. A ideia é que a nova regra já valesse nas eleições de 2014.

Conforme as regras atuais, qualquer pessoa ou empresa pode dar dinheiro para partidos ou candidatos realizarem suas propagandas eleitorais. Bancos, empreiteiras e empresas de mineração estão entre as organizações que mais investem em políticos.

Para que as mudanças propostas pelo MCCE valessem já nas eleições de 2014, seria necessário que os parlamentares apreciassem e votassem o Projeto de Lei Ordinário até o próximo dia 5 de outubro — exatamente um ano antes das eleições. Cerca de 130 deputados já manifestaram apoio à causa. No entanto, o próprio MCCE admite ser difícil que o texto seja analisado ainda neste ano.

Veja a lista dos deputados que votaram pelo financiamento empresarial das campanhas aqui

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A filharada de Serra, Fernando Henrique e Lula

Verônica já foi sócia do filho mais velho de Fernando Henrique (um escritório internacional de lóbi) e da irmã do capo Daniel Dantas, que tem uma história banhada com o sangue da Guerra de Canudos. Faz parte de uma tradicional elite que escravizou o povo, e que continua roubando o povo.

A história de Daniel Dantas é a história secreta das privatizações de Fernando Henrique (76 por cento das estatais e riquezas pátrias foram vendidas, e o dinheiro pegou sumiço, voou na banda podre, e era dinheiro emprestado pelo BNDES, isto é, o amigo do rei pegava dinheiro do governo para colonizar as empresas do povo, e para comprar o verde, o amarelo e o azul da Bandeira do Brasil, cores que simbolizam nossas matas, nosso ouro, nossos minérios, nossos rios e fontes e aquíferos.

A irmã de Dantas, que também tem o nome de Verônica, esteve presa na Polícia Federal, e foi solta por dois milagrosos habeas corpus, concedidos em menos de 48 horas, pelo salvador Gilmar Mendes.

Ninguém é sócio sem oferecer sua parte.

Os manos ladrões Verônica e Daniel Dantas deixam a carceragem da PF
Os manos ladrões Verônica e Daniel Dantas deixam a carceragem da PF

 

O filho playboy, apesar de escondido pela imprensa, vai bem, obrigado, que Fernando Henrique sempre foi um grande benfeitor da família. Até as netinhas estão com o futuro ricamente garantido.

Entrar nos negócios do ouro azul no Brasil é preciso apenas ser amigo dos governadores e de Ana, a prostituta respeitosa das outorgas de água para fábricas de água mineral, cerveja, sorvete, refrigerantes, bebidas frias e quentes.

Pode faltar água em São Paulo, para a classe média baixa e pobres, mas fábricas como Ambev, Coca-Cola, Nestlè etc, além de atender o consumo local (São Paulo) e nacional,  vão continuar com o seu rico e secreto comércio de exportação. A parte mais preciosa do negócio é a água, graciosamente adquirida.

Foi assim que Jorge Paulo Lehman se tornou a primeira riqueza do Brasil, e a segunda da Suíça, onde reside e tem nacionalidade. Possui um patrimônio estimado em 21,9 bilhões de dólares, e deve pagar uma porcaria de imposto.

Lemann também é dono da rede de fast food Burger King,6 7 da B2W, grupo que reúne as empresas de varejo e comércio eletrônico Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino e Shoptime, além de outros interesses. Faz negócios geralmente em parceria com Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto Sicupira, seus sócios há quase quatro décadas.

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E se Verônica fosse filha de Lula?

Certas perguntas têm a força de mil respostas, e este é um caso.

Verônica Serra
Verônica Serra

por Paulo Nogueira

 

Um título do site Viomundo, trazido ao Diário pelo atilado leitor e comentarista Morus, merece reflexão.

E se o filho de Lula fosse sócio do homem mais rico do Brasil?

Antes do mais: certas perguntas têm mais força que mil repostas, e este é um caso.

Bem, o título se refere a Verônica Serra, filha de Serra. Ela foi notícia discreta nas seções de negócios recentemente quando foi publicado que uma empresa de investimentos da qual ela é sócia comprou por 100 milhões reais 20% de uma sorveteria chamada Diletto.

Os sócios de Verônica são Jorge Paulo Lehman e Marcel Telles. Lehman é o homem mais rico do Brasil. Daí a pergunta do Viomundo, e Marcel é um velho amigo e parceiro dele.

Lehman e Marcel, essencialmente, fizeram fortuna com cerveja. Compraram a envelhecida Brahma, no começo da década de 1980, e depois não pararam mais de adquirir cervejarias no Brasil e no mundo.

Se um dia o consumo de cerveja for cerceado como o de cigarro, Lehman e Marcel não terão muitas razões para erguer brindes.

Verônica se colocou no caminho de Lehman quando conseguiu dele uma bolsa de estudos para Harvard.

Eu a conheci mais ou menos naquela época. Eu era redator chefe da Exame, e Verônica durante algum tempo trabalhou na revista numa posição secundária.

Não tenho elementos para julgar se ela tinha talento para fazer uma carreira tão milionária.

Ela não me chamou a atenção em nenhum momento, e portanto jamais conversei mais detidamente com ela.

Mas ali, na Exame, ela já era um pequeno exemplo das relações perigosas entre políticos e empresários de mídia. Foi a amizade de Serra com a Abril que a colocou na Exame.

Depois, Verônica ganhou de Lehman uma bolsa para Harvard. Lehman, lembro bem de conversas com ele, escolhia em geral gente humilde e brilhante para, como um mecenas, patrocinar mestrados em negócios na Harvard, onde estudara.

Não sei se Verônica se encaixava na categoria dos humildes ou dos brilhantes, ou de nenhuma das duas, ou em ambas. Conhecendo o mundo como ele é, suponho que ela tenha entrado na cota de exceções por Serra ser quem é, ou melhor, era.

Serra pareceu, no passado, ter grandes possibilidades de se tornar presidente. Numa coluna antológica na Veja, Diogo Mainardi começou um texto em janeiro de 2001 mais ou menos assim: “Exatamente daqui a um ano Serra estará subindo a rampa do Planalto”. (Os jornalistas circularam durante muito tempo esta coluna, como fonte de piada e escárnio.)

Cotas para excluídos são contestadas pela mídia, mas cotas para amigos são consideradas absolutamente normais, e portanto não são notícia.

 

Todos os filhos de políticos são iguais para a mídia , mas alguns são mais iguais que outros
Todos os filhos de políticos são iguais para a mídia , mas alguns são mais iguais que outros

 

Bem, Verônica agradou Lehman, a ponto de se tornar, depois de Harvard, sócia dele.

O nome dela apareceu em denúncias – cabalmente rechaçadas por ela – ligadas às privatizações da era tucana.

Tenho para mim que ela não precisaria fazer nada errado, uma vez que já caíra nas graças de Lehman, mas ainda assim, a vontade da mídia de investigar as denúncias, como tantas vezes se fez com o filho de Lula, foi nenhuma.

Verônica é da turma. Essa a explicação. Serra é amigo dos empresários de mídia. E mesmo Lehman, evidentemente, não ficaria muito feliz em ver a sócia exposta em denúncias.

Lehman é discreto, exemplarmente ausente dos holofotes. Mas sabe se movimentar quando interessa.

Uma vez, pedi aos editores da Época Negócios um perfil dele depois da compra de uma grande cervejaria estrangeira. Recomendei que os repórteres falassem com amigos, uma vez que ele não dá entrevistas.

Rapidamente recebi um telefonema de João Roberto Marinho, o Marinho que cuida de assuntos editoriais. João queria saber o que estávamos fazendo.

Lehman ligara a ele desgostoso. Também telefonara a seus amigos mais próximos recomendando que não falassem com os repórteres da revista. Ninguém falou, até mais tarde Lehman autorizá-los depois de ver os bons propósitos da reportagem.

Jorge Paulo Lemann
Jorge Paulo Lemann

 

A influência de Lehman sobre João Roberto se deve, é verdade, à admiração que Lehman e seu lendário Grupo Garantia despertavam na família Marinho.

Mas é óbvio que a verba publicitária das cervejarias de Lehman falam alto também. Um amigo me conta que em Avenida Brasil os personagens tomavam cerveja sob qualquer pretexto.

Isto porque as cervejarias de Lehman pagaram um dinheiro especial pelo chamado ‘product placement’, ou mercham, na linguagem mais vulgar.

O consumidor é submetido a uma propaganda sem saber, abertamente, que é propaganda. Era como se realmente os personagens tivessem sempre motivos para tomar uma gelada.

Verônica Serra, por tudo isso, esteve sempre sob uma proteção, na grande mídia, que é para poucos. É para aqueles que ligam e são atendidos pelos donos das empresas jornalísticas.

O filho de Lula não.

Daí a diferença de tratamento. E daí também a força incômoda, por mostrar quanto somos uma terra de privilégios, da pergunta do site Viomundo.

 

 

 

O que acontece e quem paga as orgias nos camarotes do carnaval

As prefeituras e os governos estaduais gastam fortunas com o carnaval. Escandalosamente com as orgias nos camarotes.

O carnaval é assim: o povo frevando, sambando no asfalto, entre vendedores de latas de cerveja e carne no espeto. Ou atrás do trio elétrico, entre cordas seguradas por seguranças.

O povo paga tudo que consome. Ou trabalha duro. Que o carnaval não é para todo mundo.

Os lá de cima dos três poderes, e os empresários e os lobistas ficam nos camarotes fechados, com ar condicionado, pagos por indústrias ou pelos governos estaduais e municipais.

Rola tudo, tudo mesmo, e de graça. Tem garota bonita começando a vida fácil, prostitutas de luxo, uísque contrabandeado, e comidas de todos os tipos. Tem até cama para se comer deitado. Como nas bacanais romanas.

O carnaval dos camarotes do Recife foi cenário de filme. Veja na vida real Marcelo Nascimento Rocha dando entrevista (vídeo). No filme aparecem cenas mais ousadas. De sexo. Hetero e gay.

Escreve Ricardo Calil:

A mentira mais cinematográfica de Marcelo foi se passar por Henrique Constantino, filho do dono da Gol Linhas Aéreas, no Recifolia, o Carnaval fora de época da capital pernambucana, em 2001. Durante quatro dias, Marcelo foi paparicado por ricos e famosos (ele garante ter transado com duas celebridades), entrevistado por Amaury Jr., fotografado para colunas sociais. De quebra, pilotou um helicóptero e um jato particular cedidos por empresários que se tornaram íntimos do executivo da Gol em questão de minutos. Foi preso no Rio de Janeiro pela polícia federal, depois de transportar no tal jatinho os globais Marcos Frota, Carolina Dieckmann e Ricardo Macchi.

Foi a farsa da Gol que deu fama a Marcelo. Ele virou vilão em matérias da imprensa e herói em diversas comunidades da internet. E sua história foi contada no livro VIPs – Histórias reais de um mentiroso, de Mariana Caltabiano, grande sucesso editorial, com mais de 50 mil exemplares vendidos.

Dez anos depois do mítico Recifolia, os golpes de Marcelo ganharam revival em grande estilo, envoltos em nomes de grife. No filme VIPs,  (veja trailer) ficção livremente inspirada na história de Marcelo, com produção da O2, de Fernando Meirelles, direção de Toniko Melo, roteiro de Braulio Mantovani e Wagner Moura no papel principal.

Amaury Jr. entrevista o falso filho do dono da Gol em dois momentos no Recifolia

Amaury Jr. entrevista o falso filho do dono da Gol no Recifolia

Nenê Constantino
Nenê Constantino

MARCELO FOI PRESO E CONSTANTINO CONTINUA SOLTO

Marcelo foi trancafiado na penitenciária central de Cuiabá (MT), onde está encarcerado desde 2009. Parece que continua lá.

Em março, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou Nenê Constantino, fundador da companhia aérea Gol, a prisão domiciliar em sua residência de Brasília. Constantino respondeu a dois processos, nos quais é acusado de tentativa de assassinato do ex-genro, Eduardo de Queiroz, em 2008, e da morte do líder comunitário Márcio Leonardo, em 2001.

Itamar Franco num camarote do carnaval do Rio
Itamar Franco num camarote do carnaval do Rio

Esse carnaval do presidente virou notícia internacional