A muda prostituição infantil de Fortaleza no caminho do Castelão da Copa. A revolta dos pobres que moram na vizinhança do estádio

prostituição hotel

 

As meninas de rua pegam seus clientes nas calçadas dos hotéis e nos caminhos do Castelão. É a prostituição da fome. Ganham alguns trocados para comer e comprar droga para anestesiar o corpo. Não é indolor para uma criança sofrer várias penetrações por dia. A vagina pequena e estreita sangra.

Nos camarotes fechados, nos bares e restaurantes de luxo do estádio, rola a prostituição Vip. Que não existe guerra sem prostitutas seguindo os soldados. Nem copa do mundo e olimpíadas sem programas sexuais. São os lugares verdadeiramente iluminados da escura Fortaleza. A famosa luz vermelha do turismo. (T.A.)

O Jornal da Record divulgou uma série de reportagem “Prazer à Venda”, que mostra a prostituição infantil em várias cidades brasileiras.

O noticiário apontou Fortaleza como uma das cidades com maior índice de meninas e crianças prostituídas no País e apresentou entrevistas com adolescentes de 12, 13 e 14 anos de idade, que disseram ter iniciado na prostituição aos 11 anos.

Um dos pontos mais graves da reportagem foi uma adolescente de 17 anos, que faz ponto em pleno calçadão da Beira Mar, que assegurou não ter dificuldades para entrar em hotéis da cidade. (Eliomar de Lima)

 

Prostituição sub-17 ronda estádio Bai 

por Rodrigo Bertolotto

Prostituta faz ponto próxima à Arena Castelão
Prostituta faz ponto próxima à Arena Castelão

 

As campanhas oficiais contra a prostituição infantil têm dois rivais fortes em Fortaleza (Ceará) durante a Copa das Confederações. No entorno do estádio Castelão, é a clientela brasileira que assedia adolescentes na vizinha avenida Juscelino Kubitschek. Na orla da cidade, é o lugar onde o adversário são os italianos, principais consumidores desse lado perverso do turismo no Brasil.

Os altos investimentos no estádio contrastam com os poucos recursos que o conselho tutelar local conta para combater a exploração de menores. O governo federal enviou um carro, cinco computadores e uma impressora neste ano para melhorar o funcionamento, afinal, os funcionários não tinham nem papel na repartição e eram obrigados a usar veículos particulares em diligências.

“Proibido de menor”, avisava uma frase escrita a giz na parede de entrada do boteco Recanto Bar, na avenida Perimetral. Dentro, duas adolescentes dançavam funk em cima da mesa de bilhar para os potenciais fregueses.

Em uma parada de ônibus a 100 metros do Castelão, uma adolescente fazia ponto durante a tarde. “Meus pais não sabem disso. Tenho que voltar cedo para casa para não desconfiarem de mim”, relata a garota sobre a atividade vespertina dela e de dezenas outras dentro da chamada “área Fifa”, o raio de dois quilômetros ao redor do estádio que a entidade máxima do futebol mundial estabelece em dia de jogos.

A situação fica mais dramática para essas meninas quando a prostituição se junta à droga e à gravidez. Muitas vendem o corpo para comprar crack ou cocaína. Outras fazem do comércio pequeno dos narcóticos um adicional em seu trabalho. Há casos de crianças de 12 anos que se prostituem por R$ 5 o programa, o que é o mesmo preço da pedra de crack.

Bairro pobre se revolta com estádio como vizinho

Ceará um estado bílingue
Ceará um estado bílingue
Estádio Governador Plácido Castelo (Castelão) rodeado de casebres
Estádio Governador Plácido Castelo (Castelão) rodeado de casebres

Veja vídeo
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/25/prostituicao-sub-17-ronda-estadio-da-copa-das-confederacoes-em-fortaleza.htm?cmpid=cfb-copa-do-mundo-2014-news

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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