Primeira morte de jornalista no hemisfério norte em 2013 tinha que ser no Brasil

Um jornalista brasileiro foi morto com quatro tiros, próximo do prédio onde trabalhava, no final da noite de terça-feira, no município de São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, revelou hoje a polícia.

Renato Machado Gonçalves, de 41 anos, era radialista e um dos sócios da Rádio Barra FM e, segundo testemunhas, os tiros foram disparados por dois homens que passaram numa motocicleta.

O jornalista foi atingido com quatro balas no peito e chegou a ser transportado para um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos.

Os motivos do crime estão ainda a ser investigada pela polícia.

Em nota, a ONG Repórter sem Fronteiras aponta que o caso figura como a primeira morte de jornalista no hemisfério norte em 2013 e ressalta a necessidade de maior proteção aos jornalistas brasileiros.

No texto, a ONG recorda ainda a situação de outros dois profissionais brasileiros que tiveram recentemente que deixar o país ao receber ameaças ligadas ao seu trabalho – André Caramante (que já retornou ao país) e Mauri König, quem teve de deixar sua residência após receber ameaças de mortes por conta de uma série com denúncias sobre corrução na policial no sul do Brasil.

 (Jornal de Notícias, Portugal)
Renato Machado
Renato Machado
Informa Luiz Gustavo Pacete: Colegas de Gonçalves afirmam que ele havia se envolvido em uma confusão na Câmara da cidade durante as eleições municipais de outubro de 2012. Um amigo relata que o jornalista começou uma discussão com um vereador e logo depois foi agredido por pessoas que acompanhavam o político.
Pessoas próximas de Gonçalves contam que o jornalista sempre foi polêmico e com frequência se envolvia em confusões.
Ricardo Gama, polêmico blogueiro do Rio de Janeiro e que sofreu um atentado há dois anos, disse em um vídeo na internet que a morte de jornalistas está sendo banalizada. “Matar um jornalista, com todo respeito às demais profissões, é um atentado à liberdade de expressão. Não existe democracia sem imprensa livre. Jornalista sendo abatido assim do nada é grave”.
O blogueiro também chamou atenção para a impunidade no estado. “Meu caso está mofando na gaveta, não me recordo de nenhum caso de jornalista assassinado que tenha sido esclarecido, ou seja, a impunidade é total”.
No Blog do Garotinho:  Desde que a agora ex-prefeita Carla Machado assumiu a prefeitura de São João da Barra, o município passou a frequentar as páginas policiais. Eu mesmo aqui no blog revelei com exclusividade uma gravação atestada por perícia onde Carla Machado contratava um pistoleiro para dar uma surra e calar uma desafeta.

Pessoas a mando de Carla Machado e com o apoio de policiais militares passaram a ameaçar e expulsar pequenos produtores rurais para o governo Cabral desapropriar uma área cedida ao empresário Eike Batista.

Às vésperas da eleição de outubro, Carla Machado e o atual vice-prefeito foram presos pela Polícia Federal na Operação Machadada por compra de votos e de políticos. Inclusive o atual prefeito Neco (PMDB) certamente perderá o cargo quando o caso for julgado.

Agora o assassinato do dono da rádio comunitária Barra FM. O secretário Beltrame deveria colocar uma UPP para “pacificar” São João da Barra.

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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