A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) condenaram a prisão do repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, ocorrida durante cobertura de despejo de 15 mil pessoas do terreno da Oi-Portugal Telecom, na zona norte do Rio, e pediram apuração do caso pelas autoridades.
O jornalista registrava imagens da ação da Polícia Militar (PM) no terreno que ficou conhecido como Favela da Telerj quando foi imobilizado com uma chave de braço e teve os óculos arrancados por um policial sem identificação. Levado a uma delegacia, teve o celular apreendido por mais de uma hora.
A polícia do Rio de Janeiro já havia ameaçado jornalistas no começo da ação de despejo ordenada pela justiça, no fim da madrugada de hoje (11). O repórter Leonardo Barros, também de O Globo, foi ameaçado com voz de prisão caso não “corresse” dali. De acordo com a Abraji, ao prender Bruno Amorim e ameaçar com prisão outros repórteres, a PM do Rio presta um desserviço ao direito à informação.
As entidades também condenaram a reação dos manifestantes que resistiam à desocupação e atacaram veículos da TV Globo, do SBT e da Record. Para a Abraji, ao depredar automóveis dos meios de comunicação, “os manifestantes se unem à polícia no ataque ao direito à informação de toda a sociedade”.
O terreno doado pelo Estado à Telerj, pertence ao povo, e por ele foi ocupado. A Telerj não existe mais. Virou nome fantasia de uma empresa ora espanhola, ora uma casa portuguesa com certeza.
